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RICARDO BRANQUIS uma terceira colheita de figos, que se realiza na próxima estação da
primavera. A figueira a que se refere o evangelho de S. Marcos
(11.13), foi amaldiçoada por Jesus pelo seu fingimento - porquanto
A FIGUEIRA SEM deve observar-se que nesta árvore o fruto vem primeiro, e não as
folhas - e por isso, se tinha folhas e nenhum fruto, era árvore estéril
para a estação. ‘É preciso ver’, diz o Cônego Tristram, ‘que o
FRUTOS milagre de Jesus tinha uma intenção típica, mostrando como seriam
tratados por Deus os israelitas, que, tendo a pretensão de serem os
primeiros, como a prematura figueira, haviam de ser os últimos,
visto como nenhum fruto era produzido nas suas vidas, mas somente
Texto Bíblico: Mat. 21:18-22 se viam as sussurrantes folhas de uma profissão religiosa sem o bom
fruto das obras.’ Bolos, feitos de figos secos, eram aconselhados
INTRODUÇÃO quando havia em qualquer pessoa falta de forças (1 Sm 30.12), e
também se aplicavam os figos no tratamento de chagas (2 Rs 20.7).
1) Jesus havia pernoitado na cidade de Betânia. Passara praticamente
toda a noite em oração e vigília. Pela manhã, tornou a ir para o 5) “Nunca mais nasça fruto em ti!” (v. 19). Estas foram as palavras de
templo. maldição que Jesus pronunciou sobre a figueira. O resultado foi que
“a figueira secou imediatamente”.
2) A caminho do templo, avistou ao longe uma figueira. Segundo Mar.
11:13, aquele “não era tempo dos figos”. Porém, uma figueira OS DISCÍPULOS FICARAM SURPRESOS (v. 20)
coberta de folhas indicava que, muito provavelmente, ali haveria
figos. 1) Aos olhos dos discípulos, aquele ato de Jesus lhes era estranho.
Sempre ouviam dos lábios de Jesus que Ele viera para salvar, não
3) “Portanto, essa árvore cheia de folhagem era uma promessa de bem para condenar; viera para restaurar, não para destruir.
desenvolvidos frutos. Sua aparência, porém, era enganosa” (DTN,
581). 2) Luc. 9:56 – “O Filho do homem não veio para destruir as almas dos
homens, mas para salvá-las”.
4) Dicionário Bíblico Eletrônico (www.biblionline.net) - A figueira é
muito comum na Palestina. Divide-se em muitos ramos, bem 3) Não conseguiam compreender o porquê de Cristo ter condenado e
providos de folhas, e dando por isso a mais completa sombra para feito secar a figueira. Perguntavam a si mesmos qual o desígnio de
resguardar do sol oriental. Lemos na Bíblia que todo homem se Cristo com aquela parábola viva.
assentava debaixo da sua figueira (1 Rs 4.25 - Mq 4.4 - Zc 3.10).
Natanael estava debaixo de uma figueira, provavelmente entregue às
suas devoções (Jo 1.49 a 51). o fruto, procedente dos grandes ramos, A FIGUEIRA FALANDO AOS JUDEUS E GENTIOS
sempre precede as folhas. os primeiros figos amadurecem entre
maio e agosto, segundo a sua situação, e caem logo que estão Aos Judeus:
maduros: caem, na frase de Naum (3.12), na boca do que os há de
comer, quando a árvore é sacudida. os últimos figos amadurecem
em setembro. Acontece também, que, quando o inverno é suave, há
1
a) Diziam ser mais fiéis que os gentios e pretendiam ser mais justos 4) Na sentença que Cristo proferiu contra a figueira ficou claro que “o
que todos os povos, porém estavam corrompidos pelo amor do pecador declarado é menos culpado do que o que professa seguir a
mundo e pela avareza; Deus, mas não produz fruto para a glória de Deus”. DTN, 584.
b) Orgulhavam-se pelos muitos conhecimentos que possuíam, porém Disse Spurgeon: "Eu não dou muito por sua religião a menos que
desconheciam a vontade de Deus e eram hipócritas; possa ser vista. Os lampiões não falam; mas brilham. Um farol não rufa
tambor, não faz soar o gongo; no entanto, muito longe através das águas,
c) Possuíam templo exuberante, altares, sacerdotes e cerimônias seu facho de luz é visto pelo marinheiro. Assim, brilhem suas ações mais do
impressionantes, porém faltava-lhes humildade, amor e que sua religião. Seja o principal sermão de sua vida ilustrado por toda a sua
beneficência. conduta, e não deixará de ser ilustre”.
3) “Os que assim vivem para si, são como a figueira, toda presunção,
mas sem frutos. Observam as formas de culto, mas sem
arrependimento nem fé. Em profissão, honram a lei divina, mas
faltam na obediência. Dizem, mas não fazem”. DTN, 584.