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Glória Henrique
Universidade Rovuma
Lichinga
2023
Elvira da Piedade Bila
Glória Henrique
Universidade Rovuma
Lichinga
2023
Índice
1. Introdução ............................................................................................................................... 3
1.2.Metodologias ........................................................................................................................ 3
3. Conclusão ............................................................................................................................. 23
4. Bibliografia ........................................................................................................................... 24
3
1. Introdução
O presente trabalho aborda conteúdos de extrema importância pois com o conhecimento destes
facilitam para melhor compreensão e percepção da natureza, que dentre os quais se destacam: i.
Importância do Carvão para a economia; Desgaseificação (destilação) do carvão; ii. Petróleo-
Bruto: Rectificação, Refinação, Craqueamento, reformação e Pirólise; iii. Gás Natural: Sua
composição, seu tratamento, e sua aplicação.
Com a evolução da história, o ser humano foi desenvolvendo mecanismos mais sofisticados de
trabalho e que necessitavam cada vez mais de fontes de energia altamente potenciais, como os
potenciais de geração de calor dos combustíveis fósseis, neste cenário, um dos primeiros e
principais combustíveis a ser utilizado foi o carvão mineral. No contexto histórico este
combustível aquece muitas casas Europeias durante a Idade Média.
Entretanto, o petróleo e o gás natural petróleo, como é do nosso conhecimento que estas
substâncias constituem uma grande fonte de energia, e também os seus produtos são usados na
indústria automobilística, os aviões e também na lubrificação.
1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
Compreender o tratamento do Carvão, Petróleo-Bruto e Gás Natural.
1.1.2. Específicos
1.2.Metodologias
Para a realização deste trabalho recorreu-se ao método bibliográfico que consistiu na consulta de
obras bibliográficas e internet, método descritivo que consistiu na descrição de informações
recolhidas nas diferentes obras onde cada autor está devidamente referenciada no final do
trabalho.
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O carvão também serve para muitos usos industriais. Entre as mais expressivas estão a
siderurgia, que utiliza carvão metalúrgico/coqueificável, e a fabricação de cimento. Carvão e
subprodutos de carvão também são usados para fabricar uma variedade de produtos, incluindo
carvão activado usado em filtros para sistemas de purificação de água e ar; fibra de carbono na
construção de aviões e automóveis; silício metálico para lubrificantes e até processos químicos
para extracção de elementos de terras raras, só para citar alguns exemplos.
Por que isso é importante- Devido à sua abundância e proximidade com os mercados, o carvão
continua sendo a segunda maior fonte de energia primária do mundo (por consumo), e os EUA
possuem a base de reservas de carvão mais rica do mundo, mais de 260 bilhões de toneladas.
O carvão é a chave para aliviar a pobreza energética. Aproximadamente 860 milhões de pessoas
em todo o mundo vivem actualmente sem acesso à electricidade. Quase 2,6 bilhões de pessoas
não têm instalações de cozinha limpas. O problema está espalhado pelo mundo em
desenvolvimento, mas é particularmente grave na África subsaariana e na Ásia em
desenvolvimento, que juntos respondem por 95% das pessoas em situação de pobreza energética.
Sem o compromisso de alcançar o acesso universal à energia, estima-se que até 2030 haverá
mais 1,5 milhão de mortes prematuras por ano causadas pela poluição doméstica pela queima de
madeira e esterco e pela falta de saneamento básico e assistência médica. Disponível em:
https://www.worldcoal.org/sustainable-societies/improving-access-energy.
Coque para Aço - Como relata a WCA, a fabricação de aço fornece os bens e serviços de que
nossas sociedades precisam – saúde, telecomunicações, melhores práticas agrícolas, melhores
redes de transporte, água potável e acesso a energia confiável e acessível. O aço é uma liga
baseada principalmente em ferro. Como o ferro está ligado a outros elementos na crosta terrestre,
os minérios devem ser convertidos, ou 'reduzidos', usando carbono. A fonte primária deste
carbono é o carvão de coque.
