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Como expressar sentimentos negativos e solicitar mudança de comportamento:

Passo 1. Descrever o comportamento que nos desagradou, dizendo o que a criança fez ou
disse, o momento e lugar em que isso aconteceu e a freqüência com que esse comportamento
tem ocorrido.
Passo 2. Expressar os sentimentos ou pensamentos negativos que o comportamento
inadequado gerou em você.
Passo 3. Especificar de forma concreta, que comportamento você quer que seu filho mude.
Peça um ou dois comportamentos que não sejam muito difíceis. É importante perguntar se
ele concorda com a sua opinião e tentar chegar a um acordo.
Passo 4. Dizer as consequências positivas que ocorrerão caso realmente mude de
comportamento. No caso de ser necessário (e apenas nesse caso), diga a ele quais
consequências negativas ocorrerão se ele não mudar.

Passo 1: “Quando você bagunça o seu quarto...” Passo 2: “Me


sinto mal, fico triste porque estava tudo arrumado...” Passo 3: “Eu
gostaria que a gente chegasse a um acordo bom para nós dois. Se
você quer brincar no quarto, tudo bem, mas eu gostaria que você,
ao terminar de brincar, guardasse seus brinquedos e deixasse o
quarto em ordem”. Passo 4: Desta forma eu não tenho que arrumar
muitas vezes por dia, assim não fico nervosa e por outro lado, você
também fica contente porque pode brincar quanto quiser e fica
com o quarto arrumado.”

Fazer e Recusar pedidos


Fazer pedidos inclui o pedir favores, pedir ajuda e pedir aos filhos que mudem seu
comportamento. O pedido deve ser feito de maneira habilidosa e em um momento
apropriado, para aumentar as chances do filho atendê-lo.
Devemos pedir FAVORES NECESSÁRIOS, evitando pedir os desnecessários, pois
podemos ofender nosso filho e demonstrar pouco interesse pelos seus direitos. Às vezes
achamos que nossos filhos sabem o que queremos deles sem precisar dizer, mas isso não é
verdade, nós precisamos DIZER A ELES o que queremos.
Pode acontecer do filho não entender o pedido que você fez, neste caso, é preciso REPETIR
O PEDIDO uma ou mais vezes, de forma clara, para que ele possa entender. Obs.: não se
esqueça de agradecer quando ele te obedecer.
Como lidar com críticas
FAZER CRÍTICAS de maneira adequada é diferente do desabafo, da ofensa e da acusação.
Trata-se de uma habilidade que requer alguns cuidados, tais como: dirigir-se diretamente à
pessoa, excluindo aqueles que não estão diretamente envolvidas com a situação; referir-se
ao comportamento e não à pessoa em si; controlar a emoção excessiva, evitando o tom de
desabafo; adequar-se à situação e às condições de quem ouve.
Uma estratégia para fazer críticas, é conhecida como“Técnica do Sanduíche”, que
consiste em: iniciar a crítica descrevendo ALGUMA COISA POSITIVA DO
COMPORTAMENTO do outro para, em seguida, referir-se a ALGO NEGATIVO e
encerrar com NOVA REFERÊNCIA POSITIVA.

Exemplo: “Filha você dobrou as roupas bem certinho, mas da


próxima vez, coloque as camisetas na gaveta de camisetas e
bermudas na gaveta de bermudas. Gostei também de como você
separou as roupas mais novas das roupas velhas”.

Estabelecendo limites: atitudes consistentes dos pais

O ESTABELECIMENTO DE LIMITES seria uma forma de mostrar aos filhos quais


comportamentos são considerados ADEQUADOS e quais são considerados
INADEQUADOS. Pais e mães podem servir de MODELOS aos filhos, incentivando os
comportamentos adequados.
Entretanto, muitos comportamentos dos pais também podem estimular,
inadvertidamente, comportamentos INDESEJÁVEIS dos filhos. Uma das formas de
estabelecer limites inclui a consistência na forma como pais e mães INTERAGEM
COM A CRIANÇA ao estabelecerem limites.

CONSISTÊNCIA significa que pais e mães devem agir da mesma forma com seus filhos.
Para isso, é preciso que o casal converse, negocie, chegue em um consenso, afinal são
pessoas diferentes, que tiveram educações diferentes, e provavelmente têm opiniões
diferentes quanto à forma de educar os filhos.
Às vezes ocorre de um dos pais chamar a atenção do filho e o outro protegê-lo. Quando isso
acontecer, ou seja, quando seu companheiro (a) FIZER ALGO QUE VOCÊ NÃO GOSTA
EM RELAÇÃO AOS FILHOS, é melhor esperar e conversar sobre isto, longe deles, e
então CHEGAREM A UM ACORDO sobre como agir em situações semelhantes.
Caso contrário, é provável que o filho aprenda o que pode pedir para cada um dos pais, além
de fazer birra ou chorar para conseguir o que quer. Obs.: Pais e mães também precisam ser
consistentes em suas próprias ações. Por exemplo, um dia pode brincar na rua e no outro não,
de acordo com o humor dos pais.

