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FATEC - FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS DA BAHIA

CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA MECÂNICA

TECNOLOGIA DA BRIQUETAGEM: REAPROVEITAMENTO DE


REJEITOS DE MINÉRIOS DE FERRO E CARVÃO COMO MATÉRIA –
PRIMA NA INDÚSTRIA SIDERÚRGICA.

ADELSON DO NASCIMENTO

ALAGOINHAS – BA
2023.1
ADELSON DO NASCIMENTO

TECNOLOGIA DA BRIQUETAGEM: REAPROVEITAMENTO DE


REJEITOS DE MINÉRIOS DE FERRO E CARVÃO COMO MATÉRIA –
PRIMA NA INDÚSTRIA SIDERÚRGICA.

Projeto de Pesquisa apresentado ao curso de Engenharia


Mecânica, oferecido pela Faculdade de Ciências e
Tecnologias da Bahia – FATEC, como requisito para
conclusão do 9º semestre.

Orientadora: Profª. Leila Pires

ALAGOINHAS - BA
2023.1
ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 01 – Etapas do processo de produção de briquetes......................................................15


Figura 02 – Formato dos briquetes..........................................................................................16
SUMÁRIO

1.0. INTRODUÇÃO..........................................................................................................10
2.0. OBJETIVOS...............................................................................................................11
2.1. Geral............................................................................................................................11
2.2. Específicos...................................................................................................................11
3.0. JUSTIFICATIVA.......................................................................................................12
4.0. REFERENCIAL TEÓRICO.....................................................................................13
4.1. A briquetagem no Brasil............................................................................................13
4.2. Briquetagem................................................................................................................13
4.3. Processo de briquetagem............................................................................................14
4.3.1. Etapas do processo de briquetagem.............................................................................15
4.3.2. Classificação da briquetagem.......................................................................................15
4.4. Resíduos siderúrgicos.................................................................................................16
5.0. METODOLOGIA......................................................................................................17
6.0. CRONOGRAMA.......................................................................................................18
7.0. REFERÊNCIAS.........................................................................................................19
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1.0 INTRODUÇÃO

Tecnologias que proporcionem sustentabilidade, redução de custos e um


reprocessamento e disposição mais segura de seus rejeitos, tem sido bastante procurado pelas
grandes indústrias, a fim de se tornarem mais competitivas em meio as exigências do
mercado.
As indústrias siderúrgicas são responsáveis pela geração de um grande volume de
rejeitos de minério de ferro e carvão em partículas finas e a técnica de briquetagem tem sido
uma importante solução para o seu reaproveitamento.
De acordo com Buzin et al. (2015), fatores como o custo da destinação adequada dos
resíduos siderúrgicos e a implementação de práticas de produção mais limpa têm incentivado
a pesquisa de novas alternativas para a recuperação desses resíduos, além do desenvolvimento
de novos processos e tecnologias com base em seu uso.
Assim sendo, o presente trabalho constitui-se de uma revisão bibliográfica, qualitativa
que envolve a aglomeração de minério de ferro e carvão através do processo de briquetagem,
para o reaproveitamento desses resíduos como carga em altos-fornos.
Segundo Leão et al. (2020), a indústria siderúrgica tem sofrido grandes pressões e
transformações nos últimos anos em virtude dos impactos ambientais gerados pelo setor.
Dessa forma, o presente trabalho busca responder ao seguinte questionamento: De que
forma a tecnologia de briquetagem pode contribuir para solucionar problemas de disposição
de rejeitos e contribuir para o meio ambiente?
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2.0. OBJETIVOS

2.1. Geral

Realizar um estudo sobre a tecnologia de briquetagem empregada em rejeitos de


minério de ferro e carvão para o reaproveitamento como carga em altos-fornos.

2.2. Específicos

• Analisar a viabilidade da utilização de rejeitos de minérios de ferro como matéria-


prima na constituição desses briquetes;
• Realizar uma análise crítica do sistema de briquetagem para o reaproveitamento de
rejeitos de minério de ferro e carvão e sua aplicação em altos-fornos;
• Descrever a evolução da tecnologia da briquetagem de minério de ferro e carvão até os
dias atuais;
• Fazer um levantamento bibliográfico do processo de briquetagem, apresentando as
características, variáveis e condições do processo e das matérias-primas constituintes
dos briquetes.
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3.0. JUSTIFICATIVA

