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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

ANDERSON ZILLI FERMINO


CRISTIANO ROSSO DOS REIS

SISTEMA DE SUPORTE À AVALIAÇÃO ANATÔMICA DO PÉ

Araranguá
2010
ANDERSON ZILLI FERMINO
CRISTIANO ROSSO DOS REIS

SISTEMA DE SUPORTE À AVALIAÇÃO ANATÔMICA DO PÉ

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao curso de Sistemas de Informação, da
Universidade do Sul de Santa Catarina, como
requisito parcial à obtenção do título de Bacharel.

Orientador: Profº. Samuel Pereira de Souza, Esp.

Araranguá
2010
ANDERSON ZILLI FERMINO
CRISTIANO ROSSO DOS REIS

SISTEMA DE SUPORTE À AVALIAÇÃO ANATÔMICA DO PÉ

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado


adequado à obtenção do título de Bacharel em
Sistemas de Informação e aprovado em sua
forma final pelo Curso de Sistemas de
Informação, da Universidade do Sul de Santa
Catarina.

Araranguá, 18 de junho de 2010

Daniela Leandro Eufrázio

Marco Antônio Silveira de Souza

Neli Miglioli Sabadin


Dedicamos este projeto a todas as
pessoas que cederam sua atenção,
paciência e tempo, e que de uma forma
ou outra, contribuíram, ainda que
simplesmente com gestos de apoio,
enriquecendo ainda mais nossa
pesquisa, dando-nos forças para a
elaboração e conclusão deste projeto.
AGRADECIMENTOS

Agradecemos a todos aqueles que nos ajudaram direta ou indiretamente


na possibilidade de ter iniciado e concluído esse trabalho de conclusão de curso.
Os agradecimentos especiais vão para nossos colegas de curso e
principalmente ao nosso orientador Samuel Pereira de Souza, que com seu total
empenho possibilitou o desenvolvimento e conclusão deste trabalho.
De forma especial agradecemos também aos nossos familiares e amigos,
que por sua vez nos deram todo o apoio e não nos deixaram desistir, nos vários
momentos difíceis que surgiram, e paralelamente a todos que de uma forma ou de
outra participaram da nossa caminhada.
"Há três métodos para ganhar sabedoria: primeiro, por reflexão, que é o mais nobre;
segundo, por imitação, que é o mais fácil; e terceiro, por experiência, que é o mais
amargo." (Confúcio)
RESUMO

O presente projeto apresentará o desenvolvimento de um sistema de análise da


planta do pé, esse visa auxiliar o fisioterapeuta na identificação de duas patologias
(pé plano e pé cavo) pertinentes ao pé. Para realização do estudo apoiamo-nos
inicialmente no histórico da fisioterapia e anatomia do pé, porém concentrando-se
nas patologias e técnicas atuais de avaliação. O objetivo principal do projeto, a
aplicação SIS AP (Sistema de Avaliação do Pé), tem por objetivo fornecer recursos
para a análise da planta de pé, tornando o diagnóstico mais ágil e preciso. O SIS AP
como demais sistemas aplicados a área de saúde visa contribuir para o
desenvolvimento de tecnologias nesta importante área.

Palavras-chave: Planta do Pé. Pé Plano. Pé Cavo. Patologias.


Abstract

This project will present the development of a system of analysis of the foot, that
aims to help the physical therapist in the identification of two pathologies (flat foot
and pes cavus) pertinent to the foot. For the study we rely initially on the history of
physiotherapy and anatomy of the foot, but focusing on diseases and current
techniques of assessment. The main objective of the project, the application AP SIS
(System for Evaluating the Foot), aims to provide resources for the analysis of foot
plant, making diagnosis quicker and more accurate. The SIS AP and other systems
in the health sector aims to contribute to the development of technologies in this
important area.

Keywords: Foot plant. Flat Foot. Pes Cavus. Pathologies.


LISTA DE FIGURAS

Figura 01: Wii Fit .......................................................................................................18


Figura 02: Lokomat ...................................................................................................19
Figura 03: Ossos do Pé.............................................................................................21
Figura 04: Movimentos de Inversão e Eversão do Pé...............................................23
Figura 05: Supinação e Pronação .............................................................................24
Figura 06: Pé Cavo e Pé Plano .................................................................................26
Figura 07: Calcâneo Varo e Calcâneo Valgo. ...........................................................27
Figura 08: Plantígrafo................................................................................................30
Figura 09: Realização da Plantigrafia........................................................................31
Figura 10: Imagem do Pé Após a Plantigrafia ...........................................................32
Figura 11: Cálculo Arco Plantar.................................................................................33
Figura 12: Curva Quadrática. ....................................................................................39
Figura 13: Curva Cúbica............................................................................................39
Figura 14: Formas Arbitrárias....................................................................................40
Figura 15: Arquitetura modelo cliente-servidor..........................................................46
Figura 16: Diagramas definidos pela UML ................................................................49
Figura 17: Diagrama de Caso de Uso .......................................................................52
Figura 18: Diagrama de Classe.................................................................................53
Figura 19: Cadastro de Paciente...............................................................................60
Figura 20: Consulta, Altera e Exclui Paciente ...........................................................61
Figura 21: Avaliação do Pé .......................................................................................62
Figura 22: Patologias ................................................................................................63
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................11
1.1 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................12
1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................13
1.2.1 Objetivo Geral.................................................................................................13
1.2.2 Objetivos Específicos ....................................................................................13
1.3 ABRANGÊNCIA ..................................................................................................14
2 FISIOTERAPIA ......................................................................................................15
2.1 CONCEITO DE FISIOTERAPIA..........................................................................15
2.2 HISTÓRIA DA FISIOTERAPIA NO BRASIL........................................................15
2.3 TECNOLOGIA E A FISIOTERAPIA ....................................................................16
2.3.1 Wii Fit...............................................................................................................17
2.3.2 Lokomat ..........................................................................................................18
3 ANATOMIA HUMANA ...........................................................................................20
3.1 ANATOMIA DO PÉ .............................................................................................20
3.2 MOVIMENTOS DO PÉ........................................................................................22
3.3 ALTERAÇÕES ANATÔMICAS DO PÉ E SUAS DISFUNÇÕES .........................24
4 AVALIAÇÃO CINESIOLOGICAFUNCIONAL NA ORTOPEDIA ...........................28
4.1 AVALIAÇÃO ATUAL DO PÉ REALIZADA PELO FISIOTERAPEUTA ................28
5 FERRAMENTAS DE DESENVOLVIMENTO .........................................................34
5.1 LINGUAGENS DE PROGRAMAÇÃO .................................................................34
5.2 JAVA ...................................................................................................................34
5.2.1 Características da Linguagem Java..............................................................35
5.3 JAVA 2D API .......................................................................................................37
5.3.1 Formas Geométricas......................................................................................38
5.4 FERRAMENTAS DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO – IDE’s ....................40
5.4.1 Eclipse.............................................................................................................41
5.4.2 NetBeans.........................................................................................................41
5.5 BANCO DE DADOS ............................................................................................42
5.5.1 MySQL .............................................................................................................43
5.5.2 PostgreSQL.....................................................................................................44
5.6 EDITOR DE BANCO DE DADOS .......................................................................47
5.6.1 SQLyog............................................................................................................47
5.7 UML.....................................................................................................................48
6 SISTEMA DE AVALIAÇÃO DO PÉ – SIS AP .......................................................50
6.1 FERRAMENTAS UTILIZADAS............................................................................51
7 CONCLUSÃO ........................................................................................................64
REFERÊNCIAS.........................................................................................................66
11

1 INTRODUÇÃO

Ao longo das grandes Guerras houve a necessidade de um profissional


que se preocupasse, essencialmente, com pessoas fisicamente lesadas, como por
exemplo as pessoas com amputações ou paralisias. A Revolução Industrial foi outro
fator que incentivou este tipo de profissional devido ao aumento de pessoas vítimas
de acidentes de trabalho, sendo necessário um tratamento de reabilitação, pois os
homens precisavam retornar as suas atividades. Em meio a isso surgiu o
Fisioterapeuta, profissional focado até então na reabilitação dos pacientes, mas que
com o longo do tempo acabou se tornando também um profissional preventivo
(REBELATTO, BOTOMÉ, 1999).
A Fisioterapia tem uma vasta abrangência no cuidado ao corpo humano.
Como parte das patologias ortopédicas que a Fisioterapia pode reabilitar há as
deformidades do pé, que podem levar a grandes disfunções da coluna vertebral,
bem como estas podem acarretar em desvios na anatomia do pé. Dentre essas
alterações há o pé cavo que é caracterizado como a acentuação do arco plantar,
diminuindo, portanto, a absorção de estresse devido à diminuição da área de contato
com o solo. Há também o pé plano o qual possui uma diminuição do arco plantar e
por já estar em contato total com o solo fica incapaz de absorver o impacto no
momento que o pé entra em contato com o solo (CASONATO & POSER, 2005).
Para identificar essas alterações o fisioterapeuta dispõe de técnicas
manuais como a inspeção e a palpação. Na inspeção é necessário observar de
maneira crítica as deformidades do pé e a palpação é de extrema importância para
localizar a dor e o local certo e a intensidade dessa deformidade. Analisar a
estrutura através da visão e do tato permite ao terapeuta traçar um plano de
tratamento adequado (CASONATO & POSER, 2005). Porém esses meios não dão
fidedignidade ao tratamento, seja ele do pé ou de qualquer outra parte do corpo.
Para suprir essa necessidade a medicina e a tecnologia vêm estreitando
seus laços e assim caminham cada vez mais juntas para solucionar as dificuldades
encontradas pelo homem. Em meados de 1960 surgiram os primeiros sistemas de
informação ligados à área médica, para a gestão e aplicações em hospitais (BLOIS;
SHORTLIFE, 1990 apud PERFEITO et al, 2008). A partir da década de 70, com o
surgimento dos microcomputadores, houve um sincronismo ainda maior entre as
12

