Você está na página 1de 30

Escola Superior Náutica Infante D.

Henrique
Curso de Pilotagem 2ºano

Astronomia Náutica
2018 dezembro, Paço D’arcos

Docentes:
João Frade / Emídio Torrão
Discente:
Manuel Pessanha F. Amaral, 11700
Índice
Introdução....................................................................................................................................4
Sistemas de Referência.................................................................................................................5
Sistemas fundamentais de referência........................................................................................5
Os diferentes sistemas de coordenadas Astronómicas..............................................................6
Sistema de Coordenadas Horizontais...................................................................................6
Sistema de Coordenadas Horárias........................................................................................7
Sistema de Coordenadas Equatoriais....................................................................................8
Transformação de Coordenadas...............................................................................................9
Triangulo de Posição............................................................................................................9
Movimentos da Terra.................................................................................................................11
Movimento de Rotação..........................................................................................................12
Movimento de Translação......................................................................................................13
Movimento de Precessão e Nutação.......................................................................................13
Princípios Básicos da Mecânica Celeste.....................................................................................14
O Problema dos dois Corpos..................................................................................................14
Leis de Kepler........................................................................................................................15
1ª Lei de Kepler..................................................................................................................15
2ª Lei de Kepler..................................................................................................................15
3ª Lei de Kepler..................................................................................................................16
Equação do Movimento -Problema dos Dois Corpos.............................................................16
Sistema Solar.............................................................................................................................17
Constituição do Sistema Solar................................................................................................17
Movimentos dos planetas e suas órbitas.................................................................................18
Órbita terrestre, Estações do ano............................................................................................19
Particularidades relativas a alguns astros...................................................................................20
Sol..........................................................................................................................................20
Lua.........................................................................................................................................21
Planetas (Vénus, Marte, Júpiter e Saturno).............................................................................22
O Tempo....................................................................................................................................24
Conceitos básicos...................................................................................................................24
Sistemas de Tempo Rotacional..............................................................................................26
Tempo Universal Coordenado................................................................................................26
Tempo atómico.......................................................................................................................27
Sistemas de Tempo Dinâmico................................................................................................27
Tempo GPS............................................................................................................................27
Conclusão...................................................................................................................................28
Bibliografia................................................................................................................................29
Introdução
Com este trabalho tenciono aprofundar mais os conhecimentos da matéria
lecionada em astronomia náutica, na qual tem como objetivo dar nos a
conhecer a esfera celeste, a terra e todas as suas características para a
precisão na identificação de astros e planetas. Abordarei diversos temas
desde os sistemas de referência, movimentos da terra, os princípios básicos
da mecânica celeste, falarei um pouco sobre o sistema solar e em particular
os principais planetas e estrelas para a Astronomia náutica, fazendo
referencia por fim a vários aspetos relacionados com o tempo e toda a sua
sincronização, no planeta Terra.
É importante referir que a Astronomia Náutica tem uma grande historia, e
se nos dias de hoje ainda é utilizada significa que continua a ser uma
ciência muito importante para todos nós sobretudo para Oficiais da
Marinha Mercante.
Sistemas de Referência
Sistemas fundamentais de referência
Neste capítulo serão estudados os círculos máximos fundamentais e definidas as
coordenadas que constituem os seguintes Sistemas de Coordenadas Astronômicas:
 Sistema de Coordenadas Horizontais ou Azimutais;
 Sistema de Coordenadas Horárias;
 Sistema de Coordenadas Equatoriais.

Quando nós observamos o céu estrelado, num determinado instante, dá-nos a impressão
de que todas as estrelas estão fixas na superfície interna de uma imensa esfera de raio
arbitrário, infinito, cujo centro coincide com o olho do observador (ou com o centro da
Terra). Esta esfera, num determinado momento, é fixa em relação ao observador, como
se fosse uma “fotografia” da «laranja» celeste naquele instante.
Assim, a Esfera Celeste é dada pelo observador num determinado instante. Na Esfera
são representados os elementos direcionais próprios de um certo lugar da Terra, tais
como o Zénite, o Nadir, o Horizonte, o Meridiano e os pontos cardeais.

Zénite (Z) – o Zénite de um observador, ou de um local na superfície da Terra, é o


ponto da Esfera Celeste situado na vertical do lugar (ou do observador), ou seja, é a
projeção na Esfera Celeste de um ponto na superfície da Terra.
Nadir (N ou Na) – o Nadir é o ponto da Esfera Celeste diametralmente oposto ao
Zénite. Está, portanto, situado a 180º do Zênite, ou seja, é o antípoda do Zénite.
Meridiano Local – é a projeção na Esfera Celeste do meridiano de um lugar na
superfície da Terra. É dividido em Meridiano Superior e Meridiano Inferior.
Meridiano Superior – é o semicírculo que contém a linha dos polos e o Zénite do
observador.
Meridiano Inferior – é o semicírculo oposto, que contém a linha dos polos e o Nadir.
Horizonte Visual – é a superfície cónica, com vértice no olho do observador (L),
tangente à superfície do globo terrestre. A linha de tangência do horizonte visual com a
superfície do globo terrestre é materializada, em alto-mar, pela linha em que o céu
parece unir-se à Terra.
Horizonte Aparente – é um plano perpendicular à vertical do lugar e que contém o
olho do observador.
Horizonte Verdadeiro – é um círculo máximo da Esfera Celeste perpendicular à linha
Zênite–Nadir, que passa pelo centro da Terra.
Vertical de um Astro – é o círculo máximo da Esfera Celeste que contém a linha
Zênite–Nadir e que passa pelo astro. É, portanto, perpendicular ao plano do Horizonte.
Polo Elevado – é o polo celeste acima do horizonte.
Polo Abaixado – é o polo celeste situado abaixo do horizonte.