Considerando que a indústria siderúrgica, em todas as suas etapas de processamento, é


responsável pela geração de resíduos com alto teor de ferro e carbono em sua composição e
em grandes quantidades de partículas finas e ultrafinas, consideradas inadequadas à utilização
nos reatores de redução.
Considerando que o crescente volume de rejeitos tem resultado em grandes problemas
ambientais e em um dos maiores fatores de riscos e impactos na mineração, dessa forma,
obrigando ao setor se adequar, cada vez mais, a crescente exigência dos órgãos ambientais.
Considerando que, atualmente, busca-se novas formas de disposição mais seguras e
menos onerosas.
É diante desse contexto que se torna necessário estudos e pesquisas no que tange ao
ciclo de vida desses resíduos, adotando tecnologias sustentáveis que reduzam sua geração e
desenvolva estratégicas de reprocessamento.
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4.0. REFERENCIAL TEÓRICO

4.1. O surgimento da briquetagem

Em 1848, nos Estados Unidos, surgiu o processo de briquetagem, quando foi atribuída
a William Easby uma patente, intitulada “Um método de conversão de carvão moído”. Para
Carvalho e Brinck (2010) o processo desenvolvido por Easby permitiu a formação de
aglomerados sólidos de tamanho e formato variados, a partir de frações finas de carvão
mineral, por meio da pressão exercida sobre ele. Com isso, os resíduos que não possuíam
nenhum valor agregado podiam ser transformados em produtos de elevado valor, sendo
utilizados como combustível para máquinas a vapor, forjas, culinária, entre outras aplicações,
possibilitando a recuperação de grande parte dos finos considerados como resíduos do
processo de beneficiamento do carvão.
A partir dessa primeira patente e da necessidade de aproveitamento das partículas
finas geradas pelos processos de beneficiamento de minérios e carvões, foram desenvolvidas
as tecnologias de aglomeração. No Brasil, um dos primeiros projetos para utilização industrial
do processo de briquetagem foi desenvolvido na usina de João Monlevade/MG pela
Companhia Siderúrgica Belgo Mineira, na década de 60, com a instalação de um equipamento
da empresa alemã Humboldt para a briquetagem de finos de carvão vegetal (LEÃO, 2021).
Desde o final do século XIX, os briquetes de carvão têm sido utilizados, constituindo
uma mistura de partículas finas de carvão e aglomerantes, unidas em um compactado de
maior massa (OLIVEIRA, 2019). Desde então, a tecnologia da briquetagem vem avançando,
ampliando a participação de novas matérias-primas e insumos e consolidando sua importância
como alternativa para o reaproveitamento econômico de resíduos e partículas finas gerados
em diferentes processos de produção, com destaque para o setor minero-metalúrgico, obtendo
briquetes resistentes de diversos tipos de materiais (LEÃO, 2021).
Segundo Dias et al. (2012), não há no Brasil uma estatística oficial sobre a produção e
venda de briquetes e pelotas - outro tipo de aglomerado, havendo uma estimativa da
existência de cerca de 80 empresas produtoras de briquetes, com uma produção aproximada
de cerca de 960 mil toneladas por ano, computando aqui briquetes produzidos a partir de finos
minerais e também de produtos não minerais.

4.2. Briquetagem

A briquetagem é um processo em que ocorre a aplicação de pressões externas, obtendo


um produto com forma, dimensões e características variáveis e totalmente controladas,
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conforme a sua aplicação. É um processo de aglomeração influenciado por fatores como:


granulometria do material, umidade, tipo e quantidade de ligante e pressão de compactação.
A briquetagem é uma tecnologia que consiste em aglomerar partículas muito finas,
através do processo de prensagem, ou seja, compactação dos finos em uma máquina de
briquetagem, podendo ser utilizado um aglomerante ou não, favorecendo a densificação
dessas partículas em um produto compactado de tamanho e formato adequados, denominado
briquete (VINING et al., 2017).
Para Dutra (2015), a briquetagem é um método de aglomeração de partículas finas por
meio de compressão, com auxílio ou não de um aglomerante, promovendo a densificação
dessas partículas e permitindo a obtenção de um produto compactado, com tamanho, formato
e parâmetros mecânicos adequados.
E ainda permite a produção de aglomerados com alta resistência, característica
fundamental para o manuseio e para as etapas de carregamento e aquecimento em reatores
metalúrgicos (BUZIN et al., 2015).
Depois de fabricados, esses aglomerados devem apresentar características necessárias
à sua aplicação, tais como resistência à compressão, ao impacto, à abrasão, à penetração de
água e ao empilhamento, de forma a garantir condições de transporte, manuseio e utilização
em reatores metalúrgicos (SOUSA, 2012; DUTRA, 2015).
A redução de volume do material, em alguns casos, além dos benefícios tecnológicos,
permite que materiais finos possam ser transportados e armazenados de forma mais
econômica (DEMIRBA, 1998), além de provocar a redução da poluição, em caso da não
utilização desses materiais finos.

