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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium


Curso de Psicologia

Elaine Cristina Pereira de Souza


Maria José da Silva
Rosangela Pavoni

A IMPORTÂNCIA DA ORIENTAÇÃO
PROFISSIONAL NO ENSINO DE JOVENS
E ADULTOS (EJA)
EE. Comendador Antonio Figueiredo Navas
Promissão - SP

LINS-SP
2015
ELAINE CRISTINA PEREIRA DE SOUZA
MARIA JOSÉ DA SILVA
ROSANGELA PAVONI

A IMPORTÂNCIA DA ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL NO ENSINO DE


JOVENS E ADULTOS (EJA)

Trabalho de Conclusão de Curso


Apresentado à Banca Examinadora do
Centro Universitário Católico Salesiano
Auxilium, curso de Psicologia, sob a
orientação da Prof. Me Liara Rodrigues
de Oliveira e orientação técnica da Prof.
Ma. Jovira Maria Sarraceni

LINS-SP
2015
Souza, Elaine Cristina Pereira de; Silva, Maria José da; Pavoni, Rosângela
A importância da orientação profissional no ensino de jovens e adultos (EJA) / Elaine Cristina Pereir
86p. il. 31cm. S579g

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALE


Orientadores: Jovira Maria Sarraceni; Liara Rodrigues de Oliveira

1.O
3. Mer

CDU 159
Dedico primeiramente à minha mãe Eunice pela ajuda que me concedeu
durante todo curso, com apoio financeiro, amor e a dedicação que teve com
minhas filhas e comigo.
A minha filha Rafaela que sempre esteve do meu lado, me incentivando,
me fazendo companhia nos momentos difíceis, sendo minha amiga e tendo
paciência por eu não estar presente em alguns momentos em que ela precisou
de mim.
A minha filha Ana Julia que passou por momentos conflituosos, porém
sempre me compreendeu, suportando minha ausência e me apoiando com seu
carinho e tolerância ao esperar por mim, nunca deixando de ser a minha
filhinha meiga e carinhosa.
A minha filha Isabelly, que ainda é uma criança, porém soube enfrentar
as dificuldades que a ausência da mãe trouxe a ela em alguns momentos,
conseguindo suportar a carência e ainda me receber com um sorriso lindo cada
vez que eu estava com ela.
Ao meu marido Paulo Sérgio, pela paciência, pelo carinho e pelo apoio
que me deu durante todo o curso, por estar ao meu lado sempre me
incentivando.
Elaine C. P. Souza

Em memória da minha melhor amiga e exemplo de vida, Áurea


Cristóvão da Silva:
―Mãe você foi o sol que aqueceu os meus dias, hoje é a luz que ilumina
meu caminho, me ensinou tudo que sou e tudo que não quero ser‖.
Aos meus filhos Bruno e Matheus, as minhas irmãs Ana e Keila, pelo
amor, apoio, paciência, companheirismo e pela riqueza que trazem à minha
vida.
Maria José

Dedico primeiramente à mulher que me deu a vida, minha mãe pela


ajuda financeira, pelo amor, carinho, confiança e atenção.
Ao meu pai que infelizmente faleceu quando eu estava no primeiro ano
do curso.
A minha filha Leticia que sempre me incentivou a prosseguir, e suportar
as barreiras no trajeto de todo o curso.
A minha filha Larissa, por muitas vezes me acompanhou na faculdade
para não ficar sozinha em casa.
Minhas filhas vocês foram o meu maior incentivo a fazer faculdade, para
eu poder dar um futuro melhor a vocês duas. Amo muito vocês.
Ao meu marido Wilson Carlos, pelo amor, carinho, atenção, paciência,
sendo alicerce para essa conquista, pelas orações e apoio integral, suportando
meu cansaço, ausência e impaciência durante essa trajetória. Amo você!
Aos meus irmãos Valdecir, Roselei e Geraldo, que sempre torceram
muito pelo meu crescimento profissional.
Rosângela Pavoni
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por me dar a vida e a oportunidade de


realizar meu sonho, me dando saúde e força para continuar.
A minha família, que sempre me incentivou e acreditou em mim, me
apoiando e compreendendo em cada momento dessa trajetória.
A minha orientadora Liara Rodrigues de Oliveira e a Prof. Orientadora
Técnica Ma. Jovira Maria Sarraceni, que me auxiliaram nessa trajetória, com
sabedoria, dedicação e com competência para que eu seguisse na direção
certa desse aprendizado.
A todos os professores do curso, que desde o início sempre estiveram
dispostos a ensinar com dedicação e estiveram comigo contribuindo para
minha formação, pois devo a cada um deles todo o conhecimento que adquiri
durante todo o curso.
A Instituição Centro Católico Salesiano Auxilium de Lins e a todos os
funcionários da mesma, os que também contribuíram para o meu crescimento,
servindo com respeito e dedicação.
Elaine C. P. Souza

Agradeço a Deus, por conceder-me o dom da vida e da sabedoria,


guiando-me no caminho do bem e da justiça, a batalhar e vencer. Por isso
lutar, conquistar, vencer e até mesmo cair e perder, e o principal, viver é o meu
modo de agradecer sempre.
A minha orientadora Liara Rodrigues de Oliveira que me guiou nessa
trajetória, apontando-me sempre com precisão, cuidado e compreensão a uma
direção a seguir.
A todos os professores do curso, que contribuíram para minha formação
e incentivaram todos os pequenos projetos ampliando os conhecimentos
adquiridos em sala.
A todos que contribuíram de forma direta ou indiretamente na conclusão
de mais esta etapa de minha vida e que mesmo não citados aqui não deixam
de merecer meu agradecimento.
Rosângela Pavoni
O término dessa graduação é um momento muito importante e especial
em minha vida, pois é a realização de um sonho que permaneceu guardado
por muito tempo.
Quando relembro os momentos vividos e caminhos percorridos para
chegar até esse momento de realização, sem dúvida, vejo muitas dificuldades
e conflitos, mas também, inúmeros e inesquecíveis momentos de alegria, de
vitórias, de descobertas e de cumplicidade.
Nesse percurso muitas pessoas contribuíram para que esse sonho se
tornasse realidade.
Agradeço primeiramente a Deus, que sem dúvida acredito ser a força
maior que nos move.
A meu pai Irani, meus filhos Bruno e Matheus e minhas irmãs Keila e
Ana que estão sempre presentes me apoiando e dando forças para continuar a
lutar por meus ideais.
A meu aos meus patrões Hélvio e Roselei, aos meus amigos (as) de
trabalho, pelo apoio, paciência e cooperação durante essa longa jornada de
estudo.
Agradeço a nossa orientadora Liara, pela dedicação e cooperação
nesse processo.
A instituição, a coordenação e a todos os funcionários pela dedicação e
respeito com que me trataram durante esse período.
A todos os professores que estiveram comigo durante esses cinco anos
de curso, pelas valiosas discussões provocadoras de reflexão, que
contribuíram na minha formação.
Agradeço a todos os meus amigos por compartilharem minhas alegrias,
dificuldades, por compreenderem minhas ausências e períodos de isolamento,
por torcerem e comemorarem cada conquista.
Agradeço aos responsáveis pela escola e aos alunos que participaram
dessa pesquisa, pela compreensão, disponibilidade e interesse dedicados.
Maria José
RESUMO

Esta pesquisa teve como objetivo conhecer e confrontar a opinião dos


alunos concluintes do ensino médio da Educação de Jovens e Adultos, em
relação à ampliação do conhecimento acerca das possibilidades relacionadas
ao projeto de futuro, escolha profissional e mercado de trabalho antes e após
participarem da Orientação Profissional. Iniciou-se a pesquisa com 45 alunos,
com idade variando entre 19 e 46 anos. O método utilizado inicialmente foi um
levantamento de dados através de um questionário, com o objetivo de obter
informações sobre o conhecimento dos alunos acerca do mercado de trabalho,
autoconhecimento e informação profissional. Após esse levantamento de
dados foi realizado um processo de Orientação Profissional com duração de
cinco encontros semanais, sendo 1h10 cada encontro. A Orientação
Profissional se deu por meio de questionários, dinâmica de grupo, atividades
escritas e verbais, recursos audiovisuais, discussões e reflexões que
permitiram a obtenção de dados característicos dessa população. Após esse
processo foi realizada a aplicação de um questionário pós-intervenção em que
se realizou a análise de conteúdo com base nas respostas apresentadas pelos
orientandos no questionário final. O projeto possibilitou aos alunos da EJA a
compreensão das variáveis que interferem nas suas escolhas profissionais,
oportunidade de ampliar as possibilidades de prosseguimento nos estudos,
colaborando assim para o desenvolvimento do seu pensamento crítico em sua
realidade social. Através dos resultados obtidos ao final da experiência,
presentes no discurso dos jovens, concluiu-se que o objetivo da pesquisa foi
alcançado, ou seja, ampliou-se a consciência dos alunos para a escolha
profissional e suas possibilidades, trazendo mais segurança e motivação para
que os mesmos dessem continuidade aos projetos futuros.

Palavras-chave: Orientação Profissional. Ensino de Jovens e Adultos. Mercado


de Trabalho. Intervenção Psicológica.
ABSTRACT

This research aimed to identify and confront an opinion of graduating


high school students of the Young and Adult Education, in relation to the
expansion of knowledge about the possibilities related to the future project,
choice of profession and employment before and after attending the orientation
professional. The began with 48 students, aged between 19 and 46 years. The
method used initially was a data collection through a questionnaire in order to
obtain information about students' knowledge about the labor market, self-
knowledge and professional information. After this data collection was realized
a process of career guidance lasting five weekly meetings and 1h10 each
encounter. The career guidance was through questionnaires, group dynamics,
written and verbal activities, audiovisual resources, discussions and reflections
which enabled obtaining characteristic data of this population. After this process
was realized a application of a post-intervention in which it performed the
content analysis based on the answers of the mentees in the final
questionnaire. The project enabled the students of EJA understanding of the
variables that interfere with their career choices, opportunity to expand the
possibilities for further studies, thus contributing to the development of their
critical thinking in their social reality. The results obtained at the end of the
experiment, present in the speech of young people, it was concluded that the
objective was achieved, that is, the understanding of the students towards the
professional choice and its possibilities was expanded, bringing more security
and motivation for they give continuity to future projects.

Keywords: Professional Guidance. Education of Teens and Adults.Labor


Market.Psychological Intervention.
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Demonstrativo de gênero, faixa etária, estado civil, filhos e


necessidade educativa especial dos alunos participantes.................................54
Tabela 2: Demonstrativo conforme motivo(s) pelo(s) qual(is) os alunos
abandonaram os estudos. Nesse item, os alunos puderam assinalar mais de
uma resposta. Obs: um aluno destacou que não abandou os estudos, só
reprovou e foi transferido para a EJA, devido à idade.......................................54
Tabela 3: Demonstrativo conforme motivo(s) pelo(s) qual(is) os alunos
retornaram aos estudos. Nesse item os alunos foram orientados a assinalar
todas as opções condizentes com seus motivos...............................................55
Tabela 4: Demonstrativo de alunos que trabalham e que não trabalham,
destacando que a maioria trabalha....................................................................55
Tabela 5: Demonstrativo de alunos que têm conhecimento sobre o ENEM,
predominando o maior número que não sabe...................................................55
Tabela 6: Demonstrativo de alunos que têm conhecimento sobre o Prouni,
destacando-se que a maioria não tem conhecimento.......................................55
Tabela 7: Demonstrativo de alunos que têm conhecimento sobre o Fies. 55
Tabela 8: Demonstrativo de alunos que sabem o que podem fazer após a
conclusão dos estudos.......................................................................................55
Tabela 9: Demonstrativo de alunos que tem planos para o futuro profissional.
55 Tabela 10: Demonstrativo de alunos que desejam receber Orientação
Profissional, ressaltando-se que a maioria deseja.............................................56
Tabela 11: Demonstrativo de alunos que tinham participado de algum tipo de
Orientação Profissional antes.............................................................................56
Tabela 12: Demonstrativo referente a opinião sobre o processo de Orientação
Profissional.........................................................................................................56
Tabela 13: Demonstrativo referente a participação no processo de Orientação
Profissional.........................................................................................................56
Tabela 14: Demonstrativo sobre dúvidas, após o processo de OP, ressaltando-
se que os que ficaram com dúvidas foi em relação ao mercado de trabalho da
área escolhida.....................................................................................................56
Tabela 15: Demonstrativo referente a algum conteúdo ou informação que
poderia ter sido abordado no processo de OP...................................................57
Tabela 16: Demonstrativo do fato mais importante para a elaboração da
escolha profissional............................................................................................57
Tabela 17: Demonstrativo sobre considerar importante que as escolas tenham
algum tipo de OP................................................................................................57
Tabela 18: Demonstrativo sobre o que mudou na forma de pensar após
participar do processo de OP.............................................................................57
Tabela 19: Demonstrativo sobre fazer curso ou faculdade após terminar o ano.
..........................................................................................................................57
Tabela 20: Demonstrativo sobre possíveis cursos e faculdades que os alunos
pretendem fazer..................................................................................................57
Tabela 21: Demonstrativo sobre a possibilidade de mudar de
profissão/ocupação futuramente........................................................................58
Tabela 22: Demonstrativo referente à mudança de emprego ou ocupação......58
Tabela 23: Demonstrativo sobre pensamentos e sentimentos em relação à vida
profissional..........................................................................................................58
Tabela 24: Demonstrativo referente aos projetos para o futuro profissional.....58

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABE: Associação Brasileira de Educação


ABOP: Associação Brasileira de Orientação Profissional
EJA: Educação de Jovens e Adultos
ENEM: Exame Nacional do Ensino Médio
FIES: Fundo de Financiamento Estudantil
FNDE: Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
FUNDEF: Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e
Valorização do Magistério
ISOP: Instituto de Seleção e Orientação
Profissional INEP: Instituto Nacional de Estudos
Pedagógicos
IFEJA: Índice de Fragilidade Educacional de Jovens e Adultos
LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
MOBRAL: Movimento Brasileiro de Alfabetização
MEC: Ministério da Educação
OP: Orientação Profissional
OV: Orientação Vocacional
PDE: Plano de Desenvolvimento da Educação
PROJOVEM: Programa Nacional de Inclusão de Jovens
PROEJA: Programa de Integração da Educação Profissional ao Ensino Médio
para Jovens e Adultos.
PROUNI: Programa Universidade Para Todos
SECAD: Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade.
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO....................................................................................................14

CAPÍTULO I - ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL................................................18


1 O QUE É ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL.............................................18
1.1 Objetivos da Orientação Profissional.......................................................19
2 ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL E A PSICOLOGIA...............................20
2.1 Modalidade Estatística.............................................................................20
2.2 Modalidade Clínica...................................................................................21
3 HISTÓRICO DA ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL..................................21
4 DESENVOLVIMENTO DA ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL..................25
5 ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL NO BRASIL.........................................26

CAPÍTULO II - EJA - EDUCAÇÃO PARA JOVENS E ADULTOS...................29


1 BREVE HISTÓRICO SOBRE A EDUCAÇÃO PARA JOVENS E ADULTOS
29
1.1 A Educação de Jovens e Adultos no Brasil.............................................33
2 DIMENSÃO SOCIAL DA EDUCAÇÃO PARA JOVENS E ADULTOS NO
BRASIL E SUA REGULAMENTAÇÃO LEGAL..................................................35
2.1 Regulamentação Legal............................................................................36
3 AS POLÍTICAS PÚBLICAS E A EDUCAÇÃO PARA JOVENS E ADULTOS
38
3.1 Políticas Públicas para a EJA no Brasil...................................................39
4 ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL E A EDUCAÇÃO PARA JOVENS E
ADULTOS (EJA)..................................................................................................41

CAPÍTULO III - METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA....45


1 METODOLOGIA.......................................................................................45
1.1 Abordagem Sócio Histórica.....................................................................50
1.2 Significados e Sentidos............................................................................52
2 ANÁLISE DE DADOS..............................................................................54
3 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.........................................................58
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO......................................................................62
CONCLUSÃO.....................................................................................................63
REFERÊNCIAS..................................................................................................65
APÊNDICES.......................................................................................................72
ANEXOS.............................................................................................................78
1

