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Márcia Vilma G.

Moraes

Enfermagem do Trabalho
Programas, Procedimentos e Técnicas

4ª Edição Revisada e Atualizada e Ampliada


clátria
www.editoraerica.com.br

Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
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(Câmara Brasileira do Livro , SP, Brasil)

Moraes, Márcia Vilma G.

Enfermagem do trabalho: programas, procedimentos e té<:nicas I Márcia Vil ma G . Moraes. - 4 ed. rev. e atual.
- São Paulo: látria, 2012.
4
Bibliografia.
ISBN 978-85-7614-082-5

1. Enfermagem do trabalho 2. Segurança do trabalho 3. Serviços de saúde ocupacional


4 . Trabalhadores - Saúde I. Tilulo.
DD-6 10.736
E d itado também com o livro impresso
12-14776 NLM-WY 141

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1. Enfermagem do trabalho: ciências mêdicas 610.736
2. Enfermagem do Trabalho: ciências mêdicas WY-141

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Dedicatória

À am iga e enfermeira Sonia por abr ir as portas à minha pesqu isa; 5

À atai ia, operadora de eletro;


A todos que, de alguma for ma, colabora1-am pa1-a execução desta obra.

Um olhar rtuliante alegra o coraçlio,


w1w boa notícia conforta os ossos.

Provérbios 15, 3 O

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C:\Enfennagem do T rabal ho
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Abreviaturas mais utilizadas na órea de saúde
e seguran~a do trabalho
7

Brasileiro de Normas Técnicas

Atesrado de Saúde
Acidente de Trabalho

de Acidente de Trabalho

Camiswo Interna de de Acidente


Camiswo Interna de de Acidente no Trabalho Portuário

de Fabricante
Profissional
Sanitário

Feira Internacional de
Ficho de de do Produto

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~ ~;-Boasl 'do
1de 1e no I0 Navios Mer(ontes
IBMP I índi(e 1 Máximo Permitido
8 IDrUU I índice de Bulbo llmidn- Termômetrode Globo
Instituto Médi(O Lego I
~ Instituto Nacional de Social
TNiiiiõ Instituto Ide le
IPVS lmediatomeme à Vido e à Saúde
ISO lnternotionol for StandOJdizotion

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Laudo de Exame Médi(O

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IIIA I Mopo de RiS<o Ambiental
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NBR Norma
NNlSH Notionollnstitute for and Heolth
~ Nível de Pressão Sonoro Elevado

1 I Nível de g
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OGMO I n,.,;, Gestor de Mão de Obro
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os Ordem de

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Perda Auditivo Induzido por Nível de Pressão Sonoro Elevado
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Pa I Plano de r lde
POMT de e Meio Ambiente de Trabalho no Indústria do r.
de Controle Médi(O de Saúde
PDCA
PGR ~c.oct 1de Ri.S(O
I Plano de 1de ; de ; de
PMTA Pressão Máximo de Trabalho Admissível
PilES Nacional de do Sili(ose
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de do ao Benzeno
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Enfermagem do Trabalho -Programas, Procedimentos e Técnicas

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de de Ris<Os em Prensos e Similares
Permissão de Trabalho 9
Permissão de Trabalho de RiS<o
Man de Dose de

dos de
Resíduos de de Saúde
Técni<a de Protedimento

em e Medi<ino do Trobalho
e Saúde do Trabalhador Portuário

Previden<iório
Fator A<identório de
Gerên<ia do Trabalho e

em
de

de RiS<os em de Plósti<os

Plano de Geremiamento de Resíduos


Políti<O National de Resíduos Sólidos
de Diretoria

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Nomenclaturas

10
AIDS Síndrome da lmunodeficiência

sue<O

Conselho
em ao

em 00 Hertz

mm milímetro
milímetrode unidade de

unidade de medidode

Voh
rento
Sievert unidade dose de

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Sumário

Cap itulo I - Intr odução ......................................................................................... 19 11

1.1 Funções básicas da enfermagem do trabalho ....................................... 20


1.1. 1 Funções técnicas ............................................................................... 20
1.1.2 Funções de ensino ........................................................................... 2 1
1.1.3 Funções administrativas .................................................................. 2 1
1.1.4 Funções empreendedoras ............................................................... 22
1.2 Exercícios ............................................................................................... 23

Cap itulo 2 - Normas e Seguran ça ......................................................................... 24


2.1 ormas para padronização do ambu latório de saúde ocupacional ...... 24
2.2 ormas de lim peza, des infecção e esterilização de artigos
em serviço de saúde ............................................................................... 25
2.2. 1 Classificação dos artigos ................................................................... 25
2.2.2 Processo de lim peza de artigos ........................................................ 26
2.2.3 Processo de desinfecção de artigos .................................................. 26
2.2.4 Processo de empacotamento de artigos .......................................... 28
2.3 Substituição do glutaraldeido ................................................................ 28
2.4 Terceirização do processamento de artigos de saúde ........................... 29
2.5 Preparo do ambiente antes de iniciar o atendimento ........................... 29
2.6 Cobertura de curativos ........................................................................... 33
2.7 Instrumental para sutura ....................................................................... 34
2.8 Limpeza do ambulatório de saúde ocupacional .................................... 36
2.9 Procedimento para lim peza de caixas-d 'água, bebedouros
e aparelhos de ar condicionado ............................................................. 37
2.1 O Plano de Gerenciamento de Resíd uos do Serviço
de Saúde (PGRSS) ................................................................................ 40
2.11 Normas para ambu lância ..................................................................... 45
2.12 Segurança no desempenho das tarefas de enfermagem do trabalho .. 46
2.12. 1 Biossegurança ................................................................................ 47
2.13 Im plantação do programa 5S ou housekeeping no ambulatório
de saúde ocupacional ........................................................................... 52
2.13. 1 Senso de utilização ......................................................................... 52
2.13.2 Senso de ordenação ....................................................................... 52

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2.13.3 Senso de limpe-La ........................................................................... 53
2.13.4 Senso de saúde e segu rança .......................................................... 53
2.13.5 Senso de autodisciplina ................................................................. 53
12 2.14 Acessibilidade ....................................................................................... 54
2.15 Sustentabilidade- como implantar no ambulatório de
saúde ocupacional ................................................................................ 56
2.16 Exercícios ............................................................................................. 62

Capitulo 3 - Técnicas Empregadas na Enfermagem do T rabalho


para Avaliação da Saúde do T rabalhador............................................................. 63
3. 1 Sinais vitais ............................................................................................. 63
3.1. 1 Pressão arterial... .............................................................................. 63
3.1.2 Pulso ................................................................................................. 66
3.1.3 Respiração ........................................................................................ 67
3.1.4 Temperatu ra .................................................................................... 67
3.2 Medidas antropométricas....................................................................... 68
3.2. 1 Peso e altura ..................................................................................... 69
3.2.2 Relação da cintu ra/q uadril (RCQ) ................................................... 7 1
3.2.3 Pregas cutâneas ................................................................................ 72
3.2.4 Avaliação da composição corporal - Bioimpedância corporal ....... 79
3.3 Dinamometrias ....................................................................................... 80
3.3. 1 Dinamometria manual .................................................................... SI
3.3.2 Dinamometria escapular ................................................................. 83
3.3.3 Dinamometria lombar ..................................................................... 84
3.4 Resistência a pesos - Pesquisa da resistência estática dos membros
superiores .............................................................................................. 86
3.5 Teste do banco- Ergometria.................................................................. 87
3.6 Teste de acu idade visual ........................................................................ 90
3.6. 1 Utilização da tabe la de Snellen - Para acuidade visual de longe ... 90
3.6.2 Utilização dos cartões de J aeger- Para acuidade visual de perto.. 93
3.6.3 Utilização do Otho-Rater - Teste visual por projeção .................... 94
3.6.4 Teste de visão cromática - Teste de dalton ismo ............................. 95
3.6.5 Teste de verificação da pressão imraocular- tonomet•·ia .............. 96
3.7 Teste de função pulmonar- Espi rometria............................................. 99
3.7 . I A via respi ratória e o aerod ispersoide ............................................ 99
3.7 .2 Mecanismo de retenção dos aerodispersoides................................ 99
3.7 .3 Mecanismo de remoção dos aerod ispersoides ............................. I 00

Enfermagem do Trabalho · Programas, Procedimentos e Técnicas

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3.7 .4 A espirometria................................................................................ I 00
3.7.5 Gráfico da espirometr·ia ................................................................. 104
3.7 .6 Ensaio de vedação do respirador- Fit Test. ................................. I 06
3.8 Teste de acuidade auditiva- Audiometria ........................................... 108 13
3.8. 1 Anatomia da orelha humana ......................................................... I 08
3.8.2 Orelha exter·na ............................................................................... I 08
3.8.3 Orelha média ................................................................................. I 09
3.8.4 Orelha interna ............................................................................... I 09
3.8.5 Definição de som ............................................................................ l i O
3.8.6 Propagação do som na orelha ....................................................... l i O
3.8.7 Percepção da frequência do som .................................................. l i O
3.8.8 Percepção da intensidade do som ................................................. l i O
3.8.9 Ruído e seus efeitos para o corpo humano .................................. 111
3.8. 1OTeste audiométrico ...................................................................... 111
3.9 Exames eletrocardiograma e eletroencefalograma em trabalhadores
com exposição ao risco de eletricidade e trabalho em altura .............. 117
3.9. 1 Exame eletrocardiograma (ECG) .................................................. 119
3.9.2 Exame eletroencefalograma (EEG) .............................................. 123
3. 1O Coleta de amostras para exames toxico lógicos .................................. 126
3. 10. 1 Recomendações para coleta de amostras .................................... 127
3. 10.2 Recomendações para coleta de amostras de sangue .................. 127
3. 10.3 Procedimento para execução da técnica de coleta de
amostra de sangue ....................................................................... 128
3. 10.4 Encaminhamento das amostras para laboratór·io....................... 129
3. 10.5 Monitoramento biológico ............................................................ 130
3. 10.6 Abreviaturas ................................................................................. 138
3. 1 I Exercícios ........................................................................................... 139

Cap ítulo 4 - Calibração dos Equipamentos do Ambulatório


de Saúde Ocupacional ......................................................................................... 14 1
4. 1 Equipamentos que devem passar por calibração................................. 143
4. 1. 1 Esfigmomanômetro mec,'\nico ....................................................... 143
4. 1.2 Espirômetro ................................................................................... 145
4. 1.3 Dinamômetros ............................................................................... 145
4. 1.4 Adipômetro ou compasso de pregas cutâneas ............................. 145
4. 1.5 Audiômetro .................................................................................... 145
4. 1.6 Cabine de aud iometria .................................................................. 146

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4. 1.7 Tennômetro clínico ....................................................................... 146
4. 1.8 Tennômetro de máxima e mín ima ............................................... 147
4. 1.9 Tennômetro de estufas ................................................................. 147
14 4. 1. 1O Autoclave ...................................................................................... 147
4. 1. 11 Leitoras ou incubadoras de indicador biológico e
seladoras térm icas ........................................................................ 148
4. 1. 12 Equipamentos médicos ................................................................ 149
4.2 Exercícios ............................................................................................. 150

Capítulo 5 - Controle dos Trabalhadores em Área de Boas Práticas


de Fabricação (BPF) ............................................................................................ 15 1
5. 1 Ações para implamação de um programa de prevenção para
trabal hadores de áreas de Boas Práticas de Fabricação .......................... 153
5. 1. 1 Vacinação contra gripe em trabal hadores nas áreas BPF............ !53
5. 1.2 Vacinação contra hepatite A para man ipuladores de ali mentos. !54
5. 1.3 Vacinação contra febre tifoide para man ipuladores
de alimentos ................................................................................... !54
5. 1.4 Controle d iário dos trabal hadores nas áreas BPF ........................ !54
5. 1.5 Controle da readaptação temporár ia de trabalhadores
nas áreas BPF ................................................................................ !55
5. 1.6 Instalação de cartazes de o•·ientação da correta higiene
das mãos em áreas BPF................................................................. !56
5. 1.7 Uso de álcool gel em áreas BPF .................................................... !58
5. 1.8 Controle dos exa mes dos trabalhadores nas áreas BPF............... !58
5. 1.9 Programa de combate à parasitose em trabalhadores
nas áreas BPF ................................................................................ 160
5. 1. 1O Programa de saúde bucal em trabalhadores nas áreas BPF ...... 16 1
5. 1. 11 Realizar exames de swab das mãos e fossas nasais em
trabalhadores nas áreas BPF ....................................................... 16 1
5. 1. 12 Seleção de eq ui pamentos de proteção individual (EPI )
para trabal hadores nas áreas B PF .............................................. 163
5.2 Exercícios ............................................................................................. 166

Capítulo 6 - Controle do Absenteísmo ................................................................ 167


6. 1 Legislação dos atestados médicos......................................................... 168
6. 1. 1 Legislação dos atestados odontológicos ........................................ 168
6.2 Elaboração do atestado médico ............................................................ 169

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6.3 Atestado de acompanhamento médico ................................................ 170
6.4 Prazo para apresentação do atestado médico e/ou odon tológico ........ 170
6.5 Atestados por mais de quinze d ias ....................................................... 17 1
6.5. 1 Atestados inferiores a quinze d ias ................................................. 17 1 15
6.6 Controle dos atestados médicos ........................................................... 17 1
6. 7 Índices de controle dos absenteismos por doença............................... 172
6.8 Orientação para interpretação dos res ultados dos índices de
absenteísmo por doença ...................................................................... 174
6.9 Análise dos res ultados dos índices de absenteísmo por doença .......... 175
6. 1O Presenteísmo ...................................................................................... 175
6. I I Exercícios .... .... .. .. .. ... . .. .. .. ... . .. .. .. ... . .. .. .. ... . .. .. .. ... .... .. .. .. .... .. .. .. .... ... . .. .. .. 17 6

Capítulo 7 - Elaboração de Programas de Promoção à Saúde


dos Trabalhadores ............................................................................................... 177
7. 1 Cronograma anual das atividades preventivas do PCMCO ................ 178
7.2 Sistema de gestão em saúde ocupacional... .......................................... 179
7.2. 1 Método POCA ................................................................................ 179
7.2.2 Sistemática de aplicação do método POCA em programas
de saúde ......................................................................................... 180
7.2.3 Exemplo de implamação de um programa de suplementação
alimentar seguindo o Modelo POCA. ........................................... 182
7.2.4 Exemplos de planeja mento de um programa de saúde segundo
Mode lo PDCA utilizando a fen -amenta 5 W I H ............................ 185
7.3 Indicadores de promoção de saúde dos trabalhadores ....................... 186
7.4 Como medi r os ind icadores dos programas de saúde
dos trabalhadores ................................................................................. 189
7.5 Exercícios ............................................................................................. 190

Bibliografia . ... . . ... . . .. .. . .. .. . .. .. . .. .. . .. .. . .. .. . .. .. . .. .. . .. .. . .. .. . .. .. . .. .. . .. .. . .. .. . .. .. . .. .. . .. .. . .. .. . .. .. . 19 1

Glossário .............................................................................................................. 199

Apêndice A- Respostas dos Exercícios .............................................................. 205

Anexo 1 - Limpeza e Higienização de Caixas-d'Água ....................................... 22 1

'
lndice Remissivo ................................................................................................. 223

Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
Sobre a autora

16 Mórcia Vilma G. Moraes


For mada em Enfermagem e especial isLa em Enfermagem do Trabalho.
Atuou como enfer mei ra do trabalho por 12 anos em usinas de açúcar e álcool.
Atualmente é docente no curso Técnico de Segurança do T rabalho, na pós-g•-ad ua-
ção em Engen haria de Segurança do T rabalho em Enfermagem do Trabalho e na
graduação em Gestão de Recu rsos Humanos. E' autora dos livros Sistematização da
Ass istência de Enfermagem em Saúde do Trabalhador; Doenças Ocupacionais -
Agentes: Físico, Químico, Biológico, Ergonômico; Atend imento Pré-Hospi talar:
Treinamento da Brigada de Emergência do Suporte Básico ao Avançado. É
instrutora de cursos na área de saúde e segurança do trabalho.

Enfermagem do Trabalho · Programas, Procedimentos e Técnicas

Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
Prefádo

17
Após o sucesso e a credibilidade das edições anteriores, sendo a Iª edição
publicada em 2007, percebi que estava na hora de fazer uma revisão e a atualização
desta obra, que atualmente se tornou uma referência bibliográfica na área de
enfermagem do trabalho.
Nesta 4ª edição, rev isada, atua lizada e ampl iada são tratados tóp icos atuais
como empreendedorismo, acessibilidade, sustentabilidade, plano de geren-
ciamento de resíduos em serviço de saúde, sistema de gestão em saúde e
segu rança do trabalho, ciclo PDCA, ass im como provas funcionais emp regadas na
enfermage m do traba lho, sendo as principais antropometria, dinamometria,
espirornetria, acuidade visual, tono rnetria, eletrocardiograma, eletroencefalogra-
ma, teste do banco, teste de vedação dos respiradores, Fit Teste coleta de material
para exame. Continuam sendo apresentadas as legislações em áreas de Boas
Práticas de Fab1·icação e a calibração dos equipamentos utilizados no ambulatório
de saúde ocupacional, porém com mais detalhes.
Com uma visão mais ampla, destaca a importância do controle do absen-
teísrno por doença e da elaboração, execução e ava liação dos progra mas de saúde
através do ciclo PDCA, com exemplos práticos de metas e indicadores desses
programas.
Esta nova edição continua tendo co rno objetivo principal oferecer um
material para os docentes de cu rsos de especialização em En fer magem do
T rabalho e Segurança do Trabalho, sendo utilizados recursos práticos e de fácil
compreensão para as eq uipes de enfer magem do trabalho que já atuam ou
pretendem atuar na área.
A Autom

Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
capítulo

1 19

Introdução

A enfermagem do trabalho, anterior mente conhecida como enfermagem


laboral, teve inicio no final do século X IX, na Inglaterra, onde os primeiros
enfermeiros prestavam assistência de enfermagem na prevenção/saúde pública,
realizando visitas dom iciliares aos trabalhadores doentes e se us fam iliares.
No Brasi l, a enfermagem do trabal ho, assim como os demais profissionais de
segu rança e med icina do trabal ho, foi incor porada às empresas como obrigatória,
pois o governo tinha emergência em reduzir o elevado índice de acidente de
trabalho no inicio dos anos de 1970, quando o Brasil se consagrou campeão
mundial de acidente de trabalho. O governo impôs que as empresas contratassem
profissionais especializados como méd ico do trabalho, enfermeiro do trabalho,
auxiliar de enfermagem do trabalho, engenheiro de segurança do trabalho e técn ico
de segurança do trabal ho.
Foi cr iado o Ser viço Especializado em Engen haria de Segurança e Medicina
do T rabalho (SEESMT) por meio da Portaria 3.237, de 27/06/1972, d imens ionado
de acordo com o grau de risco e o número de trabalhadores das empresas. A
cr iação desse ser viço especializado já era recomendação, desde 1959, da
Organização Internacional do Trabalho (OIT), e no Brasil a CLT de 1943, em seu
artigo 164, já prescrevia a existência do SEESMT nas empresas.
Era um modelo técnico, e a única preocupação do governo e do setor
empresar ial era a redução dos acidentes de traba lho. Nen huma atenção à saúde
do L1-abalhador foi conferida. A enfennagem do trabal ho entrou nas empresas
com o papel curativo, prestando atend imento ao LJ-abalhador que por eventuali-
dade se acidentasse no local de trabalho.
Com a edição da Portar ia 3214/78, quando a maté1·ia abordada pela
3237/72 passou a ser ass unto específico da Nor ma Regulamentadora NR4 -
Ser viço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do T rabalho, as
atribuições dos dois ser viços comin uaram a ser distintas, não hav ia uma interação
entre a equipe de segurança e a de med icina do trabalho, ambas trabal havam
isoladas. Com a nova classificação de r isco que foi ampl iado de 3 para 4 graus em

Introdução

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1983, a N R4 foi mod ificada substancialmente, e o serviço de segu rança e medicina
do trabal ho passou a ter atribuições unificadas.
Com a mudança da NR 7, em 1994, que passou a ser denominada Progra-
ma de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), houve uma nova
20
temática, a saúde do trabal hador , tendo uma visão ma is preventiva voltada aos
Programas de Promoção e Prevenção à Saúde do Trabalhador.
A enfermagem do traba lho teve se u papel destacado na saúde do trabalha-
dor, atuando primeiramente no atend imen to, pela promoção e prevenção das
doenças relacionadas ou não ao trabalho. A enfermagem do traba lho vem
atuando em novas técnicas emp regadas para aval iação e seleção de candidatos à
vaga na empresa e dos traba lhadores que já atuam, detectando precocemente
doenças ocupacionais ou clínicas.
A tendência das empresas atualmente é buscar a contratação de eq uipes
multiprofissionais, como fonoaud iólogo, ergonom ista, nutricionista, fisioterapeuta,
preparador físico, entre outros, que não estão na descrição profissional do
SEESMT, mas que na atualidade ~udam a fortalecer a eq uipe médica e de
enfermagem com o objetivo em comum de buscar numa visão holística a saúde do
trabalhador. (GRAÇA, 2005)

1.1 Funções básicas da enfermagem do trabalho


J)e aco rdo com as atribuições da equipe de enfermagem do trabalho
podemos d ividi r as f-unções em três formas básicas:

1.1.1 Funpjes técnicas


Executar todas as técn icas inerentes às funções como:
- Dinamometria;
- Acu idade visual;
- Antropometria e verificação dos sinais vitais;
- Curativos e administração de medicações prescritas;
- Coleta de material para exames laboratoriais;
- Campanhas de vacinação;
- Cam panhas de promoção à saúde (diabetes, colesterol, obesidade,
tabagismo);
- Desinfecção e ester ilização de materiais.

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1.1.2 Fun~es de ensino
Executar programas para promover e prevenir doenças ocupacionais ou
não ocupacionais co m:
""' Realização de palestras d irecionadas à saúde. 21
""' Treinamento de OST/AIOS e primeiros socorros para membros da
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (C IPA), primeiros socor-
ros e sim ulados com membros da brigada de emergência, figura 1. 1.
""' Primeiros socorros para responsáveis por maletas de primeiros socor-
ros dentro da empresa, eletricista em cumprimento à NR IO em parada
cardiorrespiratória.
""' Desenvolvimento de peças teatra is com temas re lacionados à saúde e
prevenção de acidentes durante a Semana Interna de Prevenção de
Acidente do Trabalho (S IPAT).
""' Elaboração de temas sobre saúde para jornais e mura1s •ntemos da
empresa.

1.1.3 Fun~es administrativas


Organizar o amb ulatório de saúde ocupacional da seguinte forma:
""' Organizar arquivos de empresas. Os prontuários eletrônicos devem
possuir sistema de segu rança para manter os arquivos semp re aces-
síveis, quando necessário, e seguir a Resolução CFM n2 1.638/02 do
Conselho federal de Medicina. Os prontuários físicos (de papel) devem
ser organizados para arquivamento por , no mínimo, 20 anos, segundo
a N R7, e até 30 anos para trabalhadores expostos à radiação ionizante.
A Resolução 1.821/2007 do CFM determina que o processo de digita li-
zação dos prontuários físicos, com posterior eliminação dos respectivos
originais, é legal, desde que observados os requisitos do ível de
Garantia de Segurança 2 (NGS2) constantes no Manual de Certificação
para Sistemas de Registro Eletrônico em Saúde.
""' Controlar e enviar equipamentos para manutenção em fornecedores
selecionados.
""' Controlar e enviar eq u•pamentos para calibração anual em fornece-
dores selecionados.
""' Controlar estoq ues e datas de vencimento de mate1·iais e de medica-
mentos.
""' Participar de aud itorias internas à organi1.ação.

Introdução

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""' Participar de simu lados com brigada de emergência da empresa em
cumprimento à N R23 e aos Decretos Estaduais existentes neste campo.
o Estado de São Paulo Decreto Estadual n2 56.819/201 1 - Regu la-
mento de Segurança contra Incêndio das edificações e áreas de risco
22 do Estado de São Paulo, é o que regu lamenta os simulados da brigada
de emergência dentro das instituições.

Figura 1.1 ·Simulado com brigada de resgate. Observe as posi~ões das ambulâncias e da
equipe de resgate que avan~a na prepara~õo dos materiais, no aguardo das vítimas.

1.1.4 Fun~es empreendedoras


A origem da palavra empreendedora vem do francês ent·reprende, que
significa o intermediário, aquele que está no meio ou no centro, aquele que
assume risco e começa algo novo, e do inglês entrepreneunhip, que indica posição,
g•-au, re lação, estado, qualidade, habi lidade.
O empreendedorismo é uma ciência com mais de 80 anos. No Brasil o
movimento empreendedor começou a se formar na década de 1990, com a criação
do Sebrae - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas.
(DORNELAS, 2003)
O empreendedor corporativo ou empreendedor interno aborda o compor-
tamento empreendedor e sua implementação nas organizações como forma de
inovação, da motivação ao trabalho criativo e em novas perspectivas da organização.

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Para ter u m comportamento empreendedor corporatiVO, algumas carac-
terísticas são fundamenta is:
-+ Vontade e habi lidade para criar algo absolutamente inédito e que
possa melhorar as condições de vida dos traba lhadores e de sua família,
23
da empresa e da comunidade local.
-+ Capacidade de encontrar novas util idades para velhas ideias com ação
de beneficio coletivo.
-+ Talento para melhorar a eficiência de um sistema, um procedimento
ou um programa, tornando-o mais econômico e acessível e tecn ica-
mente superior ao já implantado.
-+ Ter pensamentos, atitudes e comportamentos pró-ativos quanto à sua
responsabi lidade em relação à visão de futu ro da organização.
-+ Buscar capacitação em áreas como logística, marketing, gestão de pes-
soas, finanças para ap•·imorar suas ações empreendedoras.

1.2 Exerdcios
1. Cite as funções adm inistrativas da enfermagem do trabalho.
2. Quais as funções técn icas da enfermagem do trabalho?
3. Cite as funções do ensino da enfermagem do trabalho.
4. Quais são os multiprofissionais importantes para o programa de saúde
do trabalhador?
S. o Brasil, qual o papel da enfermagem do traba lho no início?
6. Quais são as características necessárias para um comportamento de
empreendedor corporativo?

Introdução

Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
capítulo

24 2
Normas e Segurança

2.1 Normas para padronização do ambulatório de saúde ocupacional


Cada empresa tem seu próprio ambulatório de atend imento em saúde
ocupacional, pois a realidade de atend imento aos seus trabalhadores d ifere de
acordo com o n úmero, sexo e atividade exercida pelos trabalhadores dentro da
empresa.
O ambulatório de saúde ocupacional deve possuir salas de acordo com a
atividade desenvolvida, ou seja, se o ambulatório for geral, atendendo acidentes
de trabalho, consultas clínicas, adm inistração de med icações, realização de CLu·ati-
vos, suturas, deve poss ui r salas adeq uadas para o desenvolvimento dessas ativ ida-
des, balcão para preparo de med icações e aerossol, expu rgo para limpeza dos
instrumentais e área de ester·ilização. Os projetos fís icos desses ambulatór·ios
devem atender à resolução da ROC n2 307, de 14 de novembro de 2002.
Se o ambu latório de saúde ocupacional for somente para realização dos
exames médicos previstos na N R7 (exame admissional, demissional, periódico,
mudança de função e retorno ao trabalho), não há necessidade de manter salas de
med icação, curativo, expu rgo e esterilização.
Independente da característica do ambu latório, todos devem seguir normas
padronizadas de higiene e limpeza das salas, pois se trata de um local com risco
biológico. Mesmo sendo ambulatório que atende apenas exames médicos previstos
na NR7, o cons ultório médico terá material de risco biológico como cones de
otoscopia, abaixado r de língua, bocal para espirometria.
Os ambulatórios de saúde ocupacional devem seguir normas estabelecidas
pela Vigilância Sanitária de cada mun icípio, que fará a expedição para liberação do
alvará de funcionamento, e também as nonnas vigentes a partir de abril de 2006 da
NR32, orma Regu lamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho em Estabele-
cimento de Ass istência à Saúde.

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Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
2.2 Normas de limpeza, desinfecção e esterilização
de artigos em serviço de saúde
Os artigos uti lizados em serviço de saúde obrigatOJ·iamente devem ser 25
submetidos ao processo de limpeza, desinfecção e esterilização. Para isso a enfer--
magem do trabalho deve conhecer esses artigos, sua classificação e quando e como
utilizar os processos de limpeza, des infecção e esterilização.

2.2.1Classificação dos artigos


Um esquema para classificação de artigos foi proposto por Spaulding, em
1968, com o objetivo de racionalizar as indicações de processamento de artigos
em unidades de saúde. A classificação dos artigos em serviço de saúde segundo
Spaulding são:
-> Artigos críticos : são aque les utilizados em procedimentos invasivos,
com penetração em pele e mucosas adjacentes, tecidos subepiteliais e
sistema vascular, incluindo tudo que esteja conectado a esses artigos. O
processo recomendado para a uti lização destes é a ester ilização.
Exemplo: instrumental cirú rgico.
-> Artigos semicríticos: são aqueles que entram em contato com a pele
não íntegra e mucosas íntegras. Requerem desinfecção de alto nível ou
esterilização. Exemplo: material de assistência ventilatória.
-> Artigos não críticos : são artigos que contatam a pele íntegra, e não
entram em contato d ireto com o paciente. Requerem limpeza ou desin-
fecção de baixo ou méd io nível. Exemplo: termômetros, esfigmomanô-
metros, material para higiene do paciente.
A Anvisa, através da Resolução - ROC n2 15 de 15 de março de 20 12,
aprovou o Regu lamento Técnico que estabelece os requ isitos de boas práticas para
o processamento de produtos para saúde.
Essa resolução determ ina que todos os artigos para saúde classificados
como críticos devem ser submetidos ao processo de ester·ilização, após processo de
limpeza, inspeção, secagem e empacotamento. Os artigos para saúde classificados
como semicríticos devem ser submetidos, no mínimo, ao processo de desinfecção
de alto nível, após processo de limpeza.
Quanto aos artigos utilizados na assistência ventilatór·ia, anestesia e inalote-
rapia, a ROC n2 15 determina que eles devem ser submetidos à limpeza e, no míni-
mo, à desinfecção de nível intermediár-io, com produtos saneantes em conformidade
com a normatização sanitár ia, ou por processo fisico de tennodes infecção, antes da
uti lização em outro paciente. É proibida por essa resolução a desinfecção desses arti-
gos por método de imersão química líquida à base de aldeído como o glutara ldeído.

Normas e Segurarça

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2.2.2 Processo de limpeza de artigos
É a remoção mecân ica de sujidade. É realizada pela aplicação de energia
mecân ica através da fricção e/ou quím ica através de soluções detergentes, desin-
26 CI·ostantes ou enzimáticas. O emprego assoc iado de todas essas formas de energia
aumenta a eficiência da limpeza.
Os tipos de limpeza de artigos são:
-> Limpeza manual: através de escovação com uso de escovas espeCiats,
espot"tias, pistolas de água e ar compt·imido. Segundo a RDC n2 15, o
processo de fi·icção durante a limpeza manual deve ser realizado com
acessórios não abras ivos e que não liberem partículas.
-> Limpeza mecânica: através de lavadoras ultt-assônicas.
Soluções para limpeza pela imersão dos artigos:
->
.
Agua p otável: mantém o sangue e a SUJtdade úmidos, amolece a
..
SLúeira, mas não a remove por completo.
-> Detergente enzimático: efetivo na remoção de SLtiidade, dependendo
da concentração das enzimas, temperatura da solução e tempo de
contato. O método de d iluição, prazo de validade após di luição e o
tempo de imersão variam conforme o fabricante, por isso devem ser
observadas as recomendações do fabricante e adquirir produto com
registro no Ministério da Saúde. O uso do detergente enzimático não
elimina o processo de limpeza manual do artigo, porém min imiza o
tempo e a força da fricção da escovação.
O excesso de matéria orgânica no artigo aumenta a d uração do processo de
esterilização, assim como altera os parâmetros para esse processo.
Após o processo de limpeza, todos os artigos devem ser enxaguados
abundantemente em água corrente, secos com pano limpo ou com compressa
cirú rgica e acondicionados adequadamente para receber o processo de esteriliza-
ção. A RDC n2 15 deter mina que o enxágue dos artigos para saúde deve ser
realizado com água que atenda aos padrões de potabilidade definidos em norma-
tização específica.

2.2.3 Processo de desinfeqão de artigos


É o processo de destru ição de agentes infecciosos em forma vegetativa,
patogênicos ou não, existemes em superfícies inertes, não garantindo a eliminação
total dos esporos bacterianos. A desinfecção pode ocotTer com a apl icação de meios
físicos ou químicos, sendo classificada em três níveis.

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Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
""' Desinfecção de baixo nível: esse processo é capaz de eliminar todas as
bactérias na forma vegetativa. Ele não tem ação contra os esporos, mas
tem ação relativa contra os fungos, vírus não lipídicos e bacilo da tuber-
culose. Exemplo: álcool etílico, n-p ropílico e isopropílico, hipoclorito
de sódio (de pendendo da concentração) e quaternário de amôn ia. 27
""' Desinfecção de nível intermed iário: processo fisico ou químico que
destrói microrganismos patogênicos na forma vegetativa, microbacté-
rias, a maioria dos vír us e dos fungos, de objetos inanimados e super-
ficies. Exemplo: álcool etílico a 70% e isopropílico a 92%, hipoclorito de
sódio (dependente da concentração), fenó licos e iodóforos.
""' Desinfecção de alto nível: processo fisico ou químico que destrói a
maioria dos microrganismos de artigos semicríticos, inclusive microbac-
tér ias e fungos, vírus e parte dos esporos bacterianos. O processo de
enxágue deve ser realizado com água estéril e manip ulação asséptica.
Exemplo: hipoclorito de sódio (dependendo da concentração), gl uta-
raldeído, solução de peróxido de hid rogênio, cloro e com postos dOI-a-
dos, ácido peracético.
O processo pode ser afetado por vários fatores como:
""' Processo de limpeza do artigo mal executado;
""' Tempo cu rto de exposição ao agente germicida uti lizado;
""' Dil uição da sol ução germ icida alterando a concentração da solução;
""' Temperatura e p H do processo.
Não é recomendada a estocagem dos artigos submetidos à desinfecção. Caso
seja necessá1·io, devem receber, no mín imo, a desinfecção de alto nível ames do uso.
O ambiente de estocagem desses artigos deve ser mamido em torno de 30 a 50% de
umidade relativa e uma temperatu ra próxima de 20•c, devendo ser restJ·ita a
circulação de pessoas nessa área. (SOBECC, 2005)
Para realização dos processos de limpeza e desinfecção química devem ser
util izados obrigator iamente os eq uipamentos de proteção individual (EPI) como:
""' Óculos de proteção;
Máscara cirú rgica e na manip ulação de aldeídos como glutaraldeído o
uso de res pirador com carvão ativado;
Luvas de borracha com cano longo;
Avental impermeável co m manga longa;
Calçado fechado impermeável antiderrapante;
""' Protetor auricular se necessário de acordo com medição quantJtatJva
contida no PPRA.

Normas e Segurarça

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2.2.4 Processo de empacotamento de artigos
As embalagens utilizadas para a esteri lização de produtos para saúde devem
estar regularizadas na Anvisa para uso específico em ester·ilização.
28 A Resolução RDC n2 15 proíbe o uso de embalagens de papel kraft, papel
toalha, papel-man ilha, papel-jornal e lâminas de alumínio, assim como as embala-
gens do tipo envelope de plástico transparente não destinadas ao uso em eq uipa-
mentos de esterilização. Também não permite o uso de emba lagens de tecido de
algodão reparadas com remendos, rasgos, perfuradas ou com desgaste do tecido.
Sempre que for evidenciado esse tipo de problema, deve ser realizada a substitui-
ção, pois o uso desse tecido de algodão nessas circunstâncias compromete a f1.1nção
de barreira da embalagem.
Todos os artigos embalados devem possuir obr-igatoriamente rótulo de
identificação capaz de man ter legíveis e afixados na embalagem durante o processo o
nome do produto, número do lote, data da esterilização, data limite de uso, método
de ester·ilização e nome do responsável pelo preparo.

2.3 Substituição do glutaraldeído


O uso do glutaraldeído como esterilizante de alto nível deve ser evitado por
causa de seus efeitos tóxicos. A Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo,
através da Resolução SS-27 de 28 de fevereiro de 2008, institui u med idas de
controle sobre o uso do glutaraldeído nos estabelecimentos assistenciais de saúde.
Lembr-ando que a RDC n2 15 proíbe o uso do método de imersão química líquida
da solução de glutaraldeído ou outros aldeídos para desinfecção de artigos de
assistência ventilatória e inalatória como as máscaras de aerossol.
A toxicidade do gl utaraldeído, segundo a Resolução SS-27, são in·itação das
vias respir-atór·ias, asma, broncoespasmo, dificuldades respir-atórias, rinite, epistaxe,
conjuntivite, in·itação dos olhos, dermatite alérgica, queimadura, manchas na pele,
cefaleia, náusea, sonolência e tontu ra, como manifestações agudas e asma e bronquite
crônica; eczema, lesões cut<'lneas, prur·ido, hipersensibilidade quím ica como manifes-
tações crônicas, relatando também que o contato com os olhos pode resultar em
cegueira ternporár·ia ou permanente.
Urna das alternativas existemes no mercado para substituição do gl utaral-
deído é o ácido per-acético. Ele é resultante da mistu ra em equilibr·io de ácido acéti-
co, peróxido de hidrogên io e água, sendo decomposto, ao final, em ácido acético e
água. Os produtos de sua decomposição não são tóxicos, portanto mais segu ro do
ponto de vista ocupacional compar-ado com o glutaraldeído. O acido per-acético tem
ação viruscida, bactericida, fungicida e esporicida.

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2.4 Terceiriza~ão do processamento de artigos de saúde
O ambulatór·io de saúde ocupacional gerahnente se localiza em espaços
pequenos e muitas vezes não planejados para realização de processamento dos arti-
29
gos de saúde uti lizados pelas equipes médica e de enfermagem. Para realização da
limpeza, desinfecção e esterilização desses artigos são necessários espaços própr·ios,
como sala de exp urgo, sala de empacotamento, sala de esterilização. Com isso mui-
tas vezes toma-se necessár·ia e mu ito mais prática a terceirização desses procedi-
mentos. Caso a gerência de enfermagem opte pela terceirização, vale lembrar que a
Anvisa, através da RDC n2 15 de 20 12, permite, porém estabelece um regulamento
técnico.
A terceiri7.ação do processamento dos artigos de saúde deve ser formal i7.ada
em um contrato de prestação de serviço, sendo o serviço de saúde, ou seja, o
ambulatório de saúde ocupacional, corresponsável pela segurança do proces-
samento dos artigos de saúde realizados pela empresa contratada para este fim. A
empresa contratada deve realizar todas as fases do processamento de artigos de
saúde, incluindo limpeza, inspeção, preparo e acond icionamento, ester ilização,
armazenamento e devolução para o ambu latório de saúde ocupacional.
A gerência de enfermagem do ambu latório de saúde ocupacional deve
receber informações da empresa comratada para realizar o processamento de seus
artigos de saúde. ))eve ser um sistema de informação manual ou automatizado
com registro do monitoramento e controle das etapas de limpeza e des infecção ou
esterilização, assim como procedimentos de manutenção e mon itoramento dos
eq uipamentos utilizados.

2.5 Preparo do ambiente antes de iniciar oatendimento


Antes de iniciar qualquer atend imento, o profissional de enfennagem do
trabalho deve real izar a rotina de limpeza das superfícies como mesas, braçadeiras,
divãs, d inamômetros com álcool a 70%, fr-iccionando por três vezes. Os equipamentos
que são passíveis de contaminação e ao mesmo tempo de difici l descontam inação
devem ser cobertos com invól ucros apropr·iados, como filme plástico de PVC. Entre
eles podemos citar caneta de eletrocautério, haste de mesa auxiliar uti lizada em
ginecologia, alças e interruptor do foco. Esse filme deve ser retirado e descartado
após cada atendimento.
Em toda técnica é preciso se lembrar da lavagem das mãos antes e após a
realização, e também da util ização de soluções desinfetantes que sejam certificadas
pelo Ministério da Saúde.

Normas e Segurarça

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Umpeza do cone do otoscópio
Usado em todos os cons ultórios médicos e sala de aud iometria para inspeção
do meato auditivo. Devem ser colocados dois recipientes idemificados como cones
30 li mpos e cones SLtios. Após o atendimento o profissional de enfermagem do trabalho
deve lavar os cones com água e sabão, secar e f1·iccionar por três vezes com álcool a
70%. Quando houver contaminação por sangue ou secreção, deve ser realizada
a desinfecção de alto nível com gl utaraldeído a 2%, ou se forem cones de plástico
sem nenhuma parte metálica, pode ser utilizado hipoclorito de sódio a I%.

Nota: A partir de 31 de agosto de 2007 os Estabelecimentos de Saúde que utilizam o


glutaraldeido para desinfecção ou esterilização devem se adequar à Resolução SS·27 da
Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo.

Umpeza de artigos da sala de inalação


Caso na empresa exista sala para realiz..<ção de inaloterapia, a desinfecção
dessas máscaras e extensões deve acom pan har o seguinte procedimento:
""' Após o uso lavar as máscaras com água e sabão util izando uma esponja
(lim peza mecânica).
... Secar com papel toalha .
... Colocar em recipien te identificado com solução de hipocl01·ito de sódio
a I% por 30 minutos.
... Enxaguar ab undantemente em água corrente.
... Secar as máscaras em cam po limpo.
... Armazenar em recipiente fechado identificado como máscaras limpas.
... A extensão das máscaras deve ser semanalmente lavada com água e sabão .

Procedimento para descontamin~ do esponja de limpeza da mósmra de inaiii§Õo


Muitas vezes o profissional de enfermagem se esquece da realização desse
procedimento que consis te em colocar em solução de hipocl01·ito de sódio a I%
por 30 minutos a esponja utilizada na lavagem mecânica das máscaras e lavar co m
água e sabão.

Hipoclorito de sódio
Foi usado como antissé ptico em 1915 na Primeira Guerra Mundial e desde
então vem sendo utilizado para este fim, porém devido à sua toxidade não deve
ser usado em ambientes fechados.

Solusão de hipodorito de sódio a lo/o


Modo de preparo: 400 ml de hipoclori to de sód io a 2,5% e 600 ml de água.
Depois de preparada, a sol ução tem durabilidade de seis horas e deve ser mantida
em recipien te fechado e ao abrigo da luz.

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Atendimento em ginecologia
Nas empresas que possuem um grande número de trabalhadores do sexo
femin ino, é vantagem realizar o atendimento ginecológico dentro das dependên-
cias da empresa, dim inuindo o absenteísmo e controlando a rea lização dos exames 31
preventivos como câncer de mama e colo de útero.
Torna-se vantagem o uso de materiais descartáveis para esse tipo de atend i-
mento como espécu lo, cheron, escovinhas, descartando o processo de desinfecção
e esterilização desses materiais, assim como manter salas de exp urgo e esterili-
zação adequadas, pois muitas vezes o ambulatório é pequeno para montar salas
separadas e essas desinfecções são reali7~'tdas em ambientes inadequados.
Caso utilize materiais não descartáve is, a des infecção deve segu ir o procedi-
mento:
- Após o uso dos artigos colocar em balde seco identificado.
- Levar o balde com os artigos sujos para a sala de exp urgo.
- Imergir em detergente enzimático por cinco minutos, ou tempo detei--
minado na embalagem pelo fabricante.
- Realizar a lavagem mecân ica com água e sabão.
- Proceder à secagem.
- Embalar em invólucro de papel gra u cir úrgico autosselante.
- Identificar e datar os artigos.
- Esterilizar em autoclave.
Segundo descrito no Processamento de Artigos e Superfície em Estabele-
cimentos de Saúde do Ministér io da Saúde (1994), outros invó lucros para esteri-
lização podem ser utilizados como tecido de algodão cru dup lo, porém é preciso
lembrar que o uso de invólucro de algodão que eventualmente tenha contato com
matéria orgânica (campo fenestrado, campo para sutura) deve passar por processo
de lavagem.
A empresa deve dispor de uma lavanderia que deve seguir normas
estabelecidas na NR32, a qual deve ter duas áreas d istintas, sendo uma considerada
suja e outra limpa. A área suja é destinada ao recebimento, classificação, pesagem e
lavagem das roupas, e a área limpa à secagem e pass.<gem da roupa limpa.
Independente do porte da lavanderia, devem ser instaladas máquinas de lavar de
porta dupla ou de barreira, em que a roupa suja é inserida por um operador que
fica na porta da máquina situada na área SLtia. Após a lavagem a roupa limpa deve
ser retirada por outra porta e por outro operador na área limpa. A comunicação
entre as d uas áreas somente deve ser feita por visores ou imerfones.
Os invólucros de papel kraft não são mais recomendados, portanto para o
ambulatório de saúde ocupacional o ideal é o uso do papel grau cir úrgico.

Normas e Segurarça

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Artigos de curativos
Um dos procedimentos de enfermagem mais realizados no ambulatório da
empresa ainda é o curativo, devido a pequenos acidentes de trabalho. O trabalhador
32 passa pelo ambulatório para realizar cu rativo e não fica ausente do seu trabalho.
Esta é a técnica de enfermagem do trabalho mais antiga, pois os primeiros profis-
sionais entraram nas empresas com a finalidade de realizar atendimento ao acidente
de trabal ho dentro da empresa (nível de atend imento secundário ou curativo).
Alguns acidentes são cortes que às vezes são resolvidos com um simples curativo,
não necessitando encaminhar o trabalhador para atend imento fora da empresa.
Dependendo da atividade exercida pelo trabal hador, é aconselhável ter no
ambulatório de saúde ocupacional um local "tanque" para realizar a limpeza com
água e sabão do membro acidentado, pois pode estar sujo de graxa, terra, poeira etc.
Existem no mercado vários tipos de material de curativo descartáveis,
porém muitos profissionais de enfermagem dão preferência aos materiais de
cu rativo "trad icionais" metálicos. Os que uti lizam esses materiais devem fazer a
des infecção e esterilização seguindo o procedimento:
-+ Após o uso colocar os materiais de curativo em recrprente com deter-
gente enzimático com tampa, por cinco min utos ou o tempo determina-
do na embalagem pelo fabr·icante (o detergente enzimático é mais reco-
mendado que o detergente comum, pois além de mel horar a qual idade
da limpe7.a, preserva o instrumental).
-+ Realizar a lavagem mecânica em água cor rente.
-+ Secar os instr umentais.
-+ Embalar com papel grau cirú rgico autosselante.
-+ Identificar e datar os instru mentais (prazo de validade de 30 dias,
sendo necessário estocar em local fechado).
-+ Esterilizar em autoclave.
Para realizar os curativos, utiliza-se muitas vezes o carrinho de curativo, que
tem pomadas, soluções dentro de almotolias, entre outros materiais. Lembre-se de
que o car rinho também deve ser limpo com álcool a 70% friccionando por três
vezes. Q uando presente matéria orgânica, deve ser retirada com toalha de papel,
após lavar com água e sabão, secar e passar álcool a 70% por três vezes.
As almotolias devem ser de vidro por serem de fáci l limpeza e esterilização.
As soluções devem ser trocadas a cada sete dias e os frascos identificados com o
nome da solução e data de vencimento.
O procedimento de curativo deve ser padroniz.<do. No mercado existem cura-
tivos prontos que dispensam o uso de pomadas. Entre as sol uções mais util izadas, o
soro fisiológico a 0,9% deve ser o padroni7~<do para a limpe-La do fer·imento, não

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sendo preconizado o uso de limpeza com água e sabão em fe1·idas aberk'tS. O povi-
d ine tópico (PVPI) não esL<'í mais padronizado para uso em feridas abertas, pois não
auxilia a cicatJ·iz.<ção e em grandes áreas pode proporcionar a intoxicação por iodo.

33
2.6 Cobertura de curativos
A escolha da cobertura de cu rativos vai depender do tipo de procedimento
a ser realizado, do tamanho da ferida e dos sinais de infecção. É importante
lembrar que em feridas limpas ou após sutu1-as, recomenda-se o uso de cu1-ativos
nas primei1-as 24 horas. Se a incisão estiver seca, recomenda-se limpeza com água
e sabão e secagem com gaze estériL
Diversas coberturas podem ser utilizadas em curativos, necessitando que a
enfermage m conheça as indicações específicas de cada uma delas. Algumas caber-
tu rase a respectiva indicação são as seguintes:
1. Placa de Hidrocoloide
-+ Seu mecanismo de ação é estimular a angiogênese e o desbridamento
auto lítico e acelerar o processo de granu lação teciduaL EsL<'í indicada na
prevenção e tratamento de feridas abertas não infectadas.
2. Membranas ou Filmes Semipermeáveis - Cu rativo de Filme Transpa-
rente Adesivo.
-+ O mecan ismo de ação desse tipo de cobertura é proporcionar um
ambiente úmido, favorável à cicatriz.<ção, permitindo a d ifusão gasosa e
evaporação de água. Está indicado para proteção de pele íntegra e na
cobertu ra de incisões de sutura limpas com pouco ou nenhum exsudato.
-+ Curativos que utilizam coberturas autoaderentes à base de hidrocoloides
e filme transparente dispensam o uso de instrumentaL Recomenda-se o
uso do procedimento com luvas, uma vez que o leito da ferida não vai
ser tocado. Após a limpeza da lesão com SF 0,9% em jato, secar a pele
em volta da ferida e aplicar a cobertu ra que deve cobrir 2 em de pele
íntegra em torno da lesão.
3. Hidrogel
-+ O mecanismo de ação é amolecer e remover o tecido desvitalizado
através de desbridamento autolítico. Está indicado em cur-ativos com
crosta e tecidos desvita lizados e necrosados de feridas abertas, sendo
contraindicado se u uso em pele íntegra e incisões de suturas.

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4. Cobertura Não Aderente Estéril - Adaptic
-> O mecanismo de ação é proporcionar a não aderência da ferida e per-
mitir o livre Ouxo de exs udatos. Ele é indicado pa1-a lesões limpas e
super ficiais de queimadu1-as, abrasões, lacerações e demais lesões com
34
necessidade da não aderência do curativo à lesão. Está cont1-aind icada
em feridas infectadas.
5. Sulfadiazina de Prata
-> Seu mecanismo de ação indica que o íon de prata causa precipitação de
proteínas e age d iretamente na membrana citoplasmática da célula
bacteriana, exercendo ação bacter iana imediata e ação bacter iostática
res idual pela liberação de peq uenas quantidades de prata iônica. É in-
d icada na prevenção de colonização e tratamento da ferida queimada.
-> O curativo com Sulfadiazina de Prata deve ser trocado sempre que
estiver satu1-ado, podendo permanecer por até sete dias.

2.71nstrumental para sutura


A sutura é responsabilidade legal do médico. Cabe ao profissional de
enfermagem auxiliá-lo nesse procedimento, porém é preciso lembrar que para
realizar esse procedimento exige-se uma sala próp ria, a qual deve possuir janelas
com telas e maleta de emergência com material e med icação pa1-a casos de
emergência. Os instrumentais devem ser ester ilizados como os artigos de curativo.
Para melhor conservação dos instrumentais, deve ser padronizada uma
limpeza com polimento e amolação das tesouras a cada dois anos ou, quando for
necessário, em fornecedores selecionados.

Material da maleta de primeiros somrros emaleta de emergência do


ambulatório de saúde oc:upadonal
De acordo com o Decreto-Lei n2 246/86, de 20 de agosto de 1986, do
Ministério do Trabalho e Segurança Social, Capítulo XII, artigo 48, a NR7,
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, item 7 .5, e a N R3 1,
Segurança e Saúde do T rabalho na Agricu ltura Silvicultura, Exploração Florestal
e Aquicultura, itens 3 1.5.1.3.6, 7 e 8, todo estabelecimento deve possuir caixas de
primeiros socorros d istr ibuídas pelos vá1·ios setores de trabalho. A N R3 1 cita que,
sempre que houver dez ou mais trabalhadores rurais, deve ser mantida a caixa de
primeiros socorros em condições assépticas, e os materiais utilizados devem ser
imed iatamente substituídos.

