Você está na página 1de 24

ENGENHARIA QUÍMICA – FACULDADE DO CENTRO LESTE

MEMORIAL REFERENTE AO PROJETO DE REATOR DE


PIRÓLISE OPERANDO EM LEITO FIXO

DISCIPLINA: OPERAÇÕES UNITÁRIAS EXPERIMENTAL

AMANDA TOZZETI CARNEIRO


BÁRBARA HOLZ EVANGELISTA
DAYANI ARMANE RODRIGUES
KLAUS BARBETO LUDGERO
VITOR HUGO LOUZADA

SERRA
2021

1
ENGENHARIA QUÍMICA – FACULDADE DO CENTRO LESTE

MEMORIAL REFERENTE AO PROJETO DE REATOR DE


PIRÓLISE OPERANDO EM LEITO FIXO

SERRA
2021

2
SUMÁRIO

1. Memorial Descritivo.....................................................................................4
1.1. Introdução teórica...............................................................4
1.2. Processos de conversão termoquímica.............................5
1.2.1. Combustão................................................................5
1.2.2. Gaseificação.............................................................5
1.2.3. Pirólise......................................................................5
1.2.3.1. Pirólise Lenta.............................................6
1.2.3.2. Reator de Leito Fixo..................................7
1.3. Parâmetros operacionais que influenciam o processo de
Pirólise................................................................................7
1.3.1. Temperatura de reação............................................8
1.3.2. Tempo de residência................................................9
1.3.3. Taxa de aquecimento...............................................9
1.3.4. Tipo de Atmosfera..................................................10
1.3.5. Pressão..................................................................10
1.4. Material e métodos...........................................................10
1.4.1. Fonte de biomassa..................................................11
1.4.2. Composição da madeira.........................................11
1.4.3. Influência das características da biomassa no
rendimento e qualidade dos produtos da pirólise..12
2. Memorial de Cálculo..................................................................................12
2.1. Dimensionamento do Reator.............................................12
2.1.1. Determinação da altura do reator............................12
2.1.2. Balanço de massa e energia...................................13
2.1.3. Perda de carga........................................................16
2.2. Dimensionamento do Aquecedor.......................................16
2.2.1. Controle de Temperatura........................................16
2.3. Dimensionamento do Condensador..................................16
2.3.1. Capacidade térmica................................................16
2.3.2. Controle de temperatura.........................................17
2.3.3. Potência térmica......................................................17
2.4. Dimensionamento da partícula..........................................17
2.4.1. Densidade básica....................................................17
2.4.2. Caracterização química da madeira........................18
2.4.3. Poder calorífico.......................................................20
3. Referências Bibliográficas........................................................................23

3
1. MEMORIAL DESCRITIVO:

1.1. INTRODUÇÃO TEÓRICA

A vigente demanda por recursos renováveis tem-se


intensificado e a biomassa florestal é uma das principais fontes
que apresenta elevado potencial para atender ao desafio de
sustentabilidade.
As plantações florestais energéticas de eucalipto, tornaram-
se uma importante fonte natural e renovável de produção do
carvão vegetal, implantadas principalmente no Brasil. Para
adaptar essa realidade, busca-se na cadeia produtiva do carvão
vegetal, a melhoria e a modernização da tecnologia empregada
na conversão da madeira em carvão, como também substituir a
matéria-prima nativa por madeira do gênero Eucalyptus, obtida a
partir de florestas plantadas (OLIVEIRA, 2012).
O Brasil representa 14,9% da produção mundial de carvão
vegetal, sendo líder na utilização desse produto como biorredutor
na indústria siderúrgica, além de ser considerado um país
referência na produção de aço verde nesse setor (FOOD AND
AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS,
2013).
Em contrapartida, salienta-se que as tecnologias no
momento atual empregadas para pirólise e/ou carbonização da
madeira são inaptas, sabendo-se que são gerados durante o
processo mais de 70% em massa de coprodutos, como gases e
alcatrão com alto potencial energético, mas, ainda, sem uma
adequada utilização, além da geração do carvão vegetal. Dessa
forma, dentre as propriedades intrínsecas a matéria-prima,
podem-se destacar, especificamente o diâmetro e a umidade,
pois influenciam, diretamente, no rendimento e na qualidade do
carvão vegetal produzido.
Sabe-se que na decomposição térmica da madeira ocorrem
fenômenos como reações químicas, condução de calor,
evaporação e transporte de gases (DI BLASI, 2008). Porém,
ainda nem todos esses processos são totalmente entendidos,
principalmente, pela dificuldade em acompanhar a variação de
temperatura, transferência de calor e perda de massa no interior
da madeira, durante o processo de pirólise (CHAN; KELBON;
KRIEGER, 1985; DUFOUR et al., 2011; TURNER et al., 2010;
VARHEGYI et al., 1989).
Dessa forma, faz-se necessário o desenvolvimento de
ferramentas mais eficientes que busquem melhor entender e
explicar os fenômenos térmicos e químicos que controlam a
conversão da madeira em carvão vegetal, em escala próxima à
industrial, além de entender os mecanismos, a 15 cinética das
reações e sua relação com o rendimento e eficiência energética
do processo.
Neste contexto, o presente trabalho visa construir um reator
de pirólise e através dele realizar a conversão da biomassa

4
madeira, por meio da pirólise lenta, em carvão. Material de valor
agregado, que pode ser utilizado posteriormente como fonte de
energia.

