Você está na página 1de 3

ENEM MÓDULO 6

HISTÓRIA
CAPÍTULO 6.3
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

QUESTÃO 01 QUESTÃO 03
(ENEM 2010 1ª APLICAÇÃO) A evolução do processo de (ENEM 2010 1ª APLICAÇÃO) Homens da Inglaterra, por que
transformação de matérias-primas em produtos acabados arar para os senhores que vos mantêm na miséria?
ocorreu em três estágios: artesanato, manufatura e
maquinofatura. Por que tecer com esforços e cuidado as ricas roupas que vossos
tiranos vestem?
Um desses estágios foi o artesanato, em que se
Por que alimentar, vestir e poupar do berço até o túmulo esses
A  trabalhava conforme o ritmo das máquinas e de maneira parasitas ingratos que exploram vosso suor — ah, que bebem
padronizada. vosso sangue?
B  trabalhava geralmente sem o uso de máquinas e de SHELLEY. Os homens da Inglaterra. Apud HUBERMAN, L. História da Riqueza
do Homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1982.
modo diferente do modelo de produção em série.
C  empregavam fontes de energia abundantes para o
A análise do trecho permite identificar que o poeta
funcionamento das máquinas.
romântico Shelley (1792-1822) registrou uma contradição
D  realizava parte da produção por cada operário, com uso
nas condições socioeconômicas da nascente classe
de máquinas e trabalho assalariado.
trabalhadora inglesa durante a Revolução Industrial. Tal
E  faziam interferência do processo produtivo por técnicos
contradição está identificada
e gerentes com vistas a determinar o ritmo de produção.
A  na burguesia, que tinha seus negócios financiados pelo
QUESTÃO 02 proletariado.
B  no salário dos operários, que era proporcional aos seus
(ENEM 2010 1ª APLICAÇÃO) A Inglaterra pedia lucros e recebia
esforços nas indústrias.
lucros. Tudo se transformava em lucro. As cidades tinham sua
C  na pobreza dos empregados, que estava dissociada da
sujeira lucrativa, suas favelas lucrativas, sua fumaça lucrativa,
riqueza dos patrões.
sua desordem lucrativa, sua ignorância lucrativa, seu desespero
D  na riqueza, que não era usufruída por aqueles que a
lucrativo. As novas fábricas e os novos altos-fornos eram como
produziam.
as Pirâmides, mostrando mais a escravização do homem que
E  no trabalho, que era considerado uma garantia de
seu poder.
DEANE, P. A Revolução Industrial. Rio de Janeiro: Zahar, 1979 (adaptado). liberdade.

Qual relação é estabelecida no texto entre os avanços QUESTÃO 04


tecnológicos ocorridos no contexto da Revolução Industrial
Inglesa e as características das cidades industriais no início (ENEM 2010 1ª APLICAÇÃO) Um banco inglês decidiu cobrar
do século XIX? de seus clientes cinco libras toda vez que recorressem aos
funcionários de suas agências. E o motivo disso é que, na
A  O desenvolvimento de métodos de planejamento verdade, não querem clientes em suas agências; o que querem
urbano aumentava a eficiência do trabalho industrial. é reduzir o número de agências, fazendo com que os clientes
B  A grandiosidade dos prédios onde se localizavam usem as máquinas automáticas em todo o tipo de transações.
as fábricas revelava os avanços da engenharia e da Em suma, eles querem se livrar de seus funcionários.
HOBSBAWM, E. O novo século. São Paulo: Companhia das Letras,2000
arquitetura do período, transformando as cidades em (adaptado).
locais de experimentação estética e artística.
C  A construção de núcleos urbanos integrados por O exemplo mencionado permite identificar um aspecto
meios de transporte facilitava o deslocamento dos da adoção de novas tecnologias na economia capitalista
trabalhadores das periferias até as fábricas. contemporânea. Um argumento utilizado pelas empresas
D  A facilidade em se estabelecerem relações lucrativas e uma consequência social de tal aspecto estão em
transformava as cidades em espaços privilegiados
para a livre iniciativa, característica da nova sociedade A  pleno emprego e enfraquecimento dos sindicatos.
capitalista. B  maximização dos lucros e aparecimento de empregos.
E  O alto nível de exploração dos trabalhadores industriais C  qualidade total e estabilidade no trabalho.
ocasionava o surgimento de aglomerados urbanos D  responsabilidade social e redução do desemprego.
marcados por péssimas condições de moradia, saúde e E  diminuição dos custos e insegurança no emprego.
higiene.

