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SOCIAL - SNHIS
MUNICÍPIO DE SARANDI - PR
PREFEITO MUNICIPAL – APARECIDO FARIAS SPADA
SECRETÁRIA DE URBANISMO – Márcia Hofman
Vandikson de Souza
Assessor de Departamento – Autarquia Águas de Sarandi.
1
Vítor Alexandre de Souza
Diretor de Administração de Receitas – Secretaria de Fazenda.
Adenilson Konzelmann
Colégio Antônio Francisco Lisboa.
Dadin de Oliveira
Delegado do Bairro Bom Pastor.
Juliana Marco
Jardim Independência.
2
Mirtes Dinorá Pipino
Conselho da Mulher.
Nelson Livero
Conselho de Saúde.
EQUIPE EXECUTORA
Profa. Dra. Celene Tonella
Profa. Dra. Marivânia Conceição de Araújo
Arquiteta Elise Savi
Arquiteto João Paulo da Rosa
COLABORADORES
Estagiários:
Altair Ferrari Moraes
Luiz Modesto Costa
Juliana De Nardin
3
ÍNDICE
LISTA DE SIGLAS.......................................................................................................................... 6
LISTA DE GRÁFICOS.................................................................................................................... 9
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 13
4
5.4.4. Correção do Cálculo para a Demanda Futura ...............................................................132
6. OFERTA HABITACIONAL .................................................................................................... 135
5
LISTA DE SIGLAS
IRRF – Imposto de Renda Retido na Fonte
ABNT – Associação Brasileira de Normas
Técnicas ITBI – Imposto sobre Transmissão de Bens
Imóveis
CadÚnico – Cadastro Único
ITR – Imposto Territorial Rural
CEBRAP – Centro Brasileiro de Análise e
Planejamento LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias
CEF – Caixa Econômica Federal LOA – Lei de Orçamentária Anual
CEM – Centro de Estudos da Metrópole MCidades – Ministério das cidades
COHAPAR – Companhia de Habitação do OGU – Orçamento Geral da União
Paraná ONU – Organização das Nações Unidas
CREA – Conselho Regional de Engenharia, PAR – Programa de Arrendamento
Arquitetura e Agronomia Residencial
DATASUS – Banco de dados do Sistema PASEP – Programa de Formação do
Único de Saúde Patrimônio do Servidor Público
FDS – Fundo de Desenvolvimento Social PD – Plano Diretor
FGTS – Fundo de Garantia por tempo de PlanHab – Plano Nacional de Habitação
Serviço
PLHIS – Plano Local de Habitação de
FJP – Fundação João Pinheiro Interesse Social
FNHIS – Fundo Nacional de Habitação de PLHIS – Plano Local de Habitação de
Interesse Social Interesse Social
FPM – Fundo de Participação dos PSH – Programa de Subsídio À Habitação
Municípios de Interesse Social
FUNDEF – Fundo de Manutenção e RMM – Região Metropolitana de Maringá
Desenvolvimento do Ensino
Fundamental e de Valorização s.m. – salário mínimo
do Magistério SNHIS – Sistema Nacional de Habitação de
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Interesse Social
Estatística SUS – Sistema Único de Saúde
ICMS – Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Prestação de ZEIS – Zona Especial de Interesse Social
Serviços
INSS – Instituto Nacional do Seguro Social
IPI – Imposto sobre Produtos
Industrializados
IPPUR – Instituto de Pesquisa e
Planejamento Urbano e Regional
IPTU – Imposto Predial e Territorial Urbano
IPVA – Imposto sobre a Propriedade de
Veículos Automotores
6
LISTA DE QUADROS E TABELAS
Tabela 1 – População residente de 15 anos e mais de idade que trabalha ou estuda e pessoas que
realizaram movimento pendular - 2000.......................................................................................................... 26
Tabela 2 – Percentual da população residente de 15 anos e mais de idade que trabalha ou estuda e
pessoas que realizaram movimento pendular - 2000 .................................................................................. 26
Tabela 3 – Participação da população residente com menos de 16 anos e com mais de 60 anos na
população total. ................................................................................................................................................. 29
Tabela 4 – População por faixa etária nos municípios de Maringá, Paiçandu e Sarandi - 2000.................. 30
Tabela 5 - Total de pessoas classificadas por faixa etária da cidade de Sarandi - 2000 .............................. 32
Tabela 6 - Total de pessoas classificadas por faixa etária da cidade de Sarandi - 2000 .............................. 32
Tabela 7 – População por gênero nos municípios de Maringá, Paiçandu e Sarandí – 2000........................ 34
Tabela 8 – População por gênero e por AED no município de Sarandi - 2000............................................... 34
Tabela 9 – População por situação de domicílio nos municípios de Maringá, Sarandi e Paiçandu - 2000 35
Tabela 10 – Total de pessoas responsáveis pelas famílias da cidade de Sarandi - 2000 ............................ 36
Tabela 11 – Total de mulheres com idade entre 10 e 19, número de filhos nascidos vivos e proporção de
adolescentes com experiência do município de Sarandi - 2000................................................................ 37
Tabela 12 – Total de famílias de Sarandi - 2000.................................................................................................. 38
Tabela 13 - Percentual de famílias por AED Sarandi – 2000............................................................................. 38
Tabela 14 – Valor adicionado pela agropecuária, indústrias e serviços no PIB municipal de Sarandi - 2005
............................................................................................................................................................................. 39
Tabela 15 – PIB municipal e PIB per capita para os municípios conurbados da Região Metropolitana de
Maringá entre os anos 2000 e 2005............................................................................................................... 40
Tabela 16 – Renda per capita nos municípios conurbados da Região Metropolitana de Maringá – 1991 -
2000..................................................................................................................................................................... 41
Tabela 17 - População contada, admissões e desligamentos nos municípios ............................................... 43
Tabela 18 - Admissões e demissões mensais nos municípios conurbados da RMM - 2007........................ 45
Tabela 19 – Evolução do emprego por setor de atividade econômica nos municípios conurbados da RMM
- 2007 .................................................................................................................................................................. 47
Tabela 20 – Remuneração média de empregos formais em 31 de Dezembro de 2006 - Maringá.............. 48
Tabela 21 – Remuneração média de empregos formais em 31 de Dezembro de 2006 - Paiçandu............ 48
Tabela 22 – Remuneração média de empregos formais em 31 de Dezembro de 2006 - Sarandi .............. 49
Tabela 23 – Remuneração média nas ocupações com maiores estoques – Maringá, 2006........................ 50
Tabela 24 – Remuneração média nas ocupações com maiores estoques – Paiçandu, 2006...................... 50
Tabela 25 – Remuneração média nas ocupações com maiores estoques – Sarandi, 2006......................... 50
Tabela 26 – Unidades habitacionais produzidas pela COHESMA.................................................................... 57
Tabela 27 – Unidades habitacionais produzidas pela COHAPAR. ................................................................... 59
Tabela 28 – Unidades habitacionais produzidas pelo GOVERNO FEDERAL / PREFEITURA MUNICIPAL
E CAIXA ECONÔMICA FEDERAL................................................................................................................. 62
Tabela 29 – Quantidade de projetos do programa Casa Fácil aprovados pela prefeitura nos anos de
2004 a 2008 ....................................................................................................................................................... 66
Tabela 30 – Famílias cadastradas no CadÚnico, por tipo de posse do imóvel, Sarandi, 2008 .................... 90
Tabela 31 – Domicílios Próprios por tipo de construção. Sarandi, 2008.......................................................... 92
Tabela 32 – Atualização do cálculo do déficit municipal. Sarandi, 2008 .......................................................... 93
Tabela 33 – Déficit habitacional acumulado por classes de renda. Sarandi, 2008......................................... 95
Tabela 34 – Inadequação por Infra-estrutura. Sarandi, 2008........................................................................... 100
Tabela 35 – Caracterização de domicílios segundo dados do IBGE, por setor censitário, em 2000. ....... 107
Tabela 36 - População Censitária, Estimada e Projetada do Município de Sarandi entre os anos de 1980
a 2020. ............................................................................................................................................... 126
Tabela 37 – População e demanda de novas moradias para suprir o crescimento demográfico da
população no Município de Sarandi entre os anos de 2000 a 2020. ...................................................... 129
7
Tabela 38 – Demanda de novas moradias para suprir o crescimento demográfico da população no
Município de Sarandi entre os anos de 2009 a 2020. ............................................................................... 129
Tabela 39 – Demanda de novas moradias para suprir o crescimento demográfico da população no
Município de Sarandi, subdividido por faixas de renda, entre os anos de 2009 a 2020. ..................... 130
Tabela 40- População Censitária, Estimada e Projetada do Município de Sarandi entre os anos de 1980 a
2020, e Projeção Geométrica da população até 2023 .............................................................................. 131
Tabela 41 - Bairros/Loteamentos que apresentam mais de 100 lotes vazios no município de Sarandi ... 144
Tabela 42 – Loteamentos particulares aprovados, por ano ............................................................................. 154
Tabela 43 – Produção de Lotes Urbanizados por Incorporadora Imobiliária. Sarandi, 2008...................... 155
Tabela 44 – Loteamentos que apresentam irregularidades por ano de aprovação. Sarandi, 2008........... 157
8
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Parcela da população de Sarandi que trabalha ou estuda no município de origem, trabalha ou
estuda fora do município, e que trabalha ou estuda na cidade pólo......................................................... 25
Gráfico 2 - População total nos municípios de Maringá, Paiçandu e Sarandi segundo o Censo
Demográfico de 2000, a estimativa populacional de 2006 e a Contagem Populacional de 2007
(IBGE) ................................................................................................................................................................. 26
Gráfico 3 – Percentual populacional da área conurbada da Região Metropolitana de Maringá – Maringá,
Sarandi e Paiçandu – Censo Demográfico 2000 e Contagem Populacional de 2007. .......................... 27
Gráfico 4 – Percentual populacional da área conurbada da Região Metropolitana de Maringá por faixa
etária – Maringá, Sarandi e Paiçandu – 2000............................................................................................... 28
Gráfico 5 – População com idade inferior a 16 anos e superior a 65 anos nos municípios de Sarandi,
Maringá e Paiçandu - 2000.............................................................................................................................. 29
Gráfico 6 - Percentual de pessoas, por faixa etária, distribuídos por AED no município de Sarandi – 2000
............................................................................................................................................................................. 32
Gráfico 7 – População por gênero nos municípios de Sarandi, Maringá e Paiçandu - 2000 ........................ 33
Gráfico 8 - População por situação de domicílio nos municípios de Maringá, Sarandi e Paiçandu - 2000 35
Gráfico 9 – Média de pessoas por família por AED no município de Sarandi - 2000..................................... 36
Gráfico 10 – Incremento do PIB entre os anos de 2002, 2003, 2004 e 2005 nos municípios conurbados da
Região Metropolitana de Maringá................................................................................................................... 40
Gráfico 11 – Renda per capita nos municípios conurbados da Região Metropolitana de Maringá – 1991 -
2000..................................................................................................................................................................... 41
Gráfico 12 – Percentual de pessoas com mais de 50% de suas rendas provenientes de transferências
governamentais nos municípios conurbados da Região Metropolitana de Maringá – 1991 - 2000 ..... 42
Gráfico 13– Domicílios Particulares Permanentes, por tipo de posse, Sarandi, 2008 ................................... 85
Gráfico 14 – Renda Familiar das famílias que residem em domicílios próprios. Sarandi, 2000................... 85
Gráfico 15– Renda Familiar das famílias que residem em domicílios alugados. Sarandi, 2000 .................. 86
Gráfico 16 – Renda Familiar das famílias que residem em domicílios cedidos. Sarandi, 2000 ................... 86
Gráfico 17 – Caracterização dos domicílios cedidos. Sarandi, 2000 ................................................................ 87
Gráfico 18 – Famílias cadastradas no CadÚnico, por tipo de posse do imóvel .............................................. 91
Gráfico 19– Componentes do déficit habitacional entre a população com renda de até 5 salários mínimos
mensais. Sarandi, 2008.................................................................................................................................... 95
Gráfico 20 – Componentes do déficit habitacional entre a população com renda de até 3 salários mínimos
mensais. Sarandi, 2008.................................................................................................................................... 97
Gráfico 21 – Componentes do déficit habitacional entre a população com renda de até 3 salários mínimos
mensais. Sarandi, 2008.................................................................................................................................... 98
Gráfico 22 – Componentes da inadequação habitacional. Sarandi, 2008 ....................................................... 99
Gráfico 23 – Componentes do déficit habitacional entre a população com renda de até 3 salários mínimos
mensais. Sarandi, 2008.................................................................................................................................. 102
Gráfico 24 Situação dos domicílios dos moradores entrevistados no Conjunto Mutirão ............................ 114
Gráfico 25 - Condição física dos domicílios dos moradores entrevistados no Conjunto Mutirão ............... 114
Gráfico 26 - Renda dos moradores entrevistados no Conjunto Mutirão......................................................... 115
Gráfico 27 - Escolaridade dos moradores entrevistados no Conjunto Mutirão ............................................. 115
Gráfico 28 - Situação física dos domicílios das pessoas entrevistadas no Conjunto Res. Floresta .......... 116
Gráfico 29 - Situação física dos domicílios das pessoas entrevistadas no Conjunto Res. Triângulo ........ 116
Gráfico 30 - Renda dos moradores entrevistados no bairro Jd. Monterrey ................................................... 117
Gráfico 31 - Escolaridade dos chefes das famílias entrevistadas no bairro Jd. Monterrey ......................... 117
Gráfico 32 - Situação dos domicílios das pessoas entrevistadas no bairro Jd. Monterrey.......................... 117
Gráfico 33 - Condição física dos domicílios das pessoas entrevistadas no bairro Jd. Monterrey .............. 117
Gráfico 34 - Renda dos moradores entrevistados no Pq. Res. Bom Pastor .................................................. 118
Gráfico 35 - Escolaridade dos chefes das famílias entrevistadas no Pq. Res. Bom Pastor........................ 118
Gráfico 36 - Situação dos domicílios dos moradores entrevistados no Pq. Res. Bom Pastor.................... 118
Gráfico 37 - Condição física dos domicílios dos moradores entrevistados no Pq. Res. Bom Pastor ........ 118
Gráfico 38 – Tendência populacional. Sarandi, 1991 a 2020. ......................................................................... 127
Gráfico 39 – Tendência Populacional, Sarandi 1991 a 2023 ........................................................................... 132
Gráfico 40 – Incorporadora Imobiliária por área parcelada. Sarandi, 2008 ................................................... 153
9
LISTA DE FIGURAS
10
LISTA DE MAPAS
11
PARTE 01 – PERFIL MUNICIPAL DE SARANDI
12
1. INTRODUÇÃO
13
2. PANORAMA HISTÓRICO DA HABITAÇÃO SOCIAL EM SARANDI
1
http://www.cidades.gov.br
14
“O processo de elaboração do PLHIS contempla três etapas –
proposta metodológica, diagnóstico do setor habitacional e estratégias de
ação – , que resultam em um conjunto de objetivos, metas, diretrizes e
instrumentos de ação e intervenção para o setor habitacional.”2
15
para o aumento da demanda por habitação de interesse popular, haja vista que boa parte
daquela população pobre expulsa da cidade de Maringá instalou-se em Sarandi, devido aos
valores dos aluguéis e dos terrenos serem comparativamente menores em Sarandi.
Segundo o Plano Diretor, em Sarandi não há favelas, porém o Conjunto Mutirão é
citado por se caracterizar pelas condições inadequadas de habitabilidade3. Fato que aumenta a
demanda por habitação. O Plano Diretor destaca, ainda, que até 1990 em Sarandi foram
edificados sete conjuntos habitacionais, perfazendo 177 casas com áreas construídas entre 27
a 47 m2 e cujos agentes foram a COHESMA e a INCOOP. Nota-se que se trata de um número
que ficou muito aquém das necessidades habitacionais do município e o problema se agrava
quando se observa o metro quadrado das áreas construídas, isto é, um espaço ínfimo para
uma família viver de modo confortável, dentro dos padrões estipulados pelo Ministério das
Cidades para uma moradia de qualidade4.
Com base nesses dados apresentados pelo Plano Diretor de Sarandi e por suas
respectivas reflexões, é possível perceber que os problemas relacionados à habitação em
Sarandi são muitos e estruturais, pois alguns dizem respeito ao seu processo de ocupação do
espaço e a baixa oferta de habitações de interesse popular.