INTRODUÇÃO

A referente pesquisa tem por objetivo conhecer e confrontar a opinião


dos alunos concluintes do ensino médio da Educação de Jovens e Adultos
(EJA), em relação à ampliação do conhecimento que possuem acerca das
possibilidades relacionadas ao projeto de futuro, escolha profissional e
mercado de trabalho antes e após participarem da Orientação Profissional. A
hipótese inicial consiste em averiguar se a participação num processo de
Orientação Profissional ancorado em referencial teórico-metodológico
consistente é capaz de desencadear no orientando a construção de um projeto
de futuro mais assertivo e consciente, de maiores possibilidades.
Conforme a LEI Nº 9.394 a Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma
modalidade de ensino que pretende atender uma demanda de jovens e
adultos, que não tiveram acesso ao ensino básico ou não o concluíram na
idade regular por diversos motivos, que procuram a escola principalmente para
conseguir emprego ou se manter empregado e se estabelecer no mercado de
trabalho.
A escolha por esse tipo de público surgiu com a experiência de estágio
realizado anteriormente, com alunos do último ano da EJA, onde se percebeu a
importância de um olhar diferenciado a esse público, os quais se sentem
discriminados por estarem atrasados nos estudos, alguns sem perspectiva
sobre o projeto de futuro, e como o acesso a informações profissionais,
mercado de trabalho e autoconhecimento podem ajudar a ampliar essa visão.
Assim optou-se por esse público, por entender que a escolha profissional deve
ser destinada a todos os públicos, sendo um processo gradativo, independente
da idade, da classe social ou cultural.
Tendo em vista a alta competitividade no mercado de trabalho que
requer profissionais cada vez mais competentes e com a necessidade de se
manter nesse mercado, torna-se fundamental que a pessoa saiba como
planejar o seu futuro profissional, pensar no rumo que deve seguir e saber
como preparar o seu projeto de vida. Devido a essa grande concorrência
profissional e poucas oportunidades de trabalho nos dias atuais surge então a
motivação para se pensar na importância da Orientação Profissional como
possibilidade de promover um espaço de discussão e reflexão sobre os
aspectos da vida profissional, social e cultural, investigar quais os limitadores
da carreira e proporcionar condições para que a própria pessoa faça ou
reafirme sua escolha, levando em conta a satisfação pessoal, os aspectos
financeiros e o atual mercado de trabalho.
Sendo assim foi elaborada essa proposta de pesquisa, com o objetivo de
conhecer a opinião dos jovens a partir da participação em um programa de
orientação profissional aplicado aos alunos do ensino médio da EJA. O local foi
escolhido por se tratar de uma instituição de ensino pública, a qual possui um
público numerosamente significativo ao interesse desta pesquisa em realizar
tais atividades, e que ao mesmo tempo, não contam com a atuação de
profissionais nessa área, por não ser uma disciplina presente na grade
curricular.
O presente estudo foi embasado na abordagem sócio histórica, que
segundo Bock (2006), parte da ideia de que o ser humano é multideterminado,
mas ao mesmo tempo pode ser agente ativo em seu contexto social, tendo
possibilidades para mudá-lo.
Desenvolvido por meio de uma pesquisa de campo, que segundo
Gonsalves (2001) é o tipo de pesquisa que exige que o pesquisador busque as
informações no próprio local de pesquisa, para assim reuni-las e documentá-
las.
A pesquisa foi organizada em três capítulos, sendo o Capítulo I para
identificar o que é a Orientação Profissional e quais seus objetivos. O Capítulo
II para identificar o que é a EJA e quais seus fundamentos e o Capítulo III para
descrever a pesquisa, seu desenvolvimento, resultados e conclusão final.
O método utilizado foi o qualitativo, através da aplicação de dois
questionários, um antes e outro após o processo de Orientação Profissional,
sendo que no primeiro encontro compareceram 48 alunos, porém apenas 25
concluíram. O objetivo da OP foi de verificar informações, pensamentos e
sentimentos que os sujeitos da pesquisa têm acerca da vida profissional, da
sua realidade social, política e cultural. Os discursos dos respondentes foram
analisados por meio do método qualitativo, que conforme descreve Minayo:
É o que se aplica ao estudo da história, das relações, das
representações, das crenças, das percepções e das opiniões,
produtos das interpretações que os humanos fazem a respeito
de como vivem, constroem seus artefatos e a si mesmos,
sentem e pensam. Embora já tenham sido usadas para estudos
de aglomerados de grandes dimensões (IBGE, 1976; Parga
Nina et. AL 1985), as abordagens qualitativas se conformam
melhor a investigação de grupos e segmentos delimitados e
focalizados, de histórias sociais sob a ótica dos atores, de
relações e para análise de discursos e de documentos. (2010,
p. 57).

Após os dados colhidos por meio do questionário l (ANEXO B), foram


realizados cinco encontros semanais com duração de 01h10minh cada, em
uma instituição de ensino, com os alunos da terceira etapa do ensino médio da
Educação para Jovens e Adultos (EJA), onde foram abordados três módulos:
Autoconhecimento, Informação Profissional e Mercado de Trabalho.
Em seguida a participação no processo de Orientação Profissional, foi
aplicado o questionário ll (ANEXO C), com a finalidade de identificar o
aproveitamento que os orientandos obtiveram após participarem da OP e os
reflexos para a construção do seu projeto de futuro, escolha profissional ou
reafirmação da mesma, analisando-se suas respostas e opiniões concebidas
após a intervenção.
Ao término desse processo foi possível constatar como a Orientação
Profissional se fez importante em uma possível escolha ou reafirmação
profissional, proporcionando a ampliação do repertório de escolha profissional,
auxiliando-os a formarem subsídios para que possam compreender os
aspectos que envolvem as profissões, o mercado de trabalho e a si próprios.
A participação no processo de Orientação Profissional ancorado em
referencial teórico-metodológico consistente culminou na confirmação da
hipótese levantada, ou seja, os alunos tiveram sua percepção ampliada, a
visão de um futuro profissional ao orientando que participou.
A proposta de intervenção refere-se ao trabalho de orientação
profissional nas escolas públicas e, principalmente para o público da EJA, o
qual é menos favorecido pela sociedade. Portanto, seria de fundamental
importância que esse processo fosse destinado a esse público devido à
demanda apresentada. Contudo, conclui-se que após um processo de OP, os
alunos da EJA ampliaram sua visão de projetos de futuro profissional,
demonstrando assim, a importância desse trabalho realizado com os mesmos.
CAPÍTULO I

ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL

1 O QUE É ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL

Segundo Levenfus (1997) o termo Orientação Profissional deve se referir


a trabalhos que se limitam a informar sobre as profissões, mercado de trabalho,
onde são aplicadas técnicas de aprendizagem, sem que dê ênfase a questões
intrapsíquicas.
De acordo com a autora, existe uma diferença entre Orientação
Profissional e Orientação Vocacional, pois a Orientação Vocacional trata-se de
um processo no qual se busca auxiliar e orientar para um conhecimento das
características pessoais, familiares e sociais, criando condições para encontrar
afinidades destas características como aquilo que poderá realizar em forma de
projeto de vida profissional. Porém, ainda existem questionamentos sobre o
termo orientação, pois alguns autores sugerem que o direcionamento dessa
atividade parte do Psicólogo. Contudo, esse trabalho pode ser realizado por
professores também.

A Orientação Profissional ―oportuniza a reflexão, a discussão e


o debate entre os próprios jovens para que eles possam se dar
conta daquelas influências que lhe estão sendo prejudiciais,
por não lhe permitirem escolher ou por levarem a um grau de
angustia insuportável (SOARES, 1987, p.83).

Conforme a citação acima cabe a reflexão de que a realização da


Orientação Profissional que é feita em grupo auxilia os jovens por diversas
razões como: diante da necessidade de escolher, os membros do grupo podem
se identificar com as possibilidades, a troca de ideias e experiências pode
proporcionar um maior aproveitamento das técnicas utilizadas.
Na concepção de Müller (1998) a Orientação Vocacional não se trata de
um estudo psicológico do qual necessariamente saem resultados. Ao contrário,
trata-se de um processo, uma evolução mediante a qual os orientandos têm a
oportunidade de refletir sobre sua problemática de modo que procurem
caminhos para sua superação.
Nos últimos anos, observou-se que a procura pela Orientação
Vocacional tem crescido muito, sendo indiscutível o valor do trabalho do
orientador profissional para a sociedade, considerando que a prática desse
trabalho deve ser constantemente avaliada pelos profissionais envolvidos. O
processo de Orientação Vocacional pode ser desenvolvido tanto em grupo
quanto individualmente.
Lucchiari, ao referir o trabalho em grupo considera que:

É importante para o indivíduo, sentir-se igual aos outros, há


possibilidade de compartilhar sentimentos de dúvidas em
relação à escolha e ao futuro, cada participante do grupo é um
facilitador, pois auxiliam a entender o outro e o conhecimento
que cada membro busca de si mesmo (1993 p.13-14).

Em contrapartida, Torres (2002) em sua prática clínica já defende os


atendimentos individuais, acreditando mais em sua eficácia. Portanto, a
Orientação Vocacional auxilia o indivíduo na compressão do mundo social em
que vive, a construir seu projeto profissional. Para Andrade et.al. (2002, p.49):

A relevância do processo de OV pode ser evidenciada quando


este, ao passo que faz com que o levem a refletir sobre si
mesmo, também o ajuda a escolher um caminho profissional,
dando possibilidades para que possa desenvolver todas as
suas capacidades.

Diante dessa afirmação, os autores expõem a ideia do quanto se torna


importante a OV para que o indivíduo possa fazer uma reflexão sobre si e a
partir dessa reflexão, enxergar as possibilidades que surgirem, como também
suas próprias capacidades para então fazer a sua escolha profissional.

1.1 Objetivos da Orientação Profissional

O objetivo principal da Orientação Profissional é facilitar a escolha do


jovem, auxiliando-o a refletir sobre suas capacidades e dificuldades para que
se possa fazer a escolha mais adequada.
Lucchiari afirma que:
Ela tem por objetivo facilitar o momento da escolha ao jovem,
auxiliando-o a compreender sua situação específica de vida, na
qual estão incluídos aspectos pessoais, familiares e sociais. É
a partir dessa compreensão que ele terá mais condição de
definir qual a melhor escolha- a escolha possível- no seu
projeto de vida (1993, p.12).

De acordo com a autora, o orientador deve estar habilitado para


coordenar o processo de OP para que as dificuldades possam ser trabalhadas
e assim auxiliar o jovem a pensar, facilitando sua escolha. Para facilitar essa
escolha a autora ressalta que devem ser trabalhados os seguintes aspectos;
1. Conhecimento de Si: está relacionado à identidade do jovem em
quem ele foi, quem ele é e quem ele será, o projeto que ele espera para o
futuro em sua vida profissional, suas expectativas em relação a família e
pessoais, quais são seus principais valores e interesses.
2. Conhecimento das Profissões: está relacionado às profissões, quais
são, o que fazem e como fazem, o mercado de trabalho dentro do sistema
político-econômico, quais as possibilidades de atuação, visitas aos locais de
trabalho e cursos de universidades, informações sobre currículos e entrevista
com profissionais.
3. Escolha propriamente dita: que refere à decisão pessoal, deixar de
lado o que não é escolhido, viabilizar a escolha.

2 ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL E A PSICOLOGIA

De acordo com Bohoslavsky (1998), existe um trabalho conjunto da


Psicologia com a Orientação Profissional, pois os indivíduos precisam de um
processo de mudanças e escolhas em um determinado momento de sua vida,
e a escolha da profissão faz parte de um momento crítico de mudança na vida
de cada individuo. Nesse caso cabe ao psicólogo auxiliar com o trabalho de OP
ao jovem enfrentar e elaborar suas dúvidas, medos, inseguranças que
emergem nesse momento. Portanto, há duas modalidades diferentes que se
enquadram nesse contexto.

2.1 Modalidade Estatística


Para os psicólogos que atuam nesta modalidade, o trabalho é realizado
a partir do interesse do cliente, diante das oportunidades existentes, que se
ajustam ao gosto do futuro profissional. Esta modalidade, influenciada por
programas da psicometria, tem recebido contribuição de autores fatorialistas,
suas descrições quantitativas estão cada vez mais rigorosas e o teste torna-se
um instrumento fundamental para se conhecer as aptidões dos orientandos.

2.2 Modalidade Clínica

Nesta modalidade os jovens são auxiliados a enfrentar e compreender a


situação no processo de escolha para chegar a uma decisão responsável. Para
os psicólogos que atuam nessa modalidade, a entrevista é o principal
instrumento, pois se considera que se a adaptação à situação de
aprendizagem não for boa, a decisão também não será.
Portanto, conforme a descrição do autor pode-se concluir que tanto na
modalidade estatística quanto na modalidade clínica, o psicólogo exerce uma
função de fundamental importância no que diz respeito à facilitação da escolha
do jovem, com técnicas, testes, escuta qualificada, entrevistas e reflexões,
esse profissional pode auxiliar o indivíduo no processo da escolha profissional.

3 HISTÓRICO DA ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL

De acordo com Bock (2006) no passado a escolha de uma profissão ou


ocupação não era vista como um problema universal da humanidade, pois os
homens trabalhavam e viviam apenas para sobreviver. Os trabalhos
organizavam-se como atividade de coleta e mais tarde como caça, não
havendo diferenciação de funções, exceto aquelas determinadas pelo sexo.
Na vida tribal, pode ser encontrada a preservação de culturas advindas
de seus descendentes, não estipulando atividades e ocupações diferentes
entre seus membros, sendo organizadas apenas por meio de uma hierarquia,
no que se refere às questões de guerra e aos cuidados com a saúde, levando
em conta funções exercidas por questões de coragem ou ainda idade
avançada. A atividade da caça, por exemplo, são atribuídas especificamente
aos homens, devido ao porte físico, já a agricultura e o cuidado dos filhos são
destinados exclusivamente as mulheres. Nesse período não havia
possibilidades e nem necessidades de grandes escolhas no que se refere a
funções, tanto para a sobrevivência material ou não.

Para os grandes filósofos gregos, e especificamente para


Platão e Aristóteles, o trabalho era uma atividade
exclusivamente física, que se reduzia ao esforço que deviam
fazer as pessoas para assegurar seu sustento, satisfazer suas
necessidades vitais e reproduzir sua força de trabalho
(circunscrita a sua dimensão meramente física). Era uma
atividade considerada pelos demais não somente como
penosa, senão também como degradante, que não era
valorizada socialmente e que se justificava em última instância
pela dependência que os seres humanos tinham com respeito
as suas necessidades (NEFFA, 1999, p. 130 tradução nossa,
do espanhol).

Consequentemente ser cidadão, escravo, camponês ou trabalhador


manual não tinha nenhuma relação com algum tipo de escolha, mas sim da
condição de classe da família que o indivíduo pertencia ou de acordo com as
vitórias e derrotas nas guerras. Mas, segundo Jaccard não era o trabalho que
era desvalorizado nesse tempo, mas a condição de dependência:

A condição do assalariado livre não valia mais do que a do


servo; ambos eram desprezados e quase sempre miseráveis,
Por trabalharem por suas mãos? Não, porque os deuses, os
reis e os senhores também o faziam, mas,... Por dependerem
de outrem, por não subsistirem senão servindo outrem. Nesse
tempo, não era o trabalho que estava desacreditado; era a
dependência, a obrigação de servir - de que o cristianismo fará
um dever de honra – que era considerada indigna do homem.
É por isso que o cultivador pobre, penando sobre o seu árido
campo, alimentando-se com custo, mas independente, será
glorificado por muito tempo, mas do que o artesão, o poeta ou
o artista, cuja subsistência depende de um mestre ou de um
cliente generoso. (1974, p. 65).