1.2. PROCESSOS DE CONVERSÃO TERMOQUÍMICA


1.2.1. COMBUSTÃO

A combustão é o processo mais tradicional, é necessário


reduzir a quantidade de água presente na biomassa para ser
mais eficiente. Na realidade, parte do calor gerado é usado
para gerar vapor, que alimentará uma turbina conectada a um
gerador. O calor residual pode ser usado tanto para fins
residenciais como para fins industriais.

1.2.2. GASEIFICAÇÃO

A gaseificação é um processo físico e químico pelo qual os


combustíveis sólidos (geralmente madeira, biomassa vegetal)
são convertidos em combustíveis gasosos. Este processo
envolve a oxidação incompleta de compostos contendo
carbono que sobem a altas temperaturas (aproximadamente
1000 ° C) em um ambiente com deficiência de oxigênio. O gás
assim obtido, chamado de gás de síntese, pode ser usado
diretamente para acionar um motor de combustão interna para
gerar eletricidade.

1.2.3. PIRÓLISE

A pirólise é o processo no qual existe uma decomposição


termoquímica da biomassa gerando uma gama de produtos
úteis, sem a utilização de agentes oxidantes (atmosfera inerte)
ou com baixas quantidades dos mesmos, não permitindo
gasificação significativa. A transferência de calor necessária
ao processo é realizada por convecção forçada (entre o inerte
e as partículas) ou por condução da superfície do reator para
a superfície das partículas de biomassa e posterior condução
do calor dentro da partícula.
A pirólise envolve uma quebra de moléculas complexas em
várias moléculas menores e normalmente resulta em três
produtos típicos: líquido, mais conhecido como bio-óleo
(constituído por alcatrões, hidrocarbonetos mais pesados e
água); sólido, mais conhecido como carbonizado
(maioritariamente constituído por carbono) e gases não
condensáveis (H2, CH4, CO2, H2O, CO, C2H2, C2H4, C2H6,
C6H6). As quantidades relativas destes produtos dependem de
vários fatores incluindo a taxa de aquecimento, a temperatura
final atingida pela biomassa, o tipo de reator, entre outros.

5
Figura 1. Esquema da reação de pirólise.

Entretanto, a proporção de cada produto varia de acordo


com as condições de operação do equipamento, o que torna o
processo de pirólise extremamente flexível. Desta forma, o
processo de pirólise pode ser dividido como apresentado no
Quadro 1.

Quadro 1. Condições de operação dos diferentes tipos de pirólise:

CONDIÇÕES LÍQUIDO SÓLIDO GÁS


PROCESSO
OPERACIONAIS (%, m/m) (%, m/m) (%, m/m)
Temperatura moderada
(aprox. 500 ºC e curtos
Rápida 75 12 13
tempos de residência do
vapor (< 2s)
Temperatura moderada
(aprox. 500 ºC), moderados
Intermediária 50 20 30
tempos de residência do
vapor (10-20s)
Temperatura baixa (aprox.
400 ºC) e longos tempos de
Lenta 30 35 35
residência do vapor (de
horas a dias)
%, m/m: porcentagem, massa/massa.

1.2.3.1. PIRÓLISE LENTA

A pirólise lenta é uma técnica que favorece


principalmente a produção de carvão. Caracteriza-se
por longos tempos de residência de sólido, baixas taxas
de aquecimento e, geralmente, com temperaturas
moderadas, inferiores às adotadas na pirólise rápida
(BALAT et al., 2009; BRIDGWATER, 2003; BAHNG et
al., 2009).
O produto sólido da pirólise lenta de biomassa
também conhecido como carvão vegetal ou carvão

6
pirolítico é um produto rico em carbono, com alto
conteúdo de carbono fixo (˃ 75 %) que pode ser
utilizado em aplicações energéticas como combustível
sólido. Apresenta ainda potencial em aplicações como
remediador do solo, adsorventes, precursor de carvão
ativado e para sequestro de carbono
(DEMIRAL;KUL, 2014; MOHAN et al., 2014).

1.2.3.2. REATOR DE LEITO FIXO

O reator de leito fixo é um reator de modo batch.


Segundo Basu, 2013 este é o mais antigo de todos os
reatores de pirólise. Geralmente, neste reator, é
selecionada a tomada de biomassa, colocando-a no
interior do reator. Em seguida, é feito passar um gás de
arraste, inerte, de modo a manter a atmosfera livre de
oxigénio. Com o aumento da temperatura, iniciam-se as
reações de pirólise começando a formação de vapores
e de carbonizado. Neste tipo de reator, a existência do
gás de arraste faz com que os vapores formados saiam
do reator, enquanto o carbonizado se mantém no
interior (Basu, 2013). Os vapores que saem do reator,
alguns condensam formando assim o bio-óleo, os
restantes são os gases de pirólise.

Figura 2. Representação do Reator de Pirólise em Leito Fixo.

1.3. PARÂMETROS OPERACIONAIS QUE INFLUENCIAM O


PROCESSO DE PIRÓLISE

As características e rendimentos dos produtos de pirólise


são influenciados pelas condições operacionais empregadas no

7
processo como temperatura de reação, tempo de residência dos
gases, taxa de aquecimento e tipo de atmosfera.

