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Vitória
2014
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Vitória
2014
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AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Ramiro pela orientação, colaboração indispensável e por acreditar neste
trabalho.
RESUMO
ABSTRACT
The aim of this work was to develop a sinter made just with iron and steelmaking
wastes, without iron ore. Firstly, samples of the wastes were taken and a
characterization was made by size and chemical analysis. After that, 6 different
mixtures were elaborated which were cold agglomerated by micro-pelletizing. Then,
the mixtures were sintered in pilot plant. Sintered samples were collected in each
sintering process in order to know physical, chemical, and metallurgical properties
and verify technical viability to use this material in the Blast Furnace process. After
mixtures 1 and 2 production as reference, the sinter feed was removed, resulting
worse physical properties being necessary discard the third mixture after high
amount of fines and weakness of the sinter cake after sintering process. Higher
amount of sinter fines return was added in the mixtures 4, 5, and 6 in order to further
the micro pelletizing. The mixture 6 showed better results in terms of physical and
metallurgical analyses. Related to physical properties, it was obtained Tumbler test of
61,64% e Shatter test of 88,33%. The metallurgical analyses results showed that the
sinter made by mixture 6 has good reducibility (RI = 77,65%) and low reduction
degradation index (RDI=24,78%). However, a high amount of alkalis (Na2O + K2O =
0,26%) and zinc (0,10%) content were found out being necessary a mass balance,
aiming to know the limit of the sinter made just with wastes that can use in the Blast
Furnace charge. It has happened due the presence of these elements in the iron and
steelmaking wastes used.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADROS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 12
2 OBJETIVOS ...................................................................................................... 14
2.1 OBJETIVO GERAL............................................................................................ 14
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................. 14
3 REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................ 15
3.1 GERAÇÃO DE RESÍDUOS SIDERÚRGICOS ................................................ 15
3.1.1 Lama e Pó de Alto-forno ................................................................................. 17
3.1.2 Geração de Pó e Lama de Aciaria .................................................................. 19
3.1.3 Carepa .............................................................................................................. 21
3.1.4 Pó do Precipitador Eletrostático da Sinterização (pó do EP) ...................... 22
3.2 APLICAÇÕES PARA RESÍDUOS SIDERÚRGICOS VIA AGLOMERAÇÃO ..... 24
3.3 SINTERIZAÇÃO ................................................................................................ 25
3.3.1 Controle de qualidade do Sinter .................................................................... 28
3.3.2 Classificação das partículas de minério de ferro ......................................... 31
3.3.3 Micropelotização ............................................................................................. 33
3.3.4 Aglomeração a quente durante o processo de Sinterização: Formação
de zonas .... ...................................................................................................... 37
3.3.5 Reações durante o processo de Sinterização e formação de
componentes mineralógicos .......................................................................... 42
3.3.5.1 Reações na zona úmida .................................................................................... 42
3.3.5.2 Reações na zona de secagem .......................................................................... 42
3.3.5.3 Reações na zona de reação ou combustão ...................................................... 43
3.3.5.4 Reaçoes de redução e oxidação dos óxidos de ferro ........................................ 44
3.3.5.5 Reações de aglomeração.................................................................................. 45
3.3.5.6 Reções em estado sólido .................................................................................. 49
4 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................ 51
4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS ............................................................. 52
4.1.1 Análise Química............................................................................................... 52
4.1.2 Análise Granulométrica .................................................................................. 54
4.2 FORMULAÇÃO DAS MISTURAS ..................................................................... 55
4.2.1 Escolha das misturas a sinterizar .................................................................. 56
10
1 INTRODUÇÃO
A correta destinação destes resíduos ainda é algo desafiador para a grande maioria
dos produtores de aço em todo o mundo. A média mundial de geração de resíduos
siderúrgicos em uma usina integrada é da ordem de 420 kg/t de aço bruto (Çami,
2002).
Nos últimos anos tem-se observado um maior rigor dos órgãos ambientais com
relação à gestão de resíduos, sejam urbanos ou industriais. Adicionalmente, é
notória a pressão da sociedade para que as empresas tratem seus resíduos
adequadamente. Atualmente, a redução da geração e a reutilização interna devem
ser prioridade em relação ao aterro controlado, o qual deve ser a última alternativa
(GOLLO, 2011).
Para a realização deste trabalho, foi feita uma caracterização dos resíduos de
interesse, dos quais esperava-se que fossem fontes de ferro, óxido de cálcio ou
carbono. Foram desenvolvidas uma série de misturas com estes resíduos e, por fim,
foi realizada a produção do Sinter de resíduos em escala piloto utilizando estas
misturas.