A luta pela sobrevivência dependia das condições estabelecidas pela


estrutura e forma da sociedade, de como ela se organizava, ou seja, não
dependia de escolhas.
Na idade Média, especificamente no feudalismo, o mesmo fenômeno
ocorre, a sociedade divide-se em camadas sociais: nobres, clérigos, senhores
e vassalos, uns com obrigações para os outros. O que determina a posição da
classe é a circunstância do nascimento, caso o indivíduo seja de uma família
de nobres ou plebeus. A ocupação e a posição ocupadas na sociedade são
transmitidas de pai para filho. O trabalho, neste modo, visa o sustento dos
indivíduos, pois nesse tempo o mercado apenas começava a desenvolver-se.
Ainda nesse período de desenvolvimento da sociedade, não se pode
falar em escolha de profissão por parte dos indivíduos, pois a estrutura da
sociedade que vai determinar o que cada um vai fazer ou que prestígio social e
poder vai ter. A igreja aparece com força absoluta, principalmente a católica,
reafirmando que tudo que acontece é por força divina. O que importa são os
laços de sangue, há uma estagnação social e as tarefas são transmitidas
familiarmente.
A palavra vocação só se conceitua no sentido religioso, que seria um
chamado divino, impondo uma missão para os indivíduos. O trabalho ainda é
visto como uma atividade para a manutenção e sobrevivência da espécie
humana.
A terra, segundo Huberman (1986) era de propriedade da nobreza e do
clero, que a arrendava aos senhores, que, por sua vez, arrendava aos servos.
A ideia de escolha profissional só ganha relativa importância quando o
modo de produção capitalista instala-se definidamente. Com a passagem do
feudalismo para o capitalismo começa o surgimento de importantes mudanças
no modo de produzir e reproduzir a existência humana. Segundo Braverman
(1981), a nova ordem social, engendrada pelo capitalismo, só aparece quando
algumas características fundamentais dominam o processo de produção.
Em primeiro lugar, o trabalhador é excluído da propriedade de todos os
meios de produção, assim sua sobrevivência só é alcançada por meio da
venda de sua força de trabalho, e isto acontecerá apenas se ele não tiver
nenhuma possibilidade de sobreviver de forma autônoma.
Em segundo lugar, passa a ser crucial que o trabalhador não tenha
nenhum tipo de relação jurídica que o mantenha preso a qualquer modo de
servidão, o trabalhador agora é livre e pode vender sua capacidade de
trabalho.
E, em terceiro lugar, o objetivo primordial do trabalho (produção) não é
mais característico da satisfação das necessidades humanas, como resultado,
passa-se a produzir para o mercado, visando o capital empregado (lucro),
característico desse modo de produção.
Assim, as teorias e práticas na área da orientação profissional só
avançam no modo capitalista de produção, que mais a frente, na chamada
Revolução Industrial, aparecerá a divisão técnica do trabalho. Nesse período a
questão da seleção e, consequentemente, a escolha profissional, passam a ser
consideradas muito importantes, para que se tenha o homem certo no lugar
certo, visando à produtividade.

A posição do indivíduo no capitalismo não é mais determinada,


pelos laços de sangue. Agora, esta posição é conquistada pelo
indivíduo segundo esforço que despende para alcançar esta
posição. Se antes esta posição era entendida em função das
leis naturais referendadas pela vontade divina, agora, ao
contrário, o indivíduo pode tudo, desde que lute, estude,
trabalhe, se esforce, e também (por que não?) seja um pouco
aquinhoado pela sorte (BOCK, 1989, pag.15).

Nesse momento o conceito de vocação muda, pois não se pode mais


falar no sentido religioso, como era no período feudal. A revolução burguesa
falava sobre a ideia de igualdade entre os homens, mas como explicar as
desigualdades entre os seres humanos, numa sociedade que questiona a
determinação religiosa? Assim, surge o conceito de vocação biológica para
justificar essas diferenças no meio da sociedade.

Se o indivíduo não se deu bem na vida (não obteve, segundo


os parâmetros da sociedade, riqueza, prestígio, poder, etc.), a
justificativa para tal gira em torno da má escolha de sua
profissão, portanto, da não identificação de sua
‗‘verdadeira vocação‘‘, ao invés de se proceder a uma análise
da realidade socioeconômica para entender a situação. (BOCK,
1986, p. 173)

Assim, a ideia da liberdade de escolha profissional tem como base


inicial, o capitalismo, que coloca o trabalho para além da sobrevivência
pessoal. Com certeza, só se pode mencionar a questão da opção num caso em
que o indivíduo não pode mais sobreviver de forma autônoma e necessita
vender sua força de trabalho. Só a partir desse momento, se concebe a ideia
de que o indivíduo escolhe seu caminho dentro das condições em que vive e
em função de suas vontades e aptidões.
As teorias em orientação profissional serão desenvolvidas seguindo
essa perspectiva, ou seja, compreendendo que a escolha profissional é um
fenômeno, que acontece em um determinado momento na história da
humanidade.

4 DESENVOLVIMENTO DA ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL

Com a Revolução Francesa, em 1789, passa-se a ter possibilidades de


se pensar em algum tipo de liberdade de escolha, pois essas, já não eram mais
determinadas pelo nascimento, por castas ou pelas famílias, mas sim, pela luta
de igualdade dos direitos entre os homens.
Depois, com a Revolução Industrial, ocorre uma significativa mudança
do modo de produção agrário para o industrial, mudando completamente o
cenário nas relações de trabalho. No qual, exige-se uma qualificação humana
diferenciada para os vários tipos de ocupações, nesse momento surge os
primeiros sinais de uma necessidade da orientação profissional. Com o objetivo
de selecionar, detectar trabalhadores aptos para a realização ou não de
algumas tarefas, buscando uma eficácia industrial, ou seja, o homem certo
para cada ocupação.
Com toda essa mudança, o capitalismo sofre um disparo, fazendo surgir
uma nova era, onde o que importava era o lucro. Assim descobre-se que a
maioria da população não tem qualificação, sendo necessário o aparecimento
de alguma forma de capacitação para tornar essa população apta para os
novos trabalhos. A partir, desses acontecimentos a escolha profissional passa
a ter um destaque importante para o homem, que agora é livre para oferecer
seu trabalho.
Em 1909 acontece a publicação do primeiro livro sobre Orientação
Profissional, ‗‘Escolhendo uma Profissão‘‘, de Frank Parsons, e também o
surgimento do primeiro Centro de Orientação Profissional, criado pelo mesmo.
Este último possuía o objetivo de identificar aptidões, buscando uma boa
adaptação através da comparação dos perfis do indivíduo e do requisitado pela
ocupação, ou seja, a adaptação depende do equilíbrio entre as características
do indivíduo e as exigências das funções (SPARTA, 2003).
A demanda pelo serviço de orientação profissional amplia-se, com a
primeira Guerra Mundial, em 1917, com isso surge à necessidade de
recrutamento de novos membros para o exército e com isso o incentivo ao uso
de testes como os de inteligência, aptidões, habilidades, interesses e
personalidade.
A orientação Profissional teve seu início associada à psicometria, porém,
essas teorias não supriam as questões ligadas às práticas, tiveram um papel
importante nessa época, desenvolvendo-se mais elaboradas para tentar
cumprir seu objetivo.
De acordo, com dados colhidos no artigo de Sparta (2003), até esse
momento o desenvolvimento da Orientação Profissional era diretivo, mas após
o surgimento da teoria de Carl Rogers, aproximadamente em 1940, que era
centrada na pessoa, a orientação profissional passa a seguir outros caminhos,
dando lugar para o surgimento de outras teorias mais subjetivas.

5 ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL NO BRASIL

De acordo com Sparta (2003), a Orientação Profissional brasileira teve


como marco inicial, sua origem em 1924, com o Serviço de Seleção e
Orientação Profissional para os alunos do Liceu de Artes e Ofícios de São
Paulo, sob o comando do engenheiro suíço Roberto Mange. A Orientação
Profissional nasceu ligada à Psicologia Aplicada, a qual vinha se
desenvolvendo no país na década de 1920, que se coloca junto à Medicina, à
Educação e à organização do trabalho.
No Brasil, a orientação profissional surgiu com a intenção de preencher
as exigências do mercado industrial, com a missão de operar para sustentar
sociedade. Posteriormente foi sendo transformada para atender as
necessidades da nova sociedade pós-industrial que vive em constante
mudança.
A Orientação Profissional não satisfeita em reproduzir ou manter as
exigências sociais almeja ser um agente de transformação social. Para tal, está
engajada política, social e eticamente na sociedade (SPARTA, 2003).
Nas décadas de 1930 e 1940, foi inserida no Serviço de Educação do
Estado de São Paulo, por iniciativa de Lourenço Filho. Em 1942, a lei
Capanema, sobre a organização do ensino secundário, estabeleceu a atividade
de orientação educacional e colocou como o auxílio na escolha profissional dos
estudantes.
Conforme explica Sparta (2003), em 1944 foi criada a Fundação Getúlio
Vargas, no Rio de Janeiro, estudava a organização racional do trabalho e a
influência da psicologia sobre a mesma.
Já em 1945 e 1946, com assistência do governo brasileiro, de acordo
com a autora foi oferecido o curso de Seleção, Orientação e Readaptação
Profissional, ministrado pelo psicólogo e psiquiatra espanhol Emilio Mira y
López, com o objetivo de formação de técnicos brasileiros em áreas de atuação
específicas. Em 1947, foi fundado o Instituto de Seleção e Orientação
Profissional (ISOP), junto à Fundação Getúlio Vargas, na cidade do Rio de
Janeiro, Instituto que técnicos e estudiosos da Psicologia Aplicada, muitos
deles formados pelo curso ministrado por Mira y López, o primeiro diretor do
Instituto.
Na década de 1950, começaram a surgir diferentes teorias sobre a
escolha profissional. Em 1951 foi publicado o livro Ocupacional Choice, de
Cinzberg & outros. Essa obra originou a primeira teoria do desenvolvimento
vocacional, que enfatiza a questão da escolha profissional não ser um
acontecimento específico que ocorre num momento específico da vida, mas
sim um processo evolutivo que ocorre entre os últimos anos da infância e os
primeiros anos da vida adulta. Segundo a autora, dois anos após essa teoria,
foi publicada a teoria do desenvolvimento vocacional de Donald Super. Tal
teoria definiu a escolha profissional como um processo que ocorre ao longo da
vida, da infância até a velhice. Ocorre através de diferentes estágios do
desenvolvimento vocacional e da realização de diversas tarefas evolutivas. Em
1959, foi publicada a Teoria Tipológica de John Holland. Para esta autora, os
interesses profissionais refletem a personalidade do indivíduo. Dessa forma,
podem servir de base para a definição de diferentes tipos de personalidade,
cujas características definem diferentes grupos de trabalho e correspondem a
diferentes ambientes de trabalho.
Nas décadas de 1950 e 1960, de acordo com a mesma autora, foram
publicadas as teorias psicodinâmicas da escolha profissional, baseadas na
teoria psicanalítica e na teoria de satisfação das necessidades, bem como, nas
teorias de tomada de decisão, que estavam inicialmente mais preocupadas
com o momento da escolha do que como processo em si. No Brasil, a OP
desde sua concepção esteve ligada à Psicologia, pautada no enfoque clínico e
foi muito influenciada pela Psicanálise, ou seja, norteou-se principalmente pela
estratégia clínica de orientação vocacional do psicólogo argentino Rodolfo
Bohoslavsky, e foi introduzida no Brasil na década de 1970 por Maria
Margarida de Carvalho.
Silva et al, (2008) salienta que a estratégia clínica de Bohoslavsky e o
processo de interação grupal desenvolvido por Carvalho deu origem a um
modelo brasileiro de orientação profissional, utilizado até os dias de hoje no
Brasil. Essa pesquisadora propôs os processos grupais como forma alternativa
ao modelo psicométrico e como forma de promoção da aprendizagem da
escolha. O enfoque clínico permanece, mesmo considerando as décadas de
1980 e 90, as quais foram décadas em que muito se pesquisou a respeito da
OP em relação à escolha vocacional e adolescência. No final da década de 90
do século XX, o foco de interesse das pesquisas sobre Juventude, Educação e
Trabalho se exacerbou, devido às mudanças ocorridas no mundo que rodeia o
trabalho, novas perspectivas foram abertas para a OP que cada vez mais vem
se consolidando como agente de transformação social.
Como afirma Soares (1999), no Brasil a Orientação Profissional pode ser
realizada por psicólogos e pedagogos, mas infelizmente a formação de
orientadores profissionais brasileiros ainda não possui regulamento ou lei para
se determinar conteúdos mínimos a serem realizados. Fica a formação a cargo
de universidades e cursos livres, a falta de uma lei mais rigorosa da profissão
acaba desfazendo boas iniciativas e não oferece poder para que a ABOP
(Associação Brasileira Orientação Profissional) possa fiscalizar os cursos
oferecidos em território nacional.
CAPÍTULO II

EJA - EDUCAÇÃO PARA JOVENS E ADULTOS

1 BREVE HISTÓRICO SOBRE A EDUCAÇÃO PARA JOVENS E


ADULTOS

Desde o período colonial, a educação brasileira, tinha uma natureza


especifica direcionados as crianças e adultos, incluindo indígenas que
submetiam a uma intensa ação cultural e educacional. Com a saída dos
jesuítas do Brasil em 1759, a educação de adultos entra em crise e fica sob a
responsabilidade do Império a organização e emprego da educação. A
identidade da educação brasileira foi sendo marcada então pela Teoria do
Poder que limitava a educação às classes mais ricas. As aulas administradas
(latim, grego e filosofia), eram direcionadas especialmente aos filhos dos
colonizadores portugueses (brancos e masculinos), excluindo-se assim as
populações negras e indígenas. (STEPHANOU; BASTOS, 2005)
Dessa forma, a história da educação brasileira foi sendo demarcada por
uma situação pessoal que era o conhecimento claro de maneira exclusiva
pelas classes dominantes.
O ponto de início traz a situação em que se iniciou a educação brasileira.
É importante lembrar que a partir da constituição Imperial de 1824 procurou-se
dar uma maior importância para a educação, garantindo a todos os cidadãos a
instrução primaria. No entanto, essa lei, infelizmente ficou só no papel. Havia
uma grande discussão em todo o Império de como inserir as chamadas
camadas inferiores (homens e mulheres pobres livres, negros escravos, livres e
libertos) nos processos de formação formais.
A partir do Ato Constitucional de 1834, ficou a responsabilidade das
províncias a instrução primária e secundária de todas as pessoas, mas que foi
designada especialmente para jovens e adultos, mas a educação de jovens e
adultos nesta época era carregada de princípio missionário e caridoso, onde o
letramento destas pessoas era um ato de caridade das pessoas letradas às
pessoas perigosas e degeneradas.
―Era preciso iluminar as mentes que viviam nas trevas da
ignorância para que houvesse progresso‖ (STEPHANOU; BASTOS, 2005.
p.261).
A alfabetização de jovens e adultos passa a ser um ato de solidariedade,
não sendo vista como direito. A ideia da pessoa analfabeta tomou força com o
período que preconizava a República. Em 1879, a Reforma Leôncio de
Carvalho caracterizava o analfabeto como dependente e incompetente.
Posteriormente em 1881, a Lei Saraiva com a ideia da Reforma de
Leôncio de Carvalho restringindo o voto as pessoas alfabetizadas. Rui
Barbosa, em 1882, solicita que os analfabetos são considerados, assim, como
crianças, incapazes de pensar por si próprios. Instala-se uma grande onda de
preconceito e exclusão da pessoa analfabeta.
Com início do século XX houve uma grande mobilização social que
pretendia exterminar o analfabetismo, onde em 1915 foi criada a Liga Brasileira
contra o Analfabetismo que pretendia lutar contra a ignorância para estabilizar
a grandeza das instituições republicanas.
Na Associação Brasileira de Educação (ABE), as discussões giravam
em torno de uma luta contra o analfabetismo, para que as pessoas que não
eram alfabetizadas procurassem se alfabetizar, pois era necessário tornar a
pessoa analfabeta um ser produtivo que contribuísse para o desenvolvimento
dos pais. Na década de 1940, o Brasil alcançou a marca de 72% de
analfabetos.
Em 1934, foi criado o Plano Nacional de Educação que previa o ensino
primário integral obrigatório e gratuito as pessoas adultas. Esse foi o primeiro
plano na historia da educação brasileira que previa um tratamento especifico
para a educação de jovens e adultos. (STEPHANOU; BASTOS, 2005).
Foi a partir da década de 1940 e com grande força na década de 1950
que a Educação de Jovens e Adultos volta a pautar a lista de prioridades
necessárias do país. No ano 1938 foi criado o Instituto Nacional de Estudos
Pedagógicos (INEP) e a partir de suas pesquisas e estudos, foi fundado em
1942 o Fundo Nacional do Ensino Primário com o objetivo de realizar
programas que ampliasse e incluísse o Ensino Supletivo para adolescentes e
adultos.
Em 1945, este fundo foi regulamentado, estabelecendo que 25% dos
recursos fossem empregados na educação de adolescentes e adultos.
Com o Golpe Militar, em 1967 foi lançado o Mobral, Movimento Brasileiro
de Alfabetização, que, no inicio visava atender analfabetos de 15 a 30 anos,
onde o foco era ensinar a ler e a escrever.
Para Bello:

O Projeto MOBRAL permite compreender bem essa fase


ditatorial por que passou o país. A proposta de educação era
toda baseada aos interesses políticos vigentes na época. Por
ter de repassar o sentimento de bom comportamento para o
povo e justificar os atos da ditadura, esta instituição estendeu
sobre seus braços a uma boa parte das populações carentes,
através de seus diversos programas. (1993, p.38).