áreas médicas com a informática (DEGOULET; FIESCHI, 1997 apud PERFEITO et


al, 2008). O que no começo tinha a função apenas organizacional, agora passava a
ser essencial o uso da tecnologia para a tomada de decisões médicas (JOHNSTON
et al, 1994; DRAZEN et al, 1995 apud PERFEITO et al, 2008).
Baseado no contexto acima, este projeto tem como finalidade o
desenvolvimento de um software para uma melhor avaliação através de dados
quantitativos. Esse informará algumas alterações anatômicas do pé e com isso
proporcionará um melhor tratamento ao paciente. Para tanto serão empregadas
técnicas de desenvolvimento de ambientes gráficos que darão uma interpretação de
imagens através de valores, fidelizando assim o diagnóstico dado pelo
fisioterapeuta.

1.1 JUSTIFICATIVA

Desde a Revolução Industrial o homem vem sofrendo com as alterações


da coluna vertebral. Isso se deve ao grande tempo em que ele permanece sentado,
aumentado a pressão nos discos intervertebrais, e ao aumento da utilização do
corpo como alavanca, ocasionando o aumento dos desvios posturais (LEMOS, 2003
apud PIERI, 2006).
Com o aumento na freqüência de pessoas com problemas na coluna
vertebral, cerca de 80% com essas alterações, muitos trabalhadores começaram a
ser afastados do trabalho, em decorrência das dores e da incapacidade funcional,
acarretando prejuízos para as empresas para o estado e para o próprio indivíduo
(ANDRADE, ARAÚJO E VILAR, 2005 apud KELLERS, 2006).
O pé, por ser o apoio de todo o corpo, exerce um papel fundamental no
desempenho das atividades realizadas pelo homem. Quando esse segmento
encontra-se com alguma alteração decorrente ou não de alterações posturais
superiores, prejudica ainda mais a funcionalidade do ser humano.
Neste meio a Fisioterapia surge como um dos tratamentos mais eficazes
não só nas disfunções da coluna vertebral e das dores decorrentes dessas, como
também na prevenção dessas alterações. Para que o tratamento seja eficaz há a
necessidade de uma boa avaliação postural e dentro dessa avaliação há a análise
13

do pé, a qual proporciona ao terapeuta e até mesmo ao paciente um tratamento


cada vez mais eficaz.
A tecnologia encontra-se cada vez mais presente no cotidiano do ser
humano e os laços entre os setores tecnológicos e de saúde se estreitam cada vez
mais aumentando a expectativa de vida do homem. Porém não há o foco suficiente
no que se trata em manter a qualidade de vida do homem enquanto ele ainda
consegue realizar as suas atividades, ou seja, a tecnologia na área da saúde atua
praticamente nos casos considerados vitais, esquecendo-se daqueles que podem
manter a qualidade enquanto ainda tem-se tempo.
Sendo assim, por não ser encontrado em referências um software que
permita ao terapeuta além de avaliar com fidedignidade o pé, acompanhar a
evolução do tratamento com precisão, viu-se a necessidade da implantação desse
programa, contribuindo com os avanços na área da saúde e proporcionando melhor
qualidade de vida as pessoas que necessitam de tratamentos cada vez mais
eficientes. Além disso, tornará mais claro para o paciente a sua patologia e evolução
do tratamento, trazendo também mais agilidade do diagnóstico das alterações dos
movimentos (Cinesiológico Funcional), dado pelo Fisioterapeuta.
A partir da implantação deste projeto pode-se realizar novos estudos
voltados não só a patologias do pé, como também para outros problemas físicos
tratados com a Fisioterapia.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Desenvolver uma ferramenta que de suporte ao profissional de


fisioterapia para a identificação de patologias associadas à planta do pé, através da
visualização e diagnóstico da mesma.

1.2.2 Objetivos Específicos


14

• Realizar estudo referente à anatomia e problemas posturais associados


ao pé.
• Pesquisar técnicas computacionais que darão sustentabilidade à
realização do projeto.
• Estudar as ferramentas necessárias para o desenvolvimento do
projeto.
• Avaliar os resultados obtidos com a implementação do sistema de
análise do pé e se o mesmo é significativamente mais preciso e
adequado à avaliação do problema.

1.3 ABRANGÊNCIA

Para desenvolvimento do projeto será utilizada a linguagem de


programação Java, tendo em vista que ante uma pesquisa prévia, a mesma
apresentou mais funções e aplicações úteis ao projeto. No entanto, deverá ser
realizada uma pesquisa mais detalhada para verificação do emprego ou não da
linguagem.
O estudo e desenvolvimento do projeto prevêem a verificação somente de
determinadas disfunções relacionadas ao pé, podendo resumir-se estes desvios em
pé cavo e pé plano, porém isso não impede que no decorrer do projeto sejam
implementadas soluções para outras patologias do pé que a Fisioterapia trata.
Ao final do projeto pretende-se que o sistema de análise disponibilize
ferramentas ao terapeuta que proporcione uma avaliação precisa bem como o
acompanhamento da evolução do quadro clínico.
15

2 FISIOTERAPIA

2.1 CONCEITO DE FISIOTERAPIA

Segundo o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional


(COFFITO), Fisioterapia é uma ciência da saúde que estuda, previne e trata os
distúrbios funcionais dos movimentos que ocorrem em órgãos e sistemas do corpo
humano, gerados por alterações genéticas, por traumas e por doenças adquiridas.
Fundamenta suas ações em mecanismos terapêuticos próprios, sistematizados
pelos estudos de várias áreas, buscando o equilíbrio físico, psíquico e social do
indivíduo.
A Fisioterapia é voltada ao estudo, prevenção e tratamento dos distúrbios
cinético-funcionais dos órgãos e sistemas do corpo humano. O fisioterapeuta e
demais profissionais da saúde devem atuar na prevenção de doenças e maus
hábitos que possam prejudicar a saúde dos indivíduos, existindo um vasto campo de
atuação em saúde pública para a promoção de saúde e melhora na qualidade de
vida do meio (RIZZO, 2008).
Durante muito tempo foi vista somente como fonte de reabilitação e cura
para determinadas patologias. Isso fez com que o profissional Fisioterapeuta
enfrentasse certo grau de exclusão nas áreas de prevenção e promoção da saúde.
A inserção da Fisioterapia nos serviços de atenção primária à saúde é um processo
em construção, uma vez que sua forma mais tradicional de atuação acontece em
serviços de nível secundário, quando a patologia está instalada, e terciário, quando
trata as seqüelas decorrentes da patologia (RIBEIRO, 2002).
É uma profissão que vive uma intensa ascensão, a cada dia habilita mais
profissionais a atuarem na prevenção da saúde, reabilitando em níveis individuais e
coletivos. Seu envolvimento em programas de atenção primária contribui para a
melhora do quadro saúde-doença do país (BARAÚNA, 2008).

