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Para produzir uma peça rotomoldada, um molde cuja cavidade define a forma da peça final é
montado no braço da máquina de rotomoldagem. A máquina é capaz de girar o molde biaxialmente
e movê-lo pelas etapas do processo.
A máquina inicia a rotação biaxial do molde e o insere no forno. No forno as paredes do molde são
aquecidas de modo que o plástico derreta, aderindo e sinterizando na superfície interna do molde.
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Uma breve História
O Primeiro documento que trata de moldagem por calor e rotação biaxial foi a patente Britânica
emitida a R. Peters em 1855, que buscava aperfeiçoar os métodos de produção de capsulas
metálicas para munições. Posteriormente, em 1865 nos Estados Unidos uma técnica similar foi
patenteada por T.J. Lovegroove também focando na produção de munição. Diferentemente de
Peters, Lovegroove defendia a técnica por uma característica pela qual a rotomoldagem é procurada
até hoje, a capacidade de produzir peças com grande uniformidade da espessura das paredes.
Cabe salientar que a patente de Lovegroove foi aprovada três anos antes da criação do Nitrato de
Celulose por John Wesley Hyatt, o primeiro plástico fabricado pelo homem.
O PVC dominou o mercado de rotomoldagem nas décadas de 50 e 60, mas apesar de ser um ótimo
material para este tipo de processo existiam diversos limites para o alcance de uma indústria de um
só material.
O PE que posteriormente conquistou a indústria plástica era no inicio um polímero difícil de ser
obtido devido à grande pressão envolvida na sua produção. Somente depois da Segunda Guerra
Mundial novos processos e incentivos permitiram a proliferação do material.
Contudo o PE era fornecido somente em pellets, e isso dificultava a sinterização dentro dos moldes
de rotomoldagem, tornando seu uso nesse processo bastante inviável. A solução para esta
incompatibilidade foi justamente o moinho da Pallmann que gerava PE em um pó fino o suficiente
para escorrer dentro dos moldes como se fosse um liquido, garantido a sinterização e a
uniformidade de espessura das peças. A partir daí o PE ganhou cada vez mais força nesta indústria
tornando-se até hoje a resina mais usada em rotomoldagem.
A entrada do PE para a rotomoldagem foi importante também, pois expandiu os horizontes sobre
quais polímeros responderiam bem a esta técnica. A partir daí diversos materiais foram
incorporados pela rotomoldagem, como o transparente policarbonato (PC), primeira rotomoldagem
em 1968 e o Nylon 6, em 1978. Além disso, a indústria vem trabalhando com espuma vinílica
acetinada (EVA), polipropileno (PP) e diversas variantes de PE.
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Cenário do mercado da Rotomoldagem
Vantagens e Desvantagens
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Em comparação à injeção e à extrusão, tem de se considerar que o aquecimento e
resfriamento do polímero à baixa pressão resultam em peças com baixo estresse de molde,
garantindo maior resistência química e diminuindo a possibilidade de deformações
posteriores.
É o processo ideal para moldar uma família de produtos em uma só vez, pois vários moldes
de diversos tamanhos podem ser usados simultaneamente.
A habilidade de trocar rapidamente de moldes permite a produção de peças com pequena
tiragem e atender pedidos urgentes.
Como a cavidade do molde é a única parte que entra em contato com o plástico não existe
perda de tempo com purga da resina restante ao trocar entre cores ou materiais, ao
contrário do que ocorreria numa injetora ou extrusora onde este processo pode demorar
horas.
Este processo tem a capacidade de gerar peças multicoloridas em um único molde sem a
necessidade de ferramental sofisticado. Também é possível realizar a confecção de peças
com diversos materiais e blendas.
Este processo tem a capacidade de gerar paredes com duas ou três camadas de materiais
diferentes, podendo ser materiais sólidos ou espumas.
A rotomoldagem é um processo excelente para produzir peças que necessitem de insertos
metálicos, plásticos ou mesmo de madeira. Já foram confeccionadas peças com insertos de
até um metro.
As peças rotomoldadas tendem a encolher no resfriamento, facilitando o desmolde da peça.
Isso possibilita que as peças tenham ângulos de saídas que em outros processos não seriam
possíveis. Essa característica permite que peças rotomoldadas tenham rebaixos bastante
profundos e de paredes paralelas sem a necessidade de sofisticações do molde. Exemplos
disso são caixas térmicas e barcos rotomoldados com o casco e o convés numa só peça.
As peças rotomoldadas não apresentam “cicatrizes” da produção, como linhas de abertura
de molde, linhas de solda ou marcas de ejeção.
A rotomoldagem produz uma quantidade mínima de rebarbas e aparas. Praticamente toda a
resina colocada no molde resulta na peça final.
Pode-se reutilizar polietileno proveniente de coleta seletiva com uma perda mínima das
propriedades do material.
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Os Materiais
4 – Fonte: Braskem
Além destes, existem outros plásticos que podem ser rotomoldados, mas devido a especificidades
requeridas para seu processo ou disponibilidade da resina liquida ou em pó no mercado a
quantidade de peças rotomoldadas com tais resinas é muito baixa.
Entre estas raridades podemos citar a acrilonitrila butadieno estireno (ABS), acrílicos, plásticos de
celulose, epóxis, poliuretano (PU), silicones, poliésteres (PS) e resinas fenólicas.
Existem polietilenos reforçados com fibra de vidro ou Nylon, contudo deve-se ter cuidado ao
especificar estes materiais devido à probabilidade de que as fibras gerem imperfeições nas
superfícies plásticas. O reforço com fibra de vidro diminui a resistência a impactos do material.
