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VITÓRIA
2018
CARLOS VINÍCIUS SOARES DO ROSÁRIO
RAÍSA TÓTOLA CANAL
VITÓRIA
2018
CARLOS VINÍCIUS SOARES DO ROSÁRIO
RAÍSA TÓTOLA CANAL
Aprovada em ___/___/______
BANCA EXAMINADORA
______________________________________
Prof. Dr. Patrício José Moreira Pires
Universidade Federal do Espírito Santo
Orientador
______________________________________
Eng. Ricardo Filipe Teixeira Moreira
ArcelorMittal Tubarão
______________________________________
Prof. Dr. Rodrigo de Alvarenga Rosa
Universidade Federal do Espírito Santo
AGRADECIMENTOS
Agradecemos aos nossos pais, pelo apoio nos momentos difíceis e por todo incentivo
dado para alcançarmos nossos objetivos, e a Deus por todas as oportunidades
colocadas em nossos caminhos e saúde e sabedoria para atingir nossas metas.
Agradecemos ao nosso orientador, professor Patrício José Moreira Pires, que nos
encaminhou nessa jornada, nos auxiliando nos problemas e colaborando com a
concretização desse trabalho.
Tabela 1 - Composição química típica das escórias de refino oxidante (FEA e LD),
escórias de refino redutor (FP), escórias de alto-forno (AF), e do cimento Portland
comum (CP) no Brasil ............................................................................................... 26
Tabela 2 - Principais características da Escória LD .................................................. 27
Tabela 3 - Composição química dos resíduos de rocha ornamental (%) .................. 28
Tabela 4 - Classificação da forma dos fragmentos do corpo de prova ...................... 37
Tabela 5 - Resumo de forma ..................................................................................... 49
Tabela 6 - Resultados de massa específica aparente, absorção de água e
porosidade aparente da Escória LD .......................................................................... 51
Tabela 7 - Resultados de massa específica aparente, absorção de água e
porosidade aparente da Escória de Forno Elétrico a Arco ........................................ 52
Tabela 8 - Resultados de massa específica aparente, absorção de água e
porosidade aparente da Brita Amarela ...................................................................... 53
Tabela 9 - Resultados de massa específica aparente, absorção de água e
porosidade aparente da Brita Cinza .......................................................................... 53
Tabela 10 - Resultados de massa específica aparente, absorção de água e
porosidade aparente da Brita Verde .......................................................................... 54
Tabela 11 - Resultados de resistência à intempérie da Escória LD .......................... 55
Tabela 12 - Resultados de resistência à intempérie da Escória de Forno Elétrico a
Arco ........................................................................................................................... 58
Tabela 13 - Resultados de resistência à intempérie da Brita Amarela ...................... 59
Tabela 14 - Resultados de resistência à intempérie da Brita Cinza .......................... 59
Tabela 15 - Resultados de resistência à intempérie da Brita Verde .......................... 60
Tabela 16 - Resultados de compressão axial da Escória LD .................................... 61
Tabela 17 - Resultados de compressão axial da Escória de Forno Elétrico a Arco .. 61
Tabela 18 - Corpos de prova utilizados para o ensaio de compressão simples de
rocha ornamental ...................................................................................................... 62
Tabela 19 - Estado de tensões na ruptura dos corpos de prova no ensaio de
compressão simples de rocha ornamental ................................................................ 63
Tabela 20 - Resultados de resistência ao choque da Escória LD ............................. 63
Tabela 21 - Resultados de resistência ao choque da Escória de Forno Elétrico a
Arco ........................................................................................................................... 64
Tabela 22 - Teor de material pulverulento - Rocha Amarela ..................................... 65
Tabela 23 - Teor de material pulverulento - Rocha Cinza ......................................... 65
Tabela 24 - Teor de material pulverulento - Rocha Verde ......................................... 66
Tabela 25 - Massa unitária no estado solto da Escória LD ....................................... 66
Tabela 26 - Massa unitária no estado solto da Escória de Forno Elétrico a Arco ..... 67
Tabela 27 - Massa unitária no estado solto da Rocha Amarela ................................ 67
Tabela 28 - Massa unitária no estado solto da Rocha Cinza .................................... 68
Tabela 29 - Massa unitária no estado solto da Rocha Verde .................................... 68
Tabela 30 - Resistência ao Desgaste da Escória LD ................................................ 68
Tabela 31 - Resistência ao Desgaste da Escória de Forno Elétrico a Arco .............. 69
Tabela 32 - Resistência ao Desgaste da Brita Amarela ............................................ 69
Tabela 33 - Resistência ao Desgaste da Brita Cinza ................................................ 69
Tabela 34 - Resistência ao Desgaste da Brita Verde ................................................ 69
Tabela 35 - Resultados da análise química por fluorescência de Raio-X expressa na
forma de óxidos da Escória LD ................................................................................. 70
Tabela 36 - Resultados da análise química por fluorescência de Raio-X expressa na
forma de óxidos da Escória de Forno Elétrico a Arco em % ..................................... 71
Tabela 37 - Fases minerais identificadas na Escória LD ........................................... 71
Tabela 38 - Extrato lixiviado da Escória LD ............................................................... 75
Tabela 39 - Extrato lixiviado da Escória de Forno Elétrico a Arco ............................. 75
Tabela 40 - Extrato solubilizado da Escória LD ......................................................... 76
Tabela 41 - Extrato solubilizado da Escória de Forno Elétrico a Arco ...................... 76
Tabela 42 - Expansibilidade da Escória LD ............................................................... 77
Tabela 43 - Expansibilidade da Escória de Forno Elétrico a Arco CP1 ..................... 78
Tabela 44 - Expansibilidade da Escória de Forno Elétrico a Arco CP2 ..................... 79
Tabela 45 - Expansibilidade da Escória de Forno Elétrico a Arco CP3 ..................... 80
Tabela 46 - Resultados de condutividade da Escória LD .......................................... 81
Tabela 47 - Resultados de resistividade da Escória LD ............................................ 82
Tabela 48 - Resultados de condutividade da Escória de Forno Elétrico a Arco ........ 83
Tabela 49 - Resultados de resistividade da Escória de Forno Elétrico a Arco .......... 83
Tabela 50 - Resumo dos Óxidos ............................................................................... 85
Tabela 51 - Resumo dos ensaios físicos ................................................................... 86
LISTA DE ABREVIATURAS
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12
