Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
LICENCIATURA EM PILOTAGEM
ESCOLA SUPERIOR NÁUTICA INFANTE D.HENRIQUE
Página 1 de 24
Introdução
Deste modo, irei abordar vários temas de interesse astronómico desde, Sistemas de
Referência, Movimentos da Terra, os princípios básicos da mecânica celeste, uma breve
abordagem ao Sistema Solar, bem como algumas particularidades de alguns astros, e
por fim, conceitos relacionados com O Tempo.
Página 2 de 24
1 Sistemas de referência
1.1 Sistemas fundamentais de Referência
Ângulo Horário (hl) - é o arco do Equador Celeste entre um Meridiano Celeste e o Círculo
Horário do astro, medido para oeste, de 000º a 360º. O Ângulo Horário é denominado
Ângulo Horário Local quando a origem é um Meridiano Local qualquer e Ângulo Horário
em Greenwich (AHG) quando a origem é o Meridiano de Greenwich.
1 - Miguens, Altineu Pires (1996) Navegação: A Ciência e a Arte (Vol. II, p.609)
Página 3 de 24
Ângulo no Polo (P) – É o arco do equador compreendido entre o meridiano superior do
lugar e o meridiano do astro, sentido Leste para Oeste (0°a 180°). Se o astro estiver a W
então Pw = hl, caso esteja em E então Pe = 360 – hl.
Página 4 de 24
Ângulo sideral (AS) – é o arco compreendido entre o ponto vernal (γ) e o meridiano do
astro, possuindo valores entre 0 e 360 graus e mede-se no sentido retrógrado a partir
do ponto vernal.
Ascensão reta (AR) – é o arco compreendido entre o ponto vernal (γ) e o meridiano do
astro, possuindo valores entre 0 e 360 graus e mede-se no sentido direto a partir do
ponto vernal.
Altura verdadeira (a/av) – é o ângulo que mede o arco compreendido entre o horizonte
e o astro, contamos o astro no horizonte como sendo 0°, no hemisfério visível assume
valores positivos e no hemisfério invisível assume valores negativos. Os valores máximos
absolutos (90°) são obtidos no zénite ou nadir.
Página 5 de 24
Distância Zenital (ζ = 90° – a) – é o arco do vertical do astro compreendido entre o zénite
e o astro.
Azimute (Z) – é o arco do horizonte compreendido entre um dos pontos cardeais Norte
ou Sul, tomando como origem, e o vertical do astro. Conta-se de três formas:
Página 6 de 24
Posto isto, podemos resumir os sistemas de coordenadas, os respetivos círculos
máximos e os arcos que as definem, na tabela apresentada em baixo:
Página 7 de 24
1.3 Transformação de Coordenadas
A distância polar do astro (p) é, como vimos, obtida da Declinação do astro (quando a
Latitude do observador e a Declinação do astro são de mesmo nome, p = 90º – d; quando
são de nomes contrários, p = 90º + d). A Declinação é um dos elementos do Sistema de
Coordenadas Horárias. A distância zenital do astro (z) é, para qualquer astro acima do
Horizonte, o complemento da altura, isto é, z = 90º – a. A altura, como sabemos, é um
dos elementos do Sistema de Coordenadas Horizontais (ou Azimutais).
O Ângulo no Pólo (t1) é obtido a partir do Ângulo Horário Local (AHL) do astro.
Conforme mostrado, com o astro a Oeste do observador, tem-se t1 = AHL; com o astro
a Leste, tem-se t1 = 360º – AHL. O Ângulo Horário é o outro elemento do Sistema de
Coordenadas Horárias. O Ângulo no Zênite (Z) é convertido em Azimute Verdadeiro do
astro, utilizando regras que serão adiante estudadas. O Azimute Verdadeiro (Az) é o
outro elemento do Sistema de Coordenadas Horizontais (ou Azimutais).
2 - Miguens, Altineu Pires (1996) Navegação: A Ciência e a Arte (Vol. II, p.621/622)
Página 8 de 24
→ Triângulo de Posição
Lados: Ângulos
1) PZ = co-latitude do lugar: cϕ = 90 - ϕ 1) P = ângulo no pólo
Página 9 de 24
2 Movimentos da Terra
Os principais movimentos da Terra são os seguintes:
3 - Miguens, Altineu Pires (1996) Navegação: A Ciência e a Arte (Vol. II, p.575/576)
Página 10 de 24
2.3 A precessão e nutação da Terra
Página 11 de 24
3 Princípios básicos de mecânica celeste
A mecânica celeste é o ramo da astronomia que estuda os movimentos dos corpos
celestes. A principal força determinante dos movimentos celestes é a gravitação,
contudo certos corpos (satélites artificiais, cometas e asteróides) podem sofrer a
influência marcante de forças não gravitacionais, como a pressão de radiação e
o atrito.”4 O objetivo da Mecânica Celeste, como o da Astronomia de posição, é o de
determinar as posições relativas dos astros e suas variações com o tempo.