2.2 HISTÓRIA DA FISIOTERAPIA NO BRASIL


16

A Fisioterapia, como o próprio nome já diz, é a ciência que estuda, trata e


cura através do uso do movimento humano. Há indícios de que na antiguidade,
período entre 4.000 a.C. e 395 d.C., já fossem utilizados agentes físicos para o
tratamento de morbidades que acometiam o homem (REBELATTO & BOTOMÉ,
1999).
O Brasil teve envolvimento direto na segunda grande guerra, sendo assim
enviou milhares de soldados para as frentes de combate dos aliados. Isso não só
impulsionou a criação de novos centros de tratamentos para soldados, como
também ajudou a modernizar o serviço e fez com que fossem criados centros de
tratamento em outros estados, porém esses tratamentos eram ainda de
responsabilidade dos médicos que incubiam assistentes para a realização das
técnicas. (GIUSTINA, 2003 apud NOVAES, 1998).
Finalmente em 1951, o Dr. Waldo Rolim de Moraes iniciou o primeiro
curso para formação de técnicos em Fisioterapia e logo após o primeiro curso para
formação de fisioterapeutas, que tinha duração de anos e formava profissionais para
a área de reabilitação (REBELATTO & BOTOMÉ, 1999).
Mesmo com as dificuldades encontradas houve um aumento considerável
tanto no número de profissionais quanto na procura dos mesmos, e hoje faz parte da
equipe interdisciplinar que, junto com médicos e demais profissionais da área da
saúde, têm o intuito de beneficiar o paciente. O que antes era voltado apenas para a
reabilitação atua hoje também na prevenção.
Com a intensa procura desses profissionais e pelo reconhecimento da
profissão por parte dos pacientes e profissionais da área da saúde houve um grande
investimento tanto na parte de qualificação dos fisioterapeutas quanto no
aprimoramento das técnicas utilizadas.

2.3 TECNOLOGIA E A FISIOTERAPIA

Devido à grande procura, a Fisioterapia começou a disponibilizar de


recursos cada vez mais modernos. Como exemplo dessa modernidade temos vários
instrumentos, descritos a seguir.
17

2.3.1 Wii Fit

Lançado no final de 2007 no Japão e a partir abril de 2008 no resto do


mundo, o jogo de vídeo game Wii Fit, desenvolvido para o console Wii da empresa
Nintendo, se tornou logo o segundo mais vendido de todos os tempos e em pouco
tempo febre em todo o mundo. Isso se deu graças a sua proposta comercial e
principalmente a sua interatividade (GAMELIB, 2008).
O jogo foi desenvolvido pelo presidente da Nintendo, Shigeru Miyamoto,
que visava permitir que toda a família pudesse se exercitar junto e é acompanhado
de uma plataforma chamada Wii Balance Board ao qual o jogador coloca os seus
pés para poder controlar o jogo (GAMELIB, 2008).
Essa tecnologia já vem sendo utilizada na prevenção e reabilitação de
doenças. O Hospital VITA Curitiba passou a utilizar essa tecnologia para promover
melhor reabilitação aos pacientes internados na UTI. O jogo faz com que os
pacientes simulem movimentos e atividades físicas a fim de garantir uma melhor
mobilidade das estruturas acometidas sem haver desgastes físicos prejudiciais (O
MORADOR ONLINE).
O uso do vídeo game, cerca de vinte minutos diários, traz melhora no
equilíbrio e coordenação, ganho de força além dos benefícios na auto-estima do
indivíduo, proporcionando melhor qualidade de vida ao usuário (O MORADOR
ONLINE).
18

Figura 01: Wii Fit


Fonte: Physiolabs, 2010

2.3.2 Lokomat

Trazida ao Brasil para ajudar pacientes com lesões na coluna vertebral a


reaprender a andar. A Lokomat custa 2 milhões de reais e foi doada pela empresa
Suíça Hocoma à Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD). Ela
acelera o tratamento e encurta o tempo de terapia, permitindo assim uma fisioterapia
mais rápida e eficaz. Segundo a médica Alice Ramos, superintendente técnica do
centro de reabilitação, a máquina funciona como um estimulante, fazendo com que
todos os movimentos feitos durante uma caminhada sejam simulados. O paciente
fica suspenso sobre uma plataforma com suas pernas e tronco presos à máquina,
automatizando os passos e fazendo com que toda a musculatura seja trabalhada
(FANTÁSTICO).
19

Figura 02: Lokomat


Fonte: Journal of NeuroEngineering and Rehabilitation, 2007

Aliado a tudo isso a tecnologia possibilitou o combate a algumas doenças


que antes só eram tratadas e hoje tem uma possibilidade ainda maior de serem
prevenidas, tudo isso devido à diversão que tornou o contato do fisioterapeuta com o
paciente.
20

3 ANATOMIA HUMANA

O sistema locomotor e suas diversas estruturas permitem a


movimentação corporal, resultante de uma ação integrada e complexa dos
músculos, tendões, ligamentos e articulações (ARAÚJO, 2004).
O corpo humano é constituído de vários órgãos e sistemas, trabalhando
sempre de forma integrada. Um órgão ou uma estrutura tem sempre uma ou mais
funções e acabam trabalhando em harmonia para poder proporcionar um
funcionamento ideal do corpo humano. O mesmo ocorre no sistema músculo-
esquelético, o qual compreende os ossos, músculos, ligamentos, tendões,
cartilagens e articulações. Essas estruturas trabalham sinergicamente favorecendo
os movimentos para a realização de várias atividades no cotidiano das pessoas
(LOPES, 1999).
O esqueleto além de ter como função dar suporte, estabilidade e proteção
aos órgãos internos, é responsável pela sustentação da musculatura, possibilitando
assim a realização dos exercícios. Os tendões servem como ligação entre os
músculos e os ossos, permitindo a inserção muscular para a realização dos
movimentos. Uma das funções da cartilagem é favorecer uma maior amplitude para
obter uma considerável mobilidade, por permitir o deslizamento da musculatura
sobre o tecido ósseo. Os ligamentos fornecem proteção às articulações, permitindo
as atividades somente em determinadas direções e amplitudes (MARK & CO, 1997).
Uma estrutura fundamental para a mobilidade do corpo humano é a
articulação. Ela é formada pela junção de dois ossos, os quais permanecem
afastados por um pequeno espaço. Esse espaço permite o movimento, através do
deslizamento de um osso sobre o outro, não permitindo o atrito ósseo (THOMPSON
& FLOYD, 2002).

3.1 ANATOMIA DO PÉ

O pé, por ser uma parte importante do corpo, apresenta todas as


estruturas do sistema músculo-esquelético, fornecendo restrição e propulsão a cada
21

passo, proporcionando equilíbrio durante a caminhada (PALASTANGA et al., 2000)


e é formado por vinte e seis ossos, sendo o tálus, calcâneo, navicular, cubóide,
cuneiformes medial, intermédio e lateral (formando o tarso), cinco metatarsos,
quatorze falanges, sendo cinco proximais, quatro médias e cinco distais
(EINHARDT, 2006 apud VEJA, 2003).

Figura 03: Ossos do Pé


Fonte: Victors Steuvaux, 2009

Apresenta diversos tendões que permitem o movimento por ligarem o


músculo ao osso, sendo o de Aquiles o mais conhecido e um dos mais resistentes,
proporcionando a caminhada (MARK & CO, 1997).
O pé é dividido em três segmentos, sendo o retropé composto pelos
ossos tálus e calcâneo, o mediopé que constitui os ossos navicular, cubóide e os
três cuneiformes e o antepé formado pelos ossos metatarsianos e as falanges
(SMITH et al, 1997).
Para a mobilidade do corpo humano há a junção de dois ou mais ossos,
denominada articulação. A articulação subtalar separa o tálus e o calcâneo,
correspondendo ao retropé (THOMPSON & FLOYD, 2002). A articulação
22

talonavicular é formada pelos ossos tálus e navicular e a calcaneocubóidea pelos


ossos calcâneo e cubóide, sendo que essas duas articulações se articulam entre
sim, formando a articulação transversa do tarso, constituindo também o retropé. As
articulações tarsometatarsianas são formadas pela junção dos ossos cubóide e os
três cuneiformes com a base dos cinco metatarsos, fazendo parte do médiopé. As
articulações correspondentes ao antepé são as metatarsofalangeanas e
interfalangeanas, referentes às junções dos metatarsos com as falanges e entre as
falanges respectivamente (SMITH et al, 1997).
O pé ainda é composto pelos arcos longitudinais, o medial e o lateral. O
arco longitudinal medial é localizado na parte interna do pé e se estende do osso
calcâneo até os ossos tálus, navicular, três cuneiformes e extremidades proximais
dos três metatarsos. O arco longitudinal lateral localiza-se na parte externa do pé e
se estende do calcâneo até o cubóide e extremidades proximais do quarto e quinto
metatarsos (THOMPSON & FLOYD, 2002).