1.1 JUSTIFICATIVA............................................................................................ 12
1.2 OBJETIVOS.................................................................................................. 13
1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO ..................................................................... 13
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.............................................................................. 14
2.1 COMPONENTES DA VIA FERROVIÁRIA .................................................... 15
2.2 PROCESSO DE PRODUÇÃO DO AÇO ....................................................... 18
2.3 MATERIAIS ALTERNATIVOS PARA LASTRO ............................................ 23
2.4 PROBLEMAS DE APLICAÇÃO .................................................................... 28
3 METODOLOGIA ................................................................................................ 33
3.1 MATERIAIS .................................................................................................. 34
3.1.1 Escória LD .......................................................................................... 34
3.1.2 Escória de forno elétrico ou escória FEA ........................................ 35
3.1.3 Resíduo de rocha ornamental ........................................................... 36
3.2 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA ........................................................................ 36
3.2.1 Índice de Forma .................................................................................. 36
3.2.2 Massa específica aparente, absorção de água e porosidade
aparente ............................................................................................................ 37
3.2.3 Resistência a intempérie ................................................................... 37
3.2.4 Resistência à compressão axial ....................................................... 38
3.2.5 Resistência ao choque (Índice Treton) ............................................. 39
3.2.6 Teor de fragmentos macios e friáveis .............................................. 41
3.2.7 Material pulverulento ......................................................................... 42
3.2.8 Torrões de argila ................................................................................ 42
3.2.9 Limite da massa unitária no estado solto ........................................ 43
3.2.10 Resistência ao desgaste (abrasão Los Angeles) ............................ 43
3.3 CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA, MINERALÓGICA E MICROESTRUTURAL
44
3.3.1 Fluorescência de Raios-X .................................................................. 44
3.3.2 Difração de Raios-X ........................................................................... 44
3.3.3 Microscopia eletrônica de varredura (MEV) com EDS .................... 45
3.4 CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL ............................................................... 45
3.4.1 Lixiviação ............................................................................................ 45
3.4.2 Solubilização ...................................................................................... 45
3.5 CARACTERIZAÇÃO DE EXPANSIBILIDADE .............................................. 46
3.6 CONDUTIVIDADE ELÉTRICA...................................................................... 47
4 RESULTADOS .................................................................................................. 49
4.1 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA ........................................................................ 49
4.1.1 Índice de forma ................................................................................... 49
4.1.2 Massa específica aparente, absorção de água e porosidade
aparente ............................................................................................................ 50
4.1.3 Resistência a intempérie ................................................................... 54
4.1.4 Resistência à compressão axial ....................................................... 60
4.1.5 Resistência ao choque (Índice Treton) ............................................. 63
4.1.6 Teor de fragmentos macios e friáveis .............................................. 64
4.1.7 Material pulverulento ......................................................................... 64
4.1.8 Torrões de argila ................................................................................ 66
4.1.9 Limite da massa unitária no estado solto ........................................ 66
4.1.10 Resistência ao desgaste (abrasão Los Angeles) ............................ 68
4.2 CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA, MINERALÓGICA E MICROESTRUTURAL
70
4.2.1 Fluorescência de Raios-X .................................................................. 70
4.2.2 Difração de Raios-X ........................................................................... 71
4.2.3 Microscopia eletrônica de varredura (MEV) com EDS .................... 72
4.3 CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL ............................................................... 74
4.3.1 Lixiviação ............................................................................................ 74
4.3.2 Solubilização ...................................................................................... 75
4.4 CARACTERIZAÇÃO DE EXPANSIBILIDADE .............................................. 77
4.4.1 Escória LD .......................................................................................... 77
4.4.2 Escória de Forno Elétrico a Arco ...................................................... 78
4.5 CONDUTIVIDADE ELÉTRICA...................................................................... 81
4.5.1 Escória LD .......................................................................................... 81
4.5.2 Escória de Forno Elétrico a Arco ...................................................... 82
4.6 RESUMO DOS RESULTADOS .................................................................... 85
5 CONCLUSÕES .................................................................................................. 87
6 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ................................................ 90
7 REFERÊNCIAS ................................................................................................. 91
APÊNDICE I – Tabelas de índice de forma das escórias ..................................... 96
ANEXO A – Tabelas de índice de forma das rochas ornamentais .................... 101
ANEXO B – Tabelas de teor de material pulverulento das rochas ornamentais
................................................................................................................................ 109
12
1 INTRODUÇÃO
O uso da brita, além de ser um recurso não renovável, gera problemas ambientais
devido a sua exploração, como a retirada da vegetação, escavações, modificação da
paisagem local e uso de explosivos no desmonte de rocha que gera sobrepressão
atmosférica, vibração do terreno, ultralançamento de fragmentos, gases, poeira e
ruído.
