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Senado Federal

Comissão da Reforma Política

Tema 1 – PEC Suplência de Senador

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº , DE 2011

Altera os arts. 46 e 56 da Constituição


Federal, para reduzir de dois para um o
número de suplentes de Senador; vedar a
eleição de suplente que seja cônjuge,
parente consaguíneo ou afim, até o
segundo grau ou por adoção do titular e dá
outras providências.

As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nos


termos do § 3º do art. 60 da Constituição Federal, promulgam a seguinte
Emenda ao Texto Constitucional:

Art. 1º. Os arts. 46 e 56 da Constituição Federal passam a


vigorar com a seguinte redação:

“Art. 46. .............................................................................


..............................................................................................
§ 3º Cada Senador será eleito com um suplente.
§ 4º É vedada a eleição de suplente de Senador que seja
cônjuge ou parente consanguíneo ou afim do titular, até segundo
grau ou por adoção. (NR)”

“Art. 56. ..............................................................................


.............................................................................................
§ 4º Na ocorrência de vaga de Senador será ainda observado
o seguinte:

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I – se a vaga ocorrer até cento e vinte dias antes da


realização de eleições gerais, sejam municipais ou federais e
estaduais, o novo titular será eleito em pleito simultâneo a essas
eleições, aplicando-se o disposto no art. 46, § 3º;
II – se a vaga ocorrer dentro de cento e vinte dias antes da
realização de eleições gerais, sejam municipais ou federais e
estaduais, o novo titular será eleito em pleito simultâneo às eleições
gerais subsequentes, aplicando-se o disposto no art. 46, § 3º;
III – nas hipóteses previstas nos incisos I e II o Senador
eleito assumirá o cargo no dia 1º de fevereiro do ano seguinte ao da
sua eleição e concluirá o mandato do antecessor. (NR)”

Art. 2º. O disposto nesta Emenda Constitucional entra em


vigor na data da sua publicação, não se aplicando aos mandatos dos
Senadores e suplentes eleitos em 2006 e 2010.

JUSTIFICAÇÃO

A presente Proposta de Emenda à Constituição destina-se a


alterar as regras constitucionais referentes à suplência de Senador.

Pelas regras ora vigentes, o suplente de Senador será


convocado e empossado definitivamente no mandato em caso de vaga,
causada por morte, renúncia ou perda de mandato do titular.

Outrossim, será convocado e empossado temporariamente,


quando o titular for investido em algum dos cargos arrolados no art. 56, I,
da Lei Maior (Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de
Estado, de Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou de
chefe de missão diplomática temporária), ou, ainda, quando o titular for
licenciado por tempo superior a cento e vinte dias em uma mesma sessão
legislativa, por motivo de doença (art. 56, § 1º da CF).

A Comissão de Reforma Política instituída pelo Ato no 24, de


2011, do Presidente José Sarney, aprovou algumas mudanças no que diz
respeito ao regime jurídico do suplente de Senador.

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Assim, estamos propondo que em caso de ocorrer vacância do


cargo de Senador até cento e vinte dias antes da realização de eleições
gerais, sejam municipais ou federais e estaduais, o novo titular será eleito
em pleito simultâneo a essas eleições. Se a vaga ocorrer dentro de cento e
vinte dias antes da realização de eleições gerais, sejam municipais ou
federais e estaduais, o novo titular será eleito em pleito simultâneo às
eleições gerais subseqüentes.

Tal proposta pretende ampliar a legitimidade do exercício do


mandato de Senado, pois prevê que em caso de vacância do cargo o
sucessor seja eleito pelo voto popular.

Por outro lado, com a previsão de eleições para o provimento


efetivo do cargo de Senador que vagar, não será necessário que o titular
seja eleito com mais dois suplentes. Por isso, a Comissão está também
propondo que haja apenas um suplente de Senador.

De outra parte, estamos propondo que não possa ocupar a


suplência o cônjuge ou parente consaguíneo ou afim do titular, até segundo
grau ou por adoção.

