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CAMPUS RUSSAS
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA
RUSSAS
2022
LUCAS MACIEL FREITAS
RUSSAS
2022
LUCAS MACIEL FREITAS
BANCA EXAMINADORA
________________________________________
Prof. Dr. Pedro Helton Magalhães Pinheiro (Orientador)
Universidade Federal do Ceará (UFC)
________________________________________
Prof. Dr. Edvan Cordeiro de Miranda
Universidade Federal do Ceará (UFC)
_________________________________________
Prof. Dr. Cândido Jorge de Sousa Lobo
Universidade Federal do Ceará (UFC)
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus, por ter me dado forças para continuar mesmo em momentos
difíceis e enfrentar as adversidades que surgiram durante o percurso da minha vida acadêmica.
Agradeço imensamente aos meus pais, Damião Bessa de Freitas e Maria Franciene Maciel
Bessa, por todo o apoio fornecido durante essa jornada, pelo o esforço para que esse sonho se
tornasse realidade e pelos valores ensinados. Sem eles, não seria possível essa realização. A
toda minha família que sempre me apoiou.
A minha ex-professora Marcia Cristina (in memoriam), que sempre me incentivou a estudar e
evoluir. E também por todo o apoio fornecido nas feiras de ciências que tiveram papel
fundamental na minha evolução, tanto profissional como pessoal.
Agradeço ao meu orientador, Dr. Pedro Helton, pela paciência e por todo o suporte.
A minha namorada, Letícia Graziele, por me apoiar e motivar nos momentos difíceis e me
auxiliar na fabricação dos corpos de prova.
Em especial, ao Professor Ms. Ramon Rudá e ao técnico de laboratório João Pedro, por me
auxiliarem na fabricação dos corpos de prova, nos métodos de ensaio e na interpretação dos
resultados. E aos demais professores da UFC campus de Russas que contribuíram para a minha
formação acadêmica.
Agradeço também ao professor Dr. Edvan Cordeiro, por ter iniciado o projeto Aratinga
Aerodesign que no qual obtive momentos importantes que me incentivaram a desenvolver
diversas habilidades técnicas e vivencias de estruturar um projeto mecânico do zero.
A todos os meus amigos que fiz durante a graduação, pelos momentos compartilhados. Em
especial ao Edgar Bruno, Gustavo Monteiro, Gilvan Cappi, Lucas Veríssimo, João Paulo, Breno
Moreira, Marcão, Amanda Accorsini, Luis Carlos e ao Antônio Rebouças.
“Faça o teu melhor, na condição que você tem,
enquanto você não tem condições melhores,
para fazer melhor ainda.”
-Mario Sérgio Cortella, 2014.
RESUMO
The development of composite materials is one of the most important advances in the history
of engineering. Well, this class of materials combines the best properties of the materials that
constitute them to obtain unique mechanical properties. With that in mind, the present study
sought to characterize sandwich panels and evaluate their constituents. Two different
configurations of the sandwich structure were analyzed and this difference is due to the
variation in the number of layers in the reinforcements. The constituents of the structure are
bidirectional fiberglass fabric, polyester matrix and a PVC foam core. The polyester resin that
makes up the polymeric matrix, the fiberglass laminate that integrates the reinforcement and
the PVC foam that is used in the core were also analyzed separately. The composites were
manufactured by the manual lamination method and cured at room temperature for 6 hours. For
the tests, the specimens of the sandwich structures were constructed in accordance with the
ASTM C393-00 standard, the fiberglass laminates according to the ASTM D 7264/D 7264 M
standard and the polyester resin specimens according to the ASTM D 790 standard. -17. The
bending test showed that the variation in the number of layers in the reinforcements of the
sandwich structure, generate impacts on the flexural rigidity of the panel, on the stresses acting
on the faces and on the maximum deformation of the structure.