1.1 JUSTIFICATIVA
por ser um material alternativo, possui custo mais baixo que a brita. O uso de agregado
siderúrgico como lastro é uma atitude sustentável, visto que, resultará na redução da
exploração de brita e redução de áreas de descarte de resíduos siderúrgicos.
1.2 OBJETIVOS
A partir dos resultados, será feita uma comparação entre as características das
escórias e da rocha ornamental com os valores estabelecidos na norma de requisitos
para brita. Com os resultados obtidos e análises feitas os materiais ensaiados serão
classificados como adequados ou não para o uso como lastro ferroviário.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
De acordo com Rosa e Ribeiro (2016, p. 259), o lastro é um material granular que se
situa entre o dormente e o sublastro, seu papel é distribuir sobre o sublastro os
esforços resultantes das cargas dos veículos, de forma que seja respeitada a
capacidade de carga do sublastro e da plataforma. Deve formar uma superfície
uniforme e contínua para os dormentes e trilhos, ter elasticidade suficiente para
absorver as oscilações da passagem de veículos e impedir o deslocamento dos
dormentes, já que os mesmos se encontram confinados lateralmente pelo lastro, o
que garante a geometria da via. Além disso, deve permitir a drenagem da
superestrutura, o que ajuda a aumentar a vida útil dos dormentes, material metálico e
plataforma.
Para que o lastro exerça suas funções corretamente é preciso que tenha as seguintes
características: constituição homogênea, com fragmentos duros, limpos, resistentes e
duráveis, com superfícies ásperas e angulosas, de forma cúbica, com reduzida
17
A limpeza é importante para que seja viável a manutenção da camada com facilidade,
seja de forma mecânica ou manual. A resistência é essencial para suportar os
esforços sem descaracterizar a granulometria do material. O lastro deve possuir
durabilidade para que não seja gerado pó devido ao desgaste das partículas, o que
pode gerar colmatamento do lastro e prejudicar a drenablidade. A elasticidade é
necessária para abrandar os choques e a estabilidade para fornecer estabilidade
vertical e horizontal.
Para analisar se o material está de acordo com os limites necessários para uso como
lastro é usada a NBR 5564 (ABNT, 2011), onde são especificados ensaios de
caracterização física e os limites máximos e mínimos de aceitação.
O aço é uma liga metálica formada de ferro e carbono, com um teor em carbono de
até 2% (MAIA, 2002). Os principais produtos siderúrgicos são o ferro gusa (liga de
ferro com 2% a 5% de carbono, além de impurezas como Mn, Si, P), ferro fundido (liga
de ferro com 2% a 5% de carbono, mas com quantidades de impurezas menores que
19
O processo por meio de fusão e refino da sucata em fornos elétricos a arco (FEA)
passa pelas etapas de refino e conformação mecânica. O aço é produzido a partir de
sucata e ferro gusa sólido ou ferro esponja. Usam-se arcos elétricos de alta potência
para produzir o calor necessário para fundir a sucata de aço, durante a queima do
material é comum a injeção de oxigênio, que ajuda a fundir mais rapidamente o
material sólido e queimar carbono, depois, é feito um ajuste da temperatura e
composição química, resultando em um aço com qualidade química na faixa de
especificação.
Para gerar o ferro gusa, o minério de ferro aglomerado sob a forma de sínter ou
pelotas é levado ao Alto Forno junto com coque a mais de 1400°C, são adicionados
fundentes (cal, sílica e substâncias semelhantes) para ajudar na formação da escória,
responsável pela captura das impurezas do minério. Após o processo de redução, o
ferro gusa é transportado para o conversor da aciaria, que também recebe sucata
como matéria prima, onde ocorre o refino do metal, que irá transformar o ferro gusa
no aço. Nos conversores ocorre a oxidação do excesso de carbono e das impurezas,
que são assim removidas, resultando numa liga ferrosa com teor de carbono bem mais
baixo (em geral inferior a 1%) e com baixíssimo nível de impurezas. No processo de
fabricação de aço em um conversor a oxigênio (Basic Oxygen Furnace - BOF), a
sucata e o gusa líquido são adicionadas e, em seguida, é introduzida uma lança
injetando oxigênio gasoso a alta velocidade (CUNHA, 2015). Após a fusão do metal,
adiciona-se a cal virgem e a cal dolomítica. O oxigênio e a cal virgem são utilizados
para a eliminação de elementos indesejados no aço, como carbono, silício e fósforo.
A cal dolomítica é usada na proteção do revestimento refratário. A escória, por possuir
densidade mais baixa que o aço, se separa do mesmo. O ferro esponja é produzido
em usinas de redução direta de minério de ferro, constituída por fornos de redução
direta, que são retortas verticais com gás reformado. O ferro esponja, junto com
sucata, é utilizado como matéria-prima nos fornos elétricos, onde é obtido o aço
líquido.
Durante o processo de produção do aço são gerados resíduos (pós, lamas e escória),
esses resíduos são resultado da fusão de metais ou da redução de minérios, que
surgem após a combustão ou tratamento industrial de uma substância.
De acordo com o Instituto Aço Brasil, o Brasil tem hoje o maior parque industrial de
aço da América do Sul, sendo o maior produtor da América Latina. Exporta para mais
de 100 países, ocupando o quinto lugar como exportador líquido de aço e nono como
produtor de aço no mundo. Onze grupos empresariais administram as usinas
presentes em território brasileiro. No total são 29 usinas, sob o controle da Aperam,
ArcelorMittal Brasil, Cia. Siderúrgica Nacional - CSN, Cia. Siderúrgica do Pecém -
CSP, Gerdau, SINOBRAS, Thyssenkrupp CSA, Usiminas, Vallourec Soluções
Tubulares do Brasil, Villares Metals e Votorantim.