O Mobral cresceu na década de 1970, e em 1985 teve seu fim, e assim


deu lugar à Fundação Educar, com o intuito de apoiar técnica e
financeiramente as iniciativas de alfabetização existentes.
Na década de 1990 que a Educação de Jovens e Adultos consegue
colocar em vigor uma nova política, onde ganha novos métodos para trabalhar
com criatividade, a fim de fazer com que jovens e adultos que tiveram uma
vaga passagem pelas escolas, tenham uma nova oportunidade de inserir-se na
educação e, assim permanecendo,venham a ganhar cultura, conhecimento e
incluírem-se no mercado de trabalho.
Assim para Mello:

A universalização do ensino elementar, a garantia de domínio


dos códigos básicos de leitura e escrita e a superação de
fracasso escolar terão que ser por nós enfrentados de forma tal
que o propósito conteúdo do ensino, receba tratamento
adequado ao mais pleno desenvolvimento cognitivo. Não se
trata mais de alfabetizar para o mundo no qual a leitura era
privilégio de poucos ilustrados, mais sim para contextos
culturais nos quais a decodificação da informação escrita é
importante para o lazer, o consumo e o trabalho. Este é um
mundo letrado, no qual o domínio da língua é também pré-
requisito para a aquisição da capacidade de lidar com códigos
e, portanto, ter acesso a outras linguagens simbólicas e não
verbais, com as da informática e as das artes. (1993, p.28)

É claro verificar e perceber que a EJA pretende formar pessoas com


níveis de conhecimentos similares ao da educação do ensino regular. Mas,
com tantas dificuldades, se verifica que os problemas para ter resultados da
Educação de Jovens e Adultos com qualidade, têm relações a métodos e se
incluem os problemas como a qualificação de professores, a falta de materiais
para se adequar e tantas outras coisas que os alunos necessitem, e acabam
não conseguindo acompanhar os estudos.
E assim chega-se ao século XXI com uma alta taxa de pessoas que não
tem a capacidade sobre a leitura, a escrita e as operações matemáticas
básicas, como cita os autores Stephanou e Bastos:

Quase 20 milhões de analfabetos considerados absolutos e


passam de 30 milhões os considerados analfabetos funcionais,
que chegaram a frequentar uma escola, mas por falta de uso
de leitura e da escrita, tornaram à posição anterior. Chegam
ainda à casa dos 70 milhões os brasileiros acima dos 15 anos
que não atingiram o nível mínimo de escolarização obrigatório
pela constituição, ou seja, o ensino fundamental. Somam-se a
esses os neo analfabetos que, mesmo frequentando a escola,
não conseguem atingir o domínio da leitura e da escrita‖.
(2005p. 273).

Esse histórico fornece um fundamento para análise da situação atual da


educação brasileira, é preocupante o número de pessoas que lêem um texto
simples e não entendem o sentido apresentado pelo autor. Assim pode-se
observar que essa é a herança de todo o tratamento que a educação brasileira
sofreu ao decorrer da historia.
Todos os projetos e planos apresentados visaram o avanço que se
organizou destes planos, pois criavam projetos e mais projetos e sem ter,
muitas vezes, o tempo necessário para surgir efeito, eram desfeitos ou
trocados por outros projetos.
Com esses fatos históricos torna-se possível analisar as ações
educativas atuais, através da historia, verificar qual busca deu certo em nosso
contexto e o que foi apenas uma tentativa em vão.
Como profissionais da educação ou como pessoas sujeitas da historia
que esta envolvida na educação como um ato político, tem que nos perguntar:
que educação quer vivenciar? O que queremos com a Educação de Jovens e
Adultos? Qual sua intenção? Queremos uma educação que agrade somente
para dar condições às pessoas ao mercado de trabalho ou queremos pessoas
também que possam pensar sobre a situação social e do país? Queremos
pessoas que pensem, criticam ou pessoas que são se interessem pelos seus
direitos, ou como o de ter uma vida digna, a que e a quem a educação, de
forma especifica esta servindo?(STRELHOW, 2010)
Como pessoas capazes de mudar a situação em que se encontra, de
mudar um sistema de pensamento, de modificar toda uma realidade, todos tem
a responsabilidade de querer e ser pessoas que pensam e que a partir da
educação possam fazer algo, e que possam também refletir sobre sua ação
como pessoa capaz de exercer seus direitos da história.

1.1 A Educação de Jovens e Adultos no Brasil

Com a Lei Federal nº 9.394/96 (LDB) Lei de Diretrizes e Bases da


Educação Nacional, a EJA passa a ser modalidade de educação básica nas
etapas de Ensino Fundamental e Médio, que tem como fundamento não só
alfabetizar os jovens e adultos, mas sim dar oportunidades de escolarização no
ensino regular, assim que possa proporcionar a eles uma educação para se
desenvolver seu sistema crítico e inseri-los no contexto social atual.
E em janeiro de 2003 o Ministério da Educação (MEC) anunciou que a
alfabetização de jovens e adultos seria a predileta do novo governo federal, e
assim foi criada a Secretaria Extraordinária de Erradicação do Analfabetismo,
com o objetivo de extrair o analfabetismo durante o mandato do governo José
Inácio Lula da Silva. E para executar esse objetivo foi lançado o Programa
Brasil Alfabetizado, por meio do qual o MEC contribuirá com os órgãos públicos
estaduais e municipais, instituições de ensino superior e organizações.
Atualmente apresenta medidas para poder alcançar os objetivos do
analfabetismo por meio do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE),
lançado em abril de 2007.
Conforme pesquisas realizadas pelo MEC, os objetivos a serem
alcançados pelo Programa consideram os jovens e adultos de 15 a 29 anos e,
de acordo com essa perspectiva do Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação (FNDE), os municípios e os estados inseridos recebem apoio
financeiro para orientar para capacitar os alfabetizadores antes do inicio das
aulas e durante todo o período do curso de alfabetização, de acordo com as
normas do programa determinados pelas Resoluções n°45 e 65 de 2007.
Com essa formação para os professores são condições importantes
para a melhoria dos processos de ensino e de aprendizagem, que devem se
adequar ao trabalho com jovens, adultos e idosos.
Aos municípios tem a responsabilidade de encontrar e mobilizar os
analfabetos, selecionar os professores e coordenar e supervisionar sua
capacitação inicial e em serviço.
Com esses resultados pode-se observar um futuro promissor para a
EJA. E que a preocupação do governo federal e na nova formulação de
medidas para extinção do analfabetismo, de acordo com as bases teóricas de
documentos e metas a serem alcançadas.
A existência da leitura e da escrita todos tem direitos, sem exceção, pois
é essencial para todos, e ainda prossegue uma enorme quantidade de
brasileiros acima de 15 anos ou mais que não a domina.
Para que isso seja transformada, exige esforços de todos, em especial
do governo, na realização de políticas sociais e algumas ações que possam
promover uma educação de qualidade, para que se atinjam todos os
brasileiros, principalmente a classe mais pobre, pois são os mais excluídos
quando se trata de educação, e é essencial para que essas ações possam
eliminar a pobreza, pois esse é o motivo principal de causas do analfabetismo.
(KRENCZYNSKI, 2008)
Para Freire:

Mudar é difícil, mas é possível, que vamos programar nossa


ação politica-pedagógica, não importa se o projeto com o qual
nos comprometemos é de alfabetização de adultos ou de
crianças, se de ação sanitária, se de evangelização, se de
formação de mão de obra técnica. (2000, p.81).

Para que a educação seja plena e esse cidadão possa ter sucesso são
indispensáveis outros fatores como: a garantia de emprego, ter acesso aos
bens sociais como saúde, moradia, lazer, entre outros.
Segundo Colavito (2014), Saber ler e escrever é ser livre, é ter
autonomia de sua própria vida, é poder ir e vir, se realizar, tornar-se sujeito de
sua própria historia, se aperfeiçoando tecnologicamente e, poder fazer parte do
mercado de trabalho e crescer a cada vez mais.
Na realização de tudo isso e com propostas de garantir um bom futuro,
para fazer parte da sociedade tanto como cidadão, quanto um bom profissional
que essas pessoas voltam a procurar a escola, por meio da EJA.
A maior parte que procura a EJA tem entre 15 e 29 anos, procurando a
melhoria de trabalho, outros para o primeiro emprego, outros estão fazendo
para aumentar o processo que trará o diploma escolar. Segundo Paulo Freire:

Alfabetização é mais que o simples domínio mecânico de


técnicas para escrever e ler. Com efeito, ela é o domínio
dessas técnicas em termos conscientes. É entender o que se lê
e escreve o que se entende. Implica uma auto formação da
qual se pode resultar uma postura atuante do homem sobre
seu contexto. Para isso a alfabetização não pode se fazer de
cima para baixo, nem de fora para dentro, como uma doação
ou uma exposição, mas de dentro para fora pelo próprio
analfabeto, apenas ajustado pelo educador. Isto faz com que o
papel do educador seja fundamentalmente diálogos com o
analfabeto sobre situações concretas, oferecendo-lhes os
meios com que os quais possa se alfabetizar. (1989, p.72).

Em qualquer fase da vida, o ingresso à educação é um direito de todos e


a certeza de que os cidadãos se tornem participativos de uma sociedade que é
sua por direito, só basta adquirir o conhecimento para que agregue os direitos
da população.

2 DIMENSÃO SOCIAL DA EDUCAÇÃO PARA JOVENS E ADULTOS


NO BRASIL E SUA REGULAMENTAÇÃO LEGAL

Para Oliveira (1999), o jovem que retorna a EJA busca a certificação de


que teoricamente o colocaria no mercado de trabalho e teria o seu lugar na
sociedade garantido, tendo com isso o resgate da autoestima e passando a ser
visto como um cidadão. O adulto já inserido no mundo do trabalho traz consigo
uma história mais longa e acumula reflexões sobre o mundo externo. Para
tanto, a maioria das iniciativas de EJA, até então, surgiram com a participação
do estado devido à necessidade do mesmo prestar contas à comunidade
internacional sobre os índices de analfabetismo, tornou-se fundamental
encontrar soluções imediatas para resolver o problema instalado e erradicar o
analfabetismo. As manifestações populares que surgiram contribuíram para tais
iniciativas de iniciativas do Estado.

Por isto a educação de adultos convertera-se num requisito


indispensável para ―uma melhor organização e
reorganização social com sentido democrático e num recurso
social da maior importância‖,... E devemos educá-los porque
essa é a obra de defesa nacional, porque concorrerá para
todos melhor saibam defender a saúde, trabalhar mais
eficientemente, viver melhor em seu próprio lar e na sociedade
(PAIVA, 1987 p. 179).

Conforme a autora, as iniciativas de tentar solucionar o problema do


analfabetismo no Brasil, contribuiu também para mostrar a faltas de políticas
publicas que visassem o cumprimento das obrigações do analfabeto, facilitando
para que a cada governo fossem implantadas mais políticas que melhorassem
essa questão social.
Segundo Rossi (1980), como meio de melhorar a questão social, devido
à falta de políticas públicas, ocorreram movimentos populares que
apresentavam: luta por seus direitos civis, promoção da conscientização
cidadã, valorização cultural com ênfase nos aspectos culturais locais e a busca
da solução de problemas locais de interesse do grupo. Em primeiro lugar, a
certificação da conclusão de determinado grau de ensino. Em segundo lugar a
ideia de empregabilidade. Formalmente com um certificado o jovem ou adulto
pode inserir-se no mercado de trabalho. Em terceiro lugar, o reconhecimento
social que o levaria para a elevação e afirmação de sua autoestima. Esses
quatro aspectos remetem-se à ideologia capitalista no campo da crença
pedagógica da teoria do capital humano.
De acordo com o autor, os movimentos populares contribuíram para uma
educação inserida na classe adulta, cuja mesma poderia obter um certificado e
se inserir no mercado de trabalho e ter um reconhecimento por parte da
sociedade elevando sua autoestima, sem deixar de oferecer mais capacidade
de fortalecer o capitalismo, incluindo esses trabalhadores na sociedade com a
garantia de que os mesmos possam se expandir no mercado.

2.1 Regulamentação Legal


O surgimento da educação básica de adultos, conforme Proposta
Curricular para o 1º. Segmento do Ensino Fundamental ocorreu a partir da
década de 30, quando inicia a consolidação do sistema público de educação
elementar no país, na categoria de ensino supletivo. O ensino supletivo,
implantado em 1971, foi outro marco importante na história da educação de
jovens e adultos do Brasil. De acordo com Vieira:

Durante o período militar, a educação de adultos adquiriu pela


primeira vez na sua história um estatuto legal, sendo
organizada em capítulo exclusivo da Lei nº 5.692/71, intitulado
ensino supletivo. O artigo 24 desta legislação estabelecia com
função do supletivo suprir a escolarização regular para
adolescentes e adultos que não a tenham conseguido ou
concluído na idade própria. (2004, p.40).

Conforme a citação acima foi durante o período militar que se iniciou a


regulamentação do ensino para jovens e adulto, que na época denominava-se
Ensino Supletivo.

A mudança de ensino supletivo para educação de jovens e


adultos não é uma mera atualização vocabular. Houve um
alargamento do conceito ao mudar a expressão de ensino para
educação. Enquanto o termo ―ensino‖ se restringe à mera
instrução, o termo ―educação‖ é muito mais amplo
compreendendo os diversos processos de formação (SOARES,
2002, p. 12).

De acordo com a autora, o termo referido à educação traz uma


fundamentação mais relevante para o ensino de jovens e adultos,
compreendendo que seu significado torna-se mais amplo para a formação dos
alunos.
A Constituição de 1988 trouxe avanços para a EJA: o ensino
fundamental, obrigatório e gratuito, passou a ser garantia constitucional para
aqueles que não tiveram acesso na idade apropriada.
A lei 9.394/96 definiu as responsabilidades das ações da educação
básica para os governos estaduais e municipais e as ações voltadas para a
educação superior e de nível médio como competência do governo federal.
Em janeiro de 2003 o MEC anunciou que a alfabetização de jovens e
adultos seria uma prioridade do novo governo federal. Para isso, foi criada a
Secretaria Extraordinária de Erradicação do Analfabetismo, cuja meta é
erradicar o analfabetismo durante o mandato do governo José Inácio Lula da
Silva. Para cumprir essa meta foi lançado o Programa Brasil Alfabetizado, por
meio do qual o MEC contribuirá com os órgãos públicos estaduais e
municipais, instituições de ensino superior e organizações sem fins lucrativos
que desenvolvam ações de alfabetização.
Na atualidade, são propostas medidas progressivas de erradicação do
analfabetismo através do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE),
lançado em abril de 2007.
Conforme publicado pelo FNDE, página Brasil Alfabetizado, o Programa Brasil
Alfabetizado está direcionado ao desenvolvimento de projetos com as
seguintes ações: Alfabetização de jovens e adultos e formação de
alfabetizadores. A partir do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE),
lançado em abril de 2007, o programa Brasil Alfabetizado mudou seu conceito.
O PDE prevê a erradicação do analfabetismo e o progressivo atendimento a
jovens e adultos no primeiro segmento de educação de jovens e adultos, até
2017. (RUMMERT; VENTURA, 2007).

3 AS POLÍTICAS PÚBLICAS E A EDUCAÇÃO PARA JOVENS E


ADULTOS

A grande problemática em relação á EJA, no domínio do Estado


brasileiro, tem se tornado mais complexa na última década devido aos
processos das relações existentes entre as forças emergentes da consolidação
do capital, podendo se destacar a implantação de políticas neoliberais que
contribuíram para o surgimento da reforma do Estado e as estratégias de
reestruturação produtiva.
Diante deste cenário, pretende-se evidenciar que os atuais programas
para a Educação de Jovens e Adultos trabalhadores desenvolvidos pelo MEC
as quais consistem em atender às necessidades de sociabilidade do próprio
capital. Desta forma, as políticas educativas com caráter compensatório
reiteram, a partir de reordenamentos econômicas dos quais derivam o
desemprego estrutural e novas formulações ideológicas centradas no
empreendedorismo e na empregabilidade, a subalternidade das propostas de
educação para a classe trabalhadora. Neste contexto, serão abordados os
programas Brasil Alfabetizado e Fazendo Escola no conjunto das políticas de
governo para a educação, procurando-se evidenciar o quanto esse tipo de
política reafirma o caráter seletivo e excludente do sistema público educacional
no Brasil.
―O direito à educação é um direito prioritário porque é o direito
mais fundamental para a vida humana com dignidade, liberdade, igualdade,
criatividade.‖ (MONTEIRO, 1999 apud FME, 2007, p. 129). O autor afirma que:

A educação é mesmo o maior dos poderes do homem sobre o


homem. O direito à educação é um direito novo a uma
educação nova, com educadores novos e em escolas novas...
direito a toda a educação, isto é, a todos os níveis e formas de
educação, segundo as capacidades e interesses individuais e
tendo em conta as possibilidades e necessidades sociais … e a
uma educação que proporciona todas as aprendizagens
necessárias ao pleno desenvolvimento da personalidade
humana, com suas dimensões afetiva, ética, estética,
intelectual, profissional, cívica, por meio de métodos que
respeitam a dignidade e todos os direitos dos educandos
(MONTEIRO, 1999 apud FME, 2007, p. 126-127).

