Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ISSN 2177-2312
A revista eletrônica e-metropolis é uma publicação trimestral que tem como ob-
jetivo principal suscitar o debate e incentivar a divulgação de trabalhos, ensaios,
resenhas, resultados parciais de pesquisas e propostas teórico-metodológicas
relacionados à dinâmica da vida urbana contemporânea e áreas afins.
A revista é editada por alunos de pós-graduação de programas vinculados ao Ob-
servatório das Metrópoles e conta com a colaboração de pesquisadores, estudio-
sos e interessados de diversas áreas que tenham como tema os múltiplos aspectos
envolvidos nos estudos relacionados à vida nas grandes cidades. O conselho
editorial é composto por professores de destaque na comunidade acadêmica e
que selecionarão os artigos no formato blind-review.
Cada número se estruturará através de uma composição que abrange um tema
principal - tratado por um especialista convidado a abordar um tema específico
da atualidade -, artigos que podem ser de cunho científico ou opinativo e que
serão selecionados pelo nosso comitê editorial, entrevistas com profissionais que
tratem da governança urbana, bem como resenhas de publicações que abordem
os diversos aspectos do estudo das metrópoles e que possam representar material
de interesse ao nosso público leitor.
EDITOR-CHEFE CONSELHO EDITORIAL
Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro Profª Drª. Ana Lúcia Rodrigues (DCS/UEM)
Prof Dr. Aristides Moysés (MDPT/PUC-Goiás)
EDITORES Prof Dr. Carlos de Mattos (IEU/PUC-Chile)
Carolina Zuccarelli Prof Dr. Carlos Vainer (IPPUR/UFRJ)
Eliana Kuster Profª Drª. Claudia Ribeiro Pfeiffer (IPPUR/UFRJ)
Juciano Martins Rodrigues Prof Dr. Emilio Pradilla Cobos (UAM do México)
Marianna Olinger Profª Drª. Fania Fridman (IPPUR/UFRJ)
Paula Silva Gambim Prof Dr. Frederico Araujo (IPPUR/UFRJ)
Renata Brauner Ferreira Profª Drª. Héléne Rivière d’Arc (IHEAL)
Rodrigo de Moraes Rosa Prof Dr. Henri Acserald (IPPUR/UFRJ)
Prof Dr. Hermes MagalhãesTavares (IPPUR/UFRJ)
Profª Drª. Inaiá Maria Moreira Carvalho (UFB)
Prof Dr. João Seixas (ICS)
Prof Dr. Jorge Natal (IPPUR/UFRJ)
Prof Dr. Jose Luis Coraggio (UNGS/Argentina)
Profª Drª. Lúcia Maria Machado Bógus (FAU/USP)
Profª Drª. Luciana Corrêa do Lago (IPPUR/UFRJ)
Profª Drª. Luciana Teixeira Andrade (PUC-Minas)
Prof Dr. Luciano Fedozzi (IFCH/UFRGS)
Prof Dr. Luiz Antonio Machado (IUPERJ)
Prof Dr. Manuel Villaverde Cabral (ICS)
Prof Dr. Marcelo Baumann Burgos (PUC-Rio/CEDES)
Profª Drª. Márcia Leite (PPCIS/UERJ)
Profª Drª.Maria Julieta Nunes (IPPUR/UFRJ)
Profª Drª. Maria Ligia de Oliveira Barbosa (IFCS/UFRJ)
Prof Dr. Mauro Kleiman (IPPUR/UFRJ)
Prof Dr. Robert Pechman (IPPUR/UFRJ)
Prof Dr. Robert H. Wilson (University of Texas)
Profª Drª. Rosa Moura (IPARDES)
Ms. Rosetta Mammarella (NERU/FEE)
Prof Dr. Sergio de Azevedo (LESCE/UENF)
Profª Drª. Simaia do Socorro Sales das Mercês (NAEA/UFPA)
Profª Drª Sol Garson (PPED/IE/UFRJ)
Profª Drª. Suzana Pasternak (FAU/USP)
FICHA TÉCNICA
nº 03 ▪ ano 1 | dezembro de 2010
zetailustra@gmail. com
www. flickr. com/ zetinho
PESQUISADORES PARECERISTAS EM 2010
Agradecemos aos nossos pareceristas, abaixo mencionados, pela va-
liosa contribuição que têm prestado à seleção dos artigos publica-
dos na e-metropolis ao longo deste ano.