Os diferentes sistemas de coordenadas Astronómicas


Sistema de Coordenadas Horizontais

Os círculos máximos fundamentais de referência do Sistema de Coordenadas


Horizontais são o Horizonte (círculo máximo básico) e o Meridiano do lugar (círculo
máximo perpendicular).
As Coordenadas Horizontais ou Azimutais (altura e Azimute) permitem fixar a posição
de um astro na Esfera Celeste em relação à posição de um observador, tendo como
referência o Horizonte e o Meridiano do lugar

Coordenadas fundamentais
Azimute (Z) – Arco do horizonte compreendido entre o meridiano do lugar e a
vertical do astro.
Altura (a) – Arco da vertical do astro compreendido entre o horizonte e o astro.
Distancia Zenital de um astro – é o arco da vertical do astro entre o zénite e o
astro, medido a partir do zénite. Para todo astro acima do horizonte teremos:
Z = 90º - a
Os círculos menores da esfera celeste paralelos ao horizonte são denominados de
Almicantarados. Os astros que, num mesmo instante, estiverem sobre o mesmo
Almicantarado terão, naquele momento, a mesma altura.

Sistema de Coordenadas Horárias

O Sistema de Coordenadas Horárias tem como círculos máximos fundamentais o


Equador Celeste (círculo máximo básico) e o Meridiano Celeste do observador (círculo
máximo perpendicular). Assim, as Coordenadas Horárias permitem fixar a posição de
um astro na Esfera Celeste, num determinado instante, tendo como referências o
Equador Celeste e o Meridiano Superior do lugar onde se encontra o observador.

Declinação – Arco do meridiano do astro compreendido entre o equador e o astro,


medido para o Norte ou para o Sul, a partir do Equador Celeste, de 00º a 90º. A
Declinação é designada Norte (N) ou Sul (S), conforme o astro se encontre no
Hemisfério Norte ou no Hemisfério Sul celeste. A Declinação na Esfera Celeste
corresponde à Latitude na Terra.
Ângulo Horário – Arco do equador compreendido entre os meridianos do lugar e do
astro, medido para oeste, de 000º a 360º. O Ângulo Horário é denominado Ângulo
Horário Local (AHL) quando a origem é um Meridiano Local qualquer e Ângulo
Horário em Greenwich (AHG) quando a origem é o Meridiano de Greenwich.
Como o ângulo entre o Meridiano Local e o Meridiano de Greenwich corresponde à
Longitude do local, teremos sempre:
AHL = AHG ± LONG
Angulo no Polo (hl) – é o ângulo entre o meridiano superior do lugar e o círculo horário
do astro, medido de 000º a 180º, para leste ou para oeste do meridiano superior.
O Diagrama de Tempo na imagem ao lado é
construído tendo como ponto de vista o polo sul
da esfera celeste, olhando para o polo norte.
Nesta situação, a esfera celeste apresentaria a
configuração ilustrada na figura anterior, onde a
circunferência representa o equador celeste. A
esfera celeste, no seu movimento aparente, estaria
girando de leste para oeste. Os meridianos e
círculos horários aparecem como os raios de uma
roda, com uma única diferença, já mencionada: os meridianos permanecem fixos e os
círculos horários movem-se com os astros, no seu movimento diurno (movimento
aparente, de Leste para Oeste).
Assim, no Diagrama de Tempo pode-se imaginar todos os astros girando no sentido de
este para oeste, em torno do polo sul celeste (centro do Diagrama de Tempo).

Sistema de Coordenadas Equatoriais

No sistema equatorial, o plano principal é a projeção do equador terrestre na esfera


celeste, chamado equador celeste. A projeções dos polos terrestres na esfera celeste
definem os polos celestes Norte e Sul.
A origem do sistema de coordenadas é definido pela intersecção do equador celeste com
a eclíptica (a trajetória aparente do Sol na esfera celeste durante um ano). Este ponto é
chamado equinócio vernal ou primeiro ponto de Aries.
Quando o Sol está neste ponto temos o início do outono no hemisfério Sul e da
primavera no Norte.
A declinação δ, já foi estudada no sistema anterior
Angulo Sideral - é o arco do Equador Celeste (ou o Ângulo no Pólo) entre o Círculo
Horário do Ponto Vernal e o Círculo Horário do astro, medido desde o Círculo Horário
do Ponto Vernal, de 000º a 360º, para Oeste; isto é, a Ascensão Reta Versa (ARV) é o
complemento da Ascensão Reta (AR).
AS = 360º - AR
Ascensão Reta (AR) - de um astro é o arco do equador celeste (ou o angulo no polo)
entre o círculo horário do ponto vernal e o círculo horário do astro, medido a partir do
círculo horário do ponto vernal, de 000º a 360º, para Leste.
Ponto Vernal – como dito anteriormente é o ponto no qual a eclítica intercepta o
equador celeste quando o Sol, no seu movimento aparente de translação em torno da
terra, passa do hemisfério sul para o hemisfério norte celeste.
Sendo um ponto do equador celeste, o ponto vernal gira com a esfera celeste, no seu
movimento aparente em torno da terr a, de leste para oeste.