Segundo Nedier Souza (1991), o crescimento espacial de Sarandi foi exorbitante,
desordenado e envolveu várias áreas da cidade. Alguns loteamentos se constituíram de forma
alongada (exemplo do Jd. Universal), o que dificulta o acesso de seus moradores à área central
da cidade, porém por outro lado, há terrenos vazios próximos ao centro.
De acordo com Veloso,
“Na década de 80 são aprovados apenas dois loteamentos, que seguem
a tendência iniciada no período anterior de expansão contínua, em direção ao
norte: a expansão, que era predominantemente realizada longitudinalmente ao
longo dos eixos rodoviário e ferroviário, começa a prosseguir transversalmente.
(...) Na década de 90 ocorre o segundo período de maior expansão de território
com a aprovação de mais 27% dos loteamentos hoje existentes, ocorrendo de
maneira dispersa, ocupando vazios localizados entre porções já loteadas e
também expandindo linearmente o parcelamento em direção a noroeste e a
sudoeste. (...) Na década de 2000 foram implantados mais sete loteamentos,
sendo que os dois maiores ocorreram totalmente desconstituídos e distantes da
malha urbana, um a sudeste e outro a sudoeste.” (VELOSO, 2003)
3
Sobre o Conjunto Mutirão ver página 64
4
www.cidades.gov.br
16
A aprovação destes loteamentos ao longo dos anos e o modo como eles estão
dispersos no espaço urbano de Sarandi, demonstra como vem se configurando desorganizado
e sem planejamento aquele espaço. Esse fato tem sérias conseqüências para a população de
baixa renda que habita aqueles loteamentos, pois eles foram implantados de forma dispersa,
na periferia da cidade, em locais sem infra-estrutura e à mercê de um transporte público
deficitário. Essa população também está numa situação de isolamento, na medida em que os
loteamentos estão próximos a vazios urbanos. Esse aspecto “caótico” (Plano Diretor de
Sarandi, 1992) da malha urbana prejudica sobremaneira a população empobrecida e evidência
a necessidade de uma política pública com base em um planejamento coerente que vise
beneficiar todas as parcelas da população, ocupando os vazios, inclusive aqueles próximos ao
cento da cidade. E a discussão de caráter participativo para a elaboração de um Plano de
Habitação vem ao encontro da necessidade de organizar e tornar mais democrático o espaço
urbano de Sarandi.
17
3. O MUNICÍPIO NO CONTEXTO REGIONAL
O início da ocupação de Sarandi data de 1935, quando foram adquiridos por imigrantes
de São Paulo, Minas Gerais e do Nordeste, os primeiros lotes de terras e, em maio de 1947, foi
fundada a cidade.
18
Veloso (2003), Sarandi não foi planejada para o crescimento urbano, previa-se apenas
atividades comerciais, religiosas e institucionais.
Até 1960, Sarandi era constituída apenas do núcleo inicial e duas vilas, Vera Cruz e
Chácaras Aeroporto, em 1954 foi implantada a ferrovia e a estação ferroviária. Essas chácaras
se desenvolveram junto à linha férrea e à estrada que ligava Londrina a Maringá o que explica o
fato da localização destas vilas ser distante do núcleo inicial. Essa ocupação de Sarandi
ocorreu devido à venda de terras na região como enfatiza Veloso (2003), comerciantes ali se
estabeleceram uma vez que se constituía em núcleo de venda de terras da Companhia.
As poucas famílias que se instalaram até a década de 60 vieram atraídas pelas terras
férteis, “terra roxa” e, até hoje, as duas vilas da ocupação inicial permanecem desconexas do
restante do território devido aos grandes vazios urbanos. Na década de 90, com a implantação
de um loteamento contíguo a essas vilas há certa integração com o restante do território
municipal, porém ainda com uma baixa ocupação dessa área.
Ainda na década de 60, o surgimento da BR 376 cortando o município faz com que a
ocupação aconteça no núcleo traçado pela Companhia junto à rodovia. Soma-se a esse fator
de expansão o fato de Sarandi ter recebido moradores de Maringá, entre 1961 e 1964, por meio
de uma ação de despejo adotada pelo então prefeito de Maringá. Apesar dessa expansão na
década de 60, o maior crescimento demográfico aconteceu em 1976, quando uma forte geada
atingiu a região, destruindo grande parte dos cafezais, o que fez com que a população saísse
do campo em direção à zona urbana. Concomitante a isso, o êxodo rural foi resultado também
da implantação de lavouras mecanizadas de soja e trigo. Como em Sarandi o preço dos lotes
era menor do que em Maringá, a cidade foi ocupada não apenas por indivíduos do município
como também por moradores de toda região. Esse êxodo pode explicar o fato de que a maioria
dos loteamentos da cidade, aproximadamente 54%, surge nesse período.
Segundo Veloso:
Até 1975, a ocupação do município ocorreu a partir do núcleo original, com a ocupação
de suas proximidades e de uma grande área na direção da BR 376, ao Norte, conformando o
19
que é hoje a região central da cidade. Em termos de morfologia, essa expansão do território se
deu através de loteamentos de traçado regular, quadras retangulares, configurando o máximo
aproveitamento do lote. Porém, lotes menores quando comparados aos lotes do núcleo inicial.
A região central da cidade configura-se como a área mais valorizada do território, onde há a
maior concentração de comércio e serviços, bem como maior quantidade de infra-estrutura e
equipamentos.
A expansão do território nesses períodos pode ser melhor observada com o mapa de
evolução urbana (Mapa 03), onde é possível visualizar como o espaço do município foi sendo
ocupado ao longo das décadas principalmente na década de 1970. A malha, descontínua em
muitos momentos, faz com que existam bairros desconexos do ambiente urbano, aproximando-
se mais do meio rural. Do ponto de vista dessa ocupação mais periférica, muitos casos se
tratam de ocupações irregulares, em unidades precárias (barracos), com a criação de animais
em lotes do perímetro urbano, essenciais a complementação da renda familiar, especialmente
nas atividades de recolhimento de materiais recicláveis.
20
A vasta quantidade de loteamentos, resultado do parcelamento de pequenas glebas, fez
com que ocorresse um grande número de bairros, surgidos antes mesmo que outros
loteamentos já estivessem ocupados e consolidados o que explica a ocorrência de muitos
bairros, sendo alguns com uma baixa ocupação. A cidade expandiu-se desordenadamente,
fruto da especulação imobiliária, com loteamentos criados sem que houvesse uma preocupação
quanto a concepção urbanística. Acompanhando esse cenário, com aprovação de vários
loteamentos de maneira irregular fez com que muitos não tivessem lotes destinados a Prefeitura
para implantação de equipamentos públicos como creches, escolas e postos de saúde, como
exige a Lei Federal número 6.766 de 1979 e pela Lei do Plano Diretor Municipal, número 4, de
1992.
Vários estudos sobre Sarandi como uma cidade-dormitório uma vez que grande parte da
mão-de-obra do município desloca-se para trabalhar na cidade-pólo Maringá, retornando no fim
do dia. Essa conformação deve-se ao fato de que o solo urbano de Sarandi possui um preço
mais acessível quando comparado à Maringá. Porém, vale ressaltar que esse custo inferior está
relacionado, muitas vezes, à falta de infra-estrutura urbana como pavimentação e esgoto.
Segundo Veloso (2003), Sarandi sofreu primeiramente com a exploração do solo por
parte dos incorporadores imobiliários e, posteriormente, essa exploração se deu por outros
agentes do espaço urbano como grandes industriais, proprietários dos meios de produção e
outros. Isso fez com que o planejamento inicial da CMNP não fosse seguido trazendo
problemas a cidade.
Durante muito tempo houve certo imobilismo tanto da administração pública quanto da
21
iniciativa privada em relação às políticas públicas locais, o que fez com que a implantação de
infra-estrutura urbana não acompanhasse o crescimento populacional. Nesse contexto, muitos
loteamentos surgiram e foram aprovados sem seguir os critérios legais de aprovação,
resultando em loteamentos desprovidos de galerias, asfalto e até de posteamento de energia
elétrica.
22
Maringá, o que significa uma redução nas possibilidades de arrecadação do município. Trata-se
de uma relação de dependência, Maringá necessita da mão-de-obra de Sarandi e esta
necessita dos empregos disponíveis em Maringá.
3.2. DEMOGRAFIA
Para elaborar um diagnóstico demográfico sobre Sarandi, optou-se pela utilização dos
dados fornecidos pelos Censos Demográficos (IBGE) dos anos de 1991 e 2000, apresentados
tanto em dados totais do município como seccionados por Áreas de Expansão Demográfica5
(AED), que consiste na junção dos dados coletados em determinados setores censitários, em
uma área determinada por suas características espaciais, possibilitando uma identificação
territorializada mais específica das informações, além dos dados da contagem populacional
realizada em 2007 (IBGE).
5
Apenas informações do último Censo Demográfico realizado pelo IBGE até o período da elaboração
deste diagnóstico (2000)
23
Fig. 2 – Áreas de Expansão Demográfica de Sarandi - PR
Fonte: Observatório das Metrópoles – RMM 2008
No ano 2000, o município de Sarandi contava com 71.422 habitantes. Maringá, cidade
pólo da região metropolitana e com a qual Sarandi apresenta um quadro claro de conurbação,
contava com um contingente populacional aproximadamente três vezes maior que a cidade em
questão, ou seja, 288.653 habitantes.
Distribuídos os dados de população por AED’s, constata-se que a AED Centro 1 era a
mais populosa, com 19.647 habitantes, representando 27,51% da população total do município,
além da AED Centro 1, com 18.499 habitantes e representando 25,9% da população total.
Que es tudam e
26,47
trabalham em Maringá
Que es tudam ou
trabalham fora do 28,76
m unicípio
0 10 20 30 40 50 60 70
Observado o mesmo dado distribuído por AED fica claro que, dos 14467 moradores
residentes de Sarandi que se deslocavam diariamente para outro município para estudar ou
trabalhar, as AED’s Centro 1 e 2 foram as que comportaram maior parcela de pessoas nestas
condições – Centro 1 – 23,13% (3346 habit), Centro 2 - 27,97% (4047 habit.). Há de se levar
em consideração que o valor apresentado nas outras AED’s não diferem muito com relação à
população de cada uma, indicando que este movimento pendular intenso é um fenômeno
comum a todo o território urbano municipal.
Este alto número de pessoas que se deslocavam diariamente para Maringá ou região
expressa, num primeiro momento, a falta de emprego no território municipal, aliado a isso, o
intenso incremento populacional que Sarandi sofreu nas últimas décadas em decorrência da
supervalorização da terra urbana e especulação imobiliária na cidade pólo, que forçou as
parcelas da população com baixa renda a procurar habitação com valores viáveis às suas
respectivas rendas.
Um parêntese a ser feito é que a contagem populacional realizada pelo IBGE para o ano
de 2007 no município contraposta à estimativa populacional de 2006 demonstra que, enquanto
em Sarandi era esperada uma população de 88.747 pessoas naquele ano, em 2007 foram
contadas 79.686, uma diferença de -10,21% que o esperado no ano anterior e, entre os
municípios conurbados (Maringá, Sarandi e Paiçandu), apenas Maringá correspondeu na
contagem populacional de 2007 aquilo que havia sido estimado em 2006, conforme observa-se
disposto no Gráfico 2:
25
Gráfico 2 - População total nos municípios de Maringá, Paiçandu e Sarandi segundo o
Censo Demográfico de 2000, a estimativa populacional de 2006 e a Contagem
Populacional de 2007 (IBGE)
30764
Paiçandu 37096
34604
71422
Sarandi 88747
79686
288653
Maringá 324397
325968
Total de pessoas
Que trabalham
AED AED Tipo População ou estudam Que trabalham
Que trabalham
Total fora do ou estudam
ou estudam
município de em Maringá
residência
4126256001001 Centro 1 4 18499 13271 8713 3346 3010
4126256001002 Centro 2 5 19647 14671 9691 4047 3642
4126256001003 N. Independência 6 15864 10745 6841 3349 3107
4126256001004 Linha do Trem 6 17412 11611 7379 3725 3557
Total 71422 50298 32625 14467 13315
Fonte: IBGE. Censo demográfico 2000. (Metrodata) - Observatório das Metrópoles Núcleo Região Metropolitana de Maringá
Total de pessoas
Que trabalham
AED AED Tipo População População de ou estudam Que trabalham
Que trabalham
15 anos ou fora do ou estudam
ou estudam
mais município de em Maringá
residência
4126256001001 Centro 1 4 25,90 26,38 26,71 23,13 22,60
4126256001002 Centro 2 5 27,51 29,17 29,70 27,97 27,35
4126256001003 N. Independência 6 22,21 21,36 20,97 23,15 23,33
4126256001004 Linha do Trem 6 24,38 23,08 22,62 25,75 26,71
Total 100,00 70,42 64,86 28,76 26,47
Fonte: IBGE. Censo demográfico 2000. (Metrodata) - Observatório das Metrópoles Núcleo Região Metropolitana de Maringá
26
Com relação à população total da área conurbada da Região Metropolitana em 2000
(Maringá, Paiçandu e Sarandi) e o que representa a população de cada um dos municípios
nesta composição, foram contadas 390.839 pessoas na área, nesse contexto, Sarandi
participava com 18,26% de população, Paiçandu com 7,9%, e a cidade pólo, Maringá, com
73,85%, conforme Gráfico 3.
Maringá; 73,83
Maringá
74,04%
6
Não existem dados mais atuais sobre faixa etária.
27
As faixas de idade dos 15 a 19 anos, 20 a 24 e 30 a 34 anos, apresentaram uma mesma
disposição no gráfico, considerando se tratarem de dados relativos.
Com base nestas informações é possível afirmar que na cidade pólo, em comparação à
mesma faixa em Sarandi e Paiçandu, a representação das pessoas com idade igual ou superior
a 35 anos é maior e, inversamente, Sarandi e Paiçandu apresentaram, quando do censo 2000,
maior concentração relativa de crianças de 0 a 14 anos e em jovens de 25 a 29 anos, em
comparação a cidade pólo.
9,50
8,50
7,50
6,50
5,50
4,50
3,50
2,50
1,50
0,50
80 ou mais
0a4
10 a 14
15 a 19
20 a 24
25 a 29
40 a 44
45 a 49
50 a 54
55 a 59
60 a 64
65 a 69
70 a 74
75 a 79
5a9
30 a 34
35 a 39
28
Gráfico 5 – População com idade inferior a 16 anos e superior a 65 anos nos municípios
de Sarandi, Maringá e Paiçandu - 2000
31,09 31,47
30,00
26,31
25,00
20,00
15,00
10,00
5,98
4,85 4,54
5,00
0,00
Participação da população residente com Participação da população residente com
mais de 65 anos de idade na população menos de 16 anos de idade na população
total, 2000 total, 2000
(%) (%)
Maringá (PR) Paiçandu (PR) Sarandi (PR)
29
Sarandi (PR)
Sarandi (PR)
Maringá (PR)
Maringá (PR)
Paiçandu (PR)
Paiçandu (PR)
Município
Município
71422
30764
71422
30764
288653
%População residente total de 40 População residente total de 0 a 4
6,27
6,23
7,32
7084
2941
a 44 anos de idade, 2000 anos de idade, 2000
9,92
9,56
7,39
3794
1601
49 anos de idade, 2000 anos de idade, 2000
17967
%População residente total de 45 População residente total de 5 a 9
5,31
5,20
6,22
7110
3066
2991
1293
54 anos de idade, 2000 anos de idade, 2000
14585
%População residente total de 50 População residente total de 10 a 14
4,19
4,20
5,05
6930
3017
2261
59 anos de idade, 2000 anos de idade, 2000
10846
%População residente total de 55 População residente total de 15 a 19
3,17
3,20
3,76
6909
2964
30
População residente total de 60 a %População residente total de 15 a 19
787
9,67
9,63
9,57
1655
8619
1250
6490
4839
3032
2896
0,69
0,65
1,00
A distribuição dos dados de população por faixa etária de 2000 em Sarandi por
AED demonstra em quais áreas ocorre maior ou menor concentração de pessoas por
idade.