Cabe ainda consignar que as mudanças que ora estamos


submetendo à Casa devem valer para o futuro, sem atingir direitos dos
atuais Senadores e respectivos suplentes.

Assim, está sendo ressalvado na presente proposta que as


novas regras não serão aplicadas aos mandatos dos Senadores e suplentes
eleitos em 2006 e 2010, cujos mandatos permanecerão regidos pelas
normas constitucionais atualmente em vigor.

Com essa proposta, acreditamos estar aperfeiçoando as normas


aplicáveis à suplência de Senador e ampliando a legitimidade do Senado
Federal perante o eleitorado e a sociedade brasileira.

Ante o exposto, solicitamos o apoio dos ilustres colegas para a


aprovação da presente proposição.

Sala das Sessões,

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Tema 2 – PEC Data de posse – mandato

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº , DE 2011

Altera os arts. 28, 29 e 82 da Constituição


Federal, para estabelecer mandato de
cinco anos para Presidente da República,
Governador de Estado e do Distrito
Federal e Prefeitos e mudar a data das
respectivas posses.

As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nos


termos do § 3º do art. 60 da Constituição Federal, promulgam a seguinte
Emenda ao Texto Constitucional:

Art. 1º. Os arts. 28, 29 e 82 da Constituição Federal passam a


vigorar com a seguinte redação:

“Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador


do Estado, para mandato de 5 (cinco) anos, realizar-se-á no
primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último
domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior
ao do término do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá
em dez de janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais,
o disposto no art. 77.
...................................................................................” (NR)

“Art. 29..................................................................................
................................................................................................
I - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito, para mandato de
cinco anos, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o
País;

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...............................................................................................
III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia dez de
janeiro do ano subsequente ao da eleição;
................................................................................................
XV – eleição dos vereadores para mandato de quatro anos,
mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o País.”
(NR)

“Art. 82. O mandato do Presidente da República é de cinco


anos e terá início em quinze de janeiro do ano seguinte ao da sua
eleição.” (NR)

Art. 2º. O disposto nesta Emenda Constitucional entra em


vigor na data da sua publicação, observado o seguinte:

I – os mandatos do Presidente da República e dos


Governadores de Estado e do Distrito Federal eleitos em 2010 terminarão
em 1º de janeiro de 2015;

II – os mandatos dos Prefeitos eleitos em 2008 terminarão em


1º de janeiro de 2013;

III – o mandato do Presidente da República eleito em 2014


será iniciado em 1º de janeiro de 2015 e terminará em 15 de janeiro de
2020;

IV – os mandatos dos Governadores de Estado e do Distrito


Federal eleitos em 2014 serão iniciados em 1º de janeiro de 2015 e
terminarão em 10 de janeiro de 2020;

V – os mandatos dos Prefeitos eleitos em 2012 serão iniciados


em 1º de janeiro de 2013 terminarão em 10 de janeiro de 2018.

JUSTIFICAÇÃO

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A Comissão de Reforma Política instituída pelo Ato nº 24, de


2011, do Presidente José Sarney decidiu propor a ampliação de quatro para
cinco anos os mandatos do Presidente da República, dos Governadores de
Estado e do Distrito Federal e dos Prefeitos municipais.

Tal medida se justifica em razão de consenso formado no


sentido de que um mandato de quatro anos é curto para que um programa
de governo seja efetivamente implementado e também guarda relação
direta com outra decisão da Comissão, a de acabar com o instituto da
reeleição para os cargos de Chefe do Poder Executivo.

Desse modo, a presente proposta resgata o mandato fixado


originariamente pelo Constituição de 1988 para o cargo de Presidente da
República, de cinco anos e está também propondo cinco anos como prazo a
ser adotado para o mandato dos Governadores e Prefeitos, mantendo assim
unificados em idêntico lapso temporal os mandatos das administrações dos
três níveis da Federação.