1.3.1. TEMPERATURA DE REAÇÃO

A energia necessária para a decomposição da biomassa é


um fator determinante no rendimento dos produtos gerados e nas
características dos mesmos (AKHTAR; AMIN, 2012). Aumentos
na temperatura consentem aumento na degradação da biomassa
e favorecem a produção das frações líquidas e gasosas,
desfavorecendo o rendimento da fração sólida.
No processo de pirólise, quando se pretende maximizar a
produção de líquidos ou sólidos, existem limites para o aumento
da temperatura de reação. Estudos têm mostrado que o máximo
rendimento de carvão é obtido na faixa de temperaturas entre 400
e 450 °C aproximadamente. Entretanto, o rendimento de bio-óleo
permanece praticamente constante entre as temperaturas de 500
e 550 oC. Em temperaturas acima deste valor ocorre redução do
rendimento do líquido e aumento do rendimento do gás.
A temperatura é uma das variáveis responsáveis pela
qualidade final dos produtos sólidos. Propriedades do carvão
como teor de carbono fixo, teor de voláteis e pH são influenciados
pela temperatura a qual pode ser ajustada para otimizar a
produção de carvão.
Elyounssi, Blin e Halim (2010) analisaram que, apesar da
diminuição em massa do carvão vegetal com o aumento da
temperatura, a concentração do teor do carbono fixo no material
tende a aumentar, conforme demonstrado na Tabela 1.

Tabela 1. Efeito da temperatura na composição elementar, rendimento e


composição do carvão vegetal.

8
1.3.2. TEMPO DE RESIDÊNCIA

De modo geral, o favorecimento da produção de produtos


líquidos está interligado a curtos tempos de residência, pois os
vapores liberados no processo são susceptíveis a reações
secundárias e de repolimerização, em condições operacionais
de pirólise, o que pode levar à formação de gases não
condensáveis. Assim, tempos de residência de vapores
gerados no processo de até 2s são recomendados na
produção de altos rendimentos de bio-óleos (BRIDGWATER;
PEACOCKE, 2000; AKHTAR; AMIN; 2012).
Ronsse et al. (2013) estudaram o efeito do tempo de
residência dos gases no reator e da temperatura da pirólise
lenta de diferentes biomassas. Propriedades como o
rendimento de carvão e teor de material volátil no carvão
diminuem com o aumento do tempo de residência e da
temperatura. Por outro lado, o teor de carbono fixo, cinzas e
pH no carvão das diferentes biomassas estudadas aumentam.
Foi observado que as características e os rendimentos dos
produtos foram mais afetados pelo aumento da temperatura
do que pelo aumento no tempo de residência, no entanto, foi
observado um efeito significativo do tempo de residência nos
rendimentos para as temperaturas de pirólise inferiores a 300
°C.
Segundo Bahnget al. (2009) na pirólise lenta, os vapores
possuem a capacidade de continuar reagindo com outros
produtos para formação de carvão, devido a maiores tempos
de residência no reator.
Schenkel (2008) no estudo da pirólise lenta de madeira em
tempos de residência de 15 e 45 minutos observou que existe
uma interação entre tempo de residência e temperatura. O
tempo de residência apresenta um efeito importante em
temperaturas inferiores a 400 °C, afetando o rendimento de
carvão e o teor de carbono fixo no carvão.

1.3.3. TAXA DE AQUECIMENTO

Normalmente rápidas taxas de aquecimento são


características de pirólise rápida, pois causa uma rápida
fragmentação da biomassa aumentando o rendimento de
voláteis principalmente devido a fatores como redução das
limitações de transferência de calor e de massa no processo
de degradação, decomposição extra do líquido, diminuição do
tempo disponível para que reações secundárias como
craqueamento e repolimerização do líquido ocorram
(AKHTAR; SAIDINA AMIN; 2012). Dessa maneira, taxas de
aquecimento rápidas em temperaturas em torno de 500 °C
reduzem o rendimento de carvão e maximizam o rendimento
da fração líquida. Por outro lado, taxas de aquecimento baixas
aumentam o rendimento de carvão. Nota-se também, que a
quantidade de água na fração líquida decai com o aumento da
taxa de aquecimento, o que melhora a qualidade do líquido

9
gerado. Isso ocorre devido a redução de condensações
secundárias e reações de desidratação, além disso o
conteúdo de oxigênio na fração líquida também decresce
(APAYDIN-VAROL; PUTUN; PUTUN, 2007; ISAHAK et al.,
2012).

Figura 3. Influência da taxa de aquecimento na carbonização da madeira,


quando submetida a 500˚C. Fonte: Pinheiro et al. (2005).

Alguns autores como (KUMAR et al., 1992; SENSOZ, 2003;


PINHEIRO; FIGUEIREDO; SEYE, 2005; ZENG et al., 2015)
constataram que quanto maior a taxa de aquecimento na
carbonização da madeira, maior será a perda de massa em
função do aumento da temperatura. Esse fato está
relacionado com a intensificação da despolimerização do
material sólido em voláteis, conforme demonstrado na figura 3.