Transformação de
Coordenadas

Triangulo de Posição

Chama se triangulo de posição ao triangulo


esférico cujos vértices são:
 Polo Elevado
 Zénite do Observador
 Astro
O triângulo de posição é um triângulo esférico obtido combinando-se três sistemas de
coordenadas utilizados em navegação astronómica:
 Coordenadas Geográficas (Lat e Long): para fixar a posição do zénite do
observador na esfera celeste (posição assumida ou posição estimada);
 Coordenadas Horarias (AHL e Dec.): para fixar a posição do astro na esfera
celeste, no instante da observação;
 Coordenadas Horizontais (a e Az): para fixar a posição do astro em relação ao
observador, no instante da observação.

Certas incógnitas podem ser calculadas de forma analítica através das seguintes
formulas:

Fazendo agora um exercício de demostração:


Coϕ = 90˚ - 47˚ = 43˚
𝛿 = 5˚49,6’ S Alt.est. = 30˚54,8’ hl = 30˚00,0’ Zv= 215˚
Distância polar = 90˚ + 𝛿 = 95˚49,6’
Distância zenital = 90˚ - Alt.est. = 59˚5,2’

Movimentos da Terra
Os movimentos principais da Terra são:
 Rotação em torno do eixo da terra, uma vez por dia. A rotação da Terra processa
se de Oeste para Leste;
 Translação ao redor do Sol, uma vez por ano.
A terra descreve, no período de um ano um orbita elíptica em torno do sol, que ocupa
um dos focos da elipse (primeira lei de Kepler).
A velocidade orbital da terra varia, de forma que áreas iguais sejam varridas em tempos
iguais (segunda lei de Kepler)
A velocidade orbital é máxima no periélio e mínima afélio.
Além desses movimentos principais, que nos interessam mais de perto em navegação
astronómica, a terra apresenta ainda os seguintes movimentos verdadeiros:
 Precessão - em torno do eixo da eclítica, com um período de 25.775 anos
 Nutação – é pequena oscilação periódica do eixo de rotação da Terra com um
ciclo de 18,6 anos, sendo causada pela força gravitacional da Lua sobre a Terra.
A velocidade de rotação da Terra no equador é de 900 nós, pois a esfera terrestre,
com uma circunferência de 21.600 milhas náuticas, completa um giro em torno do seu
eixo em 24 horas.
A velocidade orbital média da Terra, no seu movimento anual de translação ao redor do
Sol, é de cerca de 57.907 nós.

Movimento de Rotação
Eixo de rotação da esfera celeste – é o eixo em torno do qual a esfera celeste executa o

seu movimento aparente de rotação, de leste para oeste, perfazendo uma volta completa
a cada dia. O eixo de rotação da Esfera Celeste coincide com o eixo da Terra.
Tal como o eixo da Terra varia a sua orientação Espacial, as posições nos Pólos
também se irão alterar. Atualmente, o Pólo Celeste Norte é marcado pela “cauda” da
Ursa Menor, onde está a Estrela Polar (Polaris). Porém, há cerca de 5000 anos a Estrela
Polar era “outra”, era a estrela Thuban, que pertence à Constelação do Dragão. No
entanto, o Pólo Celeste Norte tende a aproximar-se da Constelação Lira, o que
provocará nova “substituição” da Estrela Polar, provavelmente no ano 14 000, desta
feita pela estrela Vega.

Movimento de Translação
O movimento de translação da Terra é o movimento que esta faz em torno do Sol. Este
movimento tem duração de 365 dias 5 horas 48 minutos, mas podemos ainda considerar
tempos diferentes como por exemplo o ano Sideral que relaciona duas passagens
consecutivas pelo ponto Vernal. O ano Sideral, tem duração igual a 365 d 06 h 09 m
09,8 s. É este ano que intervém na terceira lei de Kepler da mecânica celeste, ao ligar as
durações das revoluções dos planetas com os eixos maiores das órbitas.

O ano trópico, tempo decorrido entre duas passagens consecutivas do Sol médio pelo
ponto Vernal, é atualmente de 365 d 05 h 48 m 45,3 s. É mais curto do que o ano
Sideral, devido à precessão dos equinócios, que faz retrogradar o ponto vernal de 50,24
segundos de arco por ano. É o ano trópico que regula o retorno das estações e que
intervém nos calendários solares.

No seu movimento de translação a Terra segue sempre a sua orbita e durante essa volta
completa em torno do Sol, devido á sua proximidade ou afastamento do mesmo, dá
origem às estações do ano. Ao ponto mais afastado do Sol dá-se o nome de Afélio e ao
ponto mais próximo do Sol dá-se o nome de Periélio.

Movimento de Precessão e
Nutação

A precessão terrestre é um movimento cónico do eixo


da Terra em torno da linha dos polos da eclítica. A
Terra completa um ciclo precessional em cada 25.800
anos, aproximadamente, ou seja, o Pólo move se cerca
de 50,28'' por ano. Este movimento não é
completamente circular. Variações na posição da Lua
com relação ao Equador Terrestre e o efeito menor de
outros astros causam ligeiras alterações no movimento precessional. O efeito
combinado destas variações recebe o nome de Nutação.
Podemos também definir Nutação como sendo a parte irregular do movimento
precessional.
Como consequências principais desses
movimentos de precessão e nutação, podemos,
então, mencionar:
Em virtude do movimento de Precessão do polo
em torno do eixo da eclítica, fixo no espaço, o
Equador celeste está continuamente a alterar a sua
orientação e, consequentemente, a linha dos
equinócios.
Se se considerar somente o efeito da precessão
lua-sol a retrogradação do ponto vernal (Precessão
dos Equinócios) durante um ano é cerca de 50,37
´´, ao longo da eclíptica.
A introdução da precessão planetária altera
ligeiramente o plano da eclíptica e modifica esse
valor para 50,26´´ valor que é conhecido como
constante de precessão.
O efeito da precessão planetária é, assim, extraordinariamente pequeno.