A rotomoldagem também permite o uso de uma técnica de obtenção de paredes duplas. Nesta
técnica, através de um anexo de carregamento do molde, pode-se carregar o molde com um
segundo material depois que o primeiro plástico já foi sinterizado, formando uma segunda camada
dentro da parede externa da peça. Por esta técnica pode-se confeccionar paredes com diversas
camadas de materiais com propriedades ou cores diferentes. Pode-se trabalhar com a combinação
de materiais formando paredes com camadas de plástico, plástico/espuma ou ainda, num método
mais sofisticado, a fabricação de paredes com três camadas: plástico/espuma/plástico.
A produção de peças com camadas de espuma permite fazer peças com paredes plásticas muito
finas usando a espuma para a distribuição das cargas do material, diminuído o gasto com resinas na
produção. Além disso, a espuma também pode servir de isolante acústico e térmico.
Outro método de se trabalhar com peças rotomoldadas e espuma consiste na injeção de espumas
expansíveis no interior de peças já moldadas, este processo cria peças com interior maciço de
espuma e uma crosta de plástico, como no caso de caixas térmicas.
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Por fim deve-se considerar a presença de aditivos na resina a ser rotomoldada a fim de melhorar o
processo, o material final e agregar qualidades à peça final. Entre os aditivos mais comuns estão:
pigmentos; lubrificantes; antioxidantes; protetores de luz ultravioleta; retardadores de chamas;
elastômeros e aditivos anti-estáticos.
Moldes
Os moldes para rotomoldagem podem ser feitos por diversos processos, entre os mais comuns
estão: alumínio fundido, trabalho com chapas de aço, eletro-erosão, usinagem de aço ou alumínio.
Para peças artesanais normalmente usa-se moldes em gesso.
O polietileno, contudo não é um material específico, mas uma família de resinas com diversas
variações e diferentes usos:
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Tipos de Máquinas
Existem diferentes tipos de máquinas rotomoldadoras, cada uma com benefícios e limitações
diferentes para a produção, mas de modo geral todas fazem o mesmo trabalho, aquecer, resfriar e
girar o molde em dois eixos. “Quatro parâmetros são importantes para especificar uma máquina de
rotomoldagem: Capacidade de aquecimento; Tamanho do forno; Tempo médio por ciclo e;
Velocidade de rotação do molde.” (ABPOL – Associação Brasileira de Polímeros)
Máquinas Rock’n Roll ou Balanço: Neste caso o molde gira 360º no eixo secundário e no
eixo principal intercaladamente 45º para um lado e para outro. O sistema de aquecimento
geralmente é a gás com chama direta. Estas máquinas são utilizadas principalmente para a
produção de peças de grandes dimensões.
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Máquinas Carrossel: são constituídas de três estações
fisicamente separadas. Para a seleção desta máquina é
necessário: que a duração dos ciclos de aquecimento e
resfriamento de cada braço (spider) seja similar, que a
disponibilidade de espaço não seja crítica e altos níveis
de produção. São máquinas muito eficientes, de alto
rendimento e baixo custo de manutenção.
Máquinas Open Flame: As chamas dos queimadores agem diretamente na parede externa
do molde. São indicadas especialmente para a produção de peças cilíndricas (tanques, etc.).
Proporciona economia no consumo de gás. Têm o mesmo tipo de movimentos da Rock’n
Roll.
Considerações de Design
Existem certos cuidados ao projetar peças para a rotomoldagem. Algumas regas devem ser seguidas
a fim de se obter peças com qualidade e produção homogênea. Além disso, existem também
técnicas de reforço estrutural e decoração que podem ser premeditadas para melhorar as
características do produto final. Entre esses podem ser citados:
Espessura das paredes: diferentes materiais deverão ter uma espessura máxima e mínima
de parede para garantir a continuidade das paredes e a sinterização do material. Para o
polietileno, por exemplo, esta espessura deverá idealmente ser no mínimo de 1.50mm e no
máximo de 50.80mm.
Deformações: na fase de resfriamento, antes que o material possa ter força suficiente para
se manter na forma desejada podem ocorrer deformações, sobretudo em grandes áreas
planas. Nervuras ou reforços podem resolver o problema. De forma geral superfícies polidas
salientam a deformação enquanto as texturizadas ajudam a disfarçar este problema.
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Ângulos: ângulos de menos de 45° produzem paredes mais grossas (na região do angulo),
aumento do encolhimento e possíveis bolhas.
Kiss - off: um método de reforçar a estrutura é fazer com que duas paredes próximas se
encostem e se fundam. Esta técnica pode transformar duas paredes fracas numa estrutura
resistente ao formar uma viga com estas superfícies. Em certas áreas da cavidade do molde
é deixando um espaço pequeno para o fluxo de polímero. Este espaço permite que o
polímero em pó mova-se livremente pelo interior da cavidade. O Kiss - off das paredes
acontece quando, conforme o polímero vai sinterizando nas paredes e ganhando espessura,
as paredes se tocam e se fundem. Com essa técnica pode-se formar nervuras ou somente
pontos de contato. O Kiss - off também pode ser desenhado para distorcer somente uma
das paredes, a fim de manter a aparência da outra.
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Bibliografia:
ANDRADY, Anthony; Plastics and the environment. New Jersey: Wiley Interscience, 2003.
BEALL, Gleen. Rotational Molding: Design, Materials, Tooling and Processing. Cincinnati:
Hanser/Garder, 1998.
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