3.2 MOVIMENTOS DO PÉ

Para uma adequada funcionalidade do pé, o mesmo apresenta


movimentos essenciais às atividades de vida diária do indivíduo. Os movimentos de
rotação para dentro (medial) e para fora (lateral) são denominadas inversão e
eversão respectivamente. A inversão é resultante da rotação medial da sola do pé
em direção a parte central do corpo (linha média do corpo). Já a eversão resulta da
rotação lateral da sola do pé (HALL, 2005).
23

Figura 04: Movimentos de Inversão e Eversão do Pé


Fonte: Usaflex, 2009

A flexão dorsal é caracterizada pelo movimento de elevação do topo do


pé em direção ao tornozelo (canela) e a flexão plantar é movimento oposto, o de
afastamento do topo do pé da canela. A eversão é caracterizada como virar o pé
para fora, como se fosse colocar o peso do corpo na borda interna do pé e a
inversão é caracterizada como virar o pé para dentro, apoiando portanto, o peso do
corpo na borda lateral (THOMPSON & FLOYD, 2002).
A abdução do pé é caracterizada pelo movimento de rotação do pé com
os dedos para fora, já a adução é definida como a rotação com os dedos para dentro
(THOMPSON & FLOYD, 2002).
A supinação é a combinação de três dos movimentos citados acima,
correspondendo a inversão, adução e flexão plantar. A pronação é composta pelos
movimentos contrários, ou seja, a eversão, abdução e flexão dorsal (HALL, 2005).
24

Figura 05: Supinação e Pronação


Fonte: Calçadodesportivo, 2010

3.3 ALTERAÇÕES ANATÔMICAS DO PÉ E SUAS DISFUNÇÕES

Uma das funções da coluna vertebral é manter o equilíbrio corporal.


Quando ocorre uma alteração na coluna, ocorre uma alteração no centro de
gravidade e conseqüentemente surge uma deficiência na sua função (LEWIT, 2000).
Quando surgem desvios na coluna vertebral o corpo necessita realizar
compensações para manter o centro de gravidade. Muitas são as compensações
realizadas pelo corpo e uma estrutura que sofre essas alterações é o pé. Dentre
essas compensações há o pé plano, o pé cavo, calcâneo valgo e calcâneo varo. O
inverso também é verdadeiro, ou seja, quando ocorrem alterações no calcâneo ou
25

no arco plantar os desvios posturais também podem surgir na tentativa de manter


esse centro de gravidade (BRICOT, 1999).
A marcha, definida como uma maneira de andar é considerada normal
quando há uma faixa de velocidade segura e confortável, diferente do que ocorre
quando na presença do pé patológico, havendo a necessidade de mecanismos de
compensação para haver uma marcha funcional. Essas compensações são
inicialmente musculares, podendo torna-se ósseas se não ocorrer um tratamento
adequado (SMITH, Laura, et al, 1997).
Durante a caminhada ocorre o apoio do peso do corpo primeiramente no
pé e após no tornozelo e joelho. Para que esse apoio ocorra de maneira correta, ou
seja, sem sobrecarga em qualquer uma das estruturas, o pé deve estar em perfeita
harmonia, proporcionando uma marcha ideal e sem favorecer lesões (GUIMARÃES,
et al, 2000).
Durante a marcha ocorre a fase de apoio consistindo o contato do
calcanhar com o solo (calcanhar-solo), o contato de todo o pé até a retirada do hálux
do chão (impulsão). A fase de oscilação é o momento em que o pé se encontra no
ar, iniciando na fase de impulsão e terminando no calcanhar-solo (SMITH, Laura, et
al, 1997).
Os arcos plantares têm a finalidade de amortecer e favorecer a fase de
impulsão na caminhada ou corrida. Durante a sustentação de peso os arcos se
deformam, armazenando uma energia mecânica nos tendões, nos ligamentos e na
fáscia plantar que se encontram distendidos. Além do mais uma quantidade
adicional de energia é acumulada em determinados músculos. No momento da
impulsão essas energias, até então acumuladas, são liberadas, diminuindo o custo
de energia metabólica na caminhada e/ou corrida (HALL, 2005).
Quando os arcos plantares apresentam-se deformados, ou seja,
aumentados (pé cavo) ou diminuídos (pé plano), ocorre uma diminuição na eficiência
da caminhada, aumentando o custo de energia metabólica (HALL, 2005).
26

Figura 06: Pé Cavo e Pé Plano


Fonte: Transpirando.com, 2009

No pé considerado normal a descarga do peso corporal é de cinqüenta


por cento no retropé e cinqüenta por cento distribuídos entre o antepé e mediopé.
Quando o arco encontra-se diminuído (pé plano) ocorre uma diminuição dessa
sobrecarga no antepé e quando o arco encontra-se aumentado (pé cavo) ocorre um
aumento significativo da carga imposta ao antepé (HALL, 2005).
Outras deformidades são o calcâneo valgo e varo. Aquele é caracterizado
por uma eversão e pronação do pé, mantendo o calcâneo para a parte interna do pé
de maneira que diminua o arco do mesmo. O calcâneo varo é definido como o
afastamento do arco longitudinal do pé do solo em conseqüência a uma inversão e
supinação do calcâneo (SMITH et al, 1997).
27

Figura 07: Calcâneo Varo e Calcâneo Valgo.


Fonte: Thompson & Floyd, (2002. p. 251).
28

4 AVALIAÇÃO CINESIOLOGICAFUNCIONAL NA ORTOPEDIA

A avaliação Cinesiologica Funcional inicia com a coleta dos dados de


identificação do paciente. Em seguida é realizado a anamnese (relembrar, trazer de
volta), a qual consta com a história da patologia presente, sendo que o paciente é
questionado sobre patologias anteriores que tenham relação com a atual e sobre a
existência dessas patologias na família. Os hábitos de vida são de extrema
importância, como a realização ou não de atividades físicas (JOÃO, 2006).
A administração de medicamentos é outro item da avaliação, pois
interfere no tratamento e evolução no quadro do paciente. Os exames realizados
fazem parte da avaliação, auxiliando o terapeuta no seu diagnóstico e conduta a ser
tomada (JOÃO, 2010).
Após a coleta dos dados, a avaliação ortopédica começa a ser mais
específica. Para isso o terapeuta realiza a inspeção, observando a área a ser
tratada, desde a coloração da pele até a amplitude de movimento de uma
determinada articulação, a qual é mensurada com o auxílio de um goniômetro
(instrumento de medida utilizado pelo fisioterapeuta para verificar a angulação do
movimento). Nesta fase também é realizada a avaliação da marcha, onde o paciente
é solicitado a caminhar e o terapeuta observa as possíveis alterações (JOÃO, 2006).
Em seguida é realizado a palpação, a qual é necessário realizar o toque
no indivíduo avaliado. Nessa fase o terapeuta apalpa os pontos dolorosos e realiza
os movimentos pelo paciente, verificando se a amplitude é maior ou não que a
movimentação ativa. Verifica-se também o grau de força muscular, seja ela de
maneira manual ou com a utilização de aparelhos, como o dinamômetro e a
atividade muscular através do eletromiógrafo (JOÃO, 2010).
Por último, são realizados os testes específicos paras as patologias
supostamente encontradas, para então ser realizado o diagnóstico
cinesiológicofuncional, objetivos do tratamento bem como a conduta a ser realizada
e o prognóstico do paciente (JOÃO, 2010).

4.1 AVALIAÇÃO ATUAL DO PÉ REALIZADA PELO FISIOTERAPEUTA


29

Uma boa avaliação pode intervir na evolução de uma disfunção que tem
como origem ou conseqüência a alteração do pé, sendo assim, a avaliação
fisioterapêutica é de extrema importância para o planejamento de uma conduta
eficaz, devendo ser realizada periodicamente a fim de analisar os resultados do
tratamento e poder traçar novos objetivos quando necessário (ALVES, CAMARGOS,
2007).
O início de uma avaliação clássica consiste em coletar os dados do
paciente, iniciando pela queixa principal, que consiste no motivo o qual levou o
paciente a procurar o serviço de fisioterapia. Questiona também sobre a dor, o início
dos sintomas, tipo de calçado utilizado e estrutura dos terrenos por onde caminha.
Após essa coleta o profissional começa a inspecionar, a palpar, a realizar os
movimentos do pé, testar sensibilidade, reflexos e a realizar os testes específicos,
todos manualmente (ALVES, CAMARGOS, 2007).
Na inspeção observa-se se apresenta ou não edemas, a inversão ou
eversão do tornozelo, se o pé é plano ou cavo, o hálux valgo, se o antepé é varo ou
valgo. Analisa-se também o local de maior pressão no pé, seja na parte anterior ou
posterior e na palpação se há ou não a presença da dor e qual o local (ALVES,
CAMARGOS, 2007).
Além da avaliação clássica se tem a avaliação através de equipamentos
que auxiliam o fisioterapeuta no seu diagnóstico e propiciam um tratamento cada
vez mais completo.
Dentre esses equipamentos existe o podoscópio, o qual permite analisar
os pontos de maior pressão do pé, diferenciando um pé plano de uma cavo, por
exemplo. É composto por um vidro que fica acima de um espelho, sendo que eles
não entram em contato. Quando o paciente permanece sobre o vidro o espelho
reflete a imagem da planta do pé, indicando os pontos de maior pressão,
representados pela cor branca e de menor pressão, os quais não ficam tão claros
(OLIVEIRA, SOUZA 2004).
A baropodometria é uma técnica posturográfica de registro, utilizada para
diagnosticar e avaliar a pressão plantar, tanto em posição estática quanto dinâmica
(CANTALINO, MATOS, 2006).
30

A plantigrafia é um método manual simples, caracterizada pela impressão


grafada dos pés em uma folha de papel. O plantígrafo permite ao terapeuta
reconhecer as superfícies plantares do pé através da descarga de peso unipodal e
estática com o pé descalço sobre o aparelho referido. Atualmente é o método mais
utilizado pelo Fisioterapeuta para avaliar o arco plantar (CANTALINO, MATOS,
2006).
Ele é constituído de uma almofada ao qual o Fisioterapeuta coloca tinta e
a espalha com um rolo. Na seqüência coloca-se uma folha de papel sobre essa
almofada e fecha-se o aparelho com a placa de feltro sobre a folha de papel (Figura
08). Para a realização da plantigrafia o paciente realiza uma descarga unipodal e
estática, com o pé descalço, sobre o aparelho. O outro pé permanece ao lado,
também de maneira estática, sem entrar em contato com o aparelho (Figura 09),
saindo a impressão da imagem do pé (Figura 10). Após o mesmo procedimento é
realizado com o pé oposto (EINHARDT, 2006).