641
MÓDULO 6 | 6.3 REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
QUESTÃO 05 que participam do processo de trabalho. Nesse sentido, foi no
sistema de fábrica que uma dada tecnologia pôde se impor, não
(ENEM 2010 2ª APLICAÇÃO) O movimento operário ofereceu apenas como instrumento para incrementar a produtividade do
uma nova resposta ao grito do homem miserável no princípio trabalho, mas, muito principalmente, como instrumento para
do século XIX. A resposta foi a consciência de classe e a ambição controlar, disciplinar e hierarquizar esse processo de trabalho.
DECCA, E. S. O Nascimento das Fábricas. São Paulo: Brasiliense, 1986
de classe. Os pobres então se organizavam em uma classe
específica, a classe operária, diferente da classe dos patrões
Mais do que trocar ferramentas pela utilização de máquinas,
(ou capitalistas). A Revolução Francesa lhes deu confiança;
o capitalismo, por meio do “sistema de fábrica”, expropriou
a Revolução Industrial trouxe a necessidade da mobilização
o trabalhador do seu “saber fazer”, provocando, assim,
permanente.
HOBSBAWM. E. J. A era das revoluções. São Paulo: Paz e Terra. 1977.
A  a desestruturação de atividades lucrativas praticadas
No texto, analisa-se o impacto das Revoluções Francesa e pelos artesãos ingleses desde a Baixa Idade Média.
Industrial para a organização da classe operária. Enquanto B  a associação da figura do trabalhador à do assalariado,
a “confiança” dada pela Revolução Francesa era originária fato que favorecia a valorização do seu trabalho e a
do significado da vitóna revolucionária sobre as classes inserção no processo fabril.
dominantes, a “necessidade da mobilização permanente”, C  a organização de grupos familiares em galpões para
trazida pela Revolução Industrial, decorria da compreensão elaboração e execução de manufaturas que seriam
de que comercializadas.
D  o movimento dos trabalhadores das áreas urbanas
A  a competitividade do trabalho industrial exigia em direção às rurais, devido à escassez de postos de
um permanente esforço de qualificação para o trabalho nas fábricas.
enfrentamento do desemprego. E  a divisão e a hierarquização do processo laboral, que
B  o progresso tecnológico geraria a distribuição de ocasionaram o distanciamento do trabalhador do seu
riquezas para aqueles que estivessem adaptados aos produto final.
novos tempos industriais.
C  a melhoria das condições de vida dos operários seria QUESTÃO 08
conquistada com as manifestações coletivas em favor
dos direitos trabalhistas. (ENEM 2011 2ª APLICAÇÃO) Os principais distúrbios
D  a completa transformação da economia capitalista seria começaram em Nottingham, em 1811. Uma grande
fundamental para a emancipação dos operários. manifestação de malharistas, gritando por trabalho e por um
E  a introdução das máquinas no processo produtivo preço mais liberal, foi dissolvida pelo exército. Naquela noite,
diminuía as possibilidades de ganho material para os sessenta armações de malha foram destruídas na grande
operários. vila de Arnold por amotinados que não tomaram nenhuma
precaução em se disfarçar e foram aplaudidos pela multidão.
THOMPSON, E.P. A formação da classe operária inglesa.Rio de Janeiro: Paz e
QUESTÃO 06 Terra, 1987 (fragmento).

