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Elvira da Piedade Bila

Frank Richade Nipaco

Glória Henrique

Tratamento do Carvão, Petróleo-Bruto e Gás Natural

Universidade Rovuma

Lichinga

2023
Elvira da Piedade Bila

Frank Richade Nipaco

Glória Henrique

Tratamento do Carvão, Petróleo-Bruto e Gás Natural


(Licenciatura em Ensino de Química e Biologia)

Trabalho da cadeira de Química Técnica a ser


apresentado ao Departamento de Ciências,
Tecnologia, Engenharia e Matemática, Curso de
Licenciatura em Ensino de Química, extensão de
Niassa, para fins avaliativos sob orientação do
docente: MSc. Esau C. Bandali

Universidade Rovuma
Lichinga
2023
Índice
1. Introdução ............................................................................................................................... 3

1.1. Objectivos ............................................................................................................................ 3

1.1.1. Geral ................................................................................................................................. 3

1.1.2. Específicos ........................................................................................................................ 3

1.2.Metodologias ........................................................................................................................ 3

2. Tratamento do Carvão, Petróleo-Bruto e Gás Natural ........................................................... 4

2.1. Importância do Carvão para a economia ............................................................................. 4

2.1.1. Carvão - O que é, onde é encontrado e por que é importante........................................... 4

2.1.2. Desgaseificação (destilação) do carvão ............................................................................ 6

2.2. Petróleo-Bruto ..................................................................................................................... 7

2.2.1. Composição do petróleo bruto.......................................................................................... 9

2.2.3.Tratamento do petróleo bruto .......................................................................................... 12

2.2.3.1. Destilação/rectificação ................................................................................................ 12

2.2.3.2. Craqueamento (cracking) ............................................................................................ 13

2.2.3.2. Reformação (reforming) .............................................................................................. 15

2.2.3.4. Pirólise ......................................................................................................................... 15

2.3. Gás natural ......................................................................................................................... 16

2.3.1. Composição .................................................................................................................... 17

2.3.2. Tratamento do gás natural .............................................................................................. 18

2.3.3. Aplicações do gás natural ............................................................................................... 21

3. Conclusão ............................................................................................................................. 23

4. Bibliografia ........................................................................................................................... 24
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1. Introdução

O presente trabalho aborda conteúdos de extrema importância pois com o conhecimento destes
facilitam para melhor compreensão e percepção da natureza, que dentre os quais se destacam: i.
Importância do Carvão para a economia; Desgaseificação (destilação) do carvão; ii. Petróleo-
Bruto: Rectificação, Refinação, Craqueamento, reformação e Pirólise; iii. Gás Natural: Sua
composição, seu tratamento, e sua aplicação.

Com a evolução da história, o ser humano foi desenvolvendo mecanismos mais sofisticados de
trabalho e que necessitavam cada vez mais de fontes de energia altamente potenciais, como os
potenciais de geração de calor dos combustíveis fósseis, neste cenário, um dos primeiros e
principais combustíveis a ser utilizado foi o carvão mineral. No contexto histórico este
combustível aquece muitas casas Europeias durante a Idade Média.

Entretanto, o petróleo e o gás natural petróleo, como é do nosso conhecimento que estas
substâncias constituem uma grande fonte de energia, e também os seus produtos são usados na
indústria automobilística, os aviões e também na lubrificação.

1.1. Objectivos

1.1.1. Geral
 Compreender o tratamento do Carvão, Petróleo-Bruto e Gás Natural.

1.1.2. Específicos

 Descrever a Importância do Carvão para a economia;

 Explicar a processo de Desgaseificação (destilação) do carvão;

 Identificar os processos de Rectificação, Refinação, Craqueamento, reformação e Pirólise


no tratamento do Petróleo-Bruto;

 Descrever a composição, seu tratamento, aplicação do Gás Natural.

1.2.Metodologias

Para a realização deste trabalho recorreu-se ao método bibliográfico que consistiu na consulta de
obras bibliográficas e internet, método descritivo que consistiu na descrição de informações
recolhidas nas diferentes obras onde cada autor está devidamente referenciada no final do
trabalho.
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2. Tratamento do Carvão, Petróleo-Bruto e Gás Natural

2.1. Importância do Carvão para a economia


A vida moderna é inimaginável sem electricidade. Ilumina casas, prédios e ruas; fornece calor
doméstico e industrial; e alimenta a maioria dos equipamentos e maquinários usados em
residências, escritórios e fábricas. O carvão é a fonte mais abundante de electricidade em todo o
mundo, fornecendo actualmente mais de 36% da electricidade global.

O carvão é fontes de energia, incluindo energia nuclear e renovável, dependem fortemente de


minerais importados para abastecer reactores nucleares ou construir turbinas eólicas e painéis
solares. Essas tecnologias, no entanto, produzem zero emissões. Como resultado, a geração de
electricidade a partir do carvão diminuiu em favor dessas e de outras fontes (See, 2020).

Usinas de energia movidas a carvão fornecem energia acessível, confiável e constante,


disponível sob demanda para atender às necessidades de consumo de energia. Como grande
parte do mundo carece de acesso à energia limpa e moderna, o carvão ainda é essencial para
aliviar a pobreza energética mundial. O desafio que a indústria enfrenta está no desenvolvimento
de tecnologias e caminhos para emissões zero, especialmente dióxido de carbono, que os
cientistas identificam como um factor nas mudanças climáticas (See, 2020).

