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ÍNDICE

PREFÁCIO A vida de um escritor (por José Eduardo Agualusa) 2

APRESENTAÇÃO Escrever um conto 3

Conto inédito de José Eduardo Agualusa — «Ada e a pequena fada» 4

1. Procurar ideias e torná-las claras 8

2. Fazer o mapa do conto 10

3. As personagens do conto 12

4. O desenvolvimento do conto — a ação 14

5. A introdução do conto 16

6. A redação do conto 18

7. O rascunho do teu conto 20

8. A revisão do rascunho 22

9. O teu conto revisto 24

10. A correção de erros 26

11. A edição e a publicação 28

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PREFÁCIO

A vida de um escritor
Olá! Chamo-me José Eduardo Agualusa, e sou escritor.
Escrevo livros para crianças e para adultos. Também escrevo
poesia e relatos de viagens. Um escritor trabalha quase sempre
sozinho, em sua casa, o que a mim me parece excelente por vários
motivos: não preciso de me deslocar para o trabalho. Também não
estou preso a um horário rígido. Se não me apetecer trabalhar, vou
correr junto ao rio. Vou à praia. Posso ir ao cinema, à tarde,
enquanto a maioria dos restantes adultos estão a trabalhar, fechados
em escritórios.
É um trabalho muito tranquilo. Em contrapartida, um escritor
tem de ter muita disciplina, porque os livros não se escrevem sozinhos.
Na prática, trabalhamos todos os dias, incluindo domingos e feriados,
e não fazemos férias. Um escritor precisa estar muito atento ao que
o rodeia. As histórias estão por toda a parte. Às vezes acordo de noite,
com um sonho, e esse sonho leva-me a escrever uma história.
Pode-se dizer, então, que mesmo enquanto dormimos estamos
a trabalhar. Sonhar faz parte do nosso trabalho.
José Eduardo Agualusa

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APRESENTAÇÃO

Escrever um conto
Escrever um conto é uma manifestação de criatividade
que combina a capacidade que a imaginação tem de se libertar
e fantasiar e a aplicação de um conjunto de regras e de técnicas
de planificação. Estas regras e técnicas ajudam, antes da redação,
a pensar nas ideias a desenvolver, a elaborar o mapa da história
e a inventar e a caracterizar as personagens e as aventuras que elas
vão viver, … de forma organizada. Desta forma, um conto escrito
poderá tornar-se mais interessante e capaz de prender a atenção
do leitor, do princípio ao fim.
Este caderno vai ajudar-te a ser um verdadeiro escritor.
A partir de um conto inédito de José Eduardo Agualusa,
«Ada e a pequena fada», ser-te-ão apresentadas, passo a passo,
todas as fases de planificação, de redação, de revisão e de edição
de uma história para que possas escrever e também editar e publicar
o teu conto.
Aprende, diverte-te e surpreende…

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Ada e a pequena fada
Tudo começou num domingo de inverno, mas cheio de sol,
quando Adamantina, uma menina morena, cabelos ondulados, de oito
anos, a quem toda a gente chamava Ada, ouviu pela primeira vez
o cantor e compositor brasileiro Luís Melodia interpretar «Fadas»,
que começa assim: «Fadas: inseto voa cego, sem direção.»
Correu a perguntar ao pai:
— Papá, as fadas são insetos?
O pai de Ada, Vladimiro, raramente sorria. Há anos que
ninguém o via soltar uma gargalhada. Ada e o irmão, Júlio, um menino
de catorze anos, alto e magro como um poste, bem se esforçavam
por o fazer rir, mas sem sucesso. Vladimiro, biólogo de profissão, era
o que se costuma chamar um homem sorumbático — palavra, aliás,
muito curiosa, porque vem de sombra. «Sombrático» seria alguém
cheio de sombras. Com o passar do tempo, «sombrático» transformou-se
em sorumbático. As palavras, como as pessoas, evoluem, modificam-se.
Era, pois, um domingo tranquilo, após o almoço. Vladimiro lia
o jornal, sentado num velho cadeirão de couro, enquanto cofiava
o bigode grisalho. Não fosse estar quase inteiramente careca,
ninguém lhe daria mais de quarenta anos. Tinha cinquenta.
Ergueu os olhos e pousou-os na filha, muito sério:
— Não existem fadas.
A menina hesitou um instante:

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— E então se existissem? Se existissem seriam insetos?
— Insetos? Deixa-me pensar, filha. As fadas têm asas?
— Sim, as fadas têm asas.
— Insetos costumam ter asas. E antenas, as fadas têm antenas?
— Algumas sim. Algumas têm antenas.
— Insetos têm sempre antenas. E pernas? Quantas pernas têm?
— Duas, claro!
— E braços?
— Dois!
— Portanto as fadas, se existissem fadas, não poderiam ser
classificadas como insetos. Os insetos possuem seis patas. Satisfeita?
Ada acenou com a cabeça. Sentia-se mais aliviada. Desagradava-lhe
que as fadas, mesmo não existindo, fossem consideradas insetos,
integrando assim a vasta família das baratas e dos mosquitos. Ada não
gostava nem de baratas nem de mosquitos. Odiava sobretudo os
mosquitos. A mãe, Matilde, bióloga como o pai, morrera tinha ela dois
anos, depois de contrair malária numa viagem a um pequeno país da
costa oriental de África. A malária, doença provocada pela picada de
um mosquito, mata todos os anos milhões de pessoas em países tropicais.
Nessa noite, ao deitar-se, Ada pediu ao pai para lhe contar uma
história da mãe. Vladimiro suspirou. Gostava de partilhar com
os filhos episódios divertidos da vida de Matilde. Era uma maneira
de apaziguar as saudades. Contudo, de tanto repetir as mesmas
histórias começava a sentir que as inventara. Por vezes parecia-lhe
que inventara Matilde de uma ponta à outra.
Ada fechou os olhos. Vladimiro, pensando que a filha adormecera,
beijou-a e saiu do quarto. Então, a menina voltou a abrir os olhos.
O pai já lhe contara várias vezes aquela história. A cada repetição,
porém, acrescentava alguma coisa. Terminava, ia-se embora,
e Ada ficava acordada durante algum tempo, esforçando-se por
recordar o rosto da mãe.
Podemos amar alguém de quem mal nos lembramos?
Às vezes sentia que estava a crescer pela metade. Uma parte
dela não conseguia crescer, porque lhe faltava o abraço da mãe.
Pensava nisto quando a distraiu um leve ruído. Tão leve, tão macio
que, ao princípio, Ada julgou tratar-se das árvores, lá fora, movendo-se
com a brisa. Depois apurou o ouvido e pareceu-lhe um choro.
Alguém — alguma coisa — chorava debaixo da sua cama.
5

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Levantou-se, muito assustada, ajoelhou-se no chão e espreitou.
Viu, na penumbra, um lumezinho brilhando. Distinguiu, a seguir,
as pequenas asas, quase transparentes, o cabelo longo, verde-esmeralda,
umas mãos de dedos muito finos. O brilho vinha das asas.
— És uma fada, tu? Porque é que choras?
A pequena fada enxugou os olhos. Olhou-a aborrecida:
— São duas perguntas, Ada. Tens de aprender a fazer uma
pergunta de cada vez.
— És uma fada? Como te chamas? Como sabes o meu nome?
— Por favor, uma pergunta de cada vez!
— És uma fada?
— Ainda não. Pelo menos ainda não sou uma fada completa.
Estou a aprender.
— Como te chamas?
— Gertrudes.
— Gertrudes?! Gertrudes não é nome de fada!
— Porque não? É apenas um nome.
Ada hesitou um instante. Depois concordou. Baba de camelo,
por exemplo, não é um nome bonito para um doce, mas o doce com
esse nome é muito bom. Os nomes não são importantes. Não se
comem. O importante é o que está dentro dos nomes.

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— Porque estavas a chorar?
— Perdi-me. Brincava na floresta e de repente achei-me aqui.
Assustei-me. Foste tu que me chamaste?
— Eu não chamei ninguém...
— Talvez me tenhas chamado, e não deste por isso. Também eu
respondi ao teu apelo sem dar por isso. Vim porque tu me mereces.
Estou aqui porque precisas de mim.
— O que podes fazer por uma menina como eu?
— Não sei. Também estou a aprender. De que precisas tu?
— Eu queria a minha mãe.
— Uma mãe?! Sou apenas uma fada-aprendiza e tu pedes-me
uma mãe? Uma mãe está muito para além das minhas competências.
Não consigo dar-te uma mãe. Não preferes antes um chocolate?
— Não. Quero a minha mãe!
— Um gatinho, então? Gatos são fofos.
— Quero a minha mãe!
Gertrudes sacudiu as asas, impaciente, e ao fazer isso o quarto
encheu-se de uma bela luz cor de laranja:
— Há coisas que nenhuma fada te pode dar, Ada. Uma mãe
é uma imensidão. Vais ter de a procurar dentro de ti. Se conseguiste
chamar-me a mim, que só existo para quem sabe sonhar, vais
conseguir encontrar a tua mãe. Eu posso, sim, dar-te a minha
amizade. Virei todas as noites conversar contigo.
— E que mais podes fazer?
— Não sei. Posso fazer com que o teu pai volte a sorrir.
— Como podes fazer isso?
— Cócegas?...
— Cócegas?! O meu pai não tem cócegas!
— ... Ou então posso encher de luz os sonhos dele.
Fosse porque Gertrudes conseguiu realmente iluminar os sonhos
de Vladimiro, fosse porque o sorriso de Ada ganhou, desde essa noite,
uma outra luz, e vê-la sorrir era contagioso, o certo é que Vladimiro
perdeu o ar sorumbático e passou a surpreender os filhos com as suas
gargalhadas. Uma noite confessou a Ada que vinha, há alguns meses,
sonhando com fadas: «São sonhos bons», disse: «Os sonhos bons
melhoram muito a realidade.»
José Eduardo Agualusa
(conto inédito)