- A AED Linha do Trem possuía o maior contingente de crianças com idade entre 0
e 5 anos (28%), e entre 6 e 14 anos (27,09%), porém, o menor percentual de idosos com
idade igual sou superior a 65 anos entre todas as AED’s (17,25%);
- A AED Centro 1 foi a que apresentou uma concentração média de pessoas entre
todas as faixas etárias selecionadas.
31
Gráfico 6 - Percentual de pessoas, por faixa etária, distribuídos por AED no
município de Sarandi – 2000
40,00
35,00
30,00
25,00
20,00
15,00
0 a 5 anos 6 a 14 anos 15 a 18 anos 19 a 40 anos 41 a 64 anos 65 anos ou mais
Faixa etária
AED AED Tipo População
0_5 6_14 15_18 19_40 41_64 65_ou+
4126256001001 Sarandi - Sarandi Centro 01 4 18499 2064 3164 1449 7127 3775 919
4126256001002 Sarandi - Sarandi Centro 02 5 19647 2059 2917 1614 7198 4684 1175
4126256001003 Sarandi - Sarandi N. Independência 6 15864 2110 3009 1272 6150 2746 577
4126256001004 Sarandi - Sarandi Linha do trem 6 17412 2423 3378 1328 6763 2963 557
Total 71422 8656 12468 5664 27237 14169 3228
Fonte: IBGE. Censo demográfico 2000. (Metrodata) - Observatório das Metrópoles Núcleo Região Metropolitana de Maringá
Faixa etária
AED AED Tipo População
0_5 6_14 15_18 19_40 41_64 65_ou+
4126256001001 Sarandi - Sarandi Centro 01 4 25,90 23,84 25,38 25,59 26,17 26,64 28,48
4126256001002 Sarandi - Sarandi Centro 02 5 27,51 23,79 23,40 28,50 26,43 33,06 36,39
4126256001003 Sarandi – Sarandi N. Independência 6 22,21 24,37 24,14 22,46 22,58 19,38 17,88
4126256001004 Sarandi - Sarandi Linha do trem 6 24,38 28,00 27,09 23,45 24,83 20,91 17,25
Total 100,00 12,12 17,46 7,93 38,14 19,84 4,52
Fonte: IBGE. Censo demográfico 2000. (Metrodata) - Observatório das Metrópoles Núcleo Região Metropolitana de Maringá
32
Em todos os municípios conurbados observou-se maior contingente de
mulheres em relação ao percentual de homens na população total em 20007. Maringá foi
onde se percebeu maior disparidade, 52,01% de mulheres para 47,99% de homens (uma
diferença de 4,02 pontos percentuais), seguido por Sarandi e Paiçandu, com 50,2% de
mulheres para 49,8% de homens (1,4 pontos percentuais de diferença que, no caso de
Sarandi, representa quase 1000 pessoas do sexo feminino a mais) – Gráfico 7 e Tabela 7.
52,01
52,00
51,00
50,21 50,22
50,00 49,79 49,78
49,00
47,99
48,00
47,00
46,00
45,00
Maringá Sarandi Paiçandu
Feminino Masculino
7
Não foram produzidos dados mais atuais sobre gênero pelo IBGE
33
Tabela 7 – População por gênero nos municípios de Maringá, Paiçandu e Sarandí –
2000.
População %População
População %População
População total total
Município total feminina, total feminina,
total, 2000 masculina, masculina,
2000 2000
2000 2000
Maringá (PR) 288653 150139 52,01 138514 47,99
Paiçandu (PR) 30764 15447 50,21 15317 49,79
Sarandi (PR) 71422 35865 50,22 35557 49,78
Fonte : Sistema Nacional de Indicadores Urbanos - SNIU - IBGE (Metrodata)
Organização : Observatório das Metrópoles - Núcleo RMM
34
Gráfico 8 - População por situação de domicílio nos municípios de Maringá, Sarandi
e Paiçandu - 2000
98,38 96,29 97,30
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10 3,71 2,70
1,62
0
Maringá Paiçandu Sarandi
Rural Urbano
Sarandi contava com 21.200 famílias no ano 2000, indicando uma média de 3,37
pessoas por núcleo familiar no município. Considerando que tanto a AED Centro 1, com
5.534 famílias, como a Centro 2, com 6.060, a média de pessoas por família estava
abaixo da média municipal (3,34 e 3,24 pessoas por lar, consecutivamente). Já nas AED’s
Nova Independência, que demonstrou abrigar 4.607 famílias em seu território, e Linha do
Trem, com 5000, a média de membros por núcleo familiar foi superior à média municipal,
com 3,44 e 3,48 integrantes, consecutivamente.
35
Gráfico 9 – Média de pessoas por família por AED no município de Sarandi -
2000
Total 3,37
N. Independência 3,44
Centro 2 3,24
Centro 1 3,34
8
Expressão utilizada pelo IBGE para identificar mulheres que já tiveram filhos, segundo o Dicionário do
Censo Demográfico 2000
36
Na AED Nova Independência foi onde se concentrava maior parcela de
adolescentes com experiência reprodutiva, 12,79%, que é mais que o dobro do percentual
apresentado pela AED Centro 2 no mesmo período, como visto acima. Um olhar mais
apurado sobre este dado, relacionando-o ao total de adolescentes entre 10 e 19 anos,
que é o menor entre as AED’s do município – apenas 1567 mulheres nesta faixa etária
para 200 filhos nascidos vivos de mulheres com esta idade no período. Na AED Linha do
Trem o percentual de adolescentes com experiência reprodutiva foi de 8%, com 145 filhos
para um total de 1817 adolescentes.
Tabela 11 – Total de mulheres com idade entre 10 e 19, número de filhos nascidos
vivos e proporção de adolescentes com experiência do município de Sarandi - 2000
37
da representação destes números para a realidade da área, por isso optou-se por analisar
dados relativos, não apenas os absolutos.
Total de famílias
Tota de
AED AED Tipo Com 7
famílias com 4 ou
membros ou
mais filhos
mais
4126256001001 Centro 1 4 5534 194 50
4126256001002 Centro 2 5 6060 216 107
4126256001003 N. Independência 6 4607 190 135
4126256001004 Linha do Trem 6 5000 309 97
Total 21200 910 388
Fonte: IBGE. Censo demográfico 2000. (Metrodata) - Observatório das Metrópoles Núcleo RMM
Total de famílias
Tota de
AED AED Tipo Com 7
famílias com 4 ou
membros ou
mais filhos
mais
4126256001001 Centro 1 4 26,10 3,51 0,90
4126256001002 Centro 2 5 28,58 3,57 1,76
4126256001003 N. Independência 6 21,73 4,12 2,93
4126256001004 Linha do Trem 6 23,58 6,18 1,93
Total 100,00 4,29 1,83
Fonte: IBGE. Censo demográfico 2000. (Metrodata) - Observatório das Metrópoles Núcleo RMM
9
Sistem Nacional de Indicadores Urbanos (SNIU) 2000
38
adicionada entre os três maiores setores da economia. Na indústria esta parcela foi de
24,04% e, como principal setor que agregou na constituição do produto interno bruto de
Sarandi, o setor de serviços, foi responsável por 73,44% do valor agregado pelos três
setores (Tabela 14).
10
Como Anda a Região Metropolitana de Maringá, in www.cch.uem.br /observatorio
39
Gráfico 10 – Incremento do PIB entre os anos de 2002, 2003, 2004 e 2005 nos
municípios conurbados da Região Metropolitana de Maringá.
35,00
29,47
30,00 25,82
25,00 22,03
20,00 17,58
13,94 13,93
15,00 11,39
10,00 7,95 7,61
5,00
0,00
2002-2003 2003-2004 2004-2005
Maringá 25,82 11,39 7,95
Sarandi 22,03 17,58 7,61
Paiçandu 29,47 13,94 13,93
Observando os dados de renda per capita (Gráfico 11 e Tabela 16) dos anos de
1991 e 2000 para os municípios conurbados, Maringá se destaca dos demais,
apresentando sempre mais que o dobro destes.
40
Gráfico 11 – Renda per capita nos municípios conurbados da Região Metropolitana
de Maringá – 1991 - 2000
500
465,37
450
400
350 327,08
300
250
144,66
150 134,37
100
50
0
Maringá Paiçandu Sarandi
Renda per Capita , 1991 Renda per Capita , 2000
41
Isso pode não significar a diminuição de pessoas que dependiam em mais de 50%
de repasses governamentais para sua subsistência em Sarandi ou o aumento destas nos
outros dois municípios, mas provavelmente da implementação de políticas de distribuição
de renda, tais como o Bolsa Família, efetivado pelo Governo Federal.
9 8,65
8,38
8 7,75
5 4,58
4,06
4
3,3
3
0
% de pessoas com mais de 50% da renda provenientes de % de pessoas com mais de 50% da renda provenientes de
transferências governamentais, 1991 transferências governamentais, 2000
Maringá Paiçandu Sarandi
42
disposta a trabalhar por baixos salários para tentar enfrentar a forte onda de desemprego
e, principalmente, segregação habitacional (IDEM). Considerados estes pontos,
passamos aos dados.
Se, de um lado, é possível afirmar que os dados primários reafirmam aquilo que já
é claro a boa parte da população da região, informações mais específicas de emprego e
desemprego já não podem dizer a mesma coisa.
43
primários, nada melhor que contrastar esta informação com o tipo de ocupação que mais
ocupou no município e a remuneração média por ocupação, exercício que faremos logo
adiante.
Resta, como já foi dito, observar dados de rendimento médio e tipo de ocupação
que concentra este contingente de admissões.
44
Tabela 18 - Admissões e demissões mensais nos municípios conurbados da RMM - 2007
45
Passando aos dados de evolução do emprego por setor de atividade econômica,
conforme Tabela 19, tomamos novamente a variação entre admissões e demissões como
parâmetro para a análise.
No caso da Construção Civil, setor que tem tomado espaço nos meios de
comunicação justamente pela falta de mão de obra qualificada neste segundo semestre
de 2008, demonstrou variação negativa em 2007 tanto em Maringá (-1,92%), como em
Paiçandu (-5,71%). Sarandi apresentou variação positiva (5,45%).
Começa aqui a tomar forma à distribuição dos ocupados por tipo de ocupação no
território conurbado da Região Metropolitana de Maringá, pelo menos no que diz respeito
à variação de emprego por setores da atividade econômica: de um lado, Maringá
apresenta melhores índices para Extração Mineral, Serviços Industriais de Utilidade
Pública e na Administração Pública, por outro, Paiçandu e Sarandi mostram-se
comedidos, indicando variações pouco significativas na maioria dos setores, exceto nas
ocupações da Indústria da transformação no caso e Paiçandu.
46
Tabela 19 – Evolução do emprego por setor de atividade econômica nos municípios conurbados da RMM - 2007
IND. TRANSFORMACAO 13.042 12.493 549 2,46 1.440 836 604 57,63 1.730 1.415 315 10,78
COMERCIO 16.628 15.541 1.087 4,20 369 289 80 16,81 984 834 150 8,99
SERVICOS 17.989 15.500 2.489 7,12 156 110 46 10,57 566 515 51 3,82
TOTAL 53.467 48.836 4.631 5,26 2.075 1.333 742 35,45 3.429 2.899 530 8,47
FONTE: MTE-CADASTRO GERAL DE EMPREGADOS E DESEMPREGADOS-LEI 4923/65
ORGANIZAÇÃO: Observatorio das Metropoles
47
Da remuneração média de empregos formais nos setores da atividade econômica
em dezembro de 2006, destaca-se em Maringá a administração pública, com 1467,16
reais em média, Em Paiçandu este valor é de 833,15 reais, e em Sarandi de 858,26 reais.
No caso de Paiçandu, a maior remuneração média se dava no setor de Serviços, de
928,97 reais, sendo que em Maringá a remuneração média no setor de serviços era de
1151,33 reais, já Sarandi tinha remuneração média de 792,54 reais.
Extrativa Mineral 0 0 0
Indústria de Transformação 676,38 520,62 602,45
Serviços Industriais de Utilidade Pública 0 0 0
Construção Civil 679,95 427,78 667,94
Comércio 641,4 528,13 591,54
Serviços 1097,15 826,31 982,97
Administração Pública 941,64 793,41 833,15
Agropecuária 567,91 534,14 567,33
11
Paiçandu não apresentou valores neste indicador.
Tabela 22 – Remuneração média de empregos formais em 31 de Dezembro de 2006 -
Sarandi
Indicadores Masculino Feminino Total
Extrativa Mineral 0 0 0
Indústria de Transformação 797,42 543,23 721,62
Serviços Industriais de Utilidade Pública 882,27 811,37 873,08
Construção Civil 595,44 1435,2 611,8
Comércio 781,38 587,24 703,01
Serviços 941,49 637,19 792,54
Administração Pública 887,42 846,4 858,26
Agropecuária 512,04 440,79 505,73
Fonte: RAIS/2006 - MTE
Org: Observatório das Metropoles
Entre todos os salários médios das ocupações com maiores estoques nos três
municípios, a pior média foi encontrada entre as costureiras de confecção em série em
49
Sarandi, de 488,77 reais, porém, das cinco ocupações com maiores estoques de
Paiçandu, apenas uma não se encontra com médias salariais entre 504 e 562 reais.
50
3.5. ORGANIZAÇÕES SOCIAIS DE SARANDI
A organização das camadas populares na luta por uma moradia digna compõe com
vigor o cenário dos movimentos sociais brasileiro. São inúmeras as entidades organizadas
de caráter nacional como União Nacional por Moradia Popular, Movimento Nacional de Luta
por Moradia e outras.
51
Esquema Metodológico da elaboração dos mapas.
52
Maringá, por meio de projetos, conseguiu que se construísse sobre um rio uma travessia
para a cidade. Para isso, foi necessária a aprovação da Marinha, segundo o presidente da
associação.
12. Associação de Bairro do Jardim Esperança. 26. Associação de Moradores do Jardim Paulista
53
projetos na área social. Um eles teve destaque regional pela Rede Globo de Televisão, pois
neste, a associação implantou um curso de informática gratuito que além de atender ao
bairro, recebia pessoas de toda a cidade. Alguns alunos já haviam conseguido emprego com
a qualificação recebida. Desenvolveu também programas de alfabetização para idosos.
54
A Associação de Moradores e Amigos do Parque Alvamar II e Jardim Tropical se
destaca pelo encaminhamento de diversos projetos, dentre os quais, concretizou-se a
construção de um salão comunitário, além disso, mantém projetos sociais na área da
educação e do esporte. Os projetos sociais têm grande presença nas associações de
Sarandi. A Associação de Moradores e Amigos do Novo Independência 1º parte conta com
aulas gratuitas de capoeira. Através da associação, foi feito um campo de malha. Outra
associação que, por meio de projetos e reivindicações, asfaltou e fez o cascalhamento de
algumas de suas ruas foi a Associação de Bairro do Jardim Esperança.
55
Municipal de Habitação, criado pela lei Municipal no. 1089/2003. O Conselho tem se reunido
mensalmente e a atividade principal, no momento, é o acompanhamento das obras do PAC
(Programa de Aceleração do Crescimento) – com recursos federais destinadas a Sarandi
para a construção de 56 moradias e das obras do Jardim Alvamar, com 23 moradias
financiadas com recursos federais também. O Conselho selecionou as famílias a serem
beneficiadas por meio de cadastro e de visitas.
Após a conclusão do conjunto, as unidades eram repassadas aos mutuários por meio
de assembléia e sorteio. Após esta etapa, a cooperativa se retirava do empreendimento
quando eram assinados todos os contratos definitivos entre mutuário e agente financeiro,
finalizando a sua responsabilidade.
56
foi destinado à população de classe media/alta e teve como mutuante o Banco Nacional da
Habitação (BNH).
12
Os Conjuntos Vale Azul, Vale Azul I e Vale Azul II tiveram os nomes alterados para Conjunto Res. Floresta
através da lei de nº554/93, dois anos após sua inauguração. No ano de 2006, a lei nº1342/2006 determinou que
ele voltasse ao nome inicial.
13
Só perdem em qualidade para o conjunto Mutirão, construído através do sistema de mutirão habitacional, que
será descrito a seguir.
57
Fig. 4 - Foto de uma casa no Cj. Triângulo que Fig. 5 - Planta e Vista frontal da casa padrão do
sofreu modificações: a porta saiu da fachada e a Cj.Triângulo.
lateral foi aumentada.
Fonte: Prefeitura Municipal de Sarandi.