O carvão também serve para muitos usos industriais. Entre as mais expressivas estão a
siderurgia, que utiliza carvão metalúrgico/coqueificável, e a fabricação de cimento. Carvão e
subprodutos de carvão também são usados para fabricar uma variedade de produtos, incluindo
carvão activado usado em filtros para sistemas de purificação de água e ar; fibra de carbono na
construção de aviões e automóveis; silício metálico para lubrificantes e até processos químicos
para extracção de elementos de terras raras, só para citar alguns exemplos.

2.1.1. Carvão - O que é, onde é encontrado e por que é importante


O carvão é uma rocha orgânica combustível, composta principalmente de carbono, hidrogénio e
oxigénio. É formado por vegetação, que foi consolidada entre outros estratos rochosos e alterada
pelos efeitos combinados de pressão e calor ao longo de milhões de anos para formar veios de
carvão. Existem quatro tipos principais (ou “classes”) de carvão: Antracito, Betuminoso,
Subbetuminoso e Lignito (See, 2020).
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Onde é encontrado – A resposta simples: Quase em todos os lugares, o carvão existe em


quantidades significativas em todo o mundo e é muito mais abundante do que o petróleo ou o
gás, com reservas de carvão em todo o mundo em 2018 representando 132 anos de produção.
Disponível em: https://www.worldcoal.org/coa.

Por que isso é importante- Devido à sua abundância e proximidade com os mercados, o carvão
continua sendo a segunda maior fonte de energia primária do mundo (por consumo), e os EUA
possuem a base de reservas de carvão mais rica do mundo, mais de 260 bilhões de toneladas.

Carvão e geração de electricidade em todo o mundo. Em 2019, o carvão representou 27% do


consumo mundial de energia primária e 36,4% de toda a electricidade gerada no mundo..

O carvão é a chave para aliviar a pobreza energética. Aproximadamente 860 milhões de pessoas
em todo o mundo vivem actualmente sem acesso à electricidade. Quase 2,6 bilhões de pessoas
não têm instalações de cozinha limpas. O problema está espalhado pelo mundo em
desenvolvimento, mas é particularmente grave na África subsaariana e na Ásia em
desenvolvimento, que juntos respondem por 95% das pessoas em situação de pobreza energética.
Sem o compromisso de alcançar o acesso universal à energia, estima-se que até 2030 haverá
mais 1,5 milhão de mortes prematuras por ano causadas pela poluição doméstica pela queima de
madeira e esterco e pela falta de saneamento básico e assistência médica. Disponível em:
https://www.worldcoal.org/sustainable-societies/improving-access-energy.

Também, o futuro da indústria também dependerá da diversificação do uso do carvão além da


geração de electricidade, dados os usos industriais já substanciais que existem actualmente e
novos usos alternativos em estágio de desenvolvimento, conforme descrito abaixo.

Coque para Aço - Como relata a WCA, a fabricação de aço fornece os bens e serviços de que
nossas sociedades precisam – saúde, telecomunicações, melhores práticas agrícolas, melhores
redes de transporte, água potável e acesso a energia confiável e acessível. O aço é uma liga
baseada principalmente em ferro. Como o ferro está ligado a outros elementos na crosta terrestre,
os minérios devem ser convertidos, ou 'reduzidos', usando carbono. A fonte primária deste
carbono é o carvão de coque.

Cimento – O carvão fornece cerca de 90% da energia consumida pelas fábricas de cimento em
todo o mundo. São necessários 200 a 450 kg de carvão para produzir 1 tonelada de cimento. A
indústria cimenteira consome cerca de 4% da produção global de carvão, cerca de 330Mt/ano. O
cimento é um produto importante para a construção de turbinas eólicas.

 Outros usos industriais importantes do carvão


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A WCA também relata que “outros usuários importantes de carvão incluem refinarias de
alumina, fabricantes de papel e as indústrias químicas e farmacêuticas. Vários produtos químicos
podem ser produzidos a partir dos subprodutos do carvão. O alcatrão de hulha refinado é usado
na fabricação de produtos químicos, como óleo de creosoto, naftaleno, fenol e benzeno. O gás
amónia recuperado dos fornos de coque é usado para fabricar sais de amónia, ácido nítrico e
fertilizantes agrícolas. Milhares de produtos diferentes têm carvão ou subprodutos do carvão
como componentes: sabão, aspirinas, solventes, corantes, plásticos e fibras, como raiom e náilon.
Alguns desses produtos são necessários para purificação de água limpa, bem como tecnologias
de energia não renovável. Disponível em: https://www.worldcoal.org/coal/uses-coal.

Esses produtos também vêm do carvão– O carvão é um ingrediente essencial nos seguintes
produtos que usamos no nosso dia-a-dia ou que são essenciais para a saúde pública:

Carvão activado - usado em filtros para purificação de água e ar e em máquinas de diálise renal.

Fibra de carbono - um material de reforço extremamente forte, mas leve, usado na construção,
na fabricação de aviões e automóveis, até mesmo em bicicletas de montanha e raquetes de ténis.

Espuma de carbono - projectada para atender à crescente demanda por materiais de engenharia
de altíssimo desempenho nos mercados de produtos militares, industriais, aeroespaciais e
comerciais.

Silício metálico – usado para fazer lubrificantes, repelentes de água, resinas, cosméticos,
xampus para cabelos e pastas de dente. O silício é um dos elementos mais úteis para a
humanidade. As ligas de silício são usadas para fabricar placas de dínamo e transformador,
blocos de motor, cabeçotes de cilindro e máquinas-ferramenta.