𝑙 Comprimento de vão
𝑓 Constante de proporcionalidade
𝑑 Espessura do corpo de prova
𝑏 Largura do corpo de prova
𝜎𝑓 Tensão de flexão
P Carga aplicada no meio do vão
L Comprimento de vão
∈𝑓 Deformação de flexão
De Deslocamento
c Espessura do núcleo
𝜎 Tensão de flexão nas faces
t Espessura das faces
∆ Deformação total do painel
U Rigidez de cisalhamento do painel
E Modulo de elasticidade
D Rigidez de flexão do painel
G Módulo de cisalhamento do núcleo
Sumário
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 1
1.1. Objetivos ............................................................................................................................. 2
1.1.1. Objetivo geral ............................................................................................................. 2
1.1.2. Objetivos específicos ...................................................................................................... 2
2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................... 3
2.1. Materiais compósitos ......................................................................................................... 3
2.2. Compósitos Particulados ................................................................................................... 4
2.3. Compósitos fibrosos ........................................................................................................... 5
2.4. Compósito estrutural ......................................................................................................... 5
2.4.2. Laminados ........................................................................................................................ 5
2.4.2. Painel-sanduiche ............................................................................................................. 6
2.5. Matriz ................................................................................................................................. 9
2.5.1. Matrizes poliméricas ........................................................................................................ 9
2.6. Reforço.............................................................................................................................. 11
2.7. Núcleo estrutural ............................................................................................................. 14
2.8. Processo de laminação manual ....................................................................................... 16
2.9. Cura da resina .................................................................................................................. 17
2.10. Modos de falha ............................................................................................................... 17
2.10.1. Painel sanduiche .......................................................................................................... 17
2.10.1.1 Ruptura das faces ....................................................................................................... 18
2.10.1.2 Deflexão excessiva ...................................................................................................... 19
2.10.1.3 Falha por flambagem do painel ................................................................................. 19
2.10.1.4 Cisalhamento .............................................................................................................. 20
2.10.1.5 Falha por enrugamento .............................................................................................. 20
2.10.1.6 Falha por empenamento das faces ............................................................................. 21
2.10.1.7 Falha por compressão local ....................................................................................... 22
2.10.2. Compósito laminado .................................................................................................... 22
2.10.2.1. Ruptura das fibras ..................................................................................................... 22
2.10.2.2. Fissura na matriz ....................................................................................................... 23
2.10.2.3. Microflanbagem e cisalhamento................................................................................ 23
2.11. Propriedades e equações para a caracterização das estruturas ................................ 24
2.12. Aplicação no aerodesign ................................................................................................ 26
3. MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................................. 27
3.1. Materiais ........................................................................................................................... 28
3.1.1. Tecido de fibra de vidro ................................................................................................. 28
3.1.2. Resina poliéster .............................................................................................................. 29
3.1.3. Divinycell H45 GSP ....................................................................................................... 30
3.1.4. Desmoldante................................................................................................................... 31
3.2. Método de fabricação ...................................................................................................... 34
3.2.2. Corpos de prova do compósito painel-sanduiche de 2 e 4 camadas ............................ 41
3.2.2. Corpos de prova da resina ............................................................................................. 44
3.2.3. Corpos de prova da espuma de PVC ............................................................................. 49
3.3. Métodos de ensaio ............................................................................................................ 51
3.3.1. Ensaio de flexão............................................................................................................. 51
3.3.1.1. Ensaio de flexão nos CP’S dos painéis-sanduíche ...................................................... 52
3.3.1.2. Ensaio de flexão nos CP’s do laminado ...................................................................... 54
3.3.1.3. Ensaio de flexão nos CP’s de resina ............................................................................ 55
3.3.1.4. Ensaio de flexão nos CP’s de espuma de PVC ............................................................ 56
4. RESULTADOS E DISCURSSÃO ..................................................................................... 61
4.1. Dimensões e massa dos corpos de prova ........................................................................ 61
4.2. Propriedades mecânicas .................................................................................................. 63
4.2.1. Tensão máxima de flexão e deformação máxima......................................................... 63
4.2.1.1. Resina .......................................................................................................................... 63
4.2.1.3 Espuma de PVC ............................................................................................................ 68
4.2.1.5. Sanduiche com 4 camadas de reforço ......................................................................... 73
4.2.1.6. Análise geral da tensão máxima de flexão e deformação máxima .............................. 75
4.2.2. Análise dos parâmetros particulares dos compósitos sanduiche ................................. 78
4.2.2.1. Tensão de cisalhamento do núcleo .............................................................................. 78
4.2.2.2. Tensão nas faces .......................................................................................................... 79
4.2.2.3. Deflexão do sanduiche e rigidez a flexão do painel .................................................... 81
4.2.2.4. Rigidez de cisalhamento do painel .............................................................................. 83
5. CONCLUSÕES ................................................................................................................... 84
6. SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS .................................................................. 85
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 86
1
1. INTRODUÇÃO
1.1. Objetivos
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Fonte: Calister.
