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NO AMBIENTE VIRTUAL
Marabá-PA
2021
ORLANDO DA SILVA ELIAS
Marabá-PA
2021
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FOLHA DE APROVAÇÃO
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Based on the assumption that the Internet is currently defined as the most powerful
and influential communication tool, and the virtual place where social networks,
entertainment, research, shopping and sales sites, banking transactions among
numerous activities that arise from dynamically. We will address this topic on internet
crimes that affect the world and have intensified in Brazil after internet access was
established in our country. In this sense, we can verify that the individual and
collective behavior contained in the virtual scope is distinguished from the postures
adopted in ordinary society in physical form. This is due to the internet providing the
sensation of anonymity and with maneuvers that make it difficult to identify these
entities. The research is guided by the hypothetical deductive method, through
books, scientific articles and publications on institutional websites, and in Brazilian
legislation, in order to present the innumerable Laws and Legal Amendments aimed
at determining the rights and duties and civil liability of its users, as well as the
penalties established to protect users in general against cybercrime.
KEYWORD: Internet crimes, Virtual society behavior, Laws against cyber crimes,
Legislation
SUMÁRIO
2 A INTERNET E OS CRIMES CIBERNÉTICOS...........................................................................8
2.1 A trajetória da Internet..............................................................................................................8
3 CIBERCRIMES EM ESPÉCIE......................................................................................................12
3.1 Conceituação e Tipificação....................................................................................................12
3.1.2 Cibecrimes e a internacionalidade...................................................................................15
4. A LEI 12.850 E O AGENTE INFILTRADO.............................................................................17
4.1 O procedimento da infiltração de agentes...........................................................................19
4.2 Aplicabilidade da infiltração..................................................................................................20
4.3 Sigilo........................................................................................................................................21
4.4 Prazo.......................................................................................................................................22
4.5 Responsabilidade Criminal....................................................................................................23
5. AGENTE INFILTRADO VIRTUALMENTE NA LEI 8609/90...............................................25
O agente infiltrado no contexto da legislação voltada à criança e ao adolescente..............26
5.2 O procedimento e seus requisitos.......................................................................................28
5.2 Subsidiariedade.......................................................................................................................28
5.4 Autorização Judicial................................................................................................................30
5 PROJETOS DE LEI EM TRAMITAÇÃO......................................................................................30
7 INTERNET COMO MEIO PARA OUTRAS ATIVIDADES ILEGAIS........................................31
7.1 Tráfico de drogas na internet.................................................................................................32
7.1.1 Na “The Surface Web”.......................................................................................................32
7.1.2 Na The Deep Web...............................................................................................................34
7.7 Tráfico de vida selvagem na Internet...................................................................................35
6.1.4 The Surface Web.................................................................................................................35
7.2.2 Na The Deep Web...............................................................................................................38
7.3 Semelhanças e sobreposições entre vida selvagem online e tráfico de drogas............39
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................................41
11 REFERENCIAS............................................................................................................................43
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1 INTRODUÇÃO
Entre os crimes que não se limitam aos financeiros, são identificados crimes
de injúria, pedofilia, bullying virtual, ameaças, e até crimes realizados por meio de
encontros via internet. No entanto, essa falsa concepção de que a internet é terra de
ninguém vem sido desconstruída. O que demandou leis e controles cibernéticos a
fim de reduzir, punir e frear essas ações. Como pode ser visto no contexto mundial
os comportamentos inadequados, vêm sendo coibidos na internet, tanto no que
acontece na vida que ocorre fora dela. E muitas redes sociais têm adotado regras
em que retiram informações ou compartilhamentos duvidosos.
Razão pela qual o Direito deve se moldar a esta nova realidade, caminhar
junto com a segurança da informação, para que esta nova sociedade digital não se
torne um pesadelo para aquelas que a usam e acabam por ter suas imagens e/ou
seus patrimónios comprometidos. O Direito, desde seu surgimento, sempre buscou
acompanhar a evolução da sociedade, por isso, conforme a essa se desenvolve o
Direito precisa, ao longo do tempo, encontrar mecanismos para tender suas
necessidades emergentes, adequando-se sempre que necessário. Assim, com o
avanço da tecnologia e sua inserção no cotidiano das pessoas, demandou ações
imperiosas no que tange o Direito tutelar as relações que passaram a ser
desenvolvidas em ambiente virtual.
O interesse por esse assunto surgiu por se tratar de um tema atual e cada
vez mais presente no cotidiano das pessoas. Ademais, esta questão ainda gera
muitas dúvidas no tocante às formas de resguardar os direitos daqueles que são
lesados através de qualquer meio virtual, bem como quem teria competência para
processar e julgar os crimes realizados por esse meio, como poderemos verificar por
diversos autores que discorrem sobre a relação do Direito Penal com os crimes que
ocorrem em ambientes virtuais. Bem como a evolução histórica e os conceitos dos
crimes virtuais, além de analisar a classificação de referidos crimes, sua autoria e o
que a legislação nacional e internacional versam sobre o assunto. Por fim, serão,
ainda, estudados alguns crimes que podem vir a ser praticados via internet tais
como fraudes virtuais, estelionato, pornografia infantil e invasão de privacidade,
entre outros.