O papel do carvão na energia renovável - As tecnologias de estágio de pesquisa e


desenvolvimento também estão extraindo com sucesso elementos de terras raras do carvão e dos
resíduos de carvão. Esses minerais de terras raras – dos quais os Estados Unidos dependem
quase totalmente de importações – são essenciais para as indústrias militar e aeroespacial, bem
como para a energia renovável. Disponível em: https://www.rsc.org/periodic-
table/element/14/silicon

2.1.2. Desgaseificação (destilação) do carvão

Desgaseificação é o processo físico da lenta liberação de gases quando presos, de materiais


congelados, absorventes ou adsorventes. Este processo pode incluir a sublimação e a evaporação
que são transições de fases de uma substância para a fase gasosa, assim como a adsorção que
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infiltra por fendas ou volumes internos e produtos gasosos de lentas reacções químicas. A
ebulição é geralmente descrito como um fenómeno em separado uma vez que ocorre muito mais
rapidamente (Strong,1938).

Os processos até agora sugeridos para a recuperação do alcatrão primário baseiam-se


principalmente no emprego de aparelhos do tipo produtor, mas em tais processos não se obtém
sub-coque. Em outros processos sugeridos, o carvão é destilado em retortas e, desde que a
temperatura não ultrapasse 550 oC, produz um alcatrão primário e uma torta de sub-coque.
Outras tentativas foram feitas para realizar a destilação em retortas rotativas fechadas, aquecidas
externamente, e estas também forneceram alcatrão primário e um sub-coque, desde que a
temperatura não exceda 550 oC, mas o referido processo é atendido com a desvantagem de que o
trabalho deve ser realizado de forma intermitente e o movimento rotativo da retorta faz com que
o carvão desgaseificado se acumule em pedaços de tamanho e carácter que impedem a
desgaseificação uniforme,

Por uma questão de clareza, desejo acrescentar que o termo carvão desgaseificado é usado para
designar o carvão do qual quase todos os constituintes voláteis foram eliminados, enquanto a
gaseificação do carvão significa sua conversão completa em gás. O subcoque referido nesta
especificação é um produto peculiar de descoberta recente, que era desconhecido antes das
investigações feitas pelo professor Fischer. Este produto é de estrutura solta e fofa, de cor escura,
e muito menos coerente e resistente que o coque cinza prateado comum. O subcoque, no sentido
que acabamos de explicar, só pode ser formado quando o aquecimento externo é empregado para
realizar o processo de destilação a temperaturas de 500 40 a 550 oC, desde que sejam mantidas
as condições normais de pressão, e produz-se, simultaneamente com esse sub-coque, um gás
combustível de grande poder calorífico e o chamado alcatrão primário. Este último produzido a
uma temperatura relativamente baixa, ou seja, alcatrão que não sofreu decomposição parcial por
ser altamente aquecido e, portanto, isento de naftalina.

Em contraste com esses processos bem conhecidos, a presente invenção de destilar carvão é
baseada no emprego de um forno tubular rotativo, que produz sub-coque, alcatrão primário e gás
combustível de alto valor, simultaneamente, e elimina os defeitos das retortas rotativas bem
conhecidas. O presente dos fornos de coque, fábricas de gás.

2.2. Petróleo-Bruto
O petróleo (do latim petra oleum – “óleo de pedra”) é uma substância oleosa, inflamável e
menos densa que a água. Seu uso teve início na Antiguidade, nas formas de betume, asfalto,
alcatrão, entre outras. Era utilizado como impermeabilizante ou inflamável com finalidades
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bélicas, entre outros usos. No século XIX, o querosene passou a ser utilizado como substituto do
óleo de baleia na iluminação pública e, com isso, teve início o uso comercial do petróleo – mais
precisamente em 1859, quando teve início a produção por um poço de 21 metros de
profundidade perfurado pelo Coronel Edwin Drake em Tittusville (Pensilvânia, EUA), (Canuto,
2008).

O petróleo bruto é uma complexa mistura líquida de compostos orgânicos e inorgânicos em que
predominam os hidrocarbonetos, desde os alcanos mais simples até os aromáticos mais
complexos.

De acordo com a ASTM – American Society for Testing and Materials: “O petróleo é uma
mistura de ocorrência natural, consistindo predominantemente de hidrocarbonetos e derivados
orgânicos sulfurados, nitrogenados e/ou oxigenados, o qual é, ou pode ser, removido da terra no
estado líquido”.

O petróleo bruto encontra-se em todos os continentes. O jazigo petrolífero típico denomina-se


anticlinal. A sondagem do petróleo bruto realiza-se com métodos sísmicos. Originando-se ondas
sísmicas através da destruição por meio de dinamites quais são reflectidas pelas pedras minerais.
Com base na retardação temporária do eco, pode-se calcular o lugar do jazigo (Koch et al, 1996).

Trata-se de uma mistura inflamável, de coloração variável entre amarela e preta, encontrada nas
rochas de bacias sedimentares e originada da decomposição da matéria orgânica depositada no
fundo de mares e lagos que sofreu transformações químicas pela acção de temperatura, pressão,
pouca oxigenação e bactérias.

Tais transformações prosseguem em maior ou menor grau até o momento da descoberta da


jazida e extracção do petróleo nela contido. Dessa forma, é virtualmente impossível a obtenção
de amostras de petróleo com a mesma composição química, até mesmo em um mesmo campo
produtor (Neto & Gurgel, s/d).
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2.2.1. Composição do petróleo bruto

O petróleo bruto é de origem marítima, formado durante milhões de anos com base em resíduos
vegetais e animais. A existência de compostos complexos (metal-porfinas), esteróides, derivados
de isopreno e das substâncias opticamente activas comprovam a origem biológica do petróleo
bruto. (Koch et al, 1996).