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O trabalhador responsável pela maleta deve receber treinamento em
pnmerros socorros e reciclagem anual, com documemo comprobatório. Esse
treinamento deve ser ministrado levando em consideração o setor e o tipo de
trabalho desenvolvido, como, por exemplo, acidentes com an imais peçon hentos
será obrigatório em caso de trabalhadores ru rais, porém não se torna obrigatório 35
em trabalhos adm in istrativos.
Junto com a maleta de primeiros socorros deve ser colocada uma instr ução
clara e simples para o atend imemo em primeiros socorros, de preferência ilustrativa.
Na maleta de pr imeiros socorros de áreas ind ustriais (NR7) é aconsel háve l
colocar mater·iais como gazes estéreis, luvas de procedimento, ataduras de crepe,
ta las, colar cervical, esparadrapo, Band-aid®, tesoura sem ponta, soro fisiológico.
Nas maletas de trabalhadores rurais (N R31) é ideal colocar sabão para realizar
limpeza do membro devido à grande sujidade da área próxima ao ferimento. Não
é preciso colocar med icamentos, pois não são materiais para pr imeiros socorros e
podem Ler uso inadequado e incentivo à automed icação, trazendo risco à saúde
dos trabalhadores.
A maleta de emergência do ambulatório méd ico deve ser mais completa,
pois supre uma equ ipe médica e de enfermagem para atend imento às vítimas de
acidentes de trabal ho, sendo ideal mater·ial para entubação (laringoscópio comple-
to, sonda endotraqueal com fio guia, material para aspiração), cânula de Guedel,
ressuscitador manual (ambu), colar cervical de tamanho pequeno, médio e gran-
de, imobilizador de cabeça, gazes e compressas cirúrgicas estéreis, talas de vários
taman hos, luvas, aspirador (existe no mercado aspirador manual), medicações
para atend imento em parada cardiorrespiratór ia como ad renalina, atrop ina,
materiais para punção venosa (intracath, scalp, equipo de soro), soro fis iológico
0,9%, soro glicosado 5%, ringer com Jacto.

Não se pode esquecer do EP I


(Eq uipamento de Proteção Ind ivi-
dual) para atend imemo em politrau-
matizado, como luvas, máscara descar-
tável, óculos e avental, Figu ra 2.1.

Figuro2.1• Disposiçãodos materiais no maleta de emergência.

É importante ressaltar que atualmente é preciso Ler o desfibrilador no caso de


ocorrer· uma parada cardion·espiratória. No mercado temos o DEA (Desfibr·ilador
Externo Automático) que pode ser utilizado por socorrista treinado, enquanto o
desfibrilador convencional só pode ser utilizado pelo méd ico. A partir de novembro
de 2006 o OEA deve apresentar a nova configuração para o choque que deve ser de
360 joules se o aparel ho for monofás ico ou 200 joules se o aparel ho for bifás ico.

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Procedimento para desinfeqão dos artigos utilizados em emergência
Após atend imento em emergência os equipamentos utilizados devem receber
procedimentos corretos de desinfecção ou esterilização conforme o tipo de artigo.
36 A lâm ina do lar·ingoscópio, o ambu, a cânula de guedel e o colar cervical
uti lizados devem passar por processos de limpe-La e de desinfecção de alto nível,
dando preferência pelo método de imersão em ácido peracético. O fio guia deve
passar por processo de esterilização.
Outros materiais como as talas, por serem moldáveis, podem perder sua
forma, tornando d ifícil uma reutil i7.ação. O imob ilizador de cabeça deve passar
por procedimento de desinfecção com pano umedecido em solução de hipoclorito
de sódio a I%, assim como a prancha e os tirantes uti lizados no atend imento. Se
esses materiais tiverem presença de matéria orgânica, corno sangue, devem ser
lavados com água e sabão antes do procedimento de desinfecção.

MediaJsões psicotrópicas
O médico da empresa pode reqursrtar psicotrópicos para o atend imento
ambulatorial aos traba lhadores. A enfermagem do trabalho deve lembrar que para
ar mazenamento dessas med icações existem legislações que devem ser seguidas,
como a Portar·ia 344/ 98, Regulamento Técnico sobre Substâncias e Medicamentos
Sujeitos a Controle Especial da Secretária de Vigilância Sanitária do Ministério da
Saúde. É obrigatório manter essas medicações trancadas com chave ou outro
dispositivo que ofereça segurança, em local excl usivo para este fim, com a aber-
tura de Livro de Registro Especifico registrado na Vigilância Sanitária do muni-
cípio pertencente à empresa.

2.8 Limpeza do ambulatório de saúde ocupacional


O amb ulatór io da empresa é um local de risco biológico, portanto deve ter
rotinas para limpeza e urna equipe treinada, mesmo sendo eq uipes de limpeza
terceir izadas (obrigatório o treinamento e registro pela NR32, Segurança e Saúde
no Trabalho em Estabelecimentos de Assistência à Saúde). O procedimento de
varred ura seca é contraindicado, pois ao varrer, levanta microrganismos j unta-
mente com a poe rra.
A limpeza diária do ambulatór io deve obedecer a um cronograma semanal
preestabelecido. Os produtos de limpeza utilizados devem ser padronizados e
aprovados pelo Ministér·io da Saúde. O tipo de solução desinfetante mais util izado
na limpeza de ambu latórios é o álcool a 70% que tem urna atividade germicida,
com custo menor e pouca toxidade.

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Para ser eficaz deve ser aplicado por f1·icção, esperando secar e repetindo a
aplicação por três vezes. É contraindicado em mate1·iais ac•·ílicos e tubos plásticos;
outro produto é o hipoclorito de sódio, cuja ação é de dez minutos com 1% de cloro
ativo, porém não deve ser util izado em meL<1.is devido à sua ação de corrosividade.
Após ser dil uído deve ser armazenado em fi-ascos fechados e âmbar (escuro) por um 37
prazo de seis horas.
O uso dos EPis (Equipamento de Proteção Ind ividual) para o serviço de
limpe7~'1 é fundamentaL Os equipamentos s.'io: bota, luvas de boJTacha cano longo
(antideJTapante). Outros equipamentos devem ser utilizados quando da diluição de
produto químico ou na limpe7~'1 de maté1·ia orgânica com risco de respingo. São eles:
másca1<1 facial, avental impermeável e óculos.

Procedimento para limpeza com presensa de matéria orgfinim


Remover a matéria orgânica (sangue, vôm ito, escarro etc.) co m auxílio
de papel toalha ou pano, desp rezando em lixeira de resíduo infectante.
Lavar com água e sabão e secar.
Aplicar o desinfetante (hipoclorito de sódio a I%) e deixar agir por dez
minutOS.
Limpar com água e sabão o restante da área.

Atenção: O virus da hepatite B é extremamente estável e pode permanecer viável em


superficies por um periodo de sete dias.

2.9 Procedimento para limpeza de mixos-d'água,


bebedouros e aparelhos de ar condidonado
Umpeza de caixas-d'ógua
A Direto1-a Técnica do Centro de Vigi lância Sanitá1·ia, através da Comuni-
cação CVS 6 de 12 de janeiro de 20 li, deter mino u a limpeza e desinfecção de
caixas-d'água. Nessa com unicação são definidas como caixas-d'água aquelas com
capacidade para armazenar até 2 mi l litros de água potável para cons umo humano.
As caixas-d'água podem ser abastecidas por Sistemas de Abastecimento
Público (SAAs) ou Soluções Alternativas Coletivas/ Individuais (SACs ou SAi s) com
água cuja qualidade deve atende r aos padrões de potabilidade expressos nas
normas sanitárias. Seja qual for o tipo de abas tecimento, há, ao longo do tempo,
tendência de deposição e acúmu lo de substâncias nas paredes e no fundo dos
reservatórios, oriundas da própria água fornecida, cuja qualidade var ia em função

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do tipo de manancial, das formas de tratamen to e das intercorrências do processo
de distribuição do líquido. Se essas substâncias não são removidas periodicamente,
elas podem al terar a qualidade da água do reser vatório e provocar riscos à saúde
dos consumidores.
38
As caixas-d'água devem estar instaladas em local de fácil acesso e protegidas
contra infiltrações, ser devidamente vedadas para não proliferar o mosquito Aedes
aegypti, vetor da dengue. A vedação da caixa-d'água deve ser observada não só no
encaixe da tampa com o corpo principal do reser vatório, mas também no extravasor
(ladrão) que deve ser igualmente protegido para evitar o acesso de insetos.
Para que a água armazenada nas caixas-d'água tenha sua potabilidade
preservada, é importante que os reservatórios permaneçam devidamente vedados
e protegidos, bem como sejam limpos e desinfetados, no mínimo, semestralmente.
A limpeza da caixa-d'água consiste na remoção mecânica das substâncias e
outros objetos indevidamente presentes no reservató1·io, desinfecção e eliminação de
microrganismos potencialmente patogênicos por meio de agentes químicos.
Os procedimentos para limpeza e higienização de caixas-d'água devem seguir
a Com un icação CVS 6 de 12 de janeiro de 20 l i , que está no Anexo I deste livro.
No Estado de São Paulo as caixas-d'água confeccionadas em amianto devem
ser substituídas por outras confeccionadas com mate1·iais atóxicas, como aço
inoxidável, alumínio, fibra de vidro, polietileno e fibrocimento. O descarte dessa
caixa em am ianto deve seguir a Lei Estadual n2 12.684/2007.
Caso o local seja abastecido por poços freáticos, a desinfecção deve seguir o
Com un icado CVS/EXP 37 de 27 de junho de 1991.

Desinfeqão dos bebedouros


A NR 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho
descreve a obrigatoriedade do fornecimento de água potável aos trabalhadores.
Portanto, em todas as dependências da instituição, incl uindo o ambu latór io de
sa úde ocupacional, devem existir bebedouros de água que podem se•- de galões ou
de jato inclinado. Em qualquer um dos tipos de bebedouro, a desinfecção torna-se
importante para manter a água potável para o trabalhador beber.

TI'OCII do galão de ógua


A água deve apresentar-se própria para o cons umo humano a fim de não
oferecer riscos à saúde do usuário. Para isso é necessá1·io realizar a troca do galão
de água de 20 litros em bebedouro ref1·igerado ou não, seguindo regras de
higiene para que a água se mantenha limpa. As regras básicas para substituição do
galão de água são:

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""' Lavar as mãos com água e sabão antes de iniciar a troca do galão.
""' Lavar todo o galão por fora com água e sabão neutro utilizando uma
esponja limpa e macia, enxaguando bem o galão com água.
""' Retirar o lacre do galão com auxílio de uma faca limpa. 39
""' Higienizar a parte externa do galão que ficará em contato com a água
dentro do bebedouro, com um pano limpo embebido em solução de hipo-
clorito de sódio a I% ou álcool 70%, enxaguando em seguida com água.
""' Colocar o galão no bebedouro, sem tocar com as mãos as partes que
ficam em contato com a água.
Todos os galões têm prazo de va lidade de três anos determinado pela
Portar ia n2 387/2008 do Departamento Nacional de Produção Mineral (DN PM).

Desinfeqão de bebedouros de galões de ógua


Deve ser realizada a cada seis meses uma desinfecção do bebedou ro,
observando o seguinte procedimento:
""' Esvaziar o reservatório de água.
""' Pegar um galão vazio, encher Y. com água tratada e colocar 50 ml de
hipoclorito de sódio a 2,5%.
""' Colocar esse galão no bebedouro e abrir as torne iras para escorrer um
pouco dessa água clorada; fechá- las e deixar o hipoclori to de sódio agi r
por 30 minutos.
""' Abrir novamente as torneiras, esgotando toda a água do galão.
""' Para retirar o resíduo da solução, encher um galão com água tratada,
colocar no bebedouro e abr ir as torneiras até esgotar.
""' Colocar o galão com água mineral a ser consumido.

Desinfeqão de bebedouro de jato inclinado


A limpeza e a desinfecção do sistema do bebedouro de jato inclinado devem
ser rea lizadas a cada seis meses por técnico especializado. A troca do fi ltro do
bebedouro deve ser realizada anualmente.
Sempre des ligue o bebedouro da tomada para qualquer manutenção. Quan-
do o bebedouro de jato incli nado ficar desl igado por algum tempo, antes do uso
reti rar de cinco a seis copos da água antes de religar para enxaguar as LUbu lações.

Umpeza do aparelho de ar tondicionado


Os ambulatórios de saúde ocupacional quase sempre possuem climatizaç.'io
por aparelho de ar cond icionado. É importante manter esse equipamento em
limpeza semestral para evitar a proliferação de agentes nocivos à saúde humana,
mantendo uma boa qualidade do ar interno no ambien te.

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A Portaria n2 3.523/GM, de 28 de agosto de 1998, determ ina qu e todos os
sistemas de climatização devem estar em condições adeq uadas de limpeza, man u-
tenção, operação e controle. Para isso é preciso manter limpos os componentes do
sistema de climatização, tais como bandejas, serpentinas, um idificadores, ventila-
40 dores e dutos.
A limpe-La dos componentes do sistema de climatização deve ser realizada
profissionais técn icos, geral mente por empresas contratadas para este fi m. É impor-
tante verificar se a empresa que vai executar esse t1-abalho uti liza produtos biodegra-
dáveis e com registro no Ministério da Saúde. Após cada limpe-La deve ser colocada
no aparelho de ar condicionado uma etiqueta marcando a data da realiz..<ção, a data
da próxima limpe-La e o nome do técnico que real izou o procedimento.

2.1 OPlano de Gerenciamento de Resíduos do Servi~


de Saúde {PGRSS)
O ambu latório de saúde ocupacional é considerado como um estabelecimento
de saúde, portanto independente da quantidade de resíd uos gerados, deve elaborar
um Plano de Gerencia mento de Resíd uos de Serviço de Saúde (PGRSS) em
conformidade com a Resolução ROC n2 306 de 07 de dezembro de 2004 da Anvisa,
que dispõe sobre o regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos de
serviços de saúde e a Lei n2 4.352, de 30 de junho de 2009, que dispõe sobre o
tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde.
O PGRSS, assim como o PPRA e PCMSO, deve ser um documento dinâmico,
podendo sofrer alterações a qualquer momento devido a mudanças na implantaç.'io,
no monitoramento, na tecnologia, na alteração da estrutura ITsica, nas atividades
desenvolvidas no ambulatório e nas alterações de legislação.
O objetivo do gerenciamento dos RSS é min imizar a produção de resíd uos,
proporcionar aos resíduos gerados um encaminhamento segu ro, de formas
eficientes, visando à proteção dos trabalhadores, preservação da saúde pública,
dos recu rsos naturais e do meio ambiente.
O PGRSS deve ser elab01-ado por um profissional, co m registro ativo no seu
Conselho de Classe, co m apresentação de Anotação de Responsabilidade Técnica
(ART) para exercer a função de responsável pela elaboração, implantação e
manutenção do PGRSS.
O PGRSS deve ser focado nos aspectos intra e extraestabelecimento, indo
desde a geração até a disposição final, incluindo as seguintes etapas:
- Geração;
- Minimização;
- Segregação;

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... Reciclagem;
... Acondicionamento;
... Armazenamento;
... Coleta; 41
... Tratamento;
... Disposição final.

Ge. Realizar um diagnóstico inicial para levantar os tipos, a quantidade e os


locais onde são gerados os resíd uos no amb ulatório de saúde ocupacional. Para
realizar esta etapa, elabore um check-list dos ambiemes existentes no ambulatório.
A classificação dos resíd uos são as seguintes:
""' Grupo A: resíd uos biológicos
""' Grupo B: resíduos químicos
""' Grupo C: rejeitos rad ioativos
""' Grupo D: resíduos comuns
""' Grupo E: resíd uos per furocortantes
A Figura 2.2 representa um modelo para realização desse diagnóstico.

Amblentt Wluo glll1do ~·llllduo Grupo

Re<ep1áo
Papel sulfite Retidagem o
Copo des<art6V1!1 Reddagem o
Sala de audiametria Papelsulfite Retidagem o
len1ol de papel Resíduo <omum o
Consultório médi<o Toalha de papel Resíduo <omum o
Abaixa dor de língua Resíduo biológi<o A
lelliOI de papel Resíduo <omum o
Toalha de papel Resíduo <omum o
Sala de wrativo/suturo/medi<oiÕO Gazes, luvas <Om presença de material biológi<o Resíduo biológi<o A
Agulhas, ampolas, lâminas de bisturi Resíduo perluro<Ortante E
Medi<oções ven<idas/restos Resíduos quími<os B
Figura 2.2 · Ta bela do tipo de resíduogerado em seus respectivos ambientes.

Minimizapío
A min imização dos resíd uos de serviços de saúde está relacionada com os
tipos de produtos uti lizados no ambulatório de saúde ocupacional, portanto
devem-se buscar formas de combater o desperdício.

Normas e Segurarça

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Segregasão
Consiste na separação dos resíduos sólidos, no momento de descartá-los,
imediatamente após a sua geração. Deve ser dada atenção especial para um proce-
42 dimento adequado na segregação dos resíduos de ser viços de saúde, d iminu indo a
quantidade de resíduos contaminados.
Sem uma segregação adequada e no momento da geração, cerca de 70 a
80% dos resíduos gerados em ser viços de saúde que não apresentam risco acabam
potencialmente contaminados, aumentando os custos e impossibilitando sua
reciclagem/reaproveitamento. (RI BEIRO)
Por exemplo, colocar gazes com presença de sangue dentro de um recipien-
te de resíduos comuns, neste momento esse resíduo comum passou agora a resí-
duo biológico.

Reddagem
Consideram-se materiais recicláveis aq ueles cujo destino final é a venda a
terceiros.
As primeiras informações oficiais sobre a coleta seletiva dos resíduos sólidos
foram levantadas pela Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) em 1989,
que iden tificou a existência de 58 programas de coleta seletiva no país. Esse
número cresceu para 451, segundo a P SB de 2000, e para 994, de acordo com a
PNS B de 2008, demonstrando um grande avanço na implementação da coleta
seletiva nos municípios brasileiros. (BRASIL, 2010)

Acondicionamento
Consiste em embalar os resíduos segregados em sacos ou recipientes que
evitem vazamen tos e resistam às ações de punctura, ruptura e vazamento. Os sacos
devem estar em recipientes de material lavável com tampa provida de sistema de
abertu ra sem contato manual, com can tos arredondados e resistentes ao tomba-
mento. A capacidade dos recipientes de acondicionamento deve ser compatível com
a geração de cada tipo de resíd uo, sendo res peitados os limites de peso de cada saco.
,
E necessário estar atento às regras de identificação e classificação dos
resíd uos, bem como às normas específicas de armazenamento. Como:
_, Grupo A: resíd uos biológicos devem ser acondicionados em saco
branco leitoso conforme ABNT BR-9191/ 2000, sendo proibido o
esvaziamento ou reaproveitamento desse tipo de resíduo. Os sacos,
ass im como os recipientes, devem ser identificados pelo símbolo de
substância infectante constan te na NBR-7500 da ABNT.
_, Grupo 8 : resíduos químicos devem ser acondicionados em saco laranja
com identificação conforme ABNT N BR-1 0.004.

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""' Grupo D: resíduos comuns devem ser separados em duas categorias,
sendo orgânico como papel higiênico e restos de alimentos acond icio-
nados em saco preto, e os resíduos recicláveis separados em lixe iras
pelas cores azu l para papéis, vermelho para plásticos, verde para vidros
e amarelo para meta is. O resíduo reciclável deve ser encaminhado à 43
coleta seletiva do município.
""' Grupo E: resíduos perfurocortantes devem ser acond icionados em reci-
pientes próprios conforme NBR 13853 da ABNT. Devem ser identifica-
dos pelo símbolo de substância infectante constante na NBR-7500 da
ABNT.
Os recipientes para descarte de mate-
nats perfurocortantes devem ser instalados
próximo do local de uso, sempre com supor-
tes, cuja altura seja visível à abertu ra para o
descarte do material. Não podem ser coloca-
dos em cima de pias. É preciso respeitar a J
linha que indica o máximo de capacidade do
rectptente, ou seja, 5 em abaixo do bocal,
Figura 2.3 - Instalaçãocorreta docoletor
Figura 2.3. para descarte de perfurocortantes.

Armazenamento
Consiste na guarda dos recipientes de resíduos até a realização da etapa de
coleta externa, em amb iente excl us ivo com acesso facilitado para os veícu los
coletores. Esse local deve ter piso e paredes lisas e laváveis e ser identificado pelo
símbolo de substância infectante constante na N BR-7500 da ABNT.

Coleta
Consiste na remoção dos RSSs do abrigo de resíduos até a unidade de
tratamento e/ou d isposição final. O gestor do PGRSS deve contratar empresa que
possua licença ambiental para executar essa coleta especial. Lembrando que o
ambulatório de saúde ocupacional é corresponsável pela empresa contratada, por
isso deve-se verificar a capacitação dos trabalhadores que vão reali7.ar essa coleta
especial.
Todo estabelecimento gerador de RSS deve pagar a Taxa de Resíduos
Sólidos de Serviços de Saúde (TRSS) para o serviço de coleta, transporte, trata-
mento e destinação final dos RSSs, mesmo que esse ser viço seja realizado por
órgão público.
Os valores da TRSS no estado de São Pau lo foram reajustados em 33,42%,
de acordo com a Instrução Nor mativa SF/SUREM n2 01/2012.

Normas e Segurarça

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São considerados pequenos geradores de RSS os estabelecimentos com
quantidade de geração potencial de até 20 qui logramas de resíduos por dia. Os
grandes geradores de RSS são classificados de acordo com a quantidade de RSS
gerada, sendo:
44
- EGRS 1: Estabelecimentos com quantidade de ge ração de mais de 20 e
até 50 quilogramas de resíduos por dia.
- EGRS 2: Estabelecimentos com quantidade de ge ração de mais de 50 e
até 160 quilogramas de resíduos por dia.
- EGRS 3: Estabelecimentos com quantidade de geração de mais de 160
e até 300 quilogramas de resíduos por dia.
- EGRS 4: Estabelecimentos com quantidade de geraç.'io de mais de 300
e até 650 quilogramas de resíduos por dia.
- EGRS 5: Estabelecimentos com quantidade de geração potencial de
mais de 650 quilogramas de resíduos por dia.
Para que o ambu latório de saúde ocupacional pague a TRSS como pequeno
gerador, deve reali7.ar capacitação de seus geradores de RSS, incl uindo a equi pe
médica, eq uipe de enfermagem, recepcionistas e aux iliar de serviços gerais, para
conscientização e segregação correta dos RSSs.

Tratamento
Consiste na ap licação de método, técnica ou processo que elimine as carac-
terísticas dos r iscos inerentes aos resíduos, reduzindo o risco de con taminação, de
acidentes ocupacionais ou de dano ao ambien te. O tratamento pode ser aplicado
no próprio estabelecimento gerador ou em outro estabelecimento licenciado.

Disposição final dos RSSs


Consiste na disposição de resíduos no solo, previamente preparado para
recebê-los, obedecendo a cri térios técnicos de construção e operação, e co m
licenciamento ambiental de acordo com a Resolução CO AMA n2 237/97.
Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, realizada pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que a quase totalidade dos municípios
brasileiros tem serviço de manejo de resíduos sólidos, não sendo realizada apenas
em duas localidades. Em relação à destinação final dos RSSs, 6 1,1% dos muni-
cípios dispõem seus RSSs em aterros em conjunto com demais resíduos, somente
24,1 % possuem aterros específicos para os RSSs. (BRASIL, 2010)

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2.11 Normas para ambulônda
Não são todas as empresas que possuem ambulância própria para
transporte dos profissionais que sofrem acidente de trabalho ou convalesce m
45
durante a jornada de trabalho. Dependendo do número de trabal hadores ou do
tipo de atividade, não é viável manter um patrimônio com custo alto para
eventuais usos. É mais viável manter convênio com empresa prestado1-a desses
serviços, porém as empresas que possuem essa condução devem se adequar às
normas aplicadas à ambulância como a Portaria CVS-9, de 16/03/ 1994 (Centro de
Vigilância Sanitária), que dispõe sobre as condições ideais de transporte e
atendimento de doentes em ambulâncias.
Quanto à definição, existe ambulância Classe A (Ambu lância de Trans-
porte), destinada ao transporte de pessoas sem risco de vida, e Classe B (Ambulân-
cia de Suporte Básico), destinada ao transporte pré-hospitalar de paciente co m
risco de morte desconhecido. Ainda existem ambulâncias de Classes C, D e E, não
sendo comuns em empresas por se tratar de ambulâncias de UTI com equipe
médica e enfermagem especializada.
As d imensões e outras especificações da ambu lância devem obedecer às
nor mas da ABNT- BR-1 456 1/2000, de julho de 2000 e Portaria n2 8 14/GM de
OI de junho de 200 I.
O condutor desse veículo deve ser treinado em atend imento a primeiros
socorros e quando houver a necessidade do transporte pré-hospitalar de um
acidentado mais g•-ave, a equipe de enfermagem deve acompan har esse transporte.
As ambulâncias precisam de instalações como sinalizador opticoacústico,
maca com rodas, suporte para soro, instalações de rede de oxigênio com cilindro,
vá lvu la, manômetro de fácil visualização, régua co m dup la saída, sendo a primeira
com nuxômetro e umid ificador de oxigênio e a segunda para asp irador.
A maleta de primeiros socOJTOS deve conter um estetoscópio e esfigmo-
manômetro aneroide, ressuscitador manual (ambu), cân ulas orofaringeas de taman ho
variado, la1·ingoscópio, pares de luvas descartáveis, tesoura reta com ponta romba,
esparadrapo, atadu1-as de 15 em, compress.cu cirúrgic.u estéreis, pacote de gaze estéri l,
cateter para oxigenação e máscara com reservató1·io, sonda de aspiração, talas pa1-a
imobilização grande, média e pequena, conjunto de colar cervical pequeno, méd io e
grande, kit para parto contendo luva cirúrgica, clamp umbilical, tesoura esté1·il, &-<co
plástico para placenta, absorvente higiênico grande, cobertor ou similar para envolver
recém-nascidos, compressas cirúrgicas estéreis, pacotes de gaze estéril e um bracelete
de identificaç,'io, ass im como os EPls pa1-a segurança do soco1Tista como luvas de
procedimento, máscara descartável, óculos de segurança com ampla visão e avental.

Normas e Segurarça

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Umpeza das ambul6ndas
Conforme a portaria CVS-9, o interior da ambulância, assim como os
eq uipamentos, deve ser mantido limpo e sub metido ao processo de desinfecção.
46 Aconselha-se o uso de material descartável. Deve ser realizada limpe-La interna
d iária com álcoo l a 70% friccionando três vezes na maca, régua de oxigênio,
bancos, ar mários, e a cada funcionário transportado deve ser feita limpeza da
maca co m álcool a 70% friccionando três vezes e troca do lençol de papel.
O umidificador de oxigênio deve estar sempre limpo e seco e junto com ele
deve ser colocado um frasco de água destilada. Após seu uso deve ser limpo e seco;
não deixá-lo com água. O chão deve ser lavado com água e sabão, o cesto de lixo
deve ter tampa e acionamento de pedal e saco plástico branco leitoso. Deve ser
colocada caixa pequena de descartex para material perfurocortante.

Procedimento para limpeza da ambul6nàa com presença de matéria org6nica


Quando ocor rer o transporte de vítimas de acidente de trabalho com
presença de sangue ou outro tipo de maté1·ia orgânica, deve-se remover a matéria
orgânica com auxílio do papel toalha ou pano, desprezando em lixe ira de resíduo
infectante; lavar o local com água e sabão e secar; apl icar o desinfetante (hipoclo-
rito de sódio a I%) e deixar agi r por dez minutos, após lavar com água e sabão e
secar. E' necessário o uso dos equ ipamentos de proteção indiv idua l para realização
da limpeza.

2.12 Segurança no desempenho das tarefas


de enfermagem do trabalho
Nesta parte vamos tratar da segurança no desempenho das tarefas de
enfermage m do trabalho dentro do ambulatório de uma empresa.
Diferente da área hospitalar atendem-se clientes mais "saudáveis" e muitas
vezes conhecidos de muito tempo, pois eles estão no ambulatório porque foram
convocados para rea lizar exames médicos ocupacionais ou são candidatos a uma
vaga na empresa, portanto crê-se que não possuam doenças nem estejam com
sintomas de nenhuma doença.
Quando OCOJTe algum acidente do trabalho dentro da empresa, esses traba-
lhadores se d i1·igem ou são encaminhados ao ambulatório e muitas vezes o profis-
sional de enfermagem se esquece da sua segurança e das medidas de sua proteção
para atender esses acidentados.

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2.12.1 Biossegurança
Para tratarmos de segurança na área d e enfermagem do trabal ho, vamos
definir biossegurança: "é o wnjunLo de ações voltat.las pam a prevenção, minimização 01t
eliminação de 1iscos inerentes às alividat.les de pesquisa, pmduçâo, insumo, desenvolvimento 47
tecnológico e prestação de serviços, visando à saúde do homem, dos animais, à preservação
do meio ambiente e à qualidade dos 1·eszdtat.los". (TEIX EIRA e VALLE, 1996)

Oassificoção dos riscos de acidente com material biológico


""' Riscos p rimários: é a própria fonte de risco, por exemplo, material
perfurocortante (agulha, lâmina de bisturi), resíduos sólidos de ser viço
de saúde.
""' Riscos secundários : é onde atua a biossegurança, pois os riscos secun-
dários são a próp ria fonte de risco associada à condição insegu ra como
o não uso de luvas d e procedimento em contato com sangue ou em
punção venosa, reencapamento d e agulhas utilizadas, descarte inade-
quado do material per fu rocortante.
Quando se fala de acidente ocupacional com material perfurocortante, é
preciso lembrar que as principais doenças de transmissão sanguínea adqu iridas
por esses ferimentos perfurocortantes são: hepatite B, hepatite C e Aids. Apesar
de qua lquer fluido orgânico que contenha sangue, secreção vaginal e sêmen
serem materiais biológicos envolvidos na transmissão do HI V, a transmissão
ocupacional do H I V para profissionais de saúde só foi documentada, até o
momento, para exposição qu e envolve sangue.

Soroconversõo entre profissionais de saúde


Desde o início da epidemia da Aids no Brasil, em 1981, os profissionais da
área da saúde passaram a ficar expostos a essa nova doença transm itida pelo
sangue. Quando se confir ma um acidente ocupacional com material perfu rocor-
ta tlte, temos d e lembrar da soroconversão, que é quando o profissional no mo-
mento do acidente apresentava sorologia anti-HI V não reativa e d urante os seis
meses (para hepatite B e H IV) ou doze meses (para hepatite C) de acompa-
nhamento é evidenciada uma sorologia reativa. O intervalo entre a exposição e a
soroconversão varia em méd ia de dois a quatro meses. (RAPPARIN E et ai., 2004)
O risco de um profissional de saúde se comaminar com vírus da hepatite B
é aproximadamente cem vezes maior do que o risco de soroconversão pelo H I V e
dez vezes maior do qu e o risco para o vír us da hepatite C. Somente a hepatite B
possui vacinação, portanto o esquema de vacinação pré-exposição está indicado
para todos os profissionais da área da saúde. A vacina é extremamente eficaz (90 a
95% de resposta vacina! em adultos). Recomenda-se o esq uema de três doses nos
inter valos de 30 e 180 d ias.

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Um a dois meses após o término do esquema vacinal deve-se realizar o teste
sorológico anti-HBs para confirmação da presença de anticorpo protetor (título
acima de 10 mU I/ml). Se não im unizado, deve ser realizada a revacinação. Não é
recomendada dose de reforço após o esq uema vacinal completo e teste sorológico
48 reagente. Essa sorologia incl usive passou a ser obrigatória conforme a NR32.
Em 199 1, nos Estados Un idos, foi estimada a ocorrência anual de 8.700
infecções com 200 mortes pelo vír us da hepatite B por acidente de traba lho entre
profissionais de saúde. Após a implementação de rotina da vacinação contra
hepatite B entre os profissionais de saúde, este número vem caindo e em 1995
chegou a 400 casos de infecção.

Precauções padrão ou universais


T rabal hando em ambulatórios, os profissionais de enfermagem do trabalho
devem lembrar sempre dessas precauções universais que foram implementadas
em 1987 após a epidemia da Aids. Antes era somente preconizado o uso dos EP!s
como luvas de procedimentos para punção venosa apenas em pacientes com
doenças confirmadas.
Essas precauções referem-se à necessidade de prevenção na assistência a todo
e qualquer indivíduo, independente da suspeita ou diagnóstico de infecções que
possam ser transmitidas pelo sangue. É recomendável:
_, Manipular cuidadosamente os instrumentos perfurocortantes conta-
minados.
_, Evitar o reencapamento de agulha; se for necessário, utilizar a técnica
de pescagem.
_, Evitar a desconexão da agu lha da seringa.
_, Utilizar coletor resistente para descarte dos materiais perfurocortantes
conforme a BR-13853/ 1997, Coletores para RSS (Resíduos de Ser viço
de Saúde) Perfurantes e Cortantes.
_, Uso de luvas, aventais, máscara, óculos de proteção quando do atendi-
mento de vítimas de acidentes do trabalho com presença de sangue,
ver ificando o tipo de exposição para o uso dos EPls adequados.
_, Realizar higienização das mãos sempre que retirar as luvas.

Equipamento de profe9io individual (EPI) no ambulatório de sa6de otUpadonal


São todos os dispositivos de uso individ ual destinados a proteger a imegridade
fisica do trabalhador, incluindo luvas, protetores oculares ou faciais, protetores
resp iratórios, aventais e proteção para os membros inferiores.

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O uso de luvas infl uencia de maneira diferenciada na exposiçáo, envol-
vendo agu lhas com ou sem l(unen.
Mais de 50% do sangue efetivamente são retirados das agulhas com lúmen e
mais de 80% quando as agulhas sáo sem lúmen (agulha de sutura).
49
O uso de d uas luvas reduz ainda mais a quantidade de sangue transferida
pelos dois tipos de agulha, portanto preconiza-se o uso de duas luvas em situações
com alto risco de exposição, por exemplo, atend imento a politraumatizado, ou
seja, acidente de trabal ho grave em que há exposição grande de sangue.
(RAPPAIU NE et ai., 2004)

Equipamento de ProtÇo Individual segundo oprocedimento de


enfermagem a ser realizado

ProcdilniOS Alllllal Ó!ulose.-.a


l.uwas
desarl6w.l
Sem contato com material biológico, mucosa ou pele íntegra . . .
Contato10m sangue, Huidos corporais, mucosa ou pele nóo íntegro X . .
Coleta de sangue comseringa ouescalpe X . .
Coleta de sangue no sistema vowtainer X . .
Realizasóo de curativos {' ) . {")
Punsóo venosa periférica X . .
Atendimentoo acidente de trabalho com vítimas de politroumatismo X X X
limpeza mecânico de inS1rumentois X X X
Oiluisõo de produtos químicos X . {'")
{' ) Utilizasão de luvas se nãofor possível o reolizosõo com uso de inSirumentais.
{") Utilizar móS<oro quando houver odor muitoforte, e óculos em caso de possível rompimento de vasos.
{' ") Utilizar móS<aro de carvãoativado somente nocaso de diluisõode giU!oroldeído.

Plano de Prevanção de Riscos de Acidentes com Materiais Perfurocortantes


O Min istér io Trabalho e Emprego publicou a Portaria MTE n2 1748, de 30
de agosto de 2011, criada para substituir o subi tem 32.2.4. 16 da Norma
Regu lamentadora NR32, tendo como base a elaboraçáo e a implementaçáo de um
Plano de Prevenção de Riscos de Acidentes com Mater iais Per furocortantes, por
meio da adoçáo de med idas de controle para a prevenção de acidentes com
materiais per furocortantes, como substituiçáo do uso de agu lhas e de outros
perfurocortantes e uso de material perfurocortante com dispositivo de segu rança.
Uma análise dos acidentes de trabalho ocorridos e das situações de r isco
com material perfurocortante deve ser realizada para estabelecer as prioridades
das ações.

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A capacitação dos trabalhadores envolvidos com o r isco de acidente com
material perfu rocortante deve ser comprovada por meio de documentos, que
devem possuir informações como data, horário, carga horária, conteúdo min istra-
do, o nome e a formação ou capacitação profissional do instrutor e dos traba lha-
50 dores envolvidos. Essa portaria cita que as empresas que produzem ou comer--
cializam mater iais perfurocortantes devem dispon ibilizar capacitação sobre a
correta uti lização do dispos itivo de segurança aos traba lhadores da área da saúde.

Procedimentos com os coletores de materiais perfurocortontes


Não é muito d ifícil encontrar ambulatórios de empresas que não possuem
coletores corretos par-a o descarte de mater iais perfurocortantes, e quando pos-
suem, o profissional de enfermagem do trabalho se esquece de alguns deta lhes
que tornam o setor propício para ocorrência de um acideme ocupacional com
per furocortante como:
-+ Coletores cheios acima do limite permitido (linha de identificação no
coletor).
-+ Agu lhas e outros mater iais per fu rocortantes projetados for-a do coletor.
-+ Montagem incorreta dos coletores, não seguindo as instruções forne-
cidas pelo fabr icante (instr uções da embalagem).
-+ Localização inadequada do coletor como: no chão, longe do local de uso,
em cima de pias ou lixeiras, em suportes sem visão do bocal de abertura.
-+ Coletores pequenos ou em número ins uficiente para o departamemo.
-+ Descarte incorreto com desconexão da agulha da seringa ou reenca-
peamento da agu lha.
-+ Todos os materiais perfurocortantes devem ser desprezados em coleto-
res rigidos, independente de util izados ou não.

Procedimentos em acidente que envolve material biológico


a) Cuidados na pós-exposição de acideme com mater ial biológico
Devemos sempre prevenir o acidente de trabalho, mas se ocorTer um
acidente ocupacional com material biológico, devemos:
-+ Lavar o local exposto imed iatamente:
Pele: usar água e sabão
Mucosa: usar água e sabão
Olho: usar solução salina - soro fisio lógico
Não usar álcoo l ou realizar abrasões (esfregar, raspar o local)

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- Avisar a chefia imediata para abertu ra da Com unicação Acidente
de T rabal ho (CAT), encaminhar-se ao centro de referência mais
próximo que atenda esse tipo de ocorrência, de preferência nas
duas prime iras horas após a exposição.
51
- Solicitar ao paciente fonte (que pode ser um trabal hador da empresa
ou candidato à vaga) uma autorização para coleta de sangue para
exames anti-HIV, hepatite B, hepatite C; encaminhar-se com as
amostras ao centro de referência.
- Procu rar manter atualizados o endereço e o telefone de contato do
centro de referência para atendimento nesse tipo de acidente.
b) Profilaxia da pós-exposição de acidente com material biológico
É ind icada após avaliação do centro de referência e nos casos em que
for constatado que o cliente fonte é portador de hepatite B, hepatite C
ou HI V.
A profilaxia deve ser realizada preferivelmeme nas primeiras d uas horas
após a exposição até 36 horas após a exposição; essa profilaxia é mantida
num pe•·íodo de 28 dias. ão é indicada a realização da profilaxia após
sete dias transcorridos da exposição. O acompan hamento do profis-
sional de saúde exposto é de seis a 12 meses após a exposição.
Realiza-se teste anti-H! V, anti-hepatite B e ami-hepatite C ao acidentado
no dia em que ocorreu o acidente, após seis semanas do acidente, após três
meses do acidente e após seis meses do acidente, e para hepatite C ainda
se realiza após doze meses do acidente.
A gamaglobulina hiperimune para hepatite B fornece imun idade de três
a seis meses após a adm inistraç,'io, havendo maior eficácia na profilaxia
pós-exposição se for realizada dentro das 24 horas após o acidente.
Segu ndo a NR32, esses procedimentos de pós-exposição ao material
biológico devem estar descritos no Programa de Controle Médico de
Saúde Ocupacional (PCMSO) da empresa.
A Portaria n2 777GM, de 28 de abril de 2004, que dispõe sobre os pro-
cedimentos técn icos para a notificação compulsória de agravos à saúde
do trabalhador em rede de serviços sentinela específica no sistema
único de saúde, em seu artigo I2 cita os acidentes com exposição a
material biológico como um agravo de notificação comp ulsória.
O acidente com exposição a material biológico relacionado ao traba lho
faz parte da lista de agravos relacionados ao trabal ho constantes no
anexo I li da Portaria GM/ MS n2 I04, de 25 de janeiro de 20 11.
Portanto é de otificação Compu lsória em Unidades Sentine las em
todo terr itório nacional.

Normas e Segurarça

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Para reflexão: A prevenção de acidentes ocupacionais com material perfurocortante na area
da enfermagem do trabalho se faz com a adoção das medidas de biossegurança, não se
esquecendo de que amizade e trabalho são coisas distintas.

52
2.13 Implantação do programa SS ou housekeeping
no ambulatório de saúde ocupacional
O ambu latório de saúde ocupacional geralmente tem um espaço red uzido
na empresa, portanto o programa 5S é ferramenta importante para organi7~'lr esse
espaço e tornar o desenvolvimento das atividades de enfermagem do trabalho
mais prático.
O programa 5S foi desenvolvido no Japão por Kaoru Ishikawa, em 1950,
com intu ito de organizar as fábricas. A denom inação 5S é devido às cinco palavras
iniciadas pela letra "S", quando pronunciadas em japonês, ou seja, SEl RI (utili-
zaçáo), SE !TO (ordenaç,'io), SE ISO (limpeza), SEI KETSU (saúde e segurança) e
SH ITSU KE (autodisciplina).

2.13.1 Senso de utilização


Certificar se tudo que está no ambulatório é realmente necessário, que náo
existem eq uipamentos ou mater iais que não se utilizam mais ou objetos que
podem ser descartados.
Vantagens desse senso:
-> Liberação de utensílios, eq uipamentos e documentos desnecessários.
-> Redução do tempo de procu ra; mel hor visualização do local de traba lho.

2.13.2 Senso de ordenação


Ordene seu local de trabalho para reduzir o tempo à procu1-a de materiais.
A identificação dos materiais armazenados em gavetas, armár ios é fundamental
para agi lidade na h01-a de procurar. Armazene os materiais uti lizando cr itério de
uso.
Vantagens desse senso:
-> Rap idez e faci lidade na busca de documentos e objetos.
-> Redução da perda de tempo.
-> Controle do uso de eq uipamentos e documentos necessár ios.

Enfermagem do Trabalho ·Programas, Procedimentos e Técnicas

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2.13.3 Senso de limpeza
Deve-se manter sempre a ordem e limpeza do local de trabal ho após cada
procedimento realizado. A limpeza diária dos equipamentos é uma forma de
inspeção, pois possibilita a identificação de defeitos que devem ser encaminhados 53
à manutenção. Padronize a limpe'l.a e materiais a serem utilizados para limpeza,
lembrando que os prod utos de limpeza para área ambulatorial devem ter
certificados do Ministério da Saúde; identifiq ue lixeira com resíduos biológicos
(símbolo 6.2 de infectante) e lixeiras de resíd uos comuns.
Vantagens desse senso:
-+ Higiene no local de trabalho.
-+ Eliminação de des perdícios.
-+ Satisfação de quem executa.

2.13.4 Senso de saúde e seguran91


Seguir protocolos padronizados para desempenho da enfermagem do
trabalho, como, por exemplo, protocolos de desinfecção e este1·ilização de mate-
riais, protocolos para execução de curativos.
Vantagens desse senso:
-+ Melhor ia do ambien te de traba lho.
-+ Con trole ou eliminação dos acidentes de trabalho.
-+ Condições de trabalho favoráveis à saúde.

2.135 Senso de autodisdplina


Para a enfermagem do trabal ho o senso de autodisciplina é estar sempre
atual izado com novas técnicas de enfermagem, adequar-se a novas legislações,
realizar os procedimentos corretamente, atendendo aos protocolos estabelecidos,
util izar eq uipamen tos de proteção individ ual adequadamente de forma natural e
rotineira, cr iando bons hábitos, num processo de repetição e prática.
Vantagens desse senso:
-+ Cumprimento natural dos protocolos estabelecidos.
-+ Disciplina, mora l e ética.
-+ Cultivo de bons hábitos.
É importante salientar que as empresas buscam certificações de qualidade e
dentro dessas exigências para a certificação, o programa 5S ou housekeeping é fer-
ramenta indispensável. O profissional de enfermagem deve participar ativamente
desse programa dentro da empresa e fazer parte de equipes de aud itores internos
em programa 5S.

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2.14 Acessibilidade
Leis da Cota
54 A Lei n2 8.213, de 24 de julho de 1991 determ ina a contratação de deficientes
ou beneficiários reabilitados pelo I SS nas empresas, sendo obrigatório em empre-
sas acima de I00 funcioná1·ios na segui me proporção:
-> até 200 funcionários 2%;
-> de 20 I a 500 funcionários 3%;
-> de 50 I a I 000 funcionários 4%;
-> de I 00 I em diante funcionários 5%.
Com isso o ambulatório de saúde ocupacional, ass im como os setores da
empresa, deve estar preparado para a acessibi lidade desses trabalhadores.
A AB T N BR 9050:2004 que trata da acessibilidade a edificações, mobiliário,
espaços e equipamentos urbanos determina o dimens ionamento de corredores,
portas, sanitários, bebedou ros, balcões, entre outros espaços para uso dos PNE.
-> Corredores: as largu ras mínimas para corredores são 0,90 m para
corredores de uso comum com extensão até 4,00 m e I ,20 m para cor-
redores de uso comum com extensão até I 0,00 m; e I ,50 m para
corredores com extensão superior a I0,00 m.
-> Portas: as portas, inclusive de elevadores, devem ter um vão livre mínimo
de 0,80 m e altu ra mínima de 2, I O m. Em porL<u de duas ou mais folhas,
pelo menos uma delas deve ter o vão livre de 0,80 m. Devendo ter con-
dições de serem abertas com um ún ico movimento e suas maçanetas de-
vem ser do tipo alavanca, instaladas a uma altu ra entre 0,90 me I, I O m.
-> As portas de correr devem possuir os trilhos ou as guias inferiores
niveladas com a super fície do p iso e as frestas devem ter largu ra de no
máximo 15 mm.
-> Bebedouros: o bebedou ro acessível deve poss uir altura livre inferior de
no mínimo 0,73 m do piso. O acionamento de bebedou ros, ass im como
o manuseio dos copos, deve estar posicionado na altu ra entre 0,80 m e
I ,20 m do piso, permitindo a aproximação lateral de um cadeirante.
-> Assentos lixos: na área da recepção do ambulatório de saúde ocupa-
cional devem ser garantidos espaços livres em pelo menos 5% do total de
assentos fixos, e esses espaços livres não podem interfe•·ir na faixa livre
de circulação. Lembrando que devem ter assemos acessíveis para obesos.
-> Balcões na recepção: uma parte da superfície do balcão deve possui r
extensão de no mínimo 0,90 m e ter altu ra de no máx imo 0,90 m do
piso, devendo ser garantido um posicionado para a aproximação fron-
tal ao balcão.

Enfermagem do Trabalho · Programas, Procedimentos e Técnicas

Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
""' Sanitários: devem localizar-se em rotas acessíveis, próximos à circulação
principal, preferencialmente próximos ou integrados às demais instala-
ções sanitárias, devendo ser sinalizados conforme a Figura 2.1. Todas
as barras de apoio uti lizadas em sanitários e vestiários devem suporLar
a resistência a um esforço mínimo de I ,5 KN em qualquer sentido, ter 55
diâmetro entre 3 em e 4,5 em e estar firmemente fixadas em paredes
ou divisórias conforme a Figura 2.2.
""' As bacias sanil.árias devem estar a uma altura entre 43 em e 45 em do
piso acabado, medidas a partir da borda superior, sem o assento. O
acionamento da descarga deve estar a uma altura de um metro do seu
eixo ao piso acabado, e ser preferencialmeme do tipo alavanca ou com
mecanismos automáticos. O Iavató1·io deve ser suspenso, ter sua borda
supe•·ior a uma altura de 78 em a 80 em do piso acabado, e sob o lava-
tó•·io não deve haver elementos com superfícies cortantes ou abrasivas.
""' Os mictórios suspensos devem estar localizados a uma aitu ra de 60 em
a 65 em da borda frontal ao piso acabado e o acionamento da descarga
deve estar a uma altu ra de um metro do piso acabado.
""' As papeleiras embutidas ou que avancem até IO em em relação à pare-
de devem estar localizadas a uma altura de 50 em a 60 em do piso aca-
bado e a distância máxima de 15 em da borda fronta l da bacia.

Figura 2.3 ·Placa de sinalização de sanitários para PNE.

Figura 2.4 ·Barra de apoioem sanitáriopara PNE.

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2.15 Sustentabilidade -como implantar no
ambulatório de saúde ocupacional
56 O termo "sustentável" provém do latim sustenta·re (sustentar; defender; favo-
recer, apoiar; conservar, cuidar).
Sustentabilidade é um tenno usado para definir ações e atividades humanas
que visam suprir as necess idades atuais dos seres humanos, sem comprometer o
futuro das próximas gerações. Está d iretamente relacionada ao desenvolvimento
econõmico e material sem agredir o meio ambiente, usando os recu rsos natu rais de
forma inteligente para qu e eles se mantenham no futuro. (V lLAÇA e OLI VE IRA)
O conceito de sustentabilidade começou a ser del ineado na Conferência das
Nações Unidas sobre o Meio Ambiente H umano, rea lizada em Estocolmo, em
1972. Foi a pr imeira conferência das Nações Un idas sobre o meio ambiente e a
primeira grande re união internacional para discutir as atividades humanas em
relação ao meio ambiente.
Muitas empresas estabelecem um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) com
certificação da ISO 1400 I. Para isso ela deve implantar a SGA na empresa como
um todo, fazendo parte da empresa o ambulatório de saúde ocupacional.
Segundo Vilaça e Oliveira, um Programa Ambiental na área da saúde
destaca seis aspectos de controle como:
_, Redução do consumo de água;
_, Redução do consumo de papel;
_, Redução do consumo de energia;
_, Controle de bactérias multirresistentes;
_, Destinação adeq uada dos resíd uos sólidos;
_, Destinaç,'io adeq uada dos resíd uos de ser viço de saúde (RSS).
Para implantação de um Programa Ambiental no ambulató1·io de saúde ocu-
pacional, devemos controlar esses seis aspectos. Descrevemos, portanto, procedi-
mentos para que o ambulatório de saúde ocupacional seja um local sustentável.

Radu9io do consumo de ógua


Para reduzir o consumo de água, é indispensável garanLir que os equipamentos
hidráulicos insL<1.lados no ambulatório de saúde ocupacional estejam em perfeito
funcionamento, pois o desperdício mensal de água de uma torneira com vazamento
contin uo poderia abastecer o gasto de água mensal de uma pessoa, que é de 6 mil
litros. Outra preocupação é a d ispersão do jato d'água das torneiras, pois 12% ,ou seja,
1,5 litros de água são desperd içados em dois minutos de uso. (RIBEIRO)

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Para reduzir o consumo de água das torne iras e cumprindo a NR32, é
preciso instalar em todo o ambulatório de saúde ocupacional torne iras com acio-
namento automático CLtio gasto de água é consideravelmente menor comparado às
torneiras com abertura mecân ica, pois enquanto realizam-se as f1·icções para
higienização das mãos, a torneira per manece fechada. 57
Outro ponto a ser observado para reduzir o consumo de água do ambula-
tório de saúde ocupacional são as louças sanitárias. As bacias mais antigas têm
gasto maior do volume de água, portanto a substitu ição de louças antigas pelas
atuais pode reduzir significativamente o consumo de água. Existem no mercado
vá lvu las de descarga automática para mictó1·ios, bacia sanitária com caixa acoplada
de acionamento duplo de três a seis litros.

Radupjo do consumo de papel


O uso de papel reciclável é uma boa medida de redução de consumo, pois
reduz a necessidade de recursos naturais, gera uma economia no consumo de
energia e água, pois o papel reciclável reutil iza as fibras celulósica existentes, evitando
o uso de processos quím icos ou mecânicos para a sua obtenção.
Não existe legislação no Brasi l que proíba o uso de papel reciclável para
impressão de documentos, portanto pode ser util izado o papel reciclado para
a impressão do Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) ao trabalhador após a
realização dos exames médicos ocupacionais. É importante adqu ir ir papel recicla-
do de boa qual idade.
Algumas med idas para reduzir o consumo de papel são:
-> Imprimir somente o necessá1·io. As comunicações sempre que possível
devem ser enviadas por e-mail, evitando a impressão em papel.
-> Uti lize os modos de impressão de frente e verso da folha que reduzem de
imediato em 50% o uso de papel. Além da economia de papel, eles redu-
zem gastos com a compra de pastas e com espaço para armazenamento.
-> Reaproveitar as folhas utilizadas de um só lado e fazer blocos de
anotações.
-> Guardar arqu ivos em forma de CDs ou em pen dr ives em vez de mantê-
-los em versões impressas.
-> O prontuár io eletrônico é a maneira mais eficiente de reduzir uso de
papel, assim como facilita o arqu ivamento.