2 OBJETIVOS
3 REVISÃO DA LITERATURA
Nos últimos anos, atenção especial tem sido dada ao tratamento de resíduos
siderúrgicos. Escórias, lamas e poeiras são objeto de estudos diversos com o
objetivo de encontrar aplicações para estes materiais. Dentre estes estudos, pode-se
citar a produção de pelotas autorredutoras para serem aplicadas em processos de
redução direta ou mesmo em fornos siderúrgicos.
Porém, a maioria dos pós e lamas gerados nos processos siderúrgicos são ricas em
ferro, carbono e óxido de cálcio, sugerindo sua aplicação no processo de
Sinterização.
Além disso, se não houver aplicação para estes materiais, seu destino será a
estocagem interna às indústrias ou aterros externos. Normalmente, os
pesquisadores desenvolvem formas de aglomerar estes resíduos e viabilizam a sua
utilização (Santos, 2000 ; Takano, 2000 ; Reis, 2006).
15
Estes materiais são voláteis e muitas vezes são reoxidados pelos gases do processo
(principalmente em Altos-Fornos e Sinterização de esteira) e acabam entrando em
um ciclo de recirculação. Existem diversos estudos sobre o processo de recirculação
de zinco no Alto-forno e seu limite na carga, o qual varia de 0,15 a 1,0 kg/t de ferro
gusa (Silva, 2004 ; Esezobor, 2006 ; Gudenau, 1998).
16
Pode-se observar pelo quadro 2 que a lama e o pó de Alto-forno são fontes ricas de
ferro e carbono.
A explosão das gotas inicialmente ejetadas ocorre porque uma porção da camada
de óxido que cobre a bolha é sugada para dentro dela, fazendo com que haja a
formação de CO e a consequente explosão da gota (Mantovani, 1998).
Por possuir elevado teor de ferro metálico, a lama grossa de aciaria pode retornar ao
Convertedor LD na forma de Briquetes ou pelotas autorredutoras, os quais irão
substituir a sucata. Já a lama fina, pode ser aplicada na Sinterização, limitada pelo
teor de zinco em sua composição.
O quadro 3 mostra a composição química típica das lamas fina e grossa de Aciaria.
Pode observar pelo quadro 3, que a lama grossa possui altos teores de ferro
metálico, sugerindo aplicação na Aciaria em substituição à sucata, após ser
aglomerada. Já a lama fina pode ser aproveitada no processo de sinterização,
devido seu alto teor de ferro total.
20
Quadro 3- Comparação entre a composição química das lamas de aciaria grossa e fina
Composto Lama Grossa (%) Lama Fina (%)
Fe Total 82,1 60,26
Fe Metálico 68,7 4,9
Fe2O3 - 5,25
“FeO” 16,4 26,48
SiO2 3,65 4,25
CaO 8,4 12,9
Al2O3 1,7 -
MgO 0,5 5,6
C 1,7 -
Zn - 0,0015
3.1.3 Carepa
Em algumas empresas este produto, quando bem selecionado, pode ser consumido
na Sinterização em substituição aos minérios de ferro ou para a produção de
briquetes.
No caso da Sinterização, a carepa tem restrição por elevar o teor de “FeO” do Sinter,
o que é ruim para o Alto-forno devido o “FeO” ser reduzido somente na parte inferior,
podendo ocasionar aumento da espessura da zona de coesão e consequente perda
de permeabilidade (Penido, 1994).
As carepas com teores de óleo e graxa superiores a 1,0% devem ser evitadas na
Sinterização, que é o principal consumidor deste resíduo. O motivo está na
sobrecarga de materiais voláteis contidos nos óleos e graxas, os quais podem
provocar explosões no Precipitador Eletrostático (Assis, 2006).
21
A figura 2 mostra a carepa gerada após ser descartada do processo e sendo gerada
na superfície de um tarugo durante a laminação.
Figura 2- Geração de carepa na superfície de um tarugo (esquerda) e aspecto do material após ser
descartada do processo
Componente % Massa
Fe Total 46,00
Al 0,71
Si 1,40
Ca 5,50
Cu 0,01
Zn 0,067
Pb 0,39
Cl 3,90
Mg 0,34
Na 0,39
K 4,60
Fonte: Tsubouchi, 2006.
