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APLICAÇÕES

Dentre os Concretos de Ultra Alto Desempenho, o Concreto de Pós


Reativos (CPR) é o que tem sido mais estudado e aplicado, sendo derivado de
pesquisas sobre Concretos de Alto Desempenho realizadas na França por
Pierre Richards, diretor científico da empresa de engenharia civil francesa
Bouygues, em conjunto com as empresas Lafarge, fabricante de materiais de
construção, e Rhodia, fabricante de materiais químicos, nos anos 90.

O Concreto de Pós Reativos é uma mistura de cimento Portland


convencional, sílica-ativa, pó de quartzo moído, agregado miúdo, aditivos
superplastificantes e água, cujo teor deve ser ajustado para proporcionar a
maior densidade de sólidos na mistura. Frequentemente são adicionadas
microfibras de aço para garantir tenacidade suficiente para sua utilização como
material de construção civil. A utilização de apenas agregados finos garante
que os pós se unam em uma matriz com compacidade ideal, limitando a zona
de transição entre agregados e pasta, garantindo melhores propriedades.

Do ponto de vista granulométrico, é considerado uma argamassa, já que


não há adição de brita ou agregados graúdos, entretanto o nome concreto
persiste entre cientistas e pesquisadores devido à sua função eminentemente
estrutural. Com características mecânicas superiores aos concretos especiais,
podendo atingir 200 MPa de valor de resistência à compressão e 40 MPa de
resistência à flexão, são utilizados e construções com rigorosos suportes de
cargas, reduzidas seções e alta durabilidade, além de ambientes com grande
agressividade, como dutos de gases e petróleo, plataformas marítimas e usinas
nucleares, sempre com a incorporação de microfibras. Como permite ao
projetista a criação de seções mais finas para maiores vãos, torna as estruturas
mais leves, esbeltas e criativas em geometria e forma, com melhorias ao nível
da permeabilidade, corrosão, abrasão e impacto.

Patenteado com o nome de Ductal®, foi utilizado para uma construção


de grande porte pela primeira vez em 1997, na passarela de Sherbrooke, no
Canadá, possibilitando uma estrutura leve, pré-fabricada e montada no local,
sendo composta por seis peças pré-fabricadas de CPR com 10 m de
comprimento e 3 m de altura, compondo um arco de 60 m de vão.
Passarela de Sherbrooke [4]

Seção transversal da viga inferior da passarela de Sherbrooke (BLAIS &


COUTURE, 1999).

Outro exemplo de sua utilização em pontes é a Passarela Seonyu,


construída na Coréia no ano de 2002. O arco central possui 120 metros de vão,
4,3 metros de largura e 1,30 metros de espessura. Sobre a passarela, há uma
placa de concreto de apenas 3 centímetros de espessura.

Passarela Seonyu [4].


Passarela Seonyu [6].

O CPR ainda é uma tecnologia inacessível à grande maioria das


empresas brasileiras, devido às técnicas de execução, que envolvem cura do
material com grande pressão e altas temperaturas. Além disso, as fibras
metálicas específicas para esse fim não são comercialmente disponíveis no
país, agregando o custo de importação das matérias-primas. Assim,
atualmente, a produção do CPR está limitada a indústrias de pré-fabricados
arquitetônicos.

Japan House, recente espaço cultural na avenida paulista, é caracterizado por


seu exterior com um extenso painel de lâminas de madeira e um cobogó de
220 placas sobrepostas (70 x 80 cm cada) de Ductal® fornecido pela Stone
Pré-Fabricados Arquitetônicos [3].
Aeroporto Rabat-Sale – Marrocos/Arq. Zhor Jaidi-Bensouda [3].

Concreto de pós reativos rende prêmio à Unisinos

Por Cimento Itambé29 de janeiro de 2015

Universidade do Rio Grande do Sul é a primeira a desenvolver material


para o mercado nacional

REFERENCIAS

http://www.cimentoitambe.com.br/concreto-de-pos-reativos-unisinos/

http://www.cimentoitambe.com.br/concreto-de-alto-desempenho-ja-e-
passado/

https://fenix.tecnico.ulisboa.pt/cursos/mec/dissertacao/2353642323042

[3] https://www.arcoweb.com.br/projetodesign/design/case-no-cobogo-
concreto-leve-e-resistente

[4] https://civilizacaoengenheira.wordpress.com/2012/11/21/concreto-de-
ultra-alto-desempenho/

[5] ISAIA, GERALDO C. Materiais de Construção Civil e Princípios de


Ciência e Engenharia de Materiais. 2 ed. São Paulo: IBRACON, 2010
[6] ISAIA, GERALDO C. Concreto: Ensino, Pesquisa e
Realizações. São Paulo: IBRACON, 2005.

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