Radupjo do consumo de energia


A Agência Internacional de Energia desenvolveu, em 2007, um documento
com recomendações de políticas energéticas para os países implementarem e
reduzir a emissão de gás carbônico no mundo em 20% por ano até 2030. Após a

Normas e Segurarça

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publicação dessas recomendações, alguns países, como Estados Unidos, Austrália,
Argentina e os países integrantes da Un ião Europeia, estabeleceram um cronogra-
ma para retirar as lâmpadas incandescentes de seus mercados. No Brasil essa polí-
tica energética foi regu lamentada pela Portaria l nterministerial n2 1.007 de 20 IO e
58 estabelece um cronograma de implementação que deter mina em banir até 2016 o
uso de lâmpadas incandescentes do mercado por faixa de potência, com o objetivo
p•·incipal de reduzir a emissão de gás carbônico da atmosfera. (BASTOS, 20 l i )
As lâmpadas incandescentes gastam mais energia e duram menos, cerca de
mil horas de uso, enquanto as lâmpadas fluorescentes compactas, flu orescen tes
tub ulares, ha lógenas e LED economizam cerca de 80% de energia e têm du rabi-
lidade de até I O mil horas de uso. Além d isso, as lâmpadas fluorescentes produ-
zem 70% menos calor , o que faz diminu ir a necess idade de usar aparelho de ar
condicionado e ventilador no ambiente.
Deve-se realizar a substituição das lâmpadas incandescentes do amb ulatório
de saúde ocupacional por lâmpadas fluorescentes, porém va le lembrar que para
haver red ução no consumo de energia com a substituição, é preciso adqui rir
lâmpadas com selo Procel IN METRO, que indica que o produto foi ap rovado em
ensaios nos laboratórios de referência indicados pelo lNMETRO, de acordo com
padrões de eficiência energética estabelecidos pelo Programa Nacional de Conser-
vação de Energia Elétrica (Procel).
Já existem no mercado lâmpadas halógenas dicroicas MR I6 Advanced Rear
da linha Parathom que não possuem merc(u·io em sua composição. Elas con-
somem 90% menos energia, não emitem raios UV e infravermelho e têm uma
vida útil de 25 anos. (ARAIA, 20 12)
Vale lemb rar que um bom programa de iluminação natural para o
ambu lató rio de saúde ocupacional é mais indicado para a redução do consumo de
energia. A engen haria de segurança do trabalho deve ava liar o local, realizando
medição quamitativa do ambiente e propondo possíveis mudanças como aberturas
de janelas ou ela rabo ias para entrada da luz natural.
Outro fator fundamental é quanto à aquisição de equipamentos e materiais
para uso no ambulató1·io de saúde ocupacional que tenham a identificação de
reciclabilidade, economicidade energética e possibilidade de reutilização.
Quanto ao item economicamente energético, deve-se prever a aqu isição de
equipamentos com Selo Procel que indica que o produto foi submetido a ensaios espe-
cíficos em laboratório idôneo, indicado pelo Procel. Os equipamentos elét1·icos como
ref•·igeradores, aparelhos de ar condicionado, televis.c'io s.c'io alguns que têm o Selo
Procel. A Figura 2.5 representa o modelo do Selo Procel pa1t1 equipamentos elétricos.
Existem também selos que indicam o consumo de combustível para veícu los
leves, Figu ra 2.6, lembrando que o ambulatório de saúde ocupacional que tiver
projeto de aqu isição de amb ulância, deve observar esse selo antes de adquiri r

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uma. O combustível fóssi l em tte mats gases poluentes do que o co mbustível
renovável co mo álcoo l e biodiesel.

·-
Energia
....
(EI6lltCI )
---
..,_....,.
"""'
Indica o tipo de equipamento
Indica o nome do fabricante 59
......
--
,
.............
••
"""""
--
Indica a marca comercial ou logomarca

Indica o modelo/tensão

~ - A letra indica a eficiênd e


energética do equipamento/
Veja a tabela correspondente na
coluna ao lado

-----..;;;;;.,;.•........--rmr----,.,......
CONSUMO DE ENERGIA (I<WIIImes)
~"""";;;;;;;•;;-;;; ~
XY,Z ~ Indica o consumo de energia,
em KWh/mês

_ _____
.__. e nmer-.• o t •11
.. ... _
r....,...,.......,rc• CE::l ~
... ......,..._...................
.._..._ __.

·- -:-:.-:=.-:.-
~-~·
{ PROCEL
·--·-
I

Figura 2.5 • Modelodo Selo Procel. (Fonte: Etiqueta de Elic.iência Energética do Programa
Bra.sileirode Etiquetagem disponível em hnp://www.inmetro.gov.br/consumidor/etiquetas.asp)

._
.... _
Energia (CombuS1Jvel l
.. -·-
__
2009
.__...
....__
--
,..,,......
(Nome/Logo)

~ ( ddO ""'*-. 8 ,7 9,8

_..
EQadf c~I'Odo·'*'O) 10 1 11 3
...,.._.c._
.,_._..,._. .....,_. __ .,.;,.
.,____
. . . , ....... ·:·c.---- · ..
...
_ _
conpet -·-----------
____...._,_..........__..........
~'4Nll_

............. . ...........-.........
INMV'JIIO
• VlllorM •
.-........ _ . . , . _ . . . , _ . . . _ . . . _ - ..... ,.,..,
_.._·~·· · t _..... ........................ _ . , ... .....

-· ·--·-·-
'"" ~

Figura 2.6 · Etiqueta para veículos leves. (Fonte: Etiqueta para veículos leves do Programa Brasileiro
de Etiquetagem disponível em hnp://www.inmetro.gov.br/consumidor/etiquetas.asp)

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Controle de bodérios multirresistentes
No ambulatório de saúde ocupacional este item não se torna relevante, pois
o atend imento muitas vezes não envolve clientes infectados que necessitam de
60 tratamento com antibioticoterap ia. É de suma importância o procedimento para
desinfecção e esterilização de instrumentais e a desinfecção e limpeza do amb ula-
tório em geral, pois trata-se de uma área com risco biológico que envolve presença
de material biológico co mo sangue, devendo seguir procedimentos para desinfec-
ção e esterilização e a capacitação dos trabalhadores envolvidos nesses procedi-
mentos.

Destin~ adequada dos resfduos sólidos


A organ i1.ação como um todo deve instituir um Plano de Gerenciamento
dos Resíduos Sólidos (PGRS) previsto pela Política Nacional de Resíduos Sólidos
através da Lei n2 12.305/2010. Nesses PGRSs são incluídas ações preventivas e cor-
retivas em situações de gerencia mento incorreto ou acidentes co m resíd uos sólidos
gerados, e também metas e procedimentos relacionados à minim ização da geração
desses resíd uos sólidos, assim como a reutilizaç.'io, reciclagem e o consumo de
produtos de1·ivados de materiais recicláveis.
Outro ponto da Política Nacional de Resíd uos Sólidos e a implementação do
sistema de logística reversa de produtos com resíduos perigosos, como embalagens
de agrotóxicos, pilha, baterias, pneus, óleos lubrificantes se us resíduos e embala-
gens, lâmpadas Ouorescentes de vapor de sódio e mercú rio e produtos eletroele-
trônicos e seus componentes.
Portanto, o ambulatório de saúde ocupacional, fazendo parte da organização,
deve participar do Plano de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos (PGRS) dessa
organização, descrevendo procedimentos para descarte correto dos resíduos peri-
gosos utilizados no ambulatório, como pilhas, bate1·ias e as lâmpadas Ouorescentes.
Deve participar também do programa de reciclagem, separando os resíduos
gerados no ambulató1·io a serem reciclados, como papel, papelão, plásticos, vidros e
metais. Implantar também programa de coleta de cartuchos e tonner utilizados no
amb ulatório.
Os med icamentos vencidos devem ser descartados conforme orientações da
vigi lância sanitár ia de cada município, até que seja instituída uma norma para o
descarte correto dos med ica mentos vencidos e/ou uma logística reversa.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa, através do Decreto
n2 7.404/20 IO, ve m discutindo o assunto, porém cabe salientar que as sobras de
medicamentos no ambulatório de saúde ocupacional ocorrem quando o geren-
ciamento de estoque de medicamentos, por parte da eq uipe de enfer magem, for

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deficiente, assim co mo o armazenamento e a distribuição de amostras grátis
oco rrerem sem controle pela equipe médica.
Para melhor co ntrole dos medicamentos dentro do ambulatório de saúde
oc upacional, a equipe d e enfermage m do trabalho d eve : 61
""' Controlar os estoqu es de medicamentos quanto ao número de medica-
mentos no estoqu e, assim co mo organização deles, colocand o sempre
em uso os medicamentos com prazo de validade próximo do ve nci-
mento, d iminuindo desta forma o desperdício.
""' o ato da compra ver ificar a validade d os medicamentos adqu iridos,
não aceitando medicam entos com prazo de vencimento próximo ao da
realização da co mpra, ou seja, comprar med icamentos que vão vencer
em dois meses.
""' Manter nas instituições hos pitalares vínculos para possíveis trocas de
med icamentos, principalmente os med icamentos de uso em emer-
gência, que em outra instituição hos pitalar o uso é maior que no
ambulatór io de saúde ocupacional.
""' Desc reve r e capacitar profissionais de enfermage m quanto aos procedi-
mentos para descarte dos medicamentos vencidos.
A Resolução - ROC n2 15 de 15 de março de 20 12, qu e dispõe sobre boas
práticas para o processamento de produtos para saúde, determ ina que os resíduos
de indicadores biológicos utilizados como controle e aqu eles com resultados
positivos d evem ser submetid os a tratamento prévio antes de serem descartados.
Os indicadores com res ultado negati vo não precisam de tratamento prévio antes
do descarte.

Destin~ adequada dos Resíduos de Serviço de Saúde (RSS)


A Lei 12.305/20 I O qu e instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos
vincula os resíduos sólidos aos dema is normati vos dos sistemas Sisnama - Sistema
Naciona l de Meio Ambiente e Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (S VS),
portanto os estabelecimentos geradores de RSS d evem elaborar um Plano de
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúd e (PGRSS), segundo a Resolução
RDC n2 306 de 07 de deze mbro de 2004 da Anvisa, qu e dispõe sobre o regula-
mento técn ico para o gerenciamento de resíduos de ser viços de saúde.

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2.16 Exercícios
1. O que é biossegu rança?
62 2. Quais são as recomendações, precauções padrão ou universais ap licadas
nos casos de assistência a LOdo e qualquer indivíduo pela enfermage m
do trabalho?
3. Qual a diferença entre o detergente com um e o detergente enzimático
na limpeza do instrumental?
4. Quais são os procedimentos pós-exposição a material biológico?
5. Qual a profilaxia nos casos de exposição a material biológico?
6. Qual norma deve ser segu ida quanto aos resíduos de serviço de saúde
gerados no ambulatório de saúde ocupacional?
7. Que doenças podem ser transmitidas no caso de acidentes com material
biológico?
8. De acordo com o procedimento de enfer magem, cite os EP!s que devem
ser utilizados nos seguintes casos:
a) limpeza mecânica de instru mentais;
b) punção venosa periférica;
c) atend imento de acidente de trabal ho com vítima de politrauma-
tJsmo.
9. Quais os procedimentos utilizados com os coletores de matena1s pe•·-
furocortantes?
10. O que é programa 5s? Quais os sensos em que se apl ica?
11. Cite os cinco aspectos para controle dentro de um programa ambiental
na área da saúde.
12. A qua l grupo pertencem os resíduos biológicos e como deve ser o
acondicionamento desses resíd uos?
13. Quais os EPls que devem ser utilizados durante os processos de limpeza
e desinfecção química de artigos de sa úde?

Enfermagem do Trabalho ·Programas, Procedimenlos e Técnicas

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capítulo

3 63

Técnicas Empregadas na
Enfermagem do Trabalho para
Avaliação da Saúde do Trabalhador
Numa empresa, as técn icas em enfermagem do trabalho são realizadas
para conhecer o perfil do candidato à vaga ou a manutenção da saúde dos traba-
lhadores da empresa. Diferente da área hospitalar onde se busca a recuperação da
saúde, pois o cliente já está doente, na empresa o que se pretende é promover e
proteger a saúde dos traba lhadores.
A melhor avaliação de saúde representa melhores trabalhadores, maior
produção, menor absenteís mo, prevenção de doenças ocupacionais ou doenças
clínicas que podem surgi r ou piorar se não avaliadas, e o reconhecimento por
parte do empregador do real papel dos profissionais de saúde ocupacional nos
ambulatórios das empresas.

3.1 Sinais vitais


Todos os profissionais da área da enfermagem do trabalho já realiza m a
verificação dos sinais vitais devido à sua formação profissional, porém o que é mais
importante tratarmos não é o procedimento das técnicas para realização, e sim o
que interfere nesses sinais vitais do trabalhador durante a execução de suas
tarefas.

3.1.1 Pressão arterial


A verificação da pressão arterial é fundamental na área de enfermagem do
trabal ho, pois é a partir dos seus resultados, além de outros parâmetros, que o
médico pode ava liar a saúde do sistema cardiovascu lar e a capacidade fisica para
o desempenho da função do candidato, lembrando que a pressão arte1·ial pode
mudar sob a presença de ansiedade. O profissional que realiza trabalhos nos quais
a alteração da pressão arterial pode colocá-lo em •·isco, co mo trabalho em altu ra,

Téalícas Empregadas na Enfermagem do Trabalho para Avaliação da Saúde do Trabalhador

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em espaço confinado, eletricidade, exposição a calor , é outro ponto importame
para uma ava liação.
Segundo dados do anuário estatístico de acidente de trabalho de 20 IO, na
subseção C - Acidentes do T rabalho, segundo a CID, foram regist1-ados 524 casos
64
de hipertensão essencial (primária) e destes 13 casos foram considerados doença
do traba lho, de infarto agudo do miocárdio (IAM) foram registrados 253 casos,
sendo 30 casos considerados doença do trabalho.
Portanto, a medida da PA deve ser realizada em toda avaliação do trabalha-
dor , seja ela nos exames admissionais, demissionais, periódicos, retorno ao traba-
lho, mudança de função ou como pré-consu lta.

Procedimentos recomendados paro medição da pressão arterial


Segundo a Sociedade Brasileira de Card iologia e Sociedade Brasilei ra de
Hipertensão e Sociedade B1-asileira de Nefrologia na VI Diretrizes Brasileiras
de Hipertensão, os procedimentos recomendados para a medida da pressão
arterial são:
Passos antes de verificar a p ressão arterial
- Explicar o procedimento ao trabalhador a ser aval iado.
- Deixar o t1-abalhador em repouso por cinco minutos em ambiente calmo.
- Indagar se ele realizou exercícios há pelo menos 60 minutos antes da
verificação da pressão.
- Indagar se ele se al imentou, fumou ou ingeriu café nos últimos 30 mi-
nutos antes da verificação da pressão.
- Solicitar para esvaziar a bexiga, pois é recomendáve l estar com a bexiga
vazia antes de verificar a pressão arterial.
Posição recomendada para verificação da p ressão ar terial
- Sentar o trabalhador com o tronco apoiado na cadei1-a e relaxado.
- Observar se as pernas estão descruzadas, pés apoiados ao chão.
- Observar que o braço em que será colocado o manguito deve estar livre
de roupa apertada. Não en rolar a roupa ou colocar o manguito por cima.
- Manter o b1-aço do trabalhador apoiado na altura do coração (nível do
ponto méd io do esterno ou quarto espaço intercostal) com o cotovelo
ligeiramente fietido, com a palma da mão voltada para cima.
- Solicitar ao trabalhador que permaneça em silêncio, não conversando
durante a verificação da pressão arterial.

Enfermagem do Trabalho · Programas, Procedimentos e Técnicas

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Durante a execução da medida da pressão arterial
-+ Obter a ci rcunferência aproximada no meio do braço do trabalhador.
Após a med ida selecionar o manguito do esfigmomanômetro de tama-
nho adeq uado à ci rcunferênc ia do braço do trabalhador avaliado. A
65
Tabela 3.1 demonstra o tipo de manguito a ser usado de acordo com a
circunferência braqu ial do traba lhador.
-+ Colocar o manguito, sem deixar folgas, de 2 a 3 em acima da fossa
cubital.
-+ Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria
braq uial.
-+ Estimar o nível de pressão sistólica pela palpação do pulso rad ial. O seu
reaparecimento c01-responderá à PA sistólica.
-+ Palpar a artéria braquial na fossa cubital e colocar a campânula ou o
d iafragma do estetoscópio sem compressão excessiva.
-+ Inflar rap idamente até ultrapassar 20 a 30 mm Hg o nível estimado da
pressão sistólica, obtido pela palpação.
-+ Proceder à deflação lentamente (velocidade de 2 mm Hg por segundo).
-+ Proceder à pressão sistólica pela ausculta do primeiro som (fase I de
Korotkoll), que é em geral fraco segu ido de batidas regulares, e, após,
aumentar ligei ramente a velocidade de deflação.
-+ Deter minar a pressão diastól ica no desaparecimento dos sons (fase V
de Korotkoff).
-+ Auscultar cerca de 20 a 30 mm Hg abaixo do último som para confir mar
seu desaparecimento e depois proceder à deflação rápida e completa.
-+ Se os batimentos persistirem até o nível zero, determ inar a pressão
d iastó lica no abafamento dos sons (fase IV de Korotkoll) e anotar valo-
res da sistólica/diastólica/zero.
-+ Sugere-se esperar em tor no de um minuto para nova med ida.
-+ Informar os valores da pressão arterial ao traba lhador avaliado.
-+ Anotar os valores exatos sem "arredondamentos" e o braço em que a
pressão arterial foi medida.
Em braços com circunferência superior a 50 em, para os quais não há
manguito disponível, pode-se fazer a medida no antebraço e o p ulso auscu ltado
deve ser o radial. (SBC!SBH!SBN VI Diret1izes Brasileiras de Hipertensão, 2010)

Téalícas Empregadas na Enfermagem do Trabalho para Avaliação da Saúde do Trabalhador

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a.an.t.da Dlnominap l.arglnda Compoír•IIO da
l111qllial (an) domangllllo bolsa (an) bolsa{an)
< 10 Recém-nastida 4 8
11 - 15 Criança 6 12
66
16-22 l nfan~l 9 18
20-26 Adulta pequena 10 17
27-34 Adulta 12 23
35-45 Adulto grande 16 32
Tabelo 3.1 - Dimensões do bolsa de borracha porodiferentes <irwnferên<ias de braço em
rrianças e adukos (SBC!SBH/SBN VIOirelrizes Brasileirasde Hipertensão, 2010).

Todas es1.as med idas associadas à manutenção e à calibração do eq uipa-


mento levam a um resul1.ado da pressão arl.erial correta. Vale lembrar que o tipo
de esfigmomanômetro existente e sua calibração encontram-se no capiLulo 4.
Não é de competência da enfermagem do Lrabalho o diagnóstico da hipe•·-
tensão arLerial, mas é imporLanLe con hecer a classificação diagnóstica da hiperten-
são arteria l, Tabela 3.2.

Press6o lllllrial sisl68ca (mmHg) PriSI6o •llrilf dias161icll {nnHg) ClassiflcDp


< 120 < 80 Órima
< 130 < 85 Normal
130- 139 8S -89 limírrofe
140 - 159 90- 99 Hipertensão (esrógio 1)
160-1 79 100- 109 Hipertensão (esrágio 2)
> 180 > 110 Hipertensão (esrágio3)
> 140 < 90 Hipertensão sistólico isolada
Tabela 3.2- Classificação da pressão arterial de acordo com a medida casual no consultório
(> 18 anos) (SBC/SBH VIOirelrizes Brasileiras de Hipertensõo, 2010).

3.1.2 Pulso
Quando o sangue é lançado do venLrículo esquerdo para a aorl.a, a pressão
e o volu me provocam oscilações riLmadas em toda a exLensão da parede arterial,
evidenciadas quando se compr ime moderadamente a artér ia contra uma estr utura
óssea. Isso é observado quando se apalpa uma artéria para verificar o pulso.
O pulso, assim como a pressão arterial, é um dos parâmeLros para que o
méd ico possa aval iar a saúde do sistema cardiovascular do candidato, lembrando
que pode aiLerar sob a presença de ans iedade, enLre outros fatores. Quando se

Enfermagem do Trabalho -Programas, Procedimentos e Técnicas

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verifica a p ulsação, é importante observar não só a frequência (quantidade de
batimentos cardíacos por minuto), mas também o vo lume do pulso que pode ser
cheio ou fino, e se está rítmico e/ou nor ma l ou an-ítm ico e/ou irregular. A
frequência normal do pulso no adulto é de 70 a 80 batlmin.
67

3.1.3 Respiração
A respiração é responsável pela troca de gases dos alvéolos, transformando
o sangue venoso rico em d ióxido de carbono e o sangue arterial rico em oxigênio.
O tronco cerebral é a sede do controle da resp iração automática, porém recebe
infl uências do córtex cerebral, possibilitando também, em parte, um controle
voluntário.
A resp iração sofre variações de acordo com a idade, sexo, exercícios fisicos,
frio (respiração lenta e profunda), calor (respiração mais ráp ida e super ficia l) e
pressão atmosférica (em grandes altitudes o ar se torna rarefe ito e a respi ração fica
ráp ida para compensar a quantidade de oxigenação dos tecidos). A respi ração
nor mal no ad ulto é de 14 a 20 mpm.
Para avaliação dos trabalhadores que fazem parte do Programa de Proteção
Respiratória (PPR) da empresa, é de suma import<'lncia uma avaliação minuciosa
do sistema respiratório. Deve-se realizar uma avaliação de enfermagem de todos
os trabalhadores que vão executar atividades em áreas de abrangência do PPR da
empresa (dados essenciais para uma avaliação méd ica), com perguntas como:
- Se fuma, há quanto tempo e quantos cigarTOS por d ia?
- É portador de problemas respiratórios como bronquite, enfisema, asma?
- Faz uso de med icações broncodilatadoras?
- Apresenta cicatriz profunda na região da face?
- Apresenta barba, costeletas?
A verificação da respi ração deve ser realizada com o trabalhador deitado,
pois nesta posição há um relaxamento e torna-se mais fáci l a visua lização dos
movimentos respiratórios. Lembre-se de que o trabalhador não deve perceber que
está sendo verificada sua respi ração para não haver alteração. Deve-se colocar a
mão sobre o pulso como se estivesse verificando a pulsação.

3.1.4 Temperatura
A temperatura cor poral é proveniente do calor prod uzido pela atividade
metaból ica. Vários processos físicos e quím icos promovem a produção ou perda
de calor, mantendo o organismo com temperatu ra mais ou menos constante,
independente das variações do meio externo. O equilíbrio entre a prod ução e a

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perda de calor é controlada pelo hipotálamo. Quando há necessidade de perda de
calor , impu lsos ner vosos provocam vasod ilatação periférica com aumento do nuxo
sanguíneo na super fície corporal e estimulação das glând ulas sudoríparas, promo-
vendo a saída de calor.
68
Quando há necessidade de retenção de calor, estímulos nervosos provocam
vasoconstrição periférica com d iminuição do sangue ci rculante local, portanto
menor quantidade de calor é transportada e perdida na superfície cor pórea.
A temperatura axilar normal varia de 35,5 a 37 •c.
A verificação da temperatura corporal torna-se importante quando se
avaliam trabal hadores que vão exercer tarefas em áreas de altas temperaturas e
umidade, onde o trabalhador deve passar pelo processo de aclimatização que con-
siste em uma mudança adaptativa decorrente da exposição gradual em ambientes
quentes, num período que varia de uma a duas semanas. (MARTI HO, 2006)
O trabalhador não aclimatizado gan ha calor e não consegue perdê-lo através
dos mecanismos de tennorregu lação, com isso a temperatura corpórea aumenta,
podendo chegar de 40 a 43 •c, temperatura suficiente para a desnaturação das
proteínas e ocasionar a morte. (COUTO, 1987)
Outro fator envolvido é o estresse ao organismo. Os mecanismos responsá-
veis pela dissipação do calor ficam comprometidos, acarretando o aparecimento
da hipertemia, c;'\imbras, exaustão e intennação.
Durante o processo de acl imatização, a enfermagem do trabalho deve
verificar a temperatu ra corporal e anotar no prontuário para aval iação médica.

Verificação da temperatura com uso do Term6metro


Digitallnfravarmelho Frontal e Auricular
O termômetro digital infravermelho informa a temperatura corporal em
apenas dois segundos. Para verificar a temperatu ra corporal, deve-se colocar a
sonda do termômetro infravermelho na parte frontal da cabeça do avaliado ou no
canal au1·icular. Porém esse tipo de ter mômetro só pode ser util izado se
apresentar o selo de aprovação do In metro.

3.2 Medidas antropométricas


A antropometria é uma técnica de medida externa das dimensões corporais.
Fazem parte das medidas antropométricas o peso, a altura, a espess ura de tecido
adiposo (pregas cutâneas) e o perímetro do corpo humano.

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A avaliação do estado nutJ·icional de um trabal hador é um importante
recu rso para analisar as condições em que ele se encontra em relação à atividade
laboral que exerce ou vai exercer, pois algumas atividades como espaços
confinados, altas temperatu ras, trabalhos em altura, atividades que exigem esforço
físico intenso podem agravar sua saúde, como também favorecer a ocorrência de 69
acidente de trabalho. A obesidade é uma das patologias que pode contribuir para
acidentes como quedas de altura. (MORE IRA, 2004)

Alterações de composição corporal tanto na desn utrição, que é a depleção da


massa muscular e de gordura, como na obesidade, devem ser aval iadas pela
antropometria, para que se possa obter parâmetros para defin ir o perfil do candi-
dato à vaga e na elaboração de programas de promoção a saúde dos trabalhadores.

Por exemplo, se no exame periódico forem detectados trabalhadores que


perdem peso e exercem atividades de esforço físico intenso, deve-se pensar na
elaboração de programas de suplementação alimentar, visando à manutenção do
peso saudável. Se detectar trabalhadores com gan ho de peso e que exercem
atividade em espaços confinados, a preocupação é a elaboração de programas de
alimemação balanceada, visando à perda de peso.

3.2.1 Peso e ahura


São as med idas mais usadas na aval iação n utr icional, porém algumas reco-
mendações devem ser segu idas para verificar a altura, como:
_, Certificar se o traba lhador está bem ereto e com os calcanhares juntos.
_, Certificar se o trabal hador mantém nádegas, calcanhares e dorso em
contato com o antropômetro (haste da balança).
_, Certificar que o trabalhador permaneça com o corpo ereto, com
pescoço e cabeça no mesmo alinhamento do corpo.
_, Realizar a técnica sempre com o trabalhador descalço.
Quanto ao peso, muitas vezes não é possível ver ificar com o mínimo de
roupa como acontece no hospital. Deve-se pedir para o aval iado retirar celular,
carteira, EPI como capacete, perneira, botas, e no clima frio pedir para o avaliado
retirar as blusas; orientá-lo ao esvaziamento da bexiga. As medidas de peso e
altura ser vem como base para o cálculo do Í nd ice de Quetelet ou Índice de Massa
Corporal (JMC).

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70

Figuro3.1 · Técnicode verificação do altura e peso.

rndice de Mossa Corporal {IMC)


Esse índice evidencia uma proporção entre a esLatura e a massa corporal,
não quantificando a gord ura corporal, ou seja, o l MC não discrim ina o tecido
adiposo do tecido muscular. Com isso a enfermagem do trabal ho pode encontrar
trabal hador com IMC de 30, que se classifica como obeso, porém esse indivíd uo
pode ter massa magra elevada e grande peso de tecido muscular, sendo um
indivíd uo saudável, ou o contrário, encontrar trabalhadores que apresentam JMC
de 24,8, classificados como nor mais, porém com elevado peso do tecido adiposo
ou gordura corporal, pr incipalmente na região abdom inal. Por isso é preciso
realizar outras avaliações do estado nutJ·icional, como a prega cutânea e a relação
da cintura/quadril. Veja os itens 3.2.2 e 3.2.3.
Vale lembrar que com a idade a gordura corporal aumenta, enquanto a
massa magra d iminu i. Também existe diferença entre homens e mulheres quanto
à gord ura corporal, ou seja, se um homem apresentar mesmo peso e mesma
altura que uma mu lher, terão IMC idênticos, todavia a mulher terá uma porcen-
tagem maior de gord ura cor poral.
Estudos apontam que o excesso de peso está associado à maior prevalência
de hipertensão desde idades jovens e na vida ad ulta, mesmo entre ind ivíduos
fisicamente ativos. O incremento de 2,4 kglm2 no índice de massa corporal (IMC)
acarreta maior r isco de desenvolver hipertensão. (SBC/SB H/SBN, 20 IO)
O IMC é um índice calculado a partir do peso em quilogramas d ividido
pelo quadrado da altu ra em metros (JMC = kg/m2 ).

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Exemplo: um trabalhador com 1.70 em de altura que pesa 95 kg terá
IMC = 32,8, portanto se enq uad ra na classificação de obeso classe I.
A Tabela 3.3 mostra a classificação do excesso ponderai nos adultos de acor-
do com o IMC e risco de doença segundo a Organização Mundial da Saúde 2007. 71

Oassilbpio IMC(Iefml) Rlsmde_....


Magreza < 18,5 Elevado
Normal 18,5 -24,9 Normal
Sobrepeso 25.29,9 Aumentado
Obesidade 30.34,9 Modero do
Obesidade 35-39,9 Severo
Obeso grave > 40 Muito severo
Tabela 3.3 . Índire de Masso Corporal{OMS, 2007).

3.2.2 Relação do dnturo/quodril (RCQ)


Índice uti lizado para avaliar a distribuição da gordu ra corporal. Essa
medida deve ser rea lizada pela div isão do maior perímetro abdom inal entre a
última costela e a crista ilíaca pelo perímetro dos quadris no nível dos trocânteres
femorais com uso de uma fiLa métrica, Figura 3.2.
Exemplo: um trabalhador com cintura de li O em e um quadr·il com I07 em:
li O = I 02.
I 07 '
O parâmetro de normalidade para os homens é inferior a I ,O e para as
mulheres é infer·ior a 0,85. Valores acima destes representam urna obesidade
and roide ou central. A maior parte do tecido ad iposo está locali7~'\da acima da linha
do umbigo. Esse tipo de obesidade está relacionado com o risco de doenças crônicas
corno a diabetes mellitus, hipertensão arter·ial e um aumento de doenças cardio-
vasculares.

3.2.2.1 Cirrunferênda da cintura


A med ida isolada da circunferência da cintura tem mostrado ser suficiente
para estabelecer risco coronariano, sendo considerados os limites normais a
ci rcunferência <94 em para homens e <80 em para mulheres. A probabilidade de
existir pelo menos um fator de risco coronariano aurnen1.a substancialmente
quando a med ida ultrapassa 102 em em homens e 88 em em mu lheres. A Tabela
3.4 descreve a variação da cintura de acordo com o sexo e o risco me1.abólico na
popu lação branca.

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Risco CIIS1ICiallo a ~ me1ab61ms
Aumentado Muitoaumentado
Homem > ou = 94 em > ou = 102 em
Mulher > ou = 80 an >ou = 88cm
72
Tabelo 3.4 - Variação do tintura de o<Ordo<Om o riS<o metabólico no população bronco (CARMO et oi., 2000).

Figuro 3.2 • Verificação domedição do cintura e do quadril.

3.2.3 Pregas cutaneas


. .
E um método de avahação da quanLidade
.
e da distribuição da gord ura corporal sub-
cutânea. É uma técnica barata e não invasiva.
Para isso é utilizado o aparelho adipômetro ou
compasso de pregas cutâneas que deve ser cali-
brado anualmente, Figura 3.3. Veja o capítulo 4.
Segundo protocolo de Guedes ( 1994),
existem três pregas cutâneas que são caracter·ís-
ticas para os brasileiros. Para os homens são as
pregas tríceps (TR), suprailíaca (S I) e abdome Figuro 3.3 • Adipômetro ou compo5so
(AB) e para mulheres as pregas subescap ular de pregos cutâneos.
(SB), suprailíaca (SI) e coxa (CX).
Guedes ( 1994) determina que para a realização da avaliação das pregas
cutâneas são necessários alguns cu idados como:
-+ Realizar a avaliaç,'io sempre no hemicorpo direito.
-+ Pinçar somente o tecido adiposo.

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Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
""' Certificar que o trabalhador não praucou atividade física antes de
realizar a avaliação das pregas.
""' Realizar a leitura do adipômetro de dois a três segundos, para não
haver acomodação do tecido subcutâneo.
73
""' Realizar avaliação três vezes de cada prega cutânea, adotando o
resu ltado da média entre as medidas aval iadas.
Para o cálculo da densidad e corporal, deve-se somar todas as pregas
realizadas para homens e mu lheres e ap licar o cálculo seguinte:
Homens: densidade = (TR + SI + AB) - 0,06706 log
Mulheres: densidade = (CX + SI + SB) - 0,07063 log
Outro método de ava liação das pregas cutâneas s.'ío as tabelas de Ournin &
Womersle)' ( 1974), que real izaram um estudo com 209 homens e 272 mulheres
com idade entre 16 e 72 anos. As medidas das pregas cutâneas aplicadas foram do
bíceps, tríceps, subescapular e suprailíaca e a circunferência do braço, coxa e
panturrilha. Com esse estudo chegou-se às tabelas para homens, Tabela 3.5, e
para mulheres, Tabela 3.6.
Nesse método a conversão das dobras em percentual de gordur-a é feita pelo
somatório das quatro pregas cutâneas, tríceps, bíceps, subescapular e suprailíaca.
O valor encontrado pela intersecção dos dois valores (mm e idade) é a gordura
percentual.

Tabela adulto masculino


Stinlalds ClliiS (Idade)
mm 17-29 31)..39 40-49 50+
15 4.8 - - -
20 8.1 12.2 12.2 12.6
25 10.5 14.2 15.0 15.6
30 12.9 16.2 17.7 18.6
35 14.7 17.7 19.6 20.8
40 16.4 19.2 21.4 22.9
45 17.7 20.4 23.0 24.7
50 19.0 21.5 24.6 26.5
55 20.1 22.5 25.9 27.9
60 21.2 23.5 27.1 29.2
65 22.2 24.3 28.2 30.4
70 23.1 25.1 29.3 31.6
75 24.0 25.9 30.3 32.7
80 24.8 26.6 31.2 33.8
Tabela 3.5- Método de ovoliosõo dos pregos cutâneas poro o sexo maS<ulino adulto Ournin e Womellley {1974). {(ontinua)

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Stillolofs IJIIIS (idade)
mm 17-29 30-39 40-49 50+
85 255 27.2 32.1 34.8
90 26.2 27.8 33.0 35.8
74 95 26.9 28.4 33.7 36.6
100 27.6 29.0 34.4 37.4
105 28.2 29.6 35.1 38.2
110 28.8 30.1 35.8 39.0
115 29.4 30.6 36.4 39.7
120 30.0 31.1 37.0 40.4
125 305 31.5 37.6 41.1
130 31.0 31.9 38.2 41.8
135 31.5 32.3 38.7 42.4
140 32.0 32.7 39.2 43.0
145 325 33.1 39.7 43.6
150 32.9 33.5 40.2 44.1
155 33.3 33.9 40.7 44.6
160 33.7 34.3 41.2 45.1
165 34.1 34.6 41.6 45.6
170 345 34.8 42.0 46.1
175 34.9 - - -
180 35.3 - - -
185 35.6 - - -
190 35.9 - - -
195 - - - -
200 - - - -
205 - - - -
210 - - - -
Tabela 35 -Mérado de avaliasóo das pregas rurôneas poroo sexo masculino odu~o Durnin e Womersley (1974).

Tabela adulto feminino


Sbrlal4s IJIIIS (idade)
mm 16-29 30-39 40-49 50+
15 105 - - -
20 14.1 17.0 19.8 21.4
25 16.8 19.4 22.2 24.0
30 195 21.8 24.5 26.6
35 21.5 23.7 26.4 285
Tabela 3.6- Mérodo de avaliaçóo das pregas curôneos poro osexo feminino aduho Durnin e Womersley (1974). (conrinuo)

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~ IJliiS (idade)
mm 16-29 30-39 40-49 50+
40 23.4 25.5 28.2 30.3
45 25.0 26.9 29.6 31.9
50 26.5 28.2 31.0 33.4 75
55 27.8 29.4 32.1 34.6
60 29.1 30.6 33.2 35.7
65 30.2 31.6 34.1 36.7
70 31.2 32.5 35.0 37.7
75 32.2 33.4 35.9 38.7
80 33.1 34.3 36.7 39.6
85 34.0 35.1 37.5 40.4
90 34.8 35.8 38.3 41.2
95 35.6 36.5 39.0 41.9
100 36.4 37.2 39.7 42.6
105 37.1 37.9 40.4 43.3
110 37.8 38.6 41.0 43.9
115 38.4 39.1 41.5 44.5
120 39.0 39.6 42.0 45.1
125 39.6 40.1 42.5 45.7
130 40.2 40.6 43.0 46.2
135 40.8 41.1 43.5 46.7
140 41.3 41.6 44.0 47.2
145 41.8 42.1 44.5 47.7
150 42.3 42.6 45.0 48.2
155 42.8 43.1 45.4 48.7
160 43.3 43.6 45.8 49.2
165 43.7 44.0 46.2 49.6
170 44.1 44.4 46.6 50.0
175 - 44.8 47.0 50.4
180 - 45.2 47.4 50.8
185 - 45.6 47.8 51.2
190 - 45.9 48.2 51.6
195 - 46.2 48.5 52.0
200 - 46.5 48.8 52.4
205 - - 49.1 52.7
210 - - 49.4 53.0
Tabela 3.6- Método de ovaliasõo das pregas Môneas paro o sexo feminino adulto Ournin e Womersley {1974).

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Procedimento para execução da técnica de CMJiiÇo da prega do triceps, Figura 3.4
-+ Orientar o trabal hador sobre a técn ica que será executada.
-+ Solicitar ao trabalhador que retire a camisa.
76 -+ Solicitar que fique de pé.
-+ Explicar o que será executado.
-+ Realizar a med ição da prega pegando uma dobra vertical na linha
méd ia da parte superior do braço, entre o ombro e o cotovelo (cúbito).
-+ Aguardar de um a três segundos para a leitura ser realizada.
-+ Realizar uma série de três medições, considerando a méd ia entre elas.
-+ Registrar o valor encontrado.

Figuro3.4 • Prego do tríceps.

Procedimento para exeru~o da técnico de CMJiiasfio da prega suprailfaco, Figura 35


-+ Orientar sobre a técn ica que será executada.
-+ Solicitar ao trabalhador que retire a camisa.
-+ Solicitar que fique de pé.
-+ Pedir para afastar o membro superior d ireito do cor po.
-+ Realizar a med ição da prega pegando uma dobra ligeiramente oblíqua
med ida logo acima da crista ilíaca no sentido vertical, segu indo a linha
méd ia ax ilar.
-+ Aguardar de um a três segundos para a leitura ser realizada.
-+ Realizar uma série de três medições, considerando a méd ia emre elas.
-+ Registrar o valor encontrado.

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77

Figura 3.5 · Prega suprailíaca.

Procedimento para execução da técnico de avaliação da prega do abdome, Figura 3.6


- Orientar sobre a técnica que será executada.
- Solicitar ao trabal hador que retire a camisa.
- Solicitar que fique de pé.
- Realizar a medição da prega pegando uma dobra vertical média a uma
d istância late1-al de aproximadamente 2 em da cicatriz umbil ical.
- Aguardar de um a três segundos para a leitura ser realizada.
- Realizar uma série de três medições, considerando a méd ia entre elas.
- Registrar o valor encontrado.

Figura 3.6 • Prega da abdome.

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Protedimento para exetução da técnica de avaliação da prega subescapular, Figura 3.7
-+ Orientar sobre a técnica que será executada.
-+ SoliciLar ao trabalhador que retire a camisa.
78 -+ Solicitar que fique de pé.
Realizar a medição da prega pe-
gando uma dobra oblíqua média
logo abaixo da extremidade infe-
rior da escáp ula direita.
Aguardar de um a três segundos
para a leitura ser realizada.
Realizar uma sé1·ie de três me-
dições, considerando a média
entre elas.
-+ Registrar o valor encontrado. Figuro 3.7 • Prego subescopulor.

Protedimento para exetução da técnica de avaliação da prega da caxa, Figura 3.8


-+ Orientar sobre a técnica que será executada.
-+ SoliciLar à trabalhadora que retire a parte da vestimenta inferior (calça
ou saia).
-+ Solicitar que fique de pé.
-+ Realizar a medição da prega pegando uma dobra na região anterior da
coxa na metade da distância entre o quadri l e as articu lações do joelho.
-+ Aguardar de um a três segundos para a leitura ser rea lizada.
-+ Realizar uma série de três medições, considerando a média entre elas.
-+ Registrar o valor encontrado.
Lembre-se de que essas técnicas devem ser realizadas sem expor o trabalhador.

Figuro 3.8 • Prego do coxo.

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3.2.4 Avalia9io da composi9io corporal- Bioimped6nâa corporal
A bioimpedância é um méLOdo não invasivo, ráp ido, seguro e simp les, capaz
de estimar clinicamente a composição do organismo. Esse exame permite avaliar
com precisão a massa ad iposa e a massa de tecidos magros, sendo um método 79
mais preciso que o somatório das medidas das pregas cutâneas, e vem sendo mais
utilizado. Porém, a bioimpedância não está indicada em sujeitos com IMC extre-
mos ou que apresentem anormalidades de hid1-atação. (ABN e SBN PE, 2009).
Há diversos tipos de aparelho disponíveis, os quais variam entre o número
de eletrodos e a posição em que são colocados, podendo ser posições pé-mão, pé-
-pé ou mão-mão. Também é preciso levar em conta a região do corpo submetida
ao exame ou o tipo de frequência utilizado, como frequência única 50 KH z ou
multifrequencial de 5 a I000 KHz.
O eq uipamento consiste em emiti r sinais elétricos através de eletrodos que
percorrem o corpo. Os sinais atravessam os flu idos dos músculos e tecidos
corpora is, encontrando maior resistência ao atravessar o tecido gorduroso por ter
menos flu idos. As diferentes impedâncias registradas são introduzidas em
equações matemáticas para o cálculo da composição corporal. Aceitam-se como
valores normais < 25% de tecido adiposo para homens e < 33% de tecido adiposo
para mu lheres. (M IALICH, 2009)
Algumas orientações antes da execução da bioimpedância, segundo a
Associação Brasileira de Nutrologia e Sociedade Brasileira de ut1·ição Parenteral e
Enteral, são as seguintes:
""' ão comer ou beber a menos de quatro horas da rea lização do teste.
""' Não fazer exercícios a menos de oito horas da realização do teste.
... Esvaziar a bexiga antes da realização do teste.
""' Não consu mir álcool a menos de 48 horas da realização do teste.
... Suspender o uso de medicamentos diuréticos no mín imo 24 horas
antes da realização do teste.
""' Mulheres que retêm água durante estágio do ciclo menstrual não
devem realizar o teste nesse período.
... O ambiente para execução do exame deve ser em sala com tempe-
ratura de 22 •c em média.

Procedimento para realização da bioimped6nda corporal


... Aval iar peso e altu1-a do paciente antes do exame.
... Orientar o avaliado a reti1-ar objetos de metal presos ao corpo como
correntes, pulseiras, anéis, brincos, cinto etc.

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""' 0 1·ientar o avaliado a ficar em decúbilO dorsal, descalço e com os membros
inferiores afastados, com os pés afastados um do outro cerca de 30 em.
O avaliado deve permanecer em decúbito dorsal em repouso por dez
minu tos antes do início do exame.
80
Realizar limpeza da pele co m álcool a 70% nos pontos de colocação dos
eletrodos.
Colocar os eletrodos sensores proximais na super fície dorsa l da articu-
lação do punho, de modo que a borda superior do eletrodo se alinhe à
cabeça da ulna e à superfície dorsal do tornozelo.
Colocar os eletrodos fontes d istais na base da segunda ou terce ira arti-
culação metacarpofalângica da mão e metatarsofalângica do pé.
Assegu rar-se de que há pelo menos 5 em entre os eletrodos proximal e
distai, conform e a Figura 3.9.
Conectar os cabos de ligação aos eletrodos ap ropriados. Os cabos
ver me lhos são conectados às articulações do punho e ao tornozelo, e os
cabos pretos à mão e ao pé.
Oriemar o avaliado a pennanecer com as pernas e os braços abduzidos
em 45° um do outro, pois não pode haver contato entre as coxas e
entre os braços e o tronco.

Figuro 3.9 - Representação do colocação dos eletrodos poro exame de bioimpedôncio nos mãos e nos pés.

3.3 Dinamometrias
É uma das técnicas mais empregadas na enfermage m do traba lho. O instru-
mento utilizado é o dinamômetro que mede a força estática ou isométrica e a
resistência a ser desenvolvida pelos músculos. T rata-se de um teste de força mus-
cular apl icado a determ inados grupos musculares, com intu ito de avaliar o grau
de normalidade de aptidão física para os trabalhadores que precisam de força

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muscu lar e resistência, como os que têm funções de saqueiros, pedreiros, traba-
lhadores rurais, assim como de avaliação de perda de força e resistência muscu lar
devido a doenças como as LER/OORT (Lesões por Esforços Repetitivos/D istú rbio
Osteom uscular Relacionado ao Trabalho).
81
A norma técnica n2 606 de 05/08/ 1998 do INSS aponta a pesquisa de força
muscular por dinamômetros como suporte ao d iagnóstico das LER/OORT, portamo
o ideal é empregar essa técnica para aval iação de todas as funções dentro da empresa.
A força muscular está d iretamente relacionada com o sistema nervoso
central, o biotipo do trabalhador, a quantidade de libras musculares utilizadas na
execução das tarefas e a espessu ra dessas libras. Também está relacionada ao sexo.
A Consolidação das Leis Trabalhistas (C LT), no capítulo V, seção XIV,
artigo 198, estabelece como 60 qui los o peso máximo que um trabalhador pode
remover individualmente, porém existe incompatibilidade deste limite com o
organismo humano. Segundo Couto ( 1995), o d isco in tervertebral é um ponto
fraco do organismo e após 20 anos, a artéria que nutre essa área se oblitera e a
nutrição do d isco passa a ser realizada por tecidos vizinhos. Pode ser comparado
a uma esponja, que sob pressão tem seu con teúdo liquido esvaziado e sem pressão
asp ira líquido de tecidos vizinhos.
O disco vertebral fica propenso a apresentar degeneração precoce. O limite
de peso para o trabalhador levamar sozin ho, proposto por Grandjean ( 1998), é de
50 quilos para homens e 20 qu ilos para mulheres (de 18 a 45 anos) quando pegar
peso raramente, e de 18 qu ilos para homens e 12 quilos para mulheres quando
pegar peso frequentemente.
Para real izar o teste de força dinamométrica, empregam-se os testes de
d inamometr ia manual, escapular e lombar que também aferem a força dos
membros inferiores.

3.3.1 Dinamomefria manual


Mede a capacidade de apreensão das mãos através da força dos múscu los
nexores dos dedos, ou seja, a capacidade que o trabalhador tem de prender ou
não com firmeza os objetos, Figura 3. 1O.
Para realizar essa técn ica utiliza-se o d inamômetro manual, que é constituído
por um sistema de molas que, ao ser acionado por me io de uma haste metálica,
mov imenta um ponteiro e um cursor diante de um mostrador graduado de O a IO.
Os valores encontrados devem ser multiplicados por IO e os resultados são
interpretados em qui lograma-força (Kgf).

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Emprega-se a força manual direita (Md), força manual esquerda (Me) e
força manual méd ia direita e esquerda (Mn) que é obtida com a seguinte fórmula:
Mn = Md+JVIe
82 2
ou seja, um trabalhador que apresentar Md = 50 Kgf e Me 40 Kgf terá
Mn = 45 Kgf.
Os parâmetros de normalidade méd ios aceitáveis estão entre 40 e
60 Kgf para homens e 20 a 35 Kgf para mulheres. Resultado com valor igual ou
maior que 40 Kgf indica adequado para ap reensão e valores de l i a 20 Kgf
indicam inadequado para ap reensão.
O Conselho acionai de T rânsito, pela resolução n" 80, de 19 de novembro
de 1998, refere que os candidatos à condução de veículos das categorias A e B
devem ter força manual de no mín imo 20 Kgf e os cond utores de veícu los C, De
E devem ter força manual de no mín imo 30 Kgf.

Figuro 3.1O- Dinamômetro manual.

Procedimento para uecuçõo da técnim de IIYIIIiapio da dinamometria manual,


Figura 3.11
-> Oriemar o trabal hador sobre a finalidade da técn ica a ser executada.
-> Solicitar ao trabalhador que mantenha os membros inferiores pouco
afastados.
-> Solicitar ao trabalhador que mantenha os membros superiores para
baixo, não encostando o quadril.
-> Certificar se o marcador do d inamômetro está no zero antes de iniciar
o teste.
-> Sempre iniciar o teste pela mão direita, solicitando ao trabalhador que
segure com a mão a haste metálica do dinamômetro, de forma a cobri-
la totalmente com a palma e co m os dedos.
-> Deixar a escala do mostrador graduada vo ltada para fora.

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""' Solicitar ao trabalhador que aper-
te firmemente a haste do instru -
mento. 83
""' Solicitar para rea lizar três apertos
com intervalo de um minuto entre
cada um deles.
""' Registrar o valor marcado no dina-
mômetro para mão d ireita (Md),
mão esquerda (Me) e fazer a média
(Mn) dos valores encontrados.
""' O enfermeiro do trabal ho deve po-
sicionar-se diame do trabalhador.
Figura 3.11 - Realizaçáo de dinamometria manual.

3.3.2 Dinamometria esmpular


Mede a capacidade estática de resistência dos músculos escap ulares,
aux iliares da musculatura paravertebral. Utiliza-se o d inamômetro escapular, que
consiste em um sistema de molas que move um ponteiro e um cursor diante de
um mostrador graduado. Existem duas alças metá licas que, ao serem tracionadas,
fazem mov imentar o ponteiro e o cursor. O mostrador é grad uado de O a I O,
Figura 3.12.
Os valores obtidos devem ser multi-
plicados no registro final por IO para obter
um resultado em qui lograma-força (Kgf).
Os parâmetros de nor malidade acei-
táveis estão entre 30 e 40 Kgf para homens e
15 e 25 Kgf para mu lheres. Padrões de apre-
ensão com valor igual ou maior que 50 Kgf
indicam um reforço satisfatório da museu-
!atura dorso lombar. Figura 3.12- Dinamômetro eS<apular.

Procedimento para execução da técnim de CMJiiaçóo da dinamometria esc:opular,


Figura 3.13
""' Orientar o traba lhador sobre a final idade da técn ica que será executada.
""' Solicitar ao trabal hador que fiq ue de pé com a cabeça e o tronco retos e
com os membros inferiores levemente afastados.

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Solicitar que segure as hastes do dinamômetro com ambas as mãos.
Solicitar ao trabalhador que eleve
o dinamômetro horizont.1.lmeme,
na frente do tórax, orientando a
84
não encostar ou apoiar o instru-
mento nele.
Solicit.'lr que puxe firmemente a
haste do dinamômetro num mo-
vimento de abrir os braços.
Solicitar que realize três flexões
com intervalo de um mmuto
entre cada uma delas.
-+ Registrar o valor marcado no
dinamômetro.
-+ Registrar o mais alto valor en-
contrado.
-+ O enfermeiro do trabalho deve
posiCionar-se em frente ao tra- Figura 3.13 · Realiza~áo de dinamometria escapular.
balhador.

3.3.3 Dinamometria lombar


Utiliza-se o dinamômetro lombar para medir a força máxima dos músculos
posteriores das costas e membros inferiores. Essa técnica não deve ser aplicada em
trabalhadores que não exercem diretamente atividades que exijam a força desses
músculos e aos trabalhadores por~.<<dores de patologias da coluna lombar, Figura 3. 14.
O dinamômetro lombar é constituído
por um mostrador e um sistema de molas fixo
em uma base. O sistema de molas é movimen-
tado por uma haste que, ao ser tracionada, faz
girar um ponteiro e um cu rsor diante do
mostrador, grad uado de O a 17. Este, ao ser
acionado, registra a força muscu lar lombar
despendida ao efetuar um movimento de
flexão e extensão do tronco. O valor obtido
deve ser mu ltiplicado por IO para obter como
resultado um registro em quilograma-força.
Existem duas técnicas que podem ser execu-
tadas na dinamometria lombar com d ife-
Figura 3.14 · Dinamômetro lombar.
rentes resultados:

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Primeiro procedimento para execu(íio da técnica de avaliO(Õo da forp~ de tra(íio da coluna
vertebral com dinam&metro lombar, Figura 3.15
-+ Orientar o trabal hador sobre a finalidade da técn ica a ser executada.
-+ Solicitar ao trabalhador que fique em pé sobre a base do dinamômetro, 85
mantendo as p ernas estendidas.
-+ Solicitar ao trabalhador para que manten ha a cabeça e o tronco em
posição ereta.
-+ Sem dobrar os joelhos, pedir para cu r var o tronco para frente e com
ambas as mãos apreender a haste do dinamômetro.
-+ Solicitar para puxar firmemente a
haste do dinamômetro para cima
(nesse momento o enfermeiro do
trabalho deve observar que o tra-
balhador não flexione as p ernas
e os braços).
-+ Orientar a real izar três flexões
com intervalo de um minuto entre
cada uma delas.
-+ Registrar o va lor marcado no d i-
namômetro.
-+ Registrar o mais alto valor encon-
trado.
-+ O enfermeiro do trabal ho deve po-
SICionar-se em frente ao trabal ha- Figura 3.15 • Oinamometria lombar para
dor. verificar a força de tração da coluna vertebral.