3.3 SINTERIZAÇÃO
A diferença entre os dois tipos é que as do tipo panela possuem menor capacidade
de produção e operam em regime intermitente de carregamento, queima e
descarregamento. Já as Sinterizações do tipo esteira contínua possuem alta
capacidade de produção e operam continuamente o carregamento, a queima e o
descarregamento (Carvalho, 2004).
Figura 4- Processo de Sinterização de Panela (ou semi-contínuo), A) Arranjo das panelas no tipo
carrossel, B) Detalhe do forno de ignição
Shatter Test: O ensaio tem a finalidade de medir a maior ou menor facilidade que
tem o Sinter de produzir finos por efeito mecânico, ou seja, quando submetido a
quedas sucessivas nos vários pontos de transferência durante o seu manuseio.
Mede a susceptibilidade do Sinter em produzir finos antes que inicie sua redução
(Honorato, 2010).
Tumbler Test: Este teste determina a redução do tamanho devido impacto e abrasão
do Sinter durante seu manuseio, transporte e no Alto-forno. A resistência mecânica a
frio está diretamente relacionada ao manuseio e transporte da máquina de Sinter até
a goela do Alto-forno.
28
Caracterização Mineralógica:
Ensaios Metalúrgicos:
Quadro 6- Efeito da composição química nas propriedades físicas e metalúrgicas dos Sinteres
Efeito no Efeito na
Valor típico Efeito Efeito
Elemento Tumbler Produtividad Comentários
desejado no RI no RDI
Test e
Até 5%
=> ruim
Entre 5 e Excesso de “FeO” é
7% => prejudicial à
“FeO” < 7% Benéfico Nenhum Ruim
sem operação do Alto-
efeito forno.
> 7% =
benéfico
Com a tendência
natural de
empobrecimento do
Sem
SiO2 <5,5% Benéfico Benéfico Benéfico minério, nos dias
Efeito
atuais é difícil obter
um minério com teor
de SiO2 <5,5%
Até 1,3% =>
Os minérios
sem efeito
Al2O3 <1,5% Ruim Ruim Ruim Brasileiros possuem
> 1,3% => teor baixo de Al2O3
ruim
Até 1,5 => Até 1,5 => A adição de MgO
sem efeito sem efeito auxilia na fluidez da
MgO <1,7% Ruim Benéfico
>1,5 => escória e funciona
>1,5 => ruim como dessulfurante
ruim
O efeito benéfico do
aumento da
basicidade depende
CaO/SiO2 Entre 1,7 e 2,5 Benéfico Benéfico Benéfico Benéfico
do balanço de
massa Sinterização
X Alto-forno
Até 0,7% => O Mn adicionado na
sem efeito Sinterização visa
Mn Máximo 1% Ruim Ruim Ruim
> 0,7% => atender a demanda
ruim da Aciaria
A adição de TiO2 na
Até 0,4% => Sinterização visa
TiO2 Máximo 0,5% Ruim Ruim Ruim
sem efeito proteção ao cadinho
dos Altos-Fornos
Fonte: Harano, 2010.
30
Ainda sobre composição química, HSIEH et al. (2005) concluiu em seu estudo sobre
a influência da composição química das matérias-primas nas propriedades do Sinter
que quanto menor o teor de alumina, menor será o consumo de combustível e maior
será a resistência a frio do Sinter (tumbler test).
HSIEH et al. (2005) concluiu ainda que o RDI não tem relação direta com o teor de
alumina e diminuindo-se o teor de SiO2, aumentando a basicidade (1,85 ~ 1,98) e
diminuído o teor de MgO, o resultado do tumbler test, o consumo de combustível e a
produtividade são melhorados, porém o RDI aumenta. No entanto, diminuindo o teor
de SiO2 de maneira que a basicidade aumente para aproximadamente 2,13 o RDI
diminui.
Por fim, HSIEH et al. (2005) concluiu que mantendo-se as mesmas proporções de
basicidade, SiO2 e MgO, a maioria das propriedades são aproximadamente iguais
para as diferentes misturas para a sinterizar.
3.3.3 Micropelotização
Ao se atingir uma permeabilidade máxima, significa que foi atingida uma umidade
ótima e a pressão negativa de sucção será mínima durante o processo de
Sinterização. A partir deste ponto, a adição de água adicional provocará uma perda
de permeabilidade. A figura 10 evidencia este fenômeno e mostra a relação entre
pressão de sucção e umidade da mistura (Peng, 2009).