Por outro lado, até por que são tratadas nos mesmos
dispositivos constitucionais estamos também propondo, por meio da
presente proposição, que a data de posse do Presidente da República, dos
Governadores e Prefeitos que hoje ocorre no dia 1º de janeiro seja alterada,
pelas inconveniências de todos conhecidas.

Ademais, como os mandatos do Presidente da República e dos


Governadores são coincidentes, é razoável que não se marque as
respectivas posses para o mesmo dia, mas se estabeleça um prazo mínimo
de alguns dias entre elas, para que os chefes dos governos estaduais estejam
presentes na posse presidencial.

A Comissão entendeu que também deve ser levado em conta


que é mais adequado que os Estados da Federação sejam representados na
posse do Presidente da República já pelos seus novos Governadores. Daí a
opção de se marcar a posse dos Governadores para data anterior à do
Presidente da República.

Nesse sentido, optou-se por propor a posse dos Governadores


para o dia 10 de janeiro e do Presidente para 15 de janeiro. A posse dos

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Prefeitos ocorreria também no dia 10 de janeiro, pois os mandatos desses


últimos não coincidem com os dos outros Chefes de Executivo e os
respectivas posses ocorrem em anos diversos.

Por outro lado, a Comissão também levou em conta que os


mandatos que estão em curso, vale dizer que já estão sendo exercidos, não
devem ser prorrogados, nem reduzidos, inclusive porque prorrogação ou
redução de mandatos populares se choca com a Constituição, que consagra
o princípio da periodicidade das eleições (e da temporariedade dos
mandatos eletivos), que é inclusive cláusula pétrea da Lei Maior (v.g. art.
60, § 4º, III).

Desse modo, a mudança das datas de posse dos Chefes do


Poder Executivo de que se cogita, bem como a ampliação do mandato de
quatro para cinco anos, devem ser efetuadas não mediante prorrogação (ou
redução) de mandatos que já estejam em curso, para os quais a soberania
popular já se manifestou, mas mediante a alteração de prazo dos mandatos
futuros.

É o que a presente proposta também busca garantir por meio


de regras constitucionais transitórias.

Em face do exposto, solicitamos o apoio dos ilustres colegas


para a aprovação da presente iniciativa.

Sala das Sessões,

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Tema 3 – PEC Reeleição

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº , DE 2011

Altera o § 5º do art. 14 da Constituição


Federal, para estabelecer a inelegibilidade
do Presidente da República, dos
Governadores de Estado e do Distrito
Federal e dos Prefeitos, para os mesmos
cargos, no período subseqüente, e dá
outras providências.

As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nos


termos do § 3º do art. 60 da Constituição Federal, promulgam a seguinte
Emenda ao Texto Constitucional:

Art. 1º. O § 5º do art. 14 da Constituição Federal passa a


vigorar com a seguinte redação:

“Art. 14. ..............................................................................


..............................................................................................
§ 5º São inelegíveis para os mesmos cargos, no período
subseqüente, o Presidente da República, os Governadores de
Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver
sucedido, ou substituído nos seis meses anteriores ao pleito.
...................................................................................” (NR)
Art. 2º. O disposto nesta Emenda Constitucional entra em
vigor na data da sua publicação, não se aplicando:

I - ao Presidente da República e aos Governadores no


exercício do mandato, desde que não tenham sido reeleitos em 2010;

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II - aos Prefeitos no exercício do mandato, desde que não


tenham sido reeleitos em 2008;

III - a quem substituir ou suceder aos mandatários referidos


nos incisos anteriores.

JUSTIFICAÇÃO

A proposta de por termo ao instituto da reeleição para os


cargos de Presidente da República, Governador de Estado e do Distrito
Federal e Prefeito foi aprovada por expressiva maioria da Comissão de
Reforma Política instituída pelo Ato nº 14, de 2011, do Presidente José
Sarney.