Fonte: Observatório das Metrópoles-Núcleo
RMM, 2008
58
Fig. 6 - Planta e elevação da casa padrão do Cj. Res. Fig. 7 - Foto de uma casa no Cj. Vale Azul
Vale Azul Fonte: Observatório das Metrópoles – Núcleo
Fonte: Prefeitura Municipal de Sarandi. RMM, 2008
59
Os primeiros conjuntos habitacionais feitos pela COHAPAR em Sarandi datam de
1986. São eles os Conjuntos Osvaldo Gehal e Sarandi, localizados no Jardim
Independência, com 40 unidades habitacionais cada um. O bairro, por ser um dos mais
antigos da cidade (aprovado em 1974) provavelmente já estivesse bem estruturado na
época, o que talvez mostre uma certa preocupação do poder público na escola do local. As
metragens das casas variam entre 47,19m² e 32,40m² e estão implantadas em lotes de
272,56m² a 325,00m² e tiveram como mutuante o Banco Nacional da Habitação (BNH). Em
1990, a COHAPAR construiu o conjunto Residencial Sarandi I, localizado no bairro com o
mesmo nome, que possui 176 casas em alvenaria com área de 28,96m². Já nesse caso,
além da metragem da casa ser inferior aos conjuntos descritos, a localização periférica
deixou a desejar.
Entre 1993 e 1997 foram construídas 414 unidades em parceria com a COHAPAR
marcando o último período em que houve uma quantidade expressiva de unidades
construídas no município. De 1993 é o Conjunto Res. Casa da Família atendido pelo
programa que leva o mesmo nome e localizado no bairro Jd. Independência 3ª parte. São
60
196 unidades de 48,30m2, lotes que variam de 262,50 m² até 476,72 m², ruas de 12 e 15
metros de largura. Já em 1997, com a COHAPAR, foram construídos os Conjuntos Ricardo
Romaneli e Acalanto, ambos no bairro Jardim Social, num total de 168 e 50 unidades,
respectivamente, de 42,70m2.
61
Econômica Federal. O tempo médio para construção é de 120 dias e, com a obra pronta, as
famílias se mudam imediatamente, sem a espera da inauguração ou qualquer providência
burocrática.
Foi através desse programa que, em 2003, três Conjuntos foram construídos:
Acalanto I, II e II. O primeiro, também conhecido como “Morada do Sol”, está localizado no
Jardim Monterrey e possui 58 casas de 28,98m2 para onde foram transferidos os moradores
da antiga “Favela do Hélio”. O Conjunto Res. Acalanto II tem 41 unidades de 28,83m2
localizadas no Parque Res. Santana e o Conjunto Res. Acalanto III tem 19 unidades de
40,00m2 construídas no Jardim Bom Pastor.
Fig. 10 - Casa no Cj. Acalanto II Fig. 11 - Casa no Cj. Acalanto I ou Morada do Sol
Fonte: Observatório das Metrópoles-Núcleo RMM, Fonte: Observatório das Metrópoles-Núcleo RMM,
2008. 2008.
14
As informações acerca do Conjunto Mutirão são escassas a ponto de não constar na lista dos
Conjuntos Habitacionais existentes no município apresentada pelo Departamento de Habitação da
Prefeitura de Sarandi. Uma matéria na revista chamada SARANDI, Cidade progresso do Paraná,
editada em 1983 pela Prefeitura do municípioi, afirma que naquele ano as casas do projeto Mutirão
seriam inauguradas, no entanto não foi possível ter a confirmação.
15
Revista SARANDI, Cidade progresso do Paraná, 1983. Página 29.
63
Fig. 14 - Vista da viela do Cj. Mutirão Fig. 15 - Espaço onde foram demolidas 3 casas no Cj.
Fonte: Observatório das Metrópoles - 2008 Mutirão
Fonte: Observatório das Metrópoles
A implantação (Figura 15) mostra as vielas de 6 metros de largura sem asfalto e sem
esgotamento sanitário para onde as casas são voltadas. É comum ver encanamento vindo
das residências despejando esgoto na rua.
64
Fig. 17 - Casa em construção do Conjunto Alvamar
Fonte: Observatório das Metrópoles - 2008
65
Fig. 18 - Folder de divulgação do Programa Casa Fácil na gestão
2005-2008
Fonte: Prefeitura Municipal de Sarandi.
66
Dos dados de 2007 e 2008 (incompleto) foi possível constatar que os projetos mais
procurados são aqueles com 48,00 m2 e 69,96 m2 e, em segundo lugar, os projetos com
40,00 m2. A maioria dos projetos estão localizadas nos bairros Jardim Novo Bertioga (24) e
Parque Residencial Nova Aliança (13) no Jardim Monterrey (8), Parque Residencial Bom
Pastor (7) e Jardim Nova Independência 2a Parte (6), que são bairros com características
similares de localização periférica, carência em infra-estrutura e deficiência em
equipamentos públicos, fazendo com que os terrenos apresentem baixo custo. As figuras 18
e 19, exemplificam projetos padrões do “catálogo” existente na Secretaria de Urbanismo.
2 2
Fig. 19 - Planta de 69,96 m do programa Casa Fácil Fig. 20 - Planta de 48,00 m do programa Casa
Fonte: Prefeitura Municipal de Sarandi Fácil
Fonte: Prefeitura Municipal de Sarandi
67
4. CONDIÇÕES INSTITUCIONAIS E ADMINISTRATIVAS
Entretanto, para que a política habitacional seja eficiente é preciso que as leis
estejam articuladas e que os agentes produtores do espaço urbano – população, poder
público, poder privado – atuem na elaboração, aplicação e cumprimento dessa legislação.
A análise das leis urbanísticas de Sarandi se dá a partir das leis vigentes do Plano
Diretor de 1992, Lei de Uso e Ocupação do Solo Urbano, Lei de Parcelamento do Solo e Lei
de Obras e Edificações. Além dessas leis, são analisadas algumas leis do Anteprojeto de Lei
do Plano Diretor que está ainda em fase de elaboração e aprovação, e a Lei N° 1089/2003
que institui o Conselho Municipal de Habitação.
68
4.1.1. Lei de Uso e Ocupação do Solo Urbano, de 1992
Além das zonas, são estabelecidos eixos de comércio e serviços. No artigo 7, são
apresentados os Eixo de Comércio e Serviços 1, Eixo de Comércio e Serviços 2 e Eixo de
Comércio e Serviços 3. Os três eixos são de uso misto diferenciando-se apenas em alguns
aspectos como o tipo de comércio ou prestação de serviços disponíveis.
Para todas as zonas e eixos estão definidos requisitos urbanísticos para ocupação do
solo urbano, como dimensões mínimas dos lotes, coeficiente de aproveitamento, taxa de
ocupação máxima e recuos mínimos. A menor área de lote permitida encontra-se na Zona
Residencial 1, sendo de 250,00 m² e testada de 10 m.
O artigo 12 da presente lei trata do imóvel urbano não edificado, subutilizado ou não
utilizado localizado nas áreas de ocupação urbana prioritária, serão aplicados instrumentos
69
constantes no art. 182, § 4°, da Constituição Federal de acordo com o art. 13 da Lei do Plano
Diretor Integrado de Desenvolvimento de 1992. Os instrumentos aplicáveis constantes do
Plano Diretor são parcelamento compulsório, edificação compulsória, desapropriação,
tombamento, permuta de imóveis públicos por imóveis particulares, concessão do direito real
de uso de imóveis integrantes do patrimônio público, IPTU progressivo no tempo, entre
outros. A aplicação desses instrumentos visa impulsionar a ocupação dos vazios urbanos e a
manutenção do ambiente construído, garantindo assim a função social do solo urbano.
70
Já no Cap. III, tem-se os procedimentos para aprovação de projetos e obras. No que
se refere à aprovação de projetos arquitetônicos, deverá ser apresentado à Prefeitura quatro
vias do projeto arquitetônico, contendo elementos como planta de situação do lote e
localização da edificação no lote na escala mínima de 1:500, planta baixa de cada pavimento
na escala mínima de 1:50, cortes transversais e longitudinais na escala 1:50, planta de
cobertura na escala 1:200 e elevações ou fachadas voltadas para a via pública na escala de
1:50.
A seção III do mesmo capítulo trata das instalações hidráulicas onde se especifica
que para edificações com área total de 60 m² serão permitidos reservatórios com capacidade
de 500 l (quinhentos litros) e para casas populares admite-se reservatórios com capacidade
mínima de 250 l (duzentos e cinqüenta litros).
O art. 24 diz que o alvará de licença para construção terá validade de 1 ano.
Podendo ser revalidado, desde que a obra tenha sido iniciada. Na seqüência do processo, o
art. 27 trata da expedição do Habite-se, onde fica designado que uma vez concluída a obra,
resultante do projeto aprovado e da licença para construção, deverá ser requerido o habite-
se ao órgão municipal responsável.
No Cap. VI, art. 99, da mesma lei, diz que será considerada como de interesse social
a residência unifamiliar com o máximo de 60 m² de área construída, segundo projeto
elaborado por órgão competente do Poder Público Municipal. O artigo 100 se refere ao
projeto e a construção da habitação de interesse social e especifica que os processos desta
natureza terão tramitação prioritária, além de assistência técnica, jurídica e administrativa
gratuita da Prefeitura, para elaboração do projeto, orientação da execução da obra entre
outras facilidades para construção da habitação.
71
Não há mais especificações sobre edificações para a população de baixa renda nem
quanto às dimensões dos compartimentos que distinga a habitação popular de qualquer
outra habitação unifamiliar.
O art. 25 diz que o acesso à moradia deverá ser assegurado aos beneficiários do
FMH, garantindo o atendimento prioritário às famílias de mais baixa renda e adotando
políticas de subsídios implementadas com recursos do Fundo.
72
4.1.5. Anteprojeto de Lei do Plano Diretor de Sarandi, de 2007
Ainda a mesma Seção, traz o art. 137, que diz que o Município promoverá o acesso à
moradia para a população de baixa renda através de programas de construção de moradias
populares, regularização, urbanização e titulação de áreas ocupadas por população de baixa
renda bem como promover o acesso a lotes urbanizados, com infra-estrutura básica como
esgoto, coleta de lixo, energia elétrica, pavimentação e equipamentos de educação, saúde e
lazer.
73
preferência para aquisição de imóvel urbano objeto de alienação onerosa entre particulares.
Segundo essa lei, o território do Município de Sarandi fica dividido em Solo não
urbanizável, Solo urbano e Solo urbanizável. O cap. II, art. 4, traz as definições desses solos,
sendo eles:
Solo não urbanizável é aquele destinado a fins vinculados com a utilização racional
dos recursos naturais e a proteção do meio ambiente, e, portanto preservado do processo de
ocupação urbana;
Solo urbanizável se caracteriza por estar destinado pelo Plano para ser suporte do
74
crescimento urbano previsto.
O cap. IV, art. 35, diz que no Solo Urbano de Interesse Social I (SU-IS/1) o lote
mínimo será de 250,00 m2 e para os lotes de esquina a área mínima será de 325,00 m2;
frente mínima de 10,00 m, devendo os lotes de esquina ter no mínimo 13,00 m; coeficiente
de aproveitamento 1; taxa de ocupação de 70% da área livre do lote; recuo de frente de no
mínimo 3,00 m (três metros); recuos laterais mínimos de 1,50 m quando houver aberturas
para iluminação e/ou ventilação, se não existir aberturas a edificação poderá avançar até o
as divisas do lote; recuo de fundo mínimo de 3,00 m e gabarito de altura para 1 pavimento.
No cap. V, do Parcelamento do solo para fins urbanos, no art. 60, especifica que nos
casos de loteamentos de interesse social localizados nas Áreas Especiais de Interesse
Social I, e nos casos de urbanização específica de favelas, a Prefeitura do Município poderá
admitir lotes com dimensões inferiores às estabelecidas no inciso I do artigo 35 desta Lei, e
ainda, lotes com frente para via pública exclusiva de pedestre.
No art. 79, que diz respeito aos Loteamentos, no que se refere ao Solo urbano de
Interesse Social I e II (SU-IS/1 e SU-IS/2), a dimensão mínima das áreas destinadas ao uso
publico será de 35% da área da gleba a ser loteada, observando-se que no mínimo 5% será
para a área institucional e mínimo de 5% (cinco por cento) para a área verde.
O art. 83, das obras de infra-estrutura urbana, traz que os loteamentos destinados à
construção de conjuntos habitacionais, executados através da Companhia de Habitação do
Paraná - COHAPAR ou Caixa Econômica Federal e com recursos do Sistema Financeiro da
Habitação - SFH, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS ou Governo do Estado
do Paraná ou outros órgãos públicos que possuam a mesma finalidade, ficarão isentos da
caução de 10% superior ao necessário para conclusão integral das obras de pavimentação,
de abastecimento de água potável, entre outras atribuições.
75
Nos arts. 84, 85 e 86, que tratam do parcelamento do solo em Áreas Especiais de
Interesse Social. Poderá ocorrer loteamento de interesse social destinado a população de
baixa renda, no Solo urbano de Interesse Social I e II (SU-IS/1 e SU-IS/2), desde que fique
caracterizado o interesse público e que esteja vinculado a planos e programas habitacionais
de iniciativa da Prefeitura do Município ou entidade autorizada por lei, ficando sua aprovação
subordinada à apreciação prévia do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano. Neste
caso, o Conselho poderá vincular a aprovação do projeto de loteamento à construção das
moradias, sendo que neste caso, será permitida a quota mínima de 60,00 m2 de terreno por
unidade residencial unifamiliar; ou ainda, autorizar a implantação de vias públicas com
largura inferior às exigidas nesta Lei, desde que obedecidas as diretrizes viárias fixadas pelo
Poder Executivo Municipal; admitir lotes com área inferior à área mínima estabelecida nesta
Lei.
A Seção III, do desdobro e reagrupamento de lotes, traz que isso só será possível
para lotes com frente para via publica oficial e que os lotes resultantes respeitem as
dimensões mínimas do tipo do solo a que pertencem.
A Seção V, art. 296, traz a definição do que é habitação de interesse social, sendo
esta a unidade residencial destinada à moradia própria cujo acabamento não ultrapassar o
equivalente do padrão normal da ABNT, INSS, CREA ou Convênios, e cuja área construída
não ultrapasse 70,00 m2, integrando conjunto habitacional, construído por entidades
públicas de administração direta ou indireta.
Além dessa definição, o §1º, do art. 296, diz que pode ser também considerada de
interesse social a habitação isolada, com o máximo de 70,00 m², construída sob a
responsabilidade do proprietário segundo projetos tipos elaborados pelo Poder Público
Municipal. Segundo o §2º, poderão ser consideradas habitações de interesse social aquelas
construídas ou financiadas por outras entidades.
O art. 298 trata de alguns requisitos mínimos que devem se observados quando da
construção de casas populares, como pé-direito mínimo de 2,60 m em todos os
compartimentos de permanência prolongada; área mínima de 8,00 m² e a dimensão mínima
de 2,60 m para sala e dormitórios, os demais poderão ter dimensões menores com o
mínimo de 6,00 m²; área mínima de 4,00 m² e dimensão mínima de 1,80 m para a cozinha;
área mínima de 2,00 m² e dimensão mínima de 1,35 m para compartimento sanitário; e
dimensão mínima de 1,20 m para área de serviço.
Na seqüência, o art. 299 traz que toda moradia econômica deverá dispor, no mínimo,
de sala, quarto, cozinha, banheiro e área de serviço e, no art. 302, diz que é obrigatória a
ligação do prédio às redes urbanas de água e esgoto.
A Lei 527/93 trata do ITBI (Imposto sobre a Transmissão “Inter vivos” de Bens
Imóveis). Segundo a constituição da referida lei fica definido desconto de 50% para a
efetivação da primeira escritura do imóvel. Esse desconto estende-se a toda pessoa física,
não sendo feita qualquer distinção ou exigência para a obtenção do desconto, não é
necessária qualquer comprovação de renda bem como o solicitante pode ainda ter outros
77
imóveis. Com essa lei, busca-se incentivar um maior grau de formalização da posse, assim
como tornar jurídica a posse do proprietário.
78
PARTE 02 – PERFIL HABITACIONAL DE SARANDI
79
5. NECESSIDADES HABITACIONAIS
A habitação faz parte das necessidades básicas dos indivíduos, é um bem indivisível,
está profundamente ligado à qualidade de vida e a reprodução física e social dos ciadões.
