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Indústrias Petroquímicas
Araraquara
2023
Sumário
1. Introdução .................................................................................................... 4
2. Histórico ....................................................................................................... 5
6. Fluxogramas do processo.......................................................................... 21
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Lista de Figuras
Figura 1: Plataforma de petróleo. ....................................................................... 4
Figura 2: Comparação entre refino e petroquímica. ........................................... 5
Figura 3: Benjamin Silliman Jr. Ilustrado. ........................................................... 6
Figura 4: Foto de Eugene Houdry. ..................................................................... 7
Figura 5: Linha de processo petroquímica. ........................................................ 8
Figura 6: Previsão de mercado dos petroquímicos básicos nos EUA. ............... 9
Figura 7: Partição por região global do mercado petroquímico. ....................... 10
Figura 8: Maiores petroquímicas do mundo de 2022 ....................................... 10
Figura 9: Produção petroquímica nacional de 2016 a 2020. .............................11
Figura 10: Vendas dos petroquímicos nacionais de 2016 a 2020. ....................11
Figura 11: Balança comercial brasileira petroquímica. ..................................... 12
Figura 12: Maiores players representantes petroquímicos nacionais. .............. 12
Figura 13: Principais matérias-primas petroquímicas (2010). .......................... 13
Figura 14: Produtos petroquímicos. ................................................................. 14
Figura 15: Complexo petroquímico exemplificado............................................ 15
Figura 16: Fluxograma simplificado do craqueamento térmico. ....................... 16
Figura 17: Mecanismo de reações possívei no craqueamento. ....................... 17
Figura 18: Reações de craqueamento de hidrocarbonetos leves. ................... 18
Figura 19: Processo de separação do grupo BTX. ........................................... 20
Figura 20: Reações de trans-alquilação do tolueno. ........................................ 21
Figura 21: Fluxograma de processo do craqueamento térmico. ...................... 22
Figura 22: Produção do grupo BTX através do conjunto com craqueamento
térmico. ............................................................................................................ 22
Figura 23: Processo de reforma catalítica direta da nafta. ............................... 23
Figura 24: Outro processo para BTX com alternativas de reciclo pelo pygas. . 23
Figura 25: Unidade de reforma catalítica. ........................................................ 24
Figura 26: Tratamento de efluentes típico de petroquímicas. ........................... 26
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1. Introdução
4
Figura 2: Comparação entre refino e petroquímica.
2. Histórico
2.1. O petróleo
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adquirindo alcatrão, naftaleno, gasolina e diversos solventes, o que tornou
possível o surgimento da indústria petroquímica no futuro.
Figura 3: Benjamin Silliman Jr. Ilustrado.
6
primas básicas das petroquímicas, sendo mais eficazes e baratas que os
derivados de carvão ou álcool.
Figura 4: Foto de Eugene Houdry.
7
3. Mercado Internacional e Nacional
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(SBR), policloropreno (Neopreno), polibutadieno (PB) e a nitrílica (NBR). Seu
crescimento é testemunhado principalmente na China e outros países asiáticos
pela aceleração das indústrias automobilísticas, de bens de consumo,
construção civil e entre outras.
Figura 6: Previsão de mercado dos petroquímicos básicos nos EUA.
9
Figura 7: Partição por região global do mercado petroquímico.
10
(-4,4%) nos segmentos que compõem a fabricação de produtos químicos
orgânicos.
Em relação às vendas, os dados mostram que as vendas da indústria
petroquímica tiveram comportamento semelhante ao da produção, exceto pelo
fato de que o ciclo de queda das vendas se iniciou já em 2018 até 2020, a queda
nas vendas foi de 13,3%, maior do que a perda da produção (4,5%) observada
no mesmo período.
Figura 9: Produção petroquímica nacional de 2016 a 2020.
11
Figura 11: Balança comercial brasileira petroquímica.
12
4. Aplicação do Produto e Matérias-primas
13
Figura 14: Produtos petroquímicos.
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causa do seu potencial tóxico. O consumo global pode ser distribuído em
etilbenzeno, cumeno, ciclohexano, nitrobenzeno, alquilbenzenos lineares,
anidrido maléico e clorobenzeno.
Um dos líderes dos petroquímicos básicos, o tolueno é o quarto no ranking
em importância atrás do eteno, propeno e benzeno. O tolueno é utilizado na
produção de benzeno (processo de hidrodesalquilação catalítica), ácido
benzoico, cloreto de benzila, fenol, toluenodiisocianato (TDI) e outros. Atua
também como solvente nas formulações para revestimentos, adesivos, tintas,
farmacêuticos.