Decidiu-se, pois, retomar a tradição republicana, que vigeu da


Proclamação da República até 1997, quando mediante a Emenda
Constitucional nº 16 foi facultado aos chefes de Poder Executivo
candidatar-se à reeleição para o período imediatamente subsequente ao do
correspondente mandato original.

Na reunião em que o tema foi tratado inicialmente, sucederam-


se os depoimentos de Senadores dos diversos partidos que já exerceram o
governo dos respectivos Estados, no sentido de que não há como, na
prática, distinguir o administrador do candidato à reeleição.

Outros depoimentos registraram que o titular do mandato, ao


acumular a condição de candidato, compete na campanha eleitoral em
condições extremamente favoráveis em comparação com os demais
concorrentes. Desse modo, a reeleição introduziria um viés quase
insuperável no processo eleitoral em favor da continuidade da
administração.

Sendo assim, a presente iniciativa propõe a recuperação do


texto original do art. 14, § 5ª, da Constituição de 1988, que declara
inelegíveis para os mesmos cargos, no período subseqüente, o Presidente
da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos

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e quem os houver sucedido, ou substituído nos seis meses anteriores ao


pleito.

Por outro lado, a Comissão procurou garantir o direito à


reeleição dos atuais chefes do Poder Executivo que esteja exercendo um
primeiro mandato, por meio de normas transitórias.

Ante o exposto, solicitamos aos nobres colegas o apoio


necessário à aprovação da presente proposta.

Sala das Sessões,

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Tema 4 – PEC coligações

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº , DE 2011

Altera o art. 17 da Constituição Federal,


para permitir coligações eleitorais apenas
nas eleições majoritárias.

As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nos


termos do § 3º do art. 60 da Constituição Federal, promulgam a seguinte
emenda ao texto constitucional:

Art. 1º Os §§ 1º e 2º do art. 17 da Constituição Federal passam


a vigorar com a seguinte redação, renumerando-se os atuais §§ 2º a 4º
como §§ 3º a 5º:

“Art. 17 .................................................................................
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para
definir sua estrutura interna, organização e funcionamento,
devendo seus estatutos estabelecer normas de fidelidade e
disciplina partidárias.
§ 2º São admitidas coligações eleitorais, exclusivamente nas
eleições majoritárias, cabendo aos partidos adotar o regime e os
critérios de escolha, sem obrigatoriedade de vinculação entre as
candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal.
....................................................................................(NR)”
Art. 2º Esta Emenda entra em vigor na data de sua publicação.

JUSTIFICAÇÃO

Em resposta à regra do STF que impôs a verticalização nas


coligações eleitorais admitidas pela Lei das Eleições, o Congresso Nacional

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editou a Emenda Constitucional nº 52, de 8 de março de 2006, para admitir


as coligações nas eleições majoritárias e proporcionais sem obrigatoriedade
de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital
ou municipal.

O tema passou, portanto, a ter status constitucional, e


alterações no regramento demandam a edição de emenda constitucional.

Ocorre que a experiência brasileira revela que as coligações


eleitorais nas eleições proporcionais, em geral, constituem uniões
passageiras, estabelecidas apenas durante o período eleitoral por mera
conveniência, sem qualquer afinidade entre os partidos coligados no
tocante ao programa de governo ou ideologia.

Tais coligações objetivam sobretudo aumentar o tempo de


propaganda eleitoral no rádio e na televisão de partidos maiores e viabilizar
a conquista de um maior número de cadeiras nas Casas Legislativas por
partidos menores ou permitir que essas agremiações alcancem o quociente
eleitoral.

Além disso, o voto dado pelo eleitor no candidato de um


determinado partido ou na própria legenda pode contribuir para a eleição de
candidato de outra agremiação que integre a coligação. Isso porque,
diferentemente dos demais países que permitem coligação, no Brasil, as
cadeiras conquistadas pela coligação não são distribuídas
proporcionalmente à contribuição que cada partido deu à votação final.

Por essas razões, apresentamos a presente proposta de emenda


à Constituição, que altera o art. 17 da Carta Magna para permitir as
coligações apenas nas eleições majoritárias.