De acordo com a figura 10, a permeabilidade do leito pode ser prejudicada tanto pela
falta de umidade quanto pelo excesso. Misturas com pouca umidade ocasionam
pouca adesão das partículas umas às outras.
Além disso, isso faz com que menos espaços sejam gerados na mistura a sinterizar,
tornando-a pouco permeável. A falta de permeabilidade causa uma diminuição na
velocidade de frente de queima, ocasionando redução da produção (Harano, 2010).
Figura 12- Distribuição granulométrica das partículas antes e após a aglomeração a frio no
misturador
Existem ainda as partículas neutras, que possuem granulometria entre 0,5 e 1,0mm.
A formação das micropelotas depende do movimento das partículas dentro do
misturador, o qual é regido pelas características do equipamento, assim como do
fator de ocupação, da velocidade de rotação e do tempo de retenção do material do
equipamento (Harano, 2010 ; Honorato, 2010).
Estes dois fenômenos são inteiramente dependentes entre si, pois o combustível só
entra em combustão, desencadeando o processo, após a mistura atingir certa
temperatura, determinada pela reatividade do próprio combustível.
Após realizada a ignição, a zona de combustão irá mover-se do topo do leito até a
região inferior. Nas regiões acima da zona de combustão, o ar retira calor do Sinter
já formado, transportando-o para as regiões inferiores.
A curva "B" da mesma figura mostra um deslocamento do perfil térmico do leito, que
ocorre ao longo do tempo, observando-se que a cada ponto de "A" corresponde um
novo ponto de "B", ou seja, a frente física de propagação de calor se deslocou de "A"
para "B", promovendo neste deslocamento um ciclo completo de reações físicas e
químicas (Honorato, 2010).
39
Entre 150 a 200°C, mesmo no curto intervalo de tempo, toda umidade já foi
vaporizada, iniciando-se a desidratação dos hidróxidos (entre 150 a 500°C), o que
consome calor do processo.
4. Entre 900 e 1400°C, na região térmica que define a zona de combustão, também
chamada de zona de Sinterização ou de escorificação, ocorre as reações no estado
sólido, formando-se o magma do Sinter, ou seja, o conjunto de silicatos, ferritos de
cálcio, entre outros que, após cristalização, juntamente com os óxidos de ferro,
primários ou secundários, constituem o Sinter.
Na zona úmida ocorre a reação da hidratação da cal, a qual pode ser descrita como
(Honorato, 2010):
<CaO> + {H2O} <Ca(OH)2> + calor => ΔG° = -209.844 + 37,87T cal (1)
- Vaporização da umidade:
<Ca(OH)2> <CaO> + {H2O} - calor => ΔG° = +209.844 - 37,87T cal (3)
42
<CaCO3> <CaO> + (CO2) – calor => ΔG° = +41.796 – 36,19T cal (6)
<MgCO3> <MgO> + (CO2) – calor => ΔG° = +27.273 – 39,72T cal (7)
Sob o ponto de vista químico os dois ferritos possuem um elevado teor de ferro,
apresentando relação atômica Fe/Ca > 3. No entanto, os ferritos de cálcio aciculares
são mais ricos em cálcio e mais pobres em alumínio, enquanto os colunares
apresentam mais alumínio e menos cálcio (Harano, 2010).
Com relação ao MgO, uma parte reage com os óxidos de ferro na fase sólida e
forma ferritos de magnésio, enquanto outra parte, juntamente com Al 2O3 e MnO,
inicia também na fase sólida, a formação de silicatos e aluminatos, que durante a
fusão serão assimilados pelos silicatos de cálcio e após resfriamento formarão
silicatos complexos.
Figura 17- Inicio de formação dos ferritos de cálcio na fronteira entre o CaO e o Fe2O3
Etapa 2: a seguir, esse líquido passa a assimilar os óxidos de ferro, juntamente com
outros óxidos presentes na camada aderente do microaglomerado (SiO 2, Al2O3,
MgO).
Etapa 3: após o líquido ter assimilado parcialmente o CaO e o Al2O3, ele passa a
reagir com óxido de ferro produzindo um ferrito de cálcio acicular sólido (em forma
de agulhas), rico em Al2O3 e SiO2 (Fujimoto, 1990).
Esse Sinter é chamado de Sinter heterogêneo, de baixo teor de “FeO” (<6%), que é
constituído de uma parte fundida (devido à fusão das partículas aderentes) e por
uma parte não fundida (minério residual das partículas nucleantes).