24
O espaço no planeta para descarte de resíduos gerados por indústrias e pelo descarte
de produtos se reduz cada vez mais ao passar dos anos, concomitantemente, os
recursos naturais caminham para o esgotamento. Diante disso, a reciclagem vem se
tornando essencial para a sustentabilidade do planeta. O uso de materiais alternativos
como lastro gera uma economia nos gastos, reduz a exploração de jazidas e gera
aproveitamento de resíduos que seriam descartados no meio ambiente.
Tabela 1 - Composição química típica das escórias de refino oxidante (FEA e LD), escórias de
refino redutor (FP), escórias de alto-forno (AF), e do cimento Portland comum (CP) no Brasil
CaO: Proveniente da Cal calcítica (90% a 98% de CaO) e da cal dolomítica (50%
a 58% de CaO);
MgO: Proveniente da cal dolomítica (30% a 38% de MgO), dos refratários
(Magnésio-Carbono e dolomítico) e de carburantes ricos em MgO (20% a 50 % de
MgO);
SiO2: Oxidação do Si na sucata (Si + O2 = SiO2); Desoxidação do aço (2O + Si =
SiO2); areia e impurezas presente na sucata;
Al2O3: Oxidação do Al na sucata (2Al + 3/2 O2 = Al2O3) e desoxidação do aço
(2Al + 3O = Al2O3).
FeO: Oxidação do Fe do banho (2Fe + O2 = 2FeO) e FeO proveniente de sucata
oxidada (com Ferrugem).
MnO: Oxidação do Mn no banho (2Mn + O2 = 2MnO) e redução do FeO da escória
(FeO + Mn = Fe + MnO);
P2O5: Oxidação do P do banho de aço líquido (2P + 5/2 O2 = P2O5).
O uso de materiais alternativos como lastro ferroviário ajuda a reduzir gastos e reduz
o descarte de resíduos, atuando a favor da sustentabilidade, contudo, por possuírem
composição e características distintas da brita, podem apresentar alguns resultados
negativos na sua aplicação. Alguns dos problemas mais comuns no uso da escória
29
Outros dois fatores podem causar a expansão da escória, mas em menor escala,
sendo eles a corrosão do ferro metálico (FeO), que ocorre devido a diferença de
volume molar dos produtos de oxidação e corrosão; e mudanças nas formas
alotrópicas do 2CaO-SiO2 de β (larnita) para γ (calcoolivina), que ocorrem durante o
resfriamento lento da escória, gerando uma alta expansão volumétrica (da ordem de
11,0%) causando o fenômeno do esfarelamento (CASTELO BRANCO, 2004).
Outro aspecto prejudicial do uso da escória de aciaria como lastro é sua elevada
resistência ao desgaste, obtida por meio do ensaio de abrasão Los Angeles, NBR NM
51 (ABNT, 2001). A proporção de ferro resulta em alta resistência a abrasão, o que
ocasiona desgaste mecânico excessivo e perda da vida útil dos equipamentos e
máquinas utilizados nas operações de manutenção da via.
que a soma das perdas ao longo do trilho faz com que a corrente que sai de uma
extremidade para a outra da seção sinalizada seja incapaz de energizar o relé,
gerando um sinal de ocupado na seção de bloqueio (SOUSA, 2007).
O sistema é composto por sensores para medidas das tensões nos trilhos, dormentes
e placa de cobre; molhamento foliar; umidades da camada de sublastro; temperaturas
da camada de sublastro e índices de precipitação. Além disso, o sistema é capaz de
registrar as condições de clima e temperatura em que ocorreu a perda da corrente
elétrica para o lastro, e o valor da umidade e da temperatura da camada de sublastro.
O efeito da cura sobre a condutividade da escória de aciaria utilizada como lastro foi
analisada por meio de uma caixa-teste preenchida com escória e água, simulando
uma secção transversal ferroviária. A caixa-teste é de madeira e revestida por uma
membrana plástica, tendo como dimensões: 2,2m de comprimento; 1,2m de largura e
0,5m de altura.
3 METODOLOGIA
3.1.1 Escória LD
Figura 18 - Escória LD
A forma cúbica é a ideal para o bom funcionamento do material de lastro, sendo assim,
as formas lamelares e alongadas das amostras não são desejadas. A determinação
do formato dos materiais estudados seguiu o procedimento e a classificação presente
na norma NBR 5564 – Via férrea – Lastro ferroviário – Requisitos e métodos de ensaio,
Anexo A, (ABNT, 2011), a partir de 100 fragmentos escolhidos aleatoriamente, os
fragmentos foram analisados de acordo com o método apresentado na Figura 20 e
classificados de acordo a Tabela 4.
Já os corpos de prova dos três tipos de resíduos de rocha ornamental foram moldados
em formato cilíndrico, baseado na norma da International Society for Rock Mechanics
(ISMR).
𝑃
𝜎𝑐𝑠 = (2)
𝐴
O ensaio para a obtenção do índice Treton, determinado pelo anexo E da norma NBR
5564 – Via férrea – Lastro ferroviário – Requisitos e métodos de ensaio, (ABNT, 2011),
teve de ser adaptado devido a impossibilidade de realizá-lo por falta de equipamento
padronizado. Uma quantidade de material a ser estudado é passada nas peneiras de
19mm e 16mm de abertura, devido ao fato de não haver no local do ensaio a peneira
de 16mm, foi utilizada a peneira com abertura de 12,5mm para substituí-la. 60
fragmentos passantes na peneira de 19mm e retidos na peneira de 12,5mm eram
selecionados, estes eram divididos em 3 grupos de 20 fragmentos, representando
uma amostra para a realização do ensaio.