Acreditamos que a medida permitirá que o eleitor identifique o


ideário político de cada candidato e que sejam eleitos representantes
comprometidos com os programas dos respectivos partidos, contribuindo
para o fortalecimento dos partidos políticos.

Sala das Sessões,

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Tema 5 – PLS mudança de domicílio prefeitos

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº , DE 2011

Altera o art. 91 da Lei nº 9.504, de 30 de


setembro de 1997, para vedar a
transferência de domicílio eleitoral por
Prefeitos e Vice-Prefeitos durante o
exercício do mandato.

O CONGRESSO NACIONAL decreta:

Art. 1º O art. 91 da Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997,


passa a vigorar acrescido do seguinte § 2º, renumerando-se o parágrafo
único como § 1º:

“Art. 91 ..............................................................................
§ 1º .....................................................................................
§ 2º É vedada a transferência do domicílio eleitoral de
Prefeito ou de Vice-Prefeito para circunscrição diversa durante o
curso do mandato.” (NR)

Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

JUSTIFICAÇÃO

A Constituição Federal estabelece o domicílio eleitoral na


circunscrição como condição de elegibilidade, nos termos da lei. Já a Lei nº
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9.504, de 1997 (Lei das Eleições), exige que o candidato possua domicílio
eleitoral pelo prazo de um ano antes do pleito.

Por seu turno, a Carta Magna permite, desde a Emenda


Constitucional nº 16, de 1997, a reeleição dos Chefes do Poder Executivo
para um único período subseqüente, nos termos do art. 14, § 5º.

Ocorre que a citada norma constitucional, que permite uma


única reeleição, tem sido desvirtuada por prefeitos e vice-prefeitos que se
aproveitam das brechas da lei para transferir o domicílio eleitoral, com
vistas a exercer inúmeros mandatos consecutivos em municípios diversos.

Para evitar essa fraude à Constituição Federal, a Comissão de


Reforma Política apresenta a presente proposição, que veda a transferência
do domicílio eleitoral de Prefeitos e Vice-Prefeitos durante o exercício do
mandato.

Afinal, se somente pode pleitear mandato eletivo quem tenha


domicílio eleitoral na respectiva circunscrição, é evidente que o mesmo
domicílio deve ser mantido enquanto durar o mandato.

Cabe lembrar que o próprio Tribunal Superior Eleitoral, desde


o fim de 2008, vem indeferindo registros de candidatura de prefeitos nessa
situação. Segundo aquela Corte, a figura do “prefeito itinerante” ou do
“prefeito profissional” – prefeito que exerce consecutivamente mais de dois
mandatos em municípios diferentes, configura fraude destinada a ilidir a
incidência do § 5º do art. 14 da Constituição Federal e desvio da finalidade
do direito à fixação do domicílio eleitoral (RESPE nº 32.507, Rel. Min.
Eros Grau; RESPE nº 32.539, Rel. designado Min. Ayres Britto).

Nesse sentido, o TSE tem entendido que a faculdade de


transferência de domicílio eleitoral não pode ser utilizada para alcançar
finalidades incompatíveis com a Constituição, quais sejam, a perpetuação
no poder e o apoderamento de unidades federadas para a formação de clãs
políticos ou hegemonias familiares. Portanto, a interpretação do art. 14, §
5º, da Constituição Federal que deve prevalecer funda-se nas idéias de
eletividade, temporariedade e responsabilidade dos governantes.

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Do contrário, isto é, se fosse possível a eterna reeleição de


prefeitos e vice-prefeitos, a referida norma constitucional restaria inócua.

Diante do exposto, contamos com o apoio dos nobres pares


para a aprovação do projeto.

Sala das Sessões,

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Tema 6 – PLS fidelidade partidária

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº , DE 2011

Acrescenta o art. 26-A à Lei nº 9.096, de


19 de setembro de 1995, para prever a
perda de mandato por desfiliação
partidária sem justa causa.

