Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Dime Cocal
Dime Cocal
Dime Cocal
Curitiba
2023
João Victor Padilha
Lucas Pereira Santos
Vinı́cius Temoz
Curitiba
2023
Sumário
1 Introdução 1
2 Atividade 1
2.1 Coprocessamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
2.2 Combustı́veis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
2.3 Vantagens e Desvantagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
3 Fluxograma do Processo 2
3.1 Etapas Prévias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
3.2 Chegada dos Resı́duos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
3.3 Etapa Final . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
4 Emissões 3
5 Legislação 5
5.1 Legislações Pertinentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
6 Dimensionamento 7
6.1 Calcinador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
6.2 Filtro de Gases . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Referências 10
1 Introdução
O coprocessamento desempenha um papel crucial na gestão dos resı́duos
sólidos, enfrentando o desafio crescente da intensa geração desses materiais, resul-
tado do aumento populacional, industrial e econômico. A rápida obsolescência de
muitos produtos contribui para o aumento significativo da carga de resı́duos sólidos,
exigindo uma abordagem eficaz por parte das autoridades públicas. Além disso, o
constante crescimento na produção industrial em diversos setores tem gerado uma alta
quantidade de resı́duos tanto em âmbito nacional quanto global.
Além de regulamentações mais rigorosas, assim como a Polı́tica Nacional dos
Resı́duos Sólidos (PNRS), têm motivado as empresas a assumirem responsabilidades
pelos impactos ambientais de suas operações, incluindo o manejo adequado dos
resı́duos gerados.
Nesse contexto, com o aumento constante da população e o desenvolvimento
acelerado dos setores industriais, é fundamental buscar soluções e inovações para o
gerenciamento e a disposição adequada dos resı́duos sólidos produzidos. A opção de
reutilizar resı́duos como matéria-prima em outras indústrias emerge como uma possibi-
lidade atraente, proporcionando redução de custos financeiros e impactos ambientais.
2 Atividade
2.1 Coprocessamento
A operação de coprocessamento está atrelada a dois grandes conceitos, a
queima de resı́duos e rejeitos, e a formação de novos produtos que requerem reatores
que operem a altas temperaturas, devido a esses fatores o coprocessamento é ampla-
mente utilizado em indústrias que possuem fornos calcinadores, que operam em uma
temperatura média de 1200 ºC, o qual é o caso das indústrias de cal.
O princı́pio base dessa operação é a valorização de resı́duos e rejeitos que
seriam descartados em aterros sanitários, como combustı́veis nos fornos de calcinação,
substituindo integralmente ou parcialmente o uso de carvão coque para combustão,
assim contribuindo para com a preservação dos recursos naturais e matérias primas.
2.2 Combustı́veis
Para incorporação dos resı́duos no incinerador é necessário a blendagem dos
mesmos, que consiste em misturar os materiais até chegarem a uma consistência e
granulometria desejada. Dito isso, a tabela a seguir mostra alguns dos materiais que
podem ser coprocessados:
1
Tabela 1: Tipos de Combustı́veis utilizados
MATERIAIS
Solos contaminados
Plásticos
Lodo de ETE/ETA
Tintas
Fonte: Cal Leve (2023).
VANTAGENS DESVANTAGENS
Redução nos custos de produção Riscos de operação do maquinário
Destinação segura de resı́duos perigosos Contaminação pelos materiais
Redução de aterros Aquisição dos equipamentos
Economia circular Partı́culas poluentes
Redução de particulados SOx e NOx Pré-tratamento
Fonte: Os autores (2023).
3 Fluxograma do Processo
2
Em seguida é necessário o requerimento da autorização ambiental emitida
pelo IAP, definida pela CEMA 76/09, onde é explicado o tipo de resı́duo e como ele
foi produzido. Após recebida essa autorização é feito o contrato de recebimento do
resı́duo e o agendamento para o recebimento dele para o coprocessamento.
4 Emissões
As poucas emissões produzidas pelo coprocessamento são gasosas e com-
postas por vários tipos de gases e materiais particulados, as principais a serem acom-
panhadas estão descritas na figura a seguir:
3
Figura 1: Acompanhamento de emissões
4
5 Legislação
Nesta seção abordaremos uma das etapas burocráticas mais importantes
para a viabilidade do processo de coprocessamento na indústria de cal que são as
legislações especı́ficas que regem a categoria do ramo estudado, primeiramente antes
de adentrarmos no mérito devemos entender do porque o atendimento dessas questões,
justamente para viabilização da operação do empreendimento dentro da lei, ou seja,
da emissão do licenciamento ambiental que consiste em um conjunto de licenças
que permitem uma avaliação detalhada dos impactos ambientais desse processo ,
proporcionando medidas de mitigação e monitoramento contı́nuo que a longo prazo
da operação levaram a um equilı́brio do desenvolvimento industrial com a preservação
ambiental e a segurança da comunidade.