40
O material utilizado como lastro ferroviário necessita ser composto por partículas
consideradas sãs, livres de fragmentos macios e friáveis. O ensaio para a obtenção
do teor de fragmentos macios e friáveis, determinado pelo anexo F da norma NBR
5564 – Via férrea – Lastro ferroviário – Requisitos e métodos de ensaio, (ABNT, 2011),
teve de ser adaptado devido a impossibilidade de realizá-lo por falta de equipamento
padronizado. Foi fabricada uma haste semelhante a que consta no anexo da NBR
5564, com o intuito de reproduzir o ensaio sob as condições mais próximas das
estabelecidas em norma.
O ensaio foi realizado lançando-se a haste sobre o corpo de prova, de uma altura de
10 centímetros contados a partir da face do corpo de prova a ser ensaiado. O resultado
é obtido por meio da análise do efeito da haste no material ensaiado e da porcentagem
obtida por meio da média ponderada das partículas macias e friáveis, em relação ao
total de corpos de prova.
42
Alguns materiais possuem uma parcela de grãos muito finos, com granulometria
inferior a 75μm. Essa parcela de material fino pode causar grandes problemas na via
férrea, sendo necessário estipular uma quantidade máxima tolerável. Logo as
amostras analisadas passaram pelos procedimentos para a obtenção da
porcentagens de materiais passantes na peneira com abertura de 75μm descritos na
norma NBR NM 46 – Agregados – Determinação do material fino que passa através
da peneira 75μm, por lavagem (ABNT, 2001).
Registra-se a massa do balde vazio, logo depois, o recipiente é cheio até o transbordo.
A camada superficial é nivelada e por fim, mede-se a massa do balde cheio, obtendo
assim as relação massa-volume do material.
Para a Escória LD o ensaio foi executado na faixa F, com 12 esferas de carga abrasiva
correspondendo a uma massa de 5 kg, e para a escória de arco elétrico o ensaio foi
executado na faixa C, com 8 esferas abrasivas correspondendo a uma massa de 3,33
kg. O índice de abrasão Los Angeles é calculado pela equação 3:
44
𝑚𝑛 − 𝑚′𝑛
𝐴𝑛 = ∗ 100 (3)
𝑚𝑛
Onde 𝐴𝑛 é o índice de abrasão Los Angeles, 𝑚𝑛 é a massa total seca a ser colocada
no equipamento e 𝑚′𝑛 a massa da amostra lavada na peneira 1,7mm e seca após o
ensaio. Todo o procedimento é descrito pela norma NBR NM 51 – Agregado graúdo
– Ensaio de abrasão “Los Ángeles” (ABNT, 2001).
O funcionamento do MEV consiste num feixe de elétrons de alta energia que incide
sobre a superfície da amostra, onde parte do feixe é refletido e coletado por um
detector que os transformam em uma imagem de elétrons retroespalhados ou de
elétrons secundários. Também é feita uma emissão de Raios-X, responsável por
fornecer a composição química dos elementos presentes na amostra estudada.
3.4.1 Lixiviação
3.4.2 Solubilização
Após a compactação dos corpos de prova, os mesmos são imersos em banho térmico
com água a 71±3°C por um período de 7 dias, mostrado na Figura 30, com leituras
diárias do aumento da altura do corpo de prova. Terminado o primeiro período de 7
dias, os corpos de prova são retirados do banho térmico e armazenados em estufa à
mesma temperatura por outros 7 dias em condição saturada e com medições diárias
da expansão.
47
Devido à dificuldade em compactar o material, foi utilizado uma mistura contendo 30%
de material fino (material na granulometria de zero a meia polegada), 15% de material
passante na peneira 12,5mm e retido na peneira 9,5mm e 55% de material passante
na peneira 19mm e retido na peneira 12,5mm. Após os 14 dias de medições obtém-
se o valor da expansão acumulada, que na norma PTM-130/78 não pode ser maior
que 3% para escória LD. O ensaio foi realizado em laboratório da ArcelorMittal
localizado no complexo de Tubarão no município da Serra, no estado do Espírito
Santo.
Logo após a mistura com a água destilada foi medido a condutividade com o
condutivímetro CD-4310 da Lutron Electronic, foram feitas medições, mostrado na
Figura 32, nos tempos aproximados de 0 hora, 2 horas, 4 horas, 24 horas, 48 horas,
96 horas, 144 horas, 264 horas e 460 horas.
4 RESULTADOS
4.1.1.1 Escória LD
Das 100 amostras utilizadas no ensaio de índice de forma 99 foram classificadas como
cúbicas e uma como lamelar. Sendo assim, a porcentagem de partículas cúbicas foi
50
igual a 99% e de partículas não cúbicas igual a 1%, concluindo que a forma média
das partículas é cúbica e menos que 15% do total é de partículas não cúbicas,
atendendo aos limites da norma. Na Tabela I.2 do APÊNDICE I – Tabelas de índice
de forma das escórias está o resultado das medidas de cada uma das 100 amostra
avaliadas.