Trata-se de um componente fundamental para que as pessoas tenham segurança e
tranqüilidade. Ela deve ser encarada como um direito, numa perspectiva que vai além de um
simples abrigo inserido num contexto urbano ou rural, ou seja, deve ter a garantia de infra-
estrutura, serviços públicos, equipamentos sociais, abastecimento, acessibilidade e
mobilidade.
80
• Inadequação ou Déficit Qualitativo – a necessidade de melhoria de unidades
habitacionais que apresentem certo tipo de carências, entre as quais identificam-se a
carência de infra-estrutura, o adensamento excessivo e a inadequação fundiária.
• Demanda Demográfica – a necessidade de construção de novas unidades para
atender às famílias que venham a se formar no futuro e precisem de mais moradias,
como função do crescimento populacional e também em função das mudanças nos
arranjos familiares;
c) Famílias conviventes – mais de uma família composta por pelo menos duas pessoas
(famílias conviventes secundárias) residindo no mesmo domicílio da família
considerada “principal”.
d) Famílias com ônus excessivo com aluguel – Famílias com renda de até três
salários mínimos mensais, que comprometem 30% ou mais de sua renda com o
pagamento de aluguel;
e) Famílias que moram em residências cedidas – Famílias com renda de até três
salários mínimos mensais, que residem em domicílios cedidos por empregador,
familiares ou outro.
82
a) Densidade excessiva - corresponde a domicílios com mais de dois moradores por
cômodo servindo de dormitório (o que inclui quartos e salas), excluindo-se as famílias
conviventes, já consideradas para cálculo do déficit quantitativo;
b) Inadequação fundiária urbana – corresponde a famílias que declaram ser
proprietárias da edificação, mas não do terreno em que residem, correspondendo a
situações de ocupação de terras;
c) Deficiência de serviços de infra-estrutura básica – domicílios sem acesso a um ou
mais dos seguintes serviços: energia elétrica; abastecimento de água por rede com
canalização interna; esgotamento sanitário por fossa séptica ou por rede, coleta de
lixo direta ou indireta. Este componente foi dividido em carência e deficiência, que
considera a ausência do serviço ou a necessidade de adequação do serviço utilizado.
d) Inexistência de unidade sanitária domiciliar interna – corresponde a famílias que
não dispõem de acesso a sanitários ou banheiros no interior de suas moradias.
83
5.2. DÉFICIT HABITACIONAL DE SARANDI
84
Gráfico 13– Domicílios Particulares Permanentes, por tipo de posse, Sarandi, 2008
9% 1%
Gráfico 14 – Renda Familiar das famílias que residem em domicílios próprios. Sarandi, 2000
4% 8% Sem renda
28%
16% Mais de 0 até 1
Mais de 1 até 2
Mais de 2 até 3
Mais de 3 até 5
15%
29% Mais de 5
85
Gráfico 15– Renda Familiar das famílias que residem em domicílios alugados. Sarandi, 2000
5% 4% Sem renda
25%
17% Mais de 0 até 1
Mais de 1 até 2
Mais de 2 até 3
Mais de 3 até 5
19%
30% Mais de 5
Gráfico 16 – Renda Familiar das famílias que residem em domicílios cedidos. Sarandi,
2000
A segurança jurídica da posse foi definida pelo Comitê das Nações Unidas de
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais16 como um dos aspectos mais relevantes em
relação ao direito à moradia adequada, ao garantir proteção legal contra despejos
forçados, expropriação, deslocamento e outros tipos de ameaças.
16
Comentário Geral nº 4
86
a) domicílio cedido por empregador17;
c) outra condição19.
Gráfico 17 – Caracterização dos domicílios cedidos. Sarandi, 2000
6% 18%
Outra condição
76%
Nesta situação a posse não deve ser o objeto de discussão já que não se trata de
uma invasão, mas de uma situação transitória que deverá ser solucionada por ações do
poder público caso a família nesta condição seja de baixa renda.
17
Domicílio cedido por empregador (particular ou público) de qualquer um dos moradores, ainda que
mediante uma taxa de ocupação ou conservação (condomínio, gás, luz etc.), inclusive o caso do
domicílio cujo aluguel é pago diretamente pelo empregador de um dos moradores do domicílio.
18
Domicílio cedido gratuitamente por pessoa que não seja moradora ou por instituição que não seja
empregadora de algum dos moradores, ainda que mediante uma taxa de ocupação (impostos,
condomínios etc.) ou de conservação, incluindo-se o domicílio cujo aluguel é pago, direta ou
indiretamente, por pessoa que não seja sua moradora ou por instituição que não seja empregadora de
algum morador.
19
Domicílio ocupado de forma diferente das anteriormente relacionadas, incluindo-se o domicílio cujo
aluguel, pago por morador, referir-se à unidade domiciliar em conjunto com unidade não-residencial
(oficina, loja, etc.) ou quando a família residir em estabelecimento agropecuário arrendado ou, ainda,
os casos de domicílios ocupados por invasão.
87
de renda familiar mensal das famílias que residem em domicílios alugados ou cedidos
(Gráficos 21, 22 e 23). Estes dados demonstram uma maior porcentagem de famílias com
baixo rendimento mensal nos domicílios cedidos, comparado com os domicílios próprios ou
alugados.
Além da situação majoritária das famílias que residem em domicílios cedidos ser de
baixa renda, vemos uma tendência a sobreposição de outros indicadores de pobreza em
determinados setores censitários do município, como constante dos Mapa 14,15,16,20 e 21.
Essa caracterização se dá através dos dados do censo demográfico de 2000 do IBGE,
considerando os domicílios cedidos ou outra forma, o número de moradores por domicílio, a
porcentagem de responsáveis por domicílio analfabetos ou analfabetos funcionais e a
porcentagem de responsáveis com renda inferior a 3 salários mínimos mensais.
20
Setor censitário corresponde à unidade de coleta do Censo Demográfico, sendo definidos como um
agrupamento contíguo de aproximadamente 300 domicílios em uma determinada área do município
(Mapa 01).
88
Outros setores censitários que apresentam estas características são os setores
censitários 45, 34 e 50, que correspondem, respectivamente a parcelas dos bairros Jardim
Independência 1ª e 2ª Parte, Jardim Verão e Conjunto Residencial Floresta.
Cabe destacar ainda que outros setores censitários tem elevada porcentagem de
domicílios cedidos, mas não se encontram associados a porcentagens altas dos demais
indicadores deste estudo, embora ajudem a formar o déficit habitacional do município.
89
Tabela 30 – Famílias cadastradas no CadÚnico, por tipo de posse do imóvel, Sarandi,
2008
Condição de Posse
Domicílio por
Domicílio Domicílio condição de posse
Nome Bairro Alugados Cedidos Domicílios Próprios por Bairro
Parque Alvamar I e II 192 116 340 648
Jardim Tropical 12 7 19 38
Residencial Sao Jose I e II 21 12 34 67
Jardim Nova Independência I e II 37 36 79 152
Jardim Social 2 30 46 78
Jardim Universal 111 117 229 457
Parque Res Bom Pastor e Alphaville 55 51 171 277
Jardim Independencia III 35 21 43 99
Parque dos Pioneiros 6 8 12 26
Jardim Independencia I e II 757 545 1124 2426
Jardim Panorama 221 125 247 593
Jardim Novo Panorama 52 28 60 140
Jardim Ouro Parqueeto 8 5 10 23
Jardim Do Parque 1 0 2 3
Jardim Escala 12 24 31 67
Jardim Ouro Verde 2 0 1 3
Jardim Europa 12 11 8 31
Jardim Boa Vista 15 12 17 44
Jardim Belem 0 1 0 1
Sarandi Centro 118 71 98 287
Jardim Parqueimavera 26 22 30 78
Jardim Parqueimaverao 17 15 21 53
Jardim San Remo 2 1 3 6
Jardim Dom Bosco 16 15 15 46
Jardim Paulista 95 50 98 243
Jardim Nova Paulista 45 21 60 126
Jardim Ana Elisa 39 40 77 156
Jardim Verao 243 2 408 653
Jardim Das Flores I e II 25 18 29 72
Parque Residencial Novo Centro 0 2 4 6
Jardim Sao Jorge 1 4 11 16
Industrial 7 4 0 11
Parque Residencial Nova Aliança 47 24 62 133
Patrimonio Vera Cruz 2 10 7 19
Jardim Esperança I, II, III e IV 117 79 193 389
Jardim Imperial 10 13 31 54
Jardim Ibirapuera 8 15 25 48
Jardim Cometa 85 43 101 229
Jardim Higienopolis 3 2 6 11
Jardim Mercurio 13 10 21 44
Parque Residencial Jaqueline 10 4 30 44
Jardim Santa Tereza 11 12 40 63
Jardim Gralha Azul 51 31 90 172
Jardim Itamaraty 25 18 69 112
Parque Residencial Santana 36 22 52 110
Jardim Castelo 101 55 117 273
Parque Sao Pedro 75 50 167 292
Jardim California 26 20 52 98
Parque Residencial Bela Vista I e II 72 48 132 252
Jardim Esplanada 21 23 50 94
Jardim Ipanema 17 7 34 58
Sarandi I 16 10 37 63
Jardim Nova Sarandi I e II 4 2 6 12
Jardim Cruzeiro 14 6 20 40
Jardim Novo Bertioga 6 2 1 9
Conj Residencial FloResidencialta 87 54 178 319
Conj Residencial Triangulo 23 16 83 122
Jardim Monterey 27 27 69 123
Jardim Das Torres 28 16 52 96
Total 3120 2033 5052 10205
Fonte: Prefeitura Municipal de Sarandi – Secretaria de Assistência Social – CadÚnico,2008
90
Gráfico 18 – Famílias cadastradas no CadÚnico, por tipo de posse do imóvel
31%
49%
Domicílio Alugados
Domicílio Cedidos
Domicílios Próprios
20%
91
Tabela 31 – Domicílios Próprios por tipo de construção. Sarandi, 2008
Tipo de Construção – Domicílios próprios Nº Domicílios
Tijolo/ Alvenaria ou Adobe 4.661
Taipa revestida 9
Taipa não revestida 5
Madeira 363
Material aproveitado 4
Outro 10
TOTAL 5.052
Fonte: Prefeitura Municipal de Sarandi – Secretaria de Assistência Social - CadÚnico, 2008
21
Os dados disponíveis são oriundos do Sistema de Informação da Atenção Básica – SIAB e gerados
a partir do trabalho das equipes de Saúde da Família (ESF) e Agentes Comunitários de Saúde (ACS).
Os Agentes Comunitários de Saúde, através das visitas domiciliares, cadastraram as famílias,
identificam a situação de saneamento e moradia e fazem o acompanhamento mensal da situação de
saúde das famílias. Com base nessas informações e mais os procedimentos realizados pelas Equipes
de Saúde da Família na Unidade Básica de Saúde ou no domicílio, as Coordenações Municipais de
Atenção Básica mensalmente consideram os seus dados e os enviam para as Regionais de Saúde.
Na seqüência seguem para as Secretarias Estaduais, sempre fazendo as respectivas consolidações.
As bases estaduais são enviadas mensalmente para o Darasus, quando então é consolidada a base
nacional.
92
município de Sarandi. Na segunda coluna da Tabela 33 se dá a decomposição do déficit
habitacional pela metodologia da Fundação João Pinheiro, que não quantificou os domicílios
rústicos, domicílios cedidos e as famílias com renda de 3 a 5 salários mínimos que pagam
aluguel. Na terceira coluna, aplicando a metodologia da FJP na base de dados do IBGE, foi
possível detalhar os domicílios cedidos e alugados pelas duas faixas de renda de interesse,
complementando os dados da FJP. Na quarta coluna constam os dados do CadÚnico, que
possibilitaram quantificar os domicílios rústicos e atualizar as informações das famílias que
residem em domicílios cedidos ou em imóveis alugados. Na última coluna estão sintetizados
os dados por classe de renda.
3 a 5 s.m: 0 - - 3 a 5 s.m: 0
Total: 29 - - Total: 29
Famílias que pagam Até 3s.m: 1662 Até 3 s.m: 1662 Até 3s.m: 3120 Até 3s.m: 3120
Domicílios cedidos - Até 3 s.m: 1338 Até 3 s.m: 2033 Até 3 s.m: 2033
- 3 a 5 s.m: 410 - -
93
Para a estimativa dos domicílios improvisados foi utilizado dado do Censo 2000
tratado pela Fundação João Pinheiro, já que este indicador não é quantificado pelo
CadÚnico, apresentando no município 29 domicílios, todos entre as famílias que possuem
renda inferior a 3 salários mínimos mensais.
A inclusão dos domicílios rústicos foi possível apenas pelos dados do CadÚnico,
que faz levantamento do tipo de construção das famílias cadastradas, constante da Tabela
32. O outro item, composto por domicílios rústicos por depreciação do imóvel se refere às
unidades habitacionais do Conjunto Habitacional Jardim Social, também conhecido como
“Mutirão”.
94
Desta forma, no município foram contabilizados um déficit de 6.730 domicílios entre a
população com renda inferior a cinco salários mínimos, como apresentado em seqüência.
Gráfico 19– Componentes do déficit habitacional entre a população com renda de até 5
salários mínimos mensais. Sarandi, 2008
0%
0% Domicílios Improvisados
1%
3% Domicílios Rústicos
31%
Famílias que pagam
aluguem
Famílias em domicílios
cedidos
Famílias conviventes
65%
Cômodos alugados ou
cedidos
Fonte: Prefeitura Municipal de Sarandi - Secretaria de Assistência Social - CadÚnico 2008
Fundação João Pinheiro/ IBGE, 2000
95
Os domicílios improvisados e os cômodos cedidos ou alugados representam uma
porcentagem muito baixa em relação ao total do déficit habitacional. No município são 29
famílias, segundo censo 2000, que residiam em domicílios improvisados. Para este
indicador, não houve famílias com renda de 3 a 5 salários mínimos nestas condições.
96
Assim como as famílias que residem em domicílios alugados, as famílias que residem
em domicílios cedidos foram consideradas déficit habitacional, pois mesmo que se
caracterize como aluguel sem transação em dinheiro e portanto não há ônus excessivo,
foram considerados dois outros componentes, como a inexistência de segurança jurídica da
posse e as condições sócio-econômicas destas famílias. Em Sarandi, em domicílios cedidos
residem 2.033 famílias.
0 a 3 SM
3 a 5 SM
79%
Além da divisão do déficit por classe de renda familiar, é importante analisar como
está distribuído o déficit habitacional entre essas famílias que possuem renda de 3 salários
mínimos (Gráfico 27), considerando que estas famílias são prioritárias ao atendimento de
programas habitacionais e que determinados tipos de déficit indicam também prioridade de
atendimento.
97
Gráfico 21 – Componentes do déficit habitacional entre a população com renda de até
3 salários mínimos mensais. Sarandi, 2008
1%
2%
Domicílios Improvisados
39%
Domicílios Rústicos
O gráfico indica que entre a faixa de renda prioritária, 97% são famílias que residem
em imóvel alugado ou cedido, e 3% em condições críticas – domicílios improvisados e
rústicos.
Com base nos dados da FJP, é possível afirmar que em Sarandi há 860 domicílios
com adensamento excessivo, 501 com inadequação fundiária, 144 domicílios sem unidade
sanitária e 16.832 com deficiência de infra-estrutura, em que predomina a ausência de rede
de esgoto.
A inadequação fundiária, definida pelo IBGE, como os casos em que pelo menos um
dos moradores do domicílio declara a propriedade da moradia, mas afirma não possuir total
ou parcialmente o terreno em que aquela se localiza, estimada em 501 unidades, não condiz
com a realidade do município, se considerarmos que em 2008 são 16 domicílios construídos
em terrenos invadidos. Como o censo demográfico considera apenas as informações do
entrevistado, as famílias que responderam não ser proprietárias do terreno não a são porque
não registraram o imóvel em cartório e, prática comum, permanecem com o contrato de
98
compra e venda, ou responderam ser proprietária mesmo não tendo o registro do imóvel, e
desta forma teríamos um número maior de terrenos não registrados.