Princípios Básicos da Mecânica Celeste


O Problema dos dois Corpos
A mecânica celeste é o ramo da astronomia que estuda os movimentos dos corpos
celestes (naturais ou não). A principal força determinante dos movimentos celestes é a
gravitação, contudo certos corpos (satélites artificiais, cometas e asteroides) podem
sofrer a influência marcante de forças não gravitacionais como a pressão de radiação e o
atrito (com a atmosfera superior no caso dos satélites artificiais terrestres).
Consideramos até aqui que a órbita é um problema de dois corpos. Na realidade, os
planetas interferem entre si, perturbando a órbita dos outros. Ainda assim suas órbitas
não se desviam muito das cônicas, só que os elementos da órbita variam com o tempo e
precisam ser calculados por aproximações sucessivas, pois a órbita não pode ser
resolvida analiticamente. Para a órbita da Terra em torno do Sol, como a massa do Sol é
1047 vezes maior que a massa de Júpiter e Júpiter está 5,2 vezes mais distante do que o
Sol, a força gravitacional de Júpiter sobre a Terra é 28 mil vezes menor que a do Sol e,
portanto, seu efeito pode ser calculado pelo método das perturbações.

Leis de Kepler
Johannes Kepler nasceu em 1571 na cidade alemã de Weil e começou a estudar na
universidade de Tubing em 1589. Em 1594 Kepler torna se professor de matemática em
Graz, Áustria. Em 1600, foi convidado por Tycho Brahe para trabalhar em Praga. Após
a morte de Brahe em 1601, Kepler foi nomeado “Matemático Imperial”, título que teve
até 1612. Neste ano, Kepler mudou se para Linz onde ficou até 1626. Kepler morreu em
1630, na cidade de Regensburg. Com os dados de excelente qualidade de Tycho Brahe –
em particular em relação às posições de Marte.

Kepler descobriu as três leis de movimento planetário que levam o seu nome:


Lei
de Kepler
A orbita de um planeta é uma elipse ocupando o sol um dos focos, interagem apenas
pela gravitação:

Onde é a
excentricidade da elipse:
Os pontos da orbita mais próximo
e afastado do sol chamam-se
respetivamente, por periélio e
afélio.
2ª Lei de Kepler
O raio vetor planeta-Sol descreve áreas iguais em tempos iguais.
A velocidade angular do planeta em torno do Sol não é, portanto, constante, sendo
máxima no periélio e mínima no afélio.
É uma

consequência da conservação do momento angular. Assumindo que tratamos de um


sistema de 2 corpos onde a massa de um dos corpos é muito maior que o outro, temos
L = r× p = m r × (v)
Onde L é o momento (quantidade de movimento) angular, p é a quantidade de
movimento linear e r e v são o raio vetor e a velocidade do corpo mais leve de massa m.

3ª Lei de Kepler
Os quadrados dos tempos gastos pelos planetas em percorrer as suas orbitas são
proporcionais aos cubos dos seus semi eixos maiores:

No Sistema Solar, em relação ás órbitas dos planetas, M é sempre a mesma (a massa do


Sol). Logo, para qualquer planeta, r3 ∝ P2, onde r é o raio da órbita (assumindo órbita
circular); genericamente, temos a3 ∝ P2, onde a é semieixo maior da órbita elíptica
Com a terceira lei de Kepler é possível deduzir o tamanho do semieixo maior das
órbitas planetárias conhecendo o período de translação. Em outros casos, se podemos
medir o semi-eixo maior e o período, então podemos deduzir a massa do sistema.

Equação do Movimento -Problema dos Dois Corpos

As três leis dos movimentos dos planetas estabelecidas por Kepler não são
independentes umas das outras. Newton (1643-1727) demonstrou que elas podiam ser
todas deduzidas de uma única lei – a lei da atração universal:

Uma partícula de matéria no universo atrai qualquer outra partícula com uma força
diretamente proporcional ao produto das suas massas e inversamente proporcional ao
quadrado da distância entre partículas.
Newton provou também que a atração exercida por um corpo celeste de forma esférica
não se altera se se considerar toda a sua massa concentrada no centro da esfera.

Sistema Solar
Constituição do Sistema Solar

O sistema Solar encontra-se na “Via Láctea” a nossa Galáxia. O sistema solar é


composto por centenas de objectos, entre elas, Luas,
Cometas, Planetas e Estrelas.
Existem 8 Planetas no Sistema Solar, Mercúrio,
Vénus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno e Úrano e ainda 3 Planetas Anões, Plutão, Éris e
Como a Terra tem um Satélite Natural, a Lua, outros planetas também tem outras luas e
em alguns casos possuem mais de um satélite Natural.
A origem do nome “Sistema Solar” vem da única estrela do sistema, o Sol.
Existem ainda outros corpos chamados corpos menores que vagueiam no “Sistema
Solar” tais como meteoros, meteoritos e cometas.
O Sol contém 99.85% de toda a matéria do Sistema Solar. Os planetas contêm apenas
0.135% da massa do sistema solar. Júpiter contém mais do dobro da matéria de todos os
outros planetas juntos. Os satélites dos planetas, cometas, asteroides, meteoroides e o
meio interplanetário constituem os restantes 0.015%. A tabela seguinte é uma lista da
distribuição de massa no nosso Sistema Solar.