Figura 08: Plantígrafo


Fonte: Einhardt (2006).
31

Figura 09: Realização da Plantigrafia


Fonte: Podoposturologia, 2010
32

Figura 10: Imagem do Pé Após a Plantigrafia


Fonte: Podoposturologia, 2010

Após a impressão é realizado o cálculo para dizer se o arco plantar é


normal, cavo ou plano. Nessa fase o terapeuta realiza duas linhas tangentes, uma
na borda interna e outra na externa. O ponto de contato da linha tangente com borda
interna superior é ligado ao ponto de contato superior da borda externa. O mesmo é
feito com as bordas inferiores, sendo traçada, no entanto, uma linha paralela a
superior (Figura 11). Para se obter o índice realiza a divisão do valor da linha B pela
linha A (PEZZAN, 2009).
33

Figura 11: Cálculo Arco Plantar


Fonte: Pezzan (2009).

Com o resultado dessa razão obtêm-se o tipo do arco plantar do


indivíduo. São descritas cinco categorias para a classificação do arco longitudinal
medial de acordo com o ICS: 0 a 0,10 - pé de arco elevado; > 0,10 a 0,29 - pé de
arco morfologicamente normal; > 0,30 a 0,39 - pé intermediário; 0,40 a 0,44 pé de
arco rebaixado; 0,45 ou maior - pé plano (LOPES, 2009).
34

5 FERRAMENTAS DE DESENVOLVIMENTO

5.1 LINGUAGENS DE PROGRAMAÇÃO

A necessidade de deixar o programador livre de detalhes mais íntimos


das máquinas em que a programação é feita, foi parte determinante para o
surgimento das linguagens de programação, deste modo a mesma é realizada em
termos mais próximos ao problema, ou seja, em nível mais alto (NETTO, 1993).
As linguagens de alto nível são denominadas desta forma pelo fato de
apresentarem uma sintaxe mais próxima da linguagem natural, faz uso de palavras
do vocabulário corrente, e permitem também a manipulação dos dados em suas
variadas formas (números inteiros, reais, vetores, listas entre outros) (NETTO,
1993).
Atualmente linguagens de alto nível trabalham com o modelo de
programação orientada a objetos, que segundo Willrich consiste em “tratar os dados
e os procedimentos que atuam sobre os dados como um único objeto – uma
entidade independente com uma identidade e certas características próprias.”

5.2 JAVA

Desenvolvida pela Sun Microsystems, em 1991, surgiu como parte do


projeto Green. O projeto em desenvolvimento tinha o objetivo de criar uma
plataforma computação interativa, com a qual fosse possível controlar os utensílios
domésticos do futuro, tais como a TV, torradeiras entre outros (LEMAY, 1999). O
grupo de pesquisas pretendia que estes dispositivos se comunicassem entre si,
sendo então o desenvolvimento de uma linguagem um objetivo secundário
(MENDES, 2009).
O projeto que contava com um protótipo de dispositivo com nome de
Star7, aparelho semelhante a um controle remoto que podia se comunicar com
outros de mesma espécie, tinha como idéia inicial que seu sistema operacional fosse
35

desenvolvido utilizando a linguagem C++, a mais popular até então. No entanto, um


dos membros do grupo de pesquisa por descontentamento com a linguagem C++,
escreveu uma nova linguagem, baseada nas linguagens C e C++, denominada
inicialmente Oak, mas por este nome já estar sendo utilizado, passou a chamar-se
Java (LEMAY, 1999).
Como já foi citado, o Java foi projetado com o intuito de uso em utensílios
domésticos e não em computadores modernos, por este motivo tem as
características de ser pequeno eficiente e facilmente portável para uma vasta gama
de dispositivos de hardware, portanto, uma linguagem para desenvolvimento de
softwares para execução em diferentes plataformas (MENDES, 2009).
Mais tarde em 1994, para que o Java não fosse descontinuado, foi criado
então um navegador Web capaz de executar applets¹1Java. O navegador chamado
de HotJava demonstrou ainda mais o potencial da linguagem, no que ela oferecia
para a Web e o tipo de programa que poderia criar, o que vai ao encontro do
pensamento da equipe que a desenvolvia, a qual achava que a mesma seria
também aproveitada para programação na internet (CAVALCANTI, 2004).
Apesar da linguagem Java e o navegador HotJava terem sido notados
pela comunidade Web, a linguagem realmente ganhou destaque merecido depois
que a Netscape licenciou-a em agosto de 1995. Após o Java receber atenção de
pessoas não ligadas a Sun, e logo depois do seu primeiro lançamento público, a Sun
ampliou seus investimentos, criando uma nova subsidiária, a JavaSoft, contratou
centenas de funcionários para continuar a expandir a linguagem (LEMAY, 1999).

5.2.1 Características da Linguagem Java

A linguagem detém diversas características, quando se fala em Java logo


se associa a mesma a uma linguagem simples, orientada a objetos, multitarefa,
independente de arquitetura, o que reflete em sua portabilidade, mas ao mesmo
tempo robusta e segura. Todas estas características provêem uma linguagem de
alto desempenho (MENDES, 2009).

1
Applet: é um programa escrito na linguagem Java que pode ser incluído em uma página Web (SUN).
36

A independência de plataforma é a principal característica da linguagem,


a mesma tem a capacidade de o mesmo programa ser executado nas mais variadas
plataformas e sistemas operacionais. Os programas desenvolvidos em Java detêm
esta característica pelo fato de utilizar uma máquina virtual, como se existisse um
computador dentro de outro. A máquina virtual é um interpretador Java, faz com que
os programas Java compilados tenham suas instruções convertidas para que
qualquer plataforma e sistema operacional que possua uma máquina virtual Java
possa executá-lo.
A linguagem Java também é independente de plataforma no código-fonte,
os programas quando desenvolvidos são salvos em arquivos de texto antes de
serem compilados, portanto se o programa for escrito, por exemplo, em um
Macintosh poderia sem problemas ser compilado em bytecode²2em uma máquina
com Windows (LEMAY, 1999).
Para aplicações que exijam maior velocidade de execução existem
algumas alternativas que a máquina virtual pode fornecer, tal como:

• Uso de chamadas diretas para o código de máquina específico do


sistema, no entanto isto torna o programa dependente de plataforma.
• Utilizar compiladores just-in-time, os quais convertem os bytecodes
Java em código especifico do sistema.

É importante ressaltar que o uso de alguma destas soluções tem como


benefícios o ganho de velocidade em detrimento da portabilidade da linguagem Java
(LEMAY, 1999).
O Java é baseado nos conceitos de programação orientada a objetos,
assim como seu alicerce o C++, no entanto é considerado mais orientado. O fato de
o código ser organizado em classes permite relacionamentos de herança simples
entre si (GHELERE, 2005 apud SANTOS, 2005).
O Java foi iniciado com o intuito de desenvolver programas robustos,
confiáveis, simples e seguros. A linguagem possui o diferencial de encontrar
possíveis erros, que em outras linguagens só seriam percebidos na execução, por
este motivo é caracterizada uma linguagem robusta e confiável. Sua simplicidade e

2
Bytecode: “versão da máquina virtual Java do código de máquina, as instruções que ela entende diretamente”
(LEMAY, 1999).
37

praticidade para programar são outros pontos destacados por literaturas.


Desenvolvido para trabalhar em rede, de forma distribuída, o Java fornece múltiplas
camadas de checagem de segurança, deixando os sistemas livres de possíveis
alterações e de vírus.
Os aplicativos desenvolvidos em Java somente podem ser executados
em maquinas que tenham a máquina virtual Java instalada. Essa camada existente
entre o código-fonte e código de máquina compilado ocasiona alguns problemas de
desempenho, os programas Java têm sua execução mais lenta se comparados a
programas criados em linguagens dependentes de plataforma (LEMAY, 1999).