Cimento – O carvão fornece cerca de 90% da energia consumida pelas fábricas de cimento em
todo o mundo. São necessários 200 a 450 kg de carvão para produzir 1 tonelada de cimento. A
indústria cimenteira consome cerca de 4% da produção global de carvão, cerca de 330Mt/ano. O
cimento é um produto importante para a construção de turbinas eólicas.
A WCA também relata que “outros usuários importantes de carvão incluem refinarias de
alumina, fabricantes de papel e as indústrias químicas e farmacêuticas. Vários produtos químicos
podem ser produzidos a partir dos subprodutos do carvão. O alcatrão de hulha refinado é usado
na fabricação de produtos químicos, como óleo de creosoto, naftaleno, fenol e benzeno. O gás
amónia recuperado dos fornos de coque é usado para fabricar sais de amónia, ácido nítrico e
fertilizantes agrícolas. Milhares de produtos diferentes têm carvão ou subprodutos do carvão
como componentes: sabão, aspirinas, solventes, corantes, plásticos e fibras, como raiom e náilon.
Alguns desses produtos são necessários para purificação de água limpa, bem como tecnologias
de energia não renovável. Disponível em: https://www.worldcoal.org/coal/uses-coal.
Esses produtos também vêm do carvão– O carvão é um ingrediente essencial nos seguintes
produtos que usamos no nosso dia-a-dia ou que são essenciais para a saúde pública:
Carvão activado - usado em filtros para purificação de água e ar e em máquinas de diálise renal.
Fibra de carbono - um material de reforço extremamente forte, mas leve, usado na construção,
na fabricação de aviões e automóveis, até mesmo em bicicletas de montanha e raquetes de ténis.
Espuma de carbono - projectada para atender à crescente demanda por materiais de engenharia
de altíssimo desempenho nos mercados de produtos militares, industriais, aeroespaciais e
comerciais.
Silício metálico – usado para fazer lubrificantes, repelentes de água, resinas, cosméticos,
xampus para cabelos e pastas de dente. O silício é um dos elementos mais úteis para a
humanidade. As ligas de silício são usadas para fabricar placas de dínamo e transformador,
blocos de motor, cabeçotes de cilindro e máquinas-ferramenta.
infiltra por fendas ou volumes internos e produtos gasosos de lentas reacções químicas. A
ebulição é geralmente descrito como um fenómeno em separado uma vez que ocorre muito mais
rapidamente (Strong,1938).
Por uma questão de clareza, desejo acrescentar que o termo carvão desgaseificado é usado para
designar o carvão do qual quase todos os constituintes voláteis foram eliminados, enquanto a
gaseificação do carvão significa sua conversão completa em gás. O subcoque referido nesta
especificação é um produto peculiar de descoberta recente, que era desconhecido antes das
investigações feitas pelo professor Fischer. Este produto é de estrutura solta e fofa, de cor escura,
e muito menos coerente e resistente que o coque cinza prateado comum. O subcoque, no sentido
que acabamos de explicar, só pode ser formado quando o aquecimento externo é empregado para
realizar o processo de destilação a temperaturas de 500 40 a 550 oC, desde que sejam mantidas
as condições normais de pressão, e produz-se, simultaneamente com esse sub-coque, um gás
combustível de grande poder calorífico e o chamado alcatrão primário. Este último produzido a
uma temperatura relativamente baixa, ou seja, alcatrão que não sofreu decomposição parcial por
ser altamente aquecido e, portanto, isento de naftalina.
Em contraste com esses processos bem conhecidos, a presente invenção de destilar carvão é
baseada no emprego de um forno tubular rotativo, que produz sub-coque, alcatrão primário e gás
combustível de alto valor, simultaneamente, e elimina os defeitos das retortas rotativas bem
conhecidas. O presente dos fornos de coque, fábricas de gás.