1.3.4. TIPO DE ATMOSFERA

A interação de gases de pirólise com o ambiente


circundante do sólido provoca reações exotérmicas que
conduzem à formação de carvão. Condições de pirólise que
sustentam rápida transferência de massa normalmente
minimizam estas reações. A utilização de um gás inerte no
processo de pirólise como N2 reduz o tempo de residência dos
gases, pois o gás pressiona os gases do processo fora da
zona de reação o que diminui a possibilidade de reações
secundárias e inibe a possibilidade de repolimerização de
vapores, maximizando o rendimento e garantindo a ausência
de oxigênio no reator (AKHTAR; AMIN, 2012; HOSSAIN;
DAVIES, 2013).

1.3.5. PRESSÃO

A pressão tem relação direta com o rendimento de carvão e


inversa com o rendimento de alcatrão. Assim, o aumento na

10
pressão do processo faz com que o rendimento de carvão
aumente e o rendimento de líquido diminua. O mecanismo de
ação da pressão está relacionado com o tempo de contato
entre os reagentes, ou seja, os voláteis e o produto sólido na
temperatura do reator (CARNEIRO, 2013).

1.4. MATERIAL E MÉTODOS

1.4.1. FONTE DE BIOMASSA

O uso consciente de recursos renováveis paralela à


redução do consumo de combustíveis fósseis somado à
exploração de madeiras oriundas de florestas nativas tem
motivado o desenvolvimento de pesquisas, tecnologias e
plantios comerciais de espécies com rápido crescimento como
Eucalyptus, no qual será utilizada como fonte de biomassa no
projeto de reator de pirólise. A biomassa lignocelulósica é
extremamente abundante no planeta e pode ser utilizada
como matéria-prima para diversos produtos industriais,
estimulando uma série de pesquisas biotecnológicas. (LU et
al., 2008)

Figura 4. Lascas de madeira Eucalyptus

1.4.2. COMPOSIÇÃO DA MADEIRA

É de fundamental importância o conhecimento da


composição química da madeira, para que se possa direcioná-
la para determinados usos.
Os componentes químicos da madeira podem ser
compreendidos em dois grandes grupos. O primeiro é formado
por componentes de alta massa molecular que são a celulose,
as hemiceluloses e a lignina, e o segundo pelos componentes
de baixa massa molecular que são os extrativos e as cinzas
(PANSHIN; ZEEUW,1970).
A celulose, constituinte marjoritário da madeira (40-45%), é
um polissacarídeo de cadeia linear, composto por unidades de
ß-D-glucopiranose, interligadas por ligações glicosídicas ß (1-
4), formando longas cadeias lineares e não ramificadas.

11
Localizando-se, predominantemente, nas paredes secundárias
das células. (ROWELL,2004; SJÖSTRÖM, 1993).
As hemiceluloses são polissacarídeos formados por
diferentes unidades de açúcares. As principais são as
galactoglucomananas, arabinoglucouranoxilanas,
arabinogalactanas, glucoranoxilanas e as glucomananas. As
hemiceluloses apresentam cadeias ramificadas e representam
de 15 a 25% da constituição química da madeira (BARNETT;
JERONIMIDIS, 2003).
A lignina é um polímero amorfo, altamente complexo, cuja
formação é dada, principalmente, por unidades aromáticas de
fenilpropano, com, aproximadamente 70% localizada na
parede secundária da célula (BARNETT; JERONIMIDIS, 2003;
ROWELL, 2004). É considerada o constituinte mais importante
na produção de carvão, pois tem implicações diretas no
rendimento gravimétrico e no teor de carbono fixo. Os
rendimentos mais elevados encontrados para as amostras
com maiores teores de lignina devem-se à maior resistência à
decomposição, quando comparada com a celulose e com a
hemicelulose, devido à complexidade de sua estrutura. Da
mesma forma, os maiores teores de carbono fixo no carvão
produzido a partir de madeiras mais lignificadas são
decorrência da maior porcentagem de carbono elementar
(65%) em sua composição, quando em comparação com a
holoceluse (45%).

1.4.3. INFLUÊNCIA DAS CARACTERÍSTICAS DA BIOMASSA NO


RENDIMENTO E QUALIDADE DOS PRODUTOS DA
PIRÓLISE

As propriedades da biomassa seguramente constituem a


base para a seleção da tecnologia de conversão mais
adequada. As características das biomassassão de suma
importância para comprovar e habilitar seu uso nos processos
de termo conversão.
Biomassas de origem vegetal sofrem variações na sua
composição química, física e morfológica decorrente do tipo
de clima, solo, nutrientes disponíveis, espécie e até o arranjo
celular. As características e os rendimentos dos produtos
obtidos nos processo de pirólise são influenciados pelas
propriedades físicas e termoquímicas da matéria-prima
utilizada.

2. MEMORIAL DE CÁLCULO:

2.1. DIMENSIONAMENTO DO REATOR

2.1.1. DETERMINAÇÃO DA ALTURA DO REATOR

O reator foi dimensionado de acordo com duas resistências


de 4”. O comprimento foi aproximado do máximo tamanho

12
possível para ser aquecido a 500°C com uma resistência
elétrica de 900W, chegando ao dimensionamento de 0,43 m
de comprimento.