Segundo procedimento para execução da técnica de avalia(íio da força desenvolvida pelos


múswlos da coxa com dinamômetro lombar, Figura 3.16
-+ Orientar o trabal hador sobre a finalidade da técn ica a ser executada.
-+ Solicitar ao trabalhador que fique em pé sobre a base do dinamômetro,
mantendo as p ernas semiflexionadas.
-+ Solicitar ao trabal hador que manten ha a cabeça e o tronco em posição
ereta.
-+ Mantendo os joelhos flexionados, solicitar que mantenha o tronco
para frente e com ambas as mãos apreenda a haste do dinamômetro.
-+ Solicitar que puxe firmemente a haste do dinamômetro para cuna,
mantendo as p ernas flexionadas.

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""' Realizar três flexões com inter-
valo de um minuto entre cada
uma delas.
""' Registrar o valor marcado no di-
86
namômetro.
""' Registrar o mais alto valor en-
contrado.
""' O enfermeiro do trabalho deve
posicionar-se em frente ao traba-
lhador.
Os parâmetros de normal idade acei-
táveis para ambas as técn icas estão entre 130
e 150 Kgf para homens e 65 e 90 Kgf para
mulheres. Padrões de apreens.'ío com valor
igual ou maior que 11O Kgf indicam adequa- Figura 3.16 - Oinamometria lombar para verificar
ção para levantamento de peso de até 40 a for~a desenvolvida pelos músculos da coxa.
quilos sem prejuizo para a coluna lombar.

3.4 Resistência a pesos - Pesquisa da resistência estática dos


membros superiores
Essa pesqu isa per mite a aval iação da capacidade de um trabalhador em
executar trabalhos que exigem a sustentação de objetos pesados por um tempo
variável, com vista na avaliação do grau de normalidade ou não da resistência ao
esforço muscular.
O teste é realizado com halteres de cinco quilos para homens e três qui los
para mu lheres. Uti liza-se um cronômetro para medir em segundos o período de
suspensão do peso em ambos os membros superiores. Os resu ltados são medidos
pelo tempo em que o avaliado suporta segurar esses pesos.
Emprega-se Td para tempo de sustentação do membro superior direito e
Te para tempo de sustentação do membro superior esq uerdo. O tempo méd io,
Tm, da resistência aos pesos é obtido com a fórm ula:
Td+Te
T m =---,---
2
ou seja, se o trabal hador abaixar o membro superior direito (Td) em 80 segundos
e o membro superior esquerdo (Te) em 76 segund os, temos:

Tm = 80+76 Tm = 78 segu ndos


2

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Os parâmetros de normalidade para homens e mulheres estão descr ilOs na
Tabela 3.7.

Tempo dt SUSI8IIIaPiO • segundos Grau dt capaddadt dt SIIIUIÇo


Mais de 79 segundos poro homens 87
Capaz de sustentar pesos
Mais de 108 segundos poro mulheres
De 30o 79 segundos poro homens
Capaz de susrenror pesos, porém com auxílio de equipamentos
De 40 o 108segundos poro mulheres
Menos de 30segundos poro homens
lncapoddade de sustento1áo
Menos de 40 segundos para mulheres
Tabela 3.7 . Parâmetros de normalidade no pesquiso doresisrêndo esrática dos membros superiores. {VIEIRA,1996)

Procedimento para exeru~o da técnico de avalia~o da resistênda de peso dos membros


superiores, Figura 3.17
""' Orientar o trabal hador sobre a finalidade da técn ica a ser executada.
""' Solicitar ao trabalhador para ficar de pé com as pernas pouco afastadas.
""' Solicitar que segure um haltere
em cada mão e abra os braços
(cinco quilos para homens e três
qu ilos para mu lheres).
""' Solicitar ao trabal hador que man-
ten ha os braços abertos segurando
os pesos até o esgotamento de suas
forças.
""' Disparar o cronômetro no ins-
tante em que o trabal hador abrir
os braços, com os pesos em cada
uma das mãos.
""' o caso de baixar os braços em
tempo diferente, deve-se registrar
os resultados em segundos de cada
Figuro3.17 · Técnico de resisrêncio
um dos braços e realizar o tempo
o peso dos membrossuperiores.
médio (Tm) de resistência de peso.

3.5 Teste do banco - Ergometria


Avaliação da Aptidão Física Relacionada à Saúde é entendida como a capa-
citação de realizar trabalho e depende da eficiência dos sistemas resp iratório,
cardiovascular, de componentes sanguíneos adequados, além dos componentes
celulares específicos que ajudam o corpo a util izar oxigênio durante o exercício.

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A resistência cardiorrespirat61·ia é definida co mo a capacidade de realizar
um exercício que mobiliza grandes massas musculares, dinâmico, de intensi-
dade moderada a alta, por períodos de tempo prolongados. A resistência cardior-
respirató•·ia tem co mo medida mais rep resenlativa o consumo máximo de
88 oxigênio (V02máx.). (SOUSA !997)
O componente cardiorrespiratório está diretamente ligado aos níveis de
sa úde de um indivíduo. Uma adequada aptidão cardiorresp iratória está associada
a uma menor OCOJTência de d istú rbios orgânicos como a hipertensão arterial, a
doença arterial coronariana, a diabetes melito, as hiperlipidemias e a obesidade.
A N R 15 - atividades e operações insalubres em se u quadro n2 3 taxas de
metabol ismo por tipo de atividade define traba lho pesado como aquele trabal ho
intermitente de levantar, empurrar ou arrastar pesos co m gasto de 440 kcaVh e o
trabal ho fatigante com gasto de 550 kcaVh. Portanto, realizar previamente a
avaliação de aptidão física cardiorrespiratória de um trabalhador que vai desem-
penhar funções co m grande desprendimento de energia é mais um parâmetro
para que o médico possa definir melhor a aptidão do traba lhador à sua fUnção
se m comprometer ou agravar sua saúde.

Erg6metros
Os ergômetros são aparelhos que permitem medir o esforço desenvolvido
por um indivíduo em termos de unidade física. Os ergômetros aval iam através de
método indireto a capacidade cardiorrespiratória através do V02máx. Os mais
comuns utilizados nos testes de esforço são:
- Esteira rolante: eq uipamento aprop riado para caminhar , perm1te
imprimir ve locidade desejada.
- Bicicleta ergométrica: equipamento de permite pedalar em um dete•·-
minado ritmo contra uma resistência imposta pelo avaliador.
- Prova dos degraus - banco: equ ipamento de subir e descer degraus,
variando de acordo com sexo, idade e peso du rante um determinado
tempo.
Essas provas ergométricas devem ser:
- Mensuráveis: o esforço desenvolvido pelo avaliado deve se•· em qual-
quer momento do teste expresso em unidades físicas.
- Rep roduzíveis: o equipamento deve conservar calibração adeq uada ao
longo do tempo, e a metodo logia deve ser uniforme.
- Graduáveis: co meçar com esforços simples e exigir do avaliado
p regressão nas cargas.
- Controláveis: controle com uso do eletrocardiógrafo e exame clínico
do avaliado.

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Erg6metro - BaiKO
-+ O banco é considerado o mais antigo dos ergômetros, através de
subidas e descidas de acordo com ritmo determ inado ou estágios. As
altu ras do banco são de acordo com cada protocolo, podendo med ir de 89
30 a 50 em, ter um ou dois degraus e não requer preocupação com a
estatura do indi víduo.
-+ O ergômetro banco deve ser construído em material rígido e resistente
com uma superfície de piso antiderrapante, e a largura deve ser
suficiente para que o avaliado ao p isar e apoiar-se de pé sinta-se seguro
e confortável sobre o banco.
-+ As opções de protocolos de banco são variadas, porém alguns instru-
mentos são necessários para o controle de cargas, intensidade e velo-
cidade de subidas, como metrônomo que durante a realização do teste
assegu ra o ritm o ideal de execução do mov imento do avaliado, o cro-
nômetro para controle correto do tempo e um monitor de frequência
cardíaca como o oxímetro de pulso.
-+ A parede de proteção à frente do banco de subida e descida não deve
ser de alvenaria ou colocar à frente do banco algum tipo de móvel, pois
o aval iado pode se machucar caso tropece e caia. Portanto, em frente
ao banco deve ser instalada uma proteção confeccionada de material
resistente a impacto e que permita amortecer o corpo do aval iado caso
ele caia do banco durante o teste.

Procedimento para realização do l8sfe do banco


O protocolo do teste de banco de Kasch avalia a aptidão cardiorrespiratória
baseada na recuperação da frequência cardíaca (FC). Para executar esse protocolo
o banco recomendado é de 30,5 em e o metrônomo para esse tipo de teste deve
ser ~ustado com ritmo entre 22 e 24 passos/minutos.
A equ ipe de enfermagem do trabalho deve:
-+ Orientar o ava liado sobre o que será realizado e a finalidade do teste.
-+ Instalar o oxímetro de pulso no dedo indicador do avaliado.
-+ Orientar o aval iado para manter o tronco ereto e que realize a
extensão completa dos membros inferiores na fase de subida no banco.
-+ Calcular com uso do cronômetro três minutos de teste. O avaliado deve
subi r no banco e descer dele num ritmo de 24 passos por minuto para
homens e 22 por minuto para mu lheres.
-+ Após os três minutos o avaliado deve sentar e aguardar cinco segundos
para verificação da FC (frequência cardíaca) que deve ser verificada por
um mmuto.

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A Tabela 3.8 indica a classificação de aptidão fís ica referente aos resultados
desse protocolo para homens e mulheres entre 20 a 60 anos.

ClaWikap • ••• 1115 "-


90 Frequên<ia (ardíD!a Frequên<ia (ardía<a
Medida (F() Medida (F()
Superior <74 <69
El<elente 75-83 70-78
Boa 84-92 79-87
Média 93-103 88-89
Regular 104-112 100-107
Ruim 113-121 108-llS
Muito ruim 122 116
Tabela 3.8 · Prot01olo do teste de ball!o de KaS<h, dassifi<DIÕO de aptidãolísi<o poro homens e mulheres entre 20 a 60 anos. (SOUSA)

3.6 Teste de acuidade visual


Dos cinco sentidos, a visão é um dos mars unportantes meios de com u-
nicação. Em cerca de 80% das informações que recebemos é o sentido mais util i-
zado pelos colaboradores em geral na execução das atribuições diárias. Em certos
casos, ela é decisiva para o perfeito desempen ho do cargo pretendido.
As operações em determinadas máqu inas, equipamentos e veículos, a realização
de inspeções de qualidade, o trabalho em desenhos, laboratório de química, painel
elétrico podem exigir uma capacidade visual cujo não atendimento implica em sér·ios
r·iscos econômicos, materiais e pessoais para a empresa e para o próprio trabalhador.
Avaliar a função visual é da maior importância para a saúde ocupacionaL
A visão pode ser divid ida em central e perifér ica. A acu idade visua l central é
med ida mostrando objetos de d iferentes tamanhos a uma d istância padrão do
olho. Para isso se utiliza a tabela de Snellen, cr-iada pelo oftalmologista ho landês
Hermann Snellen no final do século XIX. É composta de uma série progressiva de
fi leiras menores de letras aleatór ias ou com base na letra E usadas para med ir a
visão a dist;'\ncia. Os símbolos que usamos são chamados de optótipos.

3.6.1 Utilização do tabelo de Snellen - Poro oruidode visual de longe


Na tabela de Snellen cada fi leira é marcada por um número que
corresponde à distância em que um olho normal é capaz de ler, ou seja, as letras
da fileira 40 são suficientemente grandes para um olho normal enxergar numa
d istância de 40 pés, Figu ra 3.17.
O teste mede a visão numa distância de 20 pés ou seis metros. A acuidade é
marcada por dois números (fração) 20/40. O número 20 (numerador) representa

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a d istância em pés que o aval iado está da tabela e o 40 (denominador) represenLa
a fi leira menor das letras que o olho do ava liado pode ler.
O parâmetro de visão nor mal é de 0,80 = 20/25. Resu ltado aba ixo desse
valor pode indicar a necessidade de lentes cor retivas e de exames mais deLalhados,
91
realizados por méd ico oftalmologista, pois pode se tratar de miopia, um erro de
refração do olho em que a imagem se focal iza antes de chegar na retina. Isso
ocorre porque a córnea e o cristalino têm alto poder refrativo, mas essa condição
pode ser corrigida com uso de lentes cor retivas ou cirurgia.
O valor 0,8 não quer dizer· que rep resenta 80% da visão normal. As porcen-
tagens não devem ser apl icadas. O resultado de 0,8 representa 20/25, indica que o
trabal hador enxerga a 20 metros, e com uma visão nor ma l enxergana a
25 metros. (KIK UTA, 2000)
O profissional de enfermagem que executa o exame deve ficar atento a
d iferenças entre os valores obtidos maiores que 0,2 (por exemplo, tr-abalhador que
apresenta olho esquerdo 0,50 e olho d ireito 0,9).
O Consel ho Nacional de T rânsito, pela
resol ução n2 80, de 19 de novembro de 1998, re-
fere que a acu idade vis ual para candidatos à con-
dução de veícu los da categor·ia A deve ser igual a
0,80 no olho de melhor visão e na categoria B deve
ser igual a 0,66 em ambos os olhos. Os portadores
de ambliopia monocular (ausência da visão em um
dos olhos) ou estr-abismo tanto da categor·ia A
w
como da B devem apresentar uma acuidade vis ual
igual a 0,80 no ol ho de mel hor visão, porém não
EW3
podem ter atividade rem uner-ada. WEmE
Para as categorias C, O e E, a acuidade 3WEm3
visua l mín ima deve ser igua l a 0,66 em cada um
dos olhos, não podendo ser portador de amblio-
m 3 w 3 E
pia monocular. E m E W a E
W 3 W E3 m
O Decreto n2 5.296, de 2 de dezembro de
m E w 3 m E w
2004, no capitulo H, classifica o porLador de defi- :.:~me w me:.

ciência visual quando a acuidade visual é igual ou :.wem:~w:~m

menor que 0,05 no melhor ol ho, com a menor Gw G •:~ ut m C •

correção óptica; a baixa visão, que significa acui-


dade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a Figuro3.18 · Tabelo de Snellen com base
melhor corTeção óptica; os casos em que o soma- no letra Eporoteste em onollobetos.
tório da medida do campo vis ual em ambos os
olhos for igual ou menor que 60°; ou a ocorTência
simultânea de quaisquer das condições anteriores.

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Adequação do loml para realização do teste
""' Instalar a tabela de Snellen a seis metros do trabalhador. Se não hou-
ver sala com esta proporção, pode ser colocada a três metros, porém
92 com esta d istância, a linha normalmente legível será aquela marcada
como a linha 10 e todas as medidas devem ser convertidas Exemplo :
onde eram 20 pés agora serão IO pés 20/40 ou 'h do normal passa a ser
I0/40, ou •;,, do normal, ou melhor, adq uirir tabelas de três metros.
""' O loca l deve ser iluminado e a luz deve vir de trás ou dos lados, nunca
pela frente. A tabela de Snellen deve estar livre de ofuscamento.
""' Instalar a tabela de Snellen de modo que a acuidade 0,8 a I ,O fique na
altura dos olhos do colaborador, quando semado na cadeira, Figura 3.19.

-
eE
: .. 3

...•...,.
~ili

I
Figuro3.19• Instruçãoporomedido do acuidade visual. (KIKUTA, 2000)

Proa~dimento para uecução da técnico de avaliação da aaJidade visual para longe


com tabela de Snellen
""' Or iemar o trabalhad or sobre a finalidade da técnica a ser executada.
""' Solicitar ao trabalhador para sentar e encostar bem a região da colu na
na cadeira.
""' Perguntar se é alfabetizado, e caso não seja, uti lizar tabela com figuras.
""' Perguntar se utiliza lentes COJTetivas e caso utilize, execu tar o exame com
as lentes, ou se apresenta deficit em alguma das vistas (ambliopia, prótese).
""' Trata-se de um exam e monoc ular , portanto um dos olhos deve
permanecer tampado.
""' Iniciar o teste sempre pelo olho d ireito (00).
""' Solicitar ao trabalhador para tampar o olho a ser examinado com o
auxílio de um tampão de papel (nunca com a mão), solicitando para
manter os dois olhos abertos.
""' Utilizar um lápis preto em posição vertical para apontar o sinal a ser
visto, aproximadamente 2 em abaixo do sina l.

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""' Se o trabal hador apresentar alguma d ificuldade na linha do exame,
mostrar um número maior de sinais da mesma linha; caso a d ificul-
dade continue, volte à linha an terior.
""' Ou rante o exame obser var queixas e sinais de lacrimejamento, hipere-
93
mia (olhos vermelhos), inclinação da cabeça, piscar contínuo dos olhos,
estrabismo, desconforto, testa franzida.
""' Registrar o resul tado de cada olho no prontuário.

3.6.2 Utilizopio dos cartões de Joeger - Poro acuidade visual de perto


Em algumas funções dentro da emp resa, é mu ito im portante a acuidade
visual de perto. Devido à idade, a baixa da acuidade visual para perto pode se
instalar. Essa doença é conhecida como presbiopia, que é a d iminuição da capaci-
dade de focalizar de perto. Normalmente se inicia a partir dos 40 anos. Ainda não
existe cirurgia para corrigi r a presbiopia. É preciso usar lentes co rretivas.
Alguns sintomas podem ser percebidos no portador de presbiopia, como
cansaço, cefaleia (dor de cabeça) e a prática de afastar os obj etos dos olhos para
focalizar melhor. Independente da função, seria ideal realizar o exame de acui-
dade visual para perto em todos os trabal hadores acima de 40 anos de idade.
Alguns sintomas podem ser per-
cebidos no portador de presbiopia, como
cansaço, cefaleia (dor de cabeça) e a Tabela de L-eitura par3 Perto

prática de afastar os objetos dos olhos


para focalizar melhor. Independente da 0.37 m ••••••
I li •••
• ••••••
•' • ' ' • • JI
função, seria ideal realizar o exame de
EIII.JIIII , . , .. ,
0.50 m .)2
acu idade visual para perto em todos os 111111111 Ot,tt

trabalhadores acima de 40 anos de idade.


3E3m3 78 S 47
Para detectar a acu idade visual 0.67 m eemwe 6 9 7 52 JS
próxima, utilizam-se cartões de J aeger
com sentenças impressas em vários tama- EwEm s s < 9
0.?5 m wmmE ,276 J4
nhos padrão, que aumentam do número
I até o 12. Quamo maior for a deficiên- 3 E m E 6 7 2 6
cia visual do trabal hador, maior deve ser 1.00 rn
w 3 w m 8 5 9 J5
o tamanho das letras para que ele leia o
m E w 3 8 4 6 2
cartão a uma d istância de 40 centímetros. 1.25 m
m 3 E W 7 !\ R li
J6
É considerado normal o trabalhador que
apresentar a capacidade de leitura da Figuro 310 - Cartão de Joeger.
lin ha J I da tabela de J aeger, Figura 3.20.

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Protedimento para exetuçáo da técnica de avaliação da CKUidade visual para perto com
cartão de Jaeger, Figura 3.21
_, Orientar o trabalhador sobre a finalidade da técnica a ser executada.
94 _, Solicitar ao t1-abalhador para sentar e encostar bem a região da coluna
na cadeira.
_, Perguntar ao trabalhad or se aprese nta dificuldade para leitura de
perto (se afasta objetos para fazer a leitura).
_, Pergunta r ao trabalhador se utiliza lentes cor ret1 vas; caso utilize,
executar o exame com as lentes.
_, Colocar a tabela a uma d istância de 40 em do traba lhador.
_, Trata-se de um teste binoc ular , portanto ambos os olhos devem
permanecer abertos.
_, Ou rante o exa me observa r qu eixas e sinais de lacrim ejamento, afasta-
mento da cabeça, piscar contínuo dos olhos, testa fra nzida.
_, Anotar a linha que o trabalhador conseguiu visualizar melhor
Exemplo: AV= J I, AV = J 3.
_, Registrar o res ultado no prontuário.

figuro 3.21 ·Técnico de ovolioçáo do acuidade visual poro pertocomcortáode Joeger.

3.6.3 Utilização do Otho-Rater -Teste visual por projeção


No ambulatório de saúde ocupaciona l às vezes é d ifícil reservar um espaço
de seis metros ou até de três metros para uti lizar a tabela de Snellen. Geralmente
o espaço destinado à saúde ocupacional na empresa é bem reduzido, co m isso
pode-se utilizar o aparelho de Otho-Rater , apesar de ser de custo mais elevado.

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A vantagem do Otho-Rater é que
é possível realizar acuidade visua l para
longe, para perto, teste de visão cromá-
tica e percepção de profund idade ao
95
mesmo tempo, pois é dotado de dispo-
sitivos ordenados sem necessidade de
trocar de tabelas, ou trocar de sala com
o trabalhador.
Existem vários t1pos de Otho-
-Rader no mercado e cada um tem seu
pró prio manual de uti lização, portanto
é preciso ava liar os beneficios de um
investimento para aquisição de um Figuro3.22 • Realização do teste com Otho-Roder.
Otho-Rader ou a utilização de tabe las,
Figura 3.22.

3.6.4 Teste de visão cromático - Teste de daltonismo


O dalton ismo é tido como deficiência fis ica de pouco sign ificado, porque a
maior parte dos daltôn icos tem a visão normal nas demais características. Ela fo i
igno1-ada até o final do século XV III. A partir de 1798, passou a ser cientifica-
mente explicada. O da ltonismo dificulta e muitas vezes impossibilita uma série de
atividades profissionais, como os das indC.strias químicas, de laboratório de análi-
ses, escritórios de desenhos coloridos, indC.strias têxte is, motoristas, eletricistas,
entre outros que precisam ter uma perfeita distinção de cores.
A visão de cores é conseguida pela estimulação dos cones, que estão loca-
lizados em maior concentração na mácula, uma região da retina. Aceita-se que
existam três tipos básicos de cones, com três pigmemos diferentes: verde, vennelho
e azu l, e a percepção das cores seria devido aos d iferentes matizes destas três cores.
Foram c1·iados inC. meros testes para detectar a presença do daltonismo, porém
o mais popular é o teste de lshihara, composto por lâminas pseudo-isocromáticas, ou
seja, são quadros for mados por pontos coloridos sobre os quais aparece um n(Jmero
desenhado em determinada cor, Figura 3.22.
Os trabalhadores que apresentam deficiência na d istinção de cores não
conseguem ler os n(Jmeros corretamente. Os indivíduos com baixa acuidade visual
(20/50 ou menos) ou que apresentam retinopatias, doenças do nervo óptico etc.
não podem distingu ir as cores.

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Procedimento para uecução da técnica de avaliação da visão cromótica com o
teste delshihara
-+ Orientar o trabalhador sobre a fi-
96 nalidade da técnica a ser execUlada.
-+ Colocar o teste de lshihara em
frente ao colaborador e solicitar que
ele leia os números correspondentes
na página solicitada.
-+ Anotar os números certos e errados
que o colaborador falar. Figuro 3.23 -Indivíduos com visiio normal
-+ Se o trabalhador for daltônico, ele enxergam o número B,com distúrbio poro
não conseguirá decifrar o número visão de cores verde e vermelho enxergam
o número 3, com cegueira total porocores
no teste.
não enxergam nado. (consulte referência
-+ Registrar os resultados no pron- colorido no site do Editoro Érico).
tuário.

3.65 Teste de verifico~o da pressão intraocular -tonometria

Glaucoma
O olho humano produz, continuamente, um líquido chamado de humor
aquoso para nutrição das estru turas oculares. Após cumprir sua função, esse
líquido deve ser drenado através de canais localizados no ângulo da câmara
anterior, formado pela cómea e pela íris. Esse contín uo nuxo de entrada e saída
de líquido confere um certo grau de pressão no interior do olho, sendo que a
pressão intraocu lar normal varia de l O a 20 mmHg.
A obstrução no sistema de drenagem acarreta um represamento do humor
aquoso no olho, com consequente elevação da pressão intraocular.
O glaucoma ocoJTe quando o aumento da pressão intraocular for nocivo aos
fi lamentos nervosos que formam o nervo óptico, que é o elemento condutor dos
estímulos visuais do cérebro. Com o tempo, o nervo óptico vai se atrofiando e com-
prometendo a visão, de maneira in·eversível, levando à cegueira. Segundo dados da
Organização Mundial de Saúde, a segunda causa de cegueira no mundo, correspon-
dendo a 12,3%, sendo a primeira a catarata com 47,8%. A pressão intraocular (PIO)
é um dos fatores de risco mais relevantes para o glaucoma. (PARAN HOS J R, 2009)

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Existem várias formas de glaucoma que, dependendo do mecanismo pelo
qua l ocor re a obstru ção da drenagem do humor aquoso, são reunidas em cinco
grupos principais: glaucoma primário de ângu lo aberto, glaucoma primário de
ângulo fechado, glaucoma de pressão normal, glaucoma congênito e glaucoma
secundár io. O tipo mais comum é o glaucoma primário de ângulo aberto. 97
O glaucoma é uma doença cuja incidência é mais comum em idosos, e após
os 70 anos a incidência sobe para 5%. Ele é quatro vezes mais frequente nos
indivíduos de raça negra, sendo também mais grave nestes. Os indivíd uos com
parentes de primeiro grau portadores da doença têm dez vezes mais chance de
desenvo lver o glaucoma. Outras condições que favorecem o su rgimento do
glaucoma incl uem diabetes, doenças cardiovasculares, enxaqueca, alta miopia.
(IO BH- Instituto de Olhos de Belo H01·izonte).
Uma vez diagnosticada a doença, o médico oftalmologista controla a pressão
com o uso de colírios especiais. A pressão ideal deve ser determinada para cada
paciente com glaucoma e depende de vár ios fatores como a grav idade da doença,
a idade do paciente e o tipo e glaucoma. Para alguns pacientes com glaucoma a
pressão de 16 mmHg pode ser adequada, enq uanto para outros h~a necessidade
de baixar a pressão para li mmHg. (PARAN HOS J R, 2009)
A perda visual que ocorre no glaucoma é lenta e progressiva, iniciando na
periferia do campo de visão para o centro e por isso não é notada pelo paciente.
Quando o paciente começa a perceber perturbação visua l é porqu e a perda de
ca mpo visual aproxima-se do centro. Quando isso ocorre, cerca de 80% das fibras
do nervo óptico já foram danificadas de maneira irreversível. Nessa fase da
doença su rgem os sintomas como limitação da área de visão e co m isso o paciente
esbarra em objetos, pessoas. Ocorre também piora da visão em ambien tes pouco
iluminados, portanto o glaucoma somente será descoberto se o paciente se
submeter a um exame oftalmológico que inclu i a medida da pressão intraocular. A
Figura 3.24 mostra a sequência da perda visual pelo glaucoma.

1 Glauooma moderado
o 2 Glauooma avançado
o 3 Glauooma muito avançado
o

Figuro314 oSequênâo do perda visual no glaucoma. Há uma perda progressivo do periferia até ovisão se tornar
tubulor (Fonte: IOBHoInstitutode Olhos de Belo Horizonte disponível em hnp://www.iobh.com.brncntlD = 61 ).

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Tonometria
A medida da pressão intraocular é fundamental para o d iagnóstico do
glaucoma. A medição mais precisa é realizada com o tonômetro de Goldmann,
98 que é feita com o instrumento montado na lâmpada de fenda. Após a instilação de
colírio anestés ico com um corante, o aparelho é apoiado sobre a córnea e a leitura
é fe ita. Esse tipo de med ida da pressão intraocular deve ser realizada so mente
pelo profissional médico, pois usa-se colirio anestésico em contato d ireto com a
córnea.
A medição da pressão intraocular que a equipe de enfermage m do trabal ho
pode realizar é com o uso do tonômetro de sopro que não tem contato com o olho
do avaliado nem utiliza colirio anestésico. Essa medição é uti lizada so mente para
triagem, não devendo ser uti lizada para d iagnóstico ou acompanhamento de
pacientes com suspeita ou existência confirmada de glaucoma. Qualquer alteração
nessa medição, o avaliado deve ser encaminhado a um méd ico especialista. O
tonômetro de sopro é mais acur-ado quando os níveis da pressão intraocular
situam-se próximos aos limites da normalidade, entre IO a 20 mmHg. Sua
acurácia diminu i nas pressões mais elevadas e em ol hos com córneas irregulares
ou com nistagmo. (PARAN HOS JR, 2009 e PINTO, 2009)
Utiliza-se o aparelho tonômetro de sopro para medir a pressão intraocu lar.
O tonômetro baseia-se numa sonda muito leve que faz contato moment<'lneo com a
córnea. A medição quase não é sentida pelo avaliado, por isso não é necessário uso
de anestésico. (PINTO, 2009)

Procedimento para execução da técnico de avaliação da pressão intraotUiar -tonomefria


_, O avaliado deve estar sentado e confortável.
_, Orientar o avaliado sobre o procedimento que será rea lizado.
_, Orientar o aval iado para ol har em frente e manter os olhos bem abertos.
_, In iciar a medição pelo ol ho direito.
_, Procurar posicionar o tonômetro na horizontal, aproximando e afas-
tando do avaliado. Cuidadar para não aproximar mu ito do olho exa-
minado. O aparel ho d ispa1-a o sopro de ar auto maticamente.
_, Realizar três medições anotando todas as med idas realizadas em cada
olho.
_, Puxar o aparelho para si e recomeçar o procedimento para o ol ho
esq uerdo, tomando o cuidado com o nariz do avaliado.
_, O tonômetro de sopro calcula imediatamente a méd ia das três medições
realizadas em cada ol ho que será o resultado da pressão intraocular.
_, Registrar o resu ltado no prontuário.

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99

figuro 315 • Tonômetro de sopro (Fonte: Equipamentos Figuro 3.26 • Reolizo~áo do Teste de
Oftalmológicos. Disponível em llp://www.mppivo.eom.br/ pressão introoculor com uso do Tonômetro
rod utos/ico re/to nometer/in dex.htm). de sopro (PINTO, 2009)

3.7 Teste de função pulmonar- Espirometria


3.7.1Avia respiratório eooerodispersoide
A via respiratória é a mais importante para a toxicologia ocupacional, pois a
grande maioria das intoxicações ocupacionais ocorre por asp iração dos agentes
suspensos no ar ambiental.
A superfície pu lmonar total é de aproximadamente 90 m 2 • A absorção das
substâncias pode ocorrer nas vias aéreas como faringe, traqueia, brônquios e
alvéo los. Os agentes absorvidos são os gases, vapores e os aerod ispersoides, que
são partículas sólidas ou líquidas de pequeno tamanho molecular, suspensas no ar
por um periodo longo.
Geralmeme as partículas com diâmetro menor ou igual a I ~~ (micra) conse-
guem chegar aos alvéolos. As partículas com diâmetro maior ficam retidas nas
regiões menos profundas como traqueia e faringe do trato respiratório, portanto o
diâmetro das parúculas é um dos fatores importantes para que ocorram a penetração
e a retenção de um aerod ispersoide pelo trato pulmonar. (AMO RlN et ai., 2006)

3.7.2 Memnismo de retensõo dos oarodispersoides


Somente partículas com diâmetro menor que 30 Jl são capazes de penetrar
por via respiratória. Fatores como inspiração forçada devido à execução de traba-
lhos pesados podem fazer com que partículas maiores de 30 Jl sejam absorvidas.
O mecanismo de retenção e remoção das partícu las depende da região do
trato pulmonar na qua l as partículas se instalem.

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""' Partículas com diâmetro de 30 a 5 !l se depositam na região nasofarín-
gea pelo processo de impactação, ou seja, as partículas se chocam com
as paredes e ficam retidas.
""' Partículas com diâmetro entre 5 e I !l se depos itam na região traqueo-
100
bronq uial pelo processo de sedimentação, ou seja, as partículas ficam
mais tempo no local e se sedimentam devido à força de gravidade.
""' Partículas com diâmetro menor que I !l se depos itam na região alveolar
pelo processo de difusão, ou seja, é o choq ue das partículas com os gases
presentes nos alvéolos e se difundem nas paredes dos alvéolos.

3.7.3 Mecanismo de remO§õo dos aerodispersoides


Nem todas as partículas que se depos itam no trato resp iratório ficam retidas
nele, pois os mecan ismos de remoção as retiram. O mecanismo depende do local
de deposição da partícula como:
""' Partículas da região nasofaríngea: são remov idas em minutos através
do muco associado aos movimentos dos cílios presentes nessa região.
""' Partículas da região traqueobronquial: são removidas rapidamente em
min utos ou horas pelo mesmo processo da região nasofaríngea e tam-
bém através da tosse, porém a fumaça de cigaJTo dimin ui a velocidade
de remoção das partículas nessa região devido à destr uição dos cílios.
""' Partículas da região alveolar : são remov idas pela fagocitose real izada
pelos macrófagos presentes em grande nComero nessa região. Pela
fagocitose pode-se remover até 80% das partículas, porém numa veloci-
dade lenta que pode perdurar dias ou até anos, dependendo da
partícula. As partículas presentes nos alvéo los que não forem remo-
vidas ou absorvidas ficam retidas na região, levando ao desenvolvi-
mento das pneumoconioses.

3.7.4 Aespirometria
Utilizada para medir em mi límetros a quantidade de ar que o trabalhador
pode expulsar dos pulmões após uma insp iração máxima. Pode ser reali7.ada
durante respiração lenta ou manobras expiratórias forçadas. A espirometria é um
teste que auxilia na prevenção e permite o diagnóstico e a quantificação dos
distCorbios ventilatórios.
As empresas que possuem situações de risco para o trabalhador que pode
desenvo lver uma pneumoconiose devem adotar um Programa de Proteção Respi-
ratória (PPR) que contemple ações de prevenção primária e secundária, sendo a
espirometria uma ação preventiva dentro do PPR.

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De acordo com a N R7, deve-se realizar ava liação dos trabalhadores que
estão expostos a aerodispersoides fibrogênicos e não fibrogênicos, devendo obri-
gatoriamente realizar os seguintes exames:
a) Telerradiografia de tórax (técnica da OIT-1980) na exposição a aerodis- 101
persoides fibrogênicos. O exame deve ser rea lizado na admissão e,
posteriormente, a cada ano. Na exposição a aerodispersoides não fibro-
gênicos o exame deve ser realizado na adm issão e depois bienalmente
(exposição maior que 15 anos) ou trienalmente (exposição menor que
15 anos).
A Secretaria de Inspeção do Trabalho SIT publicou a Porta1·ia n2 223, de 06
de maio de 20 li, alterando o Quadro li da NR7. O objetivo da alteração foi
estabelecer as condições técnicas e os parâmetros mín imos para a real ização de
rad iografias de tórax para contribuir no d iagnóstico das pneumoconioses. Deve-se
ficar atento à exigência dessa portaria quanto ao funcionamento do Ser viço de
Rad iologia no qual o trabal hador vai realizar o exame, pois deve possuir alvará da
Vigilância Sanitária específico para a radiologia.
O laudo dos exames deve ser ass inado por méd ico rad iologista com título
de especialista e com capacitação e/ou certificação na classificação rad iológica da
O IT ou por médicos de outras especialidades, que possuam título de especia-
lidade em pneumologia, medicina do trabalho ou clínica médica e capacitação
e/ou certificação na Classificação Radiológica da O rr.
Os serviços que ofertam rad iologia digital devem assegurar a confi-
dencialidade dos arqui vos eletrônicos e de dados dos trabalhadores submetidos a
rad iografias de tórax admiss ionais, periódicas e demissionais, para fins da clas-
sificação radio lógica da O IT, por meio da implementação de medidas e procedi-
mentos técn icos e adm inistrativos adequados. A portaria também determ ina que
as imagens digitais sejam armazenadas no formato Dicom, não sendo permitidas
imagens escaneadas como forma de arqui var filmes obtidos pelo método de
rad iologia convencional.
b) Espirometria (técnica da American Thoracic Society - 1987) na exposição a
qualquer tipo de aerodispersoide, devendo ser realizada no exame
adm issional e posteriormente a cada dois anos.
Lembrando que aerod ispersoide fibrogênico é aq uele agente que provoca
fibrose pulmonar, como, por exemplo, sílica, asbesto, carvão. O aerodispersoide
não fibrogênico é aq uele agente que não provoca fibrose pu lmonar, como, por
exemplo, o bário, ferro, estan ho.
A finalidade da espi rometria em trabalhadores expostos a aerod ispersoides
é realizar um teste de triage m para detecção precoce de uma doença ocupacional
pulmonar. Para esse tipo de espirometria utiliza-se espirômetro simples. Os

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microespirômetros são ma is ind icados para este fim, pois são de fáci l man useio
por serem portáteis, porém é imporLante que essa espirometria esteja demons-
trada por gráficos. Para uma aná lise mais detalhada da função pulmonar, é
f1.1ndamenta l a uLilização da espirometria convencional, em laborat61·ios especiali-
102 zados, com prod ução de curvas espirométricas, Figura 3.27.

Figuro317- Espirômetrosimples com bocal, clipe nasal e seringa decolibroção.

Todo teste de espirometria deve obedecer às normas técnicas padronizadas


pela Sociedade Brasileira de Pne umologia e Tisiologia para que se obtenha conlia-
bilidade no exame.

Recomendasües antes da reali• do teste de espirometria


_, Perguntar ao trabalhador se apresentou infecção resp iratória nas últimas
três semanas como gripe, resfriado, bronquite ou pneumon ia.
_, ão é necessário jejum.
_, Perguntar ao trabalhador se está sem tomar chá ou café nas últimas
seis horas antes do teste.
_, Perguntar ao traba lhador se esLá sem fumar por pelo menos duas
horas antes de realizar o exame.
_, O traba lhador deve ficar em repouso de cinco a dez minutos antes da
rea lização do teste.
_, Pesar e med ir o trabalhador.
_, Orientar o trabalhador sobre as manobras a serem executadas d urante
o teste.
_, Utilizar o clipe nasal.

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Recomendações da Sociedade Brasileira de Pneumologia eTisiologia para realização de
um teste confióvel de espirometria
""' Calibrar o aparelho com seringa próp ria de calibração de três litros.
""' Real i7~'tr a calibração diariamente antes do início dos testes. 103
""' Recomenda-se que a seringa seja mantida próxima ao espi rômetro
para que as condições de umidade e temperatura sejam as mesmas.
""' Certificar-se de que o trabalhador compreendeu o exame.
""' Reali7~'1r o exame em ambieme calmo e privativo e temperatura agradável.
""' Certificar-se de que o aval iado não esteja com o estômago cheio nem
em jeJUm.
""' Não repetir a prova par-a obter mel hores resultados, pors as provas
repetidas tendem a apresentar resultados mais baixos.
Encaminhar ao especialista ou à espirometria convencional a critério
méd ico.

Procedimento para exerução da técnica de avaliação da função pulmonar utilizando


espir6metro simples, Figura 3.28
Orientar o trabal hador sobre a finalidade do teste que será executado.
Solicitar para que o trabalhador fique sentado.
Colocar o bocal descartável no aparelho de espirometria.
Explicar ao trabalhador a manobra que será feita: "inspiração profun-
da e uma expiração ráp ida no início e prolongada até seis segundos".
Solicitar que o tJ-abalhador coloque o bocal sobre a língua entre os dentes e
os lábios de maneira a não permitir o escape de ar.
Solicitar ao trabalhador para inspirar profundamente e colocar o clipe
nasal antes de realizar o sopro.
Or·ientar o tr-abalhador a manter a cabeça neutr-a, pois a inclinação ou ex-
tens.-'ío da cabeça altera os resuh..-<dos devido à var·iação da r·igidez tr-aqueal.
Incentivar o tr-abalhador com pala-
vras como "vamos, vamos, sopra
mais, mais" até que o aparelho in-
dique que terminou o exame, em
média em seis segundos.
""' Registrar os valores encontrados.
""' Desprezar o bocal no lixo.
""' Realizar limpeza do espirômetro
com álcool a 70%.
Figuro 3.28 - Realizando espirometrio.

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A espirometria com paciente em pé pode ser realizada em paciente jovem.
Com pacientes de meia-idade e idosos a posição em pé apresenta resultado maior
na capacidade vital forçada (CVF) em média I a 2%, comparada com a posição
sentada, por isso preconiza-se a posição sentada para realização da técnica.
104 (PE REIRA, 1996)

Definlsfies dos resu~ados da esplrometrla


Volume Expiratório Forçado no primeiro segundo (VEF 1): repre-
senta a quantidade de ar eliminada no primeiro segundo da manobra
expiratória forçada, expressa em litros nas condições de temperatura
corporal (37 •q.
Capacidade Vital Forçada (CVF): representa o volume máximo de ar
exalado com esforço máx imo a partir do ponto de máx ima insp iração.
Medida em litros.
Pico de Fluxo Exp iratório ou Fluxo Máximo Expiratório (PFE)
FEFmáx: representa o fluxo máximo de ar du rante a manobra de
capacidade vital forçada. É expressa em litros/segundo.
Fluxo Expiratório Residual (FER).

Volume pulmonar

Inspiraç,'io máxima

Respiração normal- volume correme

Inspiraç,'io máxima

Volume res idual

3.75 Gráfico da espirametria


Toda espirometria realizada deve ter um gráfico que será analisado pelo
médico do trabalho. A Figu ra 3.29 representa um gráfico de espirometria.

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Volume
Tempo(s)

Figuro319 · Gráfico do espirometrio representando o curvo VT, volume tempo, e VF, volume fluxo. (PEREIRA, 2002)

Interpretação do gráfico de es pirometria (PEREIRA, 2002):


A curva fl uxo volume mostra que o fl uxo é máximo logo no início da
exp iração, próximo à CPT , havendo redução dos fluxos à med ida qu e o vo lume
pulmonar se aproxima do VR.
Os fl uxos no início da expiração, próximos ao PFE, representam a porção
esforço-dependente da curva, porque podem ser aumentad os com maior esforço
por parte d o paciente.
Os fluxos após a exp iração dos primeiros 30% da CVF são máximos após
um esforço exp iratório modesto e representam a chamada porção relativamente
esforço-independente da cur va.
... Volume Residual (VR): represe nta quantidade d e ar qu e permanece
nos pulmões após a exalação máxima.
... Capacidade Pulmonar Total (CPT): é a quantidade de ar nos pulmões
após uma inspiração máxima.
... Capacidade Residual Funcional (CRF): é o volume de ar que penna-
nece nos pulmões ao final de uma exp iração usual, em volume corrente.
... Capacidade Vital (CV): represe nta o maior volu me de ar mobilizado,
podendo ser med ido tanto na inspiração quanto na expiração.
... Capacidade Vital Forçada (CVF): representa o volume máximo de ar
exalado com esforço máximo, a partir do ponto de máxima inspiração. O
volume eliminado em manobra expiratória forçada desde a CPT até o VR.
... Volume Expiratório Forçado no Temp o (VEFt): represe nta o volume
de ar exalado num tempo es pecificado durante a manobra de CV F;
por exemplo VEF I é o volu me d e ar exalado no primeiro segundo da
manobra d e CVF.
Para os critérios de avaliação dos res ultad os d eve-se d ar preferência a
va lores de referência nacional de normalidade, principalmente para os testes de
detecção precoce d e doe nça oc upacional e avaliação de incapacidade, Tabela 3.9.

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Dts*lilo VEfl (Yf VEf 1/tvf 'Mo
Leve 60% limite inferior 60% limite inferior 60% limite inferior
Moderado 41 % -59% 51% - 59% 41% -59%
Grave <40% <50% <40%
106
Tabelo 3. 9 -Quantidade do distúrbio. {PEREIRA, 2001)

3.7.6 Ensaio de vedO§õo do respirador - Fit Test


O ensaio de vedação é um teste usado para selecionar o tamanho e o
formato do res pirador qu e deve ser adequado ao rosto de cada usuário. Todo
trabalhador usuário de resp irador com peça se mifacial deve ser submetido a um
ensaio de vedação dentro do Programa de Proteção Respiratória (PPR).
Para esse ensaio é util izado um agente de teste que pode ser a sacarina com
sabor característico adocicado ou o bitrex co m sabor amargo.
O trabal hador deve util izar o resp irador a ser ensaiado, que é exposto à névoa
de um agente de teste com sabor característico doce, utili7~'lndo sacarina, ou amargo
com uso do bitrex, enquanto reali7~'l exercícios padronizados fora da área de risco.

Procedimento para realizar oftt Tast


Para realizar o ensaio de acuidade do paladar, o avaliado, sem o resp irador
no rosto, deve colocar o capuz e respirar pela boca. esse momento o avaliador
deve bor rifar a solução di luída do ageme de teste e verificar se o aval iado
consegue detectar o sabor do agente em baixas concentrações.
Se o avaliado passou no ensaio de acuidade de paladar, deve ser orientado a
colocar o respirador no rosto, ~ustar os tirantes e realizar o teste de pressão
positiva, qu e consta de segu rar o respirador com as mãos e sop rar , ver ificando se
ocorre saída de ar pelo respirador, Figura 3.30.

Figuro3.30 · Teste de pressão positivo.


(Fonte: ANVlSA Cartilha de Proteção Respiratóriocontra Agentes Biológicos poro
Trobolhodores de Saúde. Disponível em http://portol.onviso.gov.br/wps/wcm/connect/
ed3c9d804745791 18628d63fbc4c6735/cortil ho_moscoro.pdi?MOD= AJ PERES)

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Após a realização do teste de pressão posJtJva, o aval iado d eve colocar o
cap uz para realizar o fit test, Figura 3.31, seguindo as etapas de exercícios:
Iª etapa - um m inuto para realizar
O avaliado de pé, em posição ereta com os braços estendidos ao longo do 107
corpo e olhando para frente, sem falar, deve respirar norma lmente. O avaliador
borrifa a solução de teste dentro do cap uz.
2ª etapa - um m inuto para realizar
O avaliado de pé, em posição ereta, co m os braços estendidos ao longo do
corpo e olhando para frente, deve respirar devagar e profundamente, mas sem
hiperventilar. O avaliador borrifa a sol ução de teste dentro do cap uz.
3ª etapa - um m inuto para realizar
O avaliado de pé, sem sair do lugar, deve mover a cabeça devagar de um
lado para o o utro, mamendo momentaneamente a cabeça parada em cada
extremidade enquanto inala em cada lado. Orientar para não de ixar o resp irador
bater nos ombros. O avaliador borrifa a solução de teste dentro do cap uz no lado
d ireito e esquerdo da cabeça.
~ etapa - um m inuto para realizar
O aval iado de pé, sem sair do lugar, deve movimentar devagar a cabeça
para cima e para baixo. O aval iador borrifa a solução de teste dentro do capuz no
momento em que a cabeça do trabalhador estiver voltada para cima.
5ª etapa - um m inuto para realizar
O avaliado deve ler um texto devagar de modo que o avaliador do ensaio
ouça claramente. O avaliador deve borrifar a solução de teste dentro do cap uz
enq uanto o avaliado estiver lendo.
6ª etapa - um m inuto par a realizar
O aval iado deve fazer careta, franzir a testa e sorrir. O avaliador deve bor-
ri far a solução de teste dentro do cap uz em cada expressão que o avaliado fizer.
7ª etapa - um m inuto par a realizar
O avaliado deve fazer movimento de corrida lenta, porém parado no lugar.
O avaliador deve borrifar a solução de teste dentro do cap uz enquanto o avaliado
estiver correndo parado.
A enfermagem do trabalho deve anotar se o avaliado, durante a realização de
qualquer etapa do teste, perceber o sabor do agente. Se isso ocorrer, o ensaio d eve
ser suspenso e o respirador será considerado inadequado, devendo ser escolhido
outro respirador com tamanho ou formato diferente e repetir as etapas do ensaio.
Esse teste deve ser registrado no prontuá•·io do trabal hador e constar no
Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) a da1.a da realização do teste.

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108

Figura 3.31 • Realizaçáo do Fit Test com uso do capuz e agente borrilador.

3.8 Teste de acuidade auditiva - Audiometria


Para a enfermagem do trabalho o teste audiométrico é muito importante,
mas antes de detalharmos como é a realização do teste, vamos relembrar alguns
pontos unportantes.

3.8.1Anatomia da orelha humana


O órgão responsável pela audição é a orelha (denominado ouvido até
1997), também chamado de órgão vestibulococlear.
A maior parte da orelha fica no osso temporal, que se localiza na carxa
' responsável por duas funções: aud ição e equilíbrio.
craniana. E
A orelha está dividida em três partes, sendo externa, média e interna (deno-
minadas ouvido externo, ouvido méd io e ouvido interno até 1997), co mo mostra a
Figu ra 3.32.

3.8.2 Orelha externa


É formada pelo pavilhão auditivo e pelo canal auditivo externo ou meato
auditivo. Todo pavilhão auditivo, com exceção do lóbulo, é constituído por tecido
cartilaginoso recoberto por pele, tendo como função captar e canalizar os sons
para a orelha média.
O canal auditivo externo estabelece a comunicação entre a orel ha média e o
meio externo. Mede cerca de três centímetros de comprimento e está escavado no
osso temporal. É revestido internamente por pelos e glândulas, que fabr·icam uma
subst;'\ncia gord urosa e amarelada denominada cerume. Tanto os pelos como o
cer ume retêm poeira e microrganismos existente no ar.
O canal aud itivo externo termina numa del icada membrana denominada tím-
pano, firmemente fixada ao conduto aud itivo exter·no por um anel de tecido fibroso.

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3.8.3 Orelha média
A orelha méd ia começa na membrana timpân ica e dentro dela estão três
ossículos articulados entre si: martelo, bigorna e estr ibo. Esses ossículos encon-
tram-se suspensos na orelha méd ia através de ligamentos. 109
O cabo do martelo está encostado no tímpano; o estr ibo apoia-se na janela
oval, um dos or ificios dotados d e membrana da orelha interna que estabelecem
comunicaç.'io com a orelha méd ia. O outro orificio é a janela redonda.
A orelha méd ia com unica-se com a faringe por um canal denom inado tuba
auditiva (ou trompa de Eustáquio até 1997). Esse canal permite que o ar penetre
na orelha média, mantendo a pressão imerna igual à externa.

3.8.4 Orelha interna


Conhecida como labir into, é formada por escavações no osso temporal, reves-
tidas por membrana e preenchidas por líquido. Limita-se com a orelha méd ia pelas
janelas oval e a redonda. O labirinto apresenta uma parte anterior denominada
cóclea que está relacionada com a audição, e uma parte poster·ior relacionada com o
equilíbrio, constituída pelo vestíb ulo e pelos canais semicirculares.
As libras basilares próximas à janela oval na base da cóclea são curtas, mas
tornam -se progressivamente ma is longas à med ida que se aproximam da porção
super·ior da cóclea. Na parte final da cóclea, essas libras são aproximadamente
duas vezes mais longas do qu e as basais.
OreU\J interna
As libras basilares próximas à
Canais
janela oval na base da cóclea são cur- somteircutaros
Nervo
vubbutar
Nervo
tas, mas tornam-se progressrvamente auditivo
mais longas à medida que se aproxi - •
mam da porção superior da cóclea.
Na parte final da cóclea, essas libras
são aproximadamente duas vezes
mais longas do que as bas.1.is.
Na superficie da membrana
basilar localiza-se o órgão de Corti,
em que há células nervosas ciliares Osso
(células sensoriais). Sobre o órgão de OsslcuiOs
Pevilhão Meato da orelha Tuba
Corti há uma estrutura membranosa, audft•vo aWstk:o média audrtJVa

denominada membrana tectórica, Orelha


oxtoma
Trmpano
que se apoia, como se fosse um teto,
sobre os cílios das cél ulas sensoriais. figuro3.32 -Anatomia do orelha. (CESAR&SElAR, 2002).

Os canais semicirculares não têm função aud itiva, mas são muito importan-
tes na manutenção do equilíbrio do corpo.