A RT I G O S
E N T R E V I ST A
R E SE N H A
E N SA I O
38 Narrativas da cidade
Narrat ives of t he cit y
Por Jacqueline Siano, Juana Amorim, Juliana Franklin, Lia Sarno, Lídice
Matos e Leandra Lambert, sob a coordenação de Giodana Holanda
RESUMO
O que é teoria crítica urbana? Embora essa expressão seja usada frequentemente Neil Brenner
com um sentido descritivo para caracterizar a tradição de esquerda pós-1968 ou neil.brenner@nyu.edu
estudos urbanos radicais, defendo que a expressão também tem determinado um
Professor de sociologia e
conteúdo sócio-teórico. Com essa finalidade, de forma articulada nos trabalhos
estudos metropolitanos
de diversos filósofos sociais da Escola de Frankfurt, o presente artigo interpreta a
na New York University
teoria crítica com referência a quatro elementos interconectados: seu caráter teó-
- NYU. Ele é autor do
rico; sua reflexividade; sua crítica da razão instrumental; e sua ênfase na disjunção
livro “New State Spaces:
entre o presente e o possível. Com base nessas premissas, o artigo faz uma reflexão
Urban Governance and
sobre o status das questões urbanas dentro da teoria social crítica. O artigo sus-
the Rescaling of Statehood”
tenta que, no início do século 21, cada um dos quatro elementos chave da teoria
(Oxford University Press,
crítica social requer um engajamento sustentado com modelos contemporâneos
2004); co-editor de “Spaces
de urbanização capitalista. Sob condições de uma urbanização mundial crescen-
of Neoliberalism” (com
temente generalizada, o projeto da teoria social crítica e da teoria crítica urbana
Nik Theodore; Blackwell,
estão entrelaçados como nunca antes.
2002); e co-editor de “The
Global Cities Reader” (com
Roger Keil; Routledge,
ABSTRACT 2006). Seus interesses de
What is critical urban theory? While this phrase is often used in a descriptive pesquisa incluem teoria
sense, to characterizethe tradition of post-1968 leftist or radical urban studies, I crítica urbana, teoria sócio-
argue that it also has determinate social–theoretical content. To this end, building espacial, teoria do estado
on the work of several Frankfurt School social philosophers, this paper interprets e economia geo-política
critical theory with reference to four, mutually interconnected elements—its comparativa.
theoretical character; its reflexivity; its critique of instrumental reason; and its
emphasis on the disjuncture between the actual and the possible. On this basis,
a brief concluding section considers the status of urban questions within critical
social theory. In the early 21st century, I argue, each of the four key elements
within critical social theory requires sustained engagement with contemporary
patterns of capitalist urbanization. Under conditions of increasingly generalized,
worldwide urbanization, the project of critical social theory and that of critical
urban theory have been intertwined as never before.
_______________________
Traduzido do original em inglês por Marianna Olinger.
Revisão científica de Brian Hazlehurst e Luiz Cesar Ribeiro.
1
O artigo foi originalmente publicado no volume 13 da revista CITY,
cujo tema era “Cit ies f or Peopl e, not f or Profi t ”. Brenner, Neil.
What is crit ical urban t heory?, CITY, V. 13, N°. 2–3, june–september
2009, 198 — 207.
na evolução histórica do capitalismo moderno, mas A interpretação dialética [associada à teoria crítica]
também, e de maneira igualmente relevante, que- compreende o conhecimento do sujeito em ter-
rem entender o que há no capitalismo moderno que mos da relação da práxis social, em termos de sua
posição, tanto no processo do trabalho social e no
permite as suas próprias formas, e as das outras, de
processo de esclarecimento das forças políticas so-
consciência crítica. bre suas metas. (1973, pp. 210–211)
Teoria Crítica Envolve uma Crítica da A Teoria Crítica Enfatiza a Separação entre
Razão Instrumental o Presente e o Possível
Como é amplamente conhecido, os teóricos críticos Como defende Therborn (2008), a Escola de Frank-
da Escola de Frankfurt desenvolveram uma racio- furt adota uma crítica da modernidade capitalista,
nalidade crítica instrumental (analisada em profun- ou seja, afirma as possibilidades da liberação humana
didade por Habermas, 1985, 1987). Com base nos abertas por sua formação social enquanto também
escritos de Max Weber, eles se opuseram à generaliza- critica suas exclusões, opressões e injustiças sistêmi-
ção societária de racionalidade meios-fins orientada a cas. A tarefa da teoria crítica é, assim, não apenas
fins racionalmente escolhidos (Zweckrationale), uma investigar as formas de dominação associadas ao ca-
ligação eficiente de meios a fins, sem questionamen- pitalismo moderno, mas igualmente, escavar as pos-
to dos próprios fins. Essa crítica teve implicações em sibilidades emancipadoras que estão embutidas nele,
vários campos da organização industrial, tecnologia e ainda que simultaneamente suprimidas por esse mes-
administração, mas de forma mais crucial, os teóricos mo sistema.