91%
Fonte: Fundação João Pinheiro/ IBGE, 2000
99
Esta metodologia, elaborada a partir das variáveis do censo de 2000 do IBGE,
considera como carência da infra-estrutura os casos seguintes:
100
Quanto ao abastecimento de água, considerado essencial, não há na área urbana do
município domicílios com carência, apenas na área rural, onde 62 domicílios possuíam
abastecimento de água diferente de rede geral ou poço, embora canalizado. Com deficiência
deste serviço, são 19 domicílios abastecidos por poço sem canalização, dentre os quais 6 na
área urbana e 13 na área rural.
Com relação a instalação sanitária, vemos uma grande carência em todo o município,
e 17.932 domicílios fazem o esgotamento sanitário em fossa rudimentar, dos quais 16.912
na área urbana. Quanto a deficiência desse setor se dá pelo despejo do esgoto doméstico
em vala negra ou em outro local diferente de rede geral ou fossa séptica.
101
com o mapeamento destas unidades e levantamento das condições sócio-econômicas
destas famílias, em parcerias com órgãos municipais ligados ao patrimônio histórico.
Em relação aos domicílios com baixa qualidade construtiva, tratados como rústicos
na consolidação do déficit (item 5.2.3), foram contabilizados apenas 9 unidades que
necessitam de reposição da moradia. Os resultados das entrevistas realizadas em diferentes
localidades da cidade mostram que os domicílios improvisados representam 2%,
confirmando os dados do DataSUS.
102
e) Domicílio inacabado: a obra foi suspensa por tempo indeterminado22;
De modo complementar aos dados do IBGE, a pesquisa feita em 2007 pelo Centro
de Estudos da Metrópole - “Assentamentos Precários no Brasil Urbano” - apresenta dados
22
A diferença entre o imóvel em construção e a edificação inacabada é dada pelo entendimento de
que, no segundo caso, a família proprietária suspendeu por tempo indeterminado a sua conclusão
por não ter condições financeiras pra continuar a obra, e por isso não oferece condições adequadas
de habitabilidade.
103
mais abrangentes. Este estudo considera como assentamentos precários aqueles que se
aproximam aos aglomerados subnormais, mas que estão localizados em setores comuns.
Em outras palavras, bairros que anteriormente não eram considerados precários, e
pequenas ocupações irregulares, passaram a fazer parte dessas estatísticas em função de
suas características socioeconômicas, demográficas e habitacionais que muito se
assemelham ao padrão de ocupação de favelas, por exemplo. Foram considerados 561
municípios23 em todas as cidades das regiões metropolitanas do país (incluindo a Região
Metropolitana de Maringá) e ainda os municípios brasileiros com mais de 150 mil habitantes.
Um tanto distante do perfil das grandes cidades brasileiras, mas, com peculiaridades
que caracterizam a segregação sócio-espacial no âmbito local e na Região Metropolitana de
Maringá, a realidade dos assentamentos precários em Sarandi revela-se nos bairros,
principalmente periféricos, caracterizados pela falta de infra-estrutura urbana (esgotamento
sanitário e coleta de lixo), pela densidade excessiva de moradores no domicilio e na
presença, ainda que pequena, de ocupações irregulares na malha urbana, caracterizadas
como assentamentos informais.
23
Os municípios considerados na pesquisa englobavam, em 2000, cerca de 98% dos setores
censitários do país classificados como subnormais pelo IBGE.
104
“Mesmo os conjuntos habitacionais construídos pelo poder público em décadas
recentes, por vezes, apresentam avançado estado de degradação e solicitam
atenção por parte de políticas que intervenham na precariedade habitacional e
urbana. (...) Na maioria das vezes, a determinação do tipo de problema presente
depende de vistorias de campo e, ao menos no caso da questão fundiária, de
acesso a documentos cadastrais” (CEM-Cebrap, 2007).
Por meio dos dados do IBGE de 2000, foi possível classificar setores que apresentam
características de precariedade adaptadas aos padrões sócio-demográficos e urbanísticos
específicos de Sarandi. Para tanto foram adotadas, em um primeiro momento, as seguintes
variáveis utilizadas na pesquisa do CEM:
105
As demais variáveis, 24 definidas pelo CEM não apresentam números
representativos capazes de qualificar diferenças entre os setores urbanos de Sarandi.
Portanto, estas variáveis não foram utilizadas para comparação.
24
As demais variáveis definidas pelo CEM, mas que não foram utilizadas para comparação neste
trabalho são: porcentagem de responsáveis por domicílio com menos de 30, sem alfabetização,com
menos de 8 anos de estudo, número de domicílios improvisados no setor censitário, número de
banheiros por habitante, renda média do responsável pelo domicílio.
106
Tabela 35 – Caracterização de domicílios segundo dados do IBGE, por setor censitário, em 2000.
Nº de Nº de Nº de Nº de Nº de Nº de Responsáve
%
Nº de domicílios domicílio domicílios domicílio domicílio domicílio is por
populaç
Nº Nome domicíl com outra s com sem s sem s sem s sem domicílio
ão total
ios forma de mais de 5 acesso à acesso à acesso ao banheiro com renda
resident
ocupação moradore rede de rede de serviço mensal de 0
e no
da s abast. de esgoto de coleta a 3 s.m .
setor
moradia25 água de lixo
1 Sarandí Centro 175 0,87 0 11 0 125 0 0 52
2 Jd. Primaverao 215 1,07 0 18 0 211 0 0 141
3 Jd. Paulista/ São Remo/ Dom Bosco 224 1,11 0 13 0 222 0 0 156
4 Jd. San Remo/ Dom Bosco 167 0,83 4 15 1 163 0 0 107
5 Sarandi Centro 194 0,96 0 10 0 71 0 2 134
6 Sarandi Centro/ Jd. Boa Vista 358 1,78 0 20 0 133 0 1 220
8 Jd. Nova Europa 213 1,06 0 15 1 209 0 0 97
10 Jd. Primavera/ Sarandi Centro 233 1,16 0 15 0 231 1 0 153
19 Jd. Independência 1a Parte 241 1,20 0 8 0 237 1 0 145
30 Conj. Res. Osvaldo gheal/ Jd. Ouro
verde 205 1,02 0 19 0 204 2 0 134
34 Jd. Verão 212 1,05 0 29 0 201 2 3 169
41 Jd. Panorama 188 0,93 1 10 0 179 1 0 112
a
42 Jd. Independência 2 parte 209 1,04 3 12 0 201 0 1 133
43 Jd. Independência 2a parte 252 1,25 0 10 0 226 1 0 161
a
44 Jd. Independência 2 parte 181 0,90 1 18 0 174 0 1 126
47 Patrimônio Vera Cruz/ Jd. Imperial 97 0,48 0 13 2 97 6 3 87
48 Jardim Nova Sarandi I e II, Jd.
Cruzeiro 136 0,68 0 11 2 128 1 1 122
51 Conj. Res. Floresta** 273 1,36 5 21 0 143 1 0 216
25
Domicílios que não são quitados, financiados, alugados ou cedidos.
107
53 Jd. Panorama 237 1,18 0 7 0 233 0 0 145
a
55 Jd. Independência 2 parte 183 0,91 0 23 0 173 0 1 135
58 Jd. Novo panorama 285 1,42 0 26 0 149 0 0 195
59 Pq. Alvamar 208 1,03 0 8 0 206 0 1 145
69 Residencial São José e São José II 89 0,44 0 8 0 89 0 0 58
39 * 10 0,05 0 0 10 10 10 0 8
R4 Rural 4 – chácaras Aeroporto *** 142 0,71 2 10 19 137 3 3 113
R3 Rural 3 54 0,27 0 4 54 54 54 1 49
67 Pq. Alvamar 303 1,50 0 17 1 138 0 2 222
9 Jd. Ouro Preto/ Do Parque 300 1,49 0 26 0 288 0 1 178
11 Jd. Verão/ Pq. Res. Novo Centro 372 1,85 0 22 0 368 0 0 214
12 Jd. Nova Paulista 236 1,17 35 17 0 214 0 0 192
14 Jd. Castelo 193 0,96 1 16 9 188 1 0 146
16 Pq. São Pedro/ Jd. Califórnia 261 1,30 0 21 0 256 0 0 208
17 Jd. Independência 2a Parte /
Panorama 336 1,67 0 18 0 315 0 2 192
a
18 Jd. Independência 2 Parte / Edmar 367 1,82 1 25 1 355 0 2 197
22 Jd. Nova Paulista 280 1,39 0 21 1 267 0 2 206
a
27 Jd. Independência 2 parte/ Panorama 402 2,00 0 14 1 384 0 2 205
31 Conj. Hab. Casa da Família 314 1,56 0 18 1 124 1 1 256
a
32 Jd. Independência 3 parte /
Universitário 252 1,25 0 17 4 235 14 1 185
40 Jd. Panorama 272 1,35 0 12 0 268 0 1 183
a
45 Jd. Independência 2 parte 255 1,27 0 21 0 252 1 1 179
52 Jd. Novo Panorama e Panorama 288 1,43 0 20 0 285 1 0 210
a
54 Jd. Independência 2 parte 282 1,40 0 19 0 272 2 2 168
25 Jd. Novo Castelo 77 0,38 0 9 9 75 13 0 57
15 Jd. Castelo 297 1,47 2 24 0 278 0 4 225
7 Sarandi Centro/ Jd. Europa/ 313 1,55 1 12 26 13 0 45 141
108
Perimetral/ Belem/ Clementino
13 Jd. Mercúrio/ Santa Teresa/ Pq. Res.
Jaqueline 310 1,54 0 34 2 298 7 1 213
20 Jd. Escala / Pq. Res. Jalmar 380 1,89 0 25 1 373 0 2 293
a
29 Jd. Independência 1 parte 373 1,85 1 29 0 359 1 0 251
46 Pq. Dos pioneiros / Jd. Independência
1a parte 325 1,61 0 30 0 297 0 0 216
49 Jd. Ipanema e Sarandi I 289 1,43 4 18 4 278 4 7 249
R1 Rural 1 183 0,91 0 26 171 180 149 7 140
36 Ibirapuera/ Ana Elisa 399 1,98 3 34 0 386 0 3 346
63 Jd. Universal 297 1,47 1 29 0 289 4 1 263
35 Jd. Verão/ São Jorge 301 1,49 1 22 0 295 3 1 222
65 Pq. Res. Bom pastor e Alphaville 245 1,22 0 29 5 241 4 3 206
57 Jd. Monterrey 98 0,49 0 16 2 85 5 1 84
23 Jd. Cometa / Higienópolis/ Pq. Res.
Jaqueline 353 1,75 2 37 1 347 0 8 256
50 Conj. Res. Floresta 320 1,59 29 30 0 78 0 4 222
a
60 Jd. Nova independência 1 parte 396 1,97 0 50 0 387 5 4 355
66 Pq. Alvamar 399 1,98 0 33 0 394 5 0 280
a a a
21 Jd. das Flores 1 parte/ 2 parte/ 3
parte/ Jd. Verão 430 2,13 0 39 0 424 2 0 299
24 Jd. Gralha azul/ esperança 1a parte/
Itamaraty / Pq. Res. Sant´ana 388 1,93 1 35 0 360 0 1 326
a
28 Jd. Independência 2 parte 417 2,07 1 31 0 407 0 4 257
37 Jd. Esperança 1a, 2a, 3a e 4a parte 437 2,17 0 48 3 368 2 7 368
a
38 Pq. Res. Bela vista e Bela Vista 2
parte/ Jd. Esplanada/ Conj. Res.
Triângulo 495 2,46 4 51 2 335 7 1 408
a
56 Jd. Nova independência 1 e 2ª parte 282 0 35 0 275 1 0 255
/ Jd. Social – MUTIRÃO 1,40
61 Jd. Nova independência 2a parte/ Jd. 325 1,61 0 37 0 318 1 0 306
109
Social
62 Jd. Nova independência 2a parte /Jd. 314 0 32 0 302 0 0 250
Social 1,56
68 Pq. Alvamar II/ Jd Tropical 581 2,88 1 42 2 576 1 4 434
R2 Rural 2 – Jd. das Torres 148 0,73 1 22 47 148 48 11 131
26 Jd. Novo Bertioga/ Pq. São Pedro/
Jd. Califórnia 321 1,59 0 41 2 309 3 18 242
64 Jd. Universal 270 1,34 6 45 2 262 23 5 244
70 Jd. Nova independência 1a e 2ª 342 2 52 5 334 39 5 310
parte/ 3o parque industrial 1,70
33 Ampliação do 2o Pq. Industrial/ 2o,
4o e 5o Pq. Industrial/ Pq. Res. Nova
aliança/ Jd. Novo mundo 342 1,70 3 32 11 279 14 4 290
TOTAL 20141 100% 116 1687 402 17765 444 186 14593
* Setor 39 está classificado como Área não Urbanizada de Cidade ou Vila.
** Setor 51 está classificado como Área Urbana Isolada
*** Setor Rural 4 está classificado como Aglomerado Rural Isolado – Povoado
110
A análise dos números apresentados permite constatar que os setores que
mais apresentam números elevados em todos os critérios são:
• Ampliação do 2º Pq. Industrial/ 2º, 4º e 5º Pq. Industrial/ Pq. Res. Nova Aliança/ Jd.
Novo mundo
• Jd. Nova independência 1a e 2ª parte/ 3º parque industrial
• Jd. Universal
• Jd. Novo Bertioga / Pq. São Pedro / Jd. California
• Rural 2 – Jd. das Torres
• Pq. Alvamar
• Pq. Alvamar II/ Jd Tropical
• Jd. Nova Independência 2a parte/ Jd. Social
• Jd. Nova Independência 1a e 2ª parte / Jd. Social
• Pq. Res. Bela vista e Bela Vista 2a parte/ Jd. Esplanada/ Conj. Res. Triângulo
• Jd. Esperança 1a, 2a, 3a e 4a parte
• Jd. Gralha azul/ Esperança 1a parte/ Itamaraty / Pq. Res. Sant´ana
• Jd. Cometa / Higienópolis / Pq. Res. Jaqueline
• Jd. das Flores 1a parte/ 2 a parte/ 3 a parte
• Cj. Residencial Floresta
Nota-se que são poucos os domicílios com outra forma de ocupação que não seja
alugado, cedidos ou próprio. O maior número está presente no Jardim Novo Paulista (35
domicílios) seguido do Conjunto Floresta (29 domicílios). Segundo dados do IBGE (2000) o
número de domicílios do tipo cômodo também não é significativo: apenas 10 unidades no
setor que engloba os bairros Jd. Esperança 1a, 2 a, 3a e 4 a partes.
Verifica-se que os bairros Pq. Res. Nova Aliança, Jd. Nova Independência 1a e
2ª parte, Jardins Social, Universal, Novo Bertioga, das Torres, Bom Pastor, Tropical,
Pq. Alvamar II e parte do Pq Alvamar merecem maior atenção na definição de
prioridades dos programas habitacionais e sociais, pois concentram maior número de
domicílios com mais de 5 moradores, menor acesso a infra-estrutura e serviços da cidade,
além de números relevantes sobre a população de baixa renda do município (Mapas 06,
07, 16 e 20).
O aspecto geral nestas localidades é típico das áreas de expansão urbana ou até
mesmo de aglomerados rurais, mas que estão inseridos no perímetro urbano. São
constituídos por conjuntos de edificações adjacentes, formando área continuamente
111
construída, com lotes e arruamentos reconhecíveis, de baixo adensamento construtivo
(Mapa 10). Porém, a distância do centro da cidade somada à ausência de rede de esgoto
e asfaltamento reforça o caráter rural da paisagem. Além disso, o acesso dificultado aos
equipamentos comunitários como escolas e postos de saúde estabelece, definitivamente,
o padrão de precariedade nestes bairros. Sobre a infra-estrutura urbana, o Mapa 06
mostra a distribuição dos equipamentos comunitários em relação aos bairros em questão.
112
Fig. 21 - Paisagem rural característica do Jd. Fig. 22 - Casa no Jardim Universal
Universal Fonte: Observatório das Metrópoles – Núcleo RMM,
Fonte: Observatório das Metrópoles – Núcleo RMM, 2008
2008
Fig. 23 - Vista da estrada de acesso ao Jd. das Fig. 24 - Casa no Jardim das Torres
Torres
Fonte: Observatório das Metrópoles – Núcleo RMM,
Fonte: Observatório das Metrópoles – Núcleo RMM, 2008
2008
No caso dos bairros Pq. São Pedro e Jardim Califórnia que aparecem na
tabela junto ao setor censitário com o bairro Novo Bertioga, apesar dos dados serem
expressivos para o setor, a proximidade deles ao centro e às indústrias da rodovia e a
113
presença de asfalto no primeiro favoreceu o adensamento de ambos e não os colocam na
mesma situação que os bairros descritos acima. O mesmo acontece com o Jd. Novo
Mundo e os Parques Industriais que pertencem ao mesmo setor censitário que o Pq. Res.