O xileno tem uso parecido com o tolueno em questões de uso como
solvente, mas tem um papel especial na questão de produzir o ácido tereftálico,
precursor da PET e o anidrido ftálico, precursor do poliéster e outros
plastificantes.
Abaixo está representado o funcionamento de um complexo petroquímico,
demonstrando os produtos feitos dentro e fora do complexo, ou seja, os básicos
e intermediários, os quais serão vendidos para as indústrias de transformação.
Figura 15: Complexo petroquímico exemplificado.
5. Descrição do Processo
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principalmente o etileno e a reforma catalítica para aromáticos, os
representantes do grupo BTX.
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mistura resultante é novamente aquecida a temperaturas de 500 – 680 °C, que
favorecem as reações de craqueamento.
Esta mistura de alimentação e vapor, no estado gasoso, entra na seção
radiante do forno, onde as bobinas radiantes atuam como reatores tubulares,
submetendo os hidrocarbonetos a reações de craqueamento durante períodos
de 0,1 – 0,5 s. Esta seção do forno funciona a temperaturas entre 600 e 860 °C,
que são mantidas através da transferência de calor, onde os queimadores de
combustível atingem temperaturas entre 1000 – 1200 °C. Devido as reações de
craqueamento que ocorrem serem muito endotérmicas, são necessários
elevados fluxos de calor.
Nessa etapa, diversas reações ocorrem simultaneamente, ainda mais se
tratando da nafta que contém hidrocarbonetos C5 a C12. Existem as reações de
iniciação em que ocorre a quebra dos hidrocarbonetos maiores em menores,
formando radicais livres que favorecem a propagação dessas reações por
liberação de H+ e após ocorre a terminação onde os radicais livres voltam a
retornar a uma posição estável reformando as moléculas. A figura abaixo retrata
os mecanismos de reação possíveis:
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Outro exemplo envolvendo HCs menores:
Figura 18: Reações de craqueamento de hidrocarbonetos leves.
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Após isto, é necessário realizar a compressão do gás, para comprimi-lo,
é utilizada uma série de 4 a 6 estágios de compressão com refrigeradores,
permitindo que o gás craqueado atinja pressões de até 35 bar, enquanto mantém
temperaturas abaixo de 100 °C. Os condensados, bem como a água e outros
componentes mais pesados são removidos durante este processo de
arrefecimento, juntamente com ácido sulfídrico e gás carbônico que são
removidos por contato com uma solução alcalina (remoção de gás ácido).
O gás resultante precisa ser seco para remover a água (até < 1 ppm), a
fim de seguir para o equipamento de fracionamento. A secagem do gás é
realizada com leitos de peneiras moleculares.
Por fim, o gás craqueado e agora purificado é resfriado e separado em
seus fluxos de produtos (etileno, propileno, C4 bruto, gasolina de pirólise e
gasóleo), por meio de um trem de fracionamento composto pelas seguintes
colunas de destilação: desmetanizador, desetanizador, despropanizador,
debutanizador, fracionador de etileno e fracionador de propileno. A fim de
aumentar ainda mais o rendimento de olefinas leves, reações de hidrogenação,
nas quais o acetileno, o metilacetileno e o propadieno são convertidos em etileno
e propileno.
A formação de coque é observada durante o craqueamento de alcanos
mais leves; no entanto, sua quantidade é menor do que a formada durante o
craqueamento de alcanos mais pesados. É necessário fazer a desincrustação
em diferentes partes da unidade de craqueamento regularmente.
Para o processo de descoqueamento, o forno deve ser desligado primeiro
e, em seguida, ar e vapor de alta pressão são alimentados no forno enquanto
ele é aquecido até cerca de 900 °C (ou até 1100 °C). O coque depositado na
parede e nos tubos é queimado ou lavado com água a alta pressão, ou pode ser
removido mecanicamente. A desincrustação de uma unidade de craqueamento
de nafta é necessário a cada 15 a 40 dias, e o processo pode levar de 20-40 h.
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também. Outro processo responsável pela produção dos grupos aromáticos é a
reforma catalítica, a qual será apresentada, mas sem muitos detalhes e ênfase.