da Escola de Frankfurt também a aplicaram ao cam- Em grande parte dos escritos da Escola de Frank-
po das ciências sociais. Nesse sentido, a teoria crítica furt, essa orientação envolve uma ‘busca por um
envolve uma forte rejeição de modos instrumentais elemento revolucionário’, ou seja, a preocupação em
de conhecimento científico social, ou seja, aqueles encontrar um agente de mudança social radical que
designados a tornar arranjos institucionais existentes pudesse concretizar as possibilidades desencadeadas,
mais eficientes e efetivos, para manipular e dominar ainda que suprimidas, pelo capitalismo. No entanto,
o mundo social e físico e, portanto, fortalecer as atu- dado o abandono de qualquer esperança de revolu-
ais formas de poder. Ao invés disso, teóricos críticos ção proletária pela Escola de Frankfurt, sua busca por
demandaram um questionamento dos fins do conhe- um elemento revolucionário durante o período pós
cimento e, portanto, um engajamento explícito com guerra gerou um pessimismo um tanto melancólico
questões normativas. em relação à possibilidade de transformação social e,
De forma consistente com sua abordagem histo- especialmente no trabalho de Adorno e Horkheimer,
ricamente reflexiva à ciência social, acadêmicos da um recuo à preocupações filosóficas e estéticas relati-
Escola de Frankfurt defendiam que uma teoria críti- vamente abstratas (POSTONE, 1993).
ca deve explicitar suas orientações práticas, políticas Marcuse, em contraste, apresenta uma posição
e normativas, ao invés de adotar uma visão estreita muito diferente sobre essa questão na introdução
ou tecnocrática. Modos instrumentalistas de conhe- do Homem Unidimensional. No livro, ele concor-
cimento pressupõem necessariamente sua separação da com seus colegas da Escola de Frankfurt que, em
de seu objeto de investigação. No entanto, uma vez contraste com o período formativo da industrializa-
que a separação é rejeitada, e o “conhecedor” é enten- ção capitalista, o capitalismo do final do século 20
dido como parte do mesmo contexto social prático carece de qualquer ‘agente ou agências de mudança
que está sendo investigado, questões normativas são social’ de forma clara; em outras palavras, o prole-
inevitáveis. A proposta de reflexividade e a crítica da tariado não estava mais operando como classe para
razão instrumental são, portanto, diretamente inter- si mesma. Entretanto, Marcuse (1964, p. xii) insiste
conectadas. que “a necessidade por uma mudança qualitativa está
Consequentemente, quando os teóricos críticos pressionando como nunca antes [...] pela sociedade
discutem o chamado problema teoria/prática, eles como um todo, para cada um de seus membros”. Em
não estão se referindo a questão de como “aplicar” a relação a esse contexto, Marcuse propõe que a qua-
teoria à prática, mas sim, estão pensando essa relação lidade um tanto abstrata da teoria crítica, durante
dialética exatamente na direção oposta. Isto é, em a época em que ele escreveu, estava organicamente
como o campo da prática (e portanto, considerações ligada à ausência de um agente evidente de mudança
normativas) sempre já informa o trabalho dos teóri- social emancipatória e radical. Ele defende, além do
cos, mesmo quando esse último permanece em um mais, que as abstrações associadas à teoria crítica só
nível abstrato. Como escreveu Habermas em 1971: poderiam ser dissolvidas através de lutas históricas
Consistente com sua demanda por reflexividade, processos de urbanização manifestaram-se acima de