Nova Aliança.
26
Mais dados sobre o Conjunto Mutirão no item 3.6 – Experiências habitacionais desenvolvidas pelo poder
público.
114
Gráfico 26 - Renda dos moradores Gráfico 27 - Escolaridade dos moradores
entrevistados no Conjunto Mutirão entrevistados no Conjunto Mutirão
Fig. 25 - Domicílios com materiais improvisados no Fig. 26 - Exemplo de fossa usada pelo moradores do
Mutirão Mutirão
Fonte: Redígolo (2008) Fonte: Redígolo (2008)
27
7% dos moradores consideram o bairro excelente, 42% bom e 19% regular, segundo Redígolo (2008).
28
Dados sobre os Conjuntos Habitacionais de Sarandi no ítem 3.6 – Experiências habitacionais desenvolvidas
pelo poder público.
115
município – o Cj. Floresta em condição de isolamento - e, apesar da alta densidade
populacional (Mapa 14), são deficitários em infra-estrutura e equipamentos públicos e
comunitários. No Conjunto Floresta muitas casas permanecem inalteradas de seu projeto
inicial (que já se apresentava inacabado). A falta de manutenção acabou por piorar a
situação desses domicílios.
29
Os bairros em questão foram apontados pelos moradores e técnicos da prefeitura na 2a Oficina
do PLHIS de Sarandi como bairros que apresentam características de precariedade e que não
tinham destaque na tabela.
116
Gráfico 30 - Renda dos moradores Gráfico 31 - Escolaridade dos chefes
entrevistados no bairro Jd. Monterrey das famílias entrevistadas no bairro Jd.
Monterrey
117
Gráfico 34 - Renda dos moradores Gráfico 35 - Escolaridade dos chefes
entrevistados no Pq. Res. Bom Pastor das famílias entrevistadas no Pq. Res.
Bom Pastor
De fato, as condições físicas dos domicílios nestes bairros são melhores que dos
bairros periféricos de Sarandi e ficariam num segundo plano para a definição de
programas habitacionais. Há, no entanto, a necessidade de programas voltados pra a
melhoria urbana principalmente por já estarem consolidados e adensados.
Sobre o sistema de destinação dos dejetos, a maior parte é feita por fossa
rudimentar e apenas 4% dos domicílios estão ligados à rede geral de esgoto. O projeto em
andamento no município de ampliação da rede de esgoto prevê o atendimento de 33% dos
domicílios nos próximos anos.
30
O estudo de mercado, presente no item 6.3, mostra a diferença de valores dos terrenos entre as
porções da cidade separadas pela rodovia.
31
As APP’s são áreas definidas pela Lei Federal n.º 4.771 de 1965 onde ocorre a chamada mata
ciliar às margens dos cursos d’água (nascentes, córregos, rios, lagos), delimitada para a proteção
dos recursos hídricos, da biodiversidade e do solo onde não é permitido construir.
119
decorrentes, entre outras coisas, da falta de drenagem no município. Segundo informações
colhidas em entrevistas, tal fato justifica a escolha desses espaços para invasão com
alegação de que os proprietários - seja a prefeitura ou particular – não têm interesse
nesses terrenos já que o processo erosivo resultou na depreciação e desvalorização dos
mesmos32 (Ver Mapa 13).
32
Uma ocupação no Jardim Monterrey foi citada na 2a Oficina do PLHIS. No entanto não foi
possível identificar qual(is) casa(s) estavam nessa condição. Outra área invadida, segundo a
prefeitura, são algumas das casas construídas na década de 1950 para os funcionários da
companhia de trem e que são passiveis de serem tombadas pela cidade como patrimônio histórico.
120
Fig. 27 - Conjunto de casas na ocupação do Jd. Fig. 28 - Erosão atrás das casas na ocupação do
Universal Jd. Universal
Fonte: Observatório das Metrópoles – Núcleo RMM, Fonte: Observatório das Metrópoles – Núcleo RMM,
2008 2008
Fig. 29 - Domicílio com materiais improvisados Fig. 30 - Domicílio na ocupação do Jardim Universal
Fonte: Observatório das Metrópoles – Núcleo RMM, Fonte: Observatório das Metrópoles – Núcleo RMM, 2008
2008
121
Fig. 31 - Domicílio na ocupação do Jardim Universal Fig. 32 - Domicílio na ocupação do Jardim Universal
Fonte: Observatório das Metrópoles – Núcleo RMM, Fonte: Observatório das Metrópoles -– Núcleo RMM, 2008
2008
Fig. 33 - Domicílio na ocupação do Jardim Universal Fig. 34 - Domicílio na ocupação do Jardim Universal
Fonte: Observatório das Metrópoles – Núcleo RMM, Fonte: Observatório das Metrópoles – Núcleo RMM, 2008
2008
33
Dado coletado em entrevista com a família que mora no local.
122
Fig. 35 - Chácara – ocupação irregular no Jardim Fig. 36 - Domicílios na ocupação do Jardim
Independência 3a Parte Independência 3a Parte
Fonte: Observatório das Metrópoles – Núcleo RMM, Fonte: Observatório das Metrópoles – Núcleo RMM,
2008 2008
Pi (t) ; i = 1, 2, 3, ... , n
n
P(t) =Σ Pi (t)
i=1
Pi ( t ) = a i P ( t ) + b i
Para a determinação destes coeficientes utiliza-se o período delimitado por dois Censos
Demográficos. Sejam t0 e t1, respectivamente, as datas dos dois Censos. Ao substituir-se
t0 e t1 na equação acima, tem-se que:
Pi ( t0 ) = a i P ( t0 ) + b i
Pi ( t1 ) = a i P ( t1 ) + b i
P ( t1 ) – P ( t0 )
b i = Pi ( t0 ) – ai Pi ( t0 )
Pelo cruzamento dos quartis das duas variáveis (população e taxa) e adotando-
se o critério de se separar os municípios com taxas de crescimento positivas daqueles com
taxas negativas, formaram-se grupos de Municípios com o objetivo de se agregar aqueles
que, dentro de cada Unidade da Federação tivessem tamanho de população, em 2000, e
taxas de crescimento observadas, no período 1991-2000, bastante próximas.
126
2003 78.643 81.669 -3.026 78.643
2004 83.449 84.658 -1.209 83.449
2005 86.108 87.611 -1.503 86.108
2006 88.747 90.557 -1.810 88.747
2007 79.686 93.467 -13.781 79.686
2008 83.486 96.357 -12.871 83.486
2009 99.220 99.220
2010 102.069 102.069
2011 104.916 104.916
2012 107.749 107.749
2013 110.572 110.572
2014 113.380 113.380
2015 116.169 116.169
2016 118.931 118.931
2017 121.661 121.661
2018 124.352 124.352
2019 126.998 126.998
2020 129.581 129.581
Fontes: IBGE - Censo Demografico 1980, 1991, 2000; Estimativas Populacionais 1992 - 2008; Ipardes -
Projeções populacionais 2001-2020;
*Dados resultantes dos censos demográficos realizados pelo IBGE
**Dados resultantes da contagem da população realizados pelo IBGE
***Dados projetados pelo IPARDES
****Diferença entre dados censitários e estimados ou diferença ente dados estimados e projetados
Fontes: IBGE - Censo Demografico 1980, 1991, 2000; Estimativas Populacionais 1992 - 2008; Ipardes -
Projeções populacionais 2001-2020;
127
5.4.2. Demanda de Moradia a partir das projeções populacionais 2009 - 2020
34
A tendência de diminuição do tamanho do domicílio não é um fato isolado do Brasil, em países
com populações mais envelhecidas, pioneiros na transição da fecundidade, é constatada a
tendência de aumento do número de domicílios menores e a queda no número de domicílios
maiores. Bongarts (2001) citado pelo estudo do Cedeplar, estimou o tamanho médio de domicílio
para 43 países em desenvolvimento e verificou que o tamanho médio variou pouco entre as regiões,
de 5,6 pessoas no oriente Médio e África do Norte a 4,8 pessoas na América Latina. Dessa forma, o
tamanho médio de domicílio resultante da projeção, encontra-se abaixo da média verificada para
América Latina, entretanto, nas Regiões mais pobres o valor se aproxima.
128
período 2005 a 2010, acarretando também um superestimação das necessidades
habitacionais.
129
Devemos considerar no entanto, uma margem de erro, já que a estratificação de
renda utilizada para o período de 2009 a 2020, é a do Censo Demográfico de 2000, não
considerando as variáveis econômicas e sociais que modificam essa estratificação.
130
Considerando estas taxas de crescimento, optou-se em aplicar para o período 2008
a 2023 a mesma taxa de crescimento populacional do período anterior, 1,57%; no entanto,
para que esta taxa de crescimento populacional se mantenha é necessário que os demais
municípios da Região Metropolitana de Maringá, especialmente sua cidade pólo,
implementem suas políticas habitacionais e apliquem os instrumentos do Estatuto das
Cidades, de forma a garantir a função social da propriedade e ampliação do acesso a
habitação, especialmente a população de baixa renda.
131
2020 - 97.654 97.654 129.581
2021 - 99.193 99.193 -
2022 - 100.757 100.757 -
2023 - 102.345 102.345 -
Fontes: IBGE - Censo Demografico 1980, 1991, 2000; Estimativas Populacionais 1992 - 2008; Ipardes -
Projeções populacionais 2001-2020;
*Dados resultantes dos censos demográficos realizados pelo IBGE;
**Dados resultantes da aplicação do índice de crescimento geométrico, seqüência 1 (Gráfico 39);
***Dados resultantes da contagem da população realizados pelo IBGE, seqüência 2 (Gráfico 39);
****Dados projetados pelo IPARDES, seqüência 2 (Gráfico 39.
140.000
120.000
2023; 102.345
100.000
80.000
2007; 79.686
2000; 71.422
60.000
1996; 59.600
40.000 1991; 47.981
20.000
0
91
93
95
97
99
01
03
05
07
09
11
13
15
17
19
21
23
19
19
19
19
19
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
Seqüência2 Seqüência1
Fontes: IBGE - Censo Demografico 1980, 1991, 2000; Estimativas Populacionais 1992 - 2008; Ipardes -
Projeções populacionais 2001-2020; dados trabalhados pelo Observatório das Metrópoles – Núcleo Região
Metropolitana de Maringá.
132
Tabela 41 – População e demanda de novas moradias para suprir o crescimento
demográfico da população no Município de Sarandi entre os anos de 2000 a 2020.
Sarandi 2005-2010 2010-2015 2015-2020 2020-2023
Total da população ao final do período 83.514 90.308 97.654 102.345
Crescimento da população ao ano 1.257 1.359 1.469 1.564
Nº médio de pessoas por domicílio 2,97 2,79 2,60 2,60
estimado para o Estado do Paraná e
adotado para Sarandi
Novas moradias ao ano para suprir a 424 487 565 602
demanda demográfica
Novas moradias no período para 2.270 2.435 2.825 1.806
suprir a demanda demográfica
Fontes: IBGE – Elaboração Observatório das Metrópoles (2008). Dados: Cedeplar (2007), Censo (2000),
Estimativas populacionais Ipardes.
133
Tabela 43 – Demanda de novas moradias para suprir o crescimento demográfico da
população no Município de Sarandi, subdividido por faixas de renda, entre os anos
de 2009 a 2023.
Sarandi % das Estimativa de Estimativa de novas moradias ao ano por período
famílias novas
por faixa moradias
de renda Sarandi (2009 2009- 2010- 2015- 2020 -
a 2020) 2010 2015 2020 2023
Até 2 SM 52,15 4.127 442 1.270 1.473 942
De 2 a 3 SM 20,50 1.622 174 499 579 370
De 3 a 5 SM 16,60 1.314 141 404 469 300
Mais de 5 10,75 851 91 262 304 194
SM
TOTAL 100 7.914 848 2.435 2.825 1.806
Fontes: IBGE – Elaboração Observatório das Metrópoles (2008). Dados: Cedeplar (2007), Censo (2000),
Estimativas populacionais Ipardes.
134
6. OFERTA HABITACIONAL
135
- Acréscimos em até 20% dos valores nos casos de construção ou aquisição de
unidades habitacionais verticalizadas.
137
Como funciona: As cooperativas e associações devem procurar a Caixa Econômica
Federal e entregar o projeto para a construção.
Orçamento:
- Aquisição de material de construção em Regiões Metropolitanas – financiamento
de até R$ 10.000,00
- Demais modalidades em Regiões Metropolitanas – financiamento de até R$
20.000,00
A descrição dos programas acima revela que as famílias de baixa renda têm
melhores condições de acesso às seguintes modalidades de intervenção:
• Construção de unidades habitacionais;
• Aquisição de unidades habitacionais novas ou usadas;
• Produção ou aquisição de lotes urbanizados;
• Requalificação de imóveis urbanos;
• Urbanização de assentamentos precários;
• Conclusão, ampliação, reforma ou melhoria de unidade habitacional em assentamentos
precários;
138
• Aquisição de material de construção para unidades habitacionais em assentamentos
precários ou por meio de cooperativas e associações;
• Urbanização de favelas;
• Construção ou aquisição de unidades habitacionais em favelas.
Não há, portanto, uma modalidade para melhoria, reforma ou ampliação da
moradia voltada diretamente às faixas de renda mais baixa não residentes em
assentamentos precários. No entanto, essa modalidade é disponibilizada para a população
com renda de R$ 415, como mostram os programas a seguir:
35
Nos casos de financiamentos vinculados a imóveis situados nos municípios integrantes das
Regiões Metropolitanas dos Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, no Distrito Federal, nos
municípios com população igual ou superior a quinhentos mil habitantes, nos municípios da Região
Integrada do Distrito Federal e Entorno – RIDE e nas demais capitais estaduais, englobando, estas
últimas, os municípios integrantes das respectivas regiões metropolitanas em situação de
conurbação, admite-se a elevação da renda familiar mensal bruta para até R$ 4.900,00.
36
Quanto aos valores de venda/avaliação/investimento, admite-se a elevação para até R$
130.000,00, nos casos de financiamentos vinculados a imóveis situados nos municípios integrantes
das regiões metropolitanas dos Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro e no Distrito Federal; ou
até R$ 100.000,00, nos casos de financiamentos vinculados a imóveis situados nos municípios com
população igual ou superior a quinhentos mil habitantes, municípios da Região Integrada do Distrito
Federal e Entorno – RIDE, e demais capitais estaduais, englobando, estas últimas, os municípios
integrantes das respectivas regiões metropolitanas em situação de conurbação.
139
- Conclusão, ampliação, reforma ou melhoria de unidade habitacional –
financiamento de até R$ 70.000,00 para famílias com renda mensal bruta
máxima de R$ 3.000,00.
- Aquisição de lote urbanizado – financiamento de até R$ 25.000,00 para famílias
com renda mensal bruta máxima.
- Juros de 6% ao ano para renda familiar bruta de R$ 380,00 até R$ 1.875,00 e
juros de 8,16% ao ano para renda familiar bruta de R$ 1.875,01 a R$ 4.900,00.
- A taxa de juros é reduzida em 0,5% quem tem três anos de trabalho em uma ou
mais empresa, sob o regime do FGTS. Esse período pode ser consecutivo ou
não.
- Contrapartida mínima de 5% incidentes sobre os valores de venda ou avaliação
ou investimento na unidade habitacional.
Limitações do programa:
- Limitação por idade: quem é mais velho tem dificuldade de financiar por longos
períodos (verificar onde está escrito).
- Financiamento exige 20% de entrada (verificar onde está escrito)
- Não é permitido comprometer mais de 30% da renda
- Tem que ter carteira assinada ou rendimento fixo constante
140
i) PROGRAMA DE APOIO À PRODUÇÃO DE HABITAÇÕES
Ação: produção habitacional ou reabilitação urbana, voltados à população-alvo do
FGTS, por intermédio de financiamentos a pessoas jurídicas do ramo da
construção civil. Os empreendimentos de reabilitação urbana objetivam a
aquisição de imóveis, conjugada com a execução de obras e serviços voltados à
recuperação e ocupação para fins habitacionais, admitidas ainda obras e serviços
necessários à modificação de uso.