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3.85 Definição de som
O som é prod uzido por ondas de compressão e descompressão alternadas do
ar. É uma energia sob a forma de movimento oscilató1·io. As ondas sonoras propa-
gam-se através do ar exatamente da mesma forma que as ondas propagam-se na
110
superfície da água. Os sons naturais são, na sua maior parte, combinações de sinais,
mas um som puro possui uma velocidade de oscilação ou frequência que se mede
em hertz (Hz) e uma amplitude ou intensidade que se mede em decibéis (dB).

3.8.6 Propagação do som na orelha


A orelha humana é um órgão altamente sensível, capaz de captar e inte•--
pretar as ondas sonoras a uma frequência entre 16 e 20.000 Hz.
A captação do som até a sua interpretação é uma sequência de transfor-
mações de energia, iniciando pela energia sonora que ocorre na orelha externa,
em que as ondas sonoras são captadas e canalizadas pelo canal auditivo até o tím-
pano. O tímpano recebe as ondas sonoras e vibra na mesma frequência da onda,
transformando as vibrações sonoras em vibrações mecânicas ou energia mecânica
que é percebida pelos ossículos (martelo, bigorna e estribo)já na orelha média.
A movimentação do ossículo martelo determina também no ossículo estribo
um movimento de vaivém, fazendo com que essa energia mecânica seja transmi-
tida para o líquido coclear já na orelha interna, convertendo essa energia mecâ-
nica em energia hidráulica. As célu las ciliadas movem-se para frente e para trás,
excitam as células sensor iais e geram impulso nas terminações nervosas. Esses
impu lsos são transmitidos através do nervo coclear até os centros auditivos do
tronco encefálico e córtex cerebral, desta forma a energia hidráulica que chegou à
cóclea é convertida em energia elétr ica.

3.8.7 Pertepção da frequênda do som


A frequência do som pode ser aguda ou grave. A diferença entre elas está
no local em que são percebidas pelas células ciliadas, ou seja, quando as cél ulas
ciliadas próximas à base da cóclea são estim uladas, o cérebro interpreta o som
como sendo de alta frequência ou agudo. Quando as células ciliadas são es tim u-
ladas na porção média da cóclea, o cérebro interprel.a o som como sendo de baixa
frequência ou grave.

3.8.8 Percepção da intensidade do som


A intensidade de um som é determinada pela intensidade de movimentos
das fibras basilares, ou seja, quanto mais intensamente as células ciliadas sensitivas
são estimu ladas, maior é o n(Jmero de estímulos transmitidos ao cérebro, indican-

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do o grau de intensidade do so m. Por exem plo, se uma ún ica célula ciliada pró-
xima à base da cóclea é estim ulada, ela va i gerar um único estímulo por segundo.
A frequência do som será interpretada como aguda, porém a intensidade será
quase zero. Se essa mesma célula ciliada é estim ulada mil vezes por segundo, a
altura do som permanece a mesma, ou seja, con tinua sendo agudo, mas a sua 111
intensidade será extrema.

3.8.9 Rufdo e seus efeitos paro ocorpo humano


O ruído é uma forma de pol uição sonora ma is frequente no meio industrial.
É definido como uma mistura de sons, mas indesejáveis, cuj a freq uência não segue
uma regra prec1sa.
Os efeitos do ruído no corpo humano dependem da intensidade e da
duração, podendo ocorrer efei tos como nervosismo, ansiedade, cefaleia, zumbido,
hipertensão arterial. (FERNA DES e MORATA, 2002)
A perda de aud ição é ocasionada principalmente por dois fatores: o enve-
lhecimento natural da orelha com a idade, denominado presbiacusia, e a expo-
sição prolongada a ruídos. (ROC HA, 2000)

3.8.1OTeste oudiométrim
A primeira precaução, visando à implantação de um Programa de Conse•·-
vação Audi ti va (PCA), é a realização do teste aud iométrico que demonstra o estado
da sensibilidade aud itiva do indivíd uo.
A aud iometria é a medição da audição, que deve ser reali7.ada em todos os
trabalhadores ou candidatos expostos ao nível de pressão sonora elevado igual ou
maior de 80 dB, que é o nível de ação para o agente ruído. A NR I5, anexo n2 I ,
lista o limite de tolerância para ruído contínuo ou intermitente de acordo com a
máxima exposição diária. Pesq uisas sugerem a realização an ual para trabal hadores
expostos a áreas de nível de pressão sonora elevado, acima de 85 dB, mesmo não
sendo uma exposição con tínua.
A real ização do exame aud iométrico faz parte de um conjunto de med idas
do Programa de Conservação Auditiva (PCA) ou Programa de Prevenção Auditiva
(PPA) que visa à prevenção e o controle da Perda Auditiva Ind uzida por Ruído
(PAIR) ou Perda Auditiva Induzida por Nível de Pressão Sonora Elevado
(PAINPSE) nos trabalhadores da empresa. No Brasil a PAIR é a segunda causa de
doença ocupacional registrada, só perde para o OORT (Distúrbio Osteomuscular
Relacionado ao Trabalho).

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A PAI R tem como característica a perda auditiva sempre neurossensor ial
por atingir a cóclea. Uma vez instalada, é irreversível, quase sempre é bilateral,
raramente leva à perda aud itiva profunda, pois geralmente não u ltrapassa os 40
dB nas baixas frequências e os 75 dB nas altas frequências. Manifes1.a-se predo-
112 minantemente nas frequências de 3, 4 e 6 kHz e com o agravamento da lesão
estende-se às frequências de 8, 2, I, 0,5 e 0,25 kHz, as qua is levam mats tempo
para serem comprometidas.
O portador de PAIR pode apresentar intolerância a sons intensos, zum-
bidos, além de comprometimento da inteligibilidade da fa la, com prejuízo no
processo da comunicação. Não haverá progressão da PAIR, uma vez cessada a
exposição ao nível de pressão sonora elevado. A PAI R geralmente atinge o seu
nível máximo para as frequências de 3, 4 e 6 kHz nos primeiros dez a 15 anos de
exposição ao nível de pressão sonora elevado. (FERREIRA, 1998)
Para realizar a audiometria utiliza-se um aparelho for mado por três un ida-
des básicas e três adicionais.

As unidades básims são:


""' Oscilador eletrônico que emite sina is de tom puro com frequências de
125 a 8.000 ciclos por segundo.
""' Amp lificador e atenuador que amp lifica o sinal até 120 dB ou dim inu i
sua intensidade até - IO dB.
""' Fones de orelha que localizam o sinal emitido numa ou na outra
orelha.

As unidades adicionais são:


""' Oscilador para realização da aud iometria de cond ução óssea.
""' Gerador de ruído de mascaramento, que isola uma orelha e torna a
pesq uisa da audição ma is precisa.
""' Dispositivo composto que possui microfones, sendo um interno e outro
externo da cabine para realização da logoaud iometria.
As aud iometrias ocupacionais devem ser aval iadas por vta aérea nas
frequências de 250, 500, I000, 2000, 3000, 4000, 6000 e 8000 hertz. As
audiometrias são consideradas dentro dos limites normais quando o aud iograma
apreselll.ar limiares auditivos menores ou iguais a 25 dB ( A), em todas as
frequências examinadas. Quando a via aérea encontrar-se pior do que 25 dB, deve-
-se realizar o teste da via óssea em 500, I 000, 2000, 3000 e 4000 Hz, e Lambém a
logoaudiometria ou Testes de Reconhecimento de Fala e limiares de recepção de
fala (SRT- Speech Research 'f1treshold).

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Para realizar esse teste deve-se uti lizar uma lista de palavras mono ou
diss ilábicas, foneticamente balanceadas. As palavras devem ser apresentadas ao
avaliado em d iferentes intensidades e observa-se a porcentagem de inteligibilidade
da palavra a cada intens idade.
113
Em um indivíd uo nor mal espera-se uma discriminação de 88 a 100%. As
discriminações de 60 a 88% sugerem lesão coclear, enq uanto discriminações
menores que 60% sugerem lesão retrococlear. (SANTINO e COUTO, 1995)
Os traçados audiométricos devem segu ir padrões estabelecidos na R7
'
anexo I, Figura 3.33.
Avaliação Audiológica

AIJdlomelno AudiOMMfla
N
0 .0 oe l:

"'"' ~ ~ § ~ ~ § ~ §"'
- -
db
·10
o
10
~ ~

20 ~--~------~~~
~ db

·1~
10
20
l >< - ~ --><- -
~

'>f.-~ .. ~- -)( .... X

30 30
40 40
50 50
60 60
70 70
60 80
90 90
100 100
110 110
120 ~~~~~~~~~~~~~~~ 120

Figura 3.33 • Audiograma que representa uma audiometria com valores normaisem ambas as orelhas.
Observe que em todas as frequências os resultados estáo menores que 25dB.

Símbolos: para orelha dire ita a condução aérea é representada pelo símbolo
o de cor vermelha que deve ser ligado através de linha contínua e a via de
cond ução óssea é representada pelo símbolo <. Para orelha esq uerda a condução
aérea é representada pelo símbolo x de cor azul que deve ser ligado por lin ha
interromp ida e a via de cond ução óssea é representada pelo símbolo >.

As audiometrias podem ser dassificadas em (Figura 3.34):


... Normal: limiares auditivos iguais ou menores que 25 dB
... Perda leve: limiares aud itivos de 30 a 40 dB
... Perda mod erada: limiares auditivos de 45 a 70 dB
... Perda severa: limiares auditivos de 75 a 90 d B
... Perdas p rofundas: limiares aud itivos maiores que 95 dB

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Avaliação Audiológica

Audiomettla Audiomctria
N N
O.D. :r o. e. :r

...Sl § § §... § § § § .. .. "'"' ~ § § § ~ § § § .. ..


l
db ~ db
-10
~ ~ (')
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114 o -1~
10
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-~ X--x
30
20
30 \
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40
''
\
40 \
50 50 \
''
60
70
60 \
\
>•
80
70
80
'
x.. _~
90 90
100 100
110 110
120 120

Figura 3.34 • Audiograma que representa uma audiometria 00 com queda lew em 4e 6 kHz e OE com queda severa
em 3 e 4 kHz. Observe que o00 na frequência de 4kHz está em 30 dB e na lrequência de 6 kHz está em 40 dB.
As demais lrequências sáo normais (menores que 25 dB). OE na frequência de 3kHz está em 75 dB e na frequência
de 4kHz está em 80 dB. As demaislrequências estão normais (menores que 25 dB).

Os tipos de perda auditiva podem ser dassificadas em (Figura 3.35):


Avaliação Audiológica

Audiomettla Audiometria
N N
O.D. :r o. e. :r
db
-10
~~ ...Sl § § § § § § §«>
~

"' (') .. .. db
-10
"' ~ § § § §,.; § § §«>
N
~ ~

"' .. "'
o o
10 10 > > > >
20 20
30
40 ... . <
30
40
*
* -- )("' .. - - .. ~
....x --~ ...... x_ .. .x
50 < 50
60
70
<
...... 60
70
80 80
90 90
100 100
110 110
120 120

Figura 3.35 • Audiograma que representa em 00 perda auditiva neurossensorial


moderada a severa e em OE perda auditiva condutiva leve a moderada. Na 00 a via
óssea também está rebaixada e na OE a via óssea mantém-se preservada.

-+ Condutiva: perda audiliva por via aérea maior que 25 dB, estando nor-
mais os limiares tonais por via óssea. Apresenta diferencial aéreo ósseo
maior que 15 dB.

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""' Neurossensorial : perda aud itiva maior que 25 dB tanto na via aérea
quanto na via óssea. Apresenta diferencial aéreo ósseo menor que 15 dB.
""' Mista: audiometria LOna! apresenta diferencial entre a via aérea e a via
óssea em algumas frequências, estando ambas as vias acop ladas a outras.
115
De acordo com a NR?, somente médicos e fonoaud iólogos são profis-
sionais hab ilitados para executar o exame aud iométrico. A enfermagem do traba-
lho deve participar da elaboração e execução do PCA da emp resa, pois faz parte
da equ ipe multiprofissional em segurança e saúde do trabal hador.
O Decreto n2 5.296, de 02 de dezembro de 2004, no capítulo I I,
determina que o portador de deficiência auditiva deve apresentar perda bilateral,
parcial ou total de 4 1 d B ou mais, aferida por aud iograma nas freq uências de
500 Hz, 2.000 Hz e 3.000 Hz.
Controlar a realização dos exames aud iométricos é fundamental. De
acordo com a NR?, o exame deve ser realizado no admissiona l ou mudança de
fUnção, ou seja, será o primeiro exame aud iométrico do trabal hador enquadrado
como exame de referência, que deve ser repetido obrigatoriamente no sexto mês
após a primei ra aud iomeLJ·ia (exame de referência) e anualmente a partir de então
ou a critério médico.
O traba lhador deve per manecer em repouso auditivo por um per·íodo de
no mín imo 14 horas antes da realização do exame. Em todas as audiometrias de re-
ferência cabe à enfermagem do trabalho orientar o candidato quanto ao repouso,
Figu ras 3.36, 3.37 e 3.38.

Figura 3.36 · Trabalhador realizando exame audiométricodentro da cabine de audiometria.

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116

Figuro 3.37 · Trabalhador exe<Utondo oudiometrio via aéreo. Figuro 3.38 • Trobolhodor realizando exame
Aresposta é leito com o levantamento do mão do lodo em oudiométrico via ósseo.
que o orelha recebeu o estímulo.

A enfermage m do trabalho deve anotar queixas de zumbido, se o traba-


lhador exec uta o u vai exec utar trabalhos em exposição a solve ntes como tolueno e
diss ulfeto de carbono, a fumos metálicos d e chumbo, manganês e vapores de
mercúrio o u gases as fixiantes co mo monóxido de carbono (age ntes otoagressivos
segundo Ferreira, 1998).
Se for portador de hipertensão arterial e/ou diabetes mellitus, se é fumante,
se faz o u fez uso d e alguma medicação ototóxica, principalmente diuréticos,
salicilatos, citostáticos, se faz uso de Wallmum , se teve alguma moléstia na infância
como menin gite, caxumba, sarampo são anotações importantes para a avaliação
do profissional que executa a audiometria.
Importante també m é a orientação ao trabalhador quanto à correta colo-
cação de cada tipo de protetor auricular, para garantir sua função d e atenuação
do nível de pressão sonora elevado. (MORAES, 2002)
Para controlar a execução dos exames audiométricos, existem no mercado
vários softwares, mas se na empresa esse recurso ainda não é possível, ou existem
po ucos fun cionários que realizam esse tipo de exame, pode-se controlar a
realização dos exames utilizando um Registro do Controle d e Audiometrias,
Modelo 3.1.

Registro do Controle de Audiometrias

llls ._ Selw Ad Per llud. lunp'lo Rl!leltr 6udlo 111 Rlpllir 6udlo no Prowidladas
llls llls

Modelo3.1 . Registrodo Controle de Audiometrios.

Enfermagemdo Trabalho · Programas, Procedimenlos e Técnicas

Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
3.9 Exames eletrocardiograma e eletroencefalograma em
trabalhadores com exposi~ão ao risco de eletricidade
etrabalho em altura 117

As informações estatísticas sobre acidentes do trabalho no Brasi l são de


responsabilidade do Ministério da Previdência Social e do Ministério do T rabal ho
e Emprego através do Anuário Estatístico de Acidentes do T rabalho (AEAT).
Dados do anuário estatístico de acidente de trabalho informam que o número de
óbitos por acidente de trabalho em 20 IO foi de 2.712, e 50% desses óbitos estão
relacionados à queda de altu ra , uma das principais atividades dos trabalhadores
da construção civi l.
A falta de boas condições fís icas e psíquicas, como a epilepsia, vertigens,
d istúrbio do equilíbrio e de movimentação, problemas cardiovasculares, ans iedade
e acrofob ia (fobia de altu ra), assim como a ingestão de bebidas alcoólicas, al imen-
tação inadequada (anemias), insônia e também medicamentos que atuam no siste-
ma ner voso cent1-al são fatores que contribue m para a ocorrência de acidente de
trabalho que causam ao trabalhador traumas ou até mesmo levam ao óbito.
(MO REIRA et.al. 2004)
Segundo Queiroz (20 l i ), os principais fatores que causam as quedas de
planos elevados do ponto de vista médico são:
- Condições físicas: alimentação inadequada, distúrbio do sono e cons u-
mo de bebidas alcoól icas;
- Condições psíquicas: problemas familiares, estresse e uso de drogas
. .
psJCoaLJvas;
- Condições clínicas: epilepsia, vertigem e tontura, d istú rbios do eq uilí-
brio, alterações cardiovascu lares, acrofobia, alterações otoneu rológicas
e d iabetes mellitus.
No ano de 2012, foi publicada pela Portaria SIT n2 3 13 em 23 de março de
20 12 a Norma Regulamentadora NR35 Trabalho em Altu ra, a qual considera
trabalho em altura toda atividade executada acima de dois metros do níve l
inferior , onde hi\ia risco de queda.
A NR35 estabeleceu os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o
trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a organi7~'1ção e a execução, de
forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos d ireta ou indi-
retamente com essa atividade. Para a R35 cabe ao empregador avaliar o estado de
saúde dos trabalhadores que exercem atividades em altura, garantindo que:

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a) Os exames e a sistemática de avaliação sejam partes integrantes do Pro-
grama de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), devendo
estar nele consignados;
b) A aval iação seja efetuada periodicamente, considerando os riscos envol-
118
vidos em cada situação;
c) Seja realizado exame médico voltado às patologias que poderão origi-
nar ma l súbito e queda de altura, considerando também os fatores
psrcossocrars.
A aptidão para trabalho em altura deve ser consignada no atestado de
saúde ocupacional (ASO) do trabalhador. A empresa deve manter cadastro atual i-
zado que per mita con hecer a abrangência da autorizaç,'io de cada trabalhador
para trabalho em altu ra.
A N R35 não traz descritos os exames a serem real izados pelo trabalhador que
executa atividades em altura, sendo um critério méd ico, porém a Associação Nacio-
nal de Medicina do Trabal ho (ANAMT) descreve uma sugestão de conduta médico-
-administrativa - SCMA n2 01 /2004. São recomendados os exames complementares
no exame admissional e periódico dos trabalhadores em atividades de altu ra, como
o eletroencefalograma (EEG), o eletrocardiograma (ECG), o eritograma para pes-
quisa da anemia e a glicemia em jejum.
QUEIROZ (20 11) cita como exames complementares aos traba lhadores em
atividades em altu ras no exame admissional e per·iódico o eletroencefalograma
bienal, e an ualmente o eletrocardiograma, glicemia, acu idade visual e Í nd ice de
Massa Corporal (IM C).
Os exames ocupacionais proporcionam uma avaliação das condições de
saúde do traba lhador no momento do exame, porém na atividade diária desse
trabalhador o encarregado deve perguntar ao trabal hador se este se encontra em
condições fisicas e psíquicas para rea lizar o trabalho em altura e registrar esse fato
no documento de Permissão de Trabalho (PT), fazendo parte de requisitos da
NR35. (QUE IROZ, 2011 e AMANT Associação Nacional de Medicina do
Trabalho)
A NR I O Segurança em Instalações e Serviços em Eletr icidade, publicada
pela Portaria GM n2 598, de 07 de dezembro de 2004, não determ ina exames
complementares, cabendo ao méd ico a incumbência de defin ir os exames comple-
mentares para esses trabal hadores.
Não há p ublicação oficial de acidentes com eletr icidade na área industrial.
A Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abra-
capei) relatou que foram registrados na Internet 209 casos de choq ue elétrico
seguido de morte no per·íodo de janeiro a agosto de 20 11. De acordo com o
levantamento, 64% dos acidentes com choque elétrico ocorrem na rede aérea e,

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destes, 8 1% acometem os usuários da rede e I I % aLingem os eletricistas.
(ABRACO PEL, 201 1)
Os exames de eletrocard iograma (ECG) e eletroencefalograma (EEC)
tornam-se complementares e muito importantes para avaliação da aptidão do 119
trabalhador em exposição ao risco de eletricidade e trabalho em altura. Cabe
salientar que a real ização desses exames complementares será uma cond uta do
médico do trabalho coordenador do PCMSO de cada empresa.
Na em presa muitas vezes existem vários traba lhadores nesta situação por
isso se torna viáve l a real ização desses exames dentro da própria empresa, caben-
do à equipe de enfermagem do traba lho se capacitar para rea lizá-los com
competência.

3.9.1Exame eletrocardiograma (ECG)


Para realizar esse exame, basta ter uma sala com uma maca para que o ava-
liado possa deitar e uma mesa para que seja colocado o equ ipamento eletrocardió-
grafo. Lembrando que o eq uipamento deve ser calibrado e possuir selo do
lnmetro.
O eletrocardiogra ma (ECG) é o regis tro ext1-acelular das variações do
potencial elétrico do múscu lo cardíaco em ati vidade. As ondas de despolarização e
repolarização que se propagam ao longo das fibras cardíacas são d ipolos em movi-
mento com momentos dipolares variáveis. Esses dipolos determinam cam pos elé-
tricos variáveis que podem ser detectados pela medida da diferença de potencial
através de eletrodos colocados na superfície cutânea. Desta forma, os potenciais
gerados pelo coração durante o ciclo sístole-diástole pode m ser registrados ap li-
cando-se eletrodos em diferentes posições do corpo. Normalmente são colocados
cinco eletrodos à superfície cor poral:
_, Um no punho direito recebe nome de R (r ight);
_, Um no punho esquerdo recebe nome de L (left);
_, Um no tornozelo esquerdo recebe o nome de F (foot);
_, Um no tornozelo direito ligado ao fio terra;
_, Um móvel que pode ser colocado na super fície torácica sucessivamente
em seis posições diferentes.
Esses eletrodos podem ser ligados en tre si, apresentando 12 derivações do
eletrocardiograma divididas em dois grupos: seis de1·ivações dos membros e seis
derivações precordiais. A Figura 3.39 represen ta os locais de ligação dos eletrodos
no corpo do avaliado e sua ligação com o equipamento eletrocard iógrafo.

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120

Figuro3.39 • Ligo~õo doselétrodos oo eletrocordiógrofo. (CHAVES; MOREIRA, 2001)

Derivo§Ües bipolores dos membros


As der ivações bipolares dos membros registram a di ferença de potencial
entre dois membros no plano frontal, escolhidas por Einthoven, em 19 13, que
imaginou o coração no ce ntro de um triângulo equilátero.
São registradas três derivações como:
-+ Dl = VL-VR (braço esqu erdo - braço d ireito)
-+ Dll = VF-VR (perna esquerda- braço d ireito)
-+ Dlll= VF-VL (perna esquerda - braço esqu erdo)

Derivo§Ües precordiois
Perm item faze r o registo de potenciais no plano horizontal. O eletrodo ind i-
ferente permanece ligado às três extremidades, enqu anto o elétrodo exp lorador
var ia de posição ao longo da parede torácica. As posições dos elétrod os nas deri-
vações precord iais são:
-+ VI : quarto espaço intercostal direito junto ao estern o;
-+ V2: quarto es paço intercostal esqu erdo j unto ao esterno;
-+ V3: equidistante de V2 e V4;
-+ V4: qu into es paço intercostal esqu erdo na linha méd io-clav icular;
(todos os elétrodos seguintes são registrados no mesmo plano ho1·izontal de V4)
-+ V5: linha axilar anterior;
-+ V6: linha axilar méd ia.

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Podem ainda ser uti lizadas posições correspondentes do lado direito (V3R a
V6R, sendo V2R igual a V 1).
A Figu•-a 3.40 representa a colocação dos eletrodos nos seis espaços Inter-
costais para aval iação das derivações precordiais. 121
Linha médio-clavlcular
linha médio-axilar
unr•• axilílar anterior

Perna Esauerda

Figuro 3.40- Colocoçáo dos eletrodos nosseis espaços intercostais, Triângulo de Einthoven. (CHAVES; MOREIRA, 2001)

Represento~õo do eletroaJrdiogramo
A representação gráfica do eletrocardiograma e feita em papel próprio por
ondas como:
-+ Onda P : corresponde à despo larização au ricular.
-+ Complexo QRS: corresponde à despola•·ização ventricular.
-+ Onda T: corresponde à repolarização ventricular.
-+ Onda T atrial: a repolarização auricu lar não costuma ser registrada, pois
é encoberta pela despolarização ventricular , evento elét1·ico concomi-
tante e mais potente. Quando registrada, COJTesponde a Onda T arriai.
-+ Intervalo PR: é o intervalo entre o inicio da onda p e inicio do com-
plexo QRS. É um indicativo da velocidade de condução entre os átrios
e os ven Lrículos.
-+ Período PP: ou Inter valo PP, ou Ciclo PP. É o intervalo entre o início
de duas ondas P. Corresponde à frequência de despolarização atrial,
ou simplesmente frequência atrial.

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""' Período RR: ou Inter valo RR, ou Ciclo RR. É o intervalo entre duas
ondas R. Corresponde à frequência de despo lar ização ventricular, ou
simp lesmente frequência ventricular.

122
R

T U

0,04 s

A) Complexos normais do ECG B) Segmentos PR, QRS e QT

Figuro3.41 · Representaçãodo eletrocardiog rama. (Fonte: Fisiologia Humano, disponível em


hnp :1/fisioIogiounifor. bIogspot.co m.br/2007/05/eletroco rdiog romo.htmI).

Procedimento para exeaJção do eletrocardiograma (ECG)


""' Deitar o avaliado e certificar que esteja confortável.
""' Solicitar que o aval iado retire relógio, correntes, chaves, celulares etc.
""' Oriemar o avaliado a ficar relaxado, pois qualquer movimento muscu-
lar pode alterar o registro.
""' De preferência deve também estar em JeJ um. As refeições causam
alterações eletrolíticas que podem ser visíveis no ECG, d ificultando a
sua inter pretação.
""' Desinfetar com álcool a 70% as áreas correspondentes à posição dos
eletrodos, fase anterior dos punhos, fase interna dos tornozelos acima
dos maléolos internos, tórax.
""' Colocar os eletrodos nas regiões corporais, conforme a Figura 3.39.
""' Certificar que exista um bom conl.ato entre a pele e o elétrodo; se o
avaliado tiver mu itos pelos, estes devem ser raspados para haver o con-
tato do eletrodo com a pele.
""' Utilizar eletrodos autoades ivos ou gel hidrosso lúvel ou outro material
de condução (confor me orientação do fabricante).
""' Iniciar o registro no eletrocardiógrafo, que mostra as derivações nos
segmentos, na seguinte ordem: DI, Dll, Dlll, AVR, AV L, AVF, VI ,
V2, V3, V4, V5 e V6.

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""' Identificar a fita registro do eletrocard iograma com nome do ava liado,
idade, número de registro da empresa, tipo de exame médico ocupa-
cional.
O eletrocard iógrafo deve estar devidamente calibrado. Por nor ma, I milivolt
123
produz uma deflexão de I centímetro e a velocidade do papel é de 25 mm/s. A cali-
bração incorreta pode cond uzir a eJTOS na inter pretação dos traçados. (CHAVES;
MOREIRA, 200 I)

3.9.2 Exame eletroencefalograma (EEG)


O EEG é um exame que analisa a atividade elétrica cerebral espontânea,
captada através da utilização de eletrodos colocados sobre o couro cabeludo. O
objetivo desse exame é obter registro da atividade elétrica cerebral para o diagnós-
tico de eventuais anormalidades dessa atividade.
Segundo Pinto J r. o eletroencefalograma está indicado em casos de suspeitas
de alterações da ativ idade elétrica cerebral e dos •·itmos cerebrais fisiológicos como:
""' Epilepsia: constitui em um dos exames mais importantes na investiga-
ção dessa doença ou no prognóstico e orientação terapê utica. Apesar
de os métodos de ativação aumentarem a sensibilidade do exame para
d iagnóstico de anormal idades epileptifonnes, o registro pode ser nor-
ma l. Portanto, mesmo os pacientes com epilepsia podem apresentar o
exame sem anor mal idades.
""' Pacientes com alteração da consciência.
""' Aval iação diagnóstica de pacientes com outras doenças neuro lógicas
(por exemplo, infecciosas, degenerativas) e psiquiátricas.

Representação do eletroencefalograma
O EEG é rea lizado pelo eletroencefalógrafo que tem a função de captar a
atividade elétr ica cerebral e registrá-la no papel. Para que isso ocorra, os eletrodos
são ade1·idos à superficie do co uro cabeludo, obedecendo a uma disposição
convencional. A diferença de potencial obtida entre dois eletrodos resulta no
registro gráfico correspondente a uma linha ou canal, sendo constituído por oito
canais. Os eletrodos ímpares cOJ-respondem ao hemicrânio esq uerdo e os pares, ao
hem icrãnio d ireito. Desta forma os denom inamos de:
""' Frontais (F3 e F4);
""' Centrais (C3 e C4);
""' Parietais (P3 e P4);
... Occipitais (O I e 02);
""' Temporais anteriores (F7 e F8);
""' Tempora is medianos (T3 e T4);

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""' Temporais posteriores (T5 e T6);
""' Auriculares (A I e A2);
""' C, eletrodo colocado no vértex.
124 O eletrencefalógrafo também apresenta um canal marcador de tempo, o
qua l registra a velocidade do papel. Como a pena sofre uma deOexão a cada
segundo, a distância entre dois sinais corresponde à velocidade do papel, sendo a
velocidade de 3 cm/seg a mais utilizada.
A altu ra da onda corresponde à sua ampl itude e o número de ondas que
aparece em um segundo indica a freq uência, a qual é expressa em ciclos por
segundo (cps) ou na unidade hertz (Hz). Os tipos de frequência existentes são:
""' Frequência normal ou frequência alfa para adulto em vigília é compre-
endida entre 8 e 13 cps;
""' Frequências lentas ou freq uência teta são compreendidas entre 4 e 7
cps e delta compreendida entre 0,5 e 3 cps;
""' Frequências ráp idas ou frequência beta ficam actma de 13 cps. Esse
tipo de frequência tem significado patológico menor.
O EEG normal apresenta modificações de acordo com a idade, acompa-
nhando a maturação do sistema ner voso. Um recém-nascido apresenta um traça-
do eletrencefalográfico com predomínio de frequências lentas, que com o passar
dos anos vão sendo substituídas por frequências mais rápidas. O adulto em vigília
apresenta um EEG com frequência alfa, Figura 3.42, sendo um r itmo bem
definido nas áreas occipitais. (PINTO J R)
Além da idade, o EEG pode sofrer algumas modificações quando util izamos
os chamados métodos de ativação, ou seja, o sono, a h iperpneia e a fotoestimu -
lação intermitente. Tais variações que o traçado pode apresentar não indicam
patologias. (Pl NTO J R)

F3- Cz
F4- Cz
C3- Cz
C4-Cz

P3- Cz
. . . ~.. ~-.#IN '('~

-- ...
•• - ., -"" -·,... ""'"""""""" •. .,....... • ... - •

P4- Cz
... . .,._ ... ~- ... ... . -~~··· _.,....,......,, , . .
01 -

Figura 3.42 - Representaçáo de EEGnormal com ritmo alfa em adulto em vigília. (PINTO JR)

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Procedimento para realização do eletroencefulograma
-+ Orientar o aval iado a comparecer ao exame com o cabelo limpo e seco
sem uso de condicionador para permitir mel hor fixação dos eletrodos.
-+ Orientar o avaliado a se alimentar antes da realização do exame. 125
-+ Realizar a calibração da agulha do equipamento.
-+ Colocar os eletrodos no co uro cabeludo; com auxílio de uma espátula
afastar o cabelo para mel hor fixação da pasta eletrocond utora com o
auxílio de amorim. A pasta eletrocond utora permite melhor fixação
dos eletrodos e uma aqu isição adeq uada dos sinais elétricos que
constituem a atividade elétrica cerebral.
-+ Solicitar que o avaliado feche os olhos e permaneça com eles fechados
até o térm ino do exame.
-+ Realizar inicialmente o registro espontâneo da atividade elétrica cere-
bral d urante a vigília, aval iando acordado.
-+ Após o registro espontâneo, são realizadas as provas de ativação de
hiperpneia em que o aval iado é orientado a ficar com a boca aberta e
realizar incursões respirató1·ias forçadas e rápidas, por três a quatro
mmutos.
-+ Após esse período solicitar ao aval iado que feche a boca e realizar o
exame que deve ser identificado como pós-hiperpneia.
-+ Solicitar que o avaliado abra os olhos, retirar os eletrodos, colocando
em solução com água e sabão neutro, e realizar a limpeza da pasta ele-
trocondutora das regiões da cabeça com auxílio de gazes umedecidas.
-+ O exame tem du ração média de 20 minutos.
-+ O exame deve ser encaminhado para ser laudado por um médico
neu rologista.

Figuro3.43 - Posiçãodoseletrodos poro realização do EEG.

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3.9.2.1 Exame eletroencafalograma com foto e estimulação intermitente
Esse tipo de eletroencefalograma não é comum ser realizado como avaliação
em saúde ocupacional, porém se houver solicitação médica, esse procedimento
126 deve ser rea lizado durante o eletroencefalograma normal. O objetivo desse
método é aumentar a sensibilidade do exame, bem como detectar alterações
específicas que podem ser provocadas pelas provas de ativação.
Para realização desse exame, é necessário o equipamento estimulador foto-
elétrico. Coloca-se em frente ao ava liado uma lâmpada que produz Oashes com
frequências que variam de 0,5 a 30 Hz. Durante o exame o aval iado deve ser
orientado a abrir e fechar os olhos.

figuro 3.44 - Equipamento Figuro3.45 - Foco de luz em que são produzidos


esrimulodor loroelérrico. os llo.shes de 1 o 10 tidos por segundo.

3.1 OColeta de amostras para exames toxicológicos


A coleta para exames toxicológicos dos traba lhadores que estão expostos no
ambiente ocupacional a xenobióticos (s ubstâncias químicas estranhas ao sistema
biológico) deve ser monitorada, prevenindo uma intoxicação.
As amostras devem ser as que mais rep resentem a biodisponibilidade, a
eliminação ou o efeito do toxicante no organismo. Geralmente as amostras de
sangue e urina são as mais utilizadas para controle ocupaciona l. A confiabilidade
dos resultados dos exames toxico lógicos será possível se apl icar procedimentos
corretos de coleta, tipo de tubo utilizado para coleta, tempo e temperatu ra de
conser vação de cada amostra, tipo de anticoagulante a ser uti lizado nas amostras
de sangue, quantidade necessária e transporte dessas amostras até o laboratório.
(MURAR! , 200 1)

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3.1 0.1 Recomendações poro coleto de amostras
As amostras solicitadas como "pré-jornada" e "pósjornada" de trabalho
devem ser identificadas corretamente.
A necess idade ou não da realização de jejum deve ser con hecida pela 127
enfermagem do trabalho. A maioria dos exames toxicológicos não necessita de je-
j um, porém é preciso saber realmente para que o trabal hador não fiqu e em jejum
sem necessidade ou em jejum prolongado. Por exemplo, nos exames de exposição
aos agentes organofosforado e carbamato, o jejum para exame é de quatro horas e
em exposição aos agentes zinco e cobre, o jejum preconizado é de seis horas.
É importante perguntar sobre a jornada de trabal ho, pois para realização
de alguns exames o trabal hador deve estar exposto ao agente tóxico antes da
coleta, como, por exemplo, após 16 horas de exposição ao agente mercúrio, após
17 a 36 horas de exposição ao agente níq uel. Início da monitorização do exame
após seis meses para exposição a cádmio, organofosforado, carbamatos, sem
afastamento maior que quatro dias para cádmio.

3.1 0.2 Recomendo~ões poro coleto de amostras de sangue


A coleta de sangue deve ser realizada de preferência no siste ma vacutainer
em frascos de plástico devido à segurança durante a coleta e no transporte das
amostras.
No momento da coleta da amostra é importante retirar o garrote assim que
o sangue nu ir no tubo de coleta, pois o uso do garrote durante a retirada de
sangue faz com que as macromoléculas (componentes ligados à proteína) não
penetrem na parede vasocapilar, e desse modo suas concentrações aumentam.
Não se deve encher os tubos de coleta, pois pode causar falsos resultados
dev ido à ausência de bolhas de ar na sua parte super ior. A ausência de ar impede
que a amostra seja bem mistu rada no aparelho misturador quando chegar ao
laboratório para anál ise.
A identificação dos LUbos para coleta de sangue é div idida por cores de
acordo com o tipo de ad itivo existente no tubo, Tabela 3. 1O.

Cordalaqla Alli!IIO da tubo AtllicaPíO


Vermelho Sem odilivo Sorologio
Verde Heporino Químico, plasmo
Azul Citroto de sódio Coagulação
lavando EDTA Hematologia e químico
Cinza lodoacetato de sódio Glicose
Tabela 3.10 - ldentificosõodos tubos para coleta de sangue.

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Na coleta de mú ltip las amostras de sangue, os tubos devem obedecer a uma
sequência, ou seja, sempre primeiro o tubo seco, sem ad iti vos; o tubo azu l, que con-
tém citrato; o tubo verde, que contém heparina; o tubo cor lavanda, que contém
128 EDTA e por último o tubo de cor cinza, que contém inibidor glicólico, Figura 3.46.

Figuro3.46 - Sequênc.io dos cores do tubo em coso de múltiplo.s omostro.s.


(consulte referência colorido no site do Editoro Érico)

3.1 0.3 Procedimento para exeaJ~o da técnica de coleta de amostra de sangue


""' Pegar o tubo correspondente ao tipo de exame solicitado pelo médico.
""' Reun ir o material necessário, agulha, tubos, algodão embebido em
álcool a 70%, identificar os tubos com nome do trabalhador.
""' Oriemar o trabalhador sobre o que será feito e a finalidade.
""' Posicionar o trabalhador de preferência sentado ou reclinado utilizando
a braçadeira como apoio.
""' Inspecionar o braço, selecionando a veia e apl icando garroteamento.
""' Realizar a desinfecção do local com álcool a 70%.
""' Realizar a coleta, Figura 3.47.
""' Homogeneizar (misturar) bem lentamente em média dez vezes os
tubos que contêm ad itivos.
""' Utilizar algodão com álcool a 70% no local da punção enquanto a
agul ha é removida. Aplicar uma bandagem no local (bood stop).
""' Desprezar a agu lha em recipiente adequado.

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A Perfurar a pele, B Inverter a posiçio
pegar a peça das maos tao logo
entre os dedos a agulha se,a
polegar e 1nd1cador Introduzida Apertar
da mão d1rerta o tubo coletor com o
polegar da mão direita,
mantendo os dedos md•cador
e mediano apoiados no tlange 129

I
I
I
I
I

O sangue é extrafdo Retirar o tubo


pelo efe1to do vácuo oom a mão direita
e nu, dentro do mantenc:to o
próprio tubO polegar sObre uma
Relaxar o tormquete. das ftanges
1mechatamente. com a do tubo coletor
mão esquerda, ainda
mantendo o tubo coletor
seguro

--.--~ Agílar o tubo Se várias amostras


E muito lentamente, de sangue forem
revolvendo-o v:mas ool&tadas, ms1ra um
vezes para garantir a segundo tubo e repU
mistura adequada com a operaçao a partir
o anttooagulante da etapa ·a·

Figuro 3.47 · Técnico de coleto amostro de sangue. (GUDER et oi., 1996)

3.10.4 Encaminhamento das amostras para laboratório


Diferente da área hospitalar onde o laboratório está dentro ou muito pró-
ximo do local de coleta, verifica-se que não há mu ita interferência no transporte
dessas amostras, porém a empresa muitas vezes está localizada fora do perímetro
urbano da cidade e depende de transporte dessas amostras até o laboratório espe-
cializado. Por este motivo deve-se respeitar as recomendações do laboratório con-
tratado pat-a realização dos exa mes.

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Editofa ~rica. Enfefmagem do Trabalho. PJograrnas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
As amostras devem ser acond icionadas de maneira a suportar as condições
de transporte. Não se deve expor as amostras à luz. O ideal é acond icioná-las em
várias embalagens, sendo fechadas em um primeiro recipiente que é colocado em
outro recipiente, colocado no interior de um recipiente com saída. Um material
130 isolante deve ser colocado entre o primeiro e o segundo recipientes para
assegurar que qualquer vazamento seja evitado durante o transporte, Figura 3.48.

Primeiro recipiente
~
Embalagem de

~I
material isolante
ai11P.O
r__ -- Segundo
recipiente
Recipiente protetor da
a"'~>.i!. amoslra (CDC 3.202)
é ' , Etiqueta AE
Recipiente de remessa

Etiqueta de endereço

Tampa à prova
<I' água
J~~~~~~
Cultura ---++-+1111

Material
isolante
-+t--1
~C:=o~rte;t~ra~n~sv~ers:::a~l~
do pacote

Figura 3.48 - Transporte de amostras pelo correio (GUDER et ai., 1996)

Para as amostras que devem ser congeladas utiliza-se gelo seco, mas esses
recipientes devem garantir que o dióxido de carbono liberado pelo gelo seco seja
eliminado e não forme pressão dentro do pacote, o que pode causar explosão. As
amostras refrigeradas devem ser acond icionadas em gelo reciclável.
As amostras refrigeradas devem preservar uma temperatura de 2 •c a 8 •c.
Para isso devem ser colocadas em recipiente para transporte com termômetro.

3.1 05 Monitoramento biológico


A NR7, Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, no Quadro I,
traz alguns indicadores biológicos que devem ser monitorados e a periodicidade
do monitoramento que deve ser no mínimo se mestral ou a critério médico.
De acordo com os agentes químicos citados no Quadro I da NR7, Murari
(200 I) descreve quanto à temperatura ideal de conservação das amostras, os tipos
de LUbos utilizados para coleta das amostras e os fatores que interferem no
indicador biológico, Tabela 3. 11.

Enfermagem do Trabalho · Programas, Procedimentos e Técnicas

Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
AGEN'IE QIÚKO: AIIUNA
INDICADOR RIOI
AMOSTRA urino FJ
I f AO 2 a 8•c PRAZO: 1Odias
[_Mt i UUU CG 131
[IBMP [30 mg/g. <reat.
IAI,AU EE
INDICADOR Rtnl
AMOSTRA FJ-01
!fÃO 2 a a•c PRAZO: 1Odias
. IICOF~ PARA COLETA: <olher em IUbo ou EDTA.
I Mt i UUU lt
[IBMP [5%
SC+
AGEifiEIIII :WlUCO
INDICADOR RIOI orsêni<o
AMOSTRA urino FS+ T-6
lfAn 2 a 8•c PRAZO: 1Odias
I Mt i UUU Eou EAA
VR olé 10~ueot.

~AI,AU ~

~ 16dmio
AMOSTRA urina NC+T-6
!fÃO 2 a 8•c PRAZO: 1Odias
I Mt i UUU EAA
[VR_
[IBMP )~
mg/g. uear.
se
AGEifiEIIII
INDICADOR RIOI <humbo
AMOSTRA NC+T-1
lfAn 2 a 8•c PRAZO: 1Odias
. llrl'iF< PARA COLETA: <olher em IUbo 1om
I Mt i UUU EAA
[VR_
[IBMP ~
se
INDICADOR Rtnl 6!ido õ-ominolevulíni<o
AMOSTRA urino NC +T-1
lfAn 2 a 8•c PRAZO: 1Odias
· 11 COF~ PARA COLETA: sensível à luz; ulilizor fros10 para 10leta âmbar ou proteger fras<o
10m USO de oi

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MÉTODO E
VR até 4,5 mg/g.
IBMP 10 mg/g. <reat.
INTERPRETAÇÃO se
132 INDICADOR BIOLÓGICO zincaprotoporfirina
AMOSTRA plasma NC+T-1
CONSERVAÇÃO 2 a 8°( PRAZO: 1Odias
INSTRUÇÕES PARA COLETA: colher em tubo com heporina ou EDTA isento de hemólise (quebro
das hemócias).
MÉTODO HF
VR até 40 mgldl.
IBMP 100 mg/dl.
INTERPRETAÇÃO se
AGEm QIÁIIICO: OIUMIO 1ETIAE1lA
INDICADOR BIOLÓGICO chumbo
AMOSTRA urina FJ+0-1
CONSERVAÇÃO 2 a 8•c PRAZO: 1Odias
INSTRUÇÕES PARA COLETA: solicitar ao trabalhador a retirada do vestimenta e orientar a
higieniza1áo dos móos e dos genitais.
MÉTODO EAA
VR até 50 mglg.ueat.
IBMP 100 mg/g. ueat.
INTERPRETAÇÃO EE
AGEm QIÁIIICO, 00110 IBAYAlfm
INDICADOR BIOLÓGICO crômio
AMOSTRA urina
CONSERVAÇÃO 2 a 8•c PRAZO: 1Odias
INSTRUÇÕES PARA COLETA: solicitar ao trabalhador a retirada do vestimenta e orientar a
higieniza1áo das móos e dos genitais.
MÉTODO EAA
VR até 5 mg/g.ueat.
IBMP 30 mg/g.
INTERPRETAÇÃO EE
AGEm QIÁIIICO: DICI.OIOMETAIIO
INDICADOR BIOLÓGICO carboxiemoglobina
AMOSTRA sangue FJ+0-1
CONSERVAÇÃO 2 a 8°( PRAZO: 1Odias
INSTRUÇÕES PARA COLETA: colher em tubo com heparina ou EOTA isento de hemólise.
MÉTODO E
VR até 1%
IBMP 3,5%
INTERPRETAÇÃO SC+

Enfermagem da Trabalho - Programas, Procedimentos e Técnicas

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AGEm CIIÚICO: DIMETII.fOIIIAIIIDA
INDICADOR BIOLÓGICO N-metilformomido
AMOSTRA urino FJ
CONSERVAÇÃO 2 a 8•c PRAZO: 1Odias
MÉTODO CG ou CLAD 133
VR NC
IBMP 40 mg/g.rreat
INTERPRETAÇÃO EE
AGEm CIIÚICO: DISSUlfETO DE WIOIIO
INDICADOR BIOLÓGICO ócido 2-tio-tiozolidina
AMOSTRA urina FJ
CONSERVAÇÃO 2 a 8•c PRAZO: 1Odias
MÉTODO CG ouCLAD
VR NC
IBMP 5 mg/g.creat.
INTERPRETAÇÃO EE
AGEm CIIÚICO: fsiERES Oll6ANORISFOIADO EWIWIATOS
INDICADOR BIOLÓGICO colinesterase
AMOSTRA saro NC
CONSERVAÇÃO 2 a 8•c PRAZO: 7 dias
MÉTODO E
VR atividade pré~xposiçóo
IBMP 50% de depressão da atividade inicial
INTERPRETAÇÃO se
INDICADOR BIOLÓGICO acetilcolinesterose
AMOSTRA hemótios NC
CONSERVAÇÃO 2 a 8•c PRAZO: 7 dias
INSTRUÇ_
ÕESPARA COLETA: colher emtubo com heparino ou EDTA isento de hemólise.
MÉTODO E
VR atividade pré~xposiçóo
IBMP 30% de depressão da atividade inicial
INTERPRETAÇÃO se
INDICADOR BIOLÓGICO colinesterase
AMOSTRA eritrócitos e plasmo
CONSERVAÇÃO 2 a 8•c PRAZO: 7 dias
INSTRUÇÕESPARA COLETA: colher emtubo com heparina ouEDTA.
MÉTODO E
VR atividade pré~xposiçóo
IBMP 25% de depressão da atividade inicial
INTERPRETAÇÃO se

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AGENTE CIIÚICO: ESTIIBIO
INDICADOR BIOLÓGICO ócido mondélico
AMOSTRA urino FJ
CONSERVAÇÃO 2 o 8•c PRAZO: 1Odias
134 MÉTODO CG ou CLAD
VR nóo consta
IBMP 0,8 g/g.creat.
INTERPRETACÃO EE
INDICADOR BIOLÓGICO ócido fenilglicoxilico
AMOSTRA urino FJ
CONSERVAÇÃO 2 o 8•c PRAZO: 1Odias
MÉTODO CG ou CLAD
VR nóo consta
IBMP 240 mg/g.creat.
INTERPRETAÇÃO EE
AGENTE QLÚIICII: E1UBIZEIIO
INDICADOR BIOLÓGICO ócido mondélico
AMOSTRA urina FS
CONSERVAÇÃO 2 o 8•c PRAZO: 1Odias
MÉTODO CG ou CLAD
VR nóo consta
IBMP 1,5 g/g.creat.
INTERPRETAÇÃO EE
AGENTE CIIÚICO: FBIOL
INDICADOR BIOLÓGICO fenoI
AMOSTRA urino FJ+0-1
CONSERVAÇÃO 2 o 8•c PRAZO: 1Odias
FATORES DE INTERFERÊNCIA
AUMENTAM: distúrbios gostrointestinois, favorecem o degrodosõo de tirosina o fenol;
medicamentas: barbitúricos {fenilsolicilatas e fenoloto de sódio); etanol; ingestão de benzooto de
sódio {conservante de alimentos).
DIMINUEM: exposisões simultâneos o tolueno e benzeno.
MÉTODO CG ou CLAD
VR 20 mg/g.creot.
IBMP 250 mg/g.creat.
INTERPRETAÇÃO EE

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AGENTE GIIIMJCO: FÚJOI EfUJOIETOS
INDICADOR BIOLÓGICO fluoreto
AMOSTRA urino PP +
CONSERVAÇÃO 2 a 8•c PRAZO: 1Odias
135
INSTRUÇÕES PARA COLETA: soliritar ao trabalhador a retirada da vestimenta e orientar a
higienizo1áo das móos e dos genitais.
MÉTODO IS
VR até 0,5 mg/g.rreat.
IBMP 3 mg/g ueat. {IJ)
10 mg/g rrear. {FJ)
INTERPRETAÇÃO EE
AGENTE CIIÚICO: liERáJIJO INORGMJCO
INDICADOR BIOLÓGICO merrúrioem urina
AMOSTRA urina PU+ T-12
CONSERVAÇÃO 2 a 8•c PRAZO: 1Odias
INSTRUÇÕES PARA COLETA: soliritar ao trabalhador a retirada da vestimenta e orientar a
higieniza1áo das móos e dos genilais.
MÉTODO EM
VR até 5,0 mg/g.rreat.
IBMP 35 mg/g.rrear.
INTERPRETAÇÃO EE
AGENTE CIIÚICO: liETAIIOL
INDICADOR BIOLÓGICO metano I
AMOSTRA urina FJ+0-1
CONSERVAÇÃO 2 a 8•c PRAZO: 1Odias
INSTRUÇÕES PARA COLETA: aditionar 100 mg de Ruoreto paro roda 100 ml de urina.
MÉTODO co
VR até 5,0 mg/1
IBMP 15 mg/1
INTERPRETAÇÃO EE
AGENTE CIIÚICO: liETILETILCETONA
INDICADOR BIOLÓGICO metiletilretona
AMOSTRA urina FJ
CONSERVAÇÃO 2 a 8•c PRAZO: 1Odias
MÉTODO co
VR nóo ronsta
IBMP 2 mg/1
INTERPRETAÇÃO EE

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AGENTE IIIÚICO: MOIIÓXIDO DE WIONO
INDICADOR BIOLÓGICO 10rboxiemoglobina
AMOSTRA songue FJ+0-1
CONSERVAÇÃO 2 a 8•c PRAZO: 1Odias
136
INSTRUÇÕESPARA COLETA: colher em rubo com heporino ou EDTA isento de hemólise.
MÉTODO E
VR oté 1% NF
IBMP 3,5% NF
INTERPRETAÇÃO se
AGENTE IIIÚICO: lf.IIWNO
INDICADOR BIOLÓGICO 2,5 - hexanodiono
AMOSTRA urino FJ
CONSERVAÇÃO 2 a 8•c PRAZO: 1Odias
MÉTODO CG
VR nóo consta
IBMP 5,0 mg/g.creat
INTERPRETAÇÃO EE
AGENTE IIIÚICO: N1110181ZB10
INDICADOR BIOLÓGICO metaemoglobino
AMOSTRA songue FJ+0-1
CONSERVAÇÃO 2 a 8•c PRAZO: 1Odias
INSTRUÇÕESPARA COLETA: colher em rubo com heparina ou EDTA.
MÉTODO E
VR oté2%
IBMP 5%
INTERPRETAÇÃO SC+
AGENTE QIÁIIItO: PENTAO.OitORNOL
INDICADOR BIOLÓGICO pentadorolenol
AMOSTRA urina FS+
CONSERVAÇÃO 2 a 8•c PRAZO: 1Odias
MÉTODO CG ou CLAD
VR nóo consta
IBMP 2 mg/g.ueat
INTERPRETAÇÃO EE

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AGENTE IIIÚICO: TmACLOIIOEli.ENO
INDICADOR BIOLÓGICO ócido tricloroacético
AMOSTRA urino FS+
CONSERVAÇÃO 2 a 8•c PRAZO: 1Odias
137
MÉTODO E
VR nóo consta
IBMP 3,5 mg/1
INTERPRETAÇÃO EE
AGENTE IIIÚICO: TOWBIO
INDICADOR BIOLÓGICO ócido hipúrico
AMOSTRA urino FJ+0-1
CONSERVAÇÃO 2 a 8•c PRAZO: 1Odias
FATORES INTERFERENTES
AUMENTAM: frutas {ameixa, pêssego), grãos verdes de café, bebidas e alimentos conservados com
benzoatos {refrigerantes, margarinas, mostarda e ketchup), medicamentos inibidores da MAO
{monoamina oxidase), miorrelaxantes e onsiolíticos com fempabromato, anarexígenas com
dietilpropriona.
DIMINUEM: exposiçóa concomitante ao benzeno ou tridoroetileno; ingestão de ólcool;
medicamentos com pararetamoL
MÉTODO CG ou CLAD
VR até 1,5 g/g.creat.
IBMP 2,5 g/g.creat.
INTERPRETAÇÃO EE
AGENTE IIIÚICO: TllnGROETANO
INDICADOR BIOLÓGICO tridorocompostos totais
AMOSTRA urino FS
CONSERVAÇÃO 2 a 8•c PRAZO: 1Odias
INSTRUÇÕESPARA COLETA: sensível à luz; utilizar frasco para coleta âmbar ou proteger frasco
com uso de papel-alumínio.
MÉTODO E
VR nóo consta
IBMP 40 mg/g.rreat.
INTERPRETAÇÃO EE

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AGENTE IIIÚICO: lllnDROEnl.EIIO
INDICADOR BIOLÓGICO tridorocompostos totois
AMOSTRA urino FS
CONSERVAÇÃO 2 o 8•c PRAZO: 1Odias
138
INSTRUÇÕESPARA COLETA: sensível à luz; utilizar frasco poro coleto ômbor ou proteger frasco
com uso de papel-alumínio.
MÉTODO E
VR não consto
IBMP 300 mg/g.creot.
INTERPRETAÇÃO EE
AGENTE IIIÚICO: DLEIIO
INDICADOR BIOLÓGICO ócido metil-hipúrico
AMOSTRA urino FJ
CONSERVAÇÃO 2 o 8•c PRAZO: 1Odias
Ingestão de ólcool inibe o biotronsformoção de xileno, diminuindo o excreção do indicador.
MÉTODO CG ou CLAD
VR não consto
IBMP 1,5 g/g.creot.
INTERPRETAÇÃO EE
Tobelo 3.11 -Parâmetros poro controle biológico de exposição ocupacional o alguns agentes químicos. {MURAR!, 2001)

3.10.6Abreviaturas

IBMP Indica Biológico Móximo Permitido. Éo valor móximo do lndkadar lliol6gim poro oqual se supõe que o
maioria dos pessoas ocupocionolmente expostos não corre risco de dono à saúde. Aultrapassagem desse
valor significo exposição excessivo.
VR Valor de Referência de Normalidade. Volor possível de ser encontrado em populações não expostos
ocupocionolmente.
NF Não fumantes.
lltrooo wúnm RECOIIfNDADO
E Espectrofotometrio uhrovioleto/visível
EM Espectrofotometrio de absorção atômico
CG Cromotogrofio em fase gasoso
CLAD Cromotogrofio líquido de oito desempenho
IS Eletrodo íon seletivo
HF Hemotofluorômetro

Enfermagem do Trabalho · Programas, Procedimentos e Técnicas

Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho . Programas, Procedimentos e Técl'licas . Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
CONDIÇÕES DE AMOSTRAGEil
FJ Final da última dia de jornada de trabalho (re<omendo-se evitar a primeiro jornada do semana).
FS Final do último dia de jornada da semana.
FS+ Início da última jornada da semana.
139
PP+ Pré e pós a quarta jornada de trabalho da se mano.
PU Primeira urina do manhã.
NC Momentode amostragemnão crítico: pode ser feita em qualquer dia e horário, desde que o trabalhador
esteja em trabalho contínuo nas últimos quatro semanas semafastamento maior que quatro dias.
T-1 Recomendo-se iniciar a monitoriza1áo após um mês de exposi1áo.
T-6 Recomendo-se iniciar a monitoriza1áo após seis meses de exposi1óo.
T-12 Recomendo-se iniciar a monitoriza1áo após doze meses de exposi1áo.
0-1 Pode-se fazer a diferen1a entre pré e pós-jornada.
INTERPRETAÇAII
EEO OIndicador biol6gko é capaz de indicar uma exposi1ão ambiental acima do limite de tolerôntia, mas não
possui isoladamente significado clínico ou toxico16gico próprio, ou seja, não indica doen1a nemest6
associado a um efeito ou disfun1óo de qualquer sistema biológico.
se Além de mostrar uma exposi1õo excessiva, o Indicador bio16gko temtambém significado clínicoou
toxico16gico próprio, ouseja, pode indicar doen1a, estar assotiado a um efeito oua uma disfun1ão do
sistema biológico avaliado.
SC + OIndicador biol6gko possui significado clínicoou toxicológico próprio, mas na prática, devido à sua curta
meia-vida biológica, deve ser considerado como EE.