5.3 JAVA 2D API

O Java 2D é uma ferramenta flexível e poderosa a qual foi construída com


o intuito que os desenvolvedores pudessem desenvolver aplicações que
agrupassem interfaces de usuários avançados (UNISINOS).
A API Java 2D dispõe de gráficos bidimensionais, recursos de texto e
imagem. Conta com suporte a renderização de textos e imagens, a ferramenta
fornece completo pacote de itens para o desenvolvimento de interfaces de usuário
mais sofisticadas, e também para a construção de editores de imagem(SUN, 2010).
Com estas ferramentas o desenvolvedor tem a possibilidade de construir
aplicações que satisfazem as necessidades exigidas pelo mercado quando se trata
de interface e ferramentas para usuário final (UNISINOS).

O Java 2D fornece variadas capacidades, quais são listadas abaixo:

• Modelos de padronização tanto para impressoras quanto para


dispositivos de vídeo.
• Dispõe de variadas formas geométricas, curvas, retângulos e elipses,
bem como de mecanismos que proporcionam a formação de novas
formas.
• Possui um modelo de composição munido de controles a objetos
processados.
38

• Gerencia de cores facilitada pelo suporte a cores avançadas.


• Apoio a impressão de documentos.

5.3.1 Formas Geométricas

Pontos, linhas, retângulos, arcos, elipses e curvas são alguns dos


formatos padrões que o Java 2D fornece. Tais formas podem ser encontradas no
pacote java.awt.geom, considerado o mais importante para este tipo implementação.
A definição e forma como estes formatos, subdivididos em classes podem ser
utilizados serão vistos a seguir (SUN, 2009).

• Pontos

Suportada pela classe Point2D, através desta é possível definir pontos


que representam uma posição em coordenadas espaciais, coordenadas (x, y). Estes
pontos não possuem cor, não ocupam espaço e consequentemente não podem ser
processados.
A classe Point2D dá suporte a um método para calcular a distância entre
dois pontos. E tais pontos comumente são utilizados com os objetivos de criar novas
formas geométricas (SUN, 2009).

• Linhas

Composta por vários métodos para definição de pontos extremos de uma


linha, a classe Line2D representa uma linha de coordenadas (SUN, 2009).

• Formas Retangulares

A classe RectangularShape possui algumas derivações que dão suporte a


criação de uma caixa delimitadora em forma retangular. Tais derivações sustentam a
formação de retângulos com cantos arredondados ou mesmo arcos (SUN, 2009).
39

• Curvas Cúbicas e Quadráticas

Suportada pela classe CubicCurve2D, uma curva quadrática pode ser


definida por dois pontos extremos e um terceiro, um ponto de controle. Já a curva
cúbica é definida por dois pontos e dois pontos de controle (SUN, 2009).

Figura 12: Curva Quadrática.


Fonte: SUN, 2009

Figura 13: Curva Cúbica.


Fonte: SUN, 2009

• Formas Arbitrárias

A classe GeneralPath dispõe da possibilidade de criar formas diversas


através da definição de pontos ao longo de contorno da forma desejada. Podendo
40

estes pontos serem conectados juntamente a linhas, curvas cúbicas ou quadráticas


(SUN, 2009).

Figura 14: Formas Arbitrárias.


Fonte: SUN, 2009

• Áreas

A classe Área permite a execução de operações booleanas, união,


intersecção e subtração nos objetos desejados. Esta classe permite criar complexos
objetos Shape sem a necessidade de descrever segmentos de linha ou curva (SUN,
2009).

5.4 FERRAMENTAS DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO – IDE’s

Uma ferramenta de desenvolvimento integrado (IDE) consiste em uma


aplicação qual tem a funcionalidade de aumentar a produtividade de
desenvolvedores de softwares, assim como a qualidade dos mesmos. Tais
ferramentas auxiliam os programadores a reduzir erros, e aplicar técnicas de
desenvolvimento.
41

Devido a alta competitividade no mercado de desenvolvimento de


software, as organizações estão cada vez mais aderindo as IDE’s, como meio para o
aumento de produção e principalmente da qualidade dos programas desenvolvidos
(SANTOS).
Existem no mercado as mais variadas e boas opções de softwares para
desenvolvimento na tecnologia Java, ambientes de desenvolvimento integrado (IDE
– Integrated Development Environment) simples ou sofisticados, gratuitos ou pagos.

5.4.1 Eclipse

Ferramenta robusta de desenvolvimento de software, e de código-aberto


possui uma ampla gama de recursos que possibilitam o desenvolvimento de
ferramentas com alta qualidade. O Eclipse é descrito em literaturas como uma
plataforma ferramenta universal, “um IDE aberto extensível para tudo e nada em
particular” (D'ÁVILA, 2008).
Utilizado pela IBM na construção de suas ferramentas IBM Rational para
projeto e desenvolvimento Java, o Eclipse ganhou mais força e popularidade em
meio a toda comunidade de desenvolvedores Java.
Fonte de descontentamentos para uns e vantagens para outros é a
diversidade de opções que o Eclipse possui, o seu uso requer agregar plug-ins para
atender as particularidades de cada projeto em desenvolvimento, e isto a ferramenta
proporciona, a mesma possui grande liberdade de escolha e flexibilidade para
atender as mais diversificadas necessidades no desenvolvimento de softwares
(D'ÁVILA, 2006).

5.4.2 NetBeans

O NetBeans uma ferramenta também Open Source é um projeto apoiado


pela Sun Microsystems. A mesma oferece a IDE NetBeans juntamente com seus
JDKs (Java Development Kit), e faz uso da IDE como base para Sun Java Studio
42

Creator e Enterprise. O NetBeans é preferência entre usuários de nível inicial pelo


fato de em sua distribuição padrão possuir mais recursos que o Eclipse básico, além
de incluir ferramentas para desenvolvimento de interfaces gráficas e projetos
(D'ÁVILA, 2008).
No desenvolvimento de aplicações Java, pelo fato da linguagem ser
orientada a objetos é comum a utilização de acordo com as necessidades existentes
de funcionalidades oferecidas em classes, tais classes são organizadas em pacotes
conhecidos como APIs. Estas facilidades são comumente encontradas em
ferramentas de desenvolvimento (RICARTE, 2002).

5.5 BANCO DE DADOS

É unânime entre grandes autores que atualmente a informação é o maior


ativo de uma organização, fonte para a definição de estratégias de negócio.
Para estar inserido no mercado atual ter-se informação é de grande
relevância, esta idéia não fica restrita somente as empresas, as pessoas que fazem
parte destas empresas também devem estar em constante aquisição de
informações, quais são subsídios para formação de conhecimento. A forma como
tais pessoas fazem uso destas informações é um dos grandes diferencias entres
seres bem sucedidos e os não tão bem sucedidos (PEREIRA, 2009).
Para sustentar e alavancar as tomadas de decisões nos mais variados
âmbitos as organizações de qualquer tipo devem se desenvolver e reagir às
mudanças no ambiente. O gerenciamento de informações tem por objetivo suportar
a solução de problemas e a tomada de decisão.
Com o intuito de manter tais informações organizadas e acessíveis com
facilidade existem os bancos de dados. Qual é definido por Date com “[...] uma
coleção de dados persistente, usada pelos sistemas de aplicação de uma
determinada empresa”, para armazenamento e manipulação destes bancos de
dados existem ferramentas computacionais responsáveis pela sua gerência.

[...] sistema de banco de dados é basicamente um sistema


computadorizado de manutenção de registros; em outras palavras, é um
sistema computadorizado cuja finalidade geral é armazenar informações e
43

permitir que os usuários busquem e atualizem essas informações quando


as solicitar. (DATE, 2003)

Portanto, compreende-se que um sistema de banco de dados é uma


ferramenta destinada a armazenar de forma organizada os dados, sendo que estes
podem ser consultados, alterados e excluídos, obedecendo às permissões
concedidas a cada usuário.
Tais sistemas de gerenciamento permitem às organizações maior
agilidade nos processos internos e conseqüentemente nas tomadas de decisão, no
entanto, somente a disponibilidade de informações não é suficiente, é necessário
ter-se qualidade nas informações (DATE, 2003).