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1. Procurar ideias e torná-las claras
Agora vais escrever uma história. E, na qualidade de escritor, a primeira coisa a fazer
é pensar no que vais contar e a quem. Um escritor de contos parte sempre de uma ideia.
No conto «Ada e a pequena fada», a ideia inicial é apresentada no primeiro parágrafo:

«Tudo começou quando Adamantina, uma menina morena, cabelos


ondulados, de oito anos, a quem toda a gente chamava Ada, ouviu pela primeira
vez o cantor e compositor brasileiro Luís Melodia interpretar "Fadas", que começa
assim: "Fadas: inseto voa cego, sem direção." Correu a perguntar ao pai:
— Papá, as fadas são insetos?»

Esta ideia funciona como um motor que vai dar origem ao desenrolar
do conto. Além de imaginar a ideia, o autor deve pensar nos leitores a quem
o seu conto se destina, pois é diferente escrever uma história para crianças
de quatro anos ou para adolescentes de doze.

Atividades prévias

1.1 Escreve um título para a história que corresponda a cada uma das seguintes ideias.

IDEIAS TÍTULOS

Um menino vive numa floresta com um grupo


de animais que o querem levar para uma aldeia
de homens.
Um carpinteiro fabrica um boneco de madeira
que ganha vida.
Uns meninos encontram uma casa de chocolate
que pertence a uma bruxa, na floresta.

1.2 Escreve os títulos de dois contos que conheças e escreve a ideia de cada um deles.
Segue o exemplo.

TÍTULOS IDEIAS
Branca de Neve Uma princesa é mandada pela madrasta
à floresta para morrer às mãos de um soldado.

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1.3 Escreve o título de uma história que contarias a uma pessoa de cada uma das
seguintes idades.
Quatro anos:
Dez anos:
Vinte anos:

1.4 Escreve duas ideias que possam dar lugar a diferentes contos. Depois, escreve
os títulos correspondentes.

Expressa cada ideia como uma


situação inicial (problema) que se apresenta
a uma personagem. Imagina:
Situações inesperadas ou absurdas.
Por exemplo, um pato está convencido
de que é um elefante.
Acontecimentos fantásticos. Por exemplo,
um menino que sai de uma lata de conservas.
Aventuras emocionantes. Por exemplo,
uma menina cujo maior desejo é voar.

IDEIAS TÍTULOS

O teu conto: a ideia inicial

Completa o quadro que se segue com os dados do teu conto. Podes escolher
uma das ideias que escreveste antes ou inventar uma nova.

Título:
Autor:
Leitores:
Ideia da história:

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2. Fazer o mapa do conto
Nos contos, é habitual acontecerem muitas coisas. Apesar disso, quando lês uma história,
não te perdes: há um caminho, um enredo, que te conduz, através das diferentes aventuras, até ao
desenlace, a conclusão. Como escritor de histórias, deves procurar que os teus leitores não se percam.
Para o conseguires, desde o início deverás ter sempre claro o mapa/esquema do teu conto.
No conto «Ada e a pequena fada», o autor, José Eduardo Agualusa, depois de apresentar
a situação inicial, o problema, conta as aventuras que as personagens vivem para resolver esse problema.
Portanto, essas aventuras correspondem a um mapa como o que se segue:

TÍTULO
Ada e a pequena fada

SITUAÇÃO INICIAL (problema) CONCLUSÃO (solução)


Um dia, Ada tem curiosidade e está Ada descobre que as fadas não são insetos
preocupada em saber se as fadas são e que podem ser boas amigas ajudando
insetos. a resolver os problemas das pessoas.