Na Figura 2 é exibido um exemplo de um cermetos, onde as áreas claras são a matriz,
neste caso é uma matriz de cobalto, e as regiões escuras são as partículas de carbeto de
5
tungstênio.
As fibras são materiais filamentares que podem ser naturais ou artificiais. As fibras são
os elementos básicos para formar tecidos e outras estruturas têxteis. Tais tecidos, constituídos
pelas fibras, são usados como reforço e por isso, geralmente, possuem alto modulo de
elasticidade e alta resistência a tração em uma direção. Os reforços, feitos com os tecidos,
conferem rigidez a estrutura e principalmente previne a propagação de trincas até certo limite
(DIACENCO, 2010).
2.4.2. Laminados
Segundo Costa (2017), o compósito laminado tem como objetivo combinar as melhores
propriedades de cada tipo de camada e do material ligante de modo a melhorar as propriedades
da estrutura, tendo em vista a aplicação que se pretende fazer. Menciona também que a
orientação das fibras, nas camadas do laminado, é um fator essencial nas propriedades finais da
estrutura.
2.4.2. Painel-sanduiche
Conforme Tita (2007), essas estruturas constituem de uma classe especial de laminado.
As faces tem como função suportar as tensões normais de tração, compressão ou cisalhamento
que estão associados a flexão. O núcleo, por sua vez, deve manter o afastamento das faces, ser
suficientemente rígido na direção perpendicular a elas, a fim de evitar o esmagamento, e sua
rigidez ao cisalhamento transversal deve ser grande o suficiente para garantir que o conjunto
funcione. A Figura 5 mostra, de forma mais detalhada, uma vista da seção transversal de uma
estrutura sanduiche.
8
2.5. Matriz
2.6. Reforço
Segundo Tita (2007) os reforços podem ser encontrados basicamente em duas formas:
fibras ou partículas. Os reforços em partículas podem ser orientados de forma aleatório ou
preferencialmente me uma direção. Os reforços por fibras podem ser dispostos em uma única
camada ou em múltiplas camadas. São apresentados, na Figura 8, os modos que os reforços
podem ser encontrados.
12
Segundo Garay (2016), o núcleo, em uma estrutura do tipo sanduiche, mantem as faces
nas posições originais em relação ao eixo neutro do painel onde uma não deve se mover em
relação a outra, dessa forma, promovendo rigidez à compressão e cisalhamento. Em uma
situação na qual o material que constitui o núcleo tiver uma baixa resistência a compressão, as
faces poderão se aproximar quando o painel-sanduiche estiver submetido a um esforço de
flexão.
Existem dois principais grupos de painéis-sanduiche, tais grupos são diferenciados pela
forma geométrica do material do núcleo. São eles, os núcleos homogêneos e os núcleos não
homogêneos ou estruturados, que por sua vez, distinguem-se os núcleos canelados e os núcleos
favo de mel (GARAY, 2016).
transversais às faces. Os materiais que aplicados, nesse tipo de estrutura, são geralmente os
polímeros, alumínios e até mesmo o papel, podendo ser embebido ou não por resina.
Quanto aos núcleos de favo de abelha, a estrutura apresenta reforços normais as faces e
são constituídos por finas e leves placas formando células, normalmente, hexagonais. Porém, a
forma geometria da estrutura pode ser alterada de acordo com a necessidade do projeto e
aplicação (COSTA, 2017).
Por fim, os núcleos do tipo sólido conferem um suporte homogêneo as lâminas dos
reforços de tecido nas estruturas sanduiche. Os matérias empregados, neste tipo de estrutura,
são comumente espumas poliméricas (GARCIA, 2014).
De acordo com Costa (2017), o núcleo permite o aumento do momento de inércia do
painel-sanduiche, com apenas um pequeno aumento no peso estrutural total do componente, o
que, consequentemente, leva um aumento da resistência perante aos esforços de flexão e
encurvadura.