Sol Planetas Cometas Satélites Planetas Meteoros Meio


Menores Interplanetário
99.85% 0.135% 0.01% 0.00005% 0.0000002 0.0000001% 0.0000001

Os diversos Planetas do Sistema Solar estão incluídos nas seguintes categorias: Planetas
Inferiores (órbitas entre o Sol e a Terra), Planetas Superiores (Planetas que orbitam
depois da Terra); Planetas Interiores (órbitas entre o Sol e a Cintura de Asteroides) e
Planetas Exteriores (órbitas “exteriores” à Cintura de Asteroides).

*Mercúrio
Planetas Inferiores
*Vénus Planetas Interiores

Terra

*Marte
Planetas Superiores *(Cintura de Asteroides)
*Júpiter
*Saturno Planetas
*Úrano Exteriores
*Neptuno
Pela definição, o plano da elíptica e o plano de órbita da Terra em torno do Sol são os
mesmos, não sendo fixos ou constantes. A posição do plano de relação elíptica é
alterada por perturbações gravitacionais de outros planetas, mudando assim a elíptica
celeste e o polo elíptico. A latitude estrelar também muda, assim como o plano da
elíptica varia em graus. A posição das estrelas pode ser definida em relação à qualquer
plano da elíptica, ou em relação ao plano do equador da Terra.
O plano da elíptica e o equador celeste cruzam se em planos imaginários, denominados
de equinócios de primavera e outono. Em um ângulo de 23º 27' do equador celeste,
enquanto que a órbita lunar é inclinada em aproximadamente 5º 9’.
As orbitas de quase todos os planetas são aproximadamente complanares estão todos
inclinados a menos de 8º
em relação a eclíptica.

Órbita terrestre,
Estações do ano
O clima na Terra apresenta diferentes estações por causa da obliquidade da eclitica, isto
é, devido à inclinação de cerca de 23º27' (aproximadamente 23,5º) do plano equatorial
com relação ao plano da orbita da Terra. Se o eixo da Terra fosse perpendicular ao
plano de sua órbita, não existiriam as diferentes estações, havendo um clima uniforme,
muito quente no Equador (onde os raios do Sol incidiriam sempre perpendicularmente)
e muito frio nos polos e nas altas Latitudes (onde os raios do Sol incidiriam sempre
muito inclinados).
Em virtude da inclinação do plano equatorial com relação ao plano da órbita da Terra, a
altura do Sol no céu e o seu período de permanência acima do Horizonte variam durante
o ano.
No verão, o Sol alcança uma altura mais elevada no céu, e os raios solares incidem mais
na vertical (na zona tropical chegam a incidir perpendicularmente) e, portanto, de uma
forma mais concentrada. Além disso, como o Sol permanece mais tempo acima do
Horizonte, é transmitido calor à Terra (por absorção) durante um período maior do que
ela perde calor (por radiação). Por isso, as temperaturas são mais elevadas.
No inverno, as alturas atingidas pelo Sol são mais baixas, e os raios solares incidem
mais inclinados, de uma forma menos concentrada (isto é, a mesma quantidade de raios
do Sol cobre uma área maior da superfície da Terra). Ademais, como a permanência do
Sol acima do Horizonte diminui, a Terra perde mais calor por radiação do que ganha por
absorção.
Esta é uma explicação sucinta das diferenças entre as estações do ano.
Astronomicamente, as estações começam nos equinócios e solstícios.

Como já referido anteriormente a velocidade orbital da terrra é maior próxima do


periélio do que quando esta mais perto do afélio assim no hemisfério sul o verao que
começa a 22 de dezembro cerca de duas semanas antes do periélio é mais curto que o
seu inverno sendo a diferença aproximada de 4,5 dias. Para alem disso devido a
retrogradação do ponto vernal que tem como consequência a retrogradação dos
equinócios as estações do ano não são mais iguais duas a duas.
Particularidades relativas a alguns astros

Sol
O Sol é a única estrela do Sistema Solar e possui uma massa 332 900 vezes maior que a
da Terra, e um volume 1 300 000 vezes maior que o do nosso planeta. A distância da
Terra ao Sol é de cerca de 150 milhões de quilómetros, ou 1 unidade astronómica (UA).
Na verdade, esta distância varia com o ano, de um mínimo de 147,1 milhões de
quilómetros (0,9833 UA) no periélio a um máximo de 152,1 milhões de quilómetros
(1,017 UA) no afélio.
Com esta distância, o tempo médio que a luz do Sol demora a atingir o nosso planeta e
de 8 minutos. O Sol é composto principalmente por hidrogénio (74% de sua massa) e
hélio (24% da massa solar) com traços de outros elementos, incluindo Ferro, Níquel,
Oxigênio, Silício, Enxofre, Magnésio, Néon, Cálcio e Crómio.
O Sol é uma estrela magneticamente ativa, suportando um forte campo magnético, cujas
condições mudam constantemente, variando de ano para ano e revertendo a sua direcção
aproximadamente a cada 11 anos, em torno do máximo solar. O campo magnético do
Sol gera vários efeitos que são chamados de atividade solar. Estes incluem as manchas
solares na superfície do Sol, as erupções solares e as variações no vento solar. Efeitos da
atividade solar na Terra incluem auroras em médias a altas latitudes.
Acredita-se que a atividade solar tenha tido um importante papel na formação e
evolução do Sistema Solar. A atividade solar constantemente muda a estrutura da
ionosfera terrestre.
O Sol como qualquer estrela tem vida finita e um dia quando o seu fim chegar chega ao
fim também a possibilidade de vida na Terra. Nessa altura o Sol explodirá e
transformar-se-á numa Anã Branca. No diagrama seguinte podemos observar a
evolução da vida do Sol.

