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Bracketing Beelzebub:

Introducing the Academic Study of Satanism


Jesper Aagaard Petersen

* Melton 2008 - whats NEW IN THE "NEW" religions


*Lewis 2013 - Dmografia de recrutamento e conversão
*Dyrendal 2008 - Estilo e consumismo

-Quando se procura fazer uma definição de satanismo, o sujeito pode estar


analisando e permitindo emergir o objeto de onde ele se dá, também pode estar
pressupondo estereótipos públicos em sua análise acadêmica, ou até simplesmente
criando uma versão pessoal do que é o satanismo. A pergunta é, o resultado é
empírico do que foi estudado ou refletido teoricamente ou vem de pressuposições
implícitas.

-No estudo do satanismo teremos o objeto atravessado tanto pelas perspectivas


populares do obejto, que podem ser fantasiosas e atribuírem características
inexistentes no satanismo organizado; e também pelos discursos e perspectivas do
próprios satanistas quando fazem referência a uma dos tipos de satanismo que o ator
pretente tornar hegemônico.

-Haveria 3 estágios de reinterpretação no estudo acadêmico do satanismo:


Desdemonização; Sanitização; Heterogenização.

***Desdemonização

-A primeira reinterpretação ocorre no finald e 60/ início de 70, onde a cultura


popular entendia o satanismo através de uma perspetiva invertida do cristianismo e
crenças populares. Ocupando o extremo da malevolência numa escala de ruim-
malevolente. Vale lembrar que a mídia também moldava a visão popular, uma vez que
filmes como "o bebê de Rosimere" era lançado nesta época.

-A emergência do satanismo moderno se dá pela gradual re-articulação e


identificação com o satânico que bebe da filosofia Iluminista, esoterismo oriental,
arte romântica e cultura boêmia. Tendo a figura marcante do estabelecimento da
Chirch of Satan e da Satanic Bible do Anton LaVey (1966, 1969).

-a desdemonização acadêmica do estudo do satanismo o colocou na categoria de magia


ocultista e paganismo resurgente, e não na categiria de adoração ao Diabo. O
satanismo era visto como uma terapêutica empoderadora, um anti-puritanismo
simbólico ou secto hedonista, e uma linha foi demarcada entre o satanismo como uma
movimento religiosos e o satanismo como demonologia cultural.

***Sanitização

-A Sanitização precisa ser vista á luz do Pânico Satânico do final de 70, início de
80, onde a imaginação cristã se traduziu em movimentos na realidade, moldando leis,
a mídia e as cortes. Acreditava-se que o satanismo tinha como premissa crimes
violentos, sendo seus aspectos religiosos um caminho ou fim para o cometimento
deles. Acreditava-se que esses crimes iriam desde abusos ritualísticos, sacrifícios
de crianças para uso do sangue e adoração obscena do Diabo. Nesta época, a mídia
suportava tais falas.

-Os acadêmicos de 80-90 trabalharam para desmontar o pânico satânico e, a partir


da desdemonização, como de estudos psicológicos e sociológicos, estabeleceram a
Church of Satan, uma organização ateísta e organizada, como Satanismo Moderno,
marginalizando as outras articulações satanistas.
-Gradualmente a figura clássica de Satã como algo simplesmente maligno (brutal,
obsceno e herético) foi sendo transformada de traço invertidos para algo bom como
sexualidade, emancipação e iluminação. Esse processo de sanitização do mal e
Satanização do bem, foi apropriado nos tempos modernos pela figura de LaVey. Desta
forma o satanismo vai deixando de ser uma inverção ou reinterpretação de base
cristã e passar a se tornar um movimento autônomo, com suas próprias tradições e
identidade, logo pós-cristã.

-Os acadêmicos, tentando desativar o pânico satânico, adotaram uma postura de


advogados de defesa do Satanismo, apesar de, em 80 e 90, bandas de Black Metal
flertarem e utilizarem estética nazi-chic e fascista, além das bandas com pegadas
anti-cristãs. Mais ou menos nessa época, a internet acaba sendo um veículo de
disseminação e multiplicação das perspectivas satanistas, complicando as tentativas
de demarcar as linhagens LaVeynianas de outras.

***Heterogenização

-A Heterogenização, estágio que se dá a partir do meio de 90, ocorre em meio ao


advento da internet como meio de contato e formação de comunidades satânicas. O
ambiente virtual reveleou a pluralidade de redes e posições ideológicas, o que
complicaou muito a definição precisa de Satanismo/Não-Satanismo e Pseudo-Satanismo.

-Podemos categorizar