cada uma dessas abordagens explicitamente se com- tudo na formação e expansão de regiões urbanas em
preenderam como inscritas nesta formação, e esta- larga escala, simbolizados destacadamente nas dinâ-
vam autoconscientemente orientados na direção de micas de acumulação de capital e na organização
submeter esta última à crítica. Essa demanda por das relações sociais cotidianas e lutas políticas. Nas
reflexividade, como elaborada acima, deve também condições geopolíticas atuais, no entanto, o processo
ser central em qualquer tentativa de se apropriar ou de urbanização se tornou crescentemente generaliza-
reinventar a teoria crítica, urbana ou outra, no início do em uma escala mundial. A urbanização não diz
do século 21. mais respeito apenas à expansão das ‘grandes cida-
No entanto, como Postone (1993, 1999) argu- des’ do capitalismo industrial, aos vastos centros de
mentou, as condições de possibilidade para a teo- produção metropolitanos, à dispersão metropolitana
ria crítica têm sido completamente reconstituídas e às configurações regionais de infra-estrutura do ca-
sob o capitalismo pós-Fordista e pós-Keynesiano. A pitalismo Fordista–Keynesiano, ou às expansões li-
natureza das barreiras estruturais para as formas de neares antecipadas de populações das ‘mega-cidades’
mudança social emancipatórias e da imaginação re- do mundo. Ao invés disso, como Lefebvre (2003
lacionadas a alternativas para o capitalismo tem sido [1970]) antecipou aproximadamente quatro décadas
transformadas qualitativamente com a aceleração da atrás, esse processo se desenvolve agora crescente-
integração geoeconômica, a financeirização intensifi- mente através de alongamentos desiguais do ‘tecido
cada do capital, a crise do modelo pós guerra de in- urbano’, composto de diversos tipos de padrões de
tervenção de estado de bem estar social, a neolibera- investimento, espaços para assentamentos, matrizes
lização das formas de Estado ainda em curso e a crise de utilização da terra e redes de infra-estrutura ao
ecológica planetária que se agrava (ALBRITTON et longo de toda economia mundial. A urbanização
al., 2001; HARVEY, 2005). A crise financeira global ainda se manifesta na massiva expansão continuada
mais recente - resultado final de uma ‘montanha rus- das cidades, cidades-região e mega-cidade-regiões,
sa’ de quebras regionais catastróficas que foram rever- mas igualmente vincula-se à transformação sócio-
berando na economia mundial por pelo menos uma espacial de diversos assentamentos urbanos menos
década (HARVEY, 2008), gerou uma nova rodada densamente aglomerados que estão, através de redes
de reestruturações induzidas pela crise mundial, que de infraestrutura interurbanas e inter-metropolitanas
rearticularam as condições institucionais, epistemoló- constantemente adensadas, sendo cada vez mais es-
gicas e políticas para qualquer possibilidade de teoria treitamente interligados aos principais centros urba-
critica social (BRAND e SEKLER, 2009; GOWAN, nos. Em resumo, estamos testemunhando, nada me-
2009; PECK et al., 2009). Enquanto os quatro ele- nos que a intensificação e extensão dos processos de
mentos da teoria crítica mencionados anteriormente urbanização em todas as escalas espaciais e em toda
se mantêm claramente relevantes no início do século superfície do espaço planetário (LEFEBVRE, 2003
21, seus significados e modalidades específicas preci- [1970]; SCHMID, 2005).