Fonte: Te (2016).
constituído por etapas simples e a não limitação dimensional entre outros. Quanto as
desvantagens, pode-se citar que o processo é pouco reprodutivo, insalubre devido os agentes
presentes na resina e a qualidade depende da habilidade do indivíduo que está realizando o
procedimento (BITTENCOURT, 2015).
Segundo (GOMES, 2008) a cura dos matéria compósitos, de matriz polimérica, varia de
acordo com a classe da resina utilizada. Nos poliésteres, por exemplo, é obtida a polimerização
por radicais livres, na qual a resina passa do estado liquido para uma estrutura rígida. Em geral,
o tempo de cura sofre influência direta pelo tipo e também pela quantidade de catalisador
utilizado.
O processo de cura da resina é influenciado pelo tempo, temperatura e pressão. Quando
se trata de resinas termoendurecíveis, a cura terá início a temperatura ambiente que pode ser
um processo lento. Com o aumento da temperatura, o tempo necessário para que o processo de
cura seja concluído diminuirá (AKOVALI, 2001).
Figura 14 - Modos de falha: (a) fratura na face; (b) falha por cisalhamento do núcleo, (c)
e (d) enrugamento da face; (e) flambagem; cisalhamento; (g) ondulação da face e (h)
indentação local.
Os materiais que compõe os reforços devem ser capazes de suportar tensões de tração,
compressão e cisalhamento induzidas devido os carregamentos durante os esforços nas
estruturas. A matriz, neste caso, polimérica deve ser capaz de transferir as tensões entre os
reforços e o núcleo. Na Figura 15, a falha por compressão é ilustrada.
19
De acordo com Gagliardo (2008), a espessura do núcleo deve ser considerável e ter
módulo de elasticidade transversal elevado suficientemente para prevenir a falha por
flambagem. A Figura 17, demonstra o modo de falha debatido.
20
2.10.1.4 Cisalhamento
O núcleo deve ter espessura e possuir o modulo de cisalhamento adequados para evitar
a falha prematura da estrutura sob esforços que gerem cisalhamento (HEXCEL, 2000).
Quando se trata desse modo de falha, trata-se de uma flambagem local dos reforços.
Quando este modo de falha ocorre, os reforços podem se deslocar tanto para dentro quanto para
fora (GAGLIARDO, 2008). A Figura 20, ilustra a situação.
As equações para a caracterização das estruturas são extraídas das normas da ASTM
(American Society for Testing and Materials). Para a tensão de flexão e deformação dos
compósitos utiliza-se as Equações 1 e 2, das normas ASTM D 790-17 e da ASTM D 7264/D
7264M, respectivamente.
3𝑃𝐿
𝜎𝑓 = (1)
2𝑑𝑏2
Onde:
𝜎𝑓 – Tensão de flexão (MPa);
P – Carga aplicada no meio do vão (N);
L – Comprimento de vão (mm);
d – Espessura do corpo de prova (mm);
b – Largura do corpo de prova (mm).
6𝐷𝑒 𝑑
∈𝑓 = (2)
𝐿²
Sendo que:
∈𝑓 – Deformação de flexão (mm/mm).
De – Deslocamento (mm).
Para a avaliação e obtenção das propriedades mecânicas dos sanduíches, a norma ASTM
C 393 – 00 abrange as equações e o modos de análise. A Equação 3, mensura a tensão de
cisalhamento no núcleo do sanduiche.
𝑃
𝜏= (3)
(𝑑 + 𝑐 )𝑏
No qual:
c – Espessura do núcleo (mm).
25
𝑃𝐿
𝜎= (4)
2𝑡(𝑑 + 𝑐 )𝑏
Onde:
𝜎 – Tensão de flexão nas faces;
t – Espessura das faces.
𝑃𝐿³ 𝑃𝐿
∆= + (5)
48𝐷 4𝑈
Sendo que:
∆ - Deformação total do painel;
U – Rigidez de cisalhamento do painel;
E – Modulo de elasticidade;
D – Rigidez de flexão do painel;
G – Módulo de cisalhamento do núcleo.
𝐸 (𝑑 3 − 𝑐 3 )𝑏
𝐷 = (6)
12
𝐺(𝑑 + 𝑐)²𝑏
𝑈 = (7)
4𝑐
É valido ressaltar que a Equação 5 é usada somente no caso em que os reforços utilizados
na estrutura sanduíche, em ambas as faces, são iguais.