Atividades prévias

2.1 Completa o mapa que se segue com uma história que conheças.

TÍTULO

SITUAÇÃO INICIAL (problema) CONCLUSÃO (solução)

2.2 Inventa uma conclusão Para procurares a solução, responde:


(solução) para cada um
Como poderia terminar tudo?
destes problemas.
Quem poderia intervir?

SITUAÇÕES INICIAIS (problemas) CONCLUSÕES (soluções)

O filho de um rei estava sempre triste:


não sabia rir.

Um ouriço estava muito preocupado


porque tinha perdido os picos.

10

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2.3 Inventa duas situações (problemas) que possam dar origem a duas histórias,
com as respetivas conclusões (soluções).

SITUAÇÕES INICIAIS (problemas) CONCLUSÕES (soluções)

2.4 Completa o mapa que se segue com uma das ideias que escreveste
na atividade anterior.

TÍTULO

SITUAÇÃO INICIAL (problema) CONCLUSÃO (solução)

O teu conto: o mapa

Completa o mapa do teu conto a partir do quadro que preencheste na página 9.

TÍTULO

SITUAÇÃO INICIAL (problema) CONCLUSÃO (solução)

11

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3. As personagens do conto
Talvez tenhas esquecido muitas das histórias que leste, mas certamente que te lembras das suas
personagens. Para o teu conto, deves criar personagens que os leitores não esqueçam facilmente.
As personagens das histórias são normalmente pessoas ou animais. Por vezes, são coisas.
No entanto, falam e comportam-se sempre como se fossem pessoas. As personagens principais
de uma história são os protagonistas. Para fazeres uma boa descrição das personagens, deves pensar
nas suas características físicas e psicológicas.

Atividades prévias

3.1 Tomando como base o conto «Ada e a pequena fada», escreve os nomes
de personagens de cada tipo.
PESSOAS

COISAS

3.2 Lê as características das personagens do conto que se apresentam. Descobre quem


são e escreve os seus nomes.

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS CARACTERÍSTICAS PSICOLÓGICAS

Tem oito anos de idade. É curiosa e esperta.


Os cabelos são ondulados. É amiga do pai.
A pele é morena. Está triste, com saudades da mãe.
É bondosa e generosa.
Gosta de sonhar

Nome:

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS CARACTERÍSTICAS PSICOLÓGICAS

É pequena. Está assustada e chorosa.


Tem duas asas quase transparentes e brilhantes. É generosa e amiga de ajudar.
O cabelo é longo e verde-esmeralda. Está impaciente.
Os dedos das mãos são muito finos. É um pouco autoritária.

Nome:

12

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3.3 Escreve as características de outras personagens do conto
«Ada e a pequena fada».

Para descreveres cada personagem, deves ter em conta:


Características físicas
Aspeto geral: idade, constituição, …
Aspetos destacados: forma e cor do cabelo, as mãos, os olhos, …
Como está vestida.
Características psicológicas
Maneira de ser: alegre, resmungona, travessa, triste, calma, …
Gostos e preferências: desportista, leitora, gosta da Natureza, …
Algum poder especial, se tiver.

Nome da personagem 1:
Características físicas:
Características psicológicas:

Nome da personagem 2:
Características físicas:
Características psicológicas:

O teu conto: as personagens

Imagina as personagens do teu conto. Escreve os seus nomes e características.

Personagem principal:
Características físicas:

Características psicológicas:

Outra personagem principal:


Características físicas:

Características psicológicas:

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4. O desenvolvimento do conto — a ação
Quando lês uma história ou vês um filme, gostas que aconteçam muitas coisas, que haja muita
ação. Para o teu conto, deves escrever aventuras que apaixonem os leitores.
As aventuras que as personagens vivem constituem a ação da história. Normalmente, contam-se
por ordem cronológica, ou seja, a ordem pela qual acontecem. Se a história for longa, as aventuras
organizam-se em vários episódios.
O mapa da história será agora assim:

TÍTULO

SITUAÇÃO INICIAL DESENVOLVIMENTO CONCLUSÃO


(problema) (ação) (solução)

Atividades prévias

4.1 Volta a ler o conto «Ada e a pequena fada» e numera os episódios descritos
no esquema abaixo segundo a ordem pela qual tiveram lugar.

TÍTULO
Ada e a pequena fada

SITUAÇÃO INICIAL DESENVOLVIMENTO CONCLUSÃO


(problema) (ação) (solução)
Ada tem Episódio : A fada ajuda Ada e Vladimiro. Vladimiro
curiosidade em Episódio : Ada fica aliviada, pois não começou
saber se as fadas gosta de insetos. a sonhar
são insetos. com fadas
Episódio : Durante a noite, Ada
e voltou
encontra uma fada perdida no seu quarto
a ser feliz.
e pede-lhe ajuda.
Episódio : Ada está preocupada sem
saber se as fadas são insetos.
Episódio : O pai, sempre sisudo
e triste, afirma que as fadas não existem
e que mesmo que existissem nunca
seriam insetos.