48
São reações que ocorrem por substituição e não por combinação, que é comum
quando se trata de líquido ou gás. São reações, nas quais a mobilidade dos
reagentes é quase nula e a intensidade de contatos entre eles passa a ser o fator
mais importante para a ocorrência de reações, mais importante até que a afinidade
química (Harano, 2010).
Deste modo pressupõe-se que sob os aspectos de quantidade contatos físicos entre
os reagentes, as reações entre eles seriam favorecidas por: formação de ferritos de
cálcio (óxido de ferro + CaO), faialitas (óxido de ferro + SiO2) e silicatos.
Por outro lado, os ferritos de cálcio resultantes da reação do óxido de ferro com o
CaO, começam a se formar rapidamente, ainda em atmosfera oxidante (antes
mesmo da combustão do combustível), a partir de 500 a 700°C, formando
sucessivamente: 2CaO.Fe2O3 (C2F), CaO.Fe2O3 (CF) e CaO.2Fe2O3 (CF2) (Harano,
2010).
4 MATERIAIS E MÉTODOS
Para a formulação das misturas, um balanço de massa prévio foi realizado, sendo a
lama e o pó de Aciaria, a carepa, o RLP, o pó do EP da Sinterização e o retorno de
finos utilizados como fonte de ferro. A e a lama e o pó de Alto-forno tiveram a dupla
função, foram fonte de ferro e de carbono. A escória de Dessulfuração foi utilizada
principalmente como fonte de CaO. Finos de coque foram utilizados como
combustível da mistura e o calcário como fundente.
- ASTM E878 - 12 Standard Test Method for Determination of Titanium in Iron Ores
and Related Materials by Diantipyrylmethane Ultraviolet Spectrophotometry.
- ASTM E738 - 11 Standard Test Method for Determination of Aluminum in Iron Ores
and Related Materials by EDTA Complexometric Titrimetry.
52
A lama grossa de Aciaria não foi utilizada neste trabalho devido possuir alto teor de
ferro metálico, sendo melhor aproveitada em outros processos como a Briquetagem,
por exemplo.
Já a lama fina de Aciaria, utilizada neste trabalho, foi amostrada após período de
secagem de 60 dias em um pátio de armazenagem temporária e após
beneficiamento em uma planta de britagem e peneiramento.
O alto teor da fração < 0,50mm deste material pode ser explicada pela mistura
destes pós diversos que normalmente são misturados a este material. O resíduo de
limpeza de pátio utilizado neste trabalho foi amostrado após beneficiamento em uma
planta de britagem e peneiramento.
Figura 19- Agitador de peneiras utilizado nas análises granulométricas dos resíduos
Fonte: Autor
54
Assim, o grande desafio deste trabalho seria obter um sinter de resíduos com
resultados de análises físicas e metalúrgicas próximas, iguais ou superiores ao
Sinter de esteira, fabricado com sinter feed.
Lama Fina de
9,63 9,67 14,91 8 8 5,73
Aciaria
Resíduo de Limpeza
20,55 27,01 24,64 12,82 12,62 9,11
de Pátios
Carepa 14,46 14,53 14,59 11,76 16,21 14,18
Escória de
3,21 3,22 3,24 2,83 2,82 5,24
Dessulfuração
Pó de Alto-forno 9,09 9,13 14,37 8,03 7,99 3,55
Pó de Aciaria 1,87 1,88 1,88 0,91 0,91 0,99
Pó do EP 0 0 0 13,5 6,09 10,27
Lama de Alto-forno 7,12 7,15 7,18 6,28 6,25 3,94
Sinter feed 13,95 7,76 0 0 0 0
Sinter de Retorno
1,92 1,93 1,94 17,1 18,33 26,68
(<5mm)
Calcário 1 1 1 3 3 3
Finos de Coque 4,7 4,72 4,74 4,77 6,28 6,31
Umidade 12,5 12 11,5 11 11,5 11
Fonte: Autor
Mistura 1:
Essa foi uma das 2 misturas utilizadas como referência para as demais. Foi
preparada com 13,95% de sinter feed. Partiu-se da basicidade de 1,95, baseando-se
57
Mistura 2:
Essa foi a segunda mistura de referência. Neste caso, o sinter feed foi reduzido para
7,76% e o resíduo de limpeza de pátios foi aumentado de 20,55 para 27,01%. As
demais proporções foram mantidas. Com isso, a basicidade visada foi reduzida para
1,9.