26
Dentre os vários fatores que contribuem nos somatórios de pontos, para as equipes
durante a competição, destaca-se o fator de eficiência estrutural da aeronave. O fator de
eficiência estrutural dar-se pela razão entre a carga total transportada e o peso vazio do avião.
Diante disto, em uma tentativa de aumentar a pontuação durante o torneio é fundamental que o
avião seja leve. Para isso, os materiais compósitos e mais especificamente os compósitos
estruturais possibilitam a obtenção de uma aeronave leve e a mesmo tempo resistente aos
esforços solicitantes durante o percurso de voo. Dessa forma, os materiais compósitos
possibilitam obter um alto fator de eficiência estrutural se os elementos estruturais forem
dimensionados de forma eficiente (MIRANDA, 2012).
27
3. MATERIAIS E MÉTODOS
A Figura 26, apresenta um fluxograma das etapas que constituem a presente pesquisa.
3.1. Materiais
Figura 28 - Tecido.
Figura 27 - Detalhes da
orientação das fibras.
Para a matriz polimérica das estruturas, adotou-se a resina poliéster. A resina poliéster,
Figura 29, se destaca no mercado pelo baixo custo, facilidade de uso, e sua grande
disponibilidade para compra. Os poliésteres possuem muitas vantagens se comparado com
outras resinas, como baixo tempo de cura a temperatura ambiente, transparência e baixa
viscosidade.
3.1.4. Desmoldante
desmoldante.
corte no tecido.
Dessa forma, a região de corte é delimitada e com o auxílio de uma tesoura realizou-se
os cortes e as peças foram obtidas com as dimensões estabelecidas.
Seguidamente, a pesagem do tecido cortado é realizada. A Figura 36, mostra um
exemplo do procedimento. Após esse processo, ocorreu a pesagem da resina e respeitando a
relação de proporcionalidade, já mencionada anteriormente, é possível mensurar a quantidade
de resina necessária para a quantidade de tecido demandado para a fabricação dos. Logo após,
adicionou-se o catalisador no recipiente onde a resina é armazenada e realizou-se o processo de
mistura de ambos componentes.
37
13 mm. Já o comprimento do corpo de prova, dar-se pela soma entre o comprimento do vão
entre os apoios e um acréscimo de 20% dessa medida. No tocante a definição do comprimento
de vão, tal parâmetro é definido pela Equação 8.
𝐿𝑣ã𝑜 = 𝑓 𝑥 𝑙 (8)
Onde:
• 𝐿𝑣ã𝑜 – Comprimento do vão;
• 𝑙 – Largura do corpo de prova.
• 𝑓 – Fator de proporcionalidade.
Diante disto, é recomendado utilizar um fator de 32:1 quando se trata de estruturas da classe
compósito laminado. Também é válido ressaltar, que norma delimita uma quantidade mínima
de 5 CP’s para os ensaios. Na Tabela 7, são exibidas as dimensões que os corpos de prova devem
ter.
chapa laminada.
esmerilhadeira angular.
Seguidamente, os corpos de prova foram lixados com uma lixa P80 para conferir as
tolerâncias dimensionais mais estreitas e, dessa maneira, entrando em concordância com as
dimensões estabelecidas pela norma ASTM D 7264/D 7264M – 07. Após realizar o lixamento
em todas as faces dos CP’s os mesmos ficaram como é mostrada na Figura 40.
41
de lixamento.
Devido o processo de corte ser manual incialmente adotou-se dimensões maiores para
os CP´s. A largura inicial do CP foi de 45 mm e com um comprimento de 230 mm. Com isso,
foram confeccionadas duas placas de 315 mm x 230. Uma placa com 4 camadas de reforço em
cada face e outra com 2 camadas. A Figura 41 mostra a chapa laminada.
Por fim, foi realizou-se o processo de lixamento com uma lixa P80 e o estreitamento das
tolerâncias dimensionais. Após o lixamento, foram feitos os cortes das bordas dos corpos de
prova. E, consequentemente, as dimensões dos CP’s entraram em concordância com as
recomendações da norma ASTM C 393 – 001. Na Figura 44, é mostrado o resultado final.