O CONGRESSO NACIONAL decreta:

Art. 1º A Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995, passa a


vigorar acrescida do seguinte art. 26-A:

“Art. 26-A. Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo


que se desfiliar, sem justa causa, do partido sob cuja legenda tenha
sido eleito.
Parágrafo único. Considera-se justa causa para a
desfiliação:
I- incorporação ou fusão do partido;
II- criação de novo partido;
III- mudança substancial ou desvio reiterado do programa
partidário;
IV- grave discriminação pessoal.” (NR)

Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

JUSTIFICAÇÃO

Decisões recentes do Tribunal Superior Eleitoral e do Supremo


Tribunal Federal reconheceram que os mandatos eletivos pertencem aos
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partidos. Dessa forma, os partidos passaram a ter o direito de preservar a


vaga, quando, sem justa causa, ocorrer cancelamento da filiação partidária
ou transferência para outra sigla.

Nesse sentido, o TSE editou Resolução sobre o tema,


considerando como justa causa para a desfiliação a incorporação ou fusão
do partido, a criação de novo partido, mudança substancial ou desvio
reiterado do programa partidário e grave discriminação pessoal.

O presente projeto incorpora o referido entendimento à Lei dos


Partidos Políticos, por entender salutar a previsão de regras que reforcem a
fidelidade partidária em nosso ordenamento jurídico.

Afinal, adoção da fidelidade partidária no Brasil apresenta


vantagens. Desestimula o “troca-troca” partidário, que tende a favorecer os
partidos da base governista e a enfraquecer os partidos de oposição. Dessa
forma, a composição política da Legislatura tem mais chances de manter-se
fiel à expressão da vontade eleitoral. Também pode contribuir para o
fortalecimento institucional dos partidos, obrigando seus quadros –
enquanto ocupantes de mandato – a permanecerem filiados.

Cabe lembrar que 22% das nações consideradas como


democracias consolidadas ou recentes também possuem regras expressas
sobre fidelidade partidária que implicam a perda de mandato em caso de
troca de partido. É o caso do México, Portugal, Israel, Índia.

Diante do exposto, contamos com o apoio dos nobres pares


para a aprovação do projeto.

Sala das Sessões,

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Tema 7 – PEC candidatura avulsa

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº , DE 2011

Altera o art. 14 da Constituição Federal para


dispensar da exigência de filiação partidária os
candidatos nas eleições municipais e institui a
Lista Cívica nas eleições de Vereadores.

As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nos


termos do § 3º do art. 60 da Constituição Federal, promulgam a seguinte
Emenda ao texto constitucional:

Art. 1º Dê-se a seguinte redação ao inciso V do § 3º do art. 14


da Constituição Federal:

“Art. 14. ................................................................................


...............................................................................................
§ 3º .......................................................................................
..............................................................................................
V – a filiação partidária, exceto para as eleições municipais,
nas quais será admitida a inscrição de candidatos a Prefeito e a
Vereador não filiados a partido político, mediante o apoio de meio
por cento do eleitorado da circunscrição, na forma da lei;
....................................................................................” (NR)
Art. 2º Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de
sua publicação, não sendo aplicável à eleição que ocorra até um ano da data
de sua vigência.

JUSTIFICAÇÃO

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O sistema de representação política vive uma crise no mundo


democrático contemporâneo. A relação entre representantes e
representados, assim como o significado dos partidos enquanto canais de
comunicação entre eles, está em cheque. Indicadores da crise são
eloqüentes: cresce no mundo inteiro o absenteísmo eleitoral, enquanto cai o
percentual de cidadãos filiados a partidos políticos. Paralelamente, o
financiamento dos partidos depende cada vez menos de contribuições
particulares e mais dos recursos públicos.

Contudo, a ambição de prescindir por completo dos partidos,


de substituí-los por relações diretas com os eleitores por meio da internet,
parece irreal. A democracia demanda e sempre demandará algum grau de
representação e a representação, por sua vez, exige partidos definidos.