Lua
As fases da lua apenas dependem da incidência dos raios de luz provenientes do Sol, ou
seja, quando a Lua está entre a Terra e o Sol estamos em fase de Lua Nova pois esta
recebe luz apenas na parte que não está virada para a Terra, depois segue o Quarto
Crescente até atingir a Lua Nova, ou seja, a parte da Lua que recebe a luz é a mesma
que está virada para a Terra, depois vem o Quarto Minguante até alcançarmos de novo a
Lua Nova.
A Lua também está diretamente associada às marés, em que as marés altas ocorrem
aproximadamente no alinhamento entre os centros da Terra e da Lua.
Planetas (Vénus, Marte, Júpiter e Saturno)
Os planetas mais utilizados no âmbito de navegação astronómica são Vénus, Marte,
Júpiter e Saturno devido a sua maior proximidade com a Terra sendo assim mais
facilmente visíveis no céu.
Os planetas são tão facilmente identificados no céu porque, ao contrário das estrelas,
não cintilam. A extremamente luz fina que provem das estrelas é facilmente cortada
pelos movimentos normais do universo, ou pelo ar da atmosfera, causando assim o
efeito de alteração de cor

Vénus
É o segundo planeta do Sistema Solar e como se encontra mais próximo do Sol do que a
Terra, pode ser visto aproximadamente na mesma direcção do Sol. Vénus atinge seu
brilho máximo algumas horas antes do amanhecer ou depois do ocaso, sendo por isso
conhecido como a estrela da manhã é também chamado Estrela do Pastor.
Vénus orbita o Sol a uma distância média de cerca de 108 milhões de quilómetros
(cerca de 0,7 UA) e completa uma órbita a cada 224,65 dias. Embora todas as órbitas
planetárias sejam elípticas, a de Vénus é a mais próxima da circular.
Vénus gira sobre seu eixo a cada 243 dias terrestres. No equador, a superfície venusiana
gira a 6,5 km/h, enquanto, na Terra, a velocidade de rotação é de cerca de1.670 km/h.

Marte
É o quarto planeta do Sistema Solar e o primeiro depois da Terra situando-se entre esta
e a cintura de asteroides, a 1,5 UA do Sol. De noite, aparece como uma estrela
vermelha, razão por que os antigos romanos lhe deram o nome de Marte.
Executa uma volta (movimento de translação) em torno do Sol em 687 dias terrestres
(quase 2 anos terrestres). Marte é um planeta com algumas afinidades com a Terra: tem
um dia com uma duração muito próxima do dia terrestre e o mesmo número de estações.

Júpiter
Júpiter encontra-se a 778 547 200 km (5,204267 UA) do Sol e é o maior planeta do
Sistema Solar, tanto em diâmetro quanto em massa sendo o quinto mais próximo do
Sol. É também o primeiro planeta gasoso.
Como consequência da sua rotação rápida, de cerca de dez horas, possui o formato de
uma esfera achatada. O seu movimento de translação demora 11,86 anos. A sua
atmosfera é dividida em diversas faixas, em várias latitudes, resultando em turbulência e
tempestades onde as faixas se encontram.
Júpiter é observável a olho nu, com uma magnitude aparente máxima de -2,8, sendo no
geral o quarto objeto mais brilhante no céu, depois do Sol, da Lua e de Vénus. Por
vezes, Marte aparenta ser mais brilhante do que Júpiter.
Júpiter possui um ténue sistema de anéis, e uma poderosa magnetosfera assim como
pelo menos 64 satélites

Saturno
Saturno é o sexto planeta do Sistema Solar. É o segundo maior planeta, após Júpiter. O
seu aspeto mais característico é seu brilhante sistema de anéis, o único visível da Terra.
O movimento de rotação em volta do seu eixo demora cerca de 10 horas 14 minutos, e
cada translação a volta do Sol leva 29 anos 127 dias terrestres.
Tem cerca de 61 satélites, e está cercado por um complexo de anéis concêntricos,
composto por dezenas de anéis individuais separados por intervalos, estando o mais
exterior destes situado a 138 000 km do centro do planeta, estes anéis são geralmente
compostos por restos de meteoros e cristais de gelo.
Saturno é observado simplesmente no céu noturno como um ponto luminoso brilhante
(que não pisca) e amarelado, cujo brilho varia normalmente entre a magnitude de +1 e o
0.

Estrelas
Uma estrela é uma grande e luminosa esfera de plasma, mantida pela gravidade. A
estrela mais próxima da Terra é o Sol, que é a fonte de maior parte da energia do
planeta. Outras estrelas são visíveis da Terra durante a noite, quando não são ofuscadas
pela luz do Sol ou bloqueadas por fenómenos atmosféricos.
Historicamente, as estrelas mais importantes da esfera celeste foram agrupadas em
constelações, e as estrelas mais brilhantes ganharam nomes próprios. Extensos catálogos
de estrelas foram compostos pelos astrónomos, o que permite a existência de
designações padronizadas. A formação de uma estrela começa com uma instabilidade
gravitacional dentro da nuvem molecular, cuja formação é originada por frequentes
ondas de choque provenientes de supernovas (grandes explosões estelares) ou da colisão
de duas galáxias (como uma galáxia Starburst).
Para a Navegação Astronómica existe um conjunto de 57 estrelas presentes no Almanac
Náutico, onde podemos encontrar todas as diferentes características de cada estrela de
entre elas a Declinaçao , o Sideral Hour Angle, etc.