2.2. Petróleo-Bruto
O petróleo (do latim petra oleum – “óleo de pedra”) é uma substância oleosa, inflamável e
menos densa que a água. Seu uso teve início na Antiguidade, nas formas de betume, asfalto,
alcatrão, entre outras. Era utilizado como impermeabilizante ou inflamável com finalidades
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bélicas, entre outros usos. No século XIX, o querosene passou a ser utilizado como substituto do
óleo de baleia na iluminação pública e, com isso, teve início o uso comercial do petróleo – mais
precisamente em 1859, quando teve início a produção por um poço de 21 metros de
profundidade perfurado pelo Coronel Edwin Drake em Tittusville (Pensilvânia, EUA), (Canuto,
2008).
O petróleo bruto é uma complexa mistura líquida de compostos orgânicos e inorgânicos em que
predominam os hidrocarbonetos, desde os alcanos mais simples até os aromáticos mais
complexos.
De acordo com a ASTM – American Society for Testing and Materials: “O petróleo é uma
mistura de ocorrência natural, consistindo predominantemente de hidrocarbonetos e derivados
orgânicos sulfurados, nitrogenados e/ou oxigenados, o qual é, ou pode ser, removido da terra no
estado líquido”.
Trata-se de uma mistura inflamável, de coloração variável entre amarela e preta, encontrada nas
rochas de bacias sedimentares e originada da decomposição da matéria orgânica depositada no
fundo de mares e lagos que sofreu transformações químicas pela acção de temperatura, pressão,
pouca oxigenação e bactérias.
O petróleo bruto é de origem marítima, formado durante milhões de anos com base em resíduos
vegetais e animais. A existência de compostos complexos (metal-porfinas), esteróides, derivados
de isopreno e das substâncias opticamente activas comprovam a origem biológica do petróleo
bruto. (Koch et al, 1996).
Exemplos
O petróleo consiste numa mistura de hidrocarbonetos em estado líquido nas condições ambientes
de temperatura e pressão. A gama de variedade inclui os do tipo saturados (alcanos normais,
isoalcanos e cicloalcanos) e os aromáticos.
De acordo com Thomas, 2001, o petróleo pode ser dividido nas classes a seguir:
Classe parafínica (75% ou mais de parafinas): são óleos leves e geralmente de baixa
viscosidade. Apresentam teor de resinas e asfaltenos inferior a 10%. Incluem a maior parte dos
óleos produzidos no Nordeste.
Gasóleo - A combustão de Diesel é iniciada pela sua injecção para um cilindro quente sem
inflamação externa. Ao contrário da gasolina aqui precisa-se de uma auto-inflamação
(espontânea). Através dos motores de ensaio, determina-se o índice de cetano (cetano =
nHexano= 100 índice de cetano). O índice de Cetano no Diesel varia entre 45 e 50.
Óleos de aquecimento - Estes óleos (combustível e óleo pesado) fervem entre 200 e 300º C; são
destilados médios. Aplicam-se preferencialmente na indústria. Óleos lubrificantes - Estes óleos
reduzem a fricção entre as pecas de uma máquina e alteram o comportamento de viscosidade –
temperatura. Deviam ter ponto de solidificação baixo. Este é possível pela separação de n-
parafinas (cristalização fraccionada ou hidrocraking).
Querosene - o querosene é uma fracção intermediária entre a gasolina e o óleo diesel. Esse
derivado é obtido da destilação fraccionada do petróleo in natura, com ponto de ebulição
variando de 150 °C a 300 °C. O querosene não é mais o principal produto de utilização
industrial, mas é largamente utilizado como combustível de turbinas de avião a jato, tendo ainda
aplicações como solvente. Tem como característica produzir queima isenta de odor e fumaça.
Óleo Diesel - é um combustível empregado em motores diesel. É um líquido mais viscoso que
A necessidade dos produtos derivados do petróleo bruto varia de país para país. O consumo de
produtos com baixos pontos de ebulição, é maior em relação ao de maior ponto de ebulição.