Para análise de rocha ornamental foram utilizados dados de ensaios realizados por
Izoton (2017) em brita amarela, cinza e verde. A brita amarela apresentou 21 amostras
classificadas como alongadas, 23 lamelares, 4 lamelar-alongada e 52 cúbicas. Dessa
forma, a porcentagem de partículas cúbicas foi igual a 52% e de partículas não cúbicas
igual a 48%. A brita cinza apresentou 9 amostras classificadas como alongadas, 30
lamelares, 3 lamelar-alongada e 58 cúbicas. Dessa forma, a porcentagem de
partículas cúbicas foi igual a 58% e de partículas não cúbicas igual a 42%. A brita
verde apresentou 25 amostras classificadas como alongadas, 25 lamelares, 2 lamelar-
alongada e 48 cúbicas. Dessa forma, a porcentagem de partículas cúbicas foi igual a
48% e de partículas não cúbicas igual a 52%. Para os três tipos de rocha ornamental
pode-se concluir que a forma média das partículas é cúbica, o que atende a norma e
mais que 15% do total é de partículas não cúbicas, não respeitando o limite máximo
de 15% da norma. No ANEXO A – Tabelas de índice de forma das rochas ornamentais
está o resultado das medidas de cada uma das 100 amostra avaliadas para os três
tipos de brita.
A massa específica aparente mínima estipulada pela NBR 5564 (ABNT, 2011) é de
2500 Kg/m³, a absorção de água máxima igual a 0,8% e a porosidade aparente
máxima igual a 1,5%. As variações nos resultados das escórias podem ser justificadas
pelo fato das especificações de norma serem para material pétreo, e não para
agregado siderúrgico.
51
4.1.2.1 Escória LD
Conclui-se que todos os parâmetros da brita verde atendem aos requisitos da norma
(2549 Kg/m³ > 2500 Kg/m³, 1,46% < 1,5% e 0,57% < 0,8%).
O valor máximo de resistência à intempérie estipulado pela NBR 5564 (ABNT, 2011)
é de 10%. Esta norma recomenda efetuar exame visual após cada dez ciclos, para
verificar fissuras, trincas, oxidação de minerais e desagregação, separando e pesando
partículas desagregadas que sejam coletáveis manualmente.
4.1.3.1 Escória LD
Após o décimo ciclo foram observadas poucas alterações nos fragmentos dos
recipientes 301, 302, 303, 308 e 309. Os fragmentos dos recipientes 304, 305, 306 e
310 apresentaram uma quantidade considerável de pó depositado no fundo da
solução, e a amostra 307 apresentou muito esfarelamento e foram encontrados 3
fragmentos que desagregaram da mesma, com massa total de 5,2812 gramas,
mostrado na Figura 33. Além disso, as amostras 306 e 309 apresentaram sinais de
oxidação.
Ao final do vigésimo ciclo as amostras 301, 302 e 303 apresentavam pouco resíduo,
e todas as outras uma quantidade considerável de matéria desagregada, sendo a
56
A média final não atendeu ao valor máximo de 10% estabelecido em norma, sendo
atingido o valor de 12,05%, isso ocorreu devido ao esfarelamento da amostra 304,
que fez com que o valor da média subisse muito, isso mostra que se trata de um
material muito heterogêneo e que não passou por um processo de estabilização
(material não tratado). No geral o material apresentou uma boa resistência às
intempéries, com uma relação entre os pesos final e inicial bem pequena. Contudo,
constatou-se uma presença apreciável de resíduos depositados no fundo de muitos
frascos com solução de sulfato, além disso, algumas amostras sofreram perda de
fragmentos. Ao final dos 40 ciclos, duas amostras apresentaram resultado negativo,
ou seja, ganharam massa, isso pode ocorrer pois algumas pedras apresentavam-se
impregnadas pelo sulfato.
A Tabela 12 mostra os valores obtidos para a escória de forno elétrico a arco para o
ensaio de resistência à intempérie.
58
Após o décimo ciclo foram observadas poucas alterações nos fragmentos dos
recipientes 311, 314, 315, 316, 113, 426 e 427. Os fragmentos dos recipientes 312,
313 e 434 apresentaram uma quantidade considerável de pó depositado no fundo da
solução. Além disso, as amostras 311, 312, 313, 113, 426, 427 e 434 apresentaram
sinais de oxidação.
amostras apresentaram ganharam massa, isso pode ser justificado pela incorporação
de sais da solução na amostras.
As Tabelas 13, 14 e 15 mostram os valores obtidos pela brita amarela, cinza e verde,
respectivamente, no ensaio de resistência à intempérie.
Com as tabelas 13, 14 e 15 foi possível concluir que as amostras de Rocha Amarela
e Cinza não estão em conformidade com os limites da norma, já que a Rocha Amarela
apresentou resistência à intempérie de 73,18% e a Rocha Cinza de 32,14%, ambas
maior que o limite de 10%. Já a Rocha Verde atende ao valor de resistência à
intempérie máxima, tendo como resultado 1,49%.
O valor mínimo de resistência à compressão axial designado pela NBR 5564 (ABNT,
2011) é de 100 MPa. A norma pede corpos de prova com formato cúbico com
dimensões das arestas de 70mm a 80mm, devido a dificuldade em se obter
fragmentos de escória para moldagem nas dimensões recomendadas, os cubos foram
feitos com aproximadamente 40mm de aresta. Os corpos de prova de rocha
ornamental foram feitos em formato cilíndrico e os resultados foram obtidos de
relatório de ensaios de laboratório de mecânica das rochas do Grupo de Tecnologia e
Engenharia de Petróleo da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
4.1.4.1 Escória LD
Conclui-se que a Escória LD não atende o valor mínimo de norma, que é de 100 Mpa.
Entretanto, pode-se dizer que o material tem uma boa resistência à compressão, já
que a diferença entre o obtido e o desejado é de apenas 0,3 Mpa.