O Tempo
A medida de tempo é sempre da maior importância para a navegação. Na fase de
planeamento da derrota, as noções de medida de tempo são empregadas para o cálculo
da hora estimada de partida (ETD – “estimated time of departure”) do ponto inicial;
para o cálculo da hora estimada de chegada (ETA – “estimated time of arrival”) nos
diversos pontos da derrota e no porto de destino.
Na Navegação Astronômica, a hora é fundamental para obtenção de diversas
informações essenciais, entre as quais:
 Cálculo da Longitude no mar:
 Obtenção da hora do nascer e por do sol;
 Obtenção da linha de posição astronómica;
 Calcular Hora Legal, Hora Do Lugar; Hora no Mereidiano de Greenwich;
 Etc.
As unidades de tempo mais utilizadas nesta disciplina são o tempo sideral e solar.
Conceitos básicos
O Sol efetua a sua revolução diária aparente ao redor do globo terrestre em exatamente
24 horas. Isto significa que o Sol percorre 360º de Longitude em 24 horas, donde se
conclui que:

O almanaque náutico representa na sua primeira folha amarela uma tabela de conversão.

A superfície da Terra ao ser dividida 24 (horas) setores, criou diferentes Fusos Horários,
cada um com 15º de Longitude de largura. O tempo dentro de cada Fuso Horário é
marcado de acordo com a posição do Sol Médio em relação ao meridiano central do
fuso. Assim, todos os locais dentro de um determinado Fuso Horário guardam o mesmo
tempo, denominado Hora Legal. Desta forma, o tempo só é alterado quando se transita
de um Fuso Horário para outro e as mudanças são sempre feitas em incrementos de uma
hora. Como cada fuso se estende por 15º de Longitude (7,5º para cada lado do
Meridiano Central), a máxima diferença que pode existir entre a Hora Média Local e a
Hora Legal num determinado lugar é a correspondente a 7,5º, ou seja, 30 minutos de
tempo.
Os Fusos Horários em que é dividida a superfície da Terra para aplicação do conceito de
Hora Legal. Cada fuso recebe um número e uma letra de identificação. O número indica
o total de horas que é necessário somar ou subtrair da Hora Legal (Hleg) do fuso para se
obter a Hora Média de Greenwich (HMG).
Assim, a metade de Oeste deste fuso tem uma Hora Legal 12 horas atrasada em relação
à HMG e a metade Leste mantém uma Hora Legal 12 horas adiantada em relação à
HMG. Desta forma, há uma diferença de 24 horas (1 dia) entre os dois lados do
meridiano de 180º (linha internacional de mudança de data).
Hora Média Local (HML) é o ângulo entre o meridiano inferior do local e o círculo
horário do Sol Médio, medido para Oeste (W), de 00h a 24h (ou de 000º a 360º), a partir
do meridiano inferior, isto é, é o Ângulo Horário Civil (AHC ) do Sol Médio, ou ainda,
é o Ângulo Horário Local (AHL) do Sol Médio mais 180º, ou 12 horas.
Quando o meridiano de referência for o meridiano de Greenwich, a hora média é
denominada Hora média de Greenwich (HMG). Desta forma, Hora Média de
Greenwich (HMG) é o Ângulo Horário em Greenwich do Sol Médio mais 180º, ou 12
horas

Sistemas de Tempo Rotacional


São baseados no movimento da terra em torno do seu eixo de rotação.O intervalo de
tempo tem duração variável.

O dia sideral é definido como o intervalo de tempo entre duas passagens consecutivas
do ponto vernal pelo meridiano do observador. Exceto por efeitos pequenos devido às
flutuações na rotação da Terra, a hora
sideral local é simplesmente o
angulo horário do ponto vernal. A hora
sideral verdadeira é o angulo horário do
equinócio verdadeiro da data, assim como a
hora sideral média é o angulo horário do
equinócio médio da data.
Tempo solar local aparente ou
verdadeiro, dado pela posição aparente do
centro do disco solar. Esta é uma medida de tempo muito irregular, mas é a mais
intuitiva, ela está diretamente relacionada ao tempo medido num relógio de Sol. Não se
usa em Astronomia desde 1965.
Tempo solar médio (TSM), definido como o ângulo horário do Sol médio +12h (para
que o dia comece á meia-noite). O Sol médio é um objeto ficticio que se move ao longo
do equador celeste a uma velocidade uniforme, enquanto que o Sol verdadeiro move se
ao longo da eclíptica com um ritmo não uniforme (devido principalmente á elipticidade
da órbita da Terra, á inclinação da eclíptica e as perturbações devido á Lua e aos
Planetas.