O pygas é submetido a dois estágios de tratamento com gás hidrogênio
quando se deseja recuperar BTX a fim de permitir que obtenha maior saturação
de seus compostos não aromáticos e também realizar a dessulfurização, já que
pode haver enxofre em sua composição.
O primeiro estágio é responsável por saturar a maior parte das diolefinas
para olefinas usando catalisadores geralmente de platina e o segundo estágio
para saturar olefinas em alcanos e retirar o enxofre na forma de ácido sulfídrico
a ser tratado posteriormente usando catalisadores de cobalto-molibdênio.
Após isto é enviado a uma unidade de extração dos aromáticos, a fim de
separá-los das demais parafinas formadas nos estágios de tratamento, as quais
podem ser reutilizadas na fornalha de craqueamento. O solvente de extração
são geralmente di, tri ou tetra etilenoglicóis ou o sulfolano (dióxido de
tetrahidrotiofeno), o segundo tem maior teor de recuperação para reuso.
Assim, passam por uma série de torres de destilação a fim de recuperar
o solvente e depois separar os demais aromáticos envolvidos. Exemplificado
pela figura a seguir:
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Fonte: Adaptado de Jonell Systems, 2023.
Nessa separação o tolueno puro não tem tanto interesse industrial para
produtos em relação ao benzeno e os xilenos, por isso parte dele é dividida para
passar pela reação de trans-alquilação.
6. Fluxogramas do processo
21
Os processos explicados anteriormente podem ser exemplificados por
diversos fluxogramas. Serão apresentados os conjuntos e outros processos que
utilizam ordens diferentes.
Figura 21: Fluxograma de processo do craqueamento térmico.
Figura 22: Produção do grupo BTX através do conjunto com craqueamento térmico.
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Figura 24: Outro processo para BTX com alternativas de reciclo pelo pygas.
23
Figura 25: Unidade de reforma catalítica.
7. Tratamento de Resíduos
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As unidades petroquímicas geram águas residuais das operações de
processo, como condensação de vapor, da descarga da torre de resfriamento e
do escoamento de águas pluviais. As águas residuais do processo são geradas
a uma taxa de cerca de 15 metros cúbicos por hora, com base na produção de
500.000 ton/ano de etileno e podem conter níveis de demanda bioquímica de
oxigênio (DBO) de 100 mg/L, bem como demanda química de oxigênio (DQO)
de 1.500 - 6.000 mg/L, sólidos suspensos de 100 - 400 mg/L e óleo e graxa de
30 a 600 mg/L. Níveis de fenol de até 200 mg/L e níveis de benzeno de até 100
mg/L também podem estar presentes.
As plantas petroquímicas geram resíduos sólidos e lodos, alguns dos
quais podem ser considerados perigosos devido à presença de orgânicos tóxicos
e metais pesados. Resíduos cáusticos usados e outros resíduos perigosos
podem ser gerados em quantidades significativas; exemplos são os resíduos de
destilação associados a unidades que lidam com acetaldeído por exemplo.
O controle das emissões atmosféricas normalmente inclui a captura e
reciclagem ou combustão de emissões de respiradouros, pontos de
transferência de produtos, tanques de armazenamento e outros equipamentos
de manuseio.
As unidades de craqueamento devem ser equipadas com dispositivos de
remoção de partículas. As tecnologias de remoção de partículas incluem filtros
de manga, filtros de cerâmica e precipitadores eletrostáticos. As liberações de
gases são minimizadas por condensação, absorção e adsorção (usando carvão
ativado, gel de sílica, alumina ativada e zeólitas).
As águas residuais petroquímicas geralmente exigem uma combinação
de métodos de tratamento para remover o óleo e outros contaminantes antes da
descarga.
Na etapa inicial do processo, o óleo é recuperado com a utilização de
diversas técnicas de separação, tais como decantação, centrifugação e flotação.
Os equipamentos mais empregados são os separadores do tipo API.
No caso dos metais pesados, usualmente uma combinação de
oxidação/redução, precipitação e filtração, é utilizada. Para a remoção de
compostos orgânicos, é possível utilizar reatores aeróbios pela preferência em
questão de rapidez da operação, porém por conta da toxicidade dos efluentes é
aconselhável passar por operações adsorção em carvão ativado.
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Um sistema típico de tratamento de efluentes pode incluir neutralização,
coagulação/floculação, flotação/sedimentação, biodegradação e clarificação.
Uma etapa final de polimento usando filtração, ozonização, carvão ativado ou
tratamento químico também pode ser necessária.
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