3.1 Políticas Públicas para a EJA no Brasil

A Constituição Brasileira de 1988 reconheceu o direito de todos à


educação, ao afirmar o ensino fundamental, obrigatório e gratuito,
independentemente da idade.
Na década de 1990, a LDB 9.394/96, o Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério
(FUNDEF) e a reforma da Educação Profissional, por meio do Decreto
2.208/97, redefiniram os rumos da política educacional, o que significou
expressivo retrocesso no âmbito da Educação de Jovens e Adultos (EJA). O
período compreendido entre 2003 e 2006, referente ao primeiro governo de
Luiz Inácio Lula da Silva, traz para a EJA um maior destaque do que o obtido
nos governos anteriores da Nova República. Entre essas iniciativas, podem ser
destacados o Projeto Escola de Fábrica, o Programa Nacional de Inclusão de
Jovens – PROJOVEM – e o Programa de Integração da Educação Profissional
ao Ensino Médio para Jovens e Adultos – PROEJA. Além desses, merecem
destaque o Programa Brasil Alfabetizado e, também, o Fazendo Escola, ambos
implementados pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e
Diversidade – SECAD.
O Programa Brasil Alfabetizado implementado em 2003, para ―erradicar‖
o analfabetismo no Brasil, tem por finalidade ―capacitar alfabetizadores e
alfabetizar cidadãos com 15 anos ou mais que não tiveram oportunidade ou
foram excluídos da escola antes de aprender a ler e escrever‖. Segundo o
Ministério da Educação, o período estipulado para e alfabetização é de até oito
meses, com uma carga horária estimada entre 240 e 320 horas.
O Programa Fazendo Escola - O Programa de Apoio aos Sistemas de
Ensino para atendimento à Educação de Jovens e Adultos, instituído em 2003,
com objetivo de ―contribuir para enfrentar o analfabetismo e baixa escolaridade
em bolsões de pobreza do País onde se concentra a maior parte da população
de jovens e adultos que não completou o Ensino Fundamental‖. O programa ―é
desenvolvido pelo MEC em conjunto com os governos estaduais e municipais,
por meio da transferência, em caráter suplementar, de recursos administrados
pelo FNDE.
Novas mudanças nos critérios para a distribuição dos recursos
financeiros para o Programa Fazendo Escola ocorrem em 2005. Na nova
proposta, todos os municípios que registravam alunos matriculados na EJA
passam a receber algum recurso. Entretanto, tal repasse passa a assumir
valores diferenciados, estabelecidos de acordo com um novo índice criado –
Índice de Fragilidade Educacional de Jovens e Adultos (IFEJA), a partir do qual
se passa a definir os valores repassados aos municípios. O que se deve
destacar nesse processo é o fato de que o Ministério da Educação, por meio do
FNDE, cria uma fórmula para ampliar o ―apoio aos sistemas de ensino
para atendimento à EJA‖ a todos os estados e municípios do Brasil sem que
isso signifique a ampliação dos recursos destinados à EJA (RUMMERT ,
VENTURA, 2007).

Apesar de a Constituição definir a educação como um direito


de todos, o que observamos são programas fragmentados com
problemas de concepção pedagógica e metodológica. Neste
âmbito, muitos programas surgem como alternativas
assistencialistas de combate a exclusão social, com propostas
pedagógicas que sugerem uma forma universalizada de
trabalho sem levar em conta as peculiaridades locais de cada
comunidade, ou seja, contextos e conteúdos que abrangem a
diversidade étnica e cultural de nosso país desconsiderando as
características locais das comunidades escolares. A
alfabetização de adultos por si só não resolve (GADOTTI;
ROMÃO, 2006).

De acordo com os autores, no cenário atual, apesar de existirem leis que


regulamentam o ensino e os direitos à educação para jovens e adultos, a
sociedade vê a juventude e o adulto analfabeto como sinônimo de problema e
motivo de preocupação. O adulto analfabeto defronta-se com a sociedade
letrada e necessita de, no mínimo, saber enfrentar a tecnologia da
comunicação para que, como cidadão, saiba lutar por seus direitos, pois ao
contrário, torna-se vítima de um sistema excludente e pensado para poucos.
Com um público específico que traz consigo sequelas de experiências
frustradas ao longo da vida, o adulto chega à EJA com uma bagagem cultural
diversificada, habilidades inúmeras, conhecimentos acumulados e reflexões
sobre o seu mundo.

4 ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL E A EDUCAÇÃO PARA JOVENS E


ADULTOS (EJA)

Segundo a Lei Federal nº 9.394/96 (LDB), garantida pela Constituição de


1988na Constituição Federal a EJA passou a ser uma modalidade de educação
básica nas etapas de Ensino Fundamental e Médio, inserida na meta do
Estado brasileiro de erradicar o analfabetismo juntamente com a de
proporcionar à população cuja faixa etária não se adéqua mais ao ensino
fundamental e Ensino Médio, a complementação de sua formação escolar.
Atendendo assim a grande demanda de jovens e adultos que tem o desejo de
voltar a estudar, garantindo o direito à educação gratuita para todos os
indivíduos aos que a ela não tiveram acesso na denominada idade própria.
O público que procura a EJA é variado e vai de pessoas de mais idade
que buscam maior instrução até jovens que estão alguns anos atrasados e
desejam concluir o ensino básico. Com o objetivo de compreender o significado
do retorno à escola, na constituição da identidade e na construção dos projetos
de vida, Oliveira (1996) investigou os processos de alfabetização de
adolescentes e adultos de ambos os sexos, com idade entre 15 e 65 anos.
Evidenciou-se que o retorno à escola significa um marco decisivo no
restabelecimento dos seus vínculos com o conhecimento escolar, libertando-os
do estigma do analfabetismo e dos sentimentos de inferioridade.
O grupo familiar constitui o grupo de participação e de referência
fundamental, e é por isso que os valores desse grupo constituem bases
significativas na orientação do jovem adulto, quer a família atue como um grupo
positivo de referência quer opere como grupo negativo de referência.
De acordo com Lucchiari (1997), o ser humano necessita de projetos
para viver e para construí-los é necessário fundir o presente, relembrar o
passado e projetar o futuro. Para que isto ocorra, se faz necessária uma
conscientização de si mesmo, buscando informações no mundo externo, e
retornando à família.
A realidade brasileira vem se manifestando por novos contextos e novos
desafios que exigem um desenvolvimento mais amplo da Orientação
Profissional, a fim de uma adaptação as mudanças sociais, com o intuito de
obter resultados importantes para a sociedade. Esses novos contextos e
desafios fazem parte de um mercado de trabalho versátil e exigente, criação e
elaboração de profissões.
De acordo com Lucchiari, a tarefa da Orientação Profissional é:

Facilitar o momento da escolha ao jovem, auxiliando-o a


compreender sua situação específica de vida, na qual estão
incluídos aspectos pessoais, familiares e sociais. É a partir
dessa compreensão que ele terá mais condições de definir a
melhor escolha, a escolha possível no seu projeto de vida.
(1993, p.12).

São vários os fatores que interferem em nossas vidas e escolhas, por


muitas vezes é feita uma escolha possível em um determinado momento da
vida, sem se ter muita consciência das influências sofridas. Assim, as
influências sobre a escolha de uma profissão estão envolvidas em um contexto
mais amplo e determinante no caminho do individuo, de ordem social, política e
econômica que implicam em uma série de situações que determinam essa
escolha, principalmente para aqueles que pertencem a uma classe menos
favorecida da sociedade.
Segundo Bastos (2005), entre a escolha de uma profissão realizada e a
efetivação da mesma, existe certa distância, devido a fatores determinantes
que podem interferir na realização do curso ou da profissão desejada.
Diante desse público da EJA, acrescentam-se as dificuldades
enfrentadas para a volta a escola, como a idade, o trabalho, o cansaço e na
maioria dos casos, com família formada, tornando-se mais difícil pensar em
outra profissão ou até mesmo curso superior, como a faculdade.
Partindo desses pressupostos, os profissionais de psicologia dentro da
Orientação Profissional, devem levar em conta todo o contexto social,
econômico e político de um individuo. Sendo assim, os modelos de Orientação
Profissional devem se ampliar para atender a um público cada vez mais
diversificado.

Atualmente, na realidade, os beneficiados com os modelos e


processos de Orientação Profissional são os jovens de classe
mais favorecida, faltando estudos e desenvolvimento de
pesquisas para as classes mais pobres, que se encontram nas
escolas públicas ou fora dela e que suas necessidades vão
além de escolher um curso superior. (RIBEIRO, 2003, p.143)

Segundo Costa (2007), há duas implicações quando se tenta restringir a


Orientação Profissional a um determinado público. A primeira questão diz
respeito a direcionar a escolha profissional para os cursos de nível superior,
sendo importante destacar que escolher um curso ou profissão não significa
especificamente ingressar em uma faculdade. Segunda questão se refere à
ideias preconcebidas de que o aluno de uma classe menos favorecida não tem
direito a escolher, devido a sua condição ser carente e, portanto vitimado pela
situação econômica.
Abade (2005) também ressalta a necessidade de pensar em
desenvolver práticas de Orientação Profissional para contextos desfavorecidos
da sociedade, ao invés de direcioná-las a jovens de classe elitizada, que de
certa forma já possuem uma condição melhor de estudo e de vida.
Mas o mais importante nesse contexto é saber quem são esses
indivíduos, o que procuram quais seus projetos de vida e assim, tentar
compreendê-los com sua historia, sua família, amigo e meio socioeconômico e
cultural, levando em conta momentos passados e presentes da atual escolha
ou reescolha profissional.
De acordo com Bohoslavsky (2007), quando o individuo procura a
Orientação Profissional, demonstra possuir expectativas e preocupações em
relação ao futuro. Nesse momento é importante compreender quais referências
esse individuo possui e, assim, entenderemos que o individuo toma esse outro,
o orientador, como uma referência, algo que ele pode estar sendo privado pela
sua condição social, é nesse momento que o vinculo com o orientador se
estabelece, favorecendo um desenvolvimento e resultado melhor do trabalho.
Geralmente, os indivíduos que procuram a Orientação Profissional são
jovens com identidade pessoal em formação, em busca da identidade
profissional. Talvez esse seja o ponto certo para reivindicar um investimento
nos indivíduos de classes menos favorecidas. Auxiliar a formar sua identidade
pessoal e profissional através desse processo, por meio do autoconhecimento
e conhecimento de sua realidade; ajudar esse sujeito a refletir e escolher,
reconhecendo-se como agente transformador de sua própria realidade.

A Orientação Profissional tem por finalidade a ampliação da


consciência do individuo sobre a realidade, instrumentando-o
para agir, no sentido de transformar resolver as dificuldades
que essa realidade lhe apresenta, possibilitando uma reflexão
acerca dos aspectos psicológicos, econômicos e sociais que
influenciam a escolha; discutir a relação home-trabalho;
informar sobre as profissões e possibilitar autoconhecimento
relacionado à escolha. Justifica-se e ressalta-se, assim, a
importância do trabalho de Orientação Profissional em escolas
públicas, tendo em vista as desigualdades sócio-econômicas
que o Brasil apresenta, trazendo para aquele contexto uma
reflexão e possível mudança de tais condições. (MULLER;
SCHMIDT; DULCE 2009, p.39).
CAPÍTULO III

METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA

1 METODOLOGIA

A presente pesquisa foi embasada na abordagem sócio-histórica, que


segundo Bock (2006), parte da conjectura de que os indivíduos são
multideterminados, porém, ao mesmo tempo, têm possibilidades de mudar as
condições históricas e sociais nas quais vivem, podendo fazê-lo com a
finalidade de mantê-la ou modificá-la.
A problemática de pesquisa se resumiu na seguinte indagação: Analisar
se a participação num processo de Orientação Profissional ancorado em um
referencial teórico-metodológico consistente é capaz de desencadear no
orientando a construção de um projeto de futuro mais assertivo e consciente,
de maiores possibilidades, frente à escolha profissional disponível em sua
realidade concreta.
O objetivo dessa pesquisa foi conhecer e confrontar a opinião dos
alunos concluintes do ensino médio da Educação de Jovens e Adultos (EJA)
em relação à ampliação do conhecimento acerca das possibilidades
relacionadas ao projeto de futuro, escolha profissional e mercado de trabalho
antes e após participarem da Orientação Profissional.

A tarefa da orientação profissional tem por objetivo facilitar o


momento da escolha profissional, auxiliando-o a compreender
sua situação específica de vida, na qual estão incluídos
aspectos pessoais, familiares e sociais. E é a partir dessa
compreensão que o indivíduo terá mais condições de definir
qual a melhor escolha, a escolha possível (LUCCHIARI, 1993,
pag.12).

A pesquisa: A Importância da Orientação Profissional no Ensino de


Jovens e Adultos (EJA) foi submetida na Plataforma Brasil no dia 30 de junho
de 2015, obtendo aprovação pelo Comitê de Ética no Unisalesiano com o
parecer: 1.256.875, no dia 03 de outubro de 2015. (ANEXO A)
Os dados foram analisados por meio do método qualitativo, que segundo
Rey (2005), defende o caráter construtivo interpretativo do conhecimento, o
que de fato implica compreender o conhecimento como produção e não como
apropriação linear de uma realidade que se nos apresenta. Quando se afirma
esse caráter, deseja-se enfatizar que o conhecimento é uma construção, uma
produção humana, e não algo que está pronto para conhecer uma realidade
ordenada de acordo com categorias universais do conhecimento.
A pesquisa foi realizada com os alunos do terceiro ano da EJA, com
faixa etária variando entre 19 e 46 anos de idade, no período noturno, em sala
de aula, sendo desenvolvida em três etapas, a primeira foi o levantamento de
dados sobre as características e conhecimentos dos alunos da EJA em relação
ao autoconhecimento, informação profissional e mercado de trabalho. Na
segunda etapa foi realizado o processo de Orientação Profissional de acordo
com os temas citados acima. Na terceira etapa realizou-se um levantamento de
dados referente ao conhecimento obtido durante o processo de Orientação
Profissional. O critério de inclusão usado para a participação na pesquisa foi
que os alunos estivessem matriculados na EJA e tivessem idade acima de 18
anos. O critério de exclusão foi que não deveriam participar os alunos que não
estivessem matriculados no 3º ano do ensino médio da EJA e com idade
inferior a 18anos.
De acordo com Rey (2005), a pesquisa representa um espaço
permanente de comunicação que terá um valor fundamental para os processos
que envolvem os sujeitos pesquisados nos diferentes momentos de sua
participação. O sujeito que participa da pesquisa não se expressará por causa
da pressão de uma exigência instrumental externa a ela, mas devido uma
necessidade pessoal que se desenvolverá, crescentemente, no próprio espaço
onde está sendo realizada a pesquisa, por meio de diferentes sistemas de
relação constituídos no processo.
O local para a realização da pesquisa foi uma escola pública a qual
ministra o Ensino Fundamental – Ciclo II – Ensino Médio, nos três períodos,
sendo matutino, vespertino e noturno e Ensino para Jovens e Adultos (EJA) no
período noturno na cidade de Promissão.
O presente estudo foi desenvolvido por meio de uma pesquisa de
campo, que segundo Gonsalves:
É o tipo de pesquisa que pretende buscar a informação
diretamente com a população pesquisada. Ela exige do
pesquisador um encontro mais direto. Nesse caso, o
pesquisador precisa ir ao espaço onde o fenômeno ocorre, ou
ocorreu e reunir um conjunto de informações a serem
documentadas. (2001, p.67).