Para inventares a ação de uma história,


tem presente apenas as aventuras mais importantes,
que conduzam do problema até à solução.
Não redijas ainda a história completa.
Podes fazê-lo mais tarde.

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4.2 Completa o mapa da história que se segue, intitulada «O elefante que queria
ir para a selva».

SITUAÇÃO INICIAL DESENVOLVIMENTO CONCLUSÃO


(problema) (ação) (solução)
Um elefante Episódio 1: Uma noite, o elefante fugiu do No fim,
sentia-se muito Jardim Zoológico com a ajuda dos macacos.
triste no Jardim Partiu para a cidade, enquanto o cão de
Zoológico porque guarda do Jardim Zoológico o perseguia.
queria voltar para Episódio 2: O elefante entrou numa loja de
a selva. máscaras, onde

Episódio 3:

O teu conto: o desenvolvimento — a ação

Copia a situação inicial e a conclusão do teu conto, que escreveste na página 11.
Depois, escreve o desenvolvimento (a ação), de modo que tenha, pelo menos,
três episódios.

SITUAÇÃO INICIAL (problema):


DESENVOLVIMENTO (ação):
Episódio 1:
Episódio 2:
Episódio 3:
CONCLUSÃO (solução): N$ø $fiµ,

15

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5. A introdução do conto
Quando vês as primeiras imagens de um filme, ficas com uma ideia de onde e quando se irá
desenvolver. É isso que os leitores do teu conto também devem pensar quando leem as primeiras
linhas do mesmo. No início da história, descreve-se o lugar e o tempo em que a narrativa
decorre e apresenta-se a personagem principal. Por outras palavras, faz-se a introdução do conto.

Atividades prévias

5.1 Lê a introdução do conto «Ada e a pequena fada», onde se faz a localização


temporal e espacial e se apresenta a personagem principal. Depois, completa.

«Tudo começou num domingo de inverno, mas cheio de sol, quando Adamantina,
uma menina morena, cabelos ondulados, de oito anos, a quem toda a gente chamava Ada,
ouviu pela primeira vez o cantor e compositor brasileiro Luís Melodia interpretar "Fadas",
que começa assim: "Fadas: inseto voa cego, sem direção." Correu a perguntar ao pai:
— Papá, as fadas são insetos?
O pai de Ada, Vladimiro, raramente sorria. Há anos que ninguém o via soltar uma
gargalhada. Ada e o irmão, Júlio, um menino de catorze anos, alto e magro como um poste,
bem se esforçavam por o fazer rir, mas sem sucesso. Vladimiro, biólogo de profissão,
era o que se costuma chamar um homem sorumbático [...].
Era pois um domingo tranquilo...»

ESPAÇO TEMPO PERSONAGEM PRINCIPAL


Onde decorre a narrativa? Quando acontece a ação? Quem é e que características
físicas e psicológicas apresenta?

5.2 Inventa e escreve no teu caderno diário as introduções de cinco histórias diferentes
ligando as ideias das três colunas de diferentes maneiras.

ESPAÇO TEMPO PERSONAGEM PRINCIPAL


Nas geladas terras do Polo Dois dias antes do Natal Uma família excessivamente
Norte. do ano passado. medrosa.

Na montra da loja de uma Numa clara e fria noite Um pequeno e travesso livro.
cidade longínqua. de início de inverno.

No mar, perto da praia Ao entardecer de um dia O maior urso branco do Mundo.


da Nazaré. quente no tempo dos castelos.

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5.3 Escolhe um espaço, um tempo e uma personagem principal da atividade anterior
e escreve a introdução de uma história.

Para descreveres a personagem principal, tem em conta


aquilo que aprendeste nas páginas 12 e 13.

Para fazeres a localização espacial, tem em conta:


Que sítio é e onde se encontra: uma aldeia no meio do
deserto, um planeta da galáxia ZX708, …
Como são os elementos que o constituem: uma praça
rodeada de altos edifícios cinzentos, uma clareira, ...
Que sensações transmite esse espaço: é aborrecido,
cheio de vida, ...

Para fazeres a localização temporal, tem em conta:


Em que época da história sucedem os factos: há
milhares de anos, no ano passado, em 2045, …
A estação do ano, o momento do dia e o tempo
atmosférico: uma tarde nublada de primavera, ...
A relação com outros factos: quando existiam
os dinossauros, …

O teu conto: a introdução

Anota de seguida as ideias para a introdução do teu conto. Tem em conta as


características das personagens que anotaste na página 13. Depois, escreve o início
da tua história nas páginas 20 e 21.