3.11 Exercícios
1. Calcule o IMC de um trabal hador com 1.75 m de allllra e 95 quilos. Qual
a classificação por excesso ponderai desse trabalhador na tabela do lMC?

2. Calcule o RCQ de um trabalhador do sexo masculino com l i O cm de qua-


dril e 115 cm de cintu ra . Existe risco associado a complicações metabólicas?

3. Quais os tipos de pregas cutâneas qu e deve m ser med idos para homens
e para mulheres segu ndo Guedes ( 1994)?

4. O qu e é d inamometria? Quais são os tipos de d inamômetro ?

5. Qual o proced imento para realizar a técnica da dinamometr·ia escapular?

6. O qu e é es pirometria?

7. Quais or ientações deve m ser feitas ao trabalhador antes de realizar o


teste da espirometr ia?

8. O qu e é audiometria? Que gru pos de trabalhadores devem real izá-la?

Técl!ícas Empregadas na Enfermagemdo Trabalho para Avaliaçãoda Saúde do Trabalhador

Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho . Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
9. Defina intens idade do som.

10. Quais os tipos de perda aud itiva?

11. Descreva os procedimentos para realizar acu idade visual de longe utili-
140
zando a tabela de Snellen.
12. Descreva a finalidade dos testes: a) tabela de Snellen; b) teste de
Jshihara: c) tabela de Jaeger.

13. Quais os passos necessár ios antes de ve1·ificar a pressão arteria l?

14. O que é antropometria? Qual sua fina lidade?

15. Quais os cuidados necessários antes de realizar a coleta de amostras


para exame de sangue?

16. De acordo com o Quadro I da NR?, Parâmetros para controle da


exposição a alguns agentes quím icos, determ ine o I BMP e as condições
de amostragem para os segu intes agentes químicos: a) mercúrio inorgâ-
nico; b) tol ueno; c) etilbenzeno.

17. Qual a finalidade do teste de resistência de peso? Qual o peso em qu ilos


ap licado para homens e para mulheres?

18. Qual a importância de verificar a temperatu ra corporal do trabalhador?

19. Qual a importância de verificar a respiração do trabalhador?

20. O que deve ser observado na execução da técn ica de verificação de


altura de um trabalhador?

21. Um trabalhador que irá desenvolver suas atividades em ambientes


laborais com 90 dB(A) e poeira de sílica acima dos li mites de to lerância
deve realizar, respectivamente, quais exames admiss ionais obrigató•·ios
de acordo com quadro li da NR??

22. De acordo com o tipo de exame, informe o instru mento a ser util izado:
a) avaliação da pressão intraocular; b) aval iação de acu idade visual para
longe; c) avaliação da função p ulmonar; d) aval iação de daltonismo;
e) avaliação de acu idade auditiva.

23. Os trabalhadores que executam tarefas em altura e com eletricidade, a


critério médico, devem realizar exame de eletroencefalograma. Que tipo
de doença pode ser investigada através desse exame?

24. Qual a finalidade da realização do fit test? Quem deve realizá-lo?

Enfermagem do Trabalho ·Programas, Procedimenlos e Técnicas

Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
capítulo

4 141

Calibração dos Equipamentos


do Ambulatório
de Saúde Ocupacional
Calibração é o conjunto de operações que se estabelece em condições
específicas de tem peratur-a, um idade, em que se compara o va lor ind icado pelo
instru mento com os valores de um padrão predefinido. A importância de realizar
a calibração é a confiabilidade metro lógica que o instrumento apresenta após ser
calibrado, garantindo exatidão dos resultados obtidos do instrumento e o cumpri-
mento de legislações. (MENEZES et ai., 2003)
A calibração dos instrumentos de medição é uma ferramenta básica para
assegurar a rastreabil idade de uma medição. A calibração envolve a determ inação
das características metrológicas de um instru mento, sendo consegu ida através de
uma comparação d ireta com padrões. Em toda calibração deve ser emitido um
certificado de calibração e colocada uma etiqueta.
No Brasil o órgão responsável por manter os padrões primários e dar a
rastreabilidade às med ições é o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial (lnmetro).
O lnmetro cr iou um setor específico par-a regulamentar os instrumentos
apl icados na área méd ica, Divisão de Metrologia na Saúde, Segurança e Meio
Ambiente (DISMA).
Para a enfermagem do trabalho a calibração dos eq uipamentos é de suma
importância e alguns cuidados devem ser tomados par-a calibrar os equipamentos
do ambulatór io de saúde ocupacional, como:
-> Assegurar que o laboratór io de calibração ao qual são enviados os
equipamentos está acreditado de forma a gar-antir integr idade das
calibrações.
-> Manter arquivados todos os certificados de calibr-ação dos equipamentos.
-> Conferir e manter a etiqueta de calibr-ação do equipamento, que deve
ser fixada com data de calibração realizada e data de va lidade da
calibração.

Calibração dos Equípamenlos do Ambulalório de Saude Ocupa:íoRal

Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
""' Manter cronograma de manutenção e ca libração dos equipamentos do
ambulatór io de saúde ocupacional, selecionand o os forn ecedores para
prestar manutenção e calibração d e cada equ ipamento, Modelo 4.1.
""' Manter cronograma do p lano de calibração d os equipamentos do
142
amb ulatór io de saúde ocupacional, Modelo 4.2.

CROIIOGIWIA DE lWIUTEN(Ao ECAUIRAÇAo DOS EQUIPAIIfNTOS DO AMBULATÓRIO DE SAÚDE OOJPACIOIW.


Alho Fnqlllnda de Fnqulldade Fomaclor
Equ•••nlo l.lglslap a,loinl
fim mh lllgll'ido
Equipamento: N• De acordo como De acordo com o Selecionar leis vigentes
Modelo: fabricante fabricante ou e cadastrar para cada
N• série: legisla1óo vigente fornecedor equipamento
Doto: Respons6vel:
Modelo 4.1 · Cronograma de monuten1õoe calibra1óo dos equipamentos do ambulatório de saúde ocupotionol.

PLANO DE CAUIRAÇAo DOS EQUIPAIIfNTOS DO AMBULATÓRIO DE SAÚDE OOJPAOOIW.


Equp anlo Altwo Ftimde Faimde Emlid6o nqullilla Denlomúlmo
filo leitura ltaballo
Equipamento:
Modelo:
N• série:
Dota: Responsóvel:
Modelo 4.2 · Plano de calibra1óo dos equipamentos do ambulatório de saúde orupocional.

Definisóes
""' Ativo fixo ou imobilizado: os bens e direitos pertencentes à empresa,
incluindo os equ ipamentos como bens co rpóreos, qu e devem ser
controlados por numerações.
""' Faixa de leitur a: é o qu e se consegu e dentro do ranger máximo e
mín imo do equ ipamento.
""' Faixa de trabalho: é o qu e se padron iza dentro d e um processo o u
proced imento.
""' Exatidão r equerida: é o grau de concordância do resultado de uma
med ição com o valor verdadeiro do mensurado.
""' Desvio máximo: valor máximo do desvio aceitável representado pelo
somatório do erro e da incerteza expressa quanto à confiança de 95%
obtida nas ve rificações ou informada nos ce rtificados de calibração.

Enfermagemdo Trabalho · Programas, Procedimentos e Técnicas

Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
4.1 Equipamentos que devem passar por calibração

4.1.1 Esfigmoman6metro mea1nico 143


O Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial,
através da Portar ia In metro n2 153, de 12 de agosto de 2005, estabelece as condi-
ções mínimas que devem satisfazer os esfigmomanômetros mecân icos de med ição
não invasiva, que se destinem a med ir a pressão arterial humana. Esse regula-
mento se aplica aos esfigmomanômetros aneroides e aos esfigmomanômetros que
utilizam líq uido manométrico, portáteis ou não.
Essa portaria define esfigmomanômetro mecân ico como o instrumento que
utiliza um manômetro aneroide ou de líquido manométrico, ou outro dispos itivo,
para a med ição não invas iva da pressão sanguínea arter ial por meio de uma
braçadeira inHável. Manômetro aneroide é o instrumento que utiliza ar como
Hu ido manométrico, deformando um sensor elástico. Manômetro de líquido
manométrico é o instru mento que indica a pressão em função do deslocamento de
uma col una de líquido manométr ico num tubo transparente graduado.
Lembrando-se da responsabi lidade social da empresa em relação ao meio
ambiente, vale &1.lientar que está havendo uma forte tendência para a substituição
dos esfigmomanômetros de coluna de mercúrio por equipamentos digitais ou ane-
roides, em razão do r·isco de toxicidade e contaminação ambiental pelo mercúr·io.
Os esfigmomanômetros aprovados nas ver ificações metrológicas devem
receber uma marca de verificação e uma de selagem que devem ser mantidas em
per feitas condições.
A verificaç,'ío metrológica periódica dos esfigmomanômetros deve ser
realizada anualmente, e a verificação metrológica eventual após reparo ou manu-
tenção. Os requisitos metrológicos aceitáveis para erros máx imos na verificação
per iódica e par-a os esfigmomanômetros em uso, tanto na pressão crescente quan -
to na decrescente, é de +4 mm Hg (+0,5 kPa). Na verificação metrológica inicial
(aparelho novo) e na ver ificação metrológicas eventual, tanto na pressão crescente
quanto na decrescente, o erro máximo admissível é de ±3 mm Hg (±0,4 kPa).
A enfermagem do trabalho deve verificar a presença da marca de
verificação metrológica dos esfigmomanômetros e seus erros máximos aceitáveis.
É importante salientar que, na aq uisição de esfigmomanômetros, é preciso
observar na braçadeira, segundo a Portaria do lnmetro n2 153, que deve:
-+ Ser confeccionada em material nexivel e não elástico;
-+ Constar a inscrição referente à circunferência do braço para qual ela se
destina, em centímetros;

Calibração dos Equípamenlos do Ambulalório de Saude Ocupa:íoRal

Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
""' ApresenLar marcações indicativas do seu correto posiCIOnamento e
fechamento em torno do braço, ou deve ser dotada de dispositivo que
impeça sua uti lização fora das d imensões previstas pelo fabricante;
""' O centro do manguito deve vir marcado, ind icando o correto posicio-
144
namento da braçadeira sobre a artéria.
O manguito precisa ter largura de 40% e comprimento de 80% até I 00% da
circunferência do braço para o qual se destina, de acordo com a classificação
fornecida pelo fabricante. Também deve ser exigido o manual de operação do
instrumento escrito de forma clara e em língua portuguesa.

4.1.1.1Esflgmoman&metro eletranico digital


O Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial,
através da Portar ia lnmetro n2 096, de 20 de março de 2008, esLabelece as condi-
ções mín imas que devem satisfazer os esfigmomanômetros eletrônicos d igitais de
medição não invasiva, que se destinam a medir a pressão arterial humana no
braço, no punho e na coxa.
Essa portaria define esfigmomanômetro eletrônico d igiLal como instru -
mento destinado à med ição não invasiva da pressão arterial humana, que utiliza
tecnologia eletrônica para processamento da grandeza de entrada e apresenta
indicação digita l.
Todo esfigmomanômetro eletrônico digital deve ser submetido à verificação
metrológica periódica anual e se for submetido a reparos ou intervenções, deve ser
submetido a uma verificação metrológica após o reparo ou manutenção. Lembran-
do que essa porta1·ia exige que a manutenção desses equipamentos seja realizada
somente por empresas devidamente auto1·izadas pelo Órgão da RBMLQ-1.
Na verificação metrológicas inicial (aparelho novo), Lanto na pressão cres-
cente quanto na decrescente, é de + 3 mmHg (+ 0,4 kPa) e nas verificações
metrológicas subsequentes, Lanto na pressão crescente quanto na decrescente, é
de+ 4 mm Hg (+ 0,5 kPa).
Os esfigmomanômetros eletrônicos d igitais aprovados nas verificações
metrológicas devem receber uma marca de verificaç,'io, que deve ser mantida em
perfeitas condições.
Para aquisição dos esfigmomanômetros eletrônicos digitais essa porLaria do
In metro exige que as braçadeiras:
... Sejam confeccionadas em material nexível e não elástico;
""' Apresentem marcações indicativas do seu correto posicionamento e
fechamento em torno do braço/ punho/coxa, ou devem ser doLadas de
d ispositivo que impeça sua utilização fora das d imensões previstas pelo
fabr icante.

Enfermagem do Trabalho · Programas, Procedimentos e Técnicas

Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
As dimensões do manguito devem ter largura de 40% e comprimento de
80% a I 00% da circunferência média do braço/coxa/punho para o qual se destina.
As ind icações do mostrador devem ser identificadas e claramente legíveis, sendo
permitido o uso das seguintes abreviações:
145
- "S", "SIS" ou "MAX": para ind icar a pressão sistólica ou máxima.
- "D", "DIA" ou "MIN ": para indicar a pressão diastól ica ou mín ima.
- "M", "MPA" ou "PAM": para indicar a méd ia da pressão arterial ou
pressão arterial méd ia, quando ap licável.
Na aquisição do esfigmomanômetro eletrônico digital deve ser exigido o
manual, que deve estar escrito de forma clara e em língua portuguesa. Ele deve
conter explicações sobre procedimento de operaç,'io do instrumento, assim como
instruções de limpeza e conservação.

4.1.2 Espirômetro
Deve-se realizar a calibração com uma ser inga de três litros a qual deve
permanecer j unto com o espirômetro. As nonnas para a realização da calibração
devem ser seguidas de acordo com o man ual do aparelho. É preciso realizar a
calibração do espirômetro sempre antes da primeira espirometria do dia.

4.1 .3 Dinamômetros
Os dinamômetros man ual, escapular e lombar devem ser calibrados an ual-
mente por laboratório acred itado ao In metro.

4.1.4 Adipômetro ou compasso de pregos cut6neas


Deve ser calibrado an ualmente por fornecedor selecionado, lembrando que
a escala é de 0-60 mm e a precisão é+ I mm.

4.15 Audiômetro
Deve seguir normas de calibração estabelecidas na R?, anexo I, ISO 8253- 1,
de 1989. E' preferível realizar a calibração no próprio local onde está o equipamento.
Quando não for possível, o transporte desse equipamento deve ser feito em emba-
lagens adequadas para não provocar danos, pr·incipalmente mecânicos e elétr·icos. Dê
preferência à embalagem original do equipamento.

Calibração dos Equipamentos do Ambulatório de Saude Ocupa:íoRal

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4.1.6 Cabine de audiometria
Deve seguir as normas de calibração ISO 8253- 1, de 1989, e a Resolução
n2 296 do Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFFa), sendo anual.
146
4.1.7 Termômatro clínico
O I nstituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qual idade Ind ustrial,
através da Portaria n2 127, de 05 de setembro de 200 1, aprovo u o Regulamento
Técnico Metrológico que estabelece as condições que devem atender os tennô-
metros clínicos de mercúrio, em vidro, com dispos itivo de máxima, destinados a
med ir a temperatura do corpo hu mano. São permitidos por essa portaria erros
máximos tolerados de +0, I •c e -0,15 •c em qualquer ponto da escala dos
termômetros clínicos.
Essa portaria determina que os termômetros clínicos sejam submetidos à
verificação metrológica inicial, recebendo a marca de verificação que deve ser
gravada ou impressa sobre a haste de escala externa do termômetro ou sobre a
placa porta-escala. A portaria também determina que os termômetros clínicos
fabricados nos Estados Partes do Mercos ul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai)
ou importados por estes, de outros países fora do Mercosul, devem ter seu modelo
aprovado pela organização metrológica competente de um dos Estados Partes.
Portanto, deve ser adq uir ido para uso no ambulató1·io de saúde ocupacional
somente termômetro clínico de mercúrio que apresente selo aprovado pelo
In metro.

4.1.7.1Tarm6metro dinico digital


Define-se como termômetro clínico digital o termômetro de contato, que
possui uma sonda de temperatura conectada a uma unidade indicadora digital,
destinado a med ir a temperatura do corpo hu mano ou de animais.
A Portaria do I nmetro n2 089, de 06 de abri l de 2006, aprovou o Regula-
mento Técnico Metrológico (RTM) referente a termômetros clínicos digitais. Essa
portaria determina que todo termômetro digita l deve possuir fixado em sua
embalagem a Marca de Verificação e Selagem (MVS) aprovada pela Portaria
In metro n2 I 00/1999.
Portanto, deve ser adq uir ido para uso no am bulató1·io de saúde ocu pacional
somente termômetro clínico digital que apresente selo aprovado pelo In metro.

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4.1.7:J. Term&metro digital infriiYllnnelho frontal eauricular
O tennômetro digital infraver me lho frontal e o aur icular só podem ser
adqu ir idos se apresentarem em sua embalagem Marca de Verificação e Selagem
(MVS) certificadas pelo l nmetro. 147

4.1.8 Termômetro de móxima emínima


O termômetro de máxima e mín ima registra as variações das temperaturas
ocorridas em um ambiente (geladeira) num período de tempo preestabelecido.
Ele fornece três valores, sendo a temperatura mín ima, a temperatura máxima e a
temperatura do momento.
Esse termômetro deve ser mantido armazenado sempre na posição vertical,
para evitar que o instrumento sofra queda ou impacto. Os ter mômetros de
máxima e mínima devem ser calibrados anualmente por laboratório credenciado
no lnmetro, mas não devem ser enviados pelo coJTeio.

4.1.9 Termômetro de estufas


A esterilização através de estufa já está obsoleta, portanto a aquisição de
uma autoclave a vapor dentro do ambu latório de saúde ocupacional é importante,
porém se você só tiver essa opção até o momento, lembre-se de que o termômetro
da estufa deve ser calibrado anualmente. Deve-se realizar o teste com ind icadores
quím icos para controle de pacotes esterilizados em calor seco, e usar fitas de
indicadores.

4.1.1OAutaclave
O método de esterilização por autoclave é o mais indicado. A Anvisa, através
da Resolução RDC n2 15 de 15 de março de 20 12, que dispõe sobre req uisitos de
boas práticas para o processamento de produtos para saúde, exige que os
eq uipamentos de esterilização a vapor (autoclave) sejam calibrados anualmente, a
qual deve ser realizada por laboratório capacitado.
Durante a man utenção, se na autoclave ocorrer intervenções técn icas, elas
devem ser registradas com as segu intes informações:
- Data da inLervenção;
- Identificação do equipamento;
- Local de instalação;
- Descr ição do problema detectado e nome do responsável pela identifi-
cação do problema;

Calibração dos Equípamenlos do Ambulalório de Saude Ocupa:íoRal

Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
""' Descr ição do serviÇO realizado, incluindo informações sobre as peças
trocadas;
""' Resultados da aval iação dos parâmetros fisicos realizados após a intei--
venção e complementados com indicadores químicos e biológicos,
148
quando indicado;
""' orne do profissional que acompan hou a intervenção e do técnico que
executou o procedimento.
O prazo de arquivamemo desse registro histórico da autoclave deve ser
contado a partir da desativação ou transferência definitiva da autoclave. Se o
ambulatório de saúde ocupacional possuir equipamento de limpeza automatizada,
esse registro de intervenção também deve ser real izado. É preciso lembrar que esse
equipamento de limpeza automatizada também deve ser calibrado an ualmente.

4.1.11 Leitoras ou incubadoras de indicador biológico asaladoros térmicos


Os testes com indicadores biológicos para atestar efetivamente a esteriliza-
ção dos artigos por autoclave devem ser realizados obrigatoriamente. Esses indica-
dores biológicos podem ser:
""' De primeira geração: consiste em tiras de papel impregnadas com
esporos que devem ser colocadas dentro da autoclave d urante o ciclo e
depois transferidas para o meio de cultura por sete dias.
""' De segunda geração: consiste em ampola de vidro com meio de cul-
tura lacrada que deve ser colocada j unto com artigos na autoclave,
sendo transfer ida para incubadora por 48 dias. Deve ser mantida uma
ampola para controle.
Para o controle do eq uipamento existe o indicador quím ico, que revela a
qualidade de penetração do vapor, a remoção do ar e até mesmo vazamento. Para
o indicador químico existe o teste de Bowie & Dick em folha ou em pacote, teste
de pronto uso, que deve ser colocado d urante o processo de ester ili7.ação.
A Anvisa, através da Resolução RDC n2 15 de 15 de março de 2012, exige
que as leitoras ou incubadoras de ind icadores biológicos sejam calibradas an ual-
mente em laboratório capacitado.
As seladoras térmicas utilizadas para selar invólucros de plásticos dos arti-
gos de saúde também devem ser calibradas, no mínimo, anualmente em labOI-a-
tório capacitado.

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4.1.12 Equipamentos médicos
Os equipamentos médicos sob regime de Vigi lância Sanitár·ia, inclusive suas
partes e acessórios, compreendem todos os eq uipamemos de uso em saúde co m
finalidade médica, odomológica, laboratorial ou fisioterápica, uti lizados direta ou 149
indiretamente para diagnóstico, terapia, reabilitação ou monitorização de seres
humanos e os equipamen tos com finalidade de embelezamento e estética.
A Anvisa, através da Resolução ROC n2 27, de 2 1 de junho de 20 11,
publicou o Regulamen to Técnico que estabelece os procedimentos para certifica-
ção compu lsória dos equipamentos sob regime de Vigi lância Sanitária. Portanto,
todos os equipamentos de interesse à saúde, sejam nacionais ou importados,
devem ser registrados e/ou cadastrados pela Anvisa.
Os equipamentos médicos são divididos em quatro classes de n sco, con-
forme o risco associado à sua utilização:
- Classe I -baixo r·isco;
- Classe li - médio risco;
- Classe I I I - alto risco;
- Classe I V - máximo risco.
Complementando a classificação de r isco, existe o enq uad ram ento por re-
gras, as quais totalizam dezoito. O enquad ramen to da regra obedece à indicação e
finalidade de uso do equipamento, de forma que a classificação por regra obedece
aos seguintes critér ios:
- Produtos não invasivos: Regras I, 2, 3 e 4;
- Produtos invasivos: Regras 5, 6, 7 e 8;
- Produtos ativos: Regras 9, IO, l i , 12;
- Regr as esp eciais: Regras 13, 14, 15, 16, 17 e 18.
Os equipamen tos médicos SLtieitos a registro, desde que não sejam cadas-
trados, são os enq uadrados nas classes de risco I, li, lli e IV. Podem figurar em
qua lquer uma das dezoito regras de classificação, conforme sua indicação e fina-
lidade de uso.
Ao adquirir equipamentos elétricos sob regime da Vigi lância Sanitária,
como eletrocardiograma, eletroencefalograma, desfibrilador, monitor cardíaco,
deve certificar que o mesmo possui certificação de conformidade emitido por
organismo acreditado no âmbito do SBAC - Sistema Brasilei ro de Aval iação da
Conformidade.
A Anvisa editou um Manual de Registro e Cadastramento de Materiais de
Uso em Saúde onde se pode pesquisar sobre os equipamentos médicos cadastra-
dos neste órgão.

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4.2 Exercícios
1. Defina calibração.
150 2. Qual a importância de realizar a calibraç,'io?
3. Que equipamentos do ambulatório de saúde ocupacional devem ser
calibrados?
4. Quais testes devem ser real izados na autoclave e para qua l final idade?
S. A calibração dos esfigmomanômetro mecân ico e digital cumpre qua1s
portarias? Qual a periodicidade desta calib ração?
6. Que cuidados devem ser tomados para a realização da calibração dos
equipamentos do amb ulatório de saúde ocupacional?
7. Quais os equipamen tos méd icos sob regime da Vigilância Sanitária?

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Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
capítulo

5 151

Controle dos Trabalhadores


em Área de Boas
Práticas de Fabricação (BPF)
A preocupação com as boas práticas teve inicio em 1905, quando foram
abordadas as péssimas condições sanitár ias de abate e processamento real izadas
pela indústria frigorífica em Chicago no livro "Thejungle" , de Upton Sinclair, que
gerou revolta da opinião pública, o que obrigou o congresso ame1·icano a instituir
med idas de controle sanitá1·io para alimentos e med icamentos. (BORGES, 20 I O)
Outros incidentes envolvendo mortes de pessoas relacionadas com a utili-
zação de medicamentos fizeram com que a Organização Mund ial da Saúde (OMS),
em 1969, passasse a desenvolver um documento oficial denominado de Good
Manufacluring Praclices (GM Ps), ou seja, Boas Práticas de Fabricação. (BO RGES,
20 10)
Com a larga experiência vivenciada pelas indústr ias farmacêuticas, as boas
práticas de fabr icação passaram a ser também empregadas no ramo alimentício
em vários países, o que permitiu controlar por meio de normas estabelecidas, a
água, as contaminações cruzadas, as pragas, o comportamento do manip ulador, a
higienização das superfícies, o fluxo do processo e outros itens.
Na década de 1970, essas normas foram trazidas ao Brasi l por intermédio
das multinacionais farmacêuticas (Bayer , Hoechst, Roche, Johnson & Johnson),
al imentícia (Nestlé) e de cosméticos (Avon) (BORGES, 20 I 0). A discussão e a
adoção de medidas relacionadas à segurança alimentar passaram a ser mais
frequentes no final da década de 1990, e hoje a avaliação relativa aos nscos
oferecidos por alimentos é de suma importância.
As empresas que ind ustrializam ou produzem alimentos para consumo
humano ou as que fabricam med icamentos ou prod utos médicos de saúde devem
garantir as Boas Práticas de Fabricação (BPF), um conjunto de nor mas empre-
gadas em prod utos, processos e serviços, visando à promoção e à certificação da
qualidade e da segurança do produto. A legislação sanitária federal através da

Controle dos Trabalhadores em Área de Boas Práticas de Fatn:ação (BPF)

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Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) regulamenta essas medidas em
caráter geral.
É preciso implantar um procedimento •·igoroso de higiene pessoal dos traba-
lhadores e regras de limpeza no local de trabalho. Para isso existem normas como:
152
-> RDC 33/00, de 19 de abril de 2000, Regulamento Técnico sobre Boas
Práticas de Manipulação de Medicamentos em Farmácias e seus anexos.
-> Porta•·ia n" 16, de 06 de março de 1995, que regulamenta as normas
recomendadas para a fabricação e a inspeção da qua lidade dos
medicamentos.
Resolução 59/00, de 27 de junho de 2000, que cita as Boas Práticas de
Fabricação pa1-a estabelecimentos que fabricam ou comercializam
produtos médicos para saúde.
-> Resolução RDC n2 25, de 2 1 de maio de 2009 estabelece o modo de
implementação da exigência do certificado de Boas Práticas de Fabrica-
ção e Controle (CB PFC) para o registro de produtos para a saúde,
sendo obrigatória a apresentação desse certificado na petição de Regis-
tro dos produtos para saúde.
-> Porta1·ia SVS n2 326/97, de 30 de julho de 1997, do Regulamento
Técnico sobre as Condições Higiênico-Sanitárias e de Boas Práticas
de Fabricação para estabelecimentos produtores/ ind ustrializadores de
alimentos, baseada no Código Internacional Recomendado de Práticas:
Princípios Gerais de Higiene dos Al imentos do Codex Alimenta'l'ius, e
harmonizada no Mercosul.
-> Portaria CVS 06/99, de IO de março de 1999, do Estado de São Paulo
que estabelece parâmetros e cri térios para o controle higiênico-
-sanitár io em estabelecimentos de alimentos.
-> Resolução ROC n2 216 de 15 de setembro de 2004, que dispõe
sobre Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de
Alimentação, abrange os procedimentos que devem ser adoLados nos
ser viços de alimentação, a fim de garantir as condições higiênico-
-sanitárias do alimento preparado.
-> ISO 22.000 norma internacional publicada em I de setembro de 2005
que determ ina o Sistema de GesLão da Segurança Al imentar sendo
requis itos para qua lquer organização da cadeia produtiva de al imentos.
Em todas estas legislações o objetivo é único: que os manipuladores
recebam instruções contínuas de higiene pessoal e que a empresa garanta que os
trabalhadores desses setores não apresentem nenh uma lesão aberta e exposta na
superfície do corpo ou enfermidades que possam res uiLar na LJ-ansmissão de
per igos que afetem o produto.

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Cabe ao profissional de enfer magem do trabalho que atua nessas empresas
colaborar com a orientação desses trabalhadores, assim como participar ativamen-
te da prevenção das doenças que possam imped ir que profissionais exerçam suas
atividades nesses locais de trabalho.
153
O conceito de segUJ-ança al imentar indica que o alimento não causa dano ao
consumidor quando preparado e/ou consumido de acordo com a sua finalidade.
Relaciona-se aos perigos à segu rança dos al imentos, o que incl ui os agentes quími -
cos, fís icos, biológicos ou a condição de o alimento causar algum efeito adverso à
sa úde do cons umidor , como os alergên icos. Exemplo: glúteo, corantes, lactose.
Dentro dos agentes biológicos destaca-se a contaminação por vír us, bactérias
ou fungos das mãos dos trabalhadores que manipulam o al imento.

5.1 Ações para implanta~o de um programa de preven~ão paro


trabalhadores de áreas de Boas Práticas de Fabrica~o
Os indivíd uos envolvidos em qualquer uma das etapas da cadeia alimentar
são responsáve is pelo controle dos per igos microbianos. A transmissão desses
microrganismos aos al imentos é realizada pelo homem de forma d ireta ou indi-
reta, no caso de apresentar-se doente ou se for portador ass intomático.
A transm issão d ireta ocorTe quando o homem acaba contaminando o ali-
mento por meio de excreções presentes em seu organismo. As fontes de transmissão
mais importantes são fezes, nariz, boca, mãos, secreção vaginal, ur ina e ferimentos.
A transmissão indireta ocorre através de mater·ial hu mano (fezes, urina,
escarro e outros), que s.-'io levados até o alimento por an imais como baratas, ratos e
moscas que pousam ou circulam sobre esses materiais, contaminando suas patas
e levando microrganismos até os al imentos, os equipamentos, os utensíl ios, os pisos,
as paredes e os tetos da área de produção que, por sua vez, estarão contaminados.
Por isso o comrole de pr-aga nesta área BPF é obrigatório. (S ILVAJR, 2002)
O programa preventivo deve ser implantado com intuito de min imizar o
número de trabalhadores desses setores a serem remanejados por apresentarem
patologias que coloquem em risco a produção.
Devem fazer parte desse progr-ama ações como as descritas a seguir.

5.1.1Vacino~o contra gripe em trabalhadores nos óreos BPF


É uma forma de proteger os trabalhadores das áreas BPF da doença (gripe)
que, dev ido aos sintomas como espirros constantes, cor iza, tenham de ser remane-
jados para outros setores ou função até que melhorem os sintomas. O vírus da
inll uenza não se transmite através de al imemos.

Controle dos Trabalhadores em Área de Boas Práticas de Fatn:ação (BPF)

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A vacinação contra gripe deve ser realizada anualmente. O período idea l
para realizar a vacinação é no outono, ou seja, de março a j unho. A vacinação
contra gr ipe confere proteção de 70 a 90%.
A Portaria n2 5, de 2 1 de fevereiro de 2006, inclui a inlluenza hu mana como
154
novo subtipo pandêmico, doença de notificação compulsór·ia.
A Sociedade Brasileira de Imunizações (SB I) recomenda o calendário de
vacinação ocupacional para profissionais da área de al imentos e bebidas, destacan-
do as seguintes vacinas: tríplice vira! (sarampo, cax umba e rubéola); contra
d ifteria, tétano e coqueluche; vacina contra hepatite A e contra Inll uenza.

5.1.2 Vacinasão contra hepatite Apara manipuladores de alimentos


É uma for ma de im unizar o man ipu lador de alimento, pois a hepatite A se
transmite do trabalhador infectado para o alimento.
A vacinação contra hepatite A consta de duas doses, sendo a segunda reali-
zada após 30 d ias da pr imeira. A eficácia da vacina é de 95%; em adolescentes
chega a 97%.

5.1.3Vacinasão contra febre tifoide para manipuladores de alimentos


Deve ser realizada em manip uladores de al imentos, pr incipalmente em
áreas de risco de contrair a doença, como as Regiões Norte e Nordeste. (COMES e
AZEVEDO, 2006)
Existem dois tipos de vacina contra febre tifoide. A vacina injetável subcutânea
em dose única confere proteção de 64 a 72% e a vacina oral administrada de três a
quatro doses com intervalo de um dia entre as doses confere proteção de 40 a 90%.

5.1.4 Controle diário dos trabalhadores nas áreas BPF


A Portaria CVS 18/2008 determina que o man ipulador de al imemos não
deve ser portador aparente ou inaparente de doenças infecciosas ou parasitár ias.
Não sendo permitida a manipulação de alimentos por trabalhadores que apresen-
tarem patologias ou lesões de pele, mucosas e un has, feridas ou cortes nas mãos e
br-aços, distúrbios gastr intestinais (diarreia ou disenteria) agudos ou crônicos, os
que estiverem acometidos de infecções p ulmonares ou orofaríngeas, com dentes
destruídos por cár ies e periodontites.
Para garantir que os trabalhadores desses setores não adentrem o local de
trabalho com enfermidades e coloq uem em risco o alimento ou med icamento em
linha de produção a uma possível contaminação, deve-se pensar em realizar
diariamente o formulário a segu ir para um controle d iário r igoroso dos traba-
lhadores nessas áreas BPF, Modelo 5. 1.

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t'ou:ul-. para lllll:olt cli6rio dos ln!ball:c:llons nas 6nas BPf
Sllw:

Nome Dias do mês


I !
' •s • I I • 10 11 11
" " " " 11
" " !O 21
" " " " " 21 .. 29
" 155

lt8ns a snm CMJI:ados CcM:Ia


1- FerimentoabertoemMMSS o) ( ) en<ominhor poro OV11Iio1áo médico
2- lnfecsões nos olhos (conjuntivite) b)( ) afastamentodo área 8PFporo tratamento
3- Coriza c) ( ) encaminhar poro treinamento de higiene pessoal
4- Oiorreio d) ( ) outros
5- Unhas sujos e compridos
6- Borba comprido
7- Uniforme sujo
Modelo 5.1 - Formulário poro controle diário dos trabalhadores nos áreas 8PF.

Orientosfio paro preenchimento do formulório


Se o traba lhador apresentar no d ia do mês co.-respondente alguma alte-
ração descrita no item a ser ava liado, é preciso colocar o número correspondente
e descrever a conduta a ser tomada.

5.15 Controle da readapto~o temporária de trabalhadores nas áreas BPF


Quando o traba lhador apresentar alguma enfer midade que possa colocar
em risco a segurança do prod uto ou exames realizados para área BPF alterados,
ele deve ser afastado temporariamente para tratamento adequado, lembr-ando que
o tratamento e o tempo de readaptação são cond utas méd icas.
A Organização Pan-Americana da Saúde, 2006, determ ina que as condições
de saúde que devem ser comunicadas à gerência para ava liar a necessidade de um
man ipulador de alimentos ser submetido a exame médico (fora do previsto), e ou
ser afastado da atividade de manipulação de alimentos, podem incluir icterícia;
d iarreia; vômitos; febre; inflamação na garganta com febre; lesões na pele visivel-
mente infectadas (furúnculos, cortes etc.); secreção dos ouvidos, olhos ou nariz.
A Portaria CVS 18/2008 deter mina que o PCMSO deve fornecer subsídios
para garantir que os trabalhadores que man ipulam alimentos, que apresentem

Controle dos Trabalhadores em Área de Boas Práticas de Fatn:ação (BPF)

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alterações nos exames laboratoriais ou no exame físico, seJam afastados para
outras atividades, sem prejuízo de qualquer natureza.
É importante documentar que esse trabalhador pennaneceu temporaria-
mente readaptado em outro setor ou função que não na área BPF para um
156
controle da segurança do produto. E' preciso lembrar que para a readaptação em
outro setor ou função, o trabalhador não pode ficar exposto a riscos diferentes do
que estava anteriormente; caso contrário, terá de realizar o exame de mudança de
função conforme norma da NR7, Modelo 5.2.

Solicilo1áo de reodaptoçõo temporária para trabalhadores de


áreas BPF . Boas Práticas de Fabricação
Data:
--
Vigência:'- '-
- ----
I I até I I
Nome:
Setor atual: Setor e/ou lun1óo temporária:
Parecer médico: {exemplo: solicito a reodaptaiÕO temporária por motivo de doen1a ou enfermidade que o nabolhador apresento
neste momento eque foi por mim avaliado, podendo contaminar o produto que manipula no setor 8Pf).

Repetir exame ou ovaliaiÕO após tratamentoem _ /


Oeterrninaláo médica após tratamento:
'-
( ) permanecer por mais _ dias no setor e/ou lun1óa temporário.
( ) apto para retornar à área BPF.
Assinatura do médico:
Assinatura do responsável pelosetor:
Assinatura do funcionário:

Modelo5.2 · Solicita1óo de readaptaiÕO temporária poro trabalhadores de áreas BPF.

5.1.61nstolosão de mrtozes de orientasão do correto higiene


dos mãos em áreas BPF
IJevem ser instalados próximo ao
local de higienização das mãos, de pre-
ferência, cartazes ilustrativos para que
os traba lhadores realizem corretamente
a higienização das mãos, assim como
cumprir uma exigência da Portaria CVS
06!99 e da RDC 2 16 de 15/09/2004,
Figura 5.1.

Figura 5.1 -Cartaz de orientaçãocorreta


da higienizaçóa das móas.

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Nas áreas BPF só é permitido o uso de sabão líqu ido, de preferência com
ação antisséptica, pois tem poder de remover e destr uir a nora bacteriana tran-
sitória e reduzir a nora bacter iana residente, enquanto o sabão comum somente
tem o poder de remover a sujidade e a nora bacte1·iana transitó1·ia, não tendo ação
de destruição dessa nora. ( OGUEIRA, et aL, 2006) 157

A Resolução da Anvisa RDC n2 216 de 15 de setembro de 2004 determina


que deva existir lavatór io exclusivo para a higiene das mãos na área de mani-
pulação. A higienização das mãos deve ser realizada com sabonete líqu ido inodoro
antisséptico ou sabonete líqu ido inodoro e produto antisséptico e toal has de papel
não reciclado, ou outro sistema higiênico e seguro para secagem das mãos. Tam-
bém determina que os coletores dos resíduos (papel toalha) devem ser dotados de
tampa e acionados sem contato man uaL
Essas áreas BPF devem dispor de torneiras com sensor , não sendo permi-
tido o uso de torneira de abertu ra com uso das mãos.

Procadimento para 818CUÇÕO da técnica de higienização das mãos


-+ Posicione as mãos em frente ao sensor.
-+ Molhe as mãos.
-+ Coloq ue ma is ou menos 2 a 5 ml de sabão líquido nas mãos.
-+ Ensaboe as mãos distanciando-as do sensor.
-+ Friccione a palma da mão direita sobre o dorso da mão esquerda e
vice-versa. Dê atenção aos espaços interd igitais.
-+ Esfregue o polegar direito com a mão esquerda e vice-versa.
-+ Faça movimentos circulares com as pontas dos dedos da mão d ire ita
unidos sobre a palma da mão esquerda fechada em concha e vice-versa.
Esfregue com a palma da mão esquerda em concha sobre a mão d ireita
fechada, em movimentos de vaivém e vice-versa.
-+ Esfregue o punho com movimentos circulares.
-+ Enxágue as mãos voltadas para baixo, retirando totalmente os resíd uos
de sabão.
-+ Enxugue as mãos com papel toal ha descartável, iniciando pelas mãos e
seguindo pelos pun hos e cotovelos.
-+ Abra a lixeira com os pés e despreze o papel toalha.
Este procedimento requer em méd ia 15 a 30 segundos.
Essas áreas BPF devem d ispor de torneiras com sensor, não sendo permiti-
do o uso de torneira de abertu ra com uso das mãos. Também não é permitido o
uso de papel toalha confeccionado em papel recicláveL

Controle dos Trabalhadores em Área de Boas Práticas de Fatn:ação (BPF)

Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
5.1.7 Uso de ólcool gel em óreos BPF
O álcoo l gel vem sendo muito estudado quanto à sua util ização na desinfec-
ção das mãos, mas não deve ser encarado como prod uto para substituir a lavagem
158 das mãos e sim como auxílio para desinfecção das mãos antes que o trabalhador
man ipule o prod uto.

Procedimento para execução da técnica da higienizapio das mãos com ólcool gel
-> Coloq ue na palma da mão cerca de 3ml do álcool gel.
-> Friccione a palma da mão direita sobre o dorso da mão esquerda e
vrce-versa.
-> Friccione os espaços interd igitais deslizando uma mão sobre a outra.
-> Friccione os polegares de ambas as mãos com movimentos circulares.
-> Faça movimentos circulares com as pontas dos dedos da mão d ire ita
unidos sobre a palma da mão esquerda em concha e vice-versa.
-> Friccione os pun hos de ambas as mãos com movimentos circulares.
-> Aguarde até que as mãos estejam secas. A secagem deve ser espontânea
ou com auxílio de um secador a ar.
-> ão se deve assoprar nem usar papel toalha.

5.1.8 Controle das exames dos trabalhadores nas óreas BPF


A Portaria CVS 18 de 09 de setembro de 2008 determina que os exames nos
trabal hadores que manipulam al imentos devam ser rea lizados de acordo com a
periodicidade e os exames descr itos no PCMSO, ou seja, exames admiss ionais,
periódicos (an ualmente) retorno ao trabal ho (trabalhador que ficar afastado mais
que 30 dias da empresa por motivo de doença, acidente de trabalho ou parto) no
exame de mudança de função e no demissional.
As empresas que produzem em determ inados períodos do ano (safra)
devem priorizar a realização dos exames periódicos para área BPF ames do início
da produção, ou seja, se o início for em abril, realizam-se os exames em março. O
Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) deve conter, além dos descritos no
PCMSO, a legislação que está sendo cumprida, informação de que o trabalhador
atua em área BPF e também os exames realizados de acordo com a legislação, a
cr itério méd ico e critérios da vigi lância sanitár ia do município.
Vale lembrar que a Portaria CVS 18/2008 determina que esteja de acordo
com o regu lamento a comprovação documental da saúde do manip ulador de
al imentos através de laudos méd icos e laboratoriais, não determ inando a obriga-
toriedade da descr·ição desses exames no ASO do trabalhador.

Enfermagem do Trabalho · Programas, Procedimentos e Técnicas

Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
Os exames citados no item 4 da Portar ia CVS 06/99 sobre Controle de
Saúde dos Funcionár ios, que são coprocultura, hemograma, coproparasitológico e
VD RL, foram revogados pela Porta1·ia CVS 18 de 09 de setembro de 2008, não
referindo clarameme os tipos de exames que os man ipuladores de alimentos
devam realizar. Como essa PorLaria cita que o man ipulador não deve ser portador 159
aparenLe ou inaparente de doenças infecciosas ou parasiLárias, os exames copropa-
rasiLOiógico e coprocuiLura devem ser mantidos, porém o exame VDR L para
deLectar sífilis (doença sexualmenLe transm issível) não é mais citado como obriga-
tório. ão exisLem referências de que a sífilis possa ser transm itida por al imenLos,
mas apenas por ato sex ual, transfusão de sangue ou transmissão vertical (da
gestante para o filho).
No esLado de São Paulo, de acordo com a Resol ução SS-20, de 22 de fevereiro
de 2006, em casos de exames coproparasitológicos com resulLado de esquisLOs-
somose, o traba lhador deve ser encaminhado para traLamenLo nos serviços de
vigilância epidem iológica do município, pois se trata de uma doença de notificação
comp ulsória. A Porta•·ia 5, de 21 de fevereiro de 2006, define que a esquistossomose
deve ser notificada em áreas não endêmicas.
É importante salientar que os exames realizados pelo PCMSO têm como
objetivo principal a detecção precoce das doenças que geram incapacidade ou
morte dos t1-abalhadores se não forem controladas, ou seja, visa à saúde do
trabalhador. Os exames realizados para trabalhadores de áreas BPF têm como
objetivo pr incipal assegu rar que o prod uto não seja contaminado pelos manip u-
ladores, ou seja, visa à segurança do produto.
Quanto ao arquivo, o ASO deve ser mantido no promuário do trabal hador à
disposição da fiscalização do trabalho e na dem iss.'ío esse prontuário deve ser
arquivado por pelo menos 20 anos, enquanto os atestados de saúde para área BPF
devem ficar à disposição de audito1·ias internas e externas e da vigilância sanitária e
devem ser arqu ivados por três ou cinco anos ou a critério do departamento de
qualidade, Modelo 5.3.

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Nome:
Data de naS<.:
160
Setor:
Profissáo/lunsão:
Dowmento:
Emwmprimentoà Portaria MS n• 326, de 30 de julho de 1997, de regulamento té<nico sobre as condisões higiênico-sanitários
e de Boas Práticas de Fabricasóo para estabelecimentos produtores/industrializadores de alimentos e a Portaria CVS 18 de
09/09/2008 Controle de Saúde dos Funtionários em estabelecimentos de alimentos, atesto que o funcionário acima foi
examinado clinicamente, goza atualmente de boas condisões físicas poro exercer suas lunsões emárea BPF.
Resultado: { ) Apto para área BPF
( ) Inapto para área BPFaté _j_ /_ onde será submetido a novos exames.
Resultado dos exames: ( ) normal ( ) alterado
Exames realizados poro área BPF:
coprorultura _ /_ /_ coproparasitológico _ /_ /_ exame físico _ /_j_
(Entre outros a critério médico)
Data: _ /_ /_

Médico responsável pelo exame comrespeC!ivo CRM

assinatura do funcionário

Modelo 5.3- Atestado de Saúde para Área de Boas Práticasde Fabricaçáo (BPF).

5.1.9 Programa de combate à parasitose em trabalhadores nas óreos BPF


Palestras sobre prevenção da parasilOse s.-'ío muito importantes, porém se
uma porcentagem significativa de exames parasitológicos apresentar resultados
alterados, deve-se analisar com o méd ico da empresa a possibilidade de prescrição e
distr·ibuição de med icações anti-helminticas para red uzir o número de exames
parasitários alterados, qu e acarretam a readaptação temporária do trabalhador da
área BPF para tratamento, que muiL.-<s vezes pode levar mais de 50 dias, Modelo 5.4.

Enfermagemdo Trabalho -Programas, Procedimentos e Técnicas

Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho . Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
PROGIWIA DE CONTROLE DOS liAHIPIII.ADORfS DE AIEAs BPF
Ooro de rerebimenro do Oara da realiza1õa do exame (após Resulrado dos
Nome Seror Providência
medica1óo anri-helmínrica 30 dias da medicoçõo anli-helmínrica) exames

161

Modelo 5.4- Programa de Conrrole dos Monipuladores de Áreas BPF.

5.1.1 OPrograma de saúde bucal em trabalhadores nas óreas BPF


Na boca norma lmente es1.áo presentes vários tipos de bactérias. A placa
bacteriana dental deve ser retirada com orientação da escovação correta e uso
diário do fio denLal, assim como uma avaliaçáo odontológica preferivelmente
semestral de todos os trabalhadores da área BPF. É muito importante para
comrole da contaminação do produto pelo man ipulador.
A Portar·ia CVS 18, de 9 de setembro de 2008, determ ina que não devem
manipular alimentos os trabalhadores que apresentarem demes destruídos por cáries
e per·iodontites (inflamações que acometem gengivas e ossos de suporte dos dentes).