Então, a quantidade e qualidade dos produtos deve ser direccionada, na refinaria, para o
mercado. (Koch et al, 1996).
2.2.3.1. Destilação/rectificação
Seu objectivo é o desmembramento do petróleo em suas fracções básicas de refino, tais como
gás combustível, gás liquefeito, nafta, querosene, gasóleo atmosférico (óleo diesel), gasóleo de
vácuo e resíduo de vácuo. Seus rendimentos são variáveis, em função do óleo processado (Neto
& Gurgel, s/d).
Torres de fraccionamento;
Retificadores (strippers);
Fornos;
Trocadores de calor;
Tambores de acúmulo e refluxo;
Bombas, tubulações e instrumentos de medição e controle.
Tais equipamentos são fisicamente arranjados e operados segundo diferentes formas, de acordo
com cada refinaria. No entanto, os princípios básicos de operação são idênticos em todas as
instalações.
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O craqueamento térmico é o mais antigo entre os processos de conversão, surgindo logo após o
advento da destilação. Seu aparecimento data o início do século XX, utilizando gasóleos e
resíduos atmosféricos como carga. O processo consiste na quebra de moléculas presentes na
carga, sob elevadas temperaturas e pressões, visando à obtenção de gasolina e GLP como
produto principal e gás combustível, óleos leve e residual e coque como subprodutos, com
rendimento maior em coque e gás combustível. O coque deve ser retirado para evitar
entupimentos. Actualmente, o craqueamento térmico é um processo obsoleto, em função do
surgimento do craqueamento catalítico, mais económico e de operação mais simples (Neto &
Gurgel, s/d).
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Sua carga é composta de uma mistura de gasóleos de vácuo produzidos na unidade de destilação.
Pode-se usar ainda como carga adicional o óleo desasfaltado formado a partir do resíduo de
vácuo, caso a refinaria possua uma unidade de desasfaltação a solvente.
Os objectivos dos processos reforming são, em primeiro lugar, a formação dos compostos
aromáticos. Nesses processos, melhora-se o índice de Octano da gasolina bruta (“straingt-run
gasoline”). O resultado do reforming é apresentado no diagrama 1. A partir de uma nafta que
contém n parafinas e Naftenos, forma-se um produto (reformado) com um alto conteúdo de
isoparafinas e compostos aromáticos.
3. Processos contínuos – reactor “moving-bed”; regeneração contínua do cat. (Koch, et al, 1996).
2.2.3.4. Pirólise
A pirólise pode ser definida como a degradação térmica de qualquer material orgânico na
ausência parcial ou total de um agente oxidante, ou até mesmo, em um ambiente com uma
concentração de oxigénio capaz de evitar a gaseificação intensiva do material orgânico. A
pirólise geralmente ocorre a uma temperatura que varia desde os 400 °C até o início do regime
de gaseificação (Pedroza et al, 2010).
O tratamento térmico por pirólise é definido como a degradação dos resíduos sólidos com
aquecimento em atmosfera deficiente de oxigénio (Ojolo et al, 2004). Os processos pirolíticos
ocorrem em temperaturas na faixa de 150°C até 1600°C (Aires et al. 2009; Andrietta. 2009), por
meio de conversão catalítica ou não, dependendo do tipo de resíduo a ser tratado e do tipo de
equipamento utilizado. Os resíduos quando submetidos a processos piroifticos de forma geral
são convertidos em três grupos de subprodutos (Aires et al, 2009):
De acordo com os estudos Aires et al (2009) a pirólise catalítica aplicada a resíduos pesados de
petróleo utilizando alguns catalisadores, os quais podem ser selectivos nas reacções de
conversões. Foi apresentada uma distribuição de peso molecular médio para os resíduos e uma
diminuição de asfaltenos, após as reacções de pirólise, indicando a quebra das grandes moléculas
presentes. Além do mais, foi observado neste estudo que a taxa de conversão da reacção da
pirólise dependia da composição química e de cada catalisador de forma particular.