Espaço:
Tempo:
Personagem principal:

17

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6. A redação do conto
Depois de se escrever a localização da história e de se apresentar a personagem principal,
redige-se o conto, ou seja, narra-se tudo o que acontece, seguindo uma ordem:
Primeiro, expõe-se o problema, começando pelo facto que desencadeia a história.
Este facto, normalmente, começa com expressões como: Tudo começou…, Um dia…, De repente…,
A determinado momento, …
Depois, narra-se a ação, contando os episódios de forma organizada.
Por último, apresenta-se a conclusão/solução.
Assim, faz-se o primeiro rascunho da história. O mapa tem agora a seguinte forma:

TÍTULO

INTRODUÇÃO HISTÓRIA

SITUAÇÃO INICIAL DESENVOLVIMENTO CONCLUSÃO


(problema) (ação) (solução)

Atividades prévias

6.1 Observa os elementos do mapa do conto «Ada e a pequena fada».

INTRODUÇÃO

Espaço: Em casa, na sala e no quarto de Ada.


Tempo: Num domingo tranquilo de inverno, depois do almoço e à noite.
Personagem principal: Ada, uma menina morena, cabelos ondulados, com oito anos de idade.

HISTÓRIA

SITUAÇÃO INICIAL DESENVOLVIMENTO CONCLUSÃO


(problema) (ação) (solução)

Ada tem Episódio 1: Ada está preocupada sem Vladimiro


curiosidade saber se as fadas são insetos. começou
em saber Episódio 2: O pai, sempre sisudo e triste, a sonhar
se as fadas afirma que as fadas não existem e que com fadas
são insetos. mesmo que existissem nunca seriam e voltou
insetos. a ser feliz.
Episódio 3: Ada fica aliviada, pois não
gosta de insetos.
Episódio 4: Durante a noite, Ada encontra
uma fada perdida no seu quarto e pede-
-lhe ajuda.
Episódio 5: A fada ajuda Ada e Vladimiro.

18

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6.2 Lê o início da narrativa de «Ada e a pequena fada».

ADA E A PEQUENA FADA

«Tudo começou num domingo de inverno, mas cheio de sol, quando Adamantina,
uma menina morena, cabelos ondulados, de oito anos, a quem toda a gente chamava Ada,
ouviu pela primeira vez o cantor e compositor brasileiro Luís Melodia interpretar «Fadas»,
que começa assim: "Fadas: inseto voa cego, sem direção." Correu a perguntar ao pai:
— Papá, as fadas são insetos? [...]»

6.3 Responde às questões.


Com que palavras começa a apresentação do início da história?

Qual é o acontecimento que desencadeia a história?

Qual é o problema?

6.4 Continua a narração da história oralmente. Usa o esquema da página anterior


como guião.

Para narrares os acontecimentos por


ordem, usa expressões de tempo
como:
então, imediatamente, passado
pouco tempo, ao amanhecer,
uns dias depois, …

O teu conto: a redação

Redige o conto nas páginas 20 e 21. Usa como guião o esquema que fizeste
na página 15. Não te esqueças de começar pelo acontecimento que desencadeia
a história, de expor o problema e de narrar os episódios pela ordem certa.
No fim, revela a conclusão.
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7. O rascunho do teu conto
Começa por escrever a introdução do conto definindo primeiro a localização espacial e temporal
da história e apresentando as personagens intervenientes. Segue as instruções da página 17.
Depois, redige o teu conto. Segue as instruções da página 19.

Título

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8. A revisão do rascunho
Muitas pessoas vão ler o conto que escreveste. Por esse motivo, tens de o rever bem, para que
fique o melhor possível.
O autor revê o rascunho do conto para verificar se está de acordo com o que se propunha
e para o melhorar. Depois, reescreve a história corrigindo os erros e acertando as ideias.

Atividades prévias

8.1 Lê o rascunho da história que se apresenta de seguida.

O OURIÇO

Num bonito bosque, vivia em tempos uma família de ouriços. Todos viviam felizes
e tranquilos porque, graças aos seus picos, os lobos não os podiam comer. Um dia, nasceu
um ouriço sem picos. Mais tarde, quando este cresceu, o pobrezinho não podia ir passear
com os irmãos. Então, o pequeno ouriço pediu ajuda aos pássaros e até ao seu amigo urso,
mas ninguém o pôde ajudar. No fim, o ouriço foi visitar o gnomo Flop, que era muito sábio,
e os dois tornaram-se grandes amigos.

