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Cabe ressaltar que somente por resfriamento podem ser extintos os incêndios de 2.4.4 - Quebra da reação em cadeia
combustíveis que tenham comburente em sua estrutura íntima (pólvora, celulóide etc.). Esses Processo de extinção de incêndios em que determinadas substâncias são introduzidas na
incêndios não podem ser extintos por abafamento (Fig. 2.8). reação química da combustão, com o propósito de inibi-la. Neste caso é criada uma condição
especial (por um agente que atua em nível molecular) em que o combustível e o comburente
perdem, ou têm em muito reduzida, a capacidade de manter a reação em cadeia. A reação só
permanece interrompida enquanto houver a efetiva presença do agente extintor, que deverá
ser mantido até o resfriamento da área, natural ou por um dos meios conhecidos.
Um dos agentes extintores por quebra da reação em cadeia mais conhecido na Marinha
do Brasil é o halon, que é um agente extintor de compostos químicos formados por elementos
halogênios (flúor, cloro, bromo e iodo), porém, sua fabricação foi banida pelo Protocolo de
Montreal, por ser nocivo à camada de ozônio. De acordo com o próprio Protocolo, seu uso é
permitido para fins militares e extinção de incêndio em Navios.
2.5 - CLASSIFICAÇÃO DOS INCÊNDIOS
A Associação Brasileira de Normas Técnica – ABNT, por meio da NBR 12693,
classifica os incêndios de acordo com os materiais neles envolvidos. Essa classificação é feita
Fig. 2.8 - Resfriamento em tanques de gás
para determinar os agentes extintores adequados para cada tipo de incêndio. 2.5.2 - Incêndio classe “B”
2.5.1 - Incêndio classe “A” São os que se verificam em líquidos inflamáveis (óleo, querosene, gasolina, tintas,
São os que se verificam em materiais fibrosos ou sólidos, que formam brasas e deixam álcool etc.) e também em graxas e gases inflamáveis (Fig. 2.12).
resíduos. São os incêndios em madeira, papel, tecidos, borracha e na maioria dos plásticos
(Fig. 2.10).
Método de extinção:
Necessita para a sua extinção do abafamento ou quebra da reação em cadeia. No caso
Fig. 2.10 - Incêndio classe A – madeira
de líquidos muito aquecidos (acima do ponto de ignição), é necessário também resfriamento
(Fig. 2.13).
Método de extinção:
Necessita de resfriamento para a sua extinção, isto é, do uso de água ou soluções que a
contenham em grande porcentagem, a fim de reduzir a temperatura do material em combustão
abaixo do seu ponto de ignição (Fig. 2.11).
O emprego de pó químico irá apenas retardar a combustão, não agindo na queima em
profundidade.
Para a sua extinção é necessário um agente extintor que não conduza a corrente elétrica autoignição, que pode ocorrer em qualquer intervalo de 288°C a 385°C.
(Fig. 2.15) e utilize o princípio de abafamento ou quebra da reação em cadeia. Depois de ocorrida a autoignição, o óleo mudará ligeiramente sua composição ao queimar-se,
tornando a nova temperatura de autoignição mais baixa que a original. Com isso o incêndio
tornar-se-á autossustentável, a menos que a massa inteira de óleo seja resfriada a uma
temperatura abaixo desta nova.
Método de extinção:
O agente extintor ideal é o Pó Químico Umedecido, que consiste numa solução de água
com Acetato de Potássio, Carbonato de Potássio, Citrato de Potássio ou uma combinação
destes compostos.
A água da composição tem a função de resfriamento do produto, permitindo que a
temperatura permaneça abaixo do ponto de autoignição. Enquanto isso, através de uma reação
Fig. 2.15 - Extinção de incêndio classe C de saponificação dos agentes extintores (C2H3KO2; NaHCO3; C6H5K3O7) com o produto,
ocorre a formação de uma camada superficial de espuma que impede o contato do óleo com o
2.5.4 - Incêndio classe “D”
oxigênio do ar.
São os que se verificam em metais como lítio e cádmio (em baterias), magnésio (em
2.6 - MEDIDAS PREVENTIVAS
motores), selênio, antimônio, potássio, alumínio fragmentado, zinco, titânio, sódio e zircônio.
Considerando-se que, na prática, a eclosão de um incêndio a bordo não pode ser
São exemplos de metais combustíveis. É caracterizado pela queima em altas temperaturas e
definitivamente impedida, especialmente em situações de guerra, é necessário que se adotem
por reagir com extintores comuns (principalmente os que contenham água).
providências não só de prevenção de incêndios, mas também aquelas que venham a atenuá-lo,
Método de extinção:
quando ele for inevitável.
Para a sua extinção, são necessários agentes extintores especiais (pós químicos
Algumas dessas providências fazem parte das próprias normas de construção naval,
especiais) que se fundem em contato com o metal combustível, formando uma espécie de
enquanto outras se fazem intimamente ligadas à doutrina do Controle de Avarias – CAv,
capa que o isola do ar atmosférico, interrompendo a combustão pelo princípio de abafamento.
cabendo ao pessoal de bordo zelar pelo seu cumprimento. A manutenção da doutrina do CAv,
Os pós químicos especiais são compostos dos seguintes materiais: cloreto de sódio,
inclusive a detecção e correção de irregularidades observadas que venham a apresentar riscos
cloreto de bário, monofosfato de amônia, grafite seco (Fig. 2.8).
de incêndios a bordo é de responsabilidade de todos a bordo, cabendo ao Encarregado do
CAv, sua supervisão, com a ajuda dos Encarregados das Divisões, Fiel de CAv do Navio,
OSTENSIVO - 2-11- REV.2 OSTENSIVO - 2-12- REV.2
OSTENSIVO CAAML-1202 OSTENSIVO CAAML-1202