Diagrama esquemu1ico de um reactor experimental: (1) caixa de temperatura constante (2) forno a „apor, (3)
alimentação; (4) balança electrónica; (5) bomba de óleo; 6) reservatório de água; (7)bomba de água; (8) pré-
aquecedor: 9) forno reactor;(10) termopar; (11) reactor; (12) entrada de catalisador; (13) filtro; (14) condensador;
(15) colector para produtos líquidos; (16) tanque de gás de cocleta; (171 becker; (18) bolsa colectora de gás.
O Gás Natural é o combustível fóssil mais limpo e eficiente. É produzido tanto em associação
com o petróleo (gás associado) como de forma independente (gás não-associado). Comparado ao
petróleo, o consumo comercial de Gás Natural é um fenómeno ainda recente. Apenas a partir da
década de 40-50, impulsionado principalmente pelos avanços nas tecnologias de
condicionamento e transporte, o Gás Natural começou a ser progressivamente incorporado à
matriz energética dos países. Devido às suas propriedades físico-químicas e à contínua evolução
tecnológica, o Gás Natural pode ser utilizado em diversos sectores da actividade económica: na
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Gás associado, que está diluído no óleo. Geralmente, costuma apresentar maior
concentração de hidrocarbonetos mais pesados, como butano e propano. Estes
hidrocarbonetos pesados serão, então, separados do metano na fase de processamento
para serem comercializados separadamente, como Gás Liquefeito de Petróleo (GLP).
Gás não-associado, quando o reservatório contém somente hidrocarbonetos gasosos,
basicamente metano, ou quantidades insignificantes de óleo.
Considerada uma energia não renovável, o gás natural (GN) é mais leve do que o ar, não tem cor
e nem cheiro. É um combustível fóssil encontrado na natureza, normalmente no subsolo em
grandes reservatórios, associado ou não ao petróleo. Assim como o petróleo, o gás natural resulta
da degradação da matéria orgânica, fósseis de plantas e animais que estão acumulados em rochas
a milhares de anos (Farag et al., 2011; Salvinder et al., 2018).
2.3.1. Composição
O gás natural é uma mistura de hidrocarbonetos contendo desde o metano (CH4) até o Hexano
(C6H14), podendo ser encontrado na forma livre ou associado à fase óleo.
O gás natural é uma mistura de hidrocarbonetos de cadeia curta, isto é, ele é constituído,
maioritariamente por compostos da série dos alcanos até quatro (4) átomos de carbono, podendo-
se encontrar gases naturais com hidrocarbonetos até sete (7) átomos de carbono. No gás natural
pode-se encontrar nitrogénio e hélio em pequenas percentagens. Os hidrocarbonetos com mais
de quatro (4) átomos de carbono são separados do gás natural através de uma destilação, após
uma liquefacção da mistura.
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Tal como já foi dito, o gás encontra-se em depósitos subterrâneos isolados ou sobre o petróleo
bruto. Este gás forma-se a partir de decomposição de matéria orgânica, zooplâncton e algas
soterrados há milhões de anos (Aneel, 2012).
O principal componente do gás natural é o metano (CH4) com cerca de 75% do volume total,
chegando por vezes a atingir, em certos casos, os 90%. Além do metano, encontram-se também
quantidades consideráveis de outros gases como etano, o propano e o butano (Aneel, 2012).
Para a Aneel (2012), assim como o petróleo, o gás natural possui como composição básica
moléculas de hidrocarboneto, formados por átomos de hidrogénio e carbono. As moléculas de
hidrocarboneto encontram-se em estado volátil e de baixa densidade (Aneel, 2012).
A Aneel também aponta que o gás metano encontra-se presente em maior quantidade no gás
natural, entretanto, existem proporções variadas, entre outras substâncias, de: etano; propano;
butano; gás carbónico; nitrogénio; água; ácido clorídrico; e metanol.