O petróleo é uma mistura de parafinas, hidrocarbonetos cíclicos saturados e aromáticos. Além do


Carbono e Hidrogénio, o petróleo contém outros elementos em baixa concentração que
influenciam, em grande medida, o seu tratamento.
Elementos e compostos no petróleo

Exemplos

A percentagem do Enxofre é de 2.5% (petróleo Arábico) e 2.7% (Venezuelano).

O petróleo consiste numa mistura de hidrocarbonetos em estado líquido nas condições ambientes
de temperatura e pressão. A gama de variedade inclui os do tipo saturados (alcanos normais,
isoalcanos e cicloalcanos) e os aromáticos.

Outros constituintes presentes em menor quantidade são os compostos sulfurados (responsáveis


pela corrosividade dos produtos, entre outros efeitos indesejáveis), nitrogenados (piridinas,
quinolinas, pirróis, etc), oxigenados (contribuem para a acidez das fracções), resinas e asfaltenos,
bem como os metálicos: ferro, zinco, cobre, etc, com teor variando de 1 a 1.200 ppm.
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A classificação do petróleo de acordo com os tipos de hidrocarboneto predominante está


relacionada não só à génese do depósito, mas também às possibilidades de produtos que podem
ser obtidos após o refino. (Fernandes, 2009).

De acordo com Thomas, 2001, o petróleo pode ser dividido nas classes a seguir:

Classe parafínica (75% ou mais de parafinas): são óleos leves e geralmente de baixa
viscosidade. Apresentam teor de resinas e asfaltenos inferior a 10%. Incluem a maior parte dos

óleos produzidos no Nordeste.

Classe parafino-nafténica (50-70% de parafinas, mais de 20% de naflénicos): de viscosidade e


densidade moderadas, apresentam teor de resinas e asfaltenos entre 5 e 15%. Incluem a maior

parte dos óleos produzidos na Bacia de Campos.

Classe nafténica (mais de 70% de naflénicos): originam-se da alteração bioquímica de óleos



parafínicos e parafino-naflénicos. Pouco representativos em relação ao volume total de petróleo.

Classe aromática intermediária (50% de hidrocarbonetos a aromáticos): são óleos pesados


(densidade superior a 0,85), contendo 10 a 30% de asfaltenos. Encontrados no Oriente Médio e

Venezuela, entre outras regiões.

Classe aromático-nafténica (mais de 35% de naflénicos): originam-se de processos de



degradação de óleos parafínicos e parafino- naflénicos. Encontrados na África Ocidental.

Classe aromático-asfáltica (mais de 35% de asfaltenos e resinas): também oriundos de


processos de biodegradação, gerando óleos pesados. Encontrados no Canadá ocidental,

Venezuela e Sul da França. (Thomas, 2001).

2.2.2. Produtos do petróleo bruto

 A partir do petróleo bruto obtém-se os seguintes produtos:


 Combustível (gasolina);
 Nafta (para industria química);
 Querosene (combustível para aviões);
 Gasóleo (combustível diesel);
 Óleo de aquecimento (óleo combustível- “fuel oil”);
 Óleo pesado para aquecimento;
 Óleo lubrificante;
 Betume;
 Gasolina.
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Gasóleo - A combustão de Diesel é iniciada pela sua injecção para um cilindro quente sem
inflamação externa. Ao contrário da gasolina aqui precisa-se de uma auto-inflamação
(espontânea). Através dos motores de ensaio, determina-se o índice de cetano (cetano =
nHexano= 100 índice de cetano). O índice de Cetano no Diesel varia entre 45 e 50.

Óleos de aquecimento - Estes óleos (combustível e óleo pesado) fervem entre 200 e 300º C; são
destilados médios. Aplicam-se preferencialmente na indústria. Óleos lubrificantes - Estes óleos
reduzem a fricção entre as pecas de uma máquina e alteram o comportamento de viscosidade –
temperatura. Deviam ter ponto de solidificação baixo. Este é possível pela separação de n-
parafinas (cristalização fraccionada ou hidrocraking).

Normalmente aumentam-se as propriedades dos lubrificantes adicionados aditivos, tais como:


antioxidantes, correctores de viscosidade e de dispersão, etc.

Betume - O resíduo de destilação no vácuo designa-se betume. Aplica-se na construção das


estradas asfaltadas e para isolamentos.

Gasolina - é um dos produtos de maior importância do petróleo, sendo um líquido inflamável e


volátil. Consiste de uma mistura de isómeros de hidrocarbonetos de C5 a C9, obtida
primeiramente por destilação e por outros processos nas refinarias. Hoje em dia, com a
finalidade de baratear e aumentar a octanagem da gasolina, são adicionados outros produtos não
derivados de petróleo à gasolina, como, por exemplo, o metanol e o etanol.

Querosene - o querosene é uma fracção intermediária entre a gasolina e o óleo diesel. Esse
derivado é obtido da destilação fraccionada do petróleo in natura, com ponto de ebulição
variando de 150 °C a 300 °C. O querosene não é mais o principal produto de utilização
industrial, mas é largamente utilizado como combustível de turbinas de avião a jato, tendo ainda
aplicações como solvente. Tem como característica produzir queima isenta de odor e fumaça.