sam ser cuidadosamente re-conceituados. O desafio Como ao longo de fases anteriores do desenvol-
para aqueles comprometidos com o projeto da teoria vimento capitalista, as geografias da urbanização são
crítica é fazê-lo de uma forma que seja adequada ao profundamente díspares. Mas seus parâmetros não
fluxo contínuo e progressivo do capital, com as con- são mais confinados em um tipo único de espaço,
tradições e tendências de crise associadas a ele, e as seja ele definido como cidade, cidade-região, região
lutas e impulsos antagônicos que este gera através de metropolitana ou mesmo mega-cidade-regiões. Con-
ambientes variados da economia mundial. sequentemente, em circunstâncias contemporâneas,
Confrontar essa tarefa, eu tenho que convir, de- o urbano não pode mais ser visto como um lugar
pende de uma integração muito mais sistemática de relativamente limitado ou distinto; ao invés, se tor-
questões urbanas ao quadro analítico da teoria crítica nou uma condição planetária generalizada na qual, e
social como um todo. Como mencionado acima, a através da qual, a acumulação do capital, a regulação
problemática da urbanização recebeu relativamen- da vida política e econômica, a reprodução das re-
te pouca atenção nas análises clássicas da Escola de lações sociais cotidianas e a contestação das carac-
Frankfurt; e foi só relativamente recente que variados terísticas possíveis do planeta e da humanidade são
esboços de Benjamin (2002) sobre a transformação simultaneamente organizadas e disputadas. Nessa
capitalista de Paris no século 19 geraram um interesse perspectiva, é crescentemente insustentável ver ques-
acadêmico significativo pelo tema (BUCK-MORSS, tões urbanas como meramente um entre muitos sub-
1991). Mesmo durante as fases competitiva e For- tópicos especializados, aos quais uma abordagem
dista–Keynesiana do desenvolvimento capitalista, teórica crítica pode ser aplicada, como por exemplo,
família, psicologia social, educação, industrias cultu- liberalism: a beginning debate’ [Special issue],
rais, e outras semelhantes. Ao invés disso, cada uma Development Dialogue 51, pp. 3–211.
das orientações políticas e metodológicas associadas BRENNER, N. and Keil, R. (eds) (2005) The Glob-
à teoria crítica, como discutido acima, requer atual- al Cities Reader. New York: Routledge.
mente um engajamento sustentado com os modelos
mundiais contemporâneos de urbanização capitalista BRONNER, S. and Kellner, D. (1989) Critical
e suas consequências profundas para as relações so- Theory and Society: A Reader. New York: Rout-
ciais, políticas, econômicas e humanos/ natureza. ledge.
Essa é uma afirmação intencionalmente provoca- BUCKMORSS, S. (1991) The Dialectics of Seeing:
tiva, e esse breve artigo oferece nada mais que uma Walter Benjamin and the Arcades Project. Cam-
tentativa modesta de demarcar uma necessidade por bridge, MA: MIT Press.
tal engajamento e alguns parâmetros intelectuais am- CALHOUN, C. (1995) ‘Rethinking critical theory’,
plos nos quais isso pode ocorrer. Evidente que uma in C. Calhoun, Critical Social Theory, pp. 1–42.
elaboração efetiva de reorientação ‘urbanística’ da teo- Cambridge, MA: Blackwell.
ria crítica vai requerer mais reflexão teórica, pesquisa
comparativa concreta e extensa, bem como estraté- FRASER, N. (1989) Unruly Practices. Minneapolis:
gias criativas e colaborativas para gerar as condições University of Minnesota Press.
institucionais requeridas para uma efervescência de GOTTDIENER, M. (1985) The Social Production
conhecimentos críticos sobre a urbanização contem- of Urban Space, 2nd edn. Austin: University of
porânea. Defendi acima que urbanistas críticos de- Texas Press.
vem trabalhar para aclarar e redefinir continuamente GOWAN, P. (2009) ‘Crisis in the heartland: conse-
o caráter ‘crítico’ de suas orientações, compromissos quences of the new Wall Street system’, New Left
e engajamentos teóricos à luz dos processos de rees- Review 55, pp. 5–29.
truturação urbana do inicio do século 21. Dadas as
amplas transformações associadas a tais processos, o HABERMAS, J. (1973) Theory and Practice. Trans.
momento parece igualmente oportuno para integrar J. Viertel. Boston: Beacon.
a problemática da urbanização de maneira mais sis- HABERMAS, J. (1985) The Theory of Commu-
temática e abrangente na arquitetura intelectual da nicative Action, Volume 1. Trans. T. McCarthy.
teoria crítica de maneira mais ampla. Boston: Beacon. Habermas, J. (1987) The The-
ory of Communicative Action, Volume 2. Trans.
T. McCarthy. Boston: Beacon.
Agradeciment os
HABERMAS, J. and Luhmann, N. (1971) Theorie
Agradeço a Peter Marcuse, Margit Mayer e Christian der Gesellschaft oder Sozialtechnologie—was
Schmid pelos debates e pelos comentários críticos leistet Systemforschung? Frankfurt: Suhrkamp
que colaboraram para a realização desde trabalho. Verlag.
HARVEY, D. (2005) The New Imperialism. New
REFERÊNCIAS York: Oxford University Press.