4.3. Processo de briquetagem

O processo de briquetagem consiste na movimentação forçada da mistura entre as


partículas finas e o aglomerante, que pode ser prensada a frio ou a quente, através de um
molde ou matriz de tamanho e formato apropriados, resultando em um produto final
denominado briquete. Depois de fabricados, esses aglomerados devem apresentar
características necessárias à sua aplicação, tais como resistência à compressão, ao impacto, à
abrasão, à penetração de água e ao empilhamento, de forma a garantir condições de
transporte, manuseio e utilização em reatores metalúrgicos (SOUSA, 2012; DUTRA, 2015).
Geralmente, os briquetes são produzidos em tamanhos e formatos variados, podendo ser
encontrados em retângulo, cilíndrico, elipsóide, entre outros. Essas variáveis podem
influenciar diretamente nas propriedades físicas dos briquetes.
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4.3.1. Etapas do processo de briquetagem:

O processo de produção de briquetes é realizado através das seguintes etapas,


conforme mostrado na Figura 01 (BAPTÍSTA, 2016):

• Escolha do material
• Secagem da mistura
• Moagem dos resíduos
• Peneiramento
• Mistura com aglutinante
• Prensagem
• Secagem do briquete
• Tratamento térmico
• Estocagem e embalagem

Figura 01: Etapas do processo de produção de briquetes.

Fonte: (BAPTÍSTA, 2016).

4.3.2. Classificação dos briquetes

BAPTÍSTA (2016), ainda classifica os briquetes conforme apresentado abaixo e a


Figura 02 mostra o formato dos briquetes.

• Método de fabricação: tipo E (estrudados), P (prensados), C (compactados);


• Constituição (carga): Monoconstituídos, Bicomposto, Multiconstituídos;
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• Composição: Autorredutores (minério, carvão, coque ou biomassa), Autofundente


(minério e calcário ou dolomita);
• Forma: Cilíndrico, travesseiro, sextavado.

Figura 02: Formato dos briquetes.

Fonte: BAPTÍSTA (2016).

4.4. Resíduos siderúrgicos

A indústria siderúrgica, em todas as etapas do processo de transformação do minério


de ferro em aço, seja nas usinas integradas ou por meio das usinas semi-integradas, é
responsável pela geração de um volume considerável de resíduos sólidos ou subprodutos, bem
como de efluentes líquidos (óleos e soluções ácidas) e emissões gasosas (materiais
particulados, vapores ácidos, metano, óxidos de carbono, nitrogênio, enxofre, entre outros),
ocasionando perdas ao processo e custos relacionados à destinação e armazenamento desses
materiais. A composição e o aspecto entre os resíduos variam conforme as técnicas e
procedimentos adotados e das características das matérias-primas utilizadas. Dentre os
resíduos gerados, os sólidos apresentam maior potencial para reutilização e reprocessamento,
em especial aqueles formados a partir de fontes de ferro e carbono, podendo retornar à cadeia
de produção do aço ou ser incorporados em outros processos industriais, sendo uma
importante alternativa de matéria-prima para os processos de aglomeração como a
briquetagem (CARVALHO et al., 2015; SILVA et al., 2016).
Os resíduos siderúrgicos, em especial os resíduos sólidos, são classificados em três
diferentes categorias: resíduos recicláveis (com considerável teor de ferro), resíduos
carboquímicos e as escórias.
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5.0. METODOLOGIA

O presente trabalho teve como objetivo realizar um estudo sobre a tecnologia de


briquetagem empregada em rejeitos de minério de ferro e carvão para seu reaproveitamento
como carga em altos-fornos. Dessa forma, foi realizado um levantamento bibliográfico sobre
a briquetagem para a aglomeração de finos de minério de ferro e carvão para uso como carga
em altos-fornos e sua evolução até os dias atuais, a fim de reunir, analisar, discutir e
interpretar as informações referentes ao processo descrito.
A metodologia empregada para o desenvolvimento desse estudo foi realizada,
adotando como procedimento técnico, a pesquisa e a análise bibliográfica. As etapas
empregadas para a realização deste estudo foram: sistematização do conteúdo a ser estudado,
definição das principais fontes de pesquisa a serem utilizadas, filtragem e seleção dos
trabalhos disponíveis na literatura relacionados ao tema proposto e, por fim, uma análise
crítica do estudo como resultados, discussões e interpretação.
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6.0. CRONOGRAMA