Para a confecção dos corpos de provas de resina, tomou-se como base a norma ASTM
D 790 - 03. Em relação a fabricação dos CP’s, averiguou-se a necessidade de desenvolver um
molde. Após constatar essa necessidade, verificou-se que os CP’s se enquadram no tópico de
materiais moldados que é tratado no tópico 7.5 pela norma ASTM D790 - 17. Neste tópico, são
definidas as dimensões dos corpos de prova do material moldado. Na Tabela 9, é possível
observar as dimensões finais que são estabelecidas para os corpos de prova dessa categoria.
45
faces das chapas e o spray de silicone também foi aplicado nas mesmas. Na Figura 46 e na
Figura 47, é possível observar as chapas com as folhas e com o molde posicionado,
respectivamente.
Logo em seguida, com o molde posicionado na área delimitada em uma das placas,
adicionou-se a outra placa de vidro e, dessa forma, fechando o sistema. Para restringir a
movimentação do molde durante o processo de cura da resina, foram utilizados grampos nas
extremidades das chapas. O sistema é mostrado na Figura 48.
47
Seguidamente, para estabilizar a estrutura utilizou-se uma morsa fixando as placas com
o molde. A Figura 49, mostra o resultado final.
Por fim, com molde posicionado e a estrutura alocada na morsa, a resina foi adicionada
no molde com o auxílio de um recipiente de plástico. Após o período de cura da resina, a
estrutura foi retirada da morsa e posteriormente os corpos de prova desmoldados.A Figura 50,
mostra os CP’s após o desmolde.
48
Na Figura 51, observa-se a presença de resquícios das folhas de papel após o processo
de desmolde dos corpos de prova. Logo, para retirar esses resquícios realizou-se a limpeza das
superfícies utilizando uma esponja úmida.
de papel.
identificações.
Para confecção dos corpos de prova da espuma de PVC, assim como para o sanduiche,
utilizou-se a norma ASTM C 393 – 001. As dimensões dos CP’s seguiram a mesma metodologia
e as restrições impostas foram respeitadas. No tocante a relação de proporcionalidade do
comprimento do vão, adotou-se uma relação de 16:1. Diante disso, os valores obtidos para os
corpos de provas são expostos na Tabela 10.
50
Após a delimitação das dimensões dos corpos de prova, realizou-se as marcações nas
chapas e com o auxílio de uma lâmina, os CP’s foram destacados. Neste caso, especificamente,
a espuma apresenta uma resistência baixa quanto ao processo de corte. Por consequência disto,
as dimensões iniciais dos CP’s foram alcançadas sem a necessidade da etapa de lixamento das
faces laterais. Na Figura 53, é mostrado os CP’s destacados.
Para realizar os ensaios de flexão, nos CP’s dos sanduiches e assim como nos corpos de
prova do compósito laminado e da resina moldada, utilizou-se uma máquina universal de
ensaios da EMIC com capacidade máxima de 100 kN. Quanto a célula de carga, utilizou-se
uma célula de 30 kN. A Figura 54 e a Figura 55, exibe a máquina utilizada e a célula de carga,
respectivamente.
ensaio utilizada.
início do ensaio.
Para os ensaios dos corpos de prova da resina moldada utilizou-se, para definir os
parâmetros do mesmo, a norma ASTM D 7264/D 7264 M. O comprimento de vão adota foi de
56
51,2 mm e uma velocidade de 1 mm/min. A Figura 62, mostra os apoios posicionados e o corpo
de prova alocado para o ensaio.
moldados de resina.
Para os ensaios dos corpos de prova da espuma de PVC foi necessário recorrer a algumas
adaptações. Pois, ao verificar-se a tensão de ruptura calculada do componente foi constatado,
que a célula de carga disponível de 30 kN, não seria capaz de realizar a leitura dos dados
referente a força. Uma vez que, a tensão de ruptura calculada foi de 1,4 Mpa. Ou seja, a força
necessária para ocorrer a fratura do corpo de prova é de apenas 14 N.
Diante do exposto, para tornar o ensaio de flexão da espuma de PVC realizável,
recorreu-se a uma elaboração de um sistema de aquisição de dados que é caracterizado da
seguinte forma. Adotou-se, para a célula de carga, uma balança digital modelo SF - 400 com
capacidade de mensurar até 10 kg. A balança é mostrada na Figura 63.
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Figura 63 - Balança.