Beneficiários: Famílias com renda mensal bruta de até R$ 3.900,00.
Origem do recurso: Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS)
Como funciona: Empresas do ramo da construção civil contratam operações de
financiamento com os Agentes Financeiros (SFH), executam e comercializam as
unidades produzidas. Os projetos deverão estar comprovadamente inseridos em
planos municipais de reabilitação de áreas urbanas dotadas de infra-estrutura,
equipamentos e serviços públicos.
Orçamento:
- O valor do financiamento fica vinculado ao valor de venda ou avaliação, o menor,
das unidades habitacionais do empreendimento, limitado a R$48.000,00 e ainda a
100% dos custos da produção. Os valores de financiamento podem chegar a R$
78.000,00 em casos que não cabem em Sarandi (Regiões Metropolitanas de São
Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal, etc.)
- O prazo de carência será equivalente ao prazo previsto para a execução das
obras, limitado a 24 meses. O prazo de amortização fica limitado a 60.
- Juros mensais, nas fases de carência e amortização, à taxa nominal de 6% ao
ano, acrescida da remuneração do Agente Financeiro de 2% ao ano.
Limitações do programa:
- Somente para requalificações
- Somente para população-alvo do FGTS
141
Beneficiários: Famílias com renda mensal de até R$1.800,00. Admite-se a elevação do
limite de renda familiar mensal nos seguintes casos:
Até R$ 2.100,00, nos casos de proponentes ao arrendamento de unidades
habitacionais de empreendimentos reformados, inseridos ou não em programas
de requalificação de centros urbanos ou recuperação de sítios históricos;
Até R$ 2.800,00, nos casos de atendimento aos militares das forças armadas e
aos profissionais da área de segurança pública.
Origem do recurso: Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) composto com
recursos provenientes de empréstimo junto ao FGTS e recursos provenientes do
FAS, FINSOCIAL, FDS e PROTECH
Como funciona: As famílias devem se cadastrar junto aos governos locais e a Caixa
fica responsável pelo repasse do recurso e pela seleção da construtora
responsável pelas obras. Ao final das prestações do arrendamento (180 meses),
o beneficiado torna-se o proprietário do imóvel.
Orçamento:
- O valor máximo de aquisição é R$34.000,0037
- A taxa de arrendamento mensal será fixada em 0,7% do valor de aquisição da
unidade habitacional. Para os projetos com a especificação técnica mínima e
destinação das unidades para famílias com renda até R$ 1.200,00, a taxa de
arrendamento será fixada em 0,5% do valor de aquisição das unidades
habitacionais.
Limitação do programa:
- Abrange somente os municípios abrangidos pelo PAR. Área de atuação38:
Capitais estaduais, suas regiões metropolitanas e municípios com população urbana acima
de 100 mil habitantes, conforme Censo Demográfico 2000, IBGE. Sarandi não está
incluso.
Os programas destinados às famílias com renda familiar mensal que atinja até
R$3.900,00 (mais de 9 salários mínimos mensais) incluem as seguintes modalidades de
ação:
• Construção de unidades habitacionais
37
Municípios integrantes das regiões metropolitanas e das regiões integradas de desenvolvimento
econômico e municípios com população urbana igual ou superior a cem mil habitantes. Nos casos
de projetos de reforma de imóveis, inseridos ou não em Programas de requalificação de centros
urbanos ou recuperação de sítios históricos, o valor máximo de aquisição de cada unidade
habitacional será de R$ 40.000,00 nos municípios do Rio de Janeiro e São Paulo e de R$ 38.000,00
nos demais municípios abrangidos pelo PAR nas Unidades da Federação.
38
http://www1.caixa.gov.br/gov/gov_social/municipal/programas_habitacao/par/saiba_mais.asp.
Acessado em outubro de 2008. No site é possível baixar a lista dos municípios abrangidos pelo
PAR.
142
• Conclusão, ampliação, reforma ou melhoria de unidades habitacionais,
propiciando ainda a aquisição de cesta de material de construção
• Aquisição de unidades habitacionais novas ou usadas
• Aquisição de lotes urbanizados
• Financiamento de material de construção
• Requalificação de Imóveis Urbanos
• Aquisição de empreendimentos novos, a serem construídos, em construção
ou a recuperar/reformar sob a forma de arrendamento residencial com a
opção de compra.
143
Tabela 44 - Bairros/Loteamentos que apresentam mais de 100 lotes vazios no
município de Sarandi
Bairro No de lotes
vazios*
Jardim Novo Independência 1248
Parq Res Bom Pastor 1147
Jardim Independência 885
Parq Res Nova Aliança 855
Jardim Universal 772
Jardim Monte Rey 673
Parque Alvamar II 481
Parq Res Bela Vista II 439
Jardim Verão 372
Jardim Ouro Verde 353
Jardim Novo Bertioga 339
Parq Res Santana 311
Residencial São José II 292
Parq Res Alphavile 286
Jardim das Torres 268
Parq Res Bela Vista 212
Jardim Tropical 205
Jardim Ana Eliza 178
Parque Alvamar 176
Jardim Castelo 165
Jardim Panorama 153
Parq Res Novo Centro 142
Jardim Califórnia 114
FONTE: Prefeitura Municipal de Sarandi / Cadastro Territorial Urbano
* Os lotes vazios correspondem também aos lotes desmembrados
Observa-se no Mapa 10 que os lotes vazios são mais freqüentes nas áreas de
expansão urbana. Alguns desses bairros periféricos têm mais de 24 anos, porém o
isolamento e a falta de infra-estrutura continuam desestimulando sua consolidação. Ainda
assim, é importante que o poder público incentive a ocupação dessas áreas para que seja
possível reduzir o custo da habitação com o aproveitamento das estruturas já existentes e
para que as melhorias urbanas sejam executadas favorecendo futuros e atuais moradores.
Os bairros mais próximos do centro da cidade como o Pq. Res. Santana, Jardim Itamaraty,
Jardim Novo Castelo e Pq. Res. Bela Vista 2a Partes são os mais propícios para ocupação
devido a suas condições facilitadas de mobilidade. Ao contrário, os bairros Jd. Universal,
Jd. Bom Pastor, Jd. Nova Independência 1a e 2a partes, Pq. Res. Nova Aliança e Jd.
Monterrey, se mostram menos vantajosos quanto ao acesso aos serviços da cidade.
Bairros como o Jd. das Torres e Jd. Novo Bertioga dependem da ocupação de
áreas vazias intermediárias para estabelecerem definitivamente uma conexão com o
144
centro urbano. Em Sarandi, estas áreas denominadas vazios urbanos são frequentemente
utilizadas para cultivo agrícola, mas devem ser pensadas para a implantação de conjuntos
habitacionais novos.
O total de vazios urbanos dentro do perímetro do município, resultante da soma
das áreas residenciais e áreas vazias, é aproximadamente 3.741.205,00 m2 o que justifica
a permanência do atual perímetro urbano sem que ele seja expandido39. Desse montante,
as áreas passíveis de ocupação somam aproximadamente 2.110.640,00 m2 o que
corresponde a cerca de 5.925 lotes de 250 m2 (lotes que poderiam beneficiar cerca de
21.500 pessoas). O atual Plano Diretor do Município (ainda não concluído) deve definir as
ZEIS (Zonas Especiais de Interesse Social) de uso prioritário para a construção de
Habitação de Interesse Social.
39
Com exceção da área vazia entre a malha urbana e o Jardim das Torres. Entende-se que a incorporação
desta área no perímetro é necessária para uma conexão com o centro urbano.
145
incorporação de novas áreas à malha urbana e intensificam o uso das áreas já ocupadas.
(JORGENSEN,2008)
Por este modelo, a renda ofertada pelo solo (aluguel) representa o resíduo do
rendimento dos agentes depois de descontadas as despesas de transporte e demais
gastos essenciais à sua atividade, resultando em três curvas de oferta de renda (aluguel)
146
que se interceptam, formando uma curva de renda de mercado (curva-envelope) tal que os
lances mais altos exercem o seu poder de preempção na ocupação das distintas regiões-
distância ao centro urbano.
Por este modelo, a estrutura espacial resultante desse continuum urbano-rural ideal
monocêntrico e homogêneo sob todos os aspectos, se apresenta como uma sucessão de
círculos concêntricos de uso comercial, residencial e agrícola, definidos a partir de centros
tradicionais e de novas centralidades que ao longo dos anos vão adquirindo importância.
147
muito elevado da terra urbana, ocasionando o deslocamento da população de baixa renda
para áreas mais afastadas do centro, em direção a periferia.
Segundo Figueiredo (1997) grande parte da população de baixa renda que reside
nestes municípios busca um custo de vida mais barato que em Maringá e “abrigam uma
população pobre, que foram empurradas para a periferia, mas que diariamente dirigem-se
a ela para trabalhar”.
A Planta Genérica de Valores (MAPA 09), que define o Valor Venal do Terreno por
Zonas Fiscais e serve como base a cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano
(IPTU), considera homogêneas as áreas pelo valor do solo segundo a dinâmica do
mercado, que como explicitado anteriormente, leva em conta a possibilidade de renda
ofertada em transações de compra, venda ou aluguel do imóvel ou exploração econômica
pelas atividades produtivas.
São doze Zonas Fiscais voltadas para usos residenciais, comerciais ou industriais
onde há uma ocupação clara do território, mesmo que a densidade seja baixa como por
exemplo do Jardim Universal, e quatro zonas com uma densidade de ocupação baixa, sem
parcelamento do solo, áreas verdes ou com características rurais.
O terreno residencial tem o seu valor diminuído a partir desses pontos em direção
ao perímetro da cidade, tendência alterada apenas pela presença de infra-estrutura, mais
especificamente de calçamento da via pública. Dessa forma os maiores valores se
concentram principalmente na área central da cidade e no Jardim Independência 1ª e 2ª
Partes, os valores intermediários se concentram entre a área valorizada do centro e a via
férrea, na parte sul, e entre a Rua Castro Alves e Avenida João Marangoni, a norte, e parte
da Parque Alvamar que se encontra melhor servido de infra-estrutura.
A partir dessa área intermediária, se encontram grande parte dos bairros que foram
classificados como precários no item 5.3.2 deste capítulo, e que não possuem as vias
asfaltadas, áreas de lazer urbanizadas ou equipamentos públicos, além de se encontrarem
distantes das áreas melhores servidas, e possuem os menores valores do lote.
Na periferia sul, a partir da Rua Pontaporã, os valores variam entre 5 a 10 mil reais,
motivado principalmente, além da falta de infra-estrutura, pela distância as áreas centrais,
149
como por exemplo o Jardim das Torres, Conjunto Residencial Floresta e Jardim Novo
Bertioga.
150
• Entre 5 a 10 mil reais: estes bairros possuem uma topografia mais
suave se comparados com os lotes do caso anterior, porém se
encontram isolados da malha urbana, caso do Jardim das Torres,
Jardim Monterrey e Jardim Novo Bertioga, ou apresentam falta de infra-
estrutura, caso do Jardim Bela Vista 1ª e 2ª Parte ou Jardim
Independência 3ª Parte;
• Entre 10 a 20 mil reais: estes terrenos estão localizados em bairros
próximos a áreas centrais, mas há dificuldade de acesso, caso dos
bairros limitados pela via férrea, ou estão em áreas desvalorizadas de
bairros bem localizados, como aqueles localizados próximo ao Córrego
Guaiapó do Parque Alvamar I e II;
• Entre 20 e 50 mil reais: estes terrenos estão localizados próximos a
centros que apresentam uma relativa importância, como a porção leste
da Avenida Maringá, no Jardim Paulista e Jardim Verão, ou no espigão
de determinados bairros como Alvamar e Novo Panorama, que se
encontram próximos ao subcentro da Avenida Montreal, Jardim Nova
Independência 1ª e 2ª Parte que apresentam ruas asfaltadas e próximos
a Avenida Curitiba;
• Entre 50 a 100 mil reais: localizam-se em áreas centrais, localizados
sobretudo no Bairro Sarandi Centro, Jardim Independência 1ª e 2ª Parte
e Panorama, que apresentam infra-estrutura e concentram usos
institucionais, financeiros e comerciais.
151
• Os ocupantes de terrenos (invasões) e moradias urbanas (população de
baixa renda);
• O poder público (Estado) e as organizações transnacionais.
Sendo que cada um deles está determinado por regras de valorização de cada
capital em particular. Os proprietários fundiários procuram extrair a maior renda possível
de seus terrenos (especulação), os produtores obter o maior lucro possível de suas
construções, a burguesia extrair a maior quantia de juros possível, os proprietários de
moradias o maior valor possível de aluguel, a demanda não solvável procura se organizar
e reivindicar seus direitos através da luta de classes, o Estado tenta organizar o mercado,
para reduzir os conflitos sociais entre as diversas classes presentes no espaço urbano
(MENDES, 1992).
Sobre a produção do espaço urbano, Capel (1974) afirma que este é resultado da
prática de determinados agentes, que atuando dentro do marco do sistema capitalista,
utilizam os mecanismos legais a sua disposição ou atuam a margem da legislação
pertinente e obtem, posteriormente, a sanção legal correspondente.
Jorgensem (2008) afirma ainda que a terra periférica barata, como é o caso dos
bairros periféricos de Sarandi e mesmo de Sarandi em relação à Maringá, proporciona aos
primeiros empreendedores desta nova “localização” altíssimos ganhos, pressionando,
como era de se esperar o setor público a prover serviços as novas áreas, processo que
redesenha a estrutura da centralidade urbana e o próprio mapa de preços e da
correspondente apropriação social do solo. Dessa forma, configura-se o espaço urbano de
forma desordenada, obedecendo apenas os interesses imobiliários (situação que se
materializa em Sarandi).
152
e operacionais e mobilização do capital necessário à operação, compreendendo
financiamento para a construção e para o consumidor final.
153
Outras loteadoras que individualmente foram responsáveis pelo loteamento de
áreas superiores a 2% do total promovido pela iniciativa privada, são: Construtora Vicky
Ltda, Imobiliária Sol Ltda, Wegg Empreendimentos Imobiliários, Design – Incorporação e
Construção Civil, Monolux – Construção Civil, V. Y. Incorporadora de Imóveis, Imobiliária
Ypei Ltda. Atraídas pela possibilidade de lucro, outras quatorze empresas de menor porte
e treze pequenos proprietários rurais promoveram a transformação e ampliaram o espaço
urbano de Sarandi em mais de treze vezes a área inicial, em menos de 30 anos, motivado,
segundo Figueiredo (1997), pelas transformações econômico-sociais pelas quais passou a
região e que colocou à disposição do capital local, grandes unidades que facilitaram certos
empreendimentos, dentre eles os loteamentos.
Número de Número de
Loteamentos Loteamentos
Ano Aprovados Ano Aprovados
1970 1 1995 1
1974 4 1996 6
1975 2 1997 4
1976 21 1998 1
1977 6 1999 1
1978 8 2000 5
1984 2 2002 1
1991 2 2003 1
1992 4 Data incerta 1
Total 71
Fonte: Prefeitura Municipal de Sarandi, 2008
154
Ainda na segunda metade da década de 70, são aprovados loteamentos a leste da
área central, margeando a Avenida Maringá, e a sul da via férrea, principalmente pela ação
da Construtora Vicky e Imobiliária Sol.
155
colocados a venda foram comprados por famílias imigrantes que não conseguiram se fixar
em Maringá, numa prática quase generalizada de aplicar suas pequenas economias na
compra de lotes em Sarandi, aliadas às facilidades proporcionadas pelas vias de
circulação.
156
A partir de 1992 é aprovado, juntamente com o Plano Diretor, lei municipal de
parcelamento do solo. O Art. 18, I e II prevê uma reserva mínima de 5% da gleba para
equipamentos urbanos e comunitários, e uma reserva mínima de 10% para praças e áreas
verdes.
158
Além desse mercado, a Construtora Vicky, em 1995 iniciou a construção de
unidades habitacionais voltadas a população de baixa renda no Parque Residencial Bom
Pastor, mediante o pagamento de 1 salário mínimo mensal.
BIBLIOGRAFIA
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Campos/SP(2000). XIV Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP. Caxambu
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Curso Acesso à terra urbanizada: implementação de planos diretores e
regularização fundiária plena. Florianópolis: UFSC;Brasília: Ministério das Cidades,
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