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ZANELLATO (2002) discorre que a internet foi constituída como uma cadeia
de redes, em escala mundial, e que os seus equipamentos informáticos
desempenham a mesma linguagem e técnicas na circulação das informações.
Demonstrando que a internet emergiu com o intuito principal de simplificar e ampliar
a troca de informações. SILVA, 2017, descreve que na atualidade a internet adquiriu
e desenvolveu novas características propiciando um novo ambiente social, que
passou a ser utilizada de forma global, bem como com infinitas fontes a serem
exploradas, entretanto, essa nova cidadania virtual surgiu sem regras e
regulamentações jurídicas.
3 CIBERCRIMES EM ESPÉCIE
Cumpre registrar que esse documento internacional ainda não foi assinado
pelo Brasil, sendo que no arcabouço de tratados do sistema interamericano de
direitos humanos não há ainda nenhuma convenção que trate da matéria, tornando-
se a Convenção de Budapeste uma diretriz a ser seguida pelos blocos regionais e
por toda a comunidade global para o combate ao cibercrime.
Todavia, essa lei foi revogada pela já citada Lei 12.850/13, e com a
normatização da investigação criminal e o processo penal no âmbito das
organizaçõs criminosas, e que esse modelo investigativo está determinado também
na Lei 11.343/2006, que prevê os crimes relacionados ao tráfico de drogas. A saber:
19
WOLFF, 2017, relata que o agente infiltrado trata-se do policial que fica
anônimo sobre sua real função por meio de identidade falsa, e se aproxima dos
indivíduos suspeitos, como cidadão comum a fim de obter dados para coletar provas
sobre determinados crimes bem como na compreensão do funcionamento da
organização criminosa então investigada. NUCCI, 2015, aponta que no que tange a
natureza jurídica da infiltração de agente se estabelece com um misto de provas,
considerando que o agente atua com o objetivo de coletar dados e provas e se
infiltra no seio da organização para utilizar como prova testemunhal para a
penalização posterior.
Pelo texto legal em seu artigo 10º, a legitimidade para requerer a medida é
concorrente entre o delegado de polícia ou membro do Ministério Público, devendo,
na segunda hipótese, ser objeto de manifestação técnica por parte da autoridade
policial, enquanto responsável pela execução da medida, necessária sempre a
autorização judicial, que deve se dar em processo sigiloso, em decisão motivada e
que estabeleça claramente os limites do ato a ser executado
Ainda em seu artigo 1º, mas já no seu § 2º, a lei traz situações de
equiparação situacional, onde os institutos desa lei poderão ser também utilizados. A
saber:
4.3 Sigilo
Obviamente, como se trata de um procedimento a fim de desmebrar e punir
oeganizações com fins criminosos, é interessante e imprescindível que esses atos
sejam realizados no mais absoluto sigilo, a fim de pegar a organização de surpresa.
Assim sendo o legislador positivou que os procedimentos realizados sejam
qualificados pelo mais absoluto sigilo por parte dos envolvidos. A saber:
CARLOS; FREIRE (2014), relata que o processo penal deve ser público,
exceto no que for indispensável na proteção dos interesses da justiça. E no contexto
que desenvolva a infiltração demanda a ação da justiça social, bem como a
privacidade requerida para o agente infiltrado.
4.4 Prazo
No que diz respeito ao prazo estipulado pela lei no dispositivo do art. 10, §3º
da Lei 13.850/13, BRASIL, 2013, discorre que a infiltração devera ser autorizada
pelo período de até seis meses, sem eventuais prorrogações, a menos que se
comprove essa renovação.
(...)
(...)
LIMA (2017) assevera que a requisição para prorrogação do prazo deve ser
apresentada antes do fim do curso da investigação, a fim de que considere as
possíveis provas obtidas como válidas. O autor ainda aprofunda são duas as
modalidades de infiltração de agentes e conforme a doutrina, sendo a leve que se
desenvolve por um prazo Maximo de seis meses e a profunda que ultrapassa esse
prazo e exige que o agente fique imerso totalmente á investigação.
O autor ainda fundamenta que são ações evidentes para garantir que a
infiltração do agente garanta inclusive sua integridade física. Entretanto, nos casos
em que o policial esteja desenvolvendo sua investigação e nesse período por
questão de proteção ocorra a necessidade de atirar em outrem também estará
protegido pela lei diante do alto risco em que está envolvido.
Dessa forma, o Estado reconhece previamente que não será possível exigir
outro comportamento por parte do agente infiltrado, e possa contribuir com o
processo investigativo utilizando todos os recursos necessários para se manter no
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âmbito alvo do processo, mesmo que para tal seja necessário que cometa algum
delito em detrimento ao êxito da operação.
criança. Determinando um importante período para sua vida adulta e que envolve
aspectos nutricionais, ambientais e psicológicos, bem como a interferência do meio
em que vive.
5.2 Subsidiariedade
Para que possa ser utilizado o instituto da infiltração virtual de agentes deverá
haver demanda nos termos do inciso II do art. 190-A: II – dar-se-á mediante
requerimento do Ministério Público ou representação de delegado de polícia e
conterá a demonstração de sua necessidade, o alcance das tarefas dos policiais, os
nomes ou apelidos das pessoas investigadas e, quando possível, os dados de
conexão ou cadastrais que permitam a identificação dessas pessoas;
(BRASIL,1990) A necessidade da medida terá de ser demonstrada diante o
impedimento de se reconhecer a autoria e/ou colher prova de materialidade por meio
das demais técnicas investigativas (CASTRO, 2017).
Projeto de lei n.º 9.744, DE 2018 – Autor: Deputado Sr. Sandro Alex -
PSD/PR∗ A ementa determina a criação de mecanismos de identificação em
anúncios publicitários na internet e prevê responsabilização para aquele que
intermedia, administra ou gerencia quaisquer anúncios em sítio ou aplicação de
internet que propague ou disponibilize conteúdo que denote ilícitos penais.
Projeto de Lei nº. 154/19 – Autor: José Nelto - PODE/GO. O projeto altera o
Código Penal (Decreto-Lei 2.848/40) a fim de asseverar a pena aplicada aos que
cometerem crimes cibernético por meio eletrônico. Em detrimento do texto, a pena
será agravada em condições praticadas por meio eletrônico ou outro tipo de
dispositivo que promova sua disseminação via internet ou não.
ilegais. Considerando que os infratores têm agora um alcance global, eles têm
acesso a um potencial internacional de vendedores e compradores de bens e
serviços ilícitos (O'Neill, 2000). MARTIN, 2014,
boa parte desses anúncios foi publicada em sites dos Estados Unidos. A maioria dos
anúncios era para marfim, sendo que o predomínio desse produto específico
também foi observado em suas pesquisas (IFAW, 2008, 2014a; Yu e Jai, 2015).
Assim, mesmo que sites especializados não listados sejam um meio plausível
para o tráfico de vida selvagem, os autores concluem que há poucas evidências
para apoiar a existência de um mercado de vida selvagem na dark web
(HARRISON, ROBERTS E HERNANDEZ-CASTRO, 2016). Mais ainda, a
comunidade do tráfico de drogas na dark web parece ter pouca tolerância com os
traficantes de vida selvagem, já que estes são recebidos com fortes críticas quando
tentam vender produtos relacionados a animais ( SULLIVAN, 2016).
CITES, o marfim pode ser vendido legalmente como uma antiguidade. Os traficantes
podem, assim, anunciar seus produtos de marfim como antiguidades, a fim de
escapar dos filtros de várias plataformas virtuais (IFAW, 2007; INTERPOL, 2013).
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
De fato, estamos tão imersos no mundo digital que ele passou a fazer parte
de nosso cotidiano, o que reforça a importância do conceito de cidadania digital, que
aborda as normas e procedimentos para que o exercício pleno da cidadania também
ocorra na via digital.
Com todo este arcabouço legislativo em vigência, deve-se atentar que este é
um tema que ainda procederá a muitas leis e alterações legislativas em um futuro
próximo, uma vez que o tema não pode ser considerado esgotado, pela
característica fundamental da Internet que se altera todo o tempo, bem como os
crimes vão se adequando e elaborando novos meios para cometer delitos no
ambiente virtual. De forma que o trabalho deve ser uma pequena contribuição para
futuras explorações.
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11 REFERENCIAS
BRASIL. Secretaria Nacional dos Direitos Humanos. (2014). SDH elogia ação da
PF de enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes.
BRASIL. Câmara dos Deputados. Projeto de Lei 1.404, de 2011.Altera a Lei 8.069,
de 13 de julho de 1990, para prever a infiltração de agentes da polícia na
internet com o fim de investigar crimes contra a liberdade sexual de criança ou
adolescente. Autor: Senado Federal. Relatora: Deputada Cristiane Brasil. Câmara
dos Deputados, Brasília, DF, 14 abr. 2015.
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BUSATO, Paulo César. Direito Penal – Parte Especial: artigos 121 a 234-C do
Código Penal. São Paulo: Atlas, 2016. p. 400-414.
IFAW (2014b). Clique para excluir - sites que vendem atualizações sobre animais
selvagens ameaçados . Disponível em https://www.ifaw.org/australia/news/click-
delete-%E2%80%93-website-selling-endangered-wildlife-update Acesso em
13.11.2020
LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação Criminal Especial Comentada. 5ª Ed. Vol.
Único. Salvador: Juspodivm. 2017. p.748.
PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal. Vol. 1. 6ª edição. São Paulo: Editora
RT. 2006. p. 335/336: RAMALHO TERCEIRO, Cecílio da Fonseca Vieira. O
problema na tipificação penal dos crimes virtuais. Jus Navigandi, Teresina, a. 6, n.
58, ago. 2002.
WOLFF, Rafael. Infiltração de agentes por meio virtual. Conforme SILVA, Ângelo
Roberto Ilha da (Org.). Crimes Cibernéticos. Porto Alegre: Livraria do Advogado.
2017. p.216