Óleo Diesel - é um combustível empregado em motores diesel. É um líquido mais viscoso que

a gasolina, possuindo fluorescência azul. Sua característica primordial é a viscosidade,


considerando que, através dessa propriedade, é garantida a lubrificação. É comum a presença de
compostos de enxofre no óleo diesel, cuja combustão dá origem a óxido e ácidos corrosivos e
nocivos aos seres vivos, que geram a chuva ácida. O despertar da consciência de preservação do
meio ambiente está induzindo os refinadores a instalar processos de hidrodessulfuração para
reduzir o teor de Enxofre.
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2.2.3.Tratamento do petróleo bruto

A necessidade dos produtos derivados do petróleo bruto varia de país para país. O consumo de
produtos com baixos pontos de ebulição, é maior em relação ao de maior ponto de ebulição.
Então, a quantidade e qualidade dos produtos deve ser direccionada, na refinaria, para o
mercado. (Koch et al, 1996).

Processos usados na refinaria: Rectificação, Refinação, Craqueamento, reformação e Pirólise;

2.2.3.1. Destilação/rectificação

O petróleo bruto consiste numa de vários “compostos”. Através da destilação (praticamente


rectificação) o petróleo pode ser decomposto em “fracções de destilação”, mas não em
substâncias.

A destilação é o processo básico de separação do petróleo, que consiste na vaporização e


posterior condensação dos componentes do óleo cru (hidrocarbonetos e impurezas) devido à
acção de temperatura e pressão. O processo está baseado nas diferenças entre os pontos de
ebulição dos diversos constituintes do petróleo.

Seu objectivo é o desmembramento do petróleo em suas fracções básicas de refino, tais como
gás combustível, gás liquefeito, nafta, querosene, gasóleo atmosférico (óleo diesel), gasóleo de
vácuo e resíduo de vácuo. Seus rendimentos são variáveis, em função do óleo processado (Neto
& Gurgel, s/d).

De uma maneira geral, os seguintes equipamentos constituem todas as unidades de destilação:

 Torres de fraccionamento;
 Retificadores (strippers);
 Fornos;
 Trocadores de calor;
 Tambores de acúmulo e refluxo;
 Bombas, tubulações e instrumentos de medição e controle.

Tais equipamentos são fisicamente arranjados e operados segundo diferentes formas, de acordo
com cada refinaria. No entanto, os princípios básicos de operação são idênticos em todas as
instalações.
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O fluxograma esquemático seguinte ilustra a unidade completa de destilação de três estágios

2.2.3.2. Craqueamento (cracking)

Neste processo distinguem-se: Craqueamento térmico, Craqueamento catalítico e


Hidrocraqueamento.

2.2.3.2.1. Craqueamento térmico

O craqueamento térmico é o mais antigo entre os processos de conversão, surgindo logo após o
advento da destilação. Seu aparecimento data o início do século XX, utilizando gasóleos e
resíduos atmosféricos como carga. O processo consiste na quebra de moléculas presentes na
carga, sob elevadas temperaturas e pressões, visando à obtenção de gasolina e GLP como
produto principal e gás combustível, óleos leve e residual e coque como subprodutos, com
rendimento maior em coque e gás combustível. O coque deve ser retirado para evitar
entupimentos. Actualmente, o craqueamento térmico é um processo obsoleto, em função do
surgimento do craqueamento catalítico, mais económico e de operação mais simples (Neto &
Gurgel, s/d).
14

Diagrama do processo de craqueamento catalítico térmico

2.2.3.2.2. Craqueamento catalítico

O craqueamento catalítico é um processo químico de transformação de fracções de petróleo


pesadas em outras mais leves, através da quebra (cracking) das moléculas dos constituintes com
a utilização de catalisadores.

Sua carga é composta de uma mistura de gasóleos de vácuo produzidos na unidade de destilação.
Pode-se usar ainda como carga adicional o óleo desasfaltado formado a partir do resíduo de
vácuo, caso a refinaria possua uma unidade de desasfaltação a solvente.

Quando submetido a condições bastantes severas de pressão e temperatura na presença do


catalisador, o gasóleo de vácuo é decomposto em várias fracções mais leves, produzindo gás
combustível, gás liquefeito, gasolina (nafta), gasóleo leve (óleo leve ou diesel de craqueamento)
e gasóleo pesado de craqueamento (óleo decantado ou óleo combustível). (Neto & Gurgel, s/d).

Diagrama de blocos do processo geral de craqueamento catalítico


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2.2.3.2. Reformação (reforming)

Os objectivos dos processos reforming são, em primeiro lugar, a formação dos compostos
aromáticos. Nesses processos, melhora-se o índice de Octano da gasolina bruta (“straingt-run
gasoline”). O resultado do reforming é apresentado no diagrama 1. A partir de uma nafta que
contém n parafinas e Naftenos, forma-se um produto (reformado) com um alto conteúdo de
isoparafinas e compostos aromáticos.

1. Processo semi-regeneração- vários reactores de camada de granel em série; modo de trabalho


descontínuo.

2. Processos cíclicos – vários de camada de granel, regeneração alternada.

3. Processos contínuos – reactor “moving-bed”; regeneração contínua do cat. (Koch, et al, 1996).

2.2.3.4. Pirólise
A pirólise pode ser definida como a degradação térmica de qualquer material orgânico na
ausência parcial ou total de um agente oxidante, ou até mesmo, em um ambiente com uma
concentração de oxigénio capaz de evitar a gaseificação intensiva do material orgânico. A
pirólise geralmente ocorre a uma temperatura que varia desde os 400 °C até o início do regime
de gaseificação (Pedroza et al, 2010).