5.5.1 MySQL

Michael Widenius foi o inventor do MySQL, uma ferramenta para gestão


de banco de dados, qual surgiu a partir do formato de arquivos ISAM desenvolvido
pela DataKonsult AB (LOZANO, 2002).
Atualmente os usuários desta ferramenta tem disponíveis duas opções de
licença, o MySQL como um produto Open Source/Free dentro dos termos da
General Public License (GNU), ou então utilizar a versão comercializada pela
MySQL AB, nesta é possível obter-se suporte diferenciado pelo fornecedor.
O MySQL é amplamente conhecido no mercado, esta afirmação leva em
consideração o fato de o mesmo ser muito comum em aplicações Web, outro fator
relevante é a sua disponibilidade para praticamente qualquer sistema operacional,
tanto proprietários quanto não proprietários.
O sistema de banco de dados MySQL é baseado na arquitetura
cliente/servidor, onde um servidor atende acessos diferentes ao mesmo tempo, o
mesmo dá suporte também a diferentes programas clientes e bibliotecas,
ferramentas administrativas e diversas interfaces de programação. Pode ser
adicionado ainda que é considerado um dos bancos mais rápidos, além de confiável
e fácil de usar.
Fernández (1998) destaca as principais características do MySQL, quais
são relacionadas abaixo:
44

• Veloz e robusto;
• Desenvolvido em C e C++, testado em diversos compiladores;
• Suportado em diversas plataformas;
• Portabilidade por utilizar GNU Automake, Autoconf e Libtool;
• Dispõe de APIs para C, C++, Eiffel, Java, Perl, PHP, Phyton, Ruby e
Tcl;
• Multiprocessamento, o que possibilita trabalhar-se com várias CPUs,
se disponíveis.
• Oferece mecanismos de armazenamento transacional e não
transacional;
• Sistema de privilégios e senhas flexível e seguro;
• Todo tráfego da rede é criptografado;
• Sistema de alocação de memória muito rápido e baseando em
processos;
• Uma biblioteca de classes altamente otimizada e com o máximo de
desempenho permite a implementação de funções SQL;
• Permite que os clientes conectem-se ao servidor usando TCP ou UNIX
Socket;
• As mensagens de erros podem ser exibidas em diversos idiomas;
• Tem suporte a instruções SQL que verificam, otimizam e reparam
tabelas.

Como pode perceber-se, o MySQL apresenta muitas características


favoráveis, que são relevantes na escolha ou não em usá-lo, é um sistema confiável,
seguro, com ótimo desempenho, que recebe destaque ainda maior quando aplicado
a ferramentas Web, onde é mais difundido.

5.5.2 PostgreSQL
45

Conforme a POSTGRESQL.BR (2008a), em 1986 deu-se início um


projeto liderado pelo professor da Universidade de Berkeley, Michael Stonebraker e
inicialmente patrocinado por grandes empresas, sendo elas a National Science
Fudation (NSF), a Army Research Office (ARO), a Defence Advanced Research
Projects Agency (DARPA) e finalmente pela ESL, Inc. Dava-se início então ao
POSTGRES.
Devido a sua segurança e portabilidade o POSTGRES sempre foi
usado para implementar muitos aplicativos. Desde sistemas financeiros, banco de
dados de informações médicas até ferramentas universitárias para uso educacional.
A robustez do sistema era tanta que acabou tendo o código usado para fins
comerciais.
Em meados de 1994 os estudantes Andrew Yu e Jully Chen deram
início a uma nova modelagem ao banco, ele passou a ser escrito em ANSI C e lhe
foi adicionado o dialeto SQL, e essa nova versão foi rebatizada de Postgres95.
Dois anos mais tarde seu desenvolvimento e manutenção já estavam
nas mãos de voluntários espalhados por todo o mundo. Viu-se assim, que este
nome não mais o caberia, sendo então batizado pela última vez de PostgreSQL. Seu
foco, a partir daí, foi aumentar seus recursos e funcionalidades, sem que parasse as
demais áreas (POSTGRESQL.BR, 2008b).
Segundo a documentação Postgresql.br (2008c) a arquitetura de sistema
básica do PostgreSQL utiliza o tradicional conhecido modelo cliente-servidor. Esse
modelo possibilita o acesso, por parte de vários clientes, a vários serviços fornecidos
por um ou mais servidores compartilhados.
Fazendo uso deste modelo uma sessão do PostgreSQL consiste na
execução dos seguintes processos cooperando entre si:

• O processo servidor, que faz a gerência dos arquivos de banco de


dados, o mesmo recebe conexões dos aplicativos cliente com o banco
de dados, e executa ações no banco em nome dos clientes. O
programa servidor de banco de dados se chama postmaster.

• Os aplicativos cliente podem ter naturezas diversas: o cliente pode ser


uma ferramenta no modo caractere, um aplicativo gráfico, um servidor
46

Web que acessa o banco de dados para mostrar páginas Web, ou uma
ferramenta especializada para manutenção do banco de dados.

É comum em aplicações cliente-servidor estarem em hospedeiros


diferentes, nesta condição a comunicação é realizada através de uma conexão de
rede TCP/IP.
A Figura 15 apresenta a arquitetura do modelo cliente-servidor usado pelo
banco de dados PostgreSQL, identificando os componentes do mesmo.

Figura 15: Arquitetura modelo cliente-servidor


Fonte: Action Developers (2008).

Conforme explicitado em Postgresql.org (2008) a licença do PostgreSQL


é BSD (Berkeley Software Distribution), portanto o mesmo pode ser utilizado,
modificado e distribuído por qualquer pessoa ou empresa para qualquer finalidade,
sem qualquer encargo, em quaisquer dos sistemas operacionais suportados. E são
muitas as empresas que usam o banco de dados PostgreSQL, companhias que
construíram produtos, soluções, web sites e ferramentas usando o PostgreSQL para
as mais diversas áreas.
O banco de dados PostgreSQL possui inúmeras características dos
SGBDs proprietários comercializados atualmente, sua performance é comparada
com a de outros banco de dados comerciais, tendo pontos onde é mais rápido e
47

outros mais lento. É um sistema gerenciador de banco de dados robusto e altamente


confiável, isso pelo fato de a equipe de desenvolvimento empenhar-se em lançar
sempre versões bem testadas e com código estável.

5.6 EDITOR DE BANCO DE DADOS

5.6.1 SQLyog

Desenvolvido pela WEByog Enterprise o SQLyog é destinado a edição de


bancos de dados MySQL. Esta ferramenta é utilizada para criação, edição e
sincronização de bancos de dados locais e em servidores.
Atualmente o SQLyog é distribuído em duas versões sendo elas a
Enterprise e Community, esta última gratuita com inúmeros recursos avançados, no
entanto, diversas ferramentas são bloqueadas, tendo seu uso liberado somente
mediante a compra da versão Enterprise.
Abaixo são descritas algumas características interessantes destacadas na
documentação da ferramenta SQLyog.

• Disponível para plataforma Windows e Linux;

• Combatibilidade MySQL 5.x;

• Proteção de dados através da criptografia SSL;

• Esquema e ferramentas de sincronização de dados;

• Escrito inteiramente em C / C + + / Win32 API nativa usando o MySQL


C API;

• Gerenciador de conexões.

O software SQLyog possui características importantes, quais são de


grande relevância para sua utilização ou não, oferece inúmeros recursos para
edição de bancos de dados, além do importante fato de ter uma versão gratuita.
48

5.7 UML

O surgimento de linguagens de modelagem orientada a objetos teve início


entre a metade da década de 1970 e final da década de 1980, diante do surgimento
de linguagens de programação orientadas a objetos e aplicações cada vez mais
complexas, o aumento de métodos alternativos para análise e projeto foi uma
conseqüência (BOCHH; RUMBAUGH & JACOBSON, 2000).
Os principais contribuintes para o desenvolvimento da UML (Unified
Modeling Language) ou Linguagem de Modelagem Unificada em sua tradução literal,
foram Grady Booch, James Rumbaugh e Ivar Jacobson. A notações definidas para a
UML são provenientes de métodos preexistentes, sendo adequadas para torná-la
mais expressiva.
Em 1997 a UML foi aprovada como padrão pelo consórcio internacional
de empresas que define e ratifica padrões na área da orientação a objetos, OMG
(Object Management Group), e desde então vem cada vez mais sem aceito pela
comunidade de desenvolvedores de sistemas (BEZZERA, 2002).
A UML é definida por Bochh, Rumbaugh & Jacobson (2000) como uma
“linguagem-padrão para a elaboração da estrutura de projetos de software”.
Portanto, uma ferramenta para a realizar a construção de modelos para
desenvolvimento de aplicações. Este método de modelagem é independente de
linguagens de programação e de processos de desenvolvimento, podendo ser
utilizado com qualquer linguagem de programação e processo de desenvolvimento
adotado (BEZZERA, 2002).
A UML utiliza de documentos textuais ou gráficos para dar suporte ao
desenvolvimento de projetos de softwares, estes documentos denominados
artefatos de software são fonte para a definição dos diagramas da UML. Estes tipos
de diagramas e os diagramas propriamente ditos são listados na Figura 16
(BEZZERA, 2002).
49

Figura 16: Diagramas definidos pela UML


Fonte: Bezzera, (2002, p.17)

A UML é definida então como uma linguagem pra visualizar, especificar,


construir e documentar os artefatos de uma sistema de software, seja ele complexo
ou não, isto é possível pela sintaxe e semântica bem definidas das quais dispõe
(BOCHH, RUMBAUGH & JACOBSON, 2000).
50