Logo em seguida, com o auxílio da norma ASTM D 790 – 17, após delimitado o
comprimento de vão, foram projetados os apoios com a abertura de vão estabelecida
anteriormente. A posteriori, o cutelo também foi projetado e ambos os elementos foram
modelados em um software CAD. Após o processo de modelagem dos elementos, realizou-se
a impressão 3D tanto dos apoios quanto do cutelo. A Figura 64 e a Figura 65 mostram,
respectivamente, o cutelo e os apoios impressos em 3D com o filamento de ABS.
impressão 3D.
Após o termino das impressões dos componentes, o apoio foi alocado na superfície da
balança para mensurar a carga aplicada nos corpos de prova durante o ensaio. Para tal, utilizou-
se uma máquina de ensaios universal. Com isso, o software da máquina de ensaios foi usado
para registrar os pontos relacionados as deformações. Diante disso, para associar os pontos
coletados referente as deformações dos corpos de prova com os pontos de carga, empregou-se
uma máquina fotográfica com uma capacidade de 1 foto a cada 5 segundos. Ou seja, a cada 5
segundos, decorrido dos ensaios, a câmera registrava os dados de carga apresentados pela
balança enquanto a deformação dos CP’s era coletada pelo software da máquina. Dessa forma,
tornou-se possível a associação entre os dados e viabilizou o ensaio de flexão na espuma de
PVC. A Figura 66 e a Figura 67, exibem o sistema montado.
Posteriormente, para o tratamento dos dados utilizou-se o software Excel e com a função
PROCV os valores das deformações, a cada 5 segundos, foram resgatados e associados as
cargas referentes. Dessa forma, possibilitando a construção dos gráficos para posteriores
analises.
4. RESULTADOS E DISCURSSÃO
Na Tabela 11 são exibidos os valores das massas dos corpos de prova, assim como a
média e o desvio-padrão para os valores mensurados.
As dimensões dos corpos de prova adotadas como base e os distanciamentos dos vãos
para cada tipo de estrutura são exibidos na Tabela 12.
Após realizar os ensaios de flexão foi possível obter-se a curva Tensão de flexão x
deformação, dessa forma, possibilitando a obtenção, para cada corpo de prova ensaiado, a carga
máxima, tensão de ruptura e a deformação máxima. Em relação as estruturas sanduiches, foram
obtidos os seguintes parâmetros específicos: tensão de cisalhamento no núcleo, tensão nas
faces, deflexão do sanduiche, rigidez a flexão do painel e a rigidez de cisalhamento do painel.
Primeiramente são apresentados e discutidos os resultados dos parâmetros em comum
para todos os corpos de prova. Posteriormente, seguindo a mesma metodologia, a abordagem é
realizada para as estruturas sanduiche. Diante disso, com o auxílio da análise de variância
(ANOVA), os resultados obtidos nos ensaios foram correlacionados.
4.2.1.1. Resina
Nota-se uma queda repentina da tensão no final da curva e os CP’s apresentam uma
baixa deformação. Diante disso, nota-se que a resina poliéster tende a se comportar como um
material frágil. Na Tabela 13, são exibidos os principais resultados obtidos através do ensaio. É
possível observar que a maior tensão máxima de flexão é apresentada pelo CP02 e assim como
a deformação máxima. A resina, no geral, apresentou uma média de tensão máxima de flexão
de 155,9042 MPa. A média da deformação máxima foi de 0,8140%. Por fim, as variações
observadas são justificadas pelo processo de fabricação dos corpos de prova adotado. Pois, por
se tratar de um processo manual as peças estão expostas a defeitos, principalmente, como vazios
e formação de bolhas de acordo com os estudos de Te (2016) e Bittencourt (2015).
65
Na Figura 70, é possível observar as fraturas nos corpos de prova de resina após o ensaio
de flexão realizado.
As curvas apresentam um comportamento linear, sendo que na região final ocorre uma
queda repentina da tensão de flexão indicando que o laminado tem uma tendencia de se
comportar como um material frágil. Na Tabela 14 os principais resultados, obtidos através do
ensaio, são exibidos. Com isso, é possível observar que para a tensão máxima de flexão a média
foi de 293,1987 MPa e a quanto para a deformação máxima a média corresponde a 1,6104 %.
67
a) b)
a) b)
As curvas de tensão de flexão, para o sanduiche com 2 camadas de reforço, são exibidas
no Gráfico .