O tratamento térmico por pirólise é definido como a degradação dos resíduos sólidos com
aquecimento em atmosfera deficiente de oxigénio (Ojolo et al, 2004). Os processos pirolíticos
ocorrem em temperaturas na faixa de 150°C até 1600°C (Aires et al. 2009; Andrietta. 2009), por
meio de conversão catalítica ou não, dependendo do tipo de resíduo a ser tratado e do tipo de
equipamento utilizado. Os resíduos quando submetidos a processos piroifticos de forma geral
são convertidos em três grupos de subprodutos (Aires et al, 2009):

 Gases. constituídos principalmente de hidrogénio, metano e monóxido de carbono;


 Combustível líquido, composto principalmente por hidrocarbonetos, álcoois e ácidos
orgânicos: resíduos constituídos por carbono quase puro. Metais e outros materiais
inertes (escórias).

Quando o processo de tratamento é aplicado a resíduos plásticos, a pirólise dos polímeros


orgânicos se inicia em torno de 150-200°C. e acelera com o aumento da temperatura. Pode
ocorrer através de reacções de despolimerização e de cisão aleatória das cadeias, gerando
subprodutos de alto valor energético (Aires et al, 2009).
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Os processos de pirólise ou craqueamento quando aplicados no refino de petróleo são usados


principalmente para reduzir o intervalo de destilação dos resíduos oriundos de petróleos pesados
de forma que a maioria da carga seja convertida em produtos com faixas de ponto de ebulição
inferiores aos de entrada (Aires et al, 2009).

De acordo com os estudos Aires et al (2009) a pirólise catalítica aplicada a resíduos pesados de
petróleo utilizando alguns catalisadores, os quais podem ser selectivos nas reacções de
conversões. Foi apresentada uma distribuição de peso molecular médio para os resíduos e uma
diminuição de asfaltenos, após as reacções de pirólise, indicando a quebra das grandes moléculas
presentes. Além do mais, foi observado neste estudo que a taxa de conversão da reacção da
pirólise dependia da composição química e de cada catalisador de forma particular.

Diagrama esquemu1ico de um reactor experimental: (1) caixa de temperatura constante (2) forno a „apor, (3)
alimentação; (4) balança electrónica; (5) bomba de óleo; 6) reservatório de água; (7)bomba de água; (8) pré-
aquecedor: 9) forno reactor;(10) termopar; (11) reactor; (12) entrada de catalisador; (13) filtro; (14) condensador;
(15) colector para produtos líquidos; (16) tanque de gás de cocleta; (171 becker; (18) bolsa colectora de gás.

2.3. Gás natural

O Gás Natural é o combustível fóssil mais limpo e eficiente. É produzido tanto em associação
com o petróleo (gás associado) como de forma independente (gás não-associado). Comparado ao
petróleo, o consumo comercial de Gás Natural é um fenómeno ainda recente. Apenas a partir da
década de 40-50, impulsionado principalmente pelos avanços nas tecnologias de
condicionamento e transporte, o Gás Natural começou a ser progressivamente incorporado à
matriz energética dos países. Devido às suas propriedades físico-químicas e à contínua evolução
tecnológica, o Gás Natural pode ser utilizado em diversos sectores da actividade económica: na
17

produção de electricidade, em processos industriais, no comércio, residências e no sector de


transportes.

 Gás associado, que está diluído no óleo. Geralmente, costuma apresentar maior
concentração de hidrocarbonetos mais pesados, como butano e propano. Estes
hidrocarbonetos pesados serão, então, separados do metano na fase de processamento
para serem comercializados separadamente, como Gás Liquefeito de Petróleo (GLP).
 Gás não-associado, quando o reservatório contém somente hidrocarbonetos gasosos,
basicamente metano, ou quantidades insignificantes de óleo.

A exploração comercial desse tipo de reservatório é exclusivamente voltada para a produção de


gás, e, de forma geral, apresenta maior concentração de metano.

Considerada uma energia não renovável, o gás natural (GN) é mais leve do que o ar, não tem cor
e nem cheiro. É um combustível fóssil encontrado na natureza, normalmente no subsolo em
grandes reservatórios, associado ou não ao petróleo. Assim como o petróleo, o gás natural resulta
da degradação da matéria orgânica, fósseis de plantas e animais que estão acumulados em rochas
a milhares de anos (Farag et al., 2011; Salvinder et al., 2018).

O gás natural é uma mistura de hidrocarbonetos gasosos, sendo composto quase


maioritariamente por metano. Apresenta, também, hexano, nitrogénio, vapor d‟água e alguns
contaminantes (gás sulfídrico e dióxido de carbono). É considerado rico quando a soma das
percentagens de todos os componentes mais pesados que o propano (C3) é maior que 7%.
Entretanto, o gás natural que se encontra na boca do poço, embora ainda constituído por metano,
não é puro. O gás natural bruto tem origem a partir de três tipos de poços: poços de petróleo,
poços de gás e poços condensados.

2.3.1. Composição

O gás natural é uma mistura de hidrocarbonetos contendo desde o metano (CH4) até o Hexano
(C6H14), podendo ser encontrado na forma livre ou associado à fase óleo.