Estabelecendo limites: atitudes dos pais que dificultam o estabelecimento de limites:

Insistência: “Filho vai tomar banho, filho vai tomar banho, filho vai tomar banho...”.

Agressão Desse modo, oferecerá um modelo de autoritarismo, covardia e violência.

Quando os pais continuam lendo seu jornal enquanto a criança sobe em cima do
Fazer nada sofá ou da mesa, por exemplo, fornecem um modelo de abandono

Estabelecendo limites: atitudes dos pais que dificultam o estabelecimento de limites

Explicações Exageradas: “você precisa escovar os dentes porque senão virão umas
Exagero bactérias, comerão o resíduo alimentar, formarão uma placa bacteriana, fazendo um
buraco que é a cárie. Você sentirá dor e teremos que ir a um dentista que irá obturar
o dente”. As explicações são importantes, mas devem ser dadas com simplicidade e
objetividade, na medida da curiosidade da criança .

Zanga Prolongada: periodicamente os pais voltam ao assunto, mesmo que ele não
esteja no contexto, fazendo uso da situação para que a criança se sinta culpada pelo
ZANGAR
que fez, vitimando a autoridade.

Nomear Entidades: é comum os pais utilizarem-se de situações que


EDITAR provoquem medo para “frear” a criança ou para passarem sua
ENTIDADES responsabilidade a outro: “O homem do saco vai te pegar”; “Quando seu pai
chegar você vai ver”
Estabelecendo limites: atitudes dos pais que dificultam o estabelecimento de limites:

“Se você arrumar a cama, ganha um doce”. Assim os pais fortalecem a


insegurança da criança e acabam demonstrando que aquilo a que ela irá se
Chantagem submeter é tão insuportável, que precisa ser aliviada para conseguir suportar.
Além disso, abre caminho para que a criança utilize a chantagem para obter
aquilo que deseja. A criança pode ser confortada e sentir que o outro está junto
dela, mas não precisa ser subestimada nem super valorizada, mas sim, cuidada.

Ameaçar o filho com a perda do amor ou abandono: – “Vou embora e vou


Abandono deixar você aí, vai ficar sozinho”. Nada mais cruel e danoso para a criança
que faz de tudo para obter o amor dos pais e sentir-se valorizada.

Comparações ou comentários negativos na presença de outros: – “O filho


Comparações do fulano não está chorando...” Reforça a insegurança da criança, não
contribui com a sua auto-estima, faz com que se sinta desconsiderada e
sem condições de se defender. Ser claro no comentário, tira a culpa da
criança e ajuda no estabelecimento de limites.

Estabelecendo limites: Ignorar comportamentos inadequados

A punição funciona. Mas e


no outro dia? Será que a
A criança pode DEIXAR DE EMITIR o
criança nunca mais fará o comportamento quando a punição for
comportamento que você INTENSA, mas muitas vezes POR POUCO
TEMPO, o que faz com que os pais voltem a
puniu? punir cada vez com mais INTENSIDADE.
Além de correr o risco de após um tempo a
criança voltar a emitir o comportamento
punido, podem ocorrer PREJUÍZOS
AFETIVOS para o RELACIONAMENTO
ENTRE PAIS E FILHOS.
Alguns comportamentos de menor importância podem ser IGNORADOS. Claro que
às vezes a gente tem dificuldade de ignorar os comportamentos perturbadores, mas
devemos sempre manter a calma e dizer às crianças, de forma HABILIDOSA, que
queremos que elas MUDEM DE COMPORTAMENTO.

O comportamento inadequado quando é ignorado, tende a se ENFRAQUECER e


SUMIR, caso o objetivo seja “chamar a atenção”. No entanto, é importante DAR
ATENÇÃO para BONS COMPORTAMENTOS, o que evita que a criança volte a fazer
coisas “INDESEJADAS”.

Estabelecendo limites: Time out

Há comportamentos que NÃO PODEM ser ignorados, pois podem levar a


criança a se machucar ou prejudicar outras pessoas. Nestes casos o que poderíamos
fazer então?

Além das estratégias já trabalhadas, uma outra alternativa é o TIME-OUT. EX:


consiste em retirar da criança COISAS QUE ELA GOSTA, levando-a a um quarto
com poucas coisas que a distraiam e dizendo a ela que fique lá durante 5 minutos porque
ESTAVA PULANDO NO SOFÁ e não parava ao você pedir. Se ela for capaz depois desse
tempo de SE COMPORTAR CORRETAMENTE para ficar junto com as outras pessoas,
tudo bem, caso contrário continua no quarto. Os pais devem explicitar essas condições
através de palavras claras e ditas de forma calma. Após esse tempo, os pais voltam ao quarto
e perguntam à criança se ela já ESTÁ CAPAZ DE SE COMPORTAR BEM. Mas lembre-se,
nada de sermões! Se a criança responder que sim, permita que ela saia do quarto. Se ela se
comportar bem, você deve ELOGIÁ-LA por isso. Obs.: Usa-se só em último caso!