Tempo Universal Coordenado


(TUC) – foi desenvolvido para conciliar as necessidades científicas de uma precisa
medição de intervalo de tempo com as dos navegantes, geodesistas e outros, que
necessitam de uma medida do tempo diretamente relacionada com a rotação da Terra. O
TUC tem, exatamente, a mesma marcha que o TAI, porém difere deste de um número
inteiro de segundos, devido aos ajustes periódicos nele introduzidos, para aproximá-lo
do HMG.
Correções no tempo universal coordenado
Para se manter o Tempo Universal Coordenado (TUC) em conformidade com a rotação
irregular da Terra, o TUC foi ajustado às 00h 00m 00s de 1º de janeiro de 1972, de
modo a coincidir com a hora astronómica (TSM), ou seja, ajustou-se o TUC num
determinado instante com a escala de tempo que representava, efetivamente, o
movimento real da Terra em torno do seu eixo. Entretanto, a variação da velocidade de
rotação terrestre faz o TUC divergir do TSM a uma razão aproximada de 2,5
milissegundos por dia. Para que o TUC não difira de uma fração maior que 0,9 segundo
em relação ao TSM, o Bureau International da Hora (BIH) estabeleceu ajustes
periódicos no TUC de exatamente 1 segundo (positivo ou negativo), no último segundo
de um mês de TUC, de preferência a 30 de junho e/ou a 31 de dezembro, às 2400 horas,
podendo ser, também, a 31 de março e/ou 30 de setembro. A data em que deve ser
efetuado o ajuste no TUC é decidida e anunciada pelo BHI, com pelo menos 8 semanas
de antecedência. As estações que transmitem sinais horários introduzem este ajuste
automaticamente.

Tempo atómico
A definição do sistema de tempo atómico (TAI, Tempo Atómico Internacional) não está
relacionado á astronomia, mas sim á física atómica. O tempo atómico é baseado em uma
transição hiperfina do Césio-133, correspondente a uma radiação em micro-ondas de
cerca de 3,26 cm ou 9,19 GHz. Desde 1972, o TAI é utilizado oficialmente como escala
de tempo padrão a partir do qual as outras escalas de tempo podem ser derivadas. A
grande vantagem do TAI sobre
O tempo dinâmico é que o TAI não depende da análise das observações dos
movimentos dos astros e pode ser obtido imediatamente. Além disto, o TAI é
determinado com uma precisão de 2 ×10−14 segundos, isto é, uma precisão de 1
segundo em 1.400.000 anos (um bom relógio comercial tem uma precisão de 1 segundo
em alguns dias). Num futuro próximo a precisão do TAI pode chegar a 10−16 segundos.

Sistemas de Tempo Dinâmico


São baseados no movimento de translação da terra a volta do sol. O seu intervalo de
tempo tem uma variação uniforme.
O tempo das efemérides, atualmente chamado de Tempo Dinâmico Terrestre, é a
variável independente que entra nas expressões que nos dão a posição de planetas e de
seus satélites em algum sistema de coordenadas, como o sistema de coordenadas
eclípticas.
Substituiu o tempo das efemérides (TE) no qual a unidade de duração é baseada no
movimento orbital da Terra, Lua ou Planetas.
TDT = TAI + 32,184

Tempo GPS
Cada um dos 24 satélites do GPS (Sistema de Posicionamento Global) tem dois ou três
relógios atómicos, controlados ao minuto com grande rigor pelo Departamento de
Defesa dos EUA, que define a 'Hora GPS' através das médias ponderadas das horas de
todos os satélites da rede. Esta hora está desfasada em 14 segundos da 'Hora UTC'
(Tempo Universal Coordenado), padrão da hora mundial definido pelo IERS
(International Earth Rotation Service), um organismo independente sediado no
Observatório Astronómico de Paris. A diferença de 14 segundos deve-se ao facto de a
força da gravidade da Terra ser menor aos 20.200 km de altitude a que se encontram os
satélites, o que faz com que o tempo passe mais depressa - um efeito explicado pela
Teoria da Relatividade Geral de Einstein. Cada satélite transporta quatro relógio: dois
de rubídio e dois de césio.

Conclusão
Com este trabalho pude compreender muito melhor a matéria, e retirar mais
conhecimento para a minha futura profissão.
Pude compreender que a Terra esta em contante evolução no seu movimento o que
depois tem consequências noutras matérias tais como a esfera celeste, as estações do
ano e até para os mais crentes na Astrologia.
Com o estudo sobre o Tempo pude também perceber quais os referencias mais
utilizados para o estabelecer algo que desde criança tinha posto em causa, de onde
provinha o tempo que utilizamos, os fusos, etc.
Percebi também o porquê de certos planetas e estrelas serem as mais importantes para a
navegação astronómica.
Em suma, a Astronomia Náutica é uma ciência que engloba muitas outras áreas desde a
matemática a geodesia etc. E que para o mercado de trabalho atual não nos pudemos
cingir apenas a uma determinada matéria na nossa vida, temos que estar sempre prontos
a obter novos conhecimentos visto que o mundo está em constante evolução
tecnológica, e é crucial ter as bases tradicionais presentes, de modo a que se essa
tecnologia falhe estarmos aptos para tal desafio. “Treinos Difíceis, Combates Fáceis!”

Bibliografia
Apontamentos de Navegação Astronómica
Manuel A. Ribeiro do Carmo.
ENIDH. Paço d'Arcos

American Practical Navigation (BOWDITCH), 1977


Defense Mapping Agency Hydrographic Center

Astronomia y Navegacion, Vol.1, 3ª Ed.


Moreu Curbera, Martinez Jiménez
Vigo

Manual de Navegação, 4ªEd. 1989


Instituto Hidrográfico, Lisboa

Astronomia Náutica
Escola Naval

Navegação Astronómica
Escola Naval

Astronomia de Posiçao
Gastão Bierrenbach Lima Neto
Astronomia Náutica
E. Da Silva Gameiro
https://pt.wikipedia.org/wiki/
http://raphaelalves.blogspot.com/2010/05/os-movimentos-da-
terra.html#axzz5Z18Cirx2

Você também pode gostar