Mistura 3:
A partir da mistura 3, o sinter foi produzido apenas com resíduos, sem a adição do
sinter feed. Nesta mistura, a proporção das matérias-primas foi ajustada de forma
que a basicidade visada ficasse em 1,8.
Mistura 4:
Nesta mistura, o sinter de retorno foi ajustado de cerca 1,9% das outras misturas
para 17,10%, visando auxiliar na micropelotização da mistura. O pó do EP foi
adicionado a partir desta mistura, iniciando em 13,50%. O calcário foi ajustado de
1,00% das outras misturas para 3,00%. A basicidade visada foi de 1,95.
Mistura 5:
Mistura 6:
menor teor de “FeO”. Apesar do “FeO” não ter sido calculado pelo balanço de
massa, outros trabalhos já mostraram (Lobão, 2012) que o “FeO” diminui com a
diminuição do teor de combustíveis. Os outros materiais foram ajustados de forma
que a basicidade visada fosse a maior dentre as demais misturas (2,10), visando
verificação de correlação com as propriedades físicas e metalúrgicas do sinter.
Após a mistura dos resíduos, combustível e fundente, foi realizada a adição de água
através do uso de um recipiente graduado. A umidade ótima foi determinada através
da análise da densidade aparente da mistura a sinterizar.
A homogeneização da mistura foi realizada utilizando-se uma betoneira durante 15
minutos, sendo que a adição dos resíduos foi feita manualmente. Os finos de coque,
sinter de retorno e calcário foram adicionados juntamente com os resíduos.
59
A figura 20 mostra uma vista externa e interna (com uma das misturas de resíduos
ensaiadas neste trabalho) da betoneira utilizada no experimento.
Figura 20- Vista interna e externa da betoneira utilizada para misturar e micropelotizar as misturas
Fonte: Autor
Este procedimento foi repetido até 8 vezes (9,5; 10,0; 10,5; 11,0; 11,5; 12,0; 12,5%)
para cada mistura, até que fosse encontrada a umidade ótima.
Como o recipiente utilizado para receber e pesar a mistura foi sempre o mesmo, a
umidade correspondente à menor massa também pode ser utilizada como referência
para a umidade ótima.
Velocidade de rotação;
Inclinação do misturador;
Umidade da mistura;
Neste trabalho, não foi possível variar a velocidade de rotação. Assim, o controle da
micropelotização foi realizado variando-se os outros parâmetros. Não foi realizado
teste de compressão nas micropelotas uma vez que, estando “cruas” (não
sinterizadas), as micropelotas não possuem resistência suficiente para serem
submetidas a este ensaio.
61
Fonte: Autor
Neste trabalho, o início da Sinterização ocorreu quando a mistura foi acesa. Utilizou-
se um pirômetro para acompanhar a frete de queima do topo até a base da câmara
de Sinterização e, assim que a temperatura de toda parede externa se estabilizou e
começou a cair, a Sinterização foi finalizada.
Este método foi utilizado por CHOUDHARY (2009) em seu trabalho sobre a estrutura
do Sinter ao longo do leito de Sinterização, porém com inserção de termopares no
topo, no meio e na base da câmara de Sinterização.
63
Fonte: Autor
Na análise física foram avaliados a resistência à frio do Sinter através dos ensaios
Shatter e Tumbler Test.
Para a realização do Shatter Test, foi utilizada a norma NBR 10633 - Sinter de
minério de ferro – Determinação da resistência à queda. As figuras 24 e 25 mostram
os equipamentos utilizados para realizar os ensaios Shatter e o Tumbler.
Fonte: Autor.
65
Fonte: Autor
Para o RDI foi utilizada a norma ISO 4696-2 - (Reduction Degradation Index)
Minérios de ferro com matérias-primas de Alto-forno – Determinação da baixa
temperatura de redução de índices de estática.
Já para o RI foi utilizada a norma ISO 7215 - (Reducibility Index - RI) Minérios de
ferro com matérias-primas de Alto-forno - Determinação da redutibilidade do grau
final do índice de redução.
66
Fonte: Autor
67
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
O quadro 9 mostra a análise química dos materiais utilizados neste trabalho. Pode-
se observar no quadro 9 que todos os resíduos possuem carbono em sua
composição, destaque para a lama e o pó de Alto-forno. Quanto ao teor de ferro
total, a lama e a carepa são os destaques. A escória de Dessulfuração é uma fonte
rica em CaO, o qual é essencial para a formação dos ferritos de cálcio.