8.2 Responde às questões.


a) Achas que o título da história está bem escolhido? Porquê?

b) A localização espacial e temporal e a apresentação da personagem principal são claras?


Porquê?
c) Quem é a personagem principal?
d) Tem nome?
e) As suas características estão bem descritas? Porquê?

f) Achas que as aventuras estão completas? Porquê?

g) As aventuras conduzem do problema até à solução? Porquê?

h) A solução do problema apresentado é acertada? Porquê?

i) Que expressões de tempo se utilizam?


j) Seria melhor incluir diálogo? Onde?

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8.3 Reescreve a história introduzindo as alterações necessárias.

O teu conto: a revisão

Lê o teu conto e assinala aquilo que podes fazer para o melhorar.

Escrever um título mais adequado.


Modificar a redação da apresentação para que seja mais clara.
Completar a redação da apresentação para que seja mais atrativa.
Descrever melhor as personagens para que sejam mais interessantes.
Expor com mais clareza o facto que desencadeia a história.
Relacionar melhor as aventuras para que conduzam do problema até à solução.
Incluir expressões de tempo (no dia seguinte, anos mais tarde, nessa manhã, etc.).
Modificar a solução para que a história termine bem.
Mudar algumas palavras para que se adaptem melhor aos leitores a que o conto se destina.
Introduzir diálogos para imprimir ritmo e vivacidade à história.
Acrescentar pormenores e descrições para que os leitores imaginem melhor o que se conta.

Pede a um amigo que leia o teu conto e anota aqui as suas opiniões.

Reescreve a tua história nas páginas seguintes, fazendo as alterações necessárias.

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9. O teu conto revisto
Revê o teu conto e escreve-o novamente, com as alterações necessárias.
Segue as instruções da página 23.

Título

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10. A correção de erros
Para que não «escape» nenhum erro e o teu conto seja bem apresentado, deves corrigi-lo.
Volta a ler o conto revisto para verificares se está bem dividido em parágrafos, se a redação
das frases é a correta, se há falhas ortográficas, se os sinais de pontuação estão bem utilizados
e se há algum outro erro.

Atividades prévias

10.1 Observa a correção deste excerto do conto «Ada e a pequena fada».

10.2 O excerto do mesmo conto que se segue tem de estar distribuído em dois
parágrafos. Traça uma linha de cor que separe o primeiro do segundo parágrafo.

«O pai dobrou o jornal. Tirou os óculos. Puxou Ada de encontro ao peito. Beijou-a
na testa, sentou-a ao colo. — Insetos? Deixa-me pensar, filha. As fadas têm asas?»

10.3 Coloca os acentos e os travessões que faltam nos diálogos do excerto do conto
que se segue e corrige-o ortograficamente.

— És uma fada, tu? Porque é que choras?


A pequena fada enxugou os olhos. Olhou-a aborrecida:
São duas perguntas, Ada. Tens de aprender a fazer uma pergunta de cada vez.
Es uma fada? Como te chamas? Como sabes o meu nome?
— Por favor, uma pergunta de cada vez!
— És uma fada?
Ainda não. Pelo menos ainda não sou uma fada completa. Estou a aprender.
Como te chamas?
— Gertrudes.
Gertrudes?! Gertrudes não e nome de fada!
Porque nao? É apenas um nome.»

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10.4 No excerto do conto que se segue, há algumas vírgulas que deveriam ser pontos.
Escreve os pontos e as letras maiúsculas necessários.

«Ada hesitou um instante, Depois concordou baba de camelo, por exemplo, não é um
nome bonito para um doce, mas o doce com esse nome é muito bom. Os nomes não são
importantes. Não se comem, O importante é o que está dentro dos nomes,
— Porque estavas a chorar?
— Perdi-me. Brincava na floresta e de repente achei-me aqui. Assustei-me, foste tu que
me chamaste?»

10.5 Sublinha em A e em B o texto que ilustra o desenho.

A B

a) «— És uma fada, tu? Porque é que choras?» a) «Vladimiro perdeu o ar sorumbático [...]»
b) «O pai dobrou o jornal. Tirou os óculos. b) «Gertrudes sacudiu as asas […]»

O teu conto: a correção de erros

Reflete sobre os erros que deves corrigir no teu conto. Esta lista irá ajudar-te.

Distribuir melhor a história por parágrafos.


Redigir algumas frases de forma clara e correta.
Usar os pontos e as vírgulas nos lugares adequados.
Colocar bem os pontos de interrogação e de exclamação.
Acrescentar o travessão nos diálogos.
Corrigir os erros de ortografia.
Pôr ou tirar algumas maiúsculas.