Enfatiza-se que a proporção de cada um dos referidos elementos na composição final do gás
natural é dependente de uma série de variáveis naturais, dentre essas, o processo de formação e
as condições de acumulação no reservatório. Em seu estado bruto, o gás natural não possui
cheiro, além de ser mais leve que o ar. A odorização do referido gás é feita visando à detecção de
eventuais vazamentos, facilitando a identificação de possível ocorrência. (Aneel, 2012).
Segundo ANP (s/d), para se cumprir as normas de qualidade (padrões), o gás natural deve ser
tratado. Estes padrões são, por exemplo, os pontos de descongelação, no caso da água e
hidrocarbonetos, o conteúdo de H2S, o conteúdo total de S e o conteúdo de O2. Estes valores
desempenham um grande papel na aplicação do gás como combustível. Outros factores como a
corrosão-H2S e a corrosão-CO2 e outros têm importância na segurança as condutas de
armazenamento do próprio gás natural. As fases do tratamento do gás natural são mostradas no
esquema a seguir. O gás natural, oriundo da unidade de processamento primário, é enviado a
uma Unidade de
Processamento de Gás Natural (UPGN), onde é promovida a separação das fracções leves
(metano e etano que constituem o chamado gás residual) das fracções pesadas, que apresentam
um maior valor comercial. O gás natural antes de ser processado é denominado de “gás húmido”,
por conter líquido de gás natural (LGN), enquanto o gás residual é o “gás seco”, pois não possui
hidrocarbonetos condensáveis (Thomas, 2001). A Figura a seguir mostra resumidamente como
ocorre o processo.
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De a cordo com ANP (s/d), o gás extraído tem uma pressão de 400 bar. Inicialmente reduz-se a
pressão até 100 bar. Nesta compressão já se condensam grandes quantidades de água no jazigo e
hidrocarbonetos elevados (C5+).
Antes do uso ou da purificação (CO2, H2S) o gás deve secar até um ponto de descongelação
entre -5 e -8.
Para Fernandes (2009), o gás por secar introduz-se na parte inferior do absorvedor, enquanto na
parte superior do mesmo absorvedor chuvisca um solvente que lava componentes solúveis da
corrente gasosa (T baixa e P alta), saindo purificam da coluna. O solvente enriquecido é
aquecido num permutador e calor, é conduzido à um regenerador (dejeição), no qual a
temperatura é elevada e a pressão é normal. O solvente quente sai do permutador de calor,
transmite calor ao solvente que vem do absorvedor e é reintroduzido a frio (circulação). Os
meios de absorção são os glicóis (trietilenoglicol).
De acordo com Koch (1996), separação de H2S e CO2 realiza-se, também uma lavagem
absortiva de gás. Os meios de lavagem são compostos orgânicos que possibilitam uma absorção
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Plantas de processamento de gás natural, ou fracionadoras, são usadas para purificar as matérias-
primas de gás natural produzido a partir de extracção de campos de gás subterrâneos ou na
superfície dos líquidos produzidos a partir de poços de petróleo. Uma planta em pleno
funcionamento vai entregar aos gasodutos gás natural de qualidade que pode ser usado como
combustível pelos consumidores residenciais, comerciais e industriais. Contaminantes são
removidos e hidrocarbonetos mais pesados são capturados para outros usos comerciais. Por
razões económicas, no entanto, algumas plantas podem ser projectadas para produzir um produto
intermediário, geralmente contendo mais de 90% de metano puro e menores quantidades de
nitrogénio, dióxido de carbono e, por vezes etano. Isso pode ser processado em plantas a jusante
ou utilizados como matéria-prima para fabricação de produtos químicos.
Segundo Coelho (2007) e Oxiteno (2006) no Brasil, a remoção de gases ácidos é realizada em
operações através de refinarias e em plantas localizadas em campos produtores de gás natural,
sendo mais presente nas refinarias, pois poucos campos brasileiros apresentam gases ácidos.