Para responder à crise é preciso revigorar os partidos e, ao


mesmo tempo, permitir a expressão eleitoral de forças que não se sentem
representadas no atual sistema partidário.

Esse o objetivo da presente proposta de emenda à


Constituição. Trata-se de permitir, no plano municipal, a manifestação
eleitoral de interesses locais, insatisfeitos com as alternativas partidárias
disponíveis. Para tanto, permite-se o registro de candidaturas sem partido
nas eleições para Prefeito e para Vereador, na forma da lei. A filiação
partidária é uma garantia de representatividade dos candidatos. Para
compensar essa lacuna, será exigido o apoio de meio por cento do
eleitorado da circunscrição, na forma da lei.

Essas as razões por que peço o apoio de meus pares para a


presente proposta de emenda à Constituição.

Sala das Sessões,

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Tema 8 – PLS Cláusula de desempenho

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº , DE 2011

Acrescenta os arts. 13-A e 48-A à Lei nº 9.096,


de 19 de setembro de 1995, para instituir cláusula
de desempenho para fins de funcionamento
parlamentar e de acesso gratuito ao rádio e à
televisão.

O CONGRESSO NACIONAL decreta:

Art. 1º A Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995, passa a


vigorar acrescida dos seguintes arts. 13-A e 48-A:

“Art. 13-A. Tem direito a funcionamento parlamentar na


Câmara dos Deputados o partido que, em cada eleição para essa
Casa Legislativa, eleja e mantenha filiados, no mínimo, três
representantes, de diferentes Estados.
Parágrafo único. A Mesa Diretora da Câmara dos
Deputados disporá sobre o funcionamento parlamentar da
representação partidária conferida ao partido que possua
representação eleita ou filiada inferior ao disposto no caput.” (NR)
“Art. 48-A. O acesso gratuito ao rádio e à televisão se dará
na seguinte conformidade:
I- ao partido que preencher as condições do caput do art.
13-A é assegurada a realização anual de um programa, em cadeia
nacional, com a duração de dez minutos;
II- ao partido que eleger, para a Câmara dos Deputados,
representante em, no mínimo, cinco Estados e obtiver um total de
um por cento dos votos apurados no país, não computados os
brancos e os nulos, e que tenha eleito representante na eleição
anterior, fica assegurada:

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a) a realização de um programa, em cadeia nacional, com


duração de dez minutos por semestre;
b) a utilização, em rede nacional, de vinte minutos por
semestre em inserções de trinta segundos ou um minuto;
c) a utilização de vinte minutos por semestre, em inserções
de trinta segundos ou um minuto, nas emissoras dos Estados.
III- ao partido que não atenda ao disposto nos incisos I e II
fica assegurada a realização de um programa em cadeia nacional
em cada semestre, com a duração de cinco minutos.” (NR)

Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

JUSTIFICAÇÃO

A Lei dos Partidos Políticos estabeleceu, com amparo nos arts.


17, IV, e § 3º, cláusula de desempenho para fins de funcionamento
parlamentar e acesso gratuito ao rádio e à televisão.

No entanto, os critérios estabelecidos pela referida Lei para


vigorarem a partir do final de 2006 foram considerados inconstitucionais
pelo Supremo Tribunal Federal nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade
nºs 1.351-3/DF e 1.354-8/DF, por violação aos princípios da
proporcionalidade e do pluralismo político, uma vez que inviabilizavam o
direito de manifestação política das minorias.

A fim de evitar o vácuo legislativo, aquela Corte decidiu,


ainda, determinar, até que o Congresso Nacional discipline novamente a
matéria, a adoção conjugada de regras transitórias previstas na própria Lei
dos Partidos Políticos.

Ciente de que os critérios temporariamente adotados pelo STF


consagram a cláusula de desempenho, sem afrontar a liberdade de
formação de partidos consagrada pela Constituição Federal, a Comissão de
Reforma Política apresenta este projeto, que altera a Lei dos Partidos
Políticos para tornar permanentes os critérios atualmente em vigor
decorrentes de decisão do Supremo Tribunal Federal, adotados para

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distinguir partidos no tocante ao funcionamento parlamentar e acesso


gratuito ao rádio e à televisão.