Inicialmente emite-se a licença prévia (LP) dando a concepção e localização da
atividade ao ser implantada, em que será realizada a vistoria técnica por parte do órgão
ambiental e solicitado um conjunto de documentos para protocolo da atividade. Nesse
caso o memorial descritivo da atividade ; tratamento e disposição final de resı́duos ;
estudo de EIA/RIMA e dentre outros pertinentes ao ramo de negócio. Na sequência
a licença de instalação (LI) que autoriza logicamente a instalação da indústria com
a criação de um plano de controle ambiental (PCA) que aborda o diagnóstico dos
impactos ambientais decorrentes da implantação do empreendimento juntamente com
um projeto de controle de poluição ambiental , que serão avaliados e aprovados pelo
órgão ambiental competente (IAT-PR).
Por fim, a licença de operação (LO) que assim como a LP contará com uma
vistoria técnica, porém com a finalidade de autorização da operação propriamente dita
do empreendimento, verificando se o PCA foi cumprido na integra e adicionando a
elaboração de um programa de automonitoramento de emissões atmosféricas que aju-
dará na definição dos parâmetros de análise desse tema. Cabe ressaltar, a renovação
da licença de operação (RLO) já que o prazo de validade mı́nimo é de 1 ano e
no máximo de três anos , de acordo com o potencial poluidor-degradador da ativi-
dade/empreendimento.
5
5.1 Legislações Pertinentes
No Âmbito Federal o embasamento inicial ocorre sobre a Resolução CONAMA
499/20 que estabelece o licenciamento de fornos rotativos de clı́nquer e coprocessa-
mento de resı́duos, abordando qual material residual pode ser utilizado no processo
(Tabela 3). Além disso, essa resolução acabou por revogar a 264/99 permitindo o
coprocessamento de vários materiais, como os medicamentos, materiais vencidos
ou fora de especificação, além de permitir o coprocessamento de resı́duos de saúde
que tenham passado por autoclavagem ou descontaminação biológica; de resı́duos
não substitutos de matérias-primas e combustı́veis, desde que comprovado o ganho
ambiental e exclusão do termo organoclorados e inclusão de lista com limites para
poluentes orgânicos persistentes baseados nas convenções de Estocolmo e Basiléia
no regulamento europeu 1021 de 2019.
6
Com enfoque no empreendimento industrial a CEMA 70/2009 trata sobre o
licenciamento em comunhão com portaria IAP 212/2019 que se refere a autorização
ambiental, onde há destaque no prazo de 6 meses para análise de cada solicitação
e a listagem de resı́duos dispensados desse trâmite, cabe destacar nesse caso os
materiais residuais de ETE’s e ETA’s que devem cumprir apenas especificações quanto
ao poder calorı́fico e taxa de umidade.
Por fim , em se tratando dos resı́duos gerados por essa modalidade de negócio
observamos o foco apenas na avaliação das emissões gasosas que seguem uma
limitação quanto a esfera Federal (CONAMA 499/2020) e a Estadual (SEMA 016/2014),
conforme a Tabela 4. Destaca-se ainda que a SEMA 016/2014 aborda limitações quanto
as emissões de NOx e SOx, sendo uma resolução que atualmente está passando por
revisão e portanto dando lugar a CONAMA 491/2018 com foco sobre os padrões de
qualidade do ar no Brasil.
6 Dimensionamento
6.1 Calcinador
Para um calcinador rotativo médio modelo ZTG1600:
7
Figura 2: Forno Calcinador Médio
Supondo uma produção de 1000 toneladas de cal virgem (CaO) por dia, utili-
zando o seguinte equacionamento, calculamos o calor necessário para que ocorra a
reação de calcinação dentro do reator:
Q = m · cp · ∆T (1)
8
6.2 Filtro de Gases
Inicialmente para o bom dimensionamento de um filtro de mangas para separação
de particulados do efluente gasoso do nosso forno partimos das seguintes informações,
vazão de CO2 de 785,71 toneladas por dia e concentração de particulados total permi-
tida por lei é de 70 mg por m3 .
Para o correto dimensionamento deste tipo de filtro devemos olhar a relação
ar-pano apropriada para o nosso caso, essa relação depende do tipo de particulado e
tipo de limpeza que será aplicada no filtro, para nosso caso utilizaremos uma limpeza
de pulso e os dados de relação da indústria cimenteira, tendo o valor de 2,4 (m3 /min)/m2
(TURNER et al., 1998).
Por fim, convertendo nossa vazão mássica par vazão volumétrica, considerando
que nosso efluente gasoso entre nos filtros a uma temperatura próxima a 100°C, a
densidade do efluente, que é majoritariamente CO2, é de 1,5 kg/m3 . Assim chegamos
em:
9
Referências