Colocar os acentos que faltam e eliminar os que estão a mais.

Pede a um amigo que leia o teu conto e que assinale os erros que encontrar.
Corrige os erros da tua história com um lápis de cor.
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11. A edição e a publicação
Conseguiste escrever e rever a tua história! Agora vais editá-la e publicá-la nas folhas que
acompanham este caderno.
Alguns autores fazem os desenhos das suas histórias, mas a maioria encomenda este trabalho
a um ilustrador. Além disso, entregam as suas histórias a uma editora, onde há pessoas que se ocupam
de as editar e de as publicar para que se transformem em livros e cheguem aos leitores.
Mas tu, sozinho, vais fazer todo esse trabalho. Ou seja, além de criares a história, vais ilustrá-la,
editá-la e publicá-la.
Para editares e publicares a tua história, segue estes passos:

11.1 Desenha a capa. Lembra-te de que a capa tem de ter:


O título do livro.
O nome do autor, ou seja, o seu nome completo.
Uma imagem apelativa.
A identificação da editora. Se quiseres, inventa aqui um nome para
a tua editora e desenha um logótipo (um símbolo) que a identifique.

Observa as capas de alguns livros e faz um rascunho da capa da tua história na página 30.

11.2 Desenha a contracapa. Lembra-te de que a contracapa


deve ter:
Um parágrafo sobre aquilo que a história narra (uma sinopse),
para despertar o interesse dos leitores.
Uma informação breve sobre o autor.

Observa as contracapas de alguns livros e faz um rascunho


da contracapa da tua história na página 31.

11.3 Passa a limpo a capa e a contracapa numa cartolina.


Esta será a capa da tua história.

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11.4 Desenha a página de rosto (frontispício). Lembra-te de
que a página de rosto é a primeira página do livro, onde se
escreve o título da história, o nome do autor e o da editora.
Observa as páginas de rosto de alguns livros e faz a página
de rosto da tua história na página correspondente.

11.5 Passa a história a limpo, em folhas pautadas.


Antes de começares a escrever, pensa que deves distribuir
o texto por várias páginas e que deves deixar espaços para
os desenhos. Para decidires como o vais fazer, observa alguns livros de histórias.

11.6 Faz os desenhos e pinta-os. Tem em conta que cada desenho deve estar
relacionado com as aventuras que se contam na página correspondente.

11.7 Encaderna a tua história. Ordena e numera as páginas e coloca-as dentro da capa.
Em seguida, escolhe um dos métodos que se seguem para colares o conjunto.
MÉTODO 1

1. Faz furos nas folhas e na capa. 2. Põe um lacinho.

MÉTODO 2

1. Fixa as folhas e a capa 2. Tapa os agrafos com uma fita de


com agrafadores. tecido ou uma tira de papel colada.
Parabéns! Já tens a tua história concluída! Agora podes dá-la aos teus amigos, familiares
ou professor, para que a leiam.

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Faz aqui o rascunho da capa.

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Faz aqui o rascunho da contracapa.

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O Projeto Desafios de Língua Portuguesa
destinado ao 3.o ano de escolaridade,
1.o Ciclo do Ensino Básico, é uma obra coletiva,
concebida e criada pelo Departamento de Investigações
e Edições Educativas da Santillana-Constância,
sob a direção de Sílvia Vasconcelos.

EQUIPA TÉCNICA
Chefe de Equipa Técnica: Patrícia Boleto
Modelo Gráfico e Capa: Carla Julião
Ilustração da Capa: Nósnalinha
Ilustrações: Nósnalinha
Paginação: Lídia Aguiar
Documentalista: Luísa Rocha
Revisão: Ana Abranches e Catarina Pereira

AUTORES
E. Ferro, Nieves M., Maria João Carvalho e José Eduardo Agualusa

EDITORA
Maria João Carvalho

© 2012

Estrada da Outurela, 118


2794-084 CARNAXIDE

APOIO AO PROFESSOR
Tel.: 214 246 901
Fax: 214 246 909
apoioaoprofessor@santillana.pt

APOIO AO LIVREIRO
Tel.: 214 246 906
Fax: 214 246 907
apoioaolivreiro@santillana.pt

Internet: www.santillana.pt

Impressão e Acabamento: Printer Portuguesa

ISBN: 978-989-708-093-7 (manual)


ISBN: 978-972-761-848-4 (manual e caderno)
ISBN: 978-989-708-190-3 (manual, caderno e Livromédia)

1.a Edição
2.a Tiragem

Depósito Legal: 339540/12

A cópia ilegal viola os direitos dos autores.


Os prejudicados somos todos nós.

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