O gás natural é uma mistura de hidrocarbonetos de cadeia curta, isto é, ele é constituído,
maioritariamente por compostos da série dos alcanos até quatro (4) átomos de carbono, podendo-
se encontrar gases naturais com hidrocarbonetos até sete (7) átomos de carbono. No gás natural
pode-se encontrar nitrogénio e hélio em pequenas percentagens. Os hidrocarbonetos com mais
de quatro (4) átomos de carbono são separados do gás natural através de uma destilação, após
uma liquefacção da mistura.
18

Tal como já foi dito, o gás encontra-se em depósitos subterrâneos isolados ou sobre o petróleo
bruto. Este gás forma-se a partir de decomposição de matéria orgânica, zooplâncton e algas
soterrados há milhões de anos (Aneel, 2012).

O principal componente do gás natural é o metano (CH4) com cerca de 75% do volume total,
chegando por vezes a atingir, em certos casos, os 90%. Além do metano, encontram-se também
quantidades consideráveis de outros gases como etano, o propano e o butano (Aneel, 2012).

Para a Aneel (2012), assim como o petróleo, o gás natural possui como composição básica
moléculas de hidrocarboneto, formados por átomos de hidrogénio e carbono. As moléculas de
hidrocarboneto encontram-se em estado volátil e de baixa densidade (Aneel, 2012).

A Aneel também aponta que o gás metano encontra-se presente em maior quantidade no gás
natural, entretanto, existem proporções variadas, entre outras substâncias, de: etano; propano;
butano; gás carbónico; nitrogénio; água; ácido clorídrico; e metanol.

Enfatiza-se que a proporção de cada um dos referidos elementos na composição final do gás
natural é dependente de uma série de variáveis naturais, dentre essas, o processo de formação e
as condições de acumulação no reservatório. Em seu estado bruto, o gás natural não possui
cheiro, além de ser mais leve que o ar. A odorização do referido gás é feita visando à detecção de
eventuais vazamentos, facilitando a identificação de possível ocorrência. (Aneel, 2012).

2.3.2. Tratamento do gás natural

Segundo ANP (s/d), para se cumprir as normas de qualidade (padrões), o gás natural deve ser
tratado. Estes padrões são, por exemplo, os pontos de descongelação, no caso da água e
hidrocarbonetos, o conteúdo de H2S, o conteúdo total de S e o conteúdo de O2. Estes valores
desempenham um grande papel na aplicação do gás como combustível. Outros factores como a
corrosão-H2S e a corrosão-CO2 e outros têm importância na segurança as condutas de
armazenamento do próprio gás natural. As fases do tratamento do gás natural são mostradas no
esquema a seguir. O gás natural, oriundo da unidade de processamento primário, é enviado a
uma Unidade de

Processamento de Gás Natural (UPGN), onde é promovida a separação das fracções leves
(metano e etano que constituem o chamado gás residual) das fracções pesadas, que apresentam
um maior valor comercial. O gás natural antes de ser processado é denominado de “gás húmido”,
por conter líquido de gás natural (LGN), enquanto o gás residual é o “gás seco”, pois não possui
hidrocarbonetos condensáveis (Thomas, 2001). A Figura a seguir mostra resumidamente como
ocorre o processo.
19

De a cordo com ANP (s/d), o gás extraído tem uma pressão de 400 bar. Inicialmente reduz-se a
pressão até 100 bar. Nesta compressão já se condensam grandes quantidades de água no jazigo e
hidrocarbonetos elevados (C5+).

Antes do uso ou da purificação (CO2, H2S) o gás deve secar até um ponto de descongelação
entre -5 e -8.

Fonte: Koch et al, 1996.

Para Fernandes (2009), o gás por secar introduz-se na parte inferior do absorvedor, enquanto na
parte superior do mesmo absorvedor chuvisca um solvente que lava componentes solúveis da
corrente gasosa (T baixa e P alta), saindo purificam da coluna. O solvente enriquecido é
aquecido num permutador e calor, é conduzido à um regenerador (dejeição), no qual a
temperatura é elevada e a pressão é normal. O solvente quente sai do permutador de calor,
transmite calor ao solvente que vem do absorvedor e é reintroduzido a frio (circulação). Os
meios de absorção são os glicóis (trietilenoglicol).

De acordo com Koch (1996), separação de H2S e CO2 realiza-se, também uma lavagem
absortiva de gás. Os meios de lavagem são compostos orgânicos que possibilitam uma absorção
20

química reversível ou física. O H2S separado é transformado em enxofre (processo de CLAUS).


Assim, o gás pode ser introduzido no “pipeline”. Caso existam mais hidrocarbonetos, além de
Metano, deve-se condensaras componentes no separador de hidrocarbonetos que trabalha a
temperaturas baixas. A separação realiza-se pela condensação parcial, baixando a temperatura
até a condensação destas componentes. O condensado é tratado numa destilação com pressão a
baixas temperaturas (coluna).

Plantas de processamento de gás natural, ou fracionadoras, são usadas para purificar as matérias-
primas de gás natural produzido a partir de extracção de campos de gás subterrâneos ou na
superfície dos líquidos produzidos a partir de poços de petróleo. Uma planta em pleno
funcionamento vai entregar aos gasodutos gás natural de qualidade que pode ser usado como
combustível pelos consumidores residenciais, comerciais e industriais. Contaminantes são
removidos e hidrocarbonetos mais pesados são capturados para outros usos comerciais. Por
razões económicas, no entanto, algumas plantas podem ser projectadas para produzir um produto
intermediário, geralmente contendo mais de 90% de metano puro e menores quantidades de
nitrogénio, dióxido de carbono e, por vezes etano. Isso pode ser processado em plantas a jusante
ou utilizados como matéria-prima para fabricação de produtos químicos.