A 2ª lei de Kepler refere que o raio vetor Planeta-Sol descreve áreas iguais em tempos
iguais. Assim sendo, a velocidade angular do planeta em torno do Sol não é constante,
tomando o valor máximo no periélio e mínimo no afélio.
Página 12 de 24
A 3ª lei define que os quadrados dos tempos gastos pelos planetas, em percorrer as
suas órbitas, são proporcionais aos cubos dos seus semieixos maiores.
𝑮𝑴𝒎
⃗𝑭 = 𝒎 ∗ 𝒂
⃗ <=> ⃗⃗⃗
𝑭 = − 𝟐 𝒓̂
𝒓
𝒙𝑩 − 𝒙𝑨
𝒂𝑩 − 𝒂𝑨 = −𝑮(𝑴 + 𝒎)
|𝒙𝑩 − 𝒙𝑨 |𝟑
Página 13 de 24
4 O Sistema Solar
4.1 Constituição do Sistema Solar
O Sistema Solar é constituído pelo Sol, por oito planetas: Mercúrio, Vénus, Terra,
Marte. Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno, e ainda uma grande quantidade de corpos
celestes que orbitam ao redor do Sol. Dentro destes planetas principais, apenas alguns
interessam à navegação, sendo eles: Vénus, Marte, Júpiter e Saturno.
Página 14 de 24
4.3 Movimento translação da Terra, órbita terrestre e estações ano
É sabido que o eixo da Terra não está exatamente na vertical (apresenta uma
inclinação de cerca de 23º), o que origina que, aparentemente, o Sol, durante o ano,
suba e desça em relação ao Equador. Este facto é a causa das diferentes estações do ano
e é responsável pela diferente duração dos dias e das noites, que em caso de latitudes
mais elevadas, origina grandes diferenças na duração do período diurno e do período
noturno, incluindo o fenómeno do dia permanente ou da noite permanente, em locais
cuja latitude é superior à do Círculo Polar Ártico ou Antártico.
O Sol constitui cerca de 99% da massa do Sistema Solar, e é em torno desta estrela
central que orbitam todos os outros corpos. Encontra-se a uma distância de,
aproximadamente, 150 milhões de quilómetros da Terra e possui uma massa 332 900
vezes maior do que o planeta no qual habitamos.
Página 15 de 24
A Declinação do Sol varia entre 23º27´N e 23º27´S, valores de latitudes que
correspondem ao Trópico de Câncer e ao Trópico de Capricórnio, respetivamente.
Inverno, em que se dá o contrário, e o dia é menor que a noite, O Sol nasce no quadrante
SE e põe-se no quadrante SW.
Assim que o Sol cruza o meridiano do lugar, atinge a sua altura máxima e, para as
nossas latitudes, encontra-se no azimute 180º. Nesse instante diz-se que o Sol está na
passagem meridiana e a hora solar é 12 horas.
Página 16 de 24
5.2 A Lua
Dado que os períodos de rotação e de revolução da Lua são idênticos, esta apresenta
sempre a mesma face voltada para a Terra. No entanto, é possível observar um pouco
mais de metade da sua superfície devido à libração, que é a oscilação aparente que faz
variar a parte visível de um planeta. Assim como a Terra, a Lua também possui um
movimento de precessão, cuja duração é de cerca de 18 anos, e que é a principal causa
da nutação da Terra. Como consequência do movimento da Lua em relação à Terra e ao
Sol, esta pode encontrar-se em oposição, quadratura ou conjunção com o planeta que
habitamos. Assim, a face da Lua iluminada pelo Sol ocupa diferentes posições
relativamente ao observador terrestre. Estes aspetos denominam-se fases,
reproduzem-se periodicamente e sempre pela mesma ordem.
Página 17 de 24
5.3 Os planetas: Vénus, Marte, Júpiter, Saturno
Vénus – possui a órbita que mais se aproxima de uma circunferência e uma atmosfera
densa, que torna mais difícil a sua observação. A duração do seu movimento de
translação é de 2225 dias e não possui satélites.
Marte – Tem uma atmosfera difusa, dois pequenos satélites, e apresenta capas polares
de um tom esbranquiçado.
Júpiter – É o maior dos planetas, possui 12 satélites e, à semelhança de Vénus, tem uma
atmosfera densa. O seu período de rotação é o mais curto, o que faz com que apresente
um grande achatamento polar.
5.4 Estrelas
Pode ser definida como um grande objeto astronómico luminoso formado pela
condensação de gases, e embora o seu movimento seja mínimo, a rotação da Terra
provoca, nestes astros, um movimento aparente semelhante ao do Sol, que deve ser
considerado para questões de navegação astronómica.
