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Mitologia brasileira – Deuses e lendas da cultura indígena nacional

A mitologia brasileira é riquíssima e tem fortes influências indígenas. Muitos deuses e


deusas nacionais são de origem tupi-guarani.

Por Amanda Sales

A mitologia brasileira recebeu a influência de diversos povos. Contudo, uma das


influências mais fortes e ricas da mitologia nacional é a indígena. As diversas etnias
nativas do Brasil deixaram um pouco de seu legado e de sua cultura. Sobretudo quanto
à presença de deuses e entidades, bem como nas diversas lendas que permanecem até
hoje.

Sobretudo a cultura tupi-guarani deixou muitos legados à mitologia brasileira. Apesar de


pouco conhecida, essa mitologia é extremamente rica e repleta de deuses e lendas
interessantes. No entanto, todos os 225 grupos indígenas brasileiros possuem sua
própria mitologia, suas crenças e manifestações culturais.

Contudo, muitos elementos que rondam a mitologia indígena brasileira é um pouco


incerta e pode haver correções. Até porque, como dito anteriormente, as influências
indígenas na mitologia brasileira não vieram de um só povo. Entretanto, é fato que muito
antes da colonização a cultura indígena já era rica e viva no território brasileiro e que o
extermínio de povos indígenas fez com que muito dessa cultura se perdesse.
Deuses e lendas da mitologia brasileira e tupi-guarani

Tupã, o deus trovão

Mesmo se você não souber muito sobre mitologia brasileira, certamente já ouviu o nome
Tupã. Para algumas mitologias indígenas do país, ele seria o deus criado. Em um
paralelo com a mitologia grega, ele seria uma espécie de Zeus, responsável pela criação
dos homens e do mundo.

De acordo com algumas lendas, ele transforma mortais em entidades ou deuses. Além
disso, Tupã também é visto como um grande guerreiro e o trovão seria tanto sua arma
quanto a forma de se expressar. Contudo, não há somente uma análise possível, e para
alguns especialistas, Tupã não era exatamente um deus, mas uma manifestação
do trovão, coisa que o povo desconhecia, por isso, temia.
Guarací, o deus sol

Já Guarací representaria, na mitologia tupi-guarani, o deus sol. Para muitos grupos


indígenas, ele foi criado por Tupã e é o irmão gêmeo de Jaci, a Lua. Contudo, há
também algumas lendas que contam que Guarací ajudou Tupã a criar todos os seres
vivos, já que o sol é essencial para a vida no planeta.

Jaci, a deusa lua


Apesar de algumas lendas retratarem Jaci como esposa de Guarací, é mais comum que
ela seja representada como irmã do deus sol. Uma dessas narrativas da conta de que,
quando o deus do Sol precisou dormir, o mundo caiu em trevas e então, para iluminar a
escuridão, Tupã criou Jaci.

Além de ser a deusa lua, Jaci também está associada à plantas, animais e amantes,
sendo a protetora dos mesmos. Ela é representada como uma mulher de beleza
inacreditável e que leva suavidade para as noites.

Anhangá, o deus do submundo


Além de ser a divindade do submundo, Anhangá também é tido como o deus dos mortos.
De acordo com as narrativas indígenas, ele costuma castigar as más pessoas de forma
cruel. Além disso, ele é visto como um inimigo de Tupã e o único a rivalizar em poder.

No entanto, na cultura tupi-guarani, a aparição de Anhangá é considerada um mal


presságio. Ele também protege os animais da caça desenfreada, preservando o
equilíbrio da natureza.

Akuanduba, o deus da flauta


Esta divindade da mitologia brasileira é típica dos índios araras, que habitavam a
margem do rio Iriri, no Estado do Pará. De acordo com a lenda, Akuanduba toca a flauta
para garantir o equilíbrio do mundo.

Caipora, divindade protetora da floresta


Esta não é uma divindade específica, mais correto seria dizer que é um “tipo de
divindade”. Essas criaturas têm o dom de imitar qualquer som e a usam para enganar
caçadores e fazer com que se percam na mata. Desse modo, são tidas como protetoras
das matas e dos animais.

De modo geral, as Caiporas andam em bando. Além disso, elas têm um senso de humor
bem peculiar, tendo como passatempo pregar peças em qualquer um que ande
desavisado pela mata. Por isso, há uma lenda de que antes de entrar na floresta é
preciso presentear a Caipora.

Iara, deusa das águas


A lenda da Iara já é conhecida dos brasileiros e conta sobre uma índia que virou uma
espécie de sereia protetora das águas. Além disso, ela é dona de uma voz tão boa,
bonita e tocante que o homem que a ouve morre de paixão por ela. Sua aparição é
relatada por muitos pescadores.
Kianumaka-Manã, a deusa onça

Kianumaka-Manã é uma deusa e guerreira que carrega a força das onças pintadas. Além
disso, é uma deusa de liberdade e possui um espírito-livre, que abençoa a batalha dos
índios.

Sumá, o deus da agricultura


De acordo com a lenda, Sumá teria aparecido de forma misteriosa e se tratava de um
homem branco, que andava ou flutuava no ar e possuía longos cabelos e barbas
brancas. Então, o deus começou a ensinar o povo da selva a arte da agricultura. Em
seguida, ensinou habilidades como a de transformar mandioca em farinha, além de
regras morais.

Além disso, ele é uma espécie de curandeiro que cuida dos povos da floresta.

Acauã, a deusa das mulheres


Segundo a lenda, Acauã é uma espécie de uma fada pássaro que enfeitiça as mulheres.
Além disso, essa deusa possui penas com cores encantadoras que funcionam como
arma para seduzir as moças e levá-las embora.

Anhum, deus da melodia


Anhum é o deus da melodia e responsável pelo o sacro Taré, instrumento que avisa
quando os deuses estão chegando. De acordo com a lenda, ele emite um som único e
nunca antes visto. Além disso, teria sido ele o responsável por trazer a música à
humanidade.
Picê, deusa das artes e da poesia

De acordo com a lenda, Picê trouxe mais alegria para as pessoas por meio de seus
versos.

Yorixiriamori
Representação de Yorixiriamori, por Thiago Costackz ©

Yorixiriamori é um deus, da cultura ianomâmi, que encantava as mulheres com o seu


canto e por conta disso, acabou despertando o ciúme nos homens ianomâmis. Esses
homens revoltados, se juntaram e tentaram matá-lo, mas Yorixiriamori fugiu na forma de
um pássaro e deixou a terra, passando a habitar os céus.

Yebá Bëló
Yebá Bëló Reprodução/Divulgação | Revista Superinteressante ©

Se para os tupi-guaranis o grande criador é Tupã, para os índios desanos, que vivem na
região do alto do Rio Negro, esse lugar é ocupado pela deusa Yebá Bëló. Ela é, segundo
eles, a responsável para criação de todo o universo e teria criado os homens e as
mulheres a partir das folhas de coca que costumava mascar.

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