2.1.2. BALANÇO DE MASSA E ENERGIA

A redistribuição dos produtos resultantes do processo de


pirólise permite verificar o equilíbrio da conversão da madeira
em carvão e subprodutos, sendo assim denominado de
balanço de massa e energia, que pode ser utilizado como uma
alternativa para verificar rendimentos em massa e energia que
não foram aproveitados no processo.
Os principais produtos obtidos na pirólise são
exemplificados na Tabela 2, com seus respectivos valores de
rendimento, para a produção de carvão vegetal com 80% de
carbono fixo.

Tabela 2. Principais produtos obtidos na pirólise da madeira, com seus


respectivos rendimentos.

De acordo com Ernsting (2015), em geral, é possível obter


como rendimentos teóricos da carbonização 30% de líquidos,
35% de gases e 35% de carvão.
Centro Tecnológico de Minas Gerais (1980) realizaram o
balanço de massa e energia teórico, para uma tonelada de
madeira, carbonizada a 450 ºC e cujo poder calorífico foi de
19,47x 106 kJ t -1. Os valores estão apresentados na Tabela 3.

13
Tabela 3. Balanço de massa e energia para uma tonelada de madeira,
com poder calorífico de 19,47 x 106 kJ t -1.

Já, o balanço de energia pode ser definido como a razão


entre a energia armazenada nos produtos da pirólise e a
energia disponível na madeira, sendo que sua otimização
está, geralmente, associada a novas tecnologias.

No cálculo da energia (MJ) armazenada na madeira e nos


produtos da carbonização foram utilizadas as equações
abaixo:

𝐸𝑚 = 𝑃𝐶𝑚 + 𝑀𝑚
𝐸𝑚 = 11,534 + 0,660
𝐸𝑚 = 12,194 𝑀𝐽

𝐸𝑐 = 𝑃𝐶𝑐 + 𝑀𝑐
𝐸𝑐 = 5,782 + 0,185
𝐸𝑐 = 5,967 𝑀𝐽

Onde:

• 𝐸𝑚 é a energia madeira, em 𝑀𝐽
• 𝑃𝐶𝑚 é o poder calorífico da madeira, em 𝑀𝐽𝑘𝑔−1
• 𝑀𝑚 é a massa da madeira, em 𝑘𝑔
• 𝐸𝑐 é a energia do carvão, em 𝑀𝐽
• 𝑃𝐶𝑐 é o poder calorífico do carvão, em 𝑀𝐽𝑘𝑔−1
• 𝑀𝑐 é a massa do carvão em 𝑘𝑔

A energia dos compostos gasosos foi calculada a partir


poder calorífico inferior, cujos valores foram de 10,789,
12,633, 35,796, 59,024 e 63,704 MJ.Nm-3 respectivamente,
para o 𝐻2 , 𝐶𝑂, 𝐶𝐻4 , 𝐶2 𝐻4 e 𝐶2 𝐻6 (WALDHEIM; NILSSON,
2001).

14
Utilizando a equação abaixo para transformar em 𝑀𝐽𝑘𝑔−1 :

22,4
𝑃𝐶𝑀𝐽𝑘𝑔−1 = 𝑃𝐶𝑀𝐽𝑁𝑚3 𝑥
𝑀𝑚

Onde:

• 𝑃𝐶𝑀𝐽.𝑘𝑔−1 é o poder calorífico dos compostos gasosos


em 𝑀𝐽. 𝑘𝑔−1 ;
• 𝑃𝐶𝑀𝐽𝑁𝑚3 é o poder calorífico dos compostos gasosos
em 𝑀𝐽. 𝑁𝑚−3 ;
• 𝑀𝑚 é a massa molar do composto 𝑔. 𝑚𝑜𝑙 −1 .

𝐸𝐺𝑆 = 𝑃𝐶𝐺𝑆 + 𝑀𝐺𝑆


𝐸𝐺𝑆 = 10.467 + 0,660
𝐸𝐺𝑆 = 11,127 𝑀𝐽

Onde:

• 𝐸𝐺𝑆 é a energia gases não condensáveis, em 𝑀𝐽;


• 𝑃𝐶𝐺𝑆 é o poder calorífico dos gases não condensáveis,
em 𝑀𝐽𝑘𝑔−1 ;
• 𝑀𝐺𝑆 é a massa da madeira, em 𝑘𝑔.

O balanço de energia dos produtos da carbonização foi


realizado a partir da relação entre a energia de cada produto,
com a energia da madeira:

𝐸𝐶
%𝐸𝑐 = ∗ 100
𝐸𝑀
5,967
%𝐸𝑐 = ∗ 100
12,194
%𝐸𝑐 = 48,93 %

𝐸𝐺𝑆
%𝐸𝐺𝑆 = ∗ 100
𝐸𝑀
5,149
%𝐸𝐺𝑆 = ∗ 100
12,194
%𝐸𝐺𝑆 = 42,22 %

15
Onde:

• %𝐸𝑐 é o percentual energia carvão (%);


• %𝐸𝐺𝑆 é o percentual em energia dos gases não
condensáveis (%);
• 𝐸𝐺𝑆 é a energia gases não condensáveis, em 𝑀𝐽;
• 𝐸𝑀 é a energia madeira, em 𝑀𝐽;
• 𝐸𝑐 é a energia do carvão, em 𝑀𝐽.