Ao executar o ensaio foi observado que lascas se soltaram da parede do cubo, como
mostrado na Figura 37, originadas da parte que não ficou em contato com a prensa,
dessa forma, as arestas dos cubos ensaiados foram todas consideradas iguais a
40,22mm, que é a área que estava em contato com a prensa. No ensaio da Escória
LD esse problema foi corrigindo utilizando chapas metálicas maiores, mantendo toda
área superficial em contato como a prensa. A discrepância entre os resultados dos
corpos de prova 1, 3 e 4 quando comparados aos corpos de prova 2 e 5 se deve a
elevada quantidade de poros, que resultam em um decréscimo no valores de
resistência. Como a média das tensões foi igual a 136,25 Mpa pode-se concluir que o
material está em conformidade com a norma e possui boa resistência a compressão.
O valor de resistência ao choque máximo estipulado pela NBR 5564 (ABNT, 2011) é
de 25%.
4.1.5.1 Escória LD
O valor encontrado para resistência ao choque da escória de forno elétrico a arco está
em conformidade com os limites da norma (21,96% < 25%).
O teor máximo de fragmentos macios e friáveis designado pela NBR 5564 (ABNT,
2011) é de 5%. O ensaio é feito com base no Anexo F da NBR 5564 (ABNT, 2011).
4.1.6.1 Escória LD
O teor máximo de material pulverulento designado pela NBR 5564 (ABNT, 2011) é de
1%. O ensaio é feito com base na NBR NM 46 (ABNT, 2001).
4.1.7.1 Escória LD
A NBR 5564 (ABNT, 2011) estipula um limite de massa unitária no estado solto mínimo
equivalente a 1250 kg/m³. O ensaio é feito com base na NBR NM 45 (ABNT, 2006).
4.1.9.1 Escória LD
Onde:
V – volume do recipiente;
A Escória LD atende o limite mínimo de massa unitária no estado solto de 1250 kg/m³
para uso como lastro ferroviário (1522,56 kg/m³ > 1250 kg/m³).
A tabela 26 mostra que a escória de Forno Elétrico a Arco atende o limite mínimo de
massa unitária no estado solto de 1250 kg/m³ para uso como lastro ferroviário
(1415,64 kg/m³ > 1250 kg/m³).
A resistência mecânica das partículas do agregado siderúrgico pode ser avaliada por
meio do ensaio de perda de massa por Abrasão Los Angeles. Os resultados devem
ser menores que o valor máximo de 30% estipulado pela NBR 5564 (ABNT, 2011). O
ensaio é feito com base na NBR NM 51 (ABNT, 2001).
4.1.10.1 Escória LD
A Tabela 30 mostra que o valor encontrado está dentro da faixa estipulada por norma
(9,11% < 30%), portanto, o agregado siderúrgico apresenta uma boa resistência ao
desgaste.
A Tabela 31 mostra que o valor encontrado está dentro da faixa estipulada por norma
(21,11% < 30%), portanto, o agregado siderúrgico apresenta uma boa resistência ao
desgaste.
4.2.1.1 Escória LD
4.2.2.1 Escória LD
4.2.3.1 Escória LD
Observa-se que a fase clara apresenta um maior percentual de Fe, logo esta
fase é wustita (FeO). A região escura que se encontra na vizinhança da
wustita mostrou-se altamente concentrada em Ca e Si. Portanto esta última
fase é o silicato de cálcio (C2S e/ou C3S). (DOS ANJOS, 2010, p.44).
Figura 41 - Microestrutura com Microscopia Eletrônica de Varredura da Escória de Forno
Elétrico a Arco. Aumento de 1000 x.
Figura 42 - Mapa de Raio-X da Escória de Forno Elétrico a Arco [a) Ca; b) Fe; c) Si; d) Mg; e) Al;
f) Vista do MEV]
4.3.1 Lixiviação
O ensaio de lixiviação tem como base a norma NBR 10005 – Lixiviação de resíduos.
4.3.1.1 Escória LD
4.3.2 Solubilização
4.3.2.1 Escória LD
4.4.1 Escória LD
Os três valores de expansão dos corpos de prova encontrados foram 6,71%, 3,16% e
1,89%, como mostrados na Figura 43, como dois valores ultrapassaram o limite
máximo de 3% pode-se dizer que a amostra, quando não tratada, não respeita os
limites da norma. Contudo, no trabalho realizado por Schumacher (2018) a amostra
LD Nível 1 não passou por nenhum tipo de tratamento, a amostra LD Nível 2 passou
por dois meses de cura e a amostra LD Nível 3 por cinco meses de cura, isso mostra
que o material está sujeito a variação de expansão caso não tenha passado por
tratamento e que o processo de cura reduz a expansão do material para valores em
conformidade com a norma.
78
AVALIAÇÃO DA EXPANSIBILIDADE
EXPANSÃO EXPANSÃO
LEITURA
DIA DATA HORA DIÁRIA ACUMULADA
(mm)
(%) (%)
0 03/10/2018 14:00 1,00 0,00 0,00
1 04/10/2018 14:00 0,91 -0,08 -0,08
2 05/10/2018 14:00 0,89 -0,02 -0,09
3 06/10/2018 14:00 0,85 -0,03 -0,13
4 07/10/2018 14:00 0,83 -0,02 -0,15
5 08/10/2018 14:00 0,82 -0,01 -0,15
6 09/10/2018 14:00 0,81 -0,01 -0,16
7 10/10/2018 14:00 0,81 0,00 -0,16
8 11/10/2018 14:00 0,76 -0,04 -0,21
9 12/10/2018 14:00 0,71 -0,04 -0,25
10 13/10/2018 14:00 0,68 -0,03 -0,27
11 14/10/2018 14:00 0,60 -0,07 -0,34
12 15/10/2018 14:00 0,55 -0,04 -0,39
13 16/10/2018 14:00 0,52 -0,03 -0,41
14 17/10/2018 14:00 0,50 -0,02 -0,43
Fonte: ArcelorMittal (2018).