Tabela 16 - Dados obtidos no ensaio de flexão para o sanduíche com duas camadas de
reforço.
A Tabela 16 exibe os resultados gerais para a estrutura sanduiche. Nota-se que a tensão
máxima de flexão e a deformação máxima tem médias de 9,5381 MPa e de 1,5822 %,
respectivamente. É visto que o CP 01 tem o melhor desempenho com uma tensão máxima de
9,9808 MPa e com uma deformação de 1,715 %. Na Figura 73 é possível observar os corpos
de prova após a realização do ensaio de flexão. Pela Figura 73 – a), nota-se que a falha ocorreu
na face superior e que houve um esmagamento do núcleo, como é exibido na Figura 73 – b).
Por fim, na Figura 73 - c) o número 1 indica os reforços e o número 2 indica o núcleo estrutural.
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Figura 73 - CP' do sanduiche após o ensaio - a) face superior, b) detalhe do modo de falha e c)
descrição da estrutura.
a) b)
c)
A Tabela 17 expõe os resultados gerais obtidos para o sanduiche com quatro camadas
de reforço. Nota-se que o CP 01 obteve o melhor desempenho quanto a tensão máxima de
flexão, que foi de 12,32771 MPa. Quanto a deformação máxima o CP 03 se destacou exibindo
um valor de 0,215 (mm/mm).
74
camadas de reforço.
a) b)
Isto é, neste caso não houve uma alteração consideração na deformação máxima. Isso ocorre
por causa da estrutura sanduiche ter como reforço a mesma fibra de vidro utilizada no laminado,
já que no sanduiche, as propriedades do reforço e do núcleo são combinadas.
Quanto ao sanduiche 2, a estrutura apresenta uma tendencia a maiores deformações em
relação ao sanduiche 1. Contudo, não é possível tirar conclusões sobre a situação pois trata-se
apenas de uma tendencia.
Por último, a espuma de PVC exibe uma elevada influência na deformação máxima em
relação a todas as outras estruturas. Diante disso, pode-se afirmar que a espuma é responsável
por conferir uma maior deformação nos painéis-sanduiche. E que a resina é a responsável pelo
comportamento frágil dos componentes.
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Diante disso, o comportamento do gráfico explicita que a não ocorreu uma mudança
significativa na tensão de cisalhamento do núcleo quando se compara as estruturas dos
sanduiches 1 e 2. Como já mencionado anteriormente, a diferença entre os compósitos
sanduiche, no presente trabalho, é quantidade de camadas de reforços. Dito isto, ao analisar a
equação 3 nota-se que os parâmetros que influência na tensão de cisalhamento do núcleo são a
espessura, largura do corpo de prova e a espessura do núcleo. Portanto, a variação desse
parâmetro não aconteceu pois não houveram mudanças no comprimento do corpo de prova, na
largura e na espessura do núcleo ou nos materiais que constituem as estruturas que são os
parâmetros
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b) tensões de cisalhamento.
5. CONCLUSÕES
Para trabalhos futuros, relacionados a presente pesquisa, as possíveis sugestões são listas
logo abaixo:
REFERÊNCIAS
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. C 393 - 00: Standard Test
Method for Flexural Proerties of Sandwich Constructions. EUA: Astm, 2000.
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. D 790 - 17: Standard Test
Methods for Flexural Properties of Unreinforced and Reinforced Plastics and Electrical
Insulating Materials. Eua: Astm, 2017.
COSTA, João Manuel Guimarães e. Análise de vigas laminadas compósitas à flexão. 2017.
90 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia Mecânica, Faculdade de Engenharia -
Universidade do Porto, Porto, 2017.
GAMA, Daniel Pereira Nunes. Análise das propriedades de tensão e flexão de compósitos
sanduiche. 2017. 80 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia Mecânica,
Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2017.
KUTZ, Myer. Mechanical engineers’ handbook. 4. ed. New Jersey: John Wiley & Sons,
2015. 996 p. v. 1. ISBN 9781118907481.
PETRAS, Achilles. Design of Sandwich Structures. 1998. 114 f. Tese (Doutorado) - Curso
de Engenharia Mecânica, Departamento de Engenharia, Universidade de Cambridge,
Cambridge, 1998.