O balanço de massa e energia tem como objetivo verificar


o equilíbrio de conversão da madeira em carvão. A partir dos
resultados apresentados na Tabela 4, podem ser verificados a
redistribuição dos produtos no processo e as suas perdas.

2.1.3. PERDA DE CARGA

Após a finalização do projeto, será utilizado lã de vidro em


volta do reator. Dessa forma a perda de carga será mínima.
A Lã de vidro é um material isolante feito de fibra de vidro,
disposto de maneira a apresentar uma textura similar à lã. É
produzida em rolos (mantas), feltros, tubos ou em placas, com
diferentes propriedades térmicas e mecânicas.

2.2. DIMENSIONAMENTO DO AQUECEDOR

2.2.1. CONTROLE DE TEMPERATURA

Será utilizado um aquecimento por resistência elétrica com


potência de 900W, formada com um fio de liga de níquel
cromo 80/20. Inoxidável e resistente a altas temperatura e a
impactos.

2.3. DIMENSIONAMENTO DO CONDENSADOR

2.3.1. CAPACIDADE TÉRMICA

Capacidade térmica de um corpo (C) é a grandeza física


que se refere à quantidade de calor necessária para variar 1ºC
a temperatura de todo o corpo.
A capacidade térmica de um corpo é igual ao produto de sua
massa pelo calor específico da substância que o constitui.
Portanto, podemos considerar que a capacidade térmica do
condensador usado no trabalho é:

𝐶 = 𝑚𝑥𝑐
𝐶 = 𝑚𝑣𝑖𝑑𝑟𝑜 ∗ 𝑐𝑣𝑖𝑑𝑟𝑜 + 𝑚á𝑔𝑢𝑎 ∗ 𝑐á𝑔𝑢𝑎
𝐶 = 226,9 ∗ 0,16 + 333,2 ∗ 1

16
𝐶 = 369,5 𝑐𝑎𝑙/°𝐶

2.3.2. CONTROLE DE TEMPERATURA

O condensador permite uma troca de temperatura do


líquido em seu interior, em razão da entrada e saída de água.
A água fria entrará em temperatura ambiente, por uma
abertura resfriando o vapor quente, e logo em seguida, sairá
por outra abertura. O condensador irá operar em fluxo
contínuo, e por isso não será necessário aplicar um método de
controle de temperatura do mesmo, visto que, a temperatura
do vapor não possui a capacidade térmica de alterar
bruscamente a temperatura da água que estará passando
pelo casco do condensador.

2.3.3. POTÊNCIA TÉRMICA

No dimensionamento do condensador é necessário


determinar o calor a ser trocado com o gás de pirólise de modo a
recolher o bio-óleo.
É necessário calcular a potência térmica que tem de ser
trocada para que haja a condensação, sendo que esta é dada da
seguinte forma:

𝑄 = (𝑚̇. 𝐶𝑃 )á𝑔𝑢𝑎 . (𝑇𝑒𝑛𝑡 − 𝑇𝑠𝑎𝑖 ) + 𝑚̇bio−óleo . ∆ℎ

𝑄 = 0,02 𝑥 1 𝑥 (24,3 − 24,4) + 0,00005 𝑥 612,2


𝑄 = 0,03261 𝑊

2.4. DIMENSIONAMENTO DA PARTÍCULA

2.4.1. DENSIDADE BÁSICA

A densidade básica é considerada como o principal índice


de qualidade da madeira, por ter uma influência direta nas
suas demais propriedades e na qualidade dos seus derivados
(PANSHIN, 1964).
Madeira com maior densidade produz carvão com
densidade aparente maior. Essa característica confere ao
carvão maior resistência mecânica e maior capacidade
calorífica por unidade de volume.
No gênero Eucalyptus, observa-se que a densidade básica
pode variar de uma espécie para outra, entre árvores de uma
mesma espécie, dentro de uma mesma árvore, com relação à
idade do povoamento e ainda com as condições ecológicas da
floresta onde está localizada (Ferreira & Kageiama, 1978).
Portanto, os fatores que influenciam essas variações podem

17
ser de ordem genética, ambiental ou resultado da interação
entre seus efeitos.
Os autores agrupam as espécies de Eucalyptus da
seguinte forma para as condições brasileiras: madeiras de
densidade baixa, variando de 0,430 a 0,500 g/cm3 no caso
dos Eucalyptus grandis, saligna, dunnii e botryoides; madeiras
de densidade média, variando de 0,500 a 0,580 g/cm3 para os
Eucalyptus pilularis, resinifera, propinqua e urophyla, e
madeiras de densidade alta apresentando valores acima de
0,580 g/cm3, observados em Eucalyptus microcorys e
cloenziana.

2.4.2. CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA DA MADEIRA

De acordo com a literatura, a partir de um estudo foram


utilizadas árvores de 10 procedências de Eucalyptus grandis,
3 de Eucalyptus saligna e 2 de Eucalyptus cloeziana, com
idade de 31 anos, sendo abatidas 4 árvores por procedência.
Todas as árvores utilizadas faziam parte do Programa de
Introdução de Espécies e Procedências de Eucalipto no sul de
Minas Gerais (IBDFPRODEPEF). O plantio foi instalado em
1975, na antiga Escola Superior de Agricultura de Lavras -
ESAL, atual Universidade Federal de Lavras -UFLA.