5.1.11 Realizar exames de swab das mãos efossas nasais


em trabalhadores nas óreas BPF
Seu objetivo é avaliar se a higienização das mãos dos manip uladores de
al imentos está sendo realizada corretamente, pois é um instrumento de validação
do sistema de gestão da segu r-ança de alimento quando a empresa busca a
certificação da ISO 22.000 no que diz respeito à higienização das mãos dos
trabalhadores. Pode ser uti lizado como material para palestr-as de conscientizaçáo
da importância da higienização correta das mãos. J ustifica-se realizar o exame de
swab das mãos.
As bactérias mais com uns encomradas nas mãos não higienizadas são
Staphylococcus epulennites, Sta.ph)'iococcus auuus, Esc!terichia coli, coliformes fecais,
Enterococos, P'/'Oteus, ovos de protozoário e he lmintos (bactér-ias presentes nas fezes
e na terra), portanto as mãos dos trabalhadores das áreas BPF sem higienizaçáo
adequada podem acarretar contaminação ao produto. (BO RGES, 20 10)
A bactéria Esc!terichi(t coli tem seu habitat exclusivo no trato intestinal do
homem e dos an imais. A presença de coliformes feca is em al imentos indica condi-
ções higiênico-sanil.árias inadequadas durante o processamento, produção ou
armazenamento, e altas contagens podem significar contaminação pós-proces-

Controle dos Trabalhadores em Área de Boas Práticas de Fatn:ação (8PF)

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samento, assun como processos de limpezas e tratamentos térm icos ineficientes.
(MACHADO; MARSON; OLI VE IRA; SILVA e TERRA, 2009)
O índice de colifon nes fecais é empregado para indicar a contaminação
fecal, ou seja, as condições higiênico-sanitárias, tendo em vista que a pop ulação
162
desse gru po é constituída de uma alta proporção de Escherichia coli. Sua presença
indica a possibilidade de ocorrerem outros microrganismos entéricos na amostra.
(BORGES, 20 I O)
Os Staph)'lococcus são cocos Gram positivos que fazem parte da microbiota
nor mal da pele e mucosas de mamíferos e aves. O principal reservatório, no
homem, são as fossas nasais em que estão presentes os Staph)'lococcus aureus sendo
muitas vezes impossível sua eliminação, e na pele os Staphylococcus epulennites.
(MACHADO; MARSON; OLI VE IRA; SILVA e TERRA, 2009)
Emre os adultos saudáveis 15% possuem Staphylococcus aureus persistente-
mente nas fossas nasais. As cepas presentes no nariz poderiam passar para as mãos
e pele, vindo a contaminar os al imentos e qualquer super fície, equipamentos ou
utensíl ios que tivessem entrado em contato com o portador. A man ipulação inade-
quada dos alimentos por parte dos portadores da bactéria constitui a principal
fonte de contaminação dos alimentos com Staphylococcus aureus. (BO RGES, 20 10)
O man ipulador de al imentos portador da bactéria Staphylococcus au,-eus, que
geralmente é ass intomática, pode representar um ,
r·isco para a segurança al imen-
tar, uma vez que sua detecção torna-se d ifícil. E fundamental a implantação e a
manutenção do sistema de Boas Práticas de Fabricação, sendo estas as melhores
formas de prevenção. (BO RGES, 20 IO)
No Brasil não existe legislação vigente que trate sobre o nível de comami-
nação aceitável para mãos de manip uladores de al imentos. A Organização
Pan -Americana de Saúde (OPAS) considera condições higiên icas satisfatórias ade-
quadas à man ipulação nas áreas de processamentos, quando as mãos dos man ipu-
ladores apresentarem a contagem no máximo I OX IO 2 U FC/ mão de micror-
ganismos mesófilos aeróbios facultativos e Staphylococc-us aureus.
Estudos de swab das mãos realizados por J únior, Carelir e Andrade (2004),
em manipuladores de al imentos, apresentaram resultados que indicaram hábitos
anti-higiênicos ou inadequados das mãos, pois 70% das amostras pesquisadas em
mãos h igienizadas indicaram a presença de coliformes fecais em 34,3%, colifon nes
totais em 93, I% e Staphylococcus coagulas e positiva em 46, 7%.
Um estudo de swab foi realizado nas palmas das mãos e fossas nasais de 24
man ipuladores de alimemos numa un idade de ali mentação e nutrição de um
hospital universitário no Estado de São Paulo. O resultado apontou que todos os
man ipuladores apresentaram Staph)'IJJcoccus au1·eus. Em 41,67% (I 0/24) esse micror-
ganismo foi detectado apenas nas fossas nasais, em 4 1,67% ( 10/24) apenas na palma

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das mãos e 16,67% (4/24) Lanto nas mãos quanto nas fossas nasais, o que aponLou a
con taminação de alimemos, a partir da colonização das mãos e fossas nasais de
man ipuladores. Neste estudo Lambém foi detectada a bactéria Eschelichia coli em
29, 17% (7/24) dos manip uladores, com frequência de 28,57% (2/7) nas fossas nasais
e 71 ,43% (5/7) nas mãos e em 12,5% (3/24) dos manipuladores foram encontradas 163
ambas as bactérias. (MAC HADO; MARSON; OLIVEIRA; SILVA e TERRA, 2009)

Procedimento para execu~õo da técnica da coleta do swab das mãos, Figura 5.2
- Solicitar ao laboratório mate1·ial para realizar swab que consLa de tubos
de ensaio com caldo de cultura ou placas de cultura, swab ester ilizados,
caixas de isopo r com gelo reciclável.
- SoliciLar ao trabal hador que realize a higienização das mãos (podem ser
feitas amostras comparativas antes e pós-higienização das mãos).
- Passar o swab em movimentos gi-
ratórios partindo do punho da pal-
ma da mão até a extremidade dos
dedos e voiLando para o punho.
- Repetir esses movimentos três ve-
zes na direção de cada dedo.
- Colocar o swab em tubos de en-
saio com caldo de cultu ra e tam-
par ou semear nas placas.

- Transportar em caixa de isopor
com gelo reciclável ao laboratório Figuro5.2-Técnico de coleto swob dos mãos.
para anál ise.

Nota: Pode·se realizar o swab das saboneteiras com intuito de verificar a sua higienização,
coletando amostra com o swab na saida do sabão liquido. ~ importante rastrear lote, marca e data
de validade do sabão usado no momento da realização do swabda saboneteira .

5.1.12 Sel~ão de equipamentos de pra~ão individual (EPI) para trabalhadores


nas áreas BPF
EPl é todo dispositivo de uso individual, destinado a proteger a integridade
fisica do trabal hador. Em áreas BPF é fundamemal a escolha correta dos EPis, pois
eles podem interferir na contaminação do produto pelo manip ulador de alimentos.
O visitante da área BPF também deve segui r as regras. A CVS 06/99 define
visitante de áreas BPF como todas as pessoas que não fazem parte da equipe de
f1.1ncionários da área de man ipu lação ou elaboração de al imentos, ou seja, são

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VISitantes os supervisores, auditores, mecânicos ou todos aqueles que necessitam
entrar na área BPF. Portanto, para cumprir suas funções, os visitantes devem
estar devidamente paramentados com avental, rede ou gorro para proteger os
cabelos e se necessário, botas ou protetores para os pés.
164
Não é permitido aos visitantes tocar nos alimentos, equipamentos, utensílios
ou qualquer outro material interno da área BPF. Também não devem comer ,
fumar , mascar goma durante a visita. Não será permitida a entrada na área BPF
aos visitantes que estiverem com ferimentos expostos, gripe, ou qualquer outro
quadro clinico que represente risco de contaminação ao produto.

Mósmra
O uso de máscara para boca e nariz es1.á recomendo para os casos de
manipulação direta dos produtos sensíveis à contaminação. Quando forem adotadas
ess.-<s máscaras, devem ser descartáveis e trocadas quando úmidas, pois a umidade
permite a pass.-<gem dos microrganismos e por se tornar desconfortável, o traba-
lhador irá coçar essa região, ocasionando contaminação das mãos. Após a colocação
da máscara o trabalhador deve ser orientado a real izar higienização das mãos.

Protetor aurirular e óculos de segurança


De acordo com ava liação quantitativa do r uído descrita no PPRA da empre-
sa, há necessidade de usar protetor auricular para atenuar o nível de ruído na
área BPF. Recomenda-se que o protetor au ricular seja do tipo concha ou se for o
protetor de inserção, que esteja atado entre si por um cordão que deve passar por
trás da região do pescoço, não sendo permitido o uso do protetor au ricular de
inserção sem esse cordão, para evitar que se solte e caia sobre o produto.
Quando for necessário o uso dos ócu los de segu rança contra resp ingos nos
olhos, eles devem possuir um cordão passado por detrás da região do pescoço,
não sendo permitido o uso dos óculos de segurança sem o cordão.

Uniformes
A Porta1·ia CVS-6/99, de I 0/3/99 exige que o uniforme dos man ipuladores
de alimentos seja fechado, sem bolso acima da cin tura, de cor clara, pois facilita a
identificação de sujidade e a necessidade da troca, bem conservado e utilizado
somente nas dependências internas da área BPF.
Deve ser confeccionado em algodão natural e fibra de poliéster por ser mais
leve e permitir a venti lação e a absorção do suor. No caso de contaminação
acidental do un iforme, este deve ser substituído prontamente e, se necessário,
devem ser realizadas a descontam inação e a higienização corporal.

Enfermagem do Trabalho · Programas, Procedimentos e Técnicas

Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
Não é permitido carregar no uniforme canetas, lápis, batons, escovinhas,
cigarros, isqueiros, relógios e outros adornos, pois podem cair sobre o alimento
produzido. Objetos como caneta, crachá, termômetro devem ser can·egados nos
bolsos inferiores do uniforme. No caso de contaminação acidental do unifor me,
ele deve ser substituído prontamente e, se necessário, devem ser realizadas a 165
descontam inação e a higienização corpora l.
O uso de avental plástico deve ser restrito às atividades em que há grande
quantidade de água, não devendo ser utilizado próximo ao calor. É obrigatório o
uso de vestimenta adequada pelos trabalhadores de áreas BPF que adentrem nas
câmaras frias.
Só é permitido o uso de calçados fechados pelos trabalhadores de áreas
BPF. Eles devem ser antiderrapantes, impermeáveis, não sendo permitidos calça-
dos confeccionados em tecidos ou lonas; devem ser mantidos li mpos e consei·-
vados. As botas de borracha devem ser utilizadas quando necessário e para a
realização de limpeza e higienização do ambiente.

Luvas
Vários tipos de lu vas podem ser utilizados pelo trabalhador em áreas BPF.
Para saber qua l lu va e quando uti lizar, a equipe do SESMT deve observar o tipo
de tarefa desenvolvida pelo traba lhador e avaliar o risco de acidente, assim como o
risco de contaminação do produto. A equipe do SESMT também deve obser var o
tipo de fibra com que fo i confeccionada a luva, pois as fibras recicladas não são
permitidas para manip ulação de alimentos. As luvas rasgadas ou furadas devem
ser descartadas porque oferecem risco de contaminação do al imento produzido.
As luvas de malha de aço devem ser uti lizadas quando há risco de corte ou
perfurações. Como é difícil a higienização dessas luvas, caso a tarefa exija o seu
uso, co mo no caso de máquinas de moagem, deve ser utilizada a luva de malha de
aço juntamente com uma luva descartável para proteger o trabalhador de corte e
proteger o alimento da contaminação. Após o uso, as luvas de malha de aço devem
ser higienizadas e guardadas em local limpo e fechado.
As luvas térmicas devem ser utiliz.<das sempre que o trabalhador for manipu-
lar utensílios ou equipamentos quentes, as quais devem estar conservadas e limpas.
A luva nitrilica, de cano longo, é obrigatória durante a limpeza da área BPF.
As luvas descartáveis serão ob1·igatórias nos seguintes casos:
... Manipulação de alimentos prontos para o consumo e que já tenham
sofrido tratamento térmico;
... Manipulação de alimentos prontos para o consumo e que não serão
submetidos a tratamento térmico;
... Manipulação de frutas legumes e verduras que já ten ham sido selecio-
nadas e higienizadas.

Controle dos Trabalhadores em Área de Boas Práticas de Fatn:ação (8PF)

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O uso da lu va descartável não é permitido em procedimento que d ireta-
mente envolva calor, como cozimemo, fritura e quando do uso de máquinas de
moagem, tritura, moldagem, mistura e similares.

166
5.2 Exercícios
1. Defina Boas Práticas de Fabricação (BPF).
2. Segundo a Portaria CVS/09, quais exames devem ser realizados no
trabalhador em áreas BPF? Em que periodicidade?
3. As vacinas contra febre tifoide e hepatite A se apl icam a qual grupo de
trabalhadores?
4. Qual a finalidade de um programa de prevenção à paras1tose em
trabalhadores de áreas BPF?
S. Qual a importância da seleção dos EPls em áreas BPF?
6. Que tipo de protetor au ricu lar pode ser util izado em áreas BPF?
7. Qual Portaria que estabelece a periodicidade dos exames para os mani-
puladores de alimentos? Qual esta periodicidade?
8. Como oc01Te a transmissão direta dos microrganismos para os ali mentos?

Enfermagem do Trabalho ·Programas, Procedimenlos e Técnicas

Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
capítulo

6 167

Controle do Absenteísmo

Absenteísmo é a ausência temporária do trabal ho por motivo de doença,


justificada por atestado médico ou odontológico. O absenteísmo por doença afeta
o lucro e a produção das empresas, gerando aumento da atividade dos demais
trabalhadores que têm de sup rir a ausência do trabalhador afastado.
A palav ra absenteísmo era ap licada aos proprietários rurais que abando-
navam o cam po para vive r na cidade. Com a Revolução Industria l, este termo
passou a ser ap licado aos trabalhadores com tendência a fa ltar ao ser viço.
O absenteísmo do tipo I é representado pela fa lta do em pregado ao
trabal ho, sendo dividido em cinco classes:
1. Absenteísmo voluntário: é a ausência voluntária do traba lhador por
razões particulares, não justificadas por doença e sem amparo legal.
2. Absenteísmo compulsório: é o imped imento ao trabalho mes mo que o
t1-abalhador não deseje, por suspensão imposta pelo patrão, por prisão
ou outro impedimento que não lhe perm ita chegar ao local do trabal ho.
3. Absenteísmo legal : co mpreende faltas ao se rviço am paradas por lei,
também chamadas faltas justificadas.
Segundo o artigo 473 da CLT (Consolidação das Leis T1-abalhistas), o
trabal hador pode deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo ao salár io:
I Até dois dias consecutivos em caso de falecimento do cônjuge, ascen-
dente, descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua carteira
de trabal ho e previdência social, viva sob sua dependência econômica.
li Até três dias consecutivos em vi rtude de casamento.
Ill Por cinco dias em caso de nascimento de filho no decorrer da pri-
me•ra se mana.
IV Por um dia em cada 12 meses de trabalho em caso de doação
voluntária de sangue devidamente comprovada.

Controle do Absenleismo

Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
V Até dois dias consecutivos o u não para se al istar eleitor nos termos
da lei respectiva.
VI O periodo de tempo e m que tiver de cump•·ir as exigências do
serviço mi litar referidas na letra "c" do art. 65 da Lei n!! 4.375 de
168
17 de agosto de 1964 (Lei Ser viço Militar).
VII Nos d ias em que estiver comprovadamente reali7~'lndo provas de exa-
me vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior.
VII I Pelo tempo necessário quando tiver que comparecer a juízo.
4. Abse nteísmo por patologia p rofissional: compreende as a usências por
doenças profissionais como Distú rbios Osteomuscu la res Relacionados ao
Trabalho (DORT) ou por acidente de trabal ho.
S. Absenteísmo por doença: inclui todas as ausências por doença ou
procedimento méd ico o u odontológico.

6.1 Legisla~ão dos atestados médicos


O atestado médico, para abono de faltas ao trabalho, é regido pelo Decreto
27.048/49 que aprova o regulamento da Lei 605/49, no artigo 12, §I 2 e 22, que
dispõe sobre as formas de abono de faltas mediante atestado médico:
Art. 12: § J!!: A doença será comprovada mediante atestado passado por
médico da emp resa o u por ela designado e pago.
§ 2º: ão dispondo a empresa de méd ico da instituição de previdência a
que esteja filiado o empregado, por médico do Serviço Social da Indústria ou do
Ser viço Social do Comércio, por médico de repartição federal, estadual ou muni-
cipal, incumbido de ass unto de higiene ou saúde, o u, inexistindo na localidade
médicos nas condições acima especificados, por méd ico do sindicato a que perten-
ça o emp regado ou por profissional da escolha deste.
A Resolução CFM nº 1.658, de 20.12.2002, que normaLiza a emissão de
atestados médicos, estabelece que é parte integrante do ato médico o fomeci-
mento do atestado médico, sendo inalienável ao paciente. Ao fornecer o atestado,
o médico deve registrar em ficha própria e/ou prontuário médico os dados dos
exa mes e tratamentos realizados, de maneira que possa atender às pesquisas de
informações dos méd icos peritos das empresas o u dos ó rgãos públicos da Previ-
dência Social e da Ju stiça.

6.1.1Legislação dos atestados odontológicos


,
E direito de emissão de atestado odontológico pelo cirurgião-dentista con-
forme art. 6º, item ! li, da Lei nº 5.08 1/66.

Enfermagem do Trabalho · Programas, Procedimentos e Técnicas

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6.2 Elabora~o do atestado médico
O artigo 32 da Resolução CFM n2 1.658, de 13 de dezembro de 2002, que
nor maLiza a emissão de atestados méd icos, fo i alterado pela Reso lução do CFM 169
n2 1.851/2008 e passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 32: Na elaboração do atestado médico, o médico assistente observará
os seguintes procedimentos:
I especificar o tempo concedido de d ispensa à atividade, necessário
para a recuperação do paciente;
li estabelecer o diagnóstico, quando expressamente autor izado pelo
paetente;
Ill registrar os dados de mane ira legível;
IV identificar-se como emissor, mediante assinatura e car imbo ou nú -
mero de registro no Consel ho Regional de Medicina.
Parágrafo único. Q uando o atestado for solicitado pelo paetente ou seu
representante legal para fins de perícia méd ica deverá observar:
I o diagnóstico;
li os resultados dos exames complementares;
Ill a conduta terapêutica;
IV o prognóstico;
V as consequências à saúde do paciente;
VI o provável tempo de repouso estimado necessário para a sua recu-
peração, que complementará o parecer fundamentado do médico
perito, a quem cabe legalmente a decisão do benefício previden-
ciário, tais como: aposentadoria, invalidez defin itiva, readaptação;
VII registrar os dados de mane ira legível;
IV identificar-se como emissor, mediante assinatura e car imbo ou nú -
mero de registro no Consel ho Regional de Medicina.

Controle do Absenleismo

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Atesto poro os devidos fins que o Sr(a) José A. de S. F. foi por mim atendido no dia de hoje, devendo permanecer
afastado de suas atividades laborais por um penado de -ºL ( dois ) dias a partir desta data.
170 OC-10 M.57

Assinatura e carimbo do médi<O


CRM000-000

Eu José A. de S. F. autorizoo doutor (a) o registrar odiagn6sti<O<Odifi<Odo (10-10ou por extenso neste atestado.

Assinatura do po<iente ou responsóvellegal.

figuro6.1 -Modelode AtestadoMédicoconforme Resolução do CFMn2 1.851n008.

6.3 Atestado de acompanhamento médico


A legislação não prevê a qu estão do abono de fah.as no caso do empregado
qu e se ausenta do trabalho para acompanhar se u d ependente em uma consulta
médica ou internamento, independente de idade ou co ndição de saúde, se ndo
licito, portanto, o desconto no salár io do empregado dos dias referentes a esse
período.
Entretanto, é preciso atentar para os Acordos e Co nvenções Coletivas que
tendem a garantir situações ma is benéficas, co mo comp lemento às dispostas em lei
ou até pelos próprios proced imentos internos das empresas que podem estabe-
lecer esse tipo d e abono de faltas.

6.4 Prazo para apresenta~ão do atestado médico e/ou odontológico


Não existe legislação fixando um prazo para apresentação do atestado médico
e/o u odontológico, entretanto deve-se observar a convenção ou acordos coletivos de
trabal ho e ou regu lamento interno da empresa qu e podem fixar não só o prazo,
como também penalidades para se rem aplicadas àqueles que não observarem o
prazo determ inado nos referidos documentos.

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6.5 Atestados por mais de quinze dias
De acordo com o que estabelece a Lei n2 9.876 de 26 de novembro de I 999
d urante os primeiros qu inze dias consecutivos de afastamemo da atividade por motivo
171
de doença, incumbe à empresa pagar ao segurado empregado o seu &"llário integral.
Quando a incapacidade ultrapassar os 15 dias consecutivos, o segurado será
encamin hado ao INSS para que sejam tomadas as providências para o recebimen-
to do auxil io-doença.
()e acordo co m a Lei 8.2 13/9 1 o trabalhador só terá d ireito ao beneficio pre-
videnciário se completar a exigência de doze contribuições. Nesse caso, ainda que
o afastamento do trabalhador seja superior aos quinze d ias, a empresa estará obri-
gada a pagar apenas os quinze pr imeiros dias do afastamento e o que ultrapassar
não será pago pelo INSS nem pela empresa, devendo o empregado retornar ao
trabalho após a alta méd ica.

65.1Atestados inferiores a quinze dias


Quando o trabal hador apresentar diversos atestados médicos com períodos
inferiores a quinze d ias, sem que tenha havido entre eles retorno ao trabalho, a
empresa pode somar os períodos dos atestados e efetuar o pagamento somente
dos qu inze primeiros d ias e encamin har o trabalhador ao IN SS para receber o
restante dos dias como auxil io-doença.
O Decreto n2 5.545 de 22 de setembro de 2005 determ ina que o segurado
empregado, por motivo de doença, deve afastar-se do trabalho durante quinze
d ias, retornando à atividade no décimo sexto dia, e se dela voltar a se afastar
dentro de sessenta dias desse retorno, em decorrência da mesma doença, fará j us
ao auxílio-doença a partir da data do novo afastamento.

6.6 Controle dos atestados médicos


O estudo das doenças que causam ausências ao trabalho tem uma impor-
tância prática, pois facilita a adoção de med idas, visando à red ução da prevalência
de doenças que acomete m os trabalhadores através da prevenção, assim como
constitui um mecanismo de proteçáo à saúde do trabalhador, do ponto de vista
prod utivo, acarretando problemas para a empresa.
O absenteismo doença é um importante ind icador de aval iação náo só da
saúde dos trabalhadores, mas também das políticas de implantação dos Programas
de Saúde da empresa pela eq uipe médica e de enfermagem, assim como equipe
dos recursos humanos. O entendimento é de que o absenteísmo doença pode ser
red uzido se med idas preventivas forem tomadas, criando canais que permitam a
vazão correta das tensões e a satisfação das necessidades dos traba lhadores.

Controle do Absenleismo

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É importante ressaltar que, quando se faz um con trole dos atestados medi-
cos, eles devem ser avaliados atentamente. ão se deve cobrar ou deixar de acei-
tar o atestado médico dos trabalhadores que não ap resentar o CID (Código Inter-
nacional de Doença). Devem ser observadas rasu ras quanto à data e ao tempo de
172 afastamento concedido no atestado. Qualquer suspeita deve ser investigada procu-
rando o local de atend imento e o médico responsável pela emissão do atestado.
O controle dos atestados médicos tem como objeti vo:
-+ Verificar as condições de saúde dos f1.1ncionários;
-+ Identificar agen tes causadores do afastamento.
Atualmente, com o Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário (NTEP) e
o Fator Acidentário de Prevenção (FAP), o controle estatístico mensal dos atesta-
dos médicos tornou -se mais importante, pois é possível prever doenças ocupacio-
nais cruzando o CID (Classificação Internacional de Doença) do atestado com a
atividade que desempenha o trabalhador na C AE da empresa (Classificação
Nacional de Atividade Econô mica).
Não devem fazer parte do controle estatístico atestados por acidente de
trabalho ou doença ocupacional, pois existem índices específicos para controle
desses absenteísmos e as outras j ustificativas descritas no artigo 473 da CLT.
É necessário conhecer como se distribui o absenteísmo dentro da empresa
conform e a idade, o sexo se a empresa for mista, ou seja, ap resentar percentuais
iguais entre ambos os sexos, e a função dos trabalhadores. A disponibilidade
dessas informações é muito importante a fim de facilitar a tomada de decisões das
estratégias para implantação de programas preventivos.
O controle estatístico do absenteísmo por doença auxilia na implan tação de
programas preventivos para os trabalhadores. Exemplos: a) no mês de julho
obteve-se 30% dos atestados médicos re lacionados à gripe. Como medida preven-
ti va para o próximo ano, viabilizar a campanha de vacinação contra gr ipe.
b) Observou-se um índice elevado de atestados relacionados a doenças gástr icas
como piroses, náuseas, GECA (gas troen terocolite aguda), dispepsias, diarreias.
Como medida preven tiva ava liar a al imentação dos traba lhadores tanto no
refeitório da empresa quanto na alimentação preparada por eles (marmitas),
realizando palestra de 01·ientação de cardápio próprio para marmitas, higieni-
zação e conservação adeq uada das marmitas etc.

,
6.7 lndices de controle dos absenteísmos por doença
'
1. lndice d e Frequência
n2 de atestados médicos no mês
I F=
n2 de funcioná1·ios no mês

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'
2. Indice de Gravid ade
n2 de dias perdidos no mês
IG=
n2 de funcionários no mês
173
3. Percentagem de T empo Perdido
n2 de d ias perdidos no mês x 100
PTP =
n2 de funcionários no mês x n2 de dias
de trabal ho do mês (média 25 dias)

4. Percentagem de T empo Perdido até 15 d ias de afastam ento


n2 de d ias perdidos por afastamentos
PTP até 15 d ias no mês x I00
até 15=
dias n2 de funcionár ios no mês x n2 d ias de
trabalho do mês (média 25 d ias)

S. Percentagem de T empo Pe rdido T otal


n2 de d ias perdidos por afastamento até 15 d ias
+dias perdidos por afastamento
PTP
a partir do 162 dia até o 3602 dia x I00
T otal=
n2 de f1.1ncionários no mês x n2 dias
de trabalho do mês (média 25 dias)

6. T axa de F requê ncia por Fun cionário


n2 de funcionários com um ou mais afastamentos no mês
TFF=
n2 de funcionários no mês

Exemplo
Uma empresa com 504 colaboradores apresento u os seguintes atestados
méd icos. Qual o índice de freq uência, o índice de gravidade e o percentual de
tempo perdido?
45 atestados com I dia = total de 45 dias perdidos
2 1 atestados com 2 d ias = total de 42 d ias perdidos
8 atestados com 3 d ias = total de 24 dias perdidos
4 atestados com 4 d ias = total de 16 dias perdidos
2 atestados com 5 d ias = total de I O dias perdidos
I atestado com 8 dias = total de 8 d ias perdidos
2 atestados com IO dias = total de 20 dias perdidos
I atestado com 15 dias = total de 15 dias perdidos

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Total d e atestados m édicos: 84
Total d e dias perdidos com atestado m édico: 180

'
lndice de Frequê ncia
174
n2 de atestados médicos no mês
IF=
n2 d e funcionários no mês
IF = 84
504
IF= 0,166

'
lndice de Gravidade
n2 de dias perdidos no mês
IG=
n2 de funcionários no mês
IG = 180
504
IG= 0,357

Percentagem d e Tempo Perdido


n2 de d ias perdidos no mês x I 00
PTP=
n2 de funcionários no mês x
n2 de dias de traba lho do mês (média 25 dias)
PTN = 180x 100
504 X 25
PTP = 1,428
PTP = 1,4%

6.8 Orienta~ão para interpreta~ão dos resultados dos índices de


absenteísmo por doen~a
_, Não devem ser incluídos na estatística de absenteísmo-doença atestados
médicos dev ido a acidente de trabalho e licença-maternidade.
_, Para o cálculo do número de f1.1ncionários do mês pelo número de dias
de trabalho do mês, deve-se subtrai r os dias referentes aos que estão
em fé1·ias. Não devem ser computadas as horas extras.
_, Para cálculo dos d ias perdidos não devem ser calculadas horas perdi-
das dos trabalhadores, exceto se elas constituírem uma grande parte do
d ia de trabalho do funcionário. Exemplos: a) funcionário que trabalha

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pela manhã vai ao médico a três horas do tér mino da jornada de
trabalho de oito horas (não deve ser comp utado); b) funcionário que
trabalha duas horas pela manhã vai ao méd ico e traz atestado de um
dia (deve ser computado).
175
-+ Para cálculo da porcentagem de tempo perdido total não deve ser
computada ausência dos trabalhadores por mais de um ano.

6.9 Análise dos resultados dos índices de absenteísmo por doença


Não existe valor ideal para cada índice avaliado, pois cada empresa tem uma
realidade. É importante realizar comparações internas nos setores da empresa. Por
exemplo, comparar índices de frequência do setor admin istrativo com índices de
frequência do setor industrial, assim como analisar as causas do absenteísmo.
Reali7~'1r comparações de índices com outras empresas do mesmo ramo de atividade
também é uma ferra me ma importante para análise dos índices encontrados.
Segundo o Subcomitê de Absenteísmo da Associação Internacional de Medi-
cina do Trabalho, o índice de frequência deve ficar em torno de O, I O por mês e o
índice de tempo perdido não deve ser maior que I ,2%. f ndices acima destes valo-
res são considerados altos e devem ser ava liados com intuito de gerar propostas
concretas de ações de red ução através de Programas de Prevenção e Promoção à
Saúde dos Trabalhadores. (COUTO, 1987)
De acordo com o resultado encontrado no Índice de Frequência
(I F = O, 16) e o Percentual de Tempo Perdido (PTP = I ,4%) do exemplo anterior,
concl ui-se que o número de atestados médicos e o percentual de tempo perdido
estão acima do esperado para o mês.

6.1 OPresenteísmo
No absenteísmo do tipo li, apesar de o trabalhador não faltar ao trabalho,
tem queda de desempenho, levando à diminuição da produtividade. Esse problema
encontrado atua lmente nas empresas diz respeito ao presenlef.smo, defin ido como a
presença do funcionár·io ao trabalho, porém doente, sem conseguir produzir.
Estudos apontam que as empresas americanas chegam a perdas de 150
bilhões de dólares por ano devido à presença de f1.1 ncionários doentes que apre-
sentam baixo rendimento no desempenho das atividades.
Os sintomas mais com uns do trabalhador com presenteísmo são: cefaleia,
dores lombares, alergias, d istúrbios gástricos, angústia, irritação e depressão, sendo
o grande gerador do presenteísmo o estresse. As principais causas de presenteísmo
por problemas de saúde, segundo Arechavaleta (2008), são dores musculares (86%),
problemas relacionados ao sono (35%) e dores gastrintestinais (26%).

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Estudo realizado pela lnternalional StTess Management Associatitm relacionou
os oito países mais estressados do mundo em ordem decrescente. São eles: Japão
(70%), Brasil (30%), China (24%), Estados Unidos (20%), Israel ( 18%), Aleman ha
(16%), França ( 14%) e Hong Kong (12%). (OGATA, 2005)
176
Algumas medidas que a empresa pode adotar para evitar que o presen-
teísmo se instale são as seguintes: (AREC HAVALETA, 2008)
- Assegu rar a correta d ivu lgação dos fundamentos da empresa e debater
esses indicadores com analistas e investidores.
- Investir na saúde dos traba lhadores, inclusive com terapia para comba-
ter a depressão e tratamento de dores e doenças crônicas.
- Orientar os trabalhadores para que procurem atendimento médico e
fiquem em casa quando es tiverem com problemas de saúde.
- Implantar programas de apoio psicológico, emocional e de serviços,
inclusive aos famil iares, para reduzir as preocupações do trabalhador
com assuntos extratrabalho.
O presen teísmo está em evolução e é um conceito que precisa ser pesqui-
sado dentro das em presas.

6.11 Exerddos
1. O que é absen teísmo?
2. O que é presen teísmo?
3. Quais os objetivos do controle dos atestados médicos?
4. De acordo com o Subcomitê de Absenteísmo, quais são os parâmetros a
serem utilizados para o Índice de Percen tagem de Tempo Perdido
(JIYTP) e o Índice de Frequência (I F) do absenteísmo?
S. uma empresa com 458 funcionários em atividade no mês, eles apre-
sentaram os seguintes atestados méd icos: 8 atestados de I d ia, 4 atestados
de 3 d ias, I atestado de 5 dias, 3 atestados de IO d ias e 2 atestados de 15
dias. Calcule o Índice de Gravidade (IG) e o Índice de Frequência (I F).
6. Como não existe prazo fixado em lei para entrega dos atestados méd i-
cos e/ou odontológicos, como a empresa pode resolver esta questão?
7. Qual a conduta a ser tomada caso o trabalhador apresente atestado
méd ico super ior a quinze dias consecutivos? Todos os trabalhadores
têm d ireito a esse beneficio?
8. Todos os trabalhadores têm direito ao beneficio auxi lio-doença?

Enfermagem do Trabalho · Programas, Procedimentos e Técnicas

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capítulo

7 177

Elaboração de Programas
de Promoção à Saúde
dos Trabalhadores
A r-az.'lo para uma maior importância no contexto da saúde e segurança dos
trabalhadores esl.á relacionada diretamente ao reconhecimento de que a saúde dos
trabalhadores inO uencia no seu rendimento, assim como no aumento do absenteís-
mo por doença ou por acidente de tr-abalho, e entre elas as doenças ocupacionais.
O Sistema O HSAS 1800 I :2007 foi publicado em I2 de julho de 2007. Essa
versão es1.á mais em linha com a ISO 900 I :2000 e a ISO 1400 I :2004, mantendo a
mesma ordem de requisitos, faciliLando a integração dos sis1.emas de gestão e
aumen1.ando o interesse pela O HSAS, muito mais orientada a resu ltados. Essa
nor ma apl ica-se a empresas que desejam es1.abelecer um Sistema de Gestão em
Saúde e SegUJ-ança do Trabalho (SGSST) par-a eliminar ou minimizar nscos e
per igos dos trabalhadores associados às atividades laborais.
A norma OHSAS 1800 I define SGSST como:
"Aquela palte do sistem(t de gesUio global que facilita o gerenciamento
dos riscos de SST associados aos neg6cios d(t organização. Isto inclui
a estmtura organizacional, as atividades de pú:mqmnento, as 1·esponsabilidades,
práticas, procedimentos, processos e ?·ecuTsos para desenvolver, implemenüw, atingir,
analisa·r criticamente e manfe?· a polilica de SST d(t organização."
Os beneficios com a implamação do Sis1.ema Ges1.ão Saúde e Segurança do
trabalho são:
-+ Melhorar a imagem e a credibilidade da organização no mercado;
-+ GaranLir o cumpr imenLo da legislação ap licável em vigor;
-+ Reduzir riscos de aciden1.es de trabalho;
-+ Reduzir riscos de doenças profissionais;
-+ Assegurar aos clien1.es o comprometimento com uma ges1.ão da SST
demonsLrável;
-+ Manter boas relações com os sindicatos dos trabalhadores;

Elaboração de Programas de Promoção à Salide dos Trabalhadores

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""' Aprimorar o controle dos custos de acidentes;
""' Reduzi r os acidentes que impliquem em responsabilidade civil;
""' Estimular o desenvolvimento e compartilhar sol uções de prevenção de
178 acidentes e doenças ocupacionais.
A OHSAS 1800 1:2007 dá maior ênfase à "saúde" em eq uilíbrio com a
"segurança". A nor ma objetiva implementar, manter e melhorar contin uamente o
sistema de gestão em saúde e segurança do traba lho, uti lizando para isso a
metodologia con hecida como POCA.
É parte integrante das ações primárias do Programa de Controle Médico de
Saúde Ocupacional (PCMSO, NR7) a elaboração de programas de promoção à
saúde para os colaboradores da emp resa.
Os programas de promoção à saúde devem ser estabelecidos dentro do
cronograma anual do PCMSO, determ inando o período da realização de cada
programa, Modelo 7 . I .

7.1 Cronograma anual das atividades preventivas do PCMCO


AllYIDADES El 'JJI11 jan fev mar abr maio jun I jul ago ser our nov dez
de Oral
Realizado
de à Obesidade
Realizado
Programa de, à Oislipidemia
Realizado
de )Õ
Realizado
de a Diabetes
Realizado
de Combate ao r'
Realizado
de dos DST/AIDS
Realizado
de <antro Gripe
Realizado
Programa de lmunizaiÕO Antitetâni<a
Febre Amarela
Realizado
Programa de Preven1áo ao Cônrer
e de Mama

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ATMDADES Ell 'JJifJ jan fev mar abr maio jun jul ago ser ou r nov dez
Realizado
Programa de Preven1áo ao Cônrer de Próstata
Realizado
179
Relatóriodo PCMS0/06 -Apresenta1õo na CIPA
Realizado
Elabora1õo do PCMS0/08
Realizado
Calibra1áo dos Equipamentos
Realizado
Modelo 7.1 · Cronograma anual das atividades preventivas do PCMSO.
Legenda

Realizado

7.2 Sistema de gestão em saúde ocupacional


É o conj unto de pessoas, recursos e procedimentos, dentro de qualquer níve l
de complexidade, cujos componentes associados interagem de uma maneira orga-
nizada para realizar uma tarefa específica e atingem ou mantêm um dado resultado.
O objetivo de um sistema de gestão em saúde ocupacional é oferecer ao
trabalhador um atend imemo de qualidade, com execução de programas de saúde
direcionados às necessidades dos trabalhadores. Esses programas devem ser
avaliados e melhorias propostas continuamente.
Para alcançar os objetivos em sistema de gestão em saúde ocupacional,
deve-se adotar método de análise e solução de problemas, para estabelecer um
controle de cada ação. Um dos métodos mais ap licados é o POCA, que constitu i
um referencial teórico básico para diversos sistemas de gestão.

7.2.1 Método POCA


O PDCA foi criado na década de 1920 por 'vValter A. Shewart, mas foi William
Edward Deming, o "guru do gerenciamento da qualidade", quem disseminou seu
uso no mundo todo, por isso, a partir da década de I950, o ciclo POCA passou a ser
conhecido como "Ciclo Oeming". (FARIA, 2008)
O POCA é a sigla das palavras em inglês que designam cada etapa do ciclo:
"Plan", planejar; "Do", fazer ou agi r ; "Check", checar ou verificar; e "Action", no
sentido de corrigir ou agi r de forma corretiva.

Elaboração de Programas de Promoção à Salide dos Trabalhadores

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É um méLOdo amp lamente ap licado
para o controle eficaz e confiável das ativi-
dades de uma empresa, principalmente aque-
las re lacionadas às melhorias, possibiliLando a ACT PLAN
180 (atuar)
padronizaç.'io nas informações do controle de (planejar)
qualidade e a menor probabilidade de erros
nas análises, ao tornar as informações mais
entendíveis.
O PDCA é um ciclo e, portanto, deve CHECK
"rodar" continuameme. Para que isso ocorra (checar)
de maneira eficaz, todas as fases devem acon-
tecer , sob pena de o processo como um todo
sofrer prej uízos. A supressão de uma fase Figuro 7.1 - Ciclo PDCA.
causa prej uízos ao processo como um todo. Adopro~õo do site: www.portoldomorketing.com.br

(DEM JNG, 1990) (fonte: http://www.portoldomorketing.eom.br/


Artigos3/Cido_PDCA.hrm)
A Figura 7 . I representa o ciclo PDCA
com setas que indicam seu semido de rotação.

7.2.2 Sistemótica de aplico~a do método PDCA em programas de saúde


A enfermagem do trabal ho deve participar de todo ciclo PDCA, desde o
planejamento, execução e ava liação desses programas de saúde. O ciclo ou méto-
do PDCA é traçado em quatro fases, como:
1. Plan (Planej ar): é o primeiro passo para a aplicação do PDCA. É o
estabelecimento de um plano, ou um planejamento dos programas de
saúde que deve ser estabelecido com base nas políticas de saúde e segu-
rança do trabalho da empresa. Deve apresentar diretJ-izes como pesquisa
da população trabal hadora, da família e da comunidade onde a empresa
se situa. São consideradas três fases importantes no planejamento:
Primeira fase: é o estabelecimento dos objetivos para cada programa
de saúde, que são:
-+ Justificativa: deve conter o motivo pelo qual é realizado o programa.
Inclu ir uma descrição dos antecedemes do problema, relatando os
esforços já real izados para min imizá-lo (por exemplo, aumento dos
níveis de absenteísmo por determ inada causa).
-+ Objetivo: deve ser claro e específico para o programa; utilizar sempre
verbo no infinitivo (por exemplo, obter, analisar, melhorar, comparar,
reduzir etc.).

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""' População alvo: deve descrever a população que participará do pro-
grama. Para isso deve-se traçar o perfi l da população de colaboradores
da em presa para planejar os programas de promoção à saúde, como:
-+ Proporção de tr-abalhadores por sexo;
181
-+ Proporção de trabalhadores por faixa etária;
-+ Proporção de trabalhadores por tempo de serviço.
Segunda fase: é o estabelecimento do caminho para que o objetivo seja
atingido, ou seja, estabelecer a metodologia de execução do programa
de saúde. Acompan he:
""' Metodologia aplicada: descrever todos os passos para execução do pro-
grama (por exemp lo, local para executar o progr-ama, como deve ser
executado passo a passo).
""' Recur sos materiais: descrever os matenars a serem utilizados para
execução do programa.
""' Recur sos humanos: conter todos os integr-antes necessários para exe-
cução do progr-ama. Realizar capacitação da equipe.
""' Recur sos financeiros: apresentar todo o custo necessário para execu-
ção do programa.
Terceira fase: é a definição do método que deve ser utilizado para
consegui-los, ou seja estabelecer as metas e os indicadores para cada
programa de saúde. A boa elaboração do plano evita falhas e perdas de
tempo desnecessárias nas próximas fases do ciclo, que são:
""' Metas e indicadores: deve estabelecer as metas e os indicadores para
cada progr-ama de saúde e os resu ltados obtidos devem ter represen-
tação gráfica.
""' Plano de ação: detalhar os pontos negativos na aplicação do programa.
Definir plano de ação caso o programa de saúde não tenha alcançado
as metas preestabelecidas.
Outro método de qua lidade que pode ser uti lizado para planejar os
programas de saúde é a ferramenta de qua lidade 5 W I H (W hat, Why,
When, Where, Who e How), sendo:
-+ What: definir o que será feito.
-+ When: definir quando será feito.
-+ Who: indicar quem fará.
-+ Where: determ inar onde será feito.
-+ Why: estabelecer por que será feito.
-+ How: detalhar como será feito.

Elaboração de Programas de Promoção à Salide dos Trabalhadores

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2. Do (Fazer): é o segundo passo do PDCA que consta na execução dos
programas de saúde estabelecidos. Para que essa fase seja executada
corretamente, é importante capacitar todos os recursos humanos en-
volvidos no programa, e que o plano preestabelecido seja rigorosa-
182 mente seguido.
3. Check (checar): o terceiro passo do PDCA é a análise ou verificação
dos resultados alcançados com a execução dos programas de saúde. Ela
pode ocorrer concomitantemente com a realização do plano quando se
verifica se o programa está sendo realizado de forma devida, ou após a
execução quando são feitas análises estatísticas dos dados e verificação
dos indicadores preestabelecidos para controle. Nessa fase podem ser
detectados erros ou falhas na execução do programa de saúde. A
realização de auditorias internas nos programa já implantados é um
bom meio de checar se o programa de saúde está seguindo o planeja-
mento preestabelecido.
4. Act (agir): é a última fase do PDCA, sendo a rea lização das ações cor-
retivas, ou seja, a correção das falhas encontradas no passo anterior.
Após realizada a investigação das causas das falhas, deve-se repetir , ou
apl icar o ciclo PDCA para corrigir as fa lhas (através do mesmo modelo,
planejar as ações, fazer, checar e corrigir) de for ma a melhorar cada
vez mais o programa de saúde estabelecido.

7.2.3 Exemplo de implanta~o de um programa de suplementa~o alimentar


seguindo oModelo PDCA
Justificativa
Os traba lhadores do campo exercem urna atividade pesada como o corte de
cana e capina que, segundo a NR 15, Atividades e Operações Insalubres, Anexo 3,
Quadro n2 3, Taxa de Metabolismo por Tipo de Atividade, é classificada como
trabalho pesado que gasta cerca de 440 kcal/hora, ou seja, 3.520 kcaVdia de traba-
lho, diferente das atividades leves que gastam em média 150 kcaVhora, ou seja,
1.200 kcaVd ia de trabalho.
De acordo com absenteismos levantados desses trabal hadores, há um aumen-
to de atestados relacionados a perdas de energia corno fadigas, cãimbras, desidra-
tação. Com isso se justifica a implantação de um Programa de Suplementação
Alimentar para os trabalhadores do campo.

Enfermagem do Trabalho · Programas, Procedimenlos e Técnicas

Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
Objetivo
""' Reduzi r o absenteismo dos trabalhadores do campo.
""' Aumentar a produtividade.
""' Reduzi r os atestados médicos relacionados a perdas de energia e 183
eletrólitos.

Populasão alvo
Funcionários do campo em atividade no corte de cana num total de 520
trabalhadores.

Metodologia aplicada
a) Apresentação do kit de suplem entação alim e ntar
Sachês de 30g de farinha temperada, sachês de 80g de leite de soja (em
pó), sachê de soro reidratante (em pó).
b) Palestra de orie ntação
Realizada a todos os trabalhadores do programa com intuito de informar
a importància do valor nutricional oferecido no kit de suplementação
alimentar , conscientização da preservação do meio ambiente com o
retorno das embalagens ao saco de lixo dentro do ônibus, enfatizar os
problemas causados pelo uso desse kit para crianças ou pessoas que não
exercem atividades fisicas intensas.
c) Logística de distr ibuição
O kit de suplementação al imentar será entregue uma vez ao mês pela
empresa contratada, devendo ser armazenado em local seco e ao abri-
go da luz e controle de pragas.
Será entregue se manalmente ao responsável pela turma o kit de suple-
mentação al imentar para a distribuição diária. No final de cada dia
devem ser devo lvidos os saq uinhos dos sachês para serem depositados
na lixeira fixada dentro do ônibus.

Rewrsos materiais
Caixas para distribu ição dos kits.

Rewrsos humanos
Quinze trabalhadores responsáveis pela turma que distribui o kit entre os
cortadores de cana.
!)ois trabalhadores responsáveis pela distribuição do kit até as turmas.
Realizar capacitação da equipe apresentando o kit e a logística de distribu ição.

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Recursos finanmiros
Custo de cada kit: R$ I ,50
Custo mensal do programa: R$ 20.280,00
184 Custo anua l do programa: R$ 223.080,00

Metas e Indicadores
Serão anal isados estatiSticamente co m índices co mparativos dos atestados
médicos co m CIO relacionados a fadigas , câi mbras, desidratação.
Meta p ara red uzir os atestados m édicos:
Reduzir em 50% os atestados médicos com CIO de doenças relacionadas à
perda de eletrólitos após implantação do programa.
Indicador par a meta de reduzir os atestados m édicos:
Indicador = número de atestados médicos com CIO de doenças relaciona-
das à perda de eletrólitos após implantação do programa no ano/número de
atestados médicos com CIO de doenças relacionadas à perda de eletrólitos antes
da implantação do programa no ano.
Meta p ara avaliar o aum ento da p rod utividade:
Aumentar em 20% a produtividade no corte de cana após distribuição dos kits.
Indicador para meta de aum ento da p rodutividade :
Indicador = número de produção do corte de cana após implantação do pro-
grama por trabalhador que aderiu ao programa no ano/ número de produção an-
terior à implantação do programa por trabalhador que aderiu ao programa no ano.

Auditoria
Realizar auditoria no programa de suplementação alimentar em dia e
horá1·io predeterminados pelos aud itores com gestores do programa. verificar se a
distribuição dos kits está acontecendo dentro do planejado, se os trabalhadores
estão gostando dos kits, quais os sabores do soro reidratante mais apreciados pelos
trabalhadores, quais os que estão sobrando no estoque. Se estão respeitando o
meio ambiente, colocando os saquinhos dos produtos em lixeira dentro do ônibus
dos traba lhadores.

Enfermagem do Trabalho · Programas, Procedimentos e Técnicas

Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
A9ies mmrtivos
O progra ma obteve res ultado satisfatót·io, pois consegu iu atingir a meta em
52%, 2% a mais que a meta estabelecida para o progra ma (5 0%) na red ução do
número de atestados médicos relacionados a doenças com perdas eletrolíticas, 185
assim como red uziu o absenteísmo no campo. Para o próximo ano será estabe-
lecida a meta de 60% d e redução dos atestad os médicos relacionados a doenças
com perdas eletrolíticas.
A produtividade aumentou em 13% menor que a meta estabelecida para o
programa que era de 20%, devendo ser avaliada a meta estabelecida com gestores
do setor e outros fatores que interferem na produtividad e, como tipo de cana a
se r cortada, intempéries ocorridos no ano, entre outros.

7.2.4 Exemplos de planejamento de um programa de saúde segundo


Modelo PDCA utilizando aferramenta SWl H
a) Planejamento para Programa de Prevenção de Hipertensão Arterial

What levaniOmentodos trabalhadores comPA maior que 130x8,S mmHg


Oque Siri filio?
When Durante os exames periódicos
Quando 11M ser filio?
Who Equipe de enfermagem e ocomponhameniO médico
a-' mponsúllll por'-?
When Ambulatórioda empresa
Onde Siri filio?
Whr Diagnosticar e troto r os trabalhadores hipertensos, prevenindo os complicasões desso
Porquefmr? doensa
How . Aferisõo do pressão arterial de todos os trabalhadores
Como lllillitol . Identificar os trabalhadores com diagnóstico de hipertenroo em tratamento
medicamentoso ou não
· Encaminhar paro avaliasõo médica todos que apresentarem nível de PA maior que
130x8,SmmHg
· Subsidiar em80% a 100% o medicasõo utilizado no programa
· Olererer alimentasõo hipossódiro conforme orientasõo médico norefeitório da empresa

Elaboração de Programas de Promoção à Salide dos Trabalhadores

Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
b) Planejamento para Programa de Prevenção Dislipidemia

What levaniOmentodos trabalhadores com colesterol maior ou igual o200 mg/dl


Oque 1111'6 filio?
186 When Durante os exames periódicos
Quando-- feilo?
Who Equipe de enfermagem e ocompanhameniO médico
a-' llllfOIISÓRI por Jaz.?
Whll'l Ambulatório da empresa
Onde 1111'6 feilo?
Whr Diagnosticar e troto r os trabalhadores dislipidêmicos, prevenindo os complicasões causadas
Porquefaml9 por essa daen1a
How -Exame de colesrerol em todos os trabalhadores com 35 anos ou mais ou em obesidade
Como slliflital IMC igual ou maior de 35
- Encaminhar para ovoliosõo médica e nutricional todos que opreseniOremcolesterol maior
ou igual a 200 mg/dl
- Reo&zor exames de rolesterol semeslral ou a critério médico para (l(ompanhomenta
-Subsidiar em100% o medicosão utilizado no programo
- Ofererer alimentosõo balanceada no refeitóriodo empresa, conforme orientasõo médica e
nutricional

7.3 Indicadores de prom~ão de saúde dos trabalhadores


Indicador é uma caraCLerisLica de um indivíduo da população ou ambiente
susceptível de medição e que pode ser utilizado para descrever um ou mais aspec-
tos da saúde de um indivíduo ou popu lação. São parâmetros uti lizados interna-
cionalmente sendo expressões quantitativas ou qualitativas que revelam informa-
ções sobre determinadas variáve is e suas imerrelações. Os indicadores podem ser:
""' Pró-ativos: são aque les capazes de detectar ou medir resu ltados ou
impactos negativos em fases precoces, a fim de gerar informações que
levem a ações que permitam ou possibilitem inteiTomper o cu rso
evolutivo, reverter o processo e evitar o fato ou a sua ocorrência.
""' Indicadores reativos: são aqueles capazes de detectar ou medir resu lta-
dos ou impactos após a ocorrência de um evento, cuja análise avalie
com informações para realimentar o processo de mel horia continua.
Em programas de saúde é preciso traçar indicadores e estabelecer metas
alcançáveis. Um indicador sempre tem um objetivo e uma meta que deve ser
acompanhada com a final idade de melhoria contínua.
A utilização de indicadores de saúde permite estabelecer padrões e um
acompanhamento ao longo dos anos.
As características dos indicadores podem ser:
a) Abrangente: quando se aplica a todos os trabalhadores da empresa.