HARVEY, D. (2008) ‘The right to the city’, New
ADORNO, T., Albert, H., Dahrendorf, R., Hab-
Left Review 53, pp. 23–40.
ermas, J., Pilot, H. and Popper, K. (1976) The
Positivist Dispute in German Sociology. Trans. HORKHEIMER, M. (1982 [1937]) ‘Traditional
G. Adey and D. Frisby. London: Heinemann. and critical theory’, in M. Horkheimer, Criti-
cal Theory: Selected Essays, pp. 188–243. Trans.
ALBRITTON, R., Itoh, M., Westra, R. and Zuege,
M.J. O’Connell. New York: Continuum.
A. (eds) (2001) Phases of Capitalist Develop-
ment: Booms, Crises, Globalizations. New York: JAY, M. (1973) The Dialectical Imagination. Bos-
Palgrave. ton: Little, Brown.
ARATO, A. and Gebhardt, E. (eds) (1990) The Es- JAY, M. (1986) Marxism and Totality. Berkeley:
sential Frankfurt School Reader. New York: Con- University of California Press.
tinuum. KATZNELSON, I. (1993) Marxism and the City.
BENJAMIN, W. (2002) The Arcades Project. Ed. R. New York: Oxford University Press.
Tiedemann, trans. H. Eiland and K. McLaugh- KELLNER, D. (1989) Critical Theory, Marxism
lin. Cambridge, MA: Harvard University Press. and Modernity. Baltimore: Johns Hopkins Uni-
BRAND, U. and Sekler, N. (eds) (2009) ‘Postneo- versity Press.
KOLAKOWSKI, L. (1981) Main Currents of Marx- Critical Social Theory. New York: Cambridge
ism, Volume 2: The Golden Age. Oxford: Oxford University Press.
University Press. POSTONE, M. (1999) ‘Contemporary historical
KOSELLECK, R. (1988) Critique and Crisis. En- transformations: beyond postindustrial theory
lightenment and the Pathogenesis of Modern So- and neo-Marxism’, Current Perspectives in Social
ciety. Cambridge, MA: MIT Press. Theory 19, pp. 3–53.
LEFEBVRE, H. (2003 [1970]) The Urban Revolu- ROBINSON, J. (2006) Ordinary Cities. London:
tion. Trans. R. Bononno. Minneapolis: Univer- Routledge.
sity of Minnesota Press. SAUNDERS, P. (1986) Social Theory and the Ur-
MARCUSE, H. (1954) Reason and Revolution: ban Question, 2nd edn. New York: Routledge.
Hegel and the Rise of Social Theory. London: SCHMID, C. (2005) ‘Theory’, in R. Diener, J. Her-
Humanities Press. zog, M. Meili, P. de Meuron and C. Schmid,
MARCUSE, H. (1964) One-Dimensional Man. Switzerland: An Urban Portrait, pp. 163–224.
Boston: Beacon. Basel: Birkhäuser Verlag.
MERRIFIELD, A. (2002) Metro-Marxism. New SOJA, E. (2000) Postmetropolis. Cambridge, MA:
York: Routledge. Blackwell.
O’CONNOR, B. (ed.) (2000) The Adorno Reader. SOJA, E. and Kanai, M. (2007) ‘The urbanization
Oxford: Wiley-Blackwell. of the world’, in R. Burdett and D. Sudjic (eds)
The Endless City, pp. 54–69. London: Phaidon
PECK, J., Theodore, N. and Brenner, N. (2009)
Press.
‘Postneoliberalism and its discontents’, Center
for Urban Economic Development (CUED), THERBORN, G. (1996) ‘Dialectics of modernity:
University of Illinois at Chicago, unpublished on critical theory and the legacy of 20th century
manuscript. Marxism’, New Left Review I/215, pp. 59–81.
POSTONE, M. (1992) ‘Political theory and histori- THERBORN, G. (2008) From Marxism to Post-
cal analysis’, in C. Calhoun (ed.) Habermas and Marxism? London: Verso.
the Public Sphere, pp. 164–180. Cambridge, WIGGERSHAUS, R. (1995) The Frankfurt School:
MA: MIT Press. Its History, Theories and Political Significance.
POSTONE, M. (1993) Time, Labor and Social Trans. M. Robertson. Cambridge, MA: MIT
Domination: A Re-interpretation of Karl Marx’s Press.