79
AVALIAÇÃO DA EXPANSIBILIDADE
EXPANSÃO EXPANSÃO
LEITURA
DIA DATA HORA DIÁRIA ACUMULADA
(mm)
(%) (%)
0 03/10/2018 14:00 1,00 0,00 0,00
1 04/10/2018 14:00 0,94 -0,05 -0,05
2 05/10/2018 14:00 0,92 -0,02 -0,07
3 06/10/2018 14:00 0,92 0,00 -0,07
4 07/10/2018 14:00 0,92 0,00 -0,07
5 08/10/2018 14:00 0,92 0,00 -0,07
6 09/10/2018 14:00 0,91 -0,01 -0,08
7 10/10/2018 14:00 0,91 0,00 -0,08
8 11/10/2018 14:00 0,88 -0,03 -0,10
9 12/10/2018 14:00 0,85 -0,03 -0,13
10 13/10/2018 14:00 0,83 -0,02 -0,15
11 14/10/2018 14:00 0,79 -0,03 -0,18
12 15/10/2018 14:00 0,79 0,00 -0,18
13 16/10/2018 14:00 0,78 -0,01 -0,19
14 17/10/2018 14:00 0,78 0,00 -0,19
Fonte: ArcelorMittal (2018).
80
AVALIAÇÃO DA EXPANSIBILIDADE
EXPANSÃO EXPANSÃO
LEITURA
DIA DATA HORA DIÁRIA ACUMULADA
(mm)
(%) (%)
0 03/10/2018 14:00 1,00 0,00 0,00
1 04/10/2018 14:00 0,89 -0,09 -0,09
2 05/10/2018 14:00 0,85 -0,03 -0,13
3 06/10/2018 14:00 0,80 -0,04 -0,17
4 07/10/2018 14:00 0,77 -0,03 -0,20
5 08/10/2018 14:00 0,75 -0,02 -0,21
6 09/10/2018 14:00 0,73 -0,02 -0,23
7 10/10/2018 14:00 0,72 -0,01 -0,24
8 11/10/2018 14:00 0,65 -0,06 -0,30
9 12/10/2018 14:00 0,59 -0,05 -0,35
10 13/10/2018 14:00 0,55 -0,03 -0,39
11 14/10/2018 14:00 0,52 -0,03 -0,41
12 15/10/2018 14:00 0,49 -0,03 -0,44
13 16/10/2018 14:00 0,47 -0,02 -0,46
14 17/10/2018 14:00 0,46 -0,01 -0,46
Fonte: ArcelorMittal (2018).
81
4.5.1 Escória LD
Escória LD
300,00
250,00
Amostra
Resistividade (Ω.m)
200,00 1
Amostra
2
150,00
100,00
50,00
0,00
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00
Tempo (dias)
400,00
350,00
300,00
Amostra 1
Resistividade (Ω.m)
250,00 Amostra 2
Amostra 3
200,00
150,00
100,00
50,00
0,00
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00
Tempo (dias)
A tabela 51 expõe um resumo dos resultados de todos os ensaios físicos das escórias e das rochas ornamentais, apresentando
também os valores de norma nas três últimas colunas para comparação com os resultados encontrados.
5 CONCLUSÕES
O processo de fabricação do aço faz com que a escória produzida possua altos teores
de óxidos de cálcio e de ferro. O efeito do excesso de ferro no material analisado,
26,4% na Escória LD e 31,3% na escória FEA, é notado no ensaio de abrasão Los
Angeles, onde os resultados encontrados estão em conformidade a norma, porém
com valores baixos, 9,11% para a Escória LD e 21,11% para a escória de forno
elétrico. Estas proporções de ferro nas amostras, podem gerar um desgaste excessivo
aos equipamentos de manutenção da via permanente.
LD e 24,7% para a escória FEA), não especificando qual porcentagem dessa parcela
se encontra no estado livre. Segundo Machado (2000, apud SOUSA, 2007), o teor
elevado de óxido de cálcio livre, aliado a presença de óxido de magnésio são os
principais responsáveis pela expansão das escórias de aciaria, sendo o óxido de
magnésio o responsável pela expansão tardia. No ensaio de expansão da Escória LD,
duas das três amostras apresentaram valores acima do limite de norma, que é de 3%,
lembrando que a amostra com 6,71% de expansão não passou por processo de cura,
a amostra com 3,16% passou por dois meses de cura, e a amostra com 1,89% passou
por cinco meses de cura, sendo possível concluir que com o processo da cura é
possível reduzir a expansão da escória a níveis aceitáveis. Já para a escória de arco
elétrico, foi encontrada uma expansão negativa, ou seja, uma retração. Isto pode ser
explicado pela granulometria da amostra e a submersão dos corpos de prova, que
aliado à atuação da sobrecarga, acabam rearranjando os grãos, causando assim uma
leitura negativa da expansão. Com tal resultado pode-se concluir que escória de arco
elétrico possui expansão nula ou próxima de zero.
7 REFERÊNCIAS
GEYER, Rejane Maria Tubino. Estudo sobre a potencialidade de uso das escórias
de aciaria elétrica como adição ao concreto. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) –
Escola de Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre,
2001.
93
SANO, N.; LU, W.; RIBOUD, P. Advanced Physical Chemistry for Process
Metallurgy. Academic Press. 1997. 429 p.
95