Os principais instrumentos utilizados na pesquisa foram: o questionário


1, o processo de Orientação Profissional e o questionário 2, que aconteceu
durante cinco encontros semanais com duração de 01h10minh cada encontro.
O primeiro encontro iniciou-se com a apresentação do Termo de
Consentimento Livre (APÊNDICE), o qual foi devidamente preenchido e
assinado por todos os participantes. Em seguida foi aplicado o Questionário 1
(ANEXO B), composto de perguntas abertas e fechadas, com o objetivo de
levantar dados que caracterizassem o perfil da população estudada e identificar
aspectos sobre o autoconhecimento, informação profissional, mercado de
trabalho e projetos para o futuro.

Questionário é um instrumento associado ao estudo de


representações e crenças conscientes do sujeito, diante do
qual esse sujeito constrói respostas mediadas por sua
intencionalidade. Tanto para estudar representações
conscientes do sujeito, como para conhecer aspectos que ele
(a) possa descrever diretamente, o questionário é um
instrumento interessante, no entanto, devemos ter em conta
que as respostas de uma pessoa a um questionário estão
mediadas pelas representações sociais e pelas crenças
dominantes no cenário social em que se aplica o instrumento.
(REY, 2005, p.41).

Após todos responderem ao questionário, foram compartilhadas através


de slides e apresentadas pelas orientadoras informações sobre a definição de
Orientação Profissional. Nesse dia compareceram 45 alunos e foi explicado a
eles como seria realizado o processo de OP durante os cinco encontros,
descrevendo de forma clara e objetiva que eles participariam de um processo
com três módulos, sendo o autoconhecimento, a informação profissional e o
mercado de trabalho, enfatizando que no último encontro seria a devolutiva
desse processo.
O segundo encontro iniciou-se com o 1° Módulo da OP, cujo tema foi o
autoconhecimento, onde foi aplicada uma dinâmica de autoconhecimento
denominada ―Gráfico da Minha Vida‖ (ANEXO D) e discussão e reflexão acerca
dos resultados da dinâmica.
O objetivo desse encontro foi conhecer os alunos e reunir o grupo para
que eles pudessem interagir e se conhecerem também.
Segundo Lucchiari (1993), o trabalho em grupo tem alcançado melhores
resultados na prática profissional, pois é importante que o jovem tenha um
sentimento de igualdade em relação aos outros para assim poder sentir-se
pertencente ao grupo; compartilhar sentimentos de dúvida, confusão em
relação à escolha e insegurança possibilita uma maior interação e cada
indivíduo auxilia um ao outro no conhecimento que cada membro busca de si
mesmo.
De acordo com a citação acima, as técnicas de grupo focalizadas em um
determinado assunto, como o que foi feito na referente pesquisa, mais
precisamente na área educacional, são muito eficientes para aprofundar o
conhecimento dos participantes.
No terceiro encontro passou-se para o 2º Módulo da OP, com a temática
da Informação Profissional. Nesse dia foi feita uma apresentação através de
slides sobre informações dos programas oferecidos pelo governo para
universidades como o Exame Nacional do Ensino Médio: (ENEM), Programa
Universidade Para Todos (PROUNI), Fundo de Financiamento Estudantil
(FIES) e Escola da Família.
O objetivo desse encontro foi apresentar aos alunos da EJA informações
que eles não tinham conhecimento a respeito dos programas do governo.
―A comunicação será via em que os participantes de uma pesquisa se
converterão em sujeitos, implicando-se no problema pesquisado a partir de
seus interesses, desejos e contradições‖ (REY, 2005, p.14).
No quarto encontro ingressou-se para o 3º Módulo da OP, cuja temática
foi o Mercado de Trabalho, sendo apresentado em slides os seguintes temas:
Entrevista de Emprego, juntamente com um vídeo ilustrativo de como não se
comportar em uma entrevista de emprego, Como Elaborar Um Currículo,
Empreendedorismo e Habilidades Sociais.
Dornelas, afirma que:
O empreendedor é aquele que detecta uma oportunidade e cria
um negócio para capitalizar sobre ela, assumindo riscos
calculados. Caracteriza a ação empreendedora em todas as
suas etapas, ou seja, criar algo novo mediante a identificação
de uma oportunidade, dedicação e persistência na atividade
que se propõe a fazer para alcançar os objetivos pretendidos e
ousadia para assumir os riscos que deverão ser calculados.
(2001, p. 37).

Conforme citação do autor, o empreendedorismo é uma ação que


permite ao indivíduo criar algo, dedicar-se e persistir naquilo que está ao
alcance de seus objetivos e assumir os riscos existentes para que se consiga
atingir suas metas.
Para Caballo (1991), ―habilidades sociais se referem às seguintes
capacidades: iniciação e manutenção de conversações; falar em grupo;
defender os próprios direitos; solicitar favores; recusar pedidos; fazer e aceitar
cumprimentos; expressar as próprias opiniões, mesmo os desacordos;
expressar justificadamente quando se sentir molestado ou desagradado; saber
desculpar-se ou admitir falta de conhecimento; pedir mudança no
comportamento do outro e saber enfrentar as críticas recebidas. Essas
situações onde estas respostas podem ocorrer são as mais variadas, podendo
ocorrer no ambiente familiar, de lazer e de trabalho.‖
O quinto e último encontro da Orientação Profissional foi realizado para
concluir o processo com o Questionário (ANEXO C) com perguntas abertas e
fechadas, relacionadas ao processo de OP, para averiguar se eles
conseguiram assimilar os conteúdos aplicados durante os encontros, com o
objetivo de receber deles uma resposta ao processo que foi desenvolvido e
concluir ou não, se houve um processo de aquisição de ideias e reflexões
desejáveis, de modo que pudessem ampliar a compreensão acerca de um
projeto de futuro a partir da Orientação Profissional.

A comunicação é o espaço privilegiado em que o sujeito se


inspira em suas diferentes formas de expressão simbólica,
todas as quais serão vias para estudar sua subjetividade e a
forma como o universo de suas condições sociais objetivas
aprece constituída nesse nível (Rey, 2005, p.14).
O último encontro visou ainda propiciar aos orientandos a devolutiva final
e individual com o objetivo de conceder a eles informações mais precisas e
esclarecê-las individualmente para que cada aluno pudesse pontuar, refletir e
discutir sobre tudo o que apreendeu durante o processo e evidenciar junto a
eles a importância da Orientação Profissional nessa fase em que se
encontram, saindo do Ensino Médio e com uma percepção mais abrangente
para enfrentar as dificuldades e fazerem uma escolha mais assertiva.

A comunicação é uma via privilegiada para conhecer as


configurações e os processos de sentido subjetivo que
caracterizam os sujeitos individuais e que permitam conhecer o
modo com as diversas condições objetivas da vida social
afetam o homem. Por isso o intermédio da comunicação, não
conhecemos apenas diferentes processos simbólicos
organizados e recriados nesse processo, estamos tentando
conhecer outro nível diferenciado da produção social, acessível
ao conhecimento somente por meio do estudo diferenciado dos
sujeitos que compartilham um evento ou uma condição social
(REY, 2005, p.13-14).

Conforme o autor, a comunicação é um meio singular de se conhecer os


sujeitos e suas condições de vida social que o afetam, portanto o objetivo
desse último encontro foi alcançado, pois devido à comunicação com os alunos
individualmente, observou-se que os mesmos apreenderam os conteúdos
aplicados no processo e através da comunicação puderam organizar e
expressar como as informações recebidas foram relevantes para o auxílio em
suas escolhas profissionais.

1.1 Abordagem Sócio Histórica

Segundo Oliveira (2009), a abordagem sócio-histórica se baseia,


principalmente, nas ideias de Vigotski, o qual é considerado um dos mais
importantes estudiosos da Psicologia Soviética do início do século XX. Seus
estudos foram influenciados pelo contexto histórico no qual ele viveu, pois seu
objetivo foi o desenvolvimento do indivíduo e da espécie humana, como
resultado de um processo sócio histórico.
Assim, seu foco principal foi entender o homem em sua totalidade,
tentando compreender como se constitui o sujeito inserido em uma
determinada cultura. Para ele, o ser humano não nasce pronto para viver em
sociedade, ou seja, precisa de condições adequadas em seu meio que lhe
proporcionem um aprendizado satisfatório, no qual possa viver e se
desenvolver em seu meio social.
Charlot afirma que:

Dessa forma, a atividade do homem ao mesmo tempo em que


afeta o mundo social afeta a si próprio. No entanto, ao ser
afetado pelo mundo, o aparato psicológico do sujeito não
registra mecanicamente o que viveu, ou seja, o homem não é
mero reflexo de suas experiências sociais, mas ao contrário,
apropria-se do mundo e transforma o que viveu em uma
experiência única e singular. A forma como cada ser humano
pensa, sente e age, é singular, mas, constitui-se pelo social.
Podemos dizer, assim, que o mundo interno-externo. Objetivo-
subjetivo se complementam constituindo-se em uma totalidade.
Ao mesmo tempo o homem constitui o social e é constituído
por este. (2000, p.51)

Conforme o autor, o indivíduo não é apenas o reflexo de suas


experiências, mas sim um ser ativo que se apropria do mundo transformando
suas vivências em uma experiência única, pois a maneira como cada indivíduo
pensa, sente e age é singular, porém também se constitui pelo social.
Bock ressalta que:

O fenômeno psicológico na psicologia sócio-histórica se


desenvolve ao longo do tempo e afirma que este não pertence
a natureza humana, não é preexistente ao homem e reflete a
condição social, econômica e cultural em que vivem os
homens. (2001, p.22)

Assim, o indivíduo não se desenvolve apenas pelo aspecto biológico,


pois este necessita conviver em um meio social para sobreviver, se constitui ao
realizar suas necessidades.
Segundo Bock:

A perspectiva sócio-histórica não se reconhece como


meramente ideológica a possibilidade de escolhas das classes
subalternas. Ao contrário, entende-se que nisso reside a
possibilidade de mudança, de alteração histórica, ao
reconhecer que o indivíduos podem, de certo modo, intervir
sobre as condições sociais, por meio de ações pessoais e / ou
coletivas. (2006, p.69)
Entende-se, dessa forma, que na perspectiva sócio-histórica não há
determinação social absoluta, mas que o indivíduo tem a possibilidade de lutar
para mudar a sua realidade social.
Sendo possível assim, a partir de novas experiências e relações,
apropriar-se de novas habilidades, entender os significados e adquirir novos
sentidos, acerca dessa condição de existência no mundo, ressignificando essa
relação indivíduo-sociedade, estabelecendo novas estratégias de atuação no
mundo que o modifiquem e que na mesma medida possibilitem a reconstrução
do real desse indivíduo, superando a lógica de uma determinação social
absoluta.

1.2 Significados e Sentidos

As categorias sentido e significado, mencionadas neste estudo, auxiliam


para a compreensão do processo de construção do indivíduo, enquanto ser
biológico, social e cultural. Significados e sentidos estão presentes na
constituição do real pelos sujeitos, aparecem na sua conceituação da
experiência concreta, por meio do discurso, compreendem, portanto, a sua
dimensão subjetiva da realidade, e essas duas categorias se articulam, porém
para entendê-las é necessário que se compreenda o significado de cada uma
separadamente.
Para Vigotsky:

O sentido é sempre uma formação dinâmica, fluída, complexa,


que tem várias zonas de estabilidade variada. O significado é
apenas uma dessas zonas de sentido que a palavra adquire no
contexto de algum discurso e, ademais, uma zona mais
estável, uniforme e exata. (2000, p.165)

A relação entre o pensamento e a linguagem é feita através do


significado. Vigotsky afirma que:

O significado da palavra só é um fenômeno de pensamento na


medida em que o pensamento está relacionado à palavra e
nela materializado, e vice-versa fenômeno de discurso apenas
na medida em que o discurso está vinculado ao pensamento e
focalizado por sua luz. É um fenômeno do pensamento
discursivo ou da palavra consciente, é a unidade da palavra
com o pensamento. (2000, p.398)

Alfredo (2006) ao estudar os sentidos e significados constituídos em


espaços e/ou situações de escolha na escola, indica a conclusão semelhante,
ressaltando que há pouca reflexão sobre a escolha profissional mesmo nas
escolas que existem espaços favoráveis à atividade da escolha. A ausência de
reflexão apresentada pela autora caracteriza-se fundamentalmente pelo fato de
que o trabalho e os múltiplos determinantes socioeconômicos que mobilizam as
atividades humanas estão ausentes, levando a abordagem da profissão de
forma descontextualizada, o que a autora chama de profissão coisa. A autora
ainda indica como consequência desse processo à falta de apropriação pelos
sujeitos do processo e história como o sujeito que escolhe.
O foco de interesse residiria, portanto na escolha culminada, numa
escolha estanque e estratificada, condicionada as determinações objetivas, e
não uma escolha entendida como processo, que concentra todas as
representações subjetivadas pelo jovem acerca da sua realidade objetiva
constituídas ao longo da sua existência que é um permanente vir a ser, e que
por isso pode ser revista, reatualizada, reconfigurada de acordo com suas
novas singularizações, podendo assim tornar-se uma escolha mais
individualizada e autônoma.
Por isso a escolha das dimensões de sentidos e significados como
possibilidade de explorar o conteúdo subjacente ao discurso dos jovens
orientandos participantes da pesquisa se faz necessária e adequada para a
compreensão do que constituem como escolha profissional.
As categorias sentidos e significados permitem conhecer os sentidos
pessoais contidos nos depoimentos dos jovens e de uma forma mais ampla, os
significados sociais que revelam conteúdos que permeiam a compreensão
coletiva acerca desses processos, reproduzidos na fala dos orientandos
investigados.
De forma mais singular, os sentidos representam a compreensão
individual de cada jovem, a sua dimensão subjetiva estando alinhada à sua
história de vida, suas representações, conjunto de crenças e valores pessoais,
à cultura a qual pertence, que ao se relacionar com o mundo externo se
objetiva em forma de ações, decisões no mundo real, imbuindo assim os seus
processos de escolha também.

2 ANÁLISE DE DADOS

Com a aplicação do Questionário 1 (ANEXO B) foi possível coletar


dados sobre os alunos da 3ª Etapa da EJA como informações sobre: sexo,
idade, estado civil, filhos, necessidades educacionais especiais, o motivo pelo
qual o sujeito abandonou os estudos, o que o incentivou a retornar aos
estudos, trabalho, conhecimento do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM),
do Programa Universidade para Todos (PROUNI) e do Programa de
Financiamento Estudantil (FIES), se têm conhecimento acerca do que podem
fazer após a conclusão da EJA, se têm planos para o futuro profissional e se
possuem interesse por receber Orientação Profissional.
Os dados foram demonstrados abaixo por meio de gráficos:

Tabela 1: Demonstrativo de gênero, faixa etária, estado civil, filhos e


necessidade educativa especial dos alunos participantes.
Feminino 58%
Masculino 42%
19 a 25 anos 70%
26 a 30 anos 19%
31 a 46 anos 11%
Casado 44%
Solteiro 56%
Têm filhos 52%
Não têm filhos 48%
Possui necessidade educativa especial 0%
Fonte: Elaborado pelas autoras.

Tabela 2: Demonstrativo conforme motivo(s) pelo(s) qual(is) os alunos


abandonaram os estudos. Nesse item, os alunos puderam assinalar mais de
uma resposta. Obs: um aluno destacou que não abandou os estudos, só
reprovou e foi transferido para a EJA, devido à idade.
Porque abandonou os estudos?
Trabalho 40%
Filhos 22%
Pouca maturidade 22%
Casamento 9%
Falta de interesse em continuar os estudos 5%
Dificuldade de acompanhar o curso 2%
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Tabela 3: Demonstrativo conforme motivo(s) pelo(s) qual(is) os alunos
retornaram aos estudos. Nesse item os alunos foram orientados a assinalar
todas as opções condizentes com seus motivos.
Porque buscou a EJA?
Buscar melhores oportunidades de trabalho 44%
Deseja fazer uma faculdade 23%
Deseja conseguir o diploma 23%
Deseja fazer um curso técnico 6%
Foi orientado pelo empregador 4%
Fonte: Elaborado pelas autoras.

Tabela 4: Demonstrativo de alunos que trabalham e que não trabalham,


destacando que a maioria trabalha.
Está empregado?
Sim 52%
Não 48%
Fonte: Elaborado pelas autoras.

Tabela 5: Demonstrativo de alunos que têm conhecimento sobre o ENEM,


predominando o maior número que não sabe.
Você sabe o que é o Enem?
Sim 40%
Não 60%
Fonte: Elaborado pelas autoras.