Nesse sentido, é concedido o funcionamento parlamentar aos


partidos com no mínimo três representantes de diferentes Estados e
facultado à Mesa Diretora da Câmara dos Deputados a tarefa de dispor
sobre o funcionamento parlamentar do partido com representação eleita ou
filiada inferior a esse número.

Por sua vez, o direito à propaganda partidária é concedido na


seguinte conformidade: a) partidos com um representante na Câmara dos
Deputados têm direito a um programa por semestre de cinco minutos; b)
partidos com três representantes de diferentes Estados na Câmara dos
Deputados têm direito a um programa anual de dez minutos; c) partidos
com cinco representantes de diferentes Estados na Câmara dos Deputados,
que tenham obtido um por cento dos votos válidos no país e elegido um
representante na eleição anterior, têm direito a veicular, em cadeia
nacional, um programa por semestre de dez minutos e vinte minutos por
semestre em inserções de trinta segundos ou um minuto, bem como vinte
minutos por semestre em inserções de trinta segundos ou um minuto, nas
emissoras estaduais.

A medida constitui mais um avanço em direção ao


aperfeiçoamento da legislação político-partidária brasileira.

Afinal, a cláusula de desempenho é adotada na maioria dos


países que emprega o sistema proporcional, uma vez que dificulta a
excessiva fragmentação do Legislativo, em prol da governabilidade.

Além disso, representa uma forma de otimizar a aplicação de


recursos públicos utilizados para financiar a atividade dos partidos
políticos, restringindo o acesso mais amplo a esses bens às siglas dotadas
de maior representatividade junto ao eleitorado.

Contamos com o apoio dos nobres pares para a aprovação do


projeto.

Sala de Sessões,
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Senado Federal
Comissão da Reforma Política

Tema 9 – PEC Referendo

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº , DE 2011

Acrescenta o § 3º ao art. 45 da Constituição


Federal para exigir que lei ou Emenda
Constitucional que altere o sistema eleitoral seja
aprovada em referendo para entrar em vigor.

As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nos


termos do § 3º do art. 60 da Constituição Federal, promulgam a seguinte
Emenda ao texto constitucional:

Art. 1º O art. 45 da Constituição Federal passa a vigorar


acrescido do seguinte § 3º:

“Art. 45. ..............................................................................


..............................................................................................
§ 3º A entrada em vigor de lei ou Emenda Constitucional
que altere o sistema eleitoral estabelecido no caput deste artigo
dependerá de aprovação em referendo.” (NR)

Art. 2º Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de


sua publicação.

JUSTIFICAÇÃO

O artigo 14 da Constituição arrola as formas do exercício da


soberania popular: o sufrágio universal, o voto direto e secreto, a iniciativa
popular, o plebiscito e o referendo. O artigo 45, por sua vez, estabelece que
a Câmara dos Deputados é composta por representantes do povo, eleitos

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Comissão da Reforma Política

pelo voto proporcional. Nos últimos anos, houve reiteradas tentativas de


alteração da regra de composição da Câmara dos Deputados, com origem
no Senado Federal, na Câmara dos Deputados e até na Presidência da
República. Propugnavam elas o fim do voto proporcional com listas
abertas, em prol do voto majoritário – distrital, distrital misto –, ou do
sistema proporcional com listas fechadas.

Qualquer alteração no princípio da proporcionalidade, como as


diferentes modalidades de voto distrital, bem como toda tentativa de fechar
e bloquear as listas partidárias importam em subtração da soberania
popular. Decisões dessa ordem não podem depender apenas do rito de
aprovação de emendas constitucionais, mas devem ser sancionadas pelo
principal interessado: o eleitor, em referendo convocado para esse fim.

Sala das Sessões,

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