68
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Fonte: Autor
70
Fonte: Autor
O critério utilizado para classificar a micropelotização como boa ou ruim foi através
da observação da redução do número de partículas <0,25mm (partículas aderentes)
e aumento do número de partículas >1,00 mm (partículas nucleantes), ou seja, as
partículas <0,25mm aderem às partículas >1,00mm, formado partículas maiores e
mais benéficas ao processo de Sinterização. No caso da mistura 6, o número de
partículas <0,25mm reduziu de 37,05 para 1,52%. Já na mistura 3 esta redução foi
de 42,7 para 9,4%. Quanto mais próximo de “zero” o resultado do número de
partículas <0,25mm, mais efetivo o processo de micropelotização (Honorato, 2010).
Após a queima das misturas, uma das misturas foi descartada apenas pela análise
visual, pois não houve resistência física adequada para a continuidade dos ensaios.
Para todas as 6 misturas, cada Sinter foi fabricado três vezes. Os dados utilizados
neste trabalho referem-se ao terceiro teste de cada mistura e não uma média das
três, sendo que a composição das misturas e as condições de processo foram as
mesmas e as três Sinterizações apresentaram comportamentos semelhantes.
Este procedimento foi utilizado por CORES et al. (2010) em seu trabalho sobre a
influência de diferentes misturas de minério de ferro sobre a qualidade do Sinter.
Outras misturas foram testadas, mas devido à comportamentos diferentes entre as
três Sinterizações, as mesmas foram descartadas.
Após a queima das misturas, pode-se afirmar que é possível produzir um sinter
apenas com resíduos siderúrgicos, desde que a mistura seja formulada
adequadamente, de maneira a se obter o mínimo de resistência física no bolo de
Sinter.
72
Quadro 11- Análise química do Sinter de resíduos após a Sinterização das misturas
Sinter Análise Química (% em massa)
feito a
partir das CaO/
FeT FeO SiO2 Al2O3 CaO MgO TiO2 MnO P2O5 S Zn K2O Na2O
misturas SiO2
1 55,92 11,6 5,49 1,10 10,68 1,10 0,11 0,98 0,12 0,10 0,16 0,09 0,07 1,95
2 54,73 12,4 5,64 1,17 10,77 1,25 0,10 1,02 0,11 0,11 0,17 0,10 0,09 1,91
3 52,93 14,8 5,78 1,17 10,70 1,34 0,11 1,15 0,12 0,15 0,19 0,11 0,09 1,85
4 53,63 11,3 5,86 1,23 12,20 1,30 0,11 1,19 0,11 0,38 0,13 0,24 0,08 2,08
5 55,68 11,6 5,66 1,17 11,33 1,16 0,10 1,16 0,14 0,26 0,14 0,10 0,07 2,00
6 54,72 9,5 5,89 1,31 13,45 1,33 0,10 1,11 0,12 0,38 0,10 0,17 0,09 2,28
0,15-
Referênci K2O+Na2O 1,70-
> 57% <7% <5,5% <1,5% - <1,7% <0,5% <1% - - 1,00 kg/
as (*) <0,08% 2,50
Tgusa
* Silva, 2004 ; Esezobor, 2006 ; Gudenau, 1998 ; Lv, 2010 ; Hsieh, 2005 ; Telles, 2010 ; Takano, 1970
; Pereira, 2004.
Fonte: Autor
Figura 29- Comparação entre os resultados do teor de FeT calculados pelo balanço de massa e os
resultados obtidos
Fonte: Autor
Figura 30- Comparação entre os resultados do teor de SiO2 calculados pelo balanço de massa e os
resultados obtidos
Fonte: Autor
74
Figura 31- Comparação entre os resultados do teor de Al2O3 calculados pelo balanço de massa e os
resultados obtidos
Fonte: Autor
Figura 32- Comparação entre os resultados do teor de Zn calculados pelo balanço de massa e os
resultados obtidos
Fonte: Autor
75
Figura 33- Comparação entre os resultados de basicidade (CaO/SiO 2) calculados pelo balanço de
massa e os resultados obtido
Fonte: Autor
Com relação aos resultados, os Sinteres apresentaram alto teor de zinco. O zinco é
prejudicial ao Alto-forno, uma vez que parte do óxido de zinco pode se depositar nas
paredes da cuba, formando os “cascões”, os quais podem se desprender e causar a
interrupção da produção do Alto-forno (Araújo, 2005).