Tabela 4. Teores médios de extrativos totais e cinzas da madeira para


procedências e espécies de Eucalyptus.

Observa-se na Tabela 4 que não houve diferenças


estatísticas significativas para o teor de cinzas tanto no que

18
diz respeito às procedências quanto espécies. Observa-se que
os valores de cinzas variaram entre 0,17 e 0,26% para as
procedências de Eucalyptus cloeziana, de 0,14 a 0,25% para
Eucalyptus grandis e de 0,18 a 0,21% para procedências de
Eucalyptus saligna.
Relativo ao teor de extrativos, embora tenha sido
estatisticamente semelhante entre procedências, apresentou
diferença significativa entre espécies, sendo a espécie
Eucalyptus cloeziana a que apresentou maiores teores de
extrativos, com valores médios de 11,14%; enquanto
Eucalyptus grandis e Eucalyptus saligna foram
estatisticamente iguais entre si e com valores de 7,99% e
7,87%, respectivamente. Esses valores estão acima dos
observado por Lima et al. (2007), que ao estudarem a
qualidade de colagem em madeira de clones de Eucalyptus
urophylla, encontraram teor de extrativos médio na madeira
entre 4,79 e 5,54%. Os autores ainda mencionaram que altos
valores de extrativo influenciam na cor, no odor, na
fluorescência, na durabilidade natural, na relação água-
madeira, na polpação e na colagem da madeira.

Tabela 5. Teores médios de lignina e holocelulose da madeira para


procedências e espécies de Eucalyptus.

Verifica-se na Tabela 5 que para o teor de lignina, os


valores médios encontrados foram estatisticamente iguais,
tanto entre procedências quanto entre espécies. Os valores
médios de lignina variaram entre 29,49 e 29,83% para as
procedências de Eucalyptus cloeziana, de 27,27 e 32,75%
para Eucalyptus grandis, e de 28,93 e 30,03% para
Eucalyptus saligna. O alto teor de lignina, aliado a elevada

19
densidade básica da madeira, contribui de forma positiva para
o rendimento em carvão vegetal (TRUGILHO et al., 1997).
Quanto ao teor médio de holocelulose, observa-se na
Tabela 3 que não houve diferença estatística entre os valores
encontrados para as procedências, porém, o mesmo não
ocorreu entre as espécies, sendo a espécie Eucalyptus
cloeziana aquela que apresentou menor teor (59,14%) quando
comparada às demais, enquanto o Eucalyptus grandis e o
Eucalyptus saligna não apresentaram diferenças estatísticas
significativas entre si, com teores de holocelulose de 62,66 e
62,63%, respectivamente. Andrade et al. (2011) encontraram
valor superior de holocelulose, igual a 66,6%, para a madeira
do híbrido clonal de Eucalyptus urophylla. Neves et al, (2011)
ao estudarem clones de Eucalyptus, encontraram valor médio
de holocelulose de 67,4%, e concluiram que teores altos de
holocelulose contribuem para um menor rendimento em
carvão vegetal.

2.4.3. PODER CALORÍFICO

Segundo Kollman e Côté Júnior (1968), o poder calorífico


da madeira está atribuído à quantidade de energia liberada
por unidade de massa do material quando submetido ao
processo de combustão. Dessa forma, pode ser entendido
como energia desprendida pela queima de uma unidade de
massa de um combustível, sendo expresso em calorias ou
joule por grama.
A umidade pode influenciar negativamente na quantidade
de calor liberado durante a queima quando a madeira é
utilizada na geração de energia, diminuindo assim, a eficiência
energética, já que utiliza parte da energia para evaporar a
água.

Lima (2010) diferencia 3 tipos de poder calorífico:

• Poder calorífico superior (PCS): Se refere a quantidade


de calor liberado através da combustão, de modo que a
água proveniente dessa queima esteja em estado
líquido (volume constante);
• Poder calorífico inferior (PCI): A água proveniente está
em estado gasoso (volume variável), não incluindo o
calor latente da água presente nos produtos de
combustão;
• Poder calorífico líquido ou útil (PCU): Se difere dos
demais, por ser descontada a energia necessária para
evaporar a água referente à umidade da madeira.

O poder calorífico superior da biomassa de Eucalyptus


possui uma grande variação em função de sua constituição
química, principalmente em relação aos teores de lignina e
cinzas. Dessa forma, os cálculos são baseados nas
informações encontradas na literatura.

20
Os valores de PCS para a madeira Eucaliptus costumam
variar entre 4.300 a 4.900 kcal/kg secos (18 a 20,5 GJ/t
secas). Já para a casca variam entre 3.400 a 3.900 kcal/kg
secos (14,2 a 16,3 GJ/t secas).

Uma unidade de MJ equivale a 238,8 kcal.

Através do teor de hidrogênio temos a conversão de água


em formação.

Em geral, as biomassas de Eucalyptus possuem teores de


hidrogênio próximos a 6% em sua composição molecular.

Abaixo temos a fórmula do PCI com os resultados


apresentados em kcal/kg seco.