(ENEM 2010 2ª APLICAÇÃO) Os cercamentos do século XVIII Esse texto diz respeito à nova realidade socioeconômica
podem ser considerados como sínteses das transformações da Inglaterra implantada a partir da Revolução Industrial.
que levaram à consolidação do capitalismo na Inglaterra. Em A principal consequência para os trabalhadores nas
primeiro lugar, porque sua especialização exigiu uma articulação primeiras décadas do século XIX se manifestou por meio
fundamental com o mercado. Como se concentravam na
atividade de produção de lã, a realização da renda dependeu A  da destruição de máquinas que deterioravam as
dos mercados, de novas tecnologias de beneficiamento do condições de vida e de trabalho.
produto e do emprego de novos tipos de ovelhas. Em segundo B  do descontentamento pelo aumento de preços dos
lugar, concentrou-se na inter-relação do campo com a cidade alimentos básicos e moradia.
e, num primeiro momento, também se vinculou à liberação de C  de petições enviadas ao Parlamento inglês na defesa de
mão de obra. direitos coletivos.
RODRIGUES, A. E. M. Revoluções burguesas. IN: REIS FILHO, D. A. et al (Orgs.) O
Século XX,v. I. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000 (adaptado) D  da vitória sobre a burguesia, com a redução da jornada
de trabalho para oito horas.
Outra consequência dos cercamentos que teria contribuído E  da conquista de direitos trabalhistas pela atuação
para a Revolução Industrial na Inglaterra foi o combativa dos sindicatos.

A  fortalecimento dos sindicatos proletários. QUESTÃO 09


B  aumento do consumo interno.
C  congelamento do salário mínimo. (ENEM 2015 2ª APLICAÇÃO) Se vamos ter mais tempo de lazer
D  desmembramento das propriedades improdutivas. no futuro automatizado, o problema não é como as pessoas
E  enfraquecimento da burguesia industrial. vão consumir essas unidades adicionais de tempo de lazer,
mas que capacidade para a experiência terão as pessoas com
QUESTÃO 07 esse tempo livre. Mas se a notação útil do emprego do tempo
se torna menos compulsiva, as pessoas talvez tenham de
(ENEM 2011 2ª APLICAÇÃO) As relações sociais, produzidas reaprender algumas das artes de viver que foram perdidas na
a partir da expansão do mercado capitalista — e o sistema Revolução Industrial: como preencher os interstícios de seu dia
de fábrica é seu “estágio superior” —, tornaram possível o com relações sociais e pessoais; como derrubar mais uma vez
desenvolvimento de uma determinada tecnologia, isto é, as barreiras entre o trabalho e a vida.
THOMPSON, E. P. Costumes em comum: estudos sobre a cultura popular
aquela que supõeaprioriaexpropriação dos saberes daqueles tradicional. São Paulo: Cia. das Letras, 1998 (adaptado).