MÊS/ETAPAS Mar Abr Mai Jun Julh Agos Set Out Nov Dez
2023
Escolha do tema X

Levantamento de referencial X X X
teórico
Elaboração do Projeto X X

Apresentação do projeto em X
seminário específico
Coleta de evidências/ X X X
informações
Análise das evidências X X X

Elaboração de Plano de X
Intervenção
Desenvolvimento de Plano de X
Intervenção.
Redação do trabalho de X X X
conclusão
Revisão e redação final X

Entrega do Trabalho X

Defesa do Trabalho X
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7.0. REFERÊNCIAS

BAPTÍSTA, A. L. B. Desenvolvimento de um Briquete Auto-Fundente, Multiconstituído


de Rejeitos, Resíduos e Descartes Recicláveis Gerados na Planta Integrada de Produção
de Aço, Aplicado como Componente da Carga de Fornos de Redução. Fundação Oswaldo
Aranha. Defesa de dissertação. Volta Redonda, 26 de novembro de 2016.

BUZIN, P. J. W. K. de; FLORES, B. D.; HECK, N. C.; VILELA, A. C. F. Briquetes


Autorredutores a partir de Carepas de Processamento Siderúrgico para Utilização em
Fornos Elétricos a Arco. In: 45º Seminário de Redução de Minério de Ferro e Matérias-
Primas, 2015, Rio de Janeiro. Anais dos Seminários de Redução, Minério de Ferro e
Aglomeração. São Paulo: Editora Blucher, 2015. p. 316-326.

CARVALHO, E. A.; BRINCK, V. Aglomeração. In: LUZ, A. B. da; SAMPAIO, J. A.;


FRANÇA, S. C. Tratamento de minérios. 5. ed. Rio de Janeiro: CETEM-MCT, 2010. p.
613-636.

CARVALHO, P. S. L. de; MESQUITA, P. P. D.; ARAÚJO, E. D. G. de. Sustentabilidade


da siderurgia brasileira: eficiência energética, emissões e competitividade. BNDES
Setorial, Rio de Janeiro, n. 41, p. 181-236, mar. 2015.

DEMIRBA, A. Physical properties of briquettes from waste paper and wheat straw
mixtures. Energy Conversion and Management, v. 40, mar., 1999, p. 437-445.

DIAS et al. Produção de briquetes e péletes a partir de resíduos agrícolas,


agroindustriais e florestais. Embrapa Agroenergia, 2012, p.103.

DUTRA, F. C. Estudos fenomenológicos associados à aplicação de silicato de sódio em


aglomeração a frio de finos de minério de ferro. 2015. 118f. Tese (Doutorado em
Engenharia de Materiais) - Rede Temática em Engenharia de Materiais - REDEMAT,
Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2015.

LEÃO, A. S.; TAVARES, A. C.; MARANDUBA, H. L.; ALMEIDA, E. S. Avaliação


ambiental da produção de ferro gusa: revisão sistemática da literatura, bibliometria e
patentes. Revista Brasileira de Gestão Ambiental e Sustentabilidade, v. 7, n. 16, p. 905-936,
2020.

OLIVEIRA, S. J. de. Avaliação de Briquetes de Misturas de Finos de Minérios de Ferro e


Rejeito de Mineração para Uso em Altos-Fornos. 2019. 115f. Dissertação (Mestrado em
Engenharia de Materiais) - Rede Temática em Engenharia de Materiais - REDEMAT,
Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2019.

SILVA, N. G. da; BREHM, F. A.; MANCIO, M.; MORAES, C. A. M. Reutilização e


Reciclagem de Resíduos Siderúrgicos: Oportunidades de Pesquisa e Desafios do Setor.
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SOUSA, T. A. Desenvolvimento de briquetes autorredutores com resíduo de fundição e


fibra da palmeira. 2012. 52f. Dissertação (Mestrado Profissional em Materiais) - Fundação
Oswaldo Aranha, Centro Universitário de Volta Redonda, Volta Redonda, 2012.
20

VINING, K. R.; KHOSA, J.; SPARROW, G. J. Briquetting Conditions for Australian


Hematite-Goethite Iron Ore Fines. ISIJ International, v. 57, n. 9, p. 1517-1523, ago.
2017.

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