Para que os filhos passem a se comportar de maneira “desejada”, os pais podem pedir
mudança de comportamento, seguindo os seguintes passos:
1) Descrever para a criança o comportamento INADEQUADO;

2) Descrever os SENTIMENTOS NEGATIVOS que os comportamentos inadequados


geram em você;

3) Propor para ela uma ALTERNATIVA de como se comportar;

4) Descrever as CONSEQÜÊNCIAS POSITIVAS que o filho terá caso se comporte da


forma como você propôs.

Regras são importantes... mas como vamos utilizá-las???

As regras devem ser curtas e fáceis de serem lembradas, devem especificar


um comportamento e uma conseqüência. Também é preciso certificar-se de
que a regra pode ser ensinada a seu filho.

Como usar regras

- Estabeleça novas regras, UMA DE CADA VEZ.


- Quando uma regra for obedecida, VALORIZE com ELOGIOS!
- quando uma regra for desobedecida, peça ao filho que DIGA A REGRA que desobedeceu.
- Quando uma regra for desobedecida, faça com que, se possível, o comportamento seja
REPETIDO de maneira correta.
- Use LEMBRETES para ensinar as regras e depois os retire pouco a pouco. - IGNORE
protestos sobre as regras quando estiver certo de que elas são justas.

Como estabelecer regras

Podemos começar com uma regra, por exemplo: arrumar a cama e, então, SEMPRE
ELOGIAR quando a criança fizer. Caso ela não obedeça, você pode CONVERSAR com ela,
perguntando o que aconteceu, se ela tem alguma DIFICULDADE. Às vezes é importante
inclusive MOSTRAR COMO SE FAZ e pedir então que ela faça, elogiá-la e mostrar como
ficou bonito depois que ela fez. Quando ela já realizar esta tarefa como parte da rotina, você
pode estabelecer uma nova regra e tudo é repetido novamente. De preferência, estas regras
devem ser estabelecidas a partir de CONVERSAS ENTRE PAIS E FILHOS. Outro aspecto
importante para que os filhos sigam regras é que, caso a gente estabeleça ACORDOS E
PROMESSAS, é necessário cumpri-las.
EX: se estamos fazendo uma tarefa e nosso filho não nos dá sossego, podemos dizer a ele
que vá brincar em seu quarto que depois nós vamos brincar com ele. Mas, se não
cumprirmos nossa promessa, é possível que da próxima vez que a gente fizer esse pedido,
ele não cumpra.

Estabelecendo limites: Negociar

A habilidade de NEGOCIAR é muito importante tanto para pais como para os filhos. Os pais
ENSINAM aos filhos a negociar quando: 1) OUVEM A OPINIÃO DO FILHO sobre
determinado assunto antes de tomar uma decisão; 2) CEDEM em algumas das suas
exigências em favor dos DESEJOS DOS FILHOS; 3) ensinam que nas relações com as
pessoas TODOS DEVEM CEDER UM POUCO para que todos saiam ganhando e enfim; 4)
respeitam os DIREITOS DA CRIANÇA e os próprios.

Os pais devem sempre incentivar seus filhos cada vez que eles agem de
maneira “desejada”, através de elogios, atenção e expressão de afeto, pois
assim farão com que estes comportamentos adequados ocorram novamente.

Ao expressar afeto através de palavras ou carinhos, gradativamente vamos


nos aproximando de nossos filhos, criando um clima de confiança, o que faz
aumentar a autoestima e facilita no enfrentamento de situações difíceis.

CARTILHA INFORMATIVA
ORIENTAÇÃO PARA PAIS E MÃES
Usar reforço positivo: Reforçar o comportamento desejado. Elogio,
aumentar o tempo no celular, fazer algum pedido (concordado com
a criança, tempo local) “ vc deixou seu quarto organizado hj, me senti
muito feliz, vc viu como é bom estar em um ambiente limpo e
organizado”

Reforço negativo: Retirar algo que ela não gosta de fazer: exemplo,
hj eu pego o lixo pois vc cumpriu todas a s suas obrigações.

Não criticar quando algo sair da maneira errada, explica como fazer e pede
para repetir (consequência) elogia após o feito novamente, usa sempre o
questionamento para ajuda-los a pensar “ o que acha de fazermos assim”, se
vc fizer assim, vai demorar mais, faça assim para vc ver, o que acha? Depois
reforça, não foi melhor assim?
Usar sempre vamos fazer (terceira pessoa), dizer faça, dá o entendimento
que estamos ordenando por punição e não por necessidade, ou por troca de
algo, elogiar e depois punir deixa mal-entendido o que realmente é verdade.
Eles fazem para receber algo e não veem que aquilo é uma necessidade,
quando não precisar de nada não vai fazer.

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