Página 18 de 24
Desta forma, as estrelas parecem mover-se no sentido de Este para Oeste, havendo,
conforme a latitude do observador e a posição deste astro, três possibilidades, sendo
elas:
6 O Tempo
6.1 Conceitos básicos
Um dia do astro será definido como o intervalo de tempo decorrido entre duas
passagens consecutivas do astro pelo meridiano de lugar. Uma hora do astro constitui o
intervalo de tempo que o meridiano do astro gasta em percorrer 15˚ do equador.
Página 19 de 24
6.3 Sistemas de Tempo Rotacional
Tanto a hora solar quanto a sideral são exemplos de sistemas de medida de tempo
baseados no movimento de rotação da Terra, sendo, portanto, chamados de sistemas
de tempo rotacional.
O Tempo Dinâmico (TD) foi definido para a substituição do tempo das efemérides, na
prática, devido ao facto deste ser teoricamente definido mais "impossível" de ser
obtido. A unidade de duração é baseada no movimento orbital da Terra, da Lua ou dos
Planetas.
Página 20 de 24
6.5 Sistemas de Tempo Atómico
Quando comparado com o Tempo Atómico Internacional, verifica-se que este não é
uniforme. A razão que explica este fato é o de que a Terra não é rígida, havendo um
movimento elástico mesmo nas partes "sólidas". Este movimento faz com que o eixo de
rotação da Terra não intercepte a crosta sempre no mesmo ponto. Por outras palavras,
o denominado "movimento dos pólos", causa uma variação na posição dos meridianos,
que, consequentemente, causa mudanças na latitude e longitude do lugar.
Este sistema é a escala de tempo mantida pelo BIPM (Escritório Internacional de Pesos
e Medidas) com a participação do IERS (International Earth Rotation Service), e que
forma a base de uma disseminação coordenada de frequências padrão e sinais horários.
O UTC é calculado através da média ponderada das horas de 200 a 300 relógios atómicos
espalhados pelo mundo e possui a mesma marcha que o Tempo Atómico Internacional,
diferindo dele por um número inteiro de segundos.
Página 21 de 24
Esta hora está desfasada em 14 segundos da 'Hora UTC' (Tempo Universal Coordenado),
padrão da hora mundial definido pelo IERS (International Earth Rotation Service). Esta
diferença de 14 segundos deve-se ao facto de a força da gravidade da Terra ser menor
aos 20.200 km de altitude a que se encontram os satélites, o que faz com que o tempo
passe mais depressa - um efeito explicado pela Teoria da Relatividade Geral de Einstein.
Após tantos sistemas de medição de tempo, a questão que se levanta é: qual a hora
que marcamos no relógio? Esta pergunta procede à medida que se adicionam ainda mais
sistemas, mas a resposta a esta questão é que a Hora Legal (HL) é a hora do relógio.
Esta hora legal é baseada no movimento do Sol Médio, mas obedece a várias
conveniências geo-políticas. A hora solar média M varia continuamente com a longitude,
ou seja, a hora solar média no Norte de Portugal difere da hora solar média no Sul do
país em alguns minutos. Assim, existe a necessidade de se padronizar a hora em grandes
regiões, surgindo assim os chamados fusos horários, que partilham a mesma hora legal.
Pela convenção dos fusos horários (F), a superfície da Terra é dividida em 24 fusos,
compreendendo um domínio de 15° de longitude cada. O primeiro fuso (F=0h) é aquele
cujo centro contém o meridiano de Greenwich (λ = 0°). Contrariamente ao que fazemos
com a longitude, a oeste de Greenwich os fusos são contados negativamente. Podemos
visualizar uma representação esquemática dos fusos horários na figura abaixo. Nela
vemos, em linhas tracejadas, o meridiano de Greenwich, correspondente ao fuso F=0h.
Na direção leste, temos contados os fusos positivos, até F=+12h, junto à linha de
mudança de data (λ=+/-180°). A oeste, temos os fusos negativos, sendo que novamente
F=-12h encontra-se imediatamente a leste da linha internacional de mudança de data.
Página 22 de 24
Fig.13 - Fusos Horários
Página 23 de 24
7 Bibliografia
8 Webgrafia
https://tucannus.com.br/wp-content/uploads/2017/05/23.pdf
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mec%C3%A2nica_celeste
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estrela
https://www.if.ufrgs.br/oei/santiago/fis2005/textos/timesist.htm
http://www.cartografica.ufpr.br/docs/Nadal/apostiladeTEMPO1.pdf
https://expresso.pt/sociedade/como-os-satelites-gps-controlam-o-tempo=f281860
Página 24 de 24