6 SISTEMA DE AVALIAÇÃO DO PÉ – SIS AP

Sabe-se que muitas vezes o desempenho do usuário em relação ao uso


de um software está ligado a qualidade da interface do sistema. O Sistema de
Avaliação do Pé foi desenvolvido seguindo padrões de organização visando oferecer
praticidade e facilidade para o seu uso. Dispondo basicamente das funcionalidades
de controle de pacientes e avaliação realizada a partir da imagem da planta do pé.
Ao executar o sistema o usuário deve inicialmente realizar um cadastro do
paciente, preenchendo os campos necessários do formulário. É obrigatório o
cadastro da imagem do pé, obtida através de um protótipo desenvolvido
especialmente para a aquisição da mesma. Este protótipo constitui-se basicamente
de um scanner de imagens adaptado com um vidro reforçado, para suportar o peso
de uma pessoa adulta. Neste cadastro inicial é dispensado o preenchimento do
campo referente ao diagnóstico.
A imagem utilizada pelo sistema deve respeitar somente o padrão de
tamanho (400px. x 440px.), no entanto para uma melhor visualização seria
necessário também que a imagem siga um padrão de cores. Durante os testes da
aplicação foi observada que a imagem no modo preto e branco possibilitou uma
visualização mais nítida dos pontos relevantes para a avaliação.
Seguido da primeira etapa, o usuário deverá dar início a fase de
avaliação, onde primeiramente lhe é requisitado uma consulta ao cadastro de
paciente, para que seja possível o carregamento da imagem do paciente em
questão. Prossegue-se então, para a etapa onde o usuário realiza a avaliação, para
isto, são disponibilizados na tela uma sequência de passos com os devidos modelos
para execução da análise, isto possibilita que o usuário mesmo não tendo total
conhecimento do método de avaliação possa realizá-la.
Após a coleta das informações inseridas pelo fisioterapeuta através dos
pontos clicados é gerado um valor. Este valor é resultante do cálculo realizado pelo
sistema, onde a quarta linha traçada tem seu valor em centímetros divido pela
terceira linha traçada, também em centímetros.
Este valor passa por uma série de verificações, tal verificação é realizada
a fim de encontrar em qual intervalo de índices pré definidos encontra-se o valor
51

resultante do cálculo. Os intervalos de índices, bem como a respectiva patologia,


estão apresentados ao final do capítulo 4.
Finalizada a execução dos passos, a aplicação fornece um índice, o qual
é a base fundamental para o desenvolvimento do diagnóstico. Tal diagnóstico pode
ser inserido nesta etapa, ou então a inserção pode ser realizada em uma posterior
consulta ao paciente em questão, com a atualização do cadastro do mesmo.

6.1 FERRAMENTAS UTILIZADAS

Durante a pesquisa realizada e descrita nos capítulos anteriores do


projeto, diversas foram as tecnologias existentes analisadas. Para a implementação
do Sistema de Análise do Pé foram analisadas as vantagens e desvantagens das
mesmas, os custos e se atendiam as necessidades requeridas pelo projeto.
A linguagem de programação utilizada para a escrita da aplicação foi a
tecnologia Java, por a mesma apresentar robustez que pode ser entendida como
confiabilidade, Java é uma linguagem livre, não havendo a necessidade de pagar
por sua licença, a mesma atendeu todas as necessidades requeridas e também por
tratar-se da linguagem qual se tinha maior familiarização. Toda a lógica da aplicação
foi desenvolvida na ferramenta NetBeans IDE 6.7.1, qual é um ambiente destinado a
implementação de aplicações e tecnologias Java, OpenSource e atendeu todas as
necessidades para o desenvolvimento da aplicação.
Para gerenciamento do banco de dados, optou-se pelo MySQL qual é
uma ferramenta sob licença GPL de Software Livre, tem excelente desempenho e
estabilidade, portabilidade e compatibilidade, a mesma é amplamente utilizada por
grandes organizações de renome mundial.
O software Enterprise Architect 6.5 em sua licença Trial, foi utilizado para
realizar a modelagem da aplicação, sendo englobadas principalmente as funções
para desenvolvimento de diagrama de classes e caso de uso.
A utilização destas ferramentas foram de extrema importância para o
desenvolvimento e implementação do protótipo da aplicação SIS AP, descrita no
presente projeto.
52

Figura 17: Diagrama de Caso de Uso


Fonte: Dos Autores (2010).
53

Figura 18: Diagrama de Classe


Fonte: Dos Autores (2010).
54
55
56
57
58
59
60

Tela: Cadastro de Paciente


Objetivo: Incluir o paciente e seus dados no sistema para que assim
possa ser iniciada a análise clínica.

Figura 19: Cadastro de Paciente


Fonte: Dos Autores (2010).
61

Tela: Consulta, alteração e exclusão de Paciente


Objetivo: Disponibilizar opções para a realização das consultas,
alterações ou exclusões do paciente e seus dados do sistema.

Figura 20: Consulta, Altera e Exclui Paciente


Fonte: Dos Autores (2010).
62

Tela: Análise da Patologia do Paciente.


Objetivo: Diagnosticar e armazenar a situação do paciente para cada
problema apresentado.

Figura 21: Avaliação do Pé


Fonte: Dos Autores (2010).
63

Tela: Consulta Patologias


Objetivo: Consultar a descrição e o tratamento para as patologias
diagnosticadas.

Figura 22: Patologias


Fonte: Dos Autores (2010).
64

7 CONCLUSÃO

Os pés são muito diferentes do que se imagina, responsáveis não só por


nossa locomoção, mas estão diretamente relacionados a nossa postura e equilíbrio.
Suas alterações implicam em sérios problemas osteomusculares, os quais vão
desde dores intensas nos pés até desvios na coluna vertebral.
Foi verificado no decorrer do projeto que o método de análise atual do pé,
além de ultrapassado, pode gerar diagnósticos imprecisos. O sistema permite maior
controle dos pacientes e proporciona um processo de análise mais rápido e
confiável, o que torna o SIS AP um sistema viável.
Diante do proposto e almejado nos objetivos do projeto, é possível afirmar
que os mesmos foram atingidos. Tão importante quanto alcançar os objetivos
propostos, foi a aquisição de novos conhecimentos os quais foram importantes não
só para o bom andamento do projeto, mas também para o nosso enriquecimento
intelectual.
Inicialmente abordamos o histórico da utilização da informática nas áreas
da saúde e o quanto isso foi importante para o aperfeiçoamento das áreas médicas.
Foi evidenciado que sem o uso da tecnologia tudo fica mais demorado e menos
confiável. O SIS AP foi desenvolvido com intuito de auxiliar o fisioterapeuta no
diagnóstico de disfunções relacionadas ao pé e tornar possível uma análise clínica
mais fidedigna.
Como em qualquer desenvolvimento de um projeto, com o SIS AP em
vários momentos nos vimos diante de problemas de difícil solução. Ora relacionado
ao difícil acesso aos profissionais da área da saúde, ora por dificuldades no
desenvolvimento da interface que o usuário faria uso para realizar o diagnóstico.
Como nem todas as informações necessárias para o desenvolvimento do
projeto estavam acessíveis, e as mídias tradicionais como internet, livros e artigos
não foram suficientemente esclarecedoras, foram consultados profissionais da área
da saúde. Tivemos auxílio de fisioterapeutas, que foram extremamente importantes
no decorrer do projeto, passando as informações necessárias para as análises
clínicas.
Foram consultados profissionais capacitados e principalmente fóruns de
discussão especializados em desenvolvimento em Java. À medida que íamos
65

avançando, era preciso novas pesquisas, gerando assim um ciclo constante de


aprendizagem e desenvolvimento.
Com relação ao banco de dados, o problema foi um pouco menor. Pelo
fato do MySQL ser um banco muito difundido, sendo utilizado até mesmo por
grandes corporações, não foi difícil encontrar artigos e teses a respeito. Isso facilitou
não só a parte escrita do projeto como também no desenvolvimento da
programação.
A seguir serão apresentadas algumas sugestões para a complementação
deste trabalho, que visam ampliar as áreas de aplicação do projeto bem melhorar
seu desempenho. São elas:

• Construir um aparelho capaz de capturar uma imagem da planta do pé


para o uso no sistema.

• Desenvolver um método capaz de tratar a imagem recebida por esse


aparelho, deixando com os padrões de tamanho e cor ideais para a
realização da avaliação.

• Desenvolver um novo módulo capaz de realizar cálculos específicos


para a confecção de moldes de palmilhas, que servirão para o
tratamento das alterações do pé encontradas pelo sistema durante a
avaliação.

Embora se tenha chegado ao resultado pretendido, espera-se que este


projeto siga adiante e que possam ser desenvolvidos novos módulos voltados ao
diagnóstico de outros problemas também relacionados ao pé.
66

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