642
MÓDULO 6 | 6.3 REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A partir da reflexão do historiador, um argumento contrário A revolta descrita no texto, ocorrida na Inglaterra no século
à transformação promovida pela Revolução Industrial na XIX, foi uma reação ao seguinte processo socioespacial:
relação dos homens com o uso do tempo livre é o(a):
A  Restrição da propriedade privada.
A  intensificação da busca do lucro econômico. B  Expropriação das terras comunais.
B  esquecimento das formas de sociabilidade tradicionais. C  Imposição da estatização fundiária.
C  aumento das oportunidades de confraternização D  Redução da produção monocultora.
familiar. E  Proibição das atividades artesanais.
D  flexibilização dos períodos de férias trabalhistas.
E  multiplicação das possibilidades de entretenimento QUESTÃO 13
virtual.
(ENEM 2019 1a APLICAÇÃO) No sistema capitalista, as muitas
QUESTÃO 10 manifestações de crise criam condições que forçam a algum
tipo de racionalização. Em geral, essas crises periódicas têm
(ENEM 2016 1ª APLICAÇÃO) Quanto mais complicada se o efeito de expandir a capacidade produtiva e de renovar as
tornou a produção industrial, mais numerosos passaram condições de acumulação. Podemos conceber cada crise como
a ser os elementos da indústria que exigiam garantia de uma mudança do processo de acumulação para um nível novo
fornecimento. Três deles eram de importância fundamental: e superior.
o trabalho, a terra e o dinheiro. Numa sociedade comercial, HARVEY, D. A produção capitalista do espaço. São Paulo: Annablume, 2005
(adaptado).
esse fornecimento só poderia ser organizado de uma forma:
tornando-os disponíveis a compra. Agora eles tinham que ser
A condição para a inclusão dos trabalhadores no novo
organizados para a venda no mercado. Isso estava de acordo
processo produtivo descrito no texto é a:
com a exigência de um sistema de mercado. Sabemos que em
um sistema como esse, os lucros só podem ser assegurados se se
garante a autorregulação por meio de mercados competitivos
A  associação sindical.
interdependentes.
B  participação eleitoral.
POLANYI, K. A grande transformação: as origens de nossa época. Rio de C  migração internacional.
Janeiro: Campus, 2000 (adaptado). D  qualificação profissional.
E  regulamentação funcional.
A consequência do processo de transformação
socioeconômica abordado no texto é a QUESTÃO 14
A  expansão das terras comunais. (ENEM 2020 2º APLICAÇÃO) Com a retração do binômio
B  limitação do mercado como meio de especulação. taylorismo/fordismo, vem ocorrendo uma redução do
C  consolidação da força de trabalho como mercadoria. proletariado industrial, fabril, tradicional, manual, estável e
especializado, herdeiro da era da indústria verticalizada do
D  diminuição do comércio como efeito da industrialização.
tipo taylorista e fordista. Esse proletariado vem diminuindo
E  adequação do dinheiro como elemento padrão das com a reestruturação produtiva do capital, dando lugar a
transações. formas mais desregulamentadas de trabalho, reduzindo
fortemente o conjunto de trabalhadores estáveis por meio
QUESTÃO 11 de empregos formais.
ANTUNES, R. O caracol e sua concha: ensaio sobre a nova morfologia do trabalho. São
(ENEM 2018 2ª APLICAÇÃO) A partir da segunda metade do Paulo: Boitempo, 2005.
século XVIII, com a primeira Revolução Industrial e o nascimento
do proletariado, cresceram as pressões por uma maior Uma nova característica dos trabalhadores requerida pelas
participação política, e a urbanização intensificou-se, recriando mudanças apresentadas no texto é o(a)
uma paisagem social muito distinta da que antes existia.
QUINTANEIRO, T.; BARBOSA, M. L. O.; OLIVEIRA, M. G. Um toque de clássicos: A  formação em nível superior.
Marx, Durkheim e Weber. Belo Horizonte: UFMG, 2002.
B  registro em organização sindical.
C  experiência profissional comprovada.
As mudanças citadas foram conduzidas principalmente
D  flexibilidade no exercício da ocupação.
pelos seguintes atores sociais:
E  obediência às normas de segurança laboral.
A  Burguesia e trabalhadores assalariados.
B  Igreja e corporações de ofício. GABARITO
C  Realeza e comerciantes.
D  Campesinato e artesãos.
01 B 02 E 03 D 04 E 05 D
E  Nobreza e artífices.
06 B 07 E 08 E 09 B 10 C
QUESTÃO 12 11 A 12 B 13 D 14 D

(ENEM 2019 1a APLICAÇÃO) Dificilmente passa-se uma noite


sem que algum sitiante tenha seu celeiro ou sua pilha de cereais
destruídos pelo fogo. Vários trabalhadores não diretamente
envolvidos nos ataques pareciam apoiá-los, como se vê neste
depoimento ao The Times: “deixa queimar, pena que não foi
a casa”; “podemos nos aquecer agora”; “nós só queríamos
algumas batatas; há um fogo ótimo para cozinhá-las”.
HOBSBAWM, E.; RUDÉ, G. Capitão Swing. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1982

643

Você também pode gostar