Assim, o processamento e tratamento de gás natural devem ser realizados antes de alcançar os
gasodutos, por envolver principalmente os processos de separação do gás. No tratamento dos
gases, primeiramente os gases ácidos devem ser removidos num processo que é conhecido 26
como adoçamento ou dessulfurização. Posteriormente, água líquida ou em forma de vapor, deve
ser removida por meio de um processo de desidratação. Estes processos são fundamentais para o
tratamento do gás e sua comercialização (Talavera, 2002).
Segundo Pereira (s/d), o gás natural é aplicado como combustível para fornecimento de calor,
geração de electricidade e de força motriz. Inicialmente o gás natural foi usado como fonte de
luz, porém com avanço da energia eléctrica, foi substituído em 1890. Embora ainda não seja tão
amplamente utilizado quanto o petróleo, o gás natural representa o terceiro combustível fóssil
mais consumido no mundo e sua aplicação se estende tanto na geração de energia eléctrica,
quanto na actividade industrial, transporte, consumo doméstico e comercial. Sua importância
como fonte energética vem crescendo cada vez mais, uma vez que apresenta boa eficiência e sua
queima emite quantidades consideravelmente menores de poluentes e gases do efeito estufa,
quando comparado aos demais combustíveis fósseis disponíveis na natureza. O gás natural é
utilizado, sobretudo, na geração de energia através da queima em usinas termoeléctricas. Em
geral, seu uso para esta finalidade é favorecido pela boa eficiência energética e menor taxa de
emissão de CO2, o que torna sua utilização menos nociva para o meio ambiente em comparação
com outros combustíveis fósseis. Adicionalmente, constitui matéria-prima na indústria
petroquímica, na fabricação de fertilizantes, no transporte e consumo doméstico. O gás natural
pode ser utilizado em:
Nas residências: substitui o gás produzido pela reforma da Nafta e também o GLP (gás de
cozinha – gás em botija.
como combustível directo na geração de potência em termelétricas e para abastecer veículos,
residências, comércio e indústria;
como matéria-prima e fonte de hidrocarbonetos para indústria química, petroquímica e
alcoolquímica, na produção de combustíveis sintéticos como gasolina, nafta, querosene,
gasóleo, óleos lubrificantes, óleo diesel, parafina e de produtos derivados, como tintas, fibras
sintéticas e borracha, e de fertilizantes (ureia, amónia e seus derivados);
3. Conclusão
Destaca-se ainda carvão mineral sendo um dos componentes mais importantes da matriz
energética global, sendo utilizado não só para queima, mas com processos de gaseificação,
podendo durante os processos produtivos gerar subprodutos como os fertilizantes a base de
amónia e correctivos do solo, além de outros compostos, presentes, por exemplo, no cimento de
construção civil. Apesar disso, continua sendo uma das mais importantes fontes de energia da
actualidade. Também revolucionou a indústria, os transportes (navegação e ferrovia à vapor) e a
termoeletricidade (usinas termoelétricas), ainda hoje em dia.
4. Bibliografia
Aires. R.d.; Lopes, L.T.; Barros, R.M: Coneglian. C.M.R.; Sobrinho. G.D.: Tonso, S.; pelegrini,
R. (2009) .”Pirólise” III Forum de estudos coniábeis. Disponível e
<http:llwww.ceset.unicamp.br>.
Fernandes, L. (2009) “Petróleo e Gás Natural”. Koch. R. et al. (1996). Manual de química
técnica. Maputo.
Pedroza, M. M. et al. (2010). Produção e tratamento de lodo de esgoto: uma revisão. Revista
Liberato, Novo Hamburgo, v. 11, p. 147-157,.
See, SME. (2020).Technical Briefing Paper, Rare Earth Elements. Critical & Strategic Minerals
Importance to the U.S. Economy.
Strong, John (1938). Procedures in Experimental Physics. Bradley, IL: Lindsay Publications,
Chapter 3.
https://www.worldcoal.org/coa
https://www.worldcoal.org/sustainable-societies/improving-access-energy
https://www.worldcoal.org/coal/uses-coal
https://www.rsc.org/periodic-table/element/14/silicio
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