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Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
b) Pequeno número: quando se apl ica a uma população preestabelecida.
Exemplo: exame de colesterol em trabalhadores maiores de 35 anos,
exame PSA (Antígeno Prostático Especifico) para prevenção do câncer
de próstata em homens acima de 45 anos.
187
Alguns indicadores propostos por Reis (2002) podem ser ap licados na
elaboração dos programas de promoção à saúde:
a) Indicadores de saúde referentes a estilo de vida e detenninan tes de
risco à saúde
-+ Proporção de trabalhadores sedentár ios;
-+ Proporção de tr-abalhadores tabagistas;
-+ Proporção de trabalhadores etilistas; é um indicador difici l de ser
medido, pois quando se faz a pergunta: você ingere bebidas
alcoólicas?, a resposta é sempre "apenas socialmente". Por isso é
importante contar com multiprofissionais para definir a proporção
de trabalhadores com etilismo.
-+ Proporção de IMC com sobrepeso, obesidade I, li e Ill (ver
capítulo 3).
b) Indicadores de saúde referentes à alteração de exames laboratoriais
-+ Proporção de trabalhadores com perfil lipídico: colesterol e trigli-
céride alterados;
-+ Proporção de trabalhadores com perfil metabólico alterado (gli-
cemia);
-+ Proporção de trabalhadores com parasitose intestinal em áreas BPF;
-+ Proporção de trabalhadores com perfil de saúde da mulher
(colpocitológico e mamografia);
-+ Proporção de trabalhadores com perfil de saúde do homem (PSA
alterado).
c) Indicadores de saúde ocupacional
-+ Proporção das ações executadas dentro do projeto ergonômico
por setor ;
-+ Proporção das ações execu tadas dentro do cronograma do Pro-
grama de Conservação Auditiva (PCA);
-+ Proporção de trabalhadores com avaliação clínica alterada dentro
do Programa de Proteção Res piratória (PPR);
-+ Proporção de traba lhadores com dinamometria lombar alterada
em relação à atividade com grande esforço fisico, avaliados pelo
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais da empresa (PPRA).

Elaboração de Programas de Promoção à Salide dos Trabalhadores

Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
Exemplo de indicador de um Progroma de P111Y8fiSÕO aa Cancer de Pr6stuta
Indicador = n2 de trabalhadores que realiza•-am o exame de PSA no ano X
I00 I n2 de trabalhadores igual ou ma ior de 45 anos no ano.
188
Exemplo de indicador de um Progroma de Controle de Diabéticos
I nd icador = n2 de trabalhadores diabéticos com gl icemia igua l ou menor
que 150 mg!d l no ano X I 00 I n2 de trabalhadores diabéticos no ano.

Exemplo de indicador de um Progroma de Controle de Dislipidêmicos


I ndicador = n2 de trabalhadores com exame de colesterol ma1or que
200 mgld l no ano X I 00 I n2 de trabal hadores disl ipidêmicos no ano.
As metas traçadas para os programas devem se•· alcançáveis. Para isso
devem ser traçados p lanos de ação, ou seja, ações que devem ser LOmadas para
aLJngu· as metas propostas para o programa.

Exemplo de metas de um Programa de Prevenção ao cancer de Próstata


1. Realizar 90% dos exames de PSA dos colaboradores com 45 anos ou mais.
2. Encaminhar para tratamento adequado 100% dos exames de PSA
alterados.

Exemplo de metas de um Programa de Controle de Diabéticos


1. Manter 60% dos níve is de glicemia menores ou iguais a !50 mg!d l dos
diabéticos.
2. Obter 80% de frequência em palestras de orientação aos diabéticos.

Exemplo de metas de um Programa de Controle de Dislipidêmicos


1. Reduzir em 40% os d islipidêmicos mantendo níveis de colesterol
abaixo de 200 mg/dl.
2. Obter 80% de freq uência em programas de orientação al imentar.

Metodologia de acompanhamento das matos estabelecidas


É importante comparar com o mesmo período do ano anterior. Comparar
o rea lizado com a meta proposta.

Enfermagem do Trabalho ·Programas, Procedimentos e Técnicas

Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
Ex emplo

P~de~-dep!6slala

Meto oser Realizado Realizado Variação em


Indicador 189
realizado em2005 ano anterior 2004 relosõo o2004
N• exames PSA {100% dos
90% 94,3% 89% 5,3%
trabalhadores com 45 anos ou mais)
Observe que o meto de 2004 nóo foi atingido, portanto o plano de osão trosodo poro atingir estas metas nóofoi corrigido o tempo,
diferente do ano de 2005 onde o meto foi atingido, ou seja, o plano de osõo foi eficaz.

7.4 Como medir os indicadores dos programas de saúde dos


trabalhadores
Efetividade: examinar as mudanças geradas com os resultados dos programas.
Eficiência: diz res peito à boa utilização dos rec ursos (financeiros, materiais
e human os) em relação aos res ultados obtidos.
Eficácia: observar se o plano d e ação elaborado par-a o progr-ama perm itiu
alcançar as metas traçadas.
Exemplos
a) Programa de Controle de Hipertensão Arter·ial
Meta: identificar e tratar portadores até manter níveis pressó ricos entre
J30x8,5 mmHg.
N2 de trabalhad ores examinados: 1.000
N2 de portadores HAS real: 250
N2 de portadores diagnosticados pelo progr-ama: 150
2 de trabalhad ores tratados adequadamente: I00
N2 de trabalhadores com pressão arter·ial sob controle adequado: 60
Efetividade: 60/250
Eficiência (diagnóstico): 150/250
Eficiência (tratamento): 100/250
Eficácia: 60/250
b) Programa de Controle de Dislipidêmicos
Meta: identificar e tratar trabalhadores portadores de disli pidemia, man-
tendo o colesterol igual ou menor que 200 mgldl.

Elaboração de Programas de Promoçãoà Salide dos Trabalhadores

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N2 de trabalhadores examinados: 1000
2 de trabalhadores portadores de dislipidemia real: 550
2 de trabalhadores portadores diagnosticados pelo programa: 230
190 N2 de trabalhadores tratados adeq uadamente: 200
N2 de trabal hadores com exame de colesterol mantendo a meta: 80
Efetividade: 80/550
Eficiência (diagnóstico): 230/550
Eficiência (tratamento): 200/550
Eficácia: 80/550
c) Programa de Prevenção de Câncer de Próstata
Meta: realizar 90% dos exames de PSA (Antígeno Prostático Específico)
e encaminhar para tratamento 100% dos exames fora dos valores de
referência.
N2 de exames PSA realizados: 88 que correspondem a 94,3%
N2 de exames alterados: 5
N2 de trabal hadores encaminhados pelo programa (médico especialista): 5
N2 de trabalhadores d iagnosticados e tratados: 3
Eficácia: 03/05

7.5 Exercícios
1. Defina ind icador.
2. Quais são as características dos ind icadores?
3. Quais são as metodo logias de acompanhamento para as metas?
4. Como medir os indicadores dos programas de saúde dos trabal hadores?
S. O que é um p lano de ação dentro de um programa de saúde do
trabalhador ?
6. Cite os indicadores de saúde referentes a estilo de vida e determinantes
de risco à saúde do LJ-abalhador.
7. Cite os ind icadores de saúde ocupacional.
8. Quais os beneficios na implantação do Sistema de Gestão em Saúde e
Segurança do T rabalho.
9. Cite as etapas do ciclo PDCA.
10. A aud itoria interna faz parte de qual etapa do método PDCA?

Enfermagem do Trabalho · Programas, Procedimentos e Técnicas

Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
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Enfermagem do Trabalho · Programas, Procedimentos e Técnicas

Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
Glossário
Acessibilidade: possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento
para a utilização com segurança e autonomia de edificações, espaço, mob iliário, 199
eq uipamento urbano e elementos.
Acuidade visual: é a capacidade do olho de distinguir entre dois pontos
próximos. Para isso depende de diversos fatores, em especial o espaçamento dos
fotorreceptores na retina e a precisão da refração do olho.
AI DS: sigla que deriva do inglês Acq uired lmmune Deficiency Syndrome; no
português SIDA, Síndrome da l munodeficiência Adq uirida. Doença que se
man ifesta com a infecção do organismo pelo vírus H I V.
Assepsia: consiste num procedimento que visa imped ir a penetração de
. .
microrganismos.
Assinatura eletrônica: é a tecnologia que garante que transações eletrônicas sejam
conduzidas de mane ira segura através das redes de computadores; é um sistema
de códigos para identificação e autenticação dos signatários.
Antissepsia: é o contato microbiano de uma super fície corporal.
Auditoria interna: é uma ativ idade destinada a observar, indagar, questionar.
Trata-se de um controle adm inistrativo, cuja função é avaliar a eficiência e eficácia
de outros comroles.
Autoclave : aparelho util izado para realizar a esterilização de artigos através do
calor úm ido sob pressão.
Biometria: é a ciência que estuda a identificação baseada na medição (precisa) de
traços biológicos. E' um mecanismo de controle de informações e acessos não
autorizados. Entre os reconhecimentos de características humanas, podemos citar:
reconhecimento de voz, recon hecimento de íris, verificação de assinatura
manuscrita, recon hecimento da geometria da mão, reconhecimento de impressão
digital, recon hecimento de face, reconhecimento da d inâm ica de d igitação etc.
Algumas empresas, como planos de saúde, já perceberam os se us benefícios e
estão implememando essas tecnologias a fim de evitar, ou ao menos atenuar, frau -
des de consultas e exames médicos.
Cân cer de próstata: tumor que se desenvo lve na próstata. É mais comum em
homens com mais de 50 anos, porém a prevenção deve iniciar a partir de 45 anos.
' .
E a segunda causa de ób1to por câncer entre os homens.
Desinfecção: método capaz de eliminar microrganismos patogênicos, com exceção
da for ma esporulada. Este ter mo é ap licado em relação a superfícies e substâncias
inanimadas.

Glossário

Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
Diabetes: doença em que há aumento da glicemia no sangue devido à não
produção ou diminuição da produção da insulina pelo pâncreas (hormônio que
transporta glicose do sangue para as células). Existem dois tipos, sendo I e H.
Deficientes físicos: pessoas que apresentam, em caráter permanente, perdas ou
200
anormal idades de uma estrutu ra ou função psicológica, fisiológica ou anatômica
que gere incapacidade para desempenho de atividade, dentro do padrão
considerado normal para o ser humano. A Ordem de Serviço n2 9, de 27110/98,
especifica as deficiências para apl icação da Lei 8.2 13/91.
Dislipidemia: alteração na concentração de lipídios no sangue, os quais são
responsáveis por funções como produção e armazenamento de energia e absorção
de vitaminas. O excesso está relacionado à aterosclerose (processo de formação de
placas nos vasos sanguíneos, causando obstrução do Ouxo sanguíneo).
DORT: Oistú rbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho. É a terminologia
proposta em 1998 em substituição ao termo LER.
Epilepsia: é uma síndrome caracterizada por um agrupamento de células
cerebrais que se comporta de maneira hiperexcitável. Gerando manifestações clí-
nicas, como as crises epiléticas parciais (afeta apenas um dos hemisférios cere-
brais), ou totais (afeta os dois hemisférios). Na grande maioria dos casos, as crises
desaparecem espontaneamente, mas a tendência é que se repitam de tempos em
tempos. Crise que dura mais de cinco minutos ou crises recorremes indicam uma
situação de emergência neurológica conhecida como estado do mal epilético.
Esp aço acessível: espaço que pode ser percebido e utilizado em sua totalidade por
todas as pessoas, inclusive aque las com mobilidade reduzida.
Esquistossomose: uma doença causada pelo Schistosmna mansoni, parasita que tem
o caramujo de água doce como hospedeiro intermediário e o homem como
hospedeiro definitivo. A transmissão se dá pela liberação de seus ovos através de
fezes contaminadas. Em contato com a água os ovos eclodem e libertam larvas que
morTem se não encomrarem o caramujo para se alojar e continuar o ciclo. As
novas larvas que infectam as águas penetram através da pele ou mucosas do
homem. A esq uistossomose chegou às Américas Central e do Sul provavelmente
com os escravos africanos e ainda hoje atinge vários estados brasileiros,
principalmente os do Nordeste.
Esterilização: é o processo que promove a eliminação completa de mrcror-
ganismos, incl uindo os esporos bacterianos resistentes.
Estufa: também conhecida como forno de Pasteur, é uma for ma de esterilização
por calor seco. O tempo e a temperatura recomendados são de duas horas a
170 °C. Recomenda-se o prazo de sete dias para validade dos artigos esterilizados
nesse processo (Resolução SS-374 de 15/12/95).

Enfermagem do Trabalho · Programas, Procedimenlos e Técnicas

Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
Febre tifoide: doença infecciosa causada pela bactéria Sabnonelkt typhi, é potencial-
mente grave. A transmissão p•·incipal é através da ingestáo de água e de al imentos
contaminados. Os sinais e sintomas sáo febre, alterações intestinais como dian·eia,
aumento do ftgado e baço. O tratamento consiste basicamente em antibióticos e
reidrataçáo. O náo tratamento leva à confusão memal que pode levar à morte. Essa 201
doença está relacionada às condições de saneamento básico inadequado.
Flora bacteriana residente: ela é constituída por bacté1·ias não patogênicas. E'
composta principalmente por bactér ias dos gêneros Propionibacterium,
Staphylococcus e CO?ynebacilerium e exerce aparente efeito de proteção contra outras
bactér ias patogênicas.
Flora bacteriana transitória: é constituída por microrganismos aeróbios espor u-
lados como Staphylococcus aureus, Est·reptococos de diversos tipos, Neisseria,
Flavobacterium e Achromobacterium. Essas bactérias sobrevivem apenas por algumas
horas na pele saudável e náo se reproduzem. São removidas facilmente pela
lavagem das mãos com água e sabáo neutro, possuem potencialidade patogênica,
resultado da presença ocasional de bactérias não presentes habitualmente na
superftcie cutânea, contaminação acidenta l.
Força estática: ocorre quando a força muscular se iguala à resistência, náo
havendo movimento. Também é conhecida como força isométrica.
Hepatite A: doença infecciosa aguda causada pelo vírus da hepatite A, cuja
transmissão ocorre via fecal-oral através da água e alimemos contaminados ou
através do contato entre pessoas. O indivíduo infectado pode ou não desenvolve•· a
doença. Se ocorrerem, as manifestações clínicas sáo febre baixa, fadiga, mal-estar,
perda do apetite, náuseas e vômitos, dor abdom inal. Após algu ns dias su rge icte1·ícia
que desaparece entre d uas e quatro semanas, fezes de coloraçáo amarelo-esbran-
quiçada e a u1·ina cor castanho-avermelhada. Não tem tratamento específico.
Hepatite B: doença infecciosa causada pelo vír us da hepatite B. A transmissáo
ocorre através do sangue, agulhas e seringas compartilhadas por portadores,
relações sex uais sem preservativos e transm issão vertical (mães para fil ho). As
man ifestações clinicas sáo semelhantes à hepatite A. Em 95% dos casos essas
man ifestações desaparecem após 15 dias. Não existe tratamento específico.
Hepatite C: é uma infecção do ftgado causada pelo vírus da hepatite C. Os sinais e
sintomas são semelhantes às demais hepatites. A icterícia ocorre em um terço dos
pacientes e os sintomas desaparecem de um a três meses. A longo prazo a conse-
quência é o aparecimento da hepatite crônica, podendo desenvolver cirrose hepá-
tica e câncer hepático. O tratamento pode levar anos. Em alguns casos utiliza-se o
imer feron alfa.
Hipertensão arterial : doença muito comum em todo o mundo, atmge JOvens,
. '

adultos e idosos e não tem cura, somente controle através de tratamento. A

Glossário

Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
hipertensão arterial descontrolada pode provocar infarto, perda da visão,
derrame, paralisação dos rins.
H IV: sigla que deriva do inglês H uman lmmunodeficienC)' Virus, no português
Vír us da lm unodeficiência Humana, que provoca a Aids.
202
Inmetro: l nstiLUto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia é uma autar-
quia federal , vinculada ao Ministér io do Desenvolvimento, Ind ústria e Comércio
Exterior, que atua como Secretar ia Executiva do Conselho Nacional de Metro-
logia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro), colegiado interm iniste-
rial, que é o órgão normativo do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial (Sinmetro).
Intubar : o termo entubar ou entubação endotraqueal é mencionado pelo VO LP, o
novo dicionário da ABL, como eq uivalen te a intubar e intubação, respectivamente,
o que torna legítimo o uso da forma entubar. Porém, na linguagem méd ica vale
salientar que os nomes científicos são tradicionalmente formados com elementos
oriundos do latim e do grego. Nesse caso, o prefixo inconforma-se ao étimo latino,
e todo o termo intubação apresenta a formação científica apropriada, portamo nas
descrições do procedimento convém especificar: intubação orotraqueal ou
nasotraquea l. (BACELAR; GALVÃO; ALVES; TUBINO, 2008).
LER!DORT : lesões por esforços repetitivos/distúrbio osteomuscular relacionado ao
trabalho. E' uma síndrome clínica caracterizada por dor crônica, acompan hada ou
não por alterações objetivas e que se manifesta principalmente no pescoço, cimura
escapular e/ou membros superiores em decOJTência do trabalho.
Logística reversa: instru mento de desenvolvimento econômico e social caracte-
•·izado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a
coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaprovei-
tamento, em seu ciclo ou em outros ciclos prod utivos, ou outra destinação final
ambientalmente adequada.
Lombalgia: é definida como dor na região posteroinferior do tronco compre-
endida entre o último arco costal e a prega glútea. A dor com d uração menor que
três semanas denomina-se lombalgia aguda ou lumbago, entre três semanas e três
meses é chamada subaguda, e crônica quando superior a três meses. A lombalgia
aguda é de alta prevalência. Mais de 50% melhoram após uma semana e 90% após
oito semanas; a incapacidade com d uração maior ou igual a três meses ocorre em
apenas 5% das lombalgias.
Man ip ulador de alimentos: é qua lquer indivíduo que trabal ha na produção, pre-
paração, processamento, embalagem, armazenamento, transporte, distribuição e
venda de alimentos, incl uindo os vendedores ambulantes e pessoas que preparam
os al imentos em suas casas.

Enfermagem do Trabalho · Programas, Procedimentos e Técnicas

Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
Notificação compulsória: a lista de doenças de notificação compu lsória foi criada
pela Lei n2 6259, de 1975. Consiste na comunicação da ocorrência de determ i-
nada doença/agravo à saúde ou surto, feita às autoridades sanitárias, por profis-
sionais de saúde ou qualquer cidadão, visando a adoção das med idas de interven-
ção pertinentes. É obrigatória em casos de doenças da lista de doenças de 203
notificação compu lsória. Além das DNCs, todo e qualquer surto ou epidemia,
assim como a ocorrência de agravo inusitado, independente de constar na lista de
doenças de notificação comp ulsó1·ia, deve ser notificado.
Obesidade: é caracterizada pelo excesso de massa gorda em um indivíd uo. Esse
excesso está relacionado à ingestão caló1·ica maior que a queima calórica. A
obesidade pode estar associada a fatores genéticos e hereditários. A Organização
Mundia l da Saúde passou a considerar a obesidade como doença e está catalogada
no CID (Código Internacional de Doença).
Parasitose intestinal: é o estado de infecção cuja agressão prej ud ica o hospedeiro.
As paras itoses intestinais helmintíases e protozooses representam a doença mais
comum no mundo. Os helm intos mais frequentes são os nematelmintos Ascmis
lumbricoides e Trichuris trichium e os ancilostomídeos; dentre os protozoários são
comuns a Entamoeba hislolytica e a Giardia lambia.
Pessoa com mobilidade reduzida: aq uela que, temporária ou permanentemente,
tem limitada sua capacidade de relacionar-se com o meio e de utilizá-lo. Entende-
-se por pessoa com mobilidade reduzida a pessoa com deficiência, idosa, obesa,
gestante, entre outras.
Pneumoconiose: doença decorrente da inalação de partículas, depos ição no
parênquima pulmonar e a consequente resposta tissular. Dentre as pne umo-
conioses existentes a silicose (causada pelo agente quím ico sílica) é a ma is comum.
Politraumatizados: é o res ultado de grandes acidentes, sendo o primeiro
atend imento e a assistência imed iata f1.1ndamentais para sobrevivência da vítima.
Profilaxia: são métodos, técnicas e medidas sanitárias empregados para evitar que
o homem e os an imais sejam acometidos por doenças.
Promoção da saúde: capacitar as pessoas e a comunidade para mod ificar hábitos e
comportamentos em benefício da própria qual idade de vida.
Psicotrópicos: são d rogas que têm ação no sistema nervoso central, prod uzindo
alterações de comportamento, humor e cognição, as quais levam à dependência. São
classificados em três grupos: depressores, estim ulantes e perturbadores.
Resíduos sólidos : material, substância, objeto ou bem descartado resultante de
atividades humanas em sociedade, a cuja destinaç,'io final se procede, se propõe
proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem
como gases contidos em recipientes e liq uidos CLúas particularidades tornem inviá-
vel o seu lançamento na rede p ública de esgotos ou em corpos d'água, ou exijam

Glossário

Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
para isso soluções técn ica ou economicamente inviáveis em face da me lhor tecno-
logia disponível.
Saúde oc upacional: são ações multiprofissionais com objetivo de manter o ma1s
alto grau de bem-estar fís ico, mental e social dos trabalhadores, prevenindo os
204 desvios de saúde causados pelas condições de trabalho.
T este an ti-H IV: os testes para detecção da infecção pelo HI V podem ser divid idos
em: teste de detecção de anticorpos como ELISA (Enzime Linked Imm unosorbent
Assa)'), Imunofi uorescência indi reta e Wastern Blot, considerado "padrão ou ro", e
os testes de detecção do vírus como o de ampl ificação do genoma do vírus (carga
vi ra!) e a contagem de TCD4+ em sangue periférico. Habitualmente o teste
ELISA é o primeiro exame de sangue a ser realizado para identificar a infecção
pelo HI V. Se for positivo, rea liza-se o teste mais específico como Wastern Blot
para confi rmar os resultados.
Vacina: consiste na injeção de um fragmento específico de ONA para estimular
uma resposta 1mune.
Vigilância sanitária: conj unto de ações capazes de eliminar, d iminuir ou prevenir
•·iscos à saúde e de intervi r nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente,
da produção e circulação de bens e de prestação de serviços de interesse da saúde.

Enfermagem do Trabalho · Programas, Procedimentos e Técnicas

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apêndice

A 205

Respostas dos Exercícios

Caprtulo 01
1. As funções administrativas consrstem em organrzar o ambulatório de
saúde ocupacional como:
--+ Organizar arquivos de empresas que mantêm prontuários eletrô-
nicos, as quais devem poss uir sistema de segurança para manter os
arqu ivos sempre acessíveis, quando necessár·io; seguir a Resolução
n2 1.639 do Conselho Federal de Medicina. Os prontuários de
papel devem ser organizados para arquivamento por no mín imo
20 anos segundo N R7 e até 30 anos par-a trabalhadores expostos à
rad iação ionizante.
--+ Controlar e enviar eq uipamentos para manutenção a fornecedores
selecionados.
--+ Controlar e enviar equipamentos para calibração anual a fornece-
dores selecionados.
--+ Controlar estoques e datas de vencimento de materiais e medica-
mentos.
2. As funções técnicas consistem em executar todas as técn icas inerentes às
funções como:
--+ Oinamometria;
-+ Acu idade visual;
--+ Antropometria e verificação dos sinais vitais;
--+ Curativos e admin istração de med icações prescritas;
--+ Coleta de material para exames laboratoriais;
--+ Campanhas de vacinação;

Respostas dos ExercK:ios

Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
-+ Campanhas de promoção à saúde (diabetes, colesterol, obesidade,
tabagismo);
-+ Desinfecção e esterilização de materiais.
206 3. As funções de ensino consistem em executar programas para promover
e prevenir doenças ocupacionais ou não ocupacionais através de:
-+ Rea lização de palestras d irecionadas à saúde.
-+ Treinamento de DST/AIDS e pr imeiros socorros para membros
da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CI PA), primeiros
socorros e simulados com membros da Br igada de Emergência,
primeiros socor ros para responsáveis por maletas de pr·imeiros
socorros dentro da empresa, eletricista em cumprimento à NRI O
em parada cardiorrespiratór ia.
-+ Desenvolvimento de peças teatra is com temas sobre saúde e
prevenção de acidentes durante a Semana Interna de Prevenção
Acidente do Trabalho (S I PAT).
-+ Elaboração de cartazes com informações sobre saúde, distribuídos
nos mu rais da empresa.
-+ Elaboração de temas sobre saúde para jornais internos da empresa.
4. A tendência das empresas atualmente é buscar a contratação de eq uipes
multiprofissionais, como fonoaudió logo, ergonomista, nutncronrsta,
fisioterapeuta, preparador fisico , entre outros.
5. A enfennagem do trabal ho entrou nas empresas com o papel curativo,
prestando atendimento ao trabal hador que por evemual idade se acidentas-
se no local de trabalho.
6.
Vontade e habi lidade para CJ·iar algo absolutamente inédito e que
possa melhorar as condições de vida dos trabalhadores e sua
famíl ia, da empresa e da comunidade local;
-+ Ter capacidade de encontrar novas utilidades para velhas ideias
com ação de beneficio coletivo;
Possui r talento para melhorar a eficiência de um sistema, um
procedimento ou um programa tornando-o mais econômico e
acessível e tecnicamente super ior ao já implantado;
-+ Ter pensamentos, atitudes e comportamentos pró-ativos quanto a
sua responsabilidade em relação a visão de futuro da organização;

- Buscar capacitação em áreas como logística, marketing, gestão de


pessoas, finanças para apr·imorar suas ações empreendedoras.

Enfermagem do Trabalho· Programas, Procedimentos e Técnicas

Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
Caprtulo 02
1. É o cot\iunto de ações volLadas para a prevençáo, mmunização ou
eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, 207
insumo, desenvolvimento tecnológico e prestaçáo de serviços, visando à
saúde do homem, dos an ima is, à preservaçáo do meio amb iente e à
qual idade dos resultados.
2.
Manipular cuidadosamente os mstrumentos perfurocorLanLes
contaminados.
- Uti lizar coletor res istente para descarte dos materiais perfu rocor-
tatltes conforme NBRI3853/1997, Coletores para RSS (Resíduos
de Ser viço de Saúde) perfurantes e cortantes.

- Evitar o reencapamento de agu lha; se for necess.-'irio, utilizar a


técn ica de pescagem.

-- Evitar a desconexão da agul ha da seringa.


Uso de luvas, aventais, máscara, óculos de proteçáo quando do
atendimento de vítimas de acidentes do trabalho com presença de
sangue, ver ificando o tipo de exposição para o uso dos EPls

-
adequados.
Rea lizar higienizaçáo das máos sempre que retirar as luvas.
3. O detergente enzimático é mais recomendado que o detergente
comum, pots além de melhorar a qualidade da limpeza, preserva o
instrumental.
4.
-- Lavar o local exposto imediatamente.
Não usar álcool ou realizar abrasões (esfregar , raspar o local).

- Avisar a chefia imediata para abertura da CAT (Comunicação de


Acidente de Trabalho).

- Encaminhar-se ao centro de referência mais próximo que atenda


esse tipo de ocorrência, de preferência nas d uas primeiras horas
após a exposição.

- Solicitar ao paciente fonte uma autor ização para cole~.<'\ de sangue


para exames anti -H I V, hepatite B, hepatite C, e encamin har j unto
com as amostras ao centro de referência.

Respostas dos ExercK:ios

Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
5.
Será ind icada após aval iação do centro de referência e nos casos
em que for constaLado que o cliente fonte é portador de hepatite
B, hepatite C ou H I V.
208
Deve ser rea lizada preferivelmente nas primeiras duas horas após
a exposição até 36 horas após a exposição. A profilaxia é mantida
num período de 28 d ias. Não é ind icada a rea lização da profilaxia
após sete d ias transcorridos da exposição.
O acompanhamento do profissional de saúde exposto é de seis a
12 meses após a exposição.
Realizam-se teste anti -HIV, anti-hepatite B e anti-hepatite C ao
acidentado no d ia em que ocorre u o acidente, após seis semanas do
acidente, após três meses do acidente e após seis meses do acidente,
e para hepatite C ainda se realiza após I 2 meses do acideme.
A gamaglobulina hiperimune para hepatite B fornece imun idade
de três a seis meses após a administração, havendo maior eficácia
na profilaxia pós-exposição se for rea lizada dentro das 24 horas
após o acidente.
6. Todo estabelecimento de saúde gera resíduos que devem ser geren-
ciados para o corTeto descarte. A Resolução da Di retoria Colegiada -
RDC n2 306, de 07/12/2004, assim como a NR32, dispõe sobre o regu-
lamento técn ico para gerenciamento de resíd uos de serviço de saúde.
7. Hepatite B, hepatite C, H IV.
8.
a) Limpeza mecân ica de instrumentais: luvas, avental, óculos e más-
cara.
b) Punção venosa periférica: luvas.
c) Atend imento de acidente de trabalho com vítima de politrau-
matismo: luvas, avental, óculos e máscar-a.
9.
Coletores cheios acima do limite permitido (lin ha de identificação
no coletor).

Agu lhas e outros matena rs perfu rocortantes projetados fora do


coletor.
Montagem incorreta dos coletores, não seguindo as instruções
fornec idas pelo fabricante (instruções na embalagem).

Enfermagem do Trabalho· Programas, Procedimentos e Técnicas

Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
- Localizaç,'io inadequada do coletor como: no chão, longe do local
de uso, em cima de pias ou lixeiras, em suportes sem visão do
bocal de abertu ra.

- Coletores pequenos ou em número insuficiente para o departa-


mento.
209

Descarte incorreto com desconexão da agu lha da sennga, ou


reencapeamento da agu lha.
10. O programa 5S foi desenvo lvido no J apão por Kaoru lshihara, em
1950, com intu ito de organizar as fábricas. A denominação 5S é devido
às cinco palavras iniciadas pela letraS, quando pronunciadas em japo-
nês, ou seja, SEI RI (utilização), SEITON (ordenação), SE ISO (lim-
peza), SEI KETSU (saúde e segu rança) e SH ITSU KE (autodisciplina).
11.

-- Redução do cons umo de água;


Redução do consumo de papel;

-- Redução do consumo de energia;


Controle de bactérias multirres istentes;

- Destinação adequada de seus resíd uos incluindo os RSS.


12. Os resíd uos biológicos pertence ao Grupo A devendo ser acond i-
cionados em saco branco leitoso conforme ABNT NB R 919 112000.
13. Óculos de proteção, mascara cirúrgica e na man ipu lação de aldeídos
como glutaralde ido o uso de respirador com car vão ativado, luvas de
borracha com cano longo, avental imper meável com manga longa,
calçado fechado impermeável antiden-apante, protetor au ricu lar se
necessário de acordo com medição quantitativa contidas no PPRA.

Capítulo 03
1. IMC = peso I altu ra 2 = 95 k I 3.0625 = 31,02
IMC = 31,02 classifica-se em obesidade tipo l
2. RCQ = cintura/quadril = 1,15 / 1, 10 = 1,045
RCQ = 104 em; risco muito aumentado para complicações metabólicas
3. Para homens: pregas do tríceps, do abdome, supra ilíaca
Pa1-a mu lheres: pregas subescapular, suprailíaca e da coxa

Respostas dos ExercK:ios

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4. DinamomeLJ·ia é uma técnica que mede a força estática ou isométrica e
a resistência a ser desenvolvida pelos músculos. T rata-se de um teste de
força muscu lar aplicado a determ inados grupos musculares com
intuito de avaliar o grau de normalidade de aptidão física dos trabalha-
210 dores dos quais se exigem força muscular e res istência. Para isso são
uti lizados equipamentos denom inados dinamômetros.
T ipos de dinamômetro: escapular, manual e lombar.
S.
-+ Orientar o trabal hador sobre a fina lidade técnica que será
executada.
-+ Solicitar ao trabalhador para ficar em pé com a cabeça e tronco
retos e com membros inferiores levemente afastados.
-+ Solicitar ao traba lhador que segure as hastes do dinamômetro com
ambas as mãos.
-+ Solicitar que eleve o d inamômetro hoJ-izontalmente na frente do
tórax, orientando a não encostar ou apoiar o instrumento sobre o
tórax.
-+ Solicitar que puxe fi rmemente a haste do dinamômetro num
movimento de abrir os braços.
-+ Pedir para realizar três nexões com imervalo de um minuto entre
cada um delas.
-+ Registrar o valor marcado no dinamômetro.
-+ Registrar o mais alto valor encontrado.
-+ O enfermei ro do trabalho deve se posicionar em frente ao traba-
lhador.
6. A espirometria é utilizada para medi r em milimetros a quantidade de
ar que o trabalhador pode exp ulsar dos pulmões após uma inspiração
máxima. Pode ser rea lizada durante respiração lenta ou durante
manobras expiratórias forçadas. A espirometria é um teste que auxi lia
na prevenção, permite o diagnóstico e indica a quantificação dos
distú rbios ventilatórios.
7.
-+ Pergu ntar ao traba lhador se apresentou infecção respiratória nas
últimas três semanas como gripe, resfriado, bronquite ou pneu-
moma.
-+ Não é necessário jejum.

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Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
-+ Perguntar ao traba lhador se está sem tomar chá ou café nas
últimas seis horas antes do teste.
-+ Perguntar se está sem fumar por pelo menos d uas horas antes de
realizar o exame.
211
-+ O trabalhador deve ficar em repouso de cinco a dez minutos antes
da realização do teste.
-+ Pesar e medir o trabalhador.
-+ Or·ientar sobre as manobras a serem executadas durante o teste.
-+ Uti lizar o clipe nasal.
8. Aud iometr ia é a medição da aud ição, que deve ser realizada em todos
os trabalhadores ou candidatos que estarão expostos a nível de pressão
sonora elevado igual ou maior de 80 dB, que é o nível de ação para o
agente de ruído.
9. A intens idade de um som é deter minada pela intensidade de movi-
mentos das fibras basilares, ou seja, quanto mais intensamente as célu-
las ciliadas sensitivas são estim uladas, ma ior é o n úmero de estímulos
transmitidos ao cérebro, indicando o grau de intensidade do som.
10. Os tipos de perda aud itiva podem ser classificados em:
-+ Condutiva: perda auditiva por via aérea ma ior que 25 dB, estando
nor ma is os limiares tonais por via óssea. Apresema diferencial
aéreo ósseo ma ior que 15 dB.
-+ Neurossensorial : perda aud itiva maior que 25 d B, tanto na vra
aérea quanto na via óssea. Apresenta diferencial aéreo ósseo
menor que 15 dB.
-+ Mista: aud iometria tonal apresenta d iferencia l entre a via aérea e
a via óssea em algumas freq uências, estando ambas as vias acop la-
das a outras.
11.
1. Orientar o trabalhador sobre a fina lidade da técn ica a ser
executada.
2. Solicitar que o trabalhador sente e encoste bem a região da colu na
na cadeira.
3. Perguntar se é alfabetizado. Caso não seJa. util izar tabela com
figu ras.

Respostas dos ExercK:ios

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4. Perguntar se utiliza lentes corretivas (caso uti lize, executar o
exame com as lentes) ou se apresenta deficit em algum dos olhos
(ambliopia, prótese).

212 5. Trata-se de um teste monocular, portanto um dos olhos deve


per manecer tampado.
6. Iniciar o teste sempre pelo olho direito (00).
7. Solicitar ao trabalhador para tampar o olho esquerdo (OE) com o
auxílio de um tampão de papel (nunca com a mão) e manter os
dois olhos abertos.
8. Iniciar o teste de cima para baixo, apontando dois ou três sinais de
cada li nha.
9. Uti lizar um lápis preto em posição vertical, para apontar o sinal a
ser visto, aproximadamente 2cm abaixo do sinal.
10. Se o trabalhador apresentar alguma dificu ldade na linha do
exame, mostrar um número maior de sinais da mesma lin ha. Caso
a d ificuldade contin ue, vo lte à lin ha anterior.
11. Solicitar ao traba lhador que tampe o olho d ireito (00) e repetir os
passos n2 6, 7, 8 e 9.
12. Durante o exame observar queixas e sinais de lacr imejamento,
hiperemia (o lhos vermelhos), incl inação da cabeça, piscar contínuo
dos olhos, estrabismo, desconforto, franzir a testa.
13. Registrar o res ultado de cada olho no prontuár io.
12.
a) Tabela de Snellen: ap licada para teste de acuidade visual de longe
b) Teste de l shih ara: ap licado para teste de dalton ismo
c) Tabela de J aeger: aplicada para teste de acu idade visual de perto
13.
- Pedir ao traba lhador que permaneça em repouso por cinco a dez
minutos sentado.
- Indagar se realizou exercícios excessivos, se alimento u, se fumou
ou se ingeriu café nos últimos 30 minutos antes da verificação da
pressão.
Solicitar para esvaziar a bexiga, pois é recomendável estar com a
bexiga vazia antes de verificar a press.-'ío arterial.

Enfermagem do Trabalho· Programas, Procedimentos e Técnicas

Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
14. Antropometria é a med ida das dimensões corpóreas, cuja finalidade é
obter parâmetros para defin ir o perfil do candidato à vaga e a elabora-
ção de programas de promoção à saúde dos LJ-abalhadores.
15. 213

- A coleta de sangue deve ser realizada de preferência no sistema


vacutainer em frascos de plástico devido à segurança durante a
coleta e no transporte das amostras.

- No momento da coleta da amostra é importante retirar o garrote


assim que o sangue fluir no tubo de coleta, pois o uso do garrote du -
Jante a retirada de sangue faz com que as macromoléculas (compo-
nentes ligados à proteína) não penetrem na parede vasocapilar, e
desse modo suas concemrações aumentam.

- Não é preciso encher os tubos de coleta, pois pode causar falsos


resultados dev ido à ausência de bol has de ar na sua parte supe-
rior. A ausência de ar impede que a amostra seja bem misturada
no aparelho mistu rador quando chegar ao laboratório para
aná lise.

- Na coleta de mú ltip las amostras de sangue, os LUbos devem


obedecer a uma seq uência, ou seja, sempre primeiro o tubo seco,
sem aditivos, depois o LUbo azu l, que contém cit1-ato, o tubo verde,
que contém heparina, o LUbo cor lavanda, que contém EDTA e
por último o tubo de cor cinza, que contém inibidor glicólico.
16.
a) Mercúrio inorgânico: lBMP: 35 u/g creat. Condições de amostra-
gem: primeira urina da manhã, recomenda-se iniciar a monito-
rização após 12 meses de exposição.
b) Tolueno: IBMP: 2,5 g!g creat. Condições de amostragem: final do
último d ia de jornada de trabalho, recomenda-se evitar a primeira
jornada da semana; pode-se fazer a diferença entre pré e pós-
-jornada.
c) Etilbenzeno: IBMP: I ,5 g!g creat. Condições de amostragem: fina l
do último dia da jornada da semana.
17. Permite a ava liação da capacidade do profissional em executar
trabalhos que exigem a sustentação de objetos pesados por um tempo
variável, com vista na ava liação do grau de normal idade ou não da
resistência ao esforço muscular.
Pesos para homens: 5 quilos; para mulheres: 3 quilos

Respostas dos ExercK:ios

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18. A verificação da temperaLUra corporal torna-se importante quando se
aval iam trabalhadores que vão exercer tarefas em áreas de altas
temperaturas e um idade, em que o trabalhador deve passar pelo
processo de aclimatização que consiste em uma mudança adaptativa
214 decorrente da exposição gradual em ambientes quentes num período
que var ia de uma a duas semanas.
19. Pa1-a avaliação dos trabalhadores que fazem parte do Programa de
Proteção Respiratória (PPR) da emp resa é de suma importância uma
aval iação min uciosa do sistema respiratór io.
20.
- Certificar se o traba lhador está bem ereto e com os calcanhares
J UntOS.
Certificar se o trabalhador mantém as nádegas, calcanhares e
dorso em contato com o antropômetro (haste da balança).
Rea lizar a técn ica sempre com o trabalhador descalço.
2 1. Aud iometria dev ido a exposição a ruído acima dos limites de to lerância
que é de 85 dB(A). Espirometria e RX de Tórax por estar exposto a
poeira de sílica acima do limite de tolerância.
22.
a) lnstru mento tonometro.
b) Instru mento tabela de Snellen.
c) lnstru mento espirometro.
d) Instrumento tabela Ishihara.
e) lnstr u mento audiometro.
23. A epilepsia
24. O fit test é um ensaio de vedação usado para selecionar o taman ho e o
for mato do resp irador adeq uados ao rosto do trabalhador. Deve ser
realizado a todos os trabalhadores usuário de resp irador com peça
semifacial.

Enfermagem do Trabalho· Programas, Procedimentos e Técnicas

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Caprtulo 04
1. O conjunto de operações que se estabelece em condições específicas de
temperatura, um idade, em que se compara o valor indicado pelo 215
instr umento com os valores de um padrão predefinido.
2. A importância de realizar a calibração é a confiabilidade metrológica
que o instrumento apresenta após ser calibrado, garantindo uma
exatidão dos resultados que obtemos na utilização do instrumento e o
cumprimento de legislações.
3. Esfigmomanômetro, espirômetro, dinamômetro, adipômetro, aud iô-
metro, cabine de aud iometria, termômetros clínicos, ter mômetro de
máxima e mín ima, ter mômetro de estufa, autoclave.
4. Teste biológico e teste químico.
S. O esligmomanômetro mecânico cumpre a Portaria In metro n2 !53, de 12
de agosto de 2005 estabelece as condições mínimas a que devem satisfazer
os esfigmomanômetros mecân icos de med ição não-invasiva, que se
destinem a medir a pressão arterial humana.
O esligmomanômetro digital cumpre a Portaria Inmetro n2 096, de
20 de março de 2008 que estabelece as condições mínimas a que devem
satisfazer os esfigmomanômetros eletrônicos digitais de medição não-
-invasiva, que se destinam a med ir a pressão arterial humana no braço,
no punho e na coxa.
Ambos devem ser calibrados por ve•·ilicação metrológicas pe•·iódica
anualmente, ou uma verificação metrológicas eventual após reparo ou
manutenção.
6.
- Assegurar que o laboratório de calibração ao qual são enviados os
eq uipamentos está acred itado de forma a garantir a integridade
das calibrações.

- Manter arqu ivados todos os certificados de calibração dos eq uipa-


mentos.

- Conferir e manter a etiqueta de calibração do equipamento, que


deve ser lixada com data de calibração rea lizada e data de
va lidade da calibração.

- Manter cronograma de man utenção e calibração dos equipamen-


tos do amb ulatór io de saúde ocupacional, selecionando os fornece-
dores para prestar manutenção e calibração de cada equ ipamento.

Respostas dos ExercK:ios

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- Manter cronograma do plano de calibração dos equipamentos do
ambulatório de saúde ocupacional.
7. Os equipamentos méd icos sob regime de Vigilância SaniLária inclusive
216 suas partes e acessórios são todos os equipamentos de uso em saúde
com final idade méd ica, odontológica, laboratorial ou fis ioterápica, utili-
zados d ireta ou indi retamente para diagnóstico, terapia, reab ilitação ou
mon itorização de seres hu manos e os equ ipamentos com final idade de
embelezamento e estética.

Capítulo 05
1. É um conj unto de nor mas empregadas em produtos, processos e ser vi-
ços visando à promoção e à certificação da qua lidade e da segu rança do
produto.
2. Exame de sangue, colprocultura das fezes, coproparasito lógico, VD RL
(sífilis), hemograma. Os exames devem ser anuais.
3. Aos trabalhadores que man ipulam alimentos.
4. Para reduzir o número de exames parasitários alterados que acaJTetam
readaptação temporár ia do trabalhador da área BPF para tratamento,
que muitas vezes pode levar mais de 50 d ias.
S. EPis mal selecionados podem interferir na contaminação do produto.
6. Recomenda-se que o protetor au r icular seja do tipo concha ou se for o
protetor de inserção, que esteja atado entre si por um cordão que deve
passar por trás da região do pescoço.
7. Portar·ia CVS 18 de 09 de setembro de 2008. A periodicidade dos se-
guintes exames: adm issionais, per·iódicos (anualmente), retorno ao traba-
lho (trabalhador que ficar afastado mais que 30 d ias da empresa por
motivo de doença, acidente de trabalho ou parto) no exame de mudança
de função e no demissional.
8. A transmissão d ireta ocorTe por meio de excreções presentes no organis-
mo do manipu lador de al imentos. As fomes de transm issão mais impor-
tantes são fezes, nariz, boca, mãos, secreção vaginal, urina e ferimentos.

Enfermagem do Trabalho · Programas, Procedimentos e Técnicas

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Caprtulo 06
1. Absenteísmo é a ausência temporá•·ia do trabalhador por motivo de
doença, justificada por atestado méd ico ou odontológico. 217
2. É a presença do colaborador ao traba lho, porém doente, não conse-
guindo produzir.
3. Verificar as condições de saúde dos traba lhadores e identificar agentes
causadores do afastamento.
4. Índice de Porcentagem de Tempo Perdido menor que I ,2%
Índice de Frequência menor que O, I O
S. 8 atestados de I dia = 8 dias
4 atestados de 3 dias = 12 d ias
I atestado de 5 dias = 5 dias
3 atestados de IO d ias = 30 dias
2 atestados de 15 d ias = 30 dias
Total de atestados: 18 atestados médicos
Total de dias perdidos: 85 dias
n2 de atestados médicos
I F= _:.;_;::.;;..:==;.;;::...:.:.:..::=;;;;:..-
n2 de funcionários

18
IF =
458
=o,039

I F= O 039
'
n2 de dias perdidos
!C =
n2 de funcionários

85
IG =
458
=o,1855
6. A empresa deve observar a convenção ou acordos coletivos de trabalho
e ou elaborar regu lamento interno em que pode fixar não só o prazo,
como também penalidades para serem ap licadas àqueles que não
observarem o prazo determ inado nos referidos documentos.
7. O traba lhador deve ser encaminhado ao INSS para que sejam tomadas
as providências para o recebimento do auxíl io-doença.

Respostas dos ExercK:ios

Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
8. Não, de acordo com a Lei 8.2 13/9 1 só tem d ireito a receber o beneficio
auxílio-doença previdenciário o segurado que comprovar no mín imo
doze contr ibuições ao INSS.

218
Capítulo 07
1. É uma característica de um ind ividuo, população ou ambiente susceptí-
vel de med ição e que pode ser usada para descrever um ou mais aspec-
tos da saúde de um ind ividuo ou população. São parâmetros uti lizados
internacionalmente.
2. Abrangente: quando se ap lica a todos os trabalhadores da empresa.
Pequeno número: quando se apl ica a uma população preestabelecida.
3. Fazer comparação com mesmo período do ano ante1·ior e comparar o
realizado com a meta proposta.
4. Através da:
- Efetividade: examina as mudanças geradas com os res ultados do
programa.
Eficiência: diz respeito à boa util i7.ação dos recu rsos (financei ros,
materiais e humanos) em relação aos resultados obtidos.
Eficácia: observar se o plano de ação elaborado para o programa
per mitiu alcançar as metas traçadas.
5. São ações que devem ser tomadas para atingir as metas propostas para
o programa.
6.
Proporção de trabalhadores sedentár ios;
Proporção de trabalhadores tabagistas;
Proporção de t1-abalhadores etilistas;
Proporção de I MC com sobre peso, obesidade I, I I e I I L
7.
Proporção das ações executadas no projeto ergonômico por setor.
Proporção das ações executadas dentro do cronograma do Pro-
grama de Conservação Auditiva (PCA).
Proporção de trabalhadores com avaliação clínica alterada dentro
do Programa de Proteção Respiratória (PPR).

Enfermagem do Trabalho · Programas, Procedimentos e Técnicas

Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
- Proporção de trabalhadores com d inamometria lombar alterada em
relaçáo à ativ idade com grande esforço físico (avaliados pelo Progra-
ma de Prevençáo de Riscos Ambientais (PPRA) da empresa).
8. Os beneficios com SGSST sáo: 219

-- Melhorar a imagem e a credibilidade da organização no mercado;


Garantir o cumprimento da legislação apl icável em vigor;

-- Reduzir r iscos de acidemes de trabalho;


Reduzir r iscos de doenças profissionais;
_, Assegurar aos clientes o comprometimento com uma gestão da
SST demonstrável;

-- Manter boas relações com os sindicatos dos trabalhadores;


Apr imorar o controle dos custos de acidentes;

-- Reduzir os acidentes que impl iquem em responsabilidade civil;


Estimular o desenvolvimento e compartilhar soluções de preven-
ção de acidentes e doenças ocupacionais.
9. O PDCA tem as seguintes etapas: "Plan", planejar ; " Do", fazer ou agir;
"Check", checar ou verificar; e "Action", no sentido de corrigir ou agir
de for ma corretiva.

10. A auditoria interna faz parte do Check (checar), sendo o terceiro passo
do método POCA.

Respostas dos ExercK:ios

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anexo

1 221

Limpeza e Higienização
de Caixas-d'Água

Os procedimentos para limpeza e higienização de caixas-d'água devem


seguir a Com unicação CVS 6, de 12 de janeiro de 201 1.

Procedimentos para limpeza de caixas-d'água


a) Feche o registro d e entrada da água na edilicação ou gire (ou amarre)
a boia, instalada no inter ior do reservatór io, para interromper o fluxo
de entrada de água;
b) Faça uso rotineiro da água contida no reser vatório, até que restem na
caixa aproximadamente I O centímetros de nível d 'água, que será utili-
zada no processo de limpeza;
c) Tam pe a saída de fundo da caixa com pano limpo ou outro material
adeq uado, de modo a evitar a descida de SLtiidades, durante a lavagem,
pa1-a a rede de distribuição predial;
d) Esfregue as paredes da caixa apenas com escova de libra vegetal ou
bucha de lio de plástico macio para remover mecanicamente as suj ida-
des, evitando o uso de sabão, detergentes ou quaisquer outros produ-
tos qu ímicos;
e) Remova a água suja da pré-limpeza com balde, caneco e pano, reti-
rando todo liquido e sujidades da caixa-d'água. Não esgote essa água
SLtia pelo fundo da caixa, pois pode con taminar as tubulações prediais;
f) Mantenha a saída de fundo do reservatór io ta mpado e deixe entrar
novamente água até um nível de I Ocentímetros.

Umpeza e Higienização de Caixas·d'água

Editora ~rica. Enfermagem do Trabalho. Programas, Procedimentos e Técl'licas. Mârcia Vitma G. MOfaes. 48 Edição
Procedimentos para higieniza~ão de mixos d'água
Nesta etapa, é necessár io o uso de produto químico desinfetante, como o
hipoclorito de sódio a 2,5% (água sanitária).
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a) Ad icione à água limpa acum ulada na caixa (no nível de IO centímetros)
o hipoclorito de sódio na proporção de um litro pa1-a cada mi l litros de
água retida no reservatório. Perceba que o volume retido de água na
caixa é var iável, depende de suas dimensões e do formato geométr ico.
A estimativa do volume de água retido no nível de lO centímetros pode
ser feita com base no cálculo a segui r :

- Se a caixa-d'água tiver, por exemplo, d imensões retangulares, com


fundo de 80 centímetros de largura e 150 centímetros de comp•·i-
mento, o cálculo será: 0,80 (largura) x 1,50 (comprimento) x 0,10
(nível da água) = O, 12 metros cúbicos, ou 120 litros. Para atingir
concentração de I para I 000, deve-se, neste caso, adicionar O, 12
litro de água sanitária, ou cerca de meio copo.
- No caso de caixas-d'água com formato de base circular, o cálculo é
d iferente. Para um reservatório com f1.1ndo circular de, por exem-
plo, d iâmetro de um metro, o cálculo é: 0,50 (raio) x 3,14 x 0,10
(nível da água) = 0,088 metro cúbico, ou 88 litros. Neste caso, a
des infecçáo requer a adição de pouco mais de 1/ 3 de copo de
hipoclorito de sódio.
b) Após adicionar hipoclo•·ito de sódio na proporçáo adequada, agite bem a
água para homogeneizar a mistu ra. Sempre use luvas e bolas de borracha
para realizar o procedimento. Umedeça as paredes da caixa-d'água com
a solução de hipoclor ito de sódio e água, uti lizando brocha ou pano.
Repita a operaçáo mais três vezes, em intervalos de meia hora;
c) Desobstrua a saída de fundo da caixa-d 'água, esvaziando totalmente o
reservatór io, e abra torneiras da edificação para eliminar essa água e
também des infetar a rede interna;
d) Destrave a boia ou abra o registro do cavalete;
e) Enxágue as paredes laterais da caixa com a água que está entrando no
reservatór io;
f) Após escoar pela rede interna a concentração com água sanitár ia, feche
as torneiras, tampe a caixa e faça uso normal da água;
g) Lembre-se de limpar também a parte interna da tampa antes de fechar
a caixa-d'água;
h) Registre a data da limpeza em sua agenda ou na parede externa da pró-
pria caixa-d'água, de modo a repetir o procedimento a cada seis meses.

Enfermagem do Trabalho· Programas, Procedimentos e Técnicas

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