Isto ocorreu devido à presença deste elemento em altas quantidades nos resíduos
siderúrgicos. Supondo que a limitação de Zinco em um Alto-forno seja de
0,150kg/tgusa (Silva, 2004 ; Esezobor, 2006 ; Gudenau, 1998), o Sinter produzido a
partir da mistura 6 estaria limitado em 150 kg/tgusa, sem considerar que outras
fontes de zinco podem ser carregadas.
A principal fonte de zinco foi a lama de Alto-forno. A figura 29 mostra a relação entre
a quantidade de lama de Alto-forno nas mistura e teor de zinco no Sinter
correspondente a cada mistura.
76
Pode-se observar na figura 34 que o teor de zinco no sinter está relacionado com a
quantidade de lama de Alto-forno nas misturas. Quanto maior foi o teor de lama de
Alto-forno nas misturas maior foi o teor de zinco no sinteres.
Figura 34- Relação entre a quantidade de lama de Alto-forno na mistura e o teor de zinco no sinter
Fonte: Autor
Os resultados de ferro total (FeT) ficaram todos abaixo das referências adotadas.
Isso pode ser corrigido, por exemplo aumentando-se o valor de carepa na mistura,
ou seja, alterando os componentes da mistura. Porém, os teores de resíduos
utilizados foram baseados em índices reais de geração.
A figura 35 mostra a relação entre o teor de carbono das misturas e o teor de “FeO”
do Sinter.
77
Figura 35- Relação entre o teor de C das misturas e o teor de “FeO” do Sinter
Fonte: Autor
Figura 36- Relação entre quantidade de pó do EP nas misturas e o teor de K2O no sinter
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Segundo Lobão (2012), correlações experimentais mostram que, para certo tipo de
Sinter, a degradação sob redução (RDI) melhora com o aumento do teor de “FeO” e
que “FeO” é o parâmetro de qualidade química que exerce influência direta ao valor
do RDI. A figura 38 mostra a relação entre o “FeO” e o RDI.
80
Fonte: Autor
Os resultados mostraram o inverso do que dissertou Lobão (2012). Quanto maior foi
o teor de “FeO” piores foram os resultados de RDI. Normalmente, os trabalhos que
apresentam correlações experimentais fixam determinadas variáveis e variam
somente a variável de interesse.
Mochon et al. (2014) afirma que o surgimento de trincas devido variação do volume
durante a transformação de rede cristalina quando da redução da hematita para a
magnética é o principal causador da piora do RDI.
Além disso, HSEIH (2004) mostrou que o tamanho das partículas também influencia
no resultado de RDI. Algumas misturas de minérios ensaiadas por HSEIH (2004)
mostraram que quanto menor o tamanho médio das partículas a sinterizar, melhor foi
o resultado de RDI e outras misturas mostraram o inverso.
81
Então, os resultados mostrados na figura 38 sugerem que a redução “FeO” não foi o
um fator isolado que influenciou nos valores encontrados de RDI, mas sim conjunto
de fatores, como baixos teores de alumina (<1,5%) e óxido de titânio (<0.5%) e a
granulometria mais fina das misturas de resíduos. Isso pode ser comprovado
também pela baixa correlação entre o teor de “FeO” e o RDI.
A redutibilidade (RI) dos sinteres melhorou com a redução do “FeO”, como mostra a
figura 39.
Fonte: Autor
Fonte: Autor
A maioria dos Sinteres apresentou teor de SiO2 elevado. Sinteres com altos teores
de sílica tendem a aumentar o volume de escória nos Altos-Fornos onde são
consumidos, além da possibilidade de piorar as propriedades de amolecimento do
sinter na zona de coesão do Alto-forno em função da formação de silicatos de difícil
redução, tais como 2”FeO”.SiO2 e “FeO”.SiO2.CaO (Niwa, 1993 ; Mochon, 2014).
Porém, como já discutido anteriormente, os resultados apontam que a quantidade
formada destas fases não foi suficiente para prejudicar a redutibilidade do sinter.
Figura 41- Influência da redução / retirada do sinter feed das misturas nas propriedades físicas dos
sinteres
Fonte: Autor
Esta melhora a partir da mistura 4 pode ser explicada pela elevação da quantidade
de retorno de finos nas misturas, iniciando em 17,10% na mistura 4, chegando a
26,68% na mistura 6.
Além disso, a adição de retorno de finos na mistura a sinterizar é benéfico ao
processo de Sinterização devido à sua melhor fusão e capacidade de ligação a
quente entre as partículas (Bhagat, 1999).
6 CONCLUSÕES
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