9𝐻
𝑃𝐶𝐼 = 𝑃𝐶𝑆 − 600 ( )
100

9𝑥6
𝑃𝐶𝐼 = 𝑃𝐶𝑆 − 600 ( )
100

𝑃𝐶𝐼 = 𝑃𝐶𝑆 − 324

Dessa maneira, os poderes caloríficos inferiores da


madeira do eucalipto podem variar entre 4.200 a 4.575 kcal/kg
secos (17,6 a 19,2 GJ/t secas).

Através da fórmula do Dr. José Otávio Brito (1993), pode-


se calcular o PCUtil:

(100 − 𝑈)
𝑃𝐶𝑈𝑡𝑖𝑙 = 𝑃𝐶𝐼 𝑥 [ ]−6𝑥𝑈
100

Onde:
• U = Teor percentual de umidade base peso úmido;
• PCI = Poder Calorífico Inferior (kcal/kg seco);
• PCUtil = Poder Calorífico Útil na umidade tal qual
(kcal/kg tal qual).

Realizando alguns exemplos práticos com utilização dessa


equação:

Para uma biomassa madeira de Eucalyptus com PCI=4.400


kcal/kg, variando o teor de umidade em alguns níveis entre
50% e 20%:

• Para 50% umidade:

21
(100 − 50)
𝑃𝐶𝑈𝑡𝑖𝑙 = 4.400 𝑥 [ ] − 6 𝑥 50
100

𝑘𝑐𝑎𝑙
𝑃𝐶𝑈𝑡𝑖𝑙 = 1.900 𝑡𝑎𝑙 𝑞𝑢𝑎𝑙
𝑘𝑔

• Para 30% de umidade:

(100 − 30)
𝑃𝐶𝑈𝑡𝑖𝑙 = 4.400 𝑥 [ ] − 6 𝑥 30
100

𝑘𝑐𝑎𝑙
𝑃𝐶𝑈𝑡𝑖𝑙 = 2.900 𝑡𝑎𝑙 𝑞𝑢𝑎𝑙
𝑘𝑔

• Para 20% de umidade:

(100 − 20)
𝑃𝐶𝑈𝑡𝑖𝑙 = 4.400 𝑥 [ ] − 6 𝑥 20
100

𝑘𝑐𝑎𝑙
𝑃𝐶𝑈𝑡𝑖𝑙 = 3.400 𝑡𝑎𝑙 𝑞𝑢𝑎𝑙
𝑘𝑔

O consumo de energia através da água presente na


biomassa não é pequeno.

PCI = 4.400 kcal/kg seco a 0% de umidade


PCUtil a 50% umidade = 1.900 kcal/kg tal qual

Com 50% de umidade, um quilograma tal qual possui 0,5


kg de peso seco e 0,5 kg de água.

Transformando esse valor para um quilograma seco,


temos:

𝑘𝑐𝑎𝑙
0,5𝑘𝑔 𝑠𝑒𝑐𝑜 − 1.900
𝑘𝑔
1𝑘𝑔 𝑠𝑒𝑐𝑜 − 𝑥
𝑘𝑐𝑎𝑙
𝑥 = 3.800 𝑠𝑒𝑐𝑜
𝑘𝑔

22
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARRICHELO, L.E.G.; BRITO, J.O. de; COUTO, H.T.Z.; CAMPINHOS


JUNIOR, E. Densidade básica, teor de holocelulose e rendimento em
celulose da madeira de Eucalyptus grandis. São Paulo:
Sociedade Brasileira de Silvicultura, 1983. p.802-808.

BRITO, J.O. de; BARRICHELO, L.E.G. Correlações entre


características físicas e químicas da madeira e a produção de
carvão vegetal: I. Densidade e teor de lignina da madeira de
eucalipto. IPEF, Piracicaba, n.24, p.9-20, 1977.

MÁRCIA SILVA DE JESUS. Balanço de massa e energia na pirólise de


madeira de Eucalyptus em escala macro. Lavras–MG, 2016.

HUGO DANIEL FREITAS DA SILVA. Dimensionamento de um reator


piloto para pirólise de biomassa. 2016

BASU, 2008. Biomass Gasification, Pyrolysis and Torrefaction -


Practical Design and Theory, AP, ISBN: 978-0-12-396488-
5,530pp

BROWN, 2011. Thermochemical Processing of Biomass, Wiley, ISBN:


978-0-470-72111-7 324pp

A.V BRIDGWATER, G.V.C PEACOCKE, MARÇO 2000. Fast pyrolysis


processes for biomass, Renewable and Sustainable Energy
Reviews, Volume 4, Issue 1, Páginas 1-73, ISSN 1364- 0321

DIAS JÚNIOR, A. F.; SANTOS, P. V.; PACE, J. H. C.; CARVALHO, A.


M.; LATORRACA, J. V. F. Caracterização da madeira de quatro
espécies florestais para uso em movelaria. Ciência da Madeira,
Pelotas, v. 04, n. 01, 2013.

GONÇALVES, C. A.; LELIS, R. C. C.; ABREU, H. S. Caracterização


físico- química da madeira de sabiá (Mimosa caesalpiniaefolia
Benth). Revista Caatinga, Mossoró,v. 23, n. 1, p. 54-62, 2010.

23
24

Você também pode gostar