Esquema simplificado do processamento do gás natural.

O objectivo do processamento é separar o gás natural, condensados/não condensáveis, gases


ácidos e água e condicionar esses fluidos para venda ou alienação. As unidades de
processamento ficam responsáveis por recuperar, na forma líquida, o GLP e a gasolina natural e
especificar o gás natural seco para os seus diversos usos (Speight, 2006).

O condicionamento ou tratamento é o conjunto de processos (físicos e/ou químicos) o qual o gás


natural deve ser submetido de modo a remover ou reduzir os teores de contaminantes (teores
21

máximos de compostos de enxofre, de dióxido de carbono e de água, ponto de orvalho e poder


calorífico). Plantas de processamento de gás natural são, usualmente, projectadas para remoção
dos componentes indesejáveis, como o H2S e CO2, que são gases de carácter ácido, tornando-se
corrosivos na presença de água líquida e que apresentam grandes riscos de segurança.

Segundo Coelho (2007) e Oxiteno (2006) no Brasil, a remoção de gases ácidos é realizada em
operações através de refinarias e em plantas localizadas em campos produtores de gás natural,
sendo mais presente nas refinarias, pois poucos campos brasileiros apresentam gases ácidos.
Assim, o processamento e tratamento de gás natural devem ser realizados antes de alcançar os
gasodutos, por envolver principalmente os processos de separação do gás. No tratamento dos
gases, primeiramente os gases ácidos devem ser removidos num processo que é conhecido 26
como adoçamento ou dessulfurização. Posteriormente, água líquida ou em forma de vapor, deve
ser removida por meio de um processo de desidratação. Estes processos são fundamentais para o
tratamento do gás e sua comercialização (Talavera, 2002).

2.3.3. Aplicações do gás natural

Segundo Pereira (s/d), o gás natural é aplicado como combustível para fornecimento de calor,
geração de electricidade e de força motriz. Inicialmente o gás natural foi usado como fonte de
luz, porém com avanço da energia eléctrica, foi substituído em 1890. Embora ainda não seja tão
amplamente utilizado quanto o petróleo, o gás natural representa o terceiro combustível fóssil
mais consumido no mundo e sua aplicação se estende tanto na geração de energia eléctrica,
quanto na actividade industrial, transporte, consumo doméstico e comercial. Sua importância
como fonte energética vem crescendo cada vez mais, uma vez que apresenta boa eficiência e sua
queima emite quantidades consideravelmente menores de poluentes e gases do efeito estufa,
quando comparado aos demais combustíveis fósseis disponíveis na natureza. O gás natural é
utilizado, sobretudo, na geração de energia através da queima em usinas termoeléctricas. Em
geral, seu uso para esta finalidade é favorecido pela boa eficiência energética e menor taxa de
emissão de CO2, o que torna sua utilização menos nociva para o meio ambiente em comparação
com outros combustíveis fósseis. Adicionalmente, constitui matéria-prima na indústria
petroquímica, na fabricação de fertilizantes, no transporte e consumo doméstico. O gás natural
pode ser utilizado em:

 No sector automotivo: a eficiência do seu emprego já está devidamente comprovada. Embora


ainda estejamos muito atrasados no chamado gás natural veicular (GNV).
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 Nas residências: substitui o gás produzido pela reforma da Nafta e também o GLP (gás de
cozinha – gás em botija.
 como combustível directo na geração de potência em termelétricas e para abastecer veículos,
residências, comércio e indústria;
 como matéria-prima e fonte de hidrocarbonetos para indústria química, petroquímica e
alcoolquímica, na produção de combustíveis sintéticos como gasolina, nafta, querosene,
gasóleo, óleos lubrificantes, óleo diesel, parafina e de produtos derivados, como tintas, fibras
sintéticas e borracha, e de fertilizantes (ureia, amónia e seus derivados);

Na siderurgia, como redutor no processamento de minérios e, por último, na chamada


gasoquímica, que é a produção de petroquímicos e combustíveis sintéticos, por via direta do gás
para líquido (GTL – gas to liquid), do gás para oleofinas (GTO - “Gas to Olefins”) e do gás em
polímeros (GTP - “Gas to Polymers”), com a geração dos mesmos derivados, porém com níveis
de especificidade maiores, em função do processo mais complexo e oneroso.
23

3. Conclusão

Destaca-se ainda carvão mineral sendo um dos componentes mais importantes da matriz
energética global, sendo utilizado não só para queima, mas com processos de gaseificação,
podendo durante os processos produtivos gerar subprodutos como os fertilizantes a base de
amónia e correctivos do solo, além de outros compostos, presentes, por exemplo, no cimento de
construção civil. Apesar disso, continua sendo uma das mais importantes fontes de energia da
actualidade. Também revolucionou a indústria, os transportes (navegação e ferrovia à vapor) e a
termoeletricidade (usinas termoelétricas), ainda hoje em dia.

No processamento do petróleo bruto estão envolvidos, vários processos, como Destilação


(rectificação), Craqueamento (cracking), que se subdivide em Craqueamento térmico;
Craqueamento catalítico e Pirólise. Destaca-se ainda que o gás natural pode ser utilizado tanto na
geração de energia eléctrica, quanto em motores de combustão do sector de transportes, na
produção de chamas (como substituto ao gás liquefeito de petróleo, calor e vapor.
24

4. Bibliografia

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Departamento de Engenharia Química

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