Tabela 6: Demonstrativo de alunos que têm conhecimento sobre o Prouni,


destacando-se que a maioria não tem conhecimento.
Você sabe o que é o Prouni?
Sim 35%
Não 65%
Fonte: Elaborado pelas autoras.

Tabela 7: Demonstrativo de alunos que têm conhecimento sobre o Fies.


Você sabe o que é o Fies?
Sim 50%
Não 50%
Fonte: Elaborado pelas autoras.

Tabela 8: Demonstrativo de alunos que sabem o que podem fazer após a


conclusão dos estudos.
Ao concluir os estudos, você sabe o que pode fazer?
Sim 83%
Não 17%
Fonte: Elaborado pelas autoras.

Tabela 9: Demonstrativo de alunos que tem planos para o futuro profissional.


Você faz planos para o seu futuro profissional?
Sim 98%
Não 2%
Fonte: Elaborado pelas autoras.

Tabela 10: Demonstrativo de alunos que desejam receber Orientação


Profissional, ressaltando-se que a maioria deseja.
Você gostaria de receber orientação profissional?
Sim 98%
Não 2%
Fonte: Elaborado pelas autoras.

Após a aplicação do Questionário1 (ANEXO B), iniciou-se o processo de


OP, que ocorreu em um período de cinco encontros semanais. No quinto
encontro aplicou-se o Questionário 2 (ANEXO C), com o objetivo de coletar
dados referentes ao resultado do processo. Os dados obtidos são
representados abaixo, por meio das tabelas:

Tabela 11: Demonstrativo de alunos que tinham participado de algum tipo de


Orientação Profissional antes.
Você já participou de orientação profissional antes?
Sim 8%
Não 92%
Fonte: Elaborado pelas autoras.

Tabela 12: Demonstrativo referente a opinião sobre o processo de Orientação


Profissional.
O que você achou da orientação profissional?
Muitas informações que não sabíamos 32%
Abriu minha visão para o futuro 28%
Muito bom 20%
Muito interessante 12%
Foi esclarecedor 8%
Fonte: Elaborado pelas autoras.

Tabela 13: Demonstrativo referente a participação no processo de Orientação


Profissional.
Como foi para você participar da OP?
Foi interessante ter autoconhecimento 28%
Foi ótimo o acesso às informações 24%
Foi uma experiência boa e diferente 20%
Houve vergonha no início, porém tirei muitas dúvidas 16%
Foi legal expor os pensamentos 12%
Fonte: Elaborado pelas autoras.

Tabela 14: Demonstrativo sobre dúvidas, após o processo de OP, ressaltando-


se que os que ficaram com dúvidas foi em relação ao mercado de trabalho da
área escolhida.
Você ficou com dúvidas?
Sim 8%
Não 92%
Fonte: Elaborado pelas autoras.

Tabela 15: Demonstrativo referente a algum conteúdo ou informação que


poderia ter sido abordado no processo de OP.
Faltou algum conteúdo que poderia ter sido abordado?
Não 100%
Fonte: Elaborado pelas autoras.

Tabela 16: Demonstrativo do fato mais importante para a elaboração da


escolha profissional.
O que você considerou mais relevante para sua escolha profissional?
O último contexto 40%
Todo conteúdo 28%
Informações profissionais 16%
Motivação para continuar estudando 12%
Penso apenas em ter uma oportunidade 4%
Fonte: Elaborado pelas autoras.

Tabela 17: Demonstrativo sobre considerar importante que as escolas tenham


algum tipo de OP.
Acha importante as escolas terem OP?
Sim 100%
Fonte: Elaborado pelas autoras.

Tabela 18: Demonstrativo sobre o que mudou na forma de pensar após


participar do processo de OP.
O que mudou na sua forma de pensar após a participação na OP?
Incentivo para continuar estudando 32%
O que eu achava quase impossível, na verdade não é 20%
O jeito de pensar sobre o futuro profissional 20%
Motivação para alcançar meus objetivos 16%
Que nunca é tarde para recomeçar 12%
Fonte: Elaborado pelas autoras.

Tabela 19: Demonstrativo sobre fazer curso ou faculdade após terminar o ano.
Você pretende fazer algum curso ou faculdade quando terminar a
EJA?
Sim 80%
Não 20%
Fonte: Elaborado pelas autoras.

Tabela 20: Demonstrativo sobre possíveis cursos e faculdades que os alunos


pretendem fazer.
Se sim, qual?
Pedagogia/Direito/Geografia 55%
Agronomia/Engenharia da computação 21%
Fisioterapia/Enfermagem 10%
Educação Física/Psicologia 8%
Eletricista Industrial/Informática 7%
Fonte: Elaborado pelas autoras.

Tabela 21: Demonstrativo sobre a possibilidade de mudar de


profissão/ocupação futuramente.
Você pretende mudar de profissão/ocupação futuramente?
Sim 73%
Não 27%
Fonte: Elaborado pelas autoras.

Tabela 22: Demonstrativo referente à mudança de emprego ou ocupação:


Se sim, para qual?
Para área que eu conseguir me formar 48%
Alguma superior a minha 40%
Gerente na empresa que trabalho 4%
Monitora de criança 4%
Músico 4%
Fonte: Elaborado pelas autoras.

Tabela 23: Demonstrativo sobre pensamentos e sentimentos em relação à vida


profissional.
Quais são seus pensamentos em relação à vida profissional?
Ter sucesso na escolha profissional 40%
Ser reconhecido no mercado de trabalho 24%
Ter uma vida melhor 24%
Desenvolver meu potencial 12%
Fonte: Elaborado pelas autoras.

Tabela 24: Demonstrativo referente aos projetos para o futuro profissional


O que você espera para seu futuro profissional?
Emprego e segurança 32%
Estabilidade 24%
Salário digno 24%
Estar bem preparado para o mercado de trabalho 12%
Futuro melhor 8%
Fonte: Elaborado pelas autoras.

3 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Os resultados obtidos inicialmente por meio do questionário 1 (ANEXO


B) nessa pesquisa foram: reconhecimento da falta de informações referentes
aos programas do governo, ao mercado de trabalho, cursos e faculdades, bem
como foi possível refletir sobre assuntos importantes que não eram expressos
como: a timidez ao falar em público, sentimento de insegurança em relação ao
futuro, desmotivação em relação ao projeto de futuro e possibilidade de dar
continuidade aos estudos, dúvidas sobre a escolha profissional, entre outros.
O processo de reflexão e tomada de consciência permitido pelo trabalho de
Orientação Profissional, desencadeou nos jovens participantes a possibilidade
projetarem novas escolhas, ao afirmarem que a Orientação os ampliou a visão
sobre o futuro, também a aquisição de novas informações e a motivação para
alcançar objetivos, o incentivo para a continuação dos estudos, a possibilidade
de alcançarem o que achavam impossível, a forma como pensavam sobre o
futuro profissional e a compreensão de que não é tarde para pensar e reverter
essa lógica que os limitava numa condição de meros coadjuvantes, podendo
perceberem-se como protagonistas da sua própria história.
Assim como afirmam Mandelli, Soares e Lisboa (2011),

Nesse sentido, a OP, por caracterizar-se como uma prática que


objetiva auxiliar as pessoas a conscientizarem-se dos
caminhos possíveis, escolhendo a partir de uma apropriação de
seu contexto e dos fatores que influenciam a escolha, pode
sensibilizar o jovem para a construção de seu projeto de vida.
Se o jovem não for o agente desse projeto, ficará alheio a seus
próprios planos de vida. A OP com jovens de baixa renda e,
consequentemente, de baixa escolaridade vida orientar para a
ressignificação ou mesmo para a construção de um projeto de
vida, compreendendo suas possibilidades e vislumbrando
caminhos para a realização desse tipo de projeto. (2011, p. 53)

Nesse sentido pode-se concluir que a teoria e a prática da Orientação


Profissional, embasada na abordagem sócio histórica contribuiu para dar voz a
esse público, suprindo parte das necessidades demonstradas pelos próprios
sujeitos participantes da pesquisa, podendo ser esta uma forma de incentivo
aos alunos da EJA para que se tornem agentes transformadores da sociedade
em que estão inseridos.
Durante o processo notou-se como é importante proporcionar momentos
de reflexão em grupo, pois os orientandos ficaram livres para expressar-se ou
não, a interação dos grupos foi satisfatória, pois a maioria relatou sobre suas
vivências passadas e presentes, enfatizando o que esperam para seu futuro
profissional e pessoal. O trabalho em grupo facilitou a comunicação entre os
orientandos e os pesquisadores, possibilitando uma interação mais participativa
e produtiva, levando-os a expressar melhor suas dúvidas, angústias,
frustrações em relação ao seu projeto de futuro.

Acreditamos que tal modalidade permite ao jovem perceber-se


como sujeito inserido em um espaço social concreto, sendo
constituído e constituinte desde. A dinâmica do próprio grupo
permite ao sujeito questionar-se, confrontar-se, numa constante
construção e desconstrução de idéias e conceitos que se
ampliam ao do processo de aprendizagem. O grupo possibilita
ainda a troca e o compartilhamento de idéias, apreensões,
medos, informações, perspectivas e sonhos presentes no
presente da escolha (MIRANDA et al 2005, p.1).

Como resultado final após a aplicação do questionário 2 (ANEXO C)


observou-se que o processo contribuiu para que os alunos desenvolvessem
mais segurança, tranquilidade, autonomia e uma posição mais ativa,
motivando-os a terem uma visão mais ampla sobre seus projetos futuros,
apesar de alguns não terem definido uma escolha. Os orientandos relataram o
que significou o processo, com frases como: ―me fez pensar em outras áreas
que nem imaginava que pudesse atuar‖; ―vi que fazer uma faculdade não está
tão longe quanto eu imaginava‖, ―todos têm possibilidades para estudar‖;
―nunca é tarde demais‖.
Os temas de empreendedorismo e Habilidades Sociais também
ajudaram àqueles que pensavam em abrir um negócio próprio, pois muitos
deles tinham dúvidas de como começar e como deveriam reagir frente às
dificuldades. Falar sobre Habilidades Sociais proporcionou para os orientandos
refletirem sobre suas inibições, pois muitos sentiram vergonha em falar perante
o grupo e as orientadoras.
De uma forma mais detalhada, considera-se que os resultados obtidos a
partir das respostas dos orientandos, evidenciaram que inicialmente
desconheciam as possibilidades de escolha disponíveis, as políticas públicas
que favorecem o ingresso do aluno na educação de nível superior, não
concebiam estreita relação entre trabalho e escolarização, uma vez que
apresentam uma realidade de evasão, já que são alunos que por razões
diversas, abandonaram os estudos anteriormente.
Lisboa (2011) afirma que conciliar trabalho e estudos é uma dificuldade
e, por isso, o abandono dos estudos para trabalhar é uma prática comum entre
os jovens de baixa renda. Realidade essa verificada entre essa população que
abandonou os estudos porque precisava trabalhar, justificativa apontada por
40% dos jovens participantes da pesquisa.
Silva (2003) é um dos que estuda, em sua dissertação de mestrado, a
questão da escolha profissional, considerando a diferença que as populações
da escola pública e da privada apresentam nesse processo. É interessante a
observação de SILVA de que os alunos de escola particular indicam em seus
projetos o ingresso na universidade, enquanto os alunos das escolas públicas
falam do ingresso no mercado de trabalho, visando o sonho da universidade
distante. Notou-se entre os alunos participantes da pesquisa que a maior parte
deles – 44% – retornou aos estudos pela EJA com o objetivo de buscar
melhores oportunidades de trabalho, e não tendo como prioridade a
continuidade dos estudos ingressando no ensino superior.
Segundo Ribeiro (2003), esse procedimento de Orientação Profissional
mostrou-se eficiente, pois proporcionou aos alunos a oportunidade de um
espaço para refletir e elaborar seu projeto de futuro, ampliando o conhecimento
sobre as possibilidades de estudo.

Na perspectiva sócio-histórica não se reconhece como


meramente ideológica a possibilidade de escolha das classes
subalternas. Ao contrário, entende-se que nisso reside a
possibilidade de mudança, de alteração histórica, ao
reconhecer que os indivíduos podem, de certo modo intervir
sobre as condições sociais, por meio de ações pessoais e / ou
coletivas (BOCK, 2006, p.69).

Ao serem questionados acerca do conhecimento sobre as políticas de


incentivo ao estudante, como Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM, o
Financiamento Estudantil – FIES e o Programa Universidade para Todos –
PROUNI, a maior parte dos alunos – como já descrita na apresentação dos
dados – afirmou desconhecimento acerca desses Programas Governamentais,
realidade esta, que foi superada com a Orientação Profissional, que lhes
possibilitou o contato com novas possibilidades, constatada com a perspectiva
de continuação dos estudos levantada pelo questionário 2 após a intervenção
em OP, em que 80% dos jovens referiu a intenção fazer cursos ou faculdade
após a conclusão do ensino médio.
Mandelli, Soares e Lisboa em um estudo com jovens de baixa renda,
constataram que,
os jovens pesquisados, quando provocados a refletir sobre
suas possibilidades de mudança, manifestaram interesse em
melhorar suas condições de vida mediante o aumento da
escolarização e da qualificação, mas colocaram-se como os
únicos responsáveis pelas mudanças possíveis, sem perceber
a complexidade da situação. (2011, p. 52)

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Diante da pesquisa realizada observou-se a relevância desse estudo,


dado o destaque que a Orientação Profissional representou para o público da
EJA, por se apresentarem como pessoas desmotivadas, com pouco acesso a
informações e restritas concepções de escolha profissional.
O impacto da intervenção foi identificado, pois a maioria dos alunos
relatou que nunca tinha participado de nenhum processo de OP antes, bem
como, revelou o desconhecimento das políticas públicas que incentivam o
ingresso no ensino superior, além de suas motivações pela EJA estarem
inicialmente estritamente enfocadas numa melhor posição no mercado de
trabalho, já após o processo de OP, verificou-se que passaram a considerar a
continuação dos estudos como parte do seu projeto de futuro e a considerar a
ideia dos estudos como alavanca para conquistarem melhores posições no
mercado de trabalho.
Com essa demanda, notou-se uma necessidade da proposta de OP para
esse público, com o objetivo de ampliar a percepção que possuem em relação
a suas escolhas, possibilidades de reescolhas e constituição do seu projeto de
futuro, estimulando a construção de uma relação mais autêntica com suas
escolhas profissionais, reconfigurada e mais alinhada à sua realidade de vida e
motivações pessoais.
CONCLUSÃO

A partir da experiência relatada, conclui-se que o processo de


Orientação Profissional desenvolvido com esse público alcançou a relevância
esperada, pois constatou-se a hipótese inicial de que a participação num
processo de Orientação Profissional ancorado em referencial teórico-
metodológico consistente é capaz de desencadear ao orientando a ampliação
da sua auto percepção e a construção de um projeto de futuro mais assertivo,
consciente, e de maiores possibilidades, respaldado em informações
abrangentes acerca da relação estudo-trabalho.
Verificou-se que os alunos tiveram a oportunidade de refletir sobre suas
escolhas, motivações e projetos de vida, esclarecer dúvidas, apreender
informações profissionais, ampliando sua percepção diante das possibilidades
existentes e percebendo-se também como parte desse processo, alterando e
redefinindo escolhas, inclusive passando a ressignificar a relação com o
estudo, considerando a sua continuidade, pode-se cotejar dessa forma, que, a
Orientação Profissional possibilitou a esses jovens a perspectiva da superação
da sua condição material atual, uma vez que seus discursos revelaram que
após a Orientação obtiveram incentivo para continuar estudando, alteraram sua
percepção sobre o futuro, perceberam a possibilidade de alcançar o que lhes
parecia impossível e adquiriram motivação para alcançar seus objetivos.
Ademais, faz-se relevante pontuar que notou-se que o processo de
Orientação foi insuficiente quanto ao número de encontros, diante à demanda
apresentada e a necessidade de mais aprofundamento, que possibilitasse
também a incorporação de outros temas advindos dos processos individuais de
cada orientando, bem como aqueles que viessem a surgir no contexto grupal.
Considera-se que a população atendida pela EJA é um público menos
privilegiado dentro da sociedade, levando em conta que o governo investe
pouco nessa perspectiva, o que se confirma pela inexistência da Orientação
Profissional como garantia dessa população no período de formação escolar.
Além de também da fragilidade no âmbito científico, em que notou-se a
escassez de produção técnico-científica voltada à essa população,
especialmente no tocante à Orientação Profissional. Essa realidade fomenta
notadamente a necessidade de se propor novas intervenções e estudos
dedicados a esse público menos favorecido.
Por esta razão e tendo como referência o lugar que o trabalho ocupa na
constituição do ser humano e na configuração da nossa sociedade, conclui-se
a constatação da necessária continuidade das intervenções e projetos em OP
que permitam ao jovem estudante da EJA pensar sobre sua escolha
profissional, possibilitando a construção de um projeto de futuro mais maduro e
consciente, percebendo-se como sujeito interventor e construtor desse
processo.
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VIGOTSKY, L.S. A construção do pensamento e da linguagem. São Paulo:


Martins Fontes, 2000.
APÊNDICES
APÊNDICE A – Termo de Consentimento

COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA – CEP / UniSALESIANO


(Resolução nº 466 de 12/12/12 – CNS)

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

I – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE OU RESPONSÁVEL LEGAL


1. Nome do Paciente:

Documento de Sexo: Data de Nascimento:


Identidade nº
Endereço: Cidade: U.F.
Telefone: CEP:

1. Responsável Legal:
Documento de Sexo: Data de Nascimento:
Identidade nº
Endereço: Cidade: U.F.
Natureza (grau de parentesco, tutor, curador, etc.):

II – DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA


1. Título do protocolo de pesquisa: A Importância da Orientação Profissional
no Ensino de Jovens e Adultos (EJA)
2. Pesquisador responsável: Liara Rodrigues de Oliveira
Cargo/função: Inscr.Cons.Regiona Unidade ou Departamento do
Psicóloga/docente l: 06/85631 Solicitante: Departamento de
Psicologia
3. Avaliação do risco da pesquisa: (probabilidade de que o indivíduo sofra algum
dano como conseqüência imediata ou tardia do estudo).

SEM RISCO RISCO MÍNIMO RISCO MÉDIO RISCO MAIOR


4. Justificativa e os objetivos da pesquisa (explicitar):
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de ensino que
pretende atender uma demanda de jovens e adultos, que não tiveram acesso ao
ensino básico ou não o concluíram na idade própria por diversos motivos, que
procuram a escola principalmente para conseguir emprego ou se manter
empregado e se estabelecer no mercado de trabalho.

A tarefa da orientação profissional tem por objetivo facilitar o


momento da escolha profissional, auxiliando o individuo a
compreender sua situação específica de vida, na qual estão
incluídos aspectos pessoais, familiares e sociais. E é a partir
dessa compreensão que o indivíduo terá mais condições de definir
qual a melhor escolha, a escolha possível (LUCCHIARI, 1993,
p.12).

Tendo em vista a alta competitividade no mercado de trabalho que requer


profissionais cada vez mais competentes e com a necessidade de se manter
nesse mercado, torna-se fundamental que a pessoa saiba como planejar o seu
futuro profissional, pensar no rumo que deve seguir e saber como preparar o seu
projeto de vida. Devido a essa grande concorrência profissional e poucas
oportunidades de trabalho dos dias atuais, surge então a motivação para a
importância da Orientação Profissional com o intuito de proporcionar um espaço
para discussão e reflexão sobre os aspectos da vida profissional, social e cultural,
investigar quais os limitadores da carreira e proporcionar condições para que a
própria pessoa faça ou reafirme sua escolha, levando em conta a satisfação
pessoal, os aspectos financeiros e o atual mercado de trabalho.
Diante disso, o estudo da disciplina de Orientação Profissional no Curso de
Psicologia propiciou o aprendizado sobre a importância da Orientação para a
escolha profissional na vida dos alunos. Sendo assim foi elaborada essa proposta
de pesquisa, com o objetivo de conhecer a opinião dos jovens a partir da
participação em um programa de orientação profissional aplicado aos alunos do
ensino médio do EJA. O local foi escolhido por se tratar de uma instituição de
ensino pública, a qual possui um público numerosamente significativo ao
interesse desta pesquisa em realizar tais atividades, e que ao mesmo tempo, não
contam com a atuação de profissionais nessa área, por não ser uma disciplina
presente na grade curricular.
O presente projeto vem de encontro às exigências das Diretrizes
Curriculares para os cursos de Psicologia, e abrange temas variados como: o
autoconhecimento, a influência da família e da sociedade, a personalidade, os
interesses e os valores articulando a teoria e a prática.
Essa pesquisa tem por objetivo conhecer e confrontar a opinião dos alunos
concluintes do ensino médio da Educação de Jovens e Adultos (EJA) em relação
à ampliação do conhecimento acerca das possibilidades relacionadas ao projeto
de futuro, escolha profissional e mercado de trabalho antes e após participarem
da Orientação Profissional.

Facilitar a escolha significa participar auxiliando a pensar,


coordenando o processo para que as dificuldades de cada um
possam ser formuladas e trabalhadas. Coordenar o processo
porque, como profissionais estamos habilitados para isso. O
desenvolvimento do processo dependerá dos grupos, já que eles
apresentam características específicas. (LUCCHIARI,1993, p.12)

5. Procedimentos que serão utilizados e propósitos, incluindo a identificação


dos procedimentos que são experimentais: O estudo será desenvolvido por
meio de uma pesquisa de campo e analisado através método qualitativo, onde
serão aplicados dois questionários um antes e outro após o processo de
Orientação Profissional, para verificar informações, pensamentos e sentimentos
que os sujeitos da pesquisa têm acerca da vida profissional, da sua realidade
social, política e cultural.

6. Desconfortos e riscos esperados: O sujeito da pesquisa corre o risco de ter


sua identidade exposta, para que isso não ocorra sua identidade será preservada.
O sujeito também corre o risco de ter suas dúvidas ampliadas, dentre as inúmeras
opções de cursos e possibilidades que poderá ter acesso.

7. Benefícios que poderão ser obtidos: Os benefícios que os participantes


poderão obter são: autoconhecimento, informações sobre profissões, cursos
técnicos, faculdades, o que poderá auxiliá-los em decisões futuras mais
conscientes e maduras.

8. Procedimentos alternativos que possam ser vantajosos para o indivíduo:


Terão oportunidade de ampliar as possibilidades de prosseguimento nos estudos,
por meio das reflexões proporcionadas a respeito de seus interesses e aptidões.
Colaborando assim para o desenvolvimento do seu pensamento crítico sobre a
escolha profissional, mercado de trabalho, relacionado a valores, importância e
necessidade ou não desta opção para os mesmos.
9. Duração da pesquisa: Cinco meses.
10. Aprovação do Protocolo de pesquisa pelo Comitê de Ética para análise
de projetos de pesquisa em / /

III - EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO PACIENTE OU


SEU REPRESENTANTE LEGAL
1. Recebi esclarecimentos sobre a garantia de resposta a qualquer pergunta, a
qualquer dúvida acerca dos procedimentos, riscos, benefícios e outros assuntos
relacionados com a pesquisa e o tratamento do indivíduo.
2. Recebi esclarecimentos sobre a liberdade de retirar meu consentimento a
qualquer momento e deixar de participar no estudo, sem que isto traga prejuízo à
continuação de meu tratamento.
3. Recebi esclarecimento sobre o compromisso de que minha identificação se
manterá confidencial tanto quanto a informação relacionada com a minha
privacidade.
4. Recebi esclarecimento sobre a disposição e o compromisso de receber
informações obtidas durante o estudo, quando solicitadas, ainda que possa afetar
minha vontade de continuar participando da pesquisa.
5. Recebi esclarecimento sobre a disponibilidade de assistência no caso de
complicações e danos decorrentes da pesquisa.
Observações complementares.

IV – CONSENTIMENTO PÓS ESCLARECIDO

Declaro que, após ter sido convenientemente esclarecido (a) pelo pesquisador
responsável e assistentes, conforme registro nos itens 1 a 5 do inciso IV da
Resolução 466, de 12/12/12, consinto em participar, na qualidade de
participante da pesquisa, do Projeto de Pesquisa ―Habilidades Sociais em
alunos concluintes do curso de Psicologia do Centro Universitário Católico
Salesiano Auxilium - Lins.‖

Local, / /
Assinatura

Testemunha

Nome:

Endereço:

Telefone:

R.G.:
Testemunha

Nome:

Endereço:

Telefone:

R.G.:
ANEXOS
ANEXO A – FOLHA APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA

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UNISALESIANO/SP
PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

DADOS DO PROJETO DE PESQUISA


Título da Pesquisa: A Importância da Orientação Profissional no Ensino de
Jovens e Adultos (EJA)
Pesquisador: Liara Rodrigues de Oliveira
Área Temática:
Versão: 1
CAAE: 48528615.5.0000.5379
Instituição Proponente: MISSAO SALESIANA DE MATO GROSSO
Patrocinador Principal: Financiamento Próprio

DADOS DO PARECER

Número do Parecer: 1.256.875

Apresentação do Projeto:
Clara, objetiva e impactante para a área de pesquisa, além de poder trazer
importantes contribuições para a educação e áreas afins.
Objetivo da Pesquisa:
Claros e bem dimensionados.
Avaliação dos Riscos e Benefícios:
Os riscos e benefícios estão descritos a contento.
Comentários e Considerações sobre a Pesquisa:
Nada a considerar.
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Continuação do Parecer: 1.256.875
Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória:
Todos os termos estão de acordo com a s exigências da Resolução 466/12
Recomendações:
Nada a recomendar
Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações:
Projeto aprovado
Considerações Finais a critério do CEP:

Endereço: Rodovia Teotônio Vilela 3821 CEP: 16.016-500


Bairro: Alvorada
UF: SP Município: ARACATUBA
Telefone: (18)3636-5252 Fax: (18)3636-5252 email-
claudialopes@salesiano-ata.br
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Este parecer foi elaborado baseado nos documentos abaixo relacionados:
Tipo Documento Arquivo Postagem Autor Situação
Informações PB_INFORMAÇÕES_BÁSICAS_DO_P 30/06/2015 Aceito
básicas do projeto ROJETO_500324.pdf 21:05:17
Projeto Detalhado Projeto versão final.doc 30/06/2015 Aceito
Brochura/ 21:04:21
Investigador
Outros Anexo IV-maria José. docx 26/06/2015 Aceito
21:13:13
Outros Declaração Termo de compromisso 24/06/2015 Aceito
pesquisador responsavel.pdf 15:35:11
Outros Declaração coleta de dados.pdf 24/06/2015 Aceito
15:34:44
Outros anexo 1.pdf 24/06/2015 Aceito
15:34:23
Outros anexo IV-Rosangela.docx 21/06/2015 Aceito
22:10:35
Outros anexo IV-Elaine.docx 21/06/2015 Aceito
22:09:52

Outros anexo IX.docx 21/06/2015 Aceito


22:09:20
Outros questionário 2.docx 21/06/2015 Aceito
22:08:16
Outros questionário 1.docx 21/06/2015 Aceito
22:07:45
Outros anexoV.docx 21/06/2015 Aceito
22:05:36
Outros anexo VIII.docx 21/06/2015 Aceito
22:05:09
Outros anexo VII.docx 21/06/2015 Aceito
22:04:18
Outros anexo VI.docx 21/06/2015 Aceito
22:03:49
Informações PB_INFORMAÇÕES_BÁSICAS_DO_P 18/06/2015 Aceito
básicas do projeto ROJETO_500324.pdf 16:06:38
Informações PB_INFORMAÇÕES_BÁSICAS_DO_P 29/04/2015 Aceito
básicas do projeto ROJETO_500324.pdf 01:04:18
Folha de Rosto folha de rosto assinada.docx 29/04/2015 Aceito
00:52:39
TCLE / Termos Termo de 16/04/2015 02:58:51 Aceito
de consentimento.
Assentimento / doc
Justificativa de
Ausência
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Situação do Parecer:
Aprovado

Endereço: Rodovia Teotônio Vilela 3821 CEP: 16.016-500


Bairro: Alvorada
UF: SP Município: ARACATUBA
Telefone: (18)3636-5252 Fax: (18)3636-5252 email-
claudialopes@salesiano-ata.br

Necessita Apreciação da CONEP:


Não

ARACATUBA, 02 de Outubro de 2015

Assinado por:
CLAUDIA LOPES FERREIRA
(Coordenador)

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ANEXO B – QUESTIONÁRIO 11

1. Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino 2. Idade

3. Estado civil: ( ) solteiro(a) ( ) casado(a) ( ) separado(a) ( ) outro

4. Você tem filhos? ( ) sim ( ) não Se sim, quantos filhos?

5. Apresenta alguma necessidade educativa especial? ( ) sim ( ) não


Se sim, qual?

6. Por que você abandonou os estudos?


( ) pouca maturidade/responsabilidade
( ) precisava trabalhar
( ) dificuldade de acompanhar o curso
( ) a escola não era próxima da residência ou do meu local de trabalho
( ) não havia interesse em continuar os estudos
( ) casamento
( ) filhos
( ) falta de apoio da família
( ) achava que não era necessário
Outros motivos:

7. Buscou a EJA para retornar os estudos, pois:


( ) quer conseguir o diploma
( ) buscar melhores oportunidades de trabalho
( ) foi orientado pelo empregador

1
CALDEIRA, D.L; YOSHIDA, E. A; PASSOS, G. O. A Orientação Profissional em EJA. Um
caminho para autoestima do aluno. Brasília, DF. Ab. 2014, p. 32. Acesso em 18 de out, 2015.
Disponível em:
http://bdm.unb.br/bitstream/10483/7853/7/2014_DanielaCaldeira_ErikaShibata_GabrielaPassos
.pdf
( ) quer auxiliar na educação de filhos ou parentes
Outros motivos:

( ) Deseja fazer um curso técnico?


Qual?

( ) Deseja fazer uma faculdade?


Qual?

8. Você trabalha? ( ) sim ( ) não


Se sim, em quê você trabalha?

9. Você sabe o que é o ENEM? ( ) sim ( ) não

10. Você sabe o que é o PROUNI? ( ) sim ( ) não

11. Você sabe o que é o Fies? ( ) sim ( ) não

12. Quando você concluir seus estudos, você sabe o que pode fazer? ( )
sim ( ) não

13. O que você pretende fazer ao concluir os estudos (EJA)?

14. Você faz planos para o seu futuro profissional? ( ) sim ( ) não

15. O que você espera (sonha) do seu futuro profissional?


16. Você gostaria de receber algum tipo de orientação profissional? ( )sim
( )não
Que tipo de informação?
ANEXO C- QUESTIONÁRIO 2

1. Você já tinha participado de algum tipo de Orientação Profissional antes? ( )


sim ( ) não

2. O que você achou do processo de Orientação Profissional?

3. Como foi para você participar e poder falar sobre suas escolhas?

4. Você ficou com dúvidas? ( ) sim ( ) não Quais?

5. Faltou alguma informação ou conteúdo que poderia ter sido abordado na


Orientação? ( ) sim ( ) não O que?

6. O que na Orientação você considera ter sido mais relevante para a


elaboração da sua escolha profissional?

7. Acha importante que as escolas tenham algum tipo de Orientação


Profissional? ( ) sim ( ) não

8. Após participar do processo de Orientação Profissional, o que mudou na sua


forma de pensar?

9. Você pretende fazer algum curso ou faculdade quando terminar esse último
ano do ensino médio?
( ) sim ( ) não Se sim, qual?

10. Você pretende mudar de profissão/ocupação futuramente? ( ) sim ( ) não


Se sim, para qual?

11. Quais são seus pensamentos e sentimentos em relação a sua vida


profissional?

12. O que você espera (sonha) para o seu futuro profissional?


ANEXO D - O GRÁFICO DA MINHA VIDA2

OBJETIVOS:

Dar a todos os participantes uma oportunidade de fazer um feedback de sua


vida. Todos poderão expressar suas vivências e sentimentos ao grupo.

MATERIAL: Folhas de papel em branco, lápis ou caneta.

PROCESSO:
O animador do grupo inicia explicando os objetivos do exercício. A seguir,
distribuirá uma folha em branco para cada participante. Todos procurarão
traçar uma linha que, através de ângulos e curvas, represente fatos da própria
vida. Os fatos podem limitar-se a um determinado período da vida: por
exemplo, os últimos três meses ou o último ano.

O gráfico pode expressar vivências e sentimentos do tipo religioso, familiar,


grupal ou social.
A seguir, um a um irá expor ao grupo seu próprio gráfico, explicando os pontos
mais importantes. Terminado o exercício, seguem-se os comentários e
depoimentos dos participantes.

2
Dinâmicas de grupos – Passei Direto. Disponível em:
<https://www.paseidireto.com/arquivo/5426283/dinamicas-de-grupos/13>. Acesso em: 18 out.
2015.
ANEXO E – AUTORIZAÇÃO

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