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Enem Ciências Humanas- Revolução industrial

1. Enem 2010-Questão 10
A Inglaterra pedia lucros e recebia lucros. Tudo se transformava em lucro. As cidades tinham sua sujeira
lucrativa, suas favelas lucrativas, sua fumaça lucrativa, sua desordem lucrativa, sua ignorância lucrativa, seu
desespero lucrativo. As novas fábricas e os novos altos-fornos eram como as Pirâmides, mostrando mais a
escravização do homem que seu poder.
DEANE. P. A Revolução Industrial. Rio de Janeiro: Zahar, 1979 (adaptado).
Qual relação é estabelecida no texto entre os avanços tecnológicos ocorridos no contexto da
Revolução Industrial Inglesa e as características das cidades industriais no início do século XIX?

A) A facilidade em se estabelecer relações lucrativas transformava as cidades em espaços privilegiados para


a livre iniciativa, característica da nova sociedade capitalista.
B) O desenvolvimento de métodos de planejamento urbano aumentava a eficiência do trabalho industrial.
C) A construção de núcleos urbanos integrados por meios de transporte facilitava o deslocamento dos
trabalhadores das periferias até as fábricas.
D) A grandiosidade dos prédios onde se localizavam as fábricas revelava os avanços da engenharia e da
arquitetura do período, transformando as cidades em locais de experimentação estética e artística.
E)O alto nível de exploração dos trabalhadores industriais ocasionava o surgimento de aglomerados urbanos
marcados por péssimas condições de moradia, saúde e higiene.

2. Enem 2010-Questão 11
A evolução do processo de transformação de matérias-primas em produtos acabados ocorreu em três
estágios:
artesanato, manufatura e maquinofatura.
Um desses estágios foi o artesanato, em que se
A)trabalhava conforme o ritmo das máquinas e de maneira padronizada.
B)trabalhava geralmente sem o uso de máquinas e de modo diferente do modelo de produção em série.
C)empregavam fontes de energia abundantes para o funcionamento das máquinas.
D)realizava parte da produção por cada operário, com uso de máquinas e trabalho assalariado.
E)faziam interferência do processo produtivo por técnicos e gerentes com vistas a determinar o ritmo de
produção.
3. Enem 2010- Questão 40
Homens da Inglaterra, por que arar para os senhores que vos mantêm na miséria?
Por que tecer com esforços e cuidado as ricas roupas que vossos tiranos vestem?
Por que alimentar, vestir e poupar do berço até o túmulo esses parasitas ingratos que exploram vosso suor —
ah, que bebem vosso sangue?
SHELLEY. Os homens da Inglaterra Apud HUBERMAN, L. História da Riqueza do Homem. Rio de
Janeiro: Zahar, 1982.
A análise do trecho permite identificar que o poeta romântico Shelley (1792-1822) registrou uma
contradição nas condições socioeconômicas da nascente classe trabalhadora inglesa durante a Revolução
Industrial. Tal contradição está identificada
A)na pobreza dos empregados, que estava dissociada na riqueza dos patrões.
B)no salário dos operários, que era proporcional aos seus esforços nas indústrias.
C)na burguesia, que tinha seus negócios financiados pelo proletariado.
D)no trabalho, que era considerado uma garantia de liberdade.
E)na riqueza, que não era usufruída por aqueles que a produziam.

4) (ENEM 2009) A prosperidade induzida pela emergência das máquinas de tear escondia uma acentuada perda de
prestígio. Foi nessa idade de ouro que os artesãos, ou os tecelões temporários, passaram a ser denominados, de modo
genérico, tecelões de teares manuais. Exceto em alguns ramos especializados, os velhos artesãos foram colocados lado
a lado com novos imigrantes, enquanto pequenos fazendeiros-tecelões abandonaram suas pequenas propriedades para
se concentrar na atividade de tecer.
Reduzidos à completa dependência dos teares mecanizados ou dos fornecedores de matéria-prima, os tecelões ficaram
expostos a sucessivas reduções dos rendimentos.
THOMPSON, E. P. The making of the english working class. Harmondsworth: Penguin
Books, 1979 (adaptado).

Com a mudança tecnológica ocorrida durante a Revolução Industrial, a forma de trabalhar alterou-se porque
A) a invenção do tear propiciou o surgimento de novas relações sociais.
B) os tecelões mais hábeis prevaleceram sobre os inexperientes.
C) os novos teares exigiam treinamento especializado para serem operados.
D) os artesãos, no período anterior, combinavam a tecelagem com o cultivo de subsistência.
E) os trabalhadores não especializados se apropriaram dos lugares dos antigos artesãos nas fábricas.
05) (ENEM 2009) Até o século XVII, as paisagens rurais eram marcadas por atividades rudimentares e de baixa
produtividade. A partir da Revolução Industrial, porém, sobretudo com o advento da revolução tecnológica, houve um
desenvolvimento contínuo do setor agropecuário. São, portanto, observadas consequências econômicas, sociais e
ambientais inter-relacionadas no período posterior à Revolução Industrial, as quais incluem
a) a erradicação da fome no mundo.
b) o aumento das áreas rurais e a diminuição das áreas urbanas.
c) a maior demanda por recursos naturais, entre os quais os recursos energéticos.
d) a menor necessidade de utilização de adubos e corretivos na agricultura.
e) o contínuo aumento da oferta de emprego no setor primário da economia, em face da mecanização.

06) (ENEM 2001) “... Um operário desenrola o arame, o outro o endireita, um terceiro corta, um quarto o afia nas
pontas para a colocação da cabeça do alfinete; para fazer a cabeça do alfinete requerem-se 3 ou 4 operações diferentes;
(SMITH, Adam. A Riqueza das Nações. Investigação sobre a sua Natureza e suas Causas. Vol. I. São Paulo: Nova
Cultural, 1985).

A respeito do texto e do quadrinho são feitas as seguintes afirmações:


I. Ambos retratam a intensa divisão do trabalho, à qual são submetidos os operários.
II. O texto refere-se à produção informatizada e o quadrinho, à produção artesanal.
III. Ambos contêm a ideia de que o produto da atividade industrial não depende do conhecimento de todo o processo
por parte do operário.
Dentre essas afirmações, apenas
a) I está correta.
b) II está correta.
c) III está correta.
d) I e II estão corretas.
e) I e III estão corretas.
07) A economia solidária foi criada por operários, no início do capitalismo industrial, como resposta à pobreza e ao
desemprego que resultavam da utilização das máquinas, no início do século XIX. Com a criação de cooperativas (de
produção, de prestação de serviços, de comercialização ou de crédito), os trabalhadores buscavam independência
econômica e capacidade de controlar as novas tecnologias, colocando-as a serviço de todos os membros da empresa.
Essa ideia persistiu e se espalhou: da reciclagem ao microcrédito, já existem milhares de empreendimentos desse tipo
hoje em dia, em várias partes do mundo. Na economia solidária, todos os que trabalham são proprietários da empresa.
Trata-se da possibilidade de uma empresa sem divisão entre patrão e empregados, sem busca exclusiva pelo lucro e
mais apoiada na qualidade do que na quantidade de trabalho, em convivência com a economia de mercado.

SINGER, Paul. A recente ressurreição da economia solidária no Brasil. Disponível em:


http://www.cultura.ufpa.br/itcpes/documentos/ecosolv2.pdf. Acesso em: 23 mar. 2009.
(com adaptações).
A economia solidária, no âmbito da sociedade capitalista, institui complexas relações sociais, demonstrando que ...
a) fraternidade entre patrões e empregados, comum no cooperativismo, tem gerado soluções criativas para o
desemprego desde o início do capitalismo.
b) a rejeição ao uso de novas tecnologias torna a empresa solidária mais ecologicamente sustentável que os
empreendimentos capitalistas tradicionais.
c) a prosperidade do cooperativismo, assim como a da pirataria e das formas de economia informal, resulta dos
benefícios do não pagamento de impostos.
d) as contradições inerentes ao sistema podem resultar em formas alternativas de produção.
e) o modelo de cooperativismo dos regimes comunistas e socialistas representa uma alternativa econômica adequada
ao capitalismo.
Gabarito
1. E
A Revolução Industrial promoveu um intenso processo de urbanização na Inglaterra. A oferta de empregos e
a maior possibilidade de mobilidade social oferecidas pelo espaço urbano atraíram milhares de camponeses
para as cidades, que passaram a crescer de forma acelerada e desorganizada. O inchaço urbano causado pelo
intenso êxodo rural tornou o espaço das cidades ambientes insalubres, marcados por precárias condições de
moradia, saúde e higiene.

2. B
O artesanato se distingue da manufatura e da maquinofatura principalmente porque conta com o trabalho do
artesão, que emprega técnicas consideradas mais rudimentares e domina todos os estágios da produção de
determinado objeto.

3. E
Analisando o trecho do enunciado da questão, podemos observar uma das principais características da
Revolução Industrial, ou seja, a contradição entre a riqueza produzida pelo desenvolvimento industrial e a
pobreza gerada pela exploração do trabalho. Dessa forma, a separação entre capital e trabalho daria origem a
uma classe operária geradora das riquezas, que seriam apropriadas pelos donos dos meios de produção.

Gabarito
4) D
5) C
6) E
7) D

Bibliografia Complementar
HOBSBAWM, Eric J. A Era das Revoluções (1789-1848), São Paulo, Paz e Terra, 2005.
BRESCIANI, Maria Stella. Londres e Paris no século XIX: O espetáculo da pobreza. São Paulo, Editora
Brasiliense, 1994.
FLORENZANO, Modesto. As Revoluçõoes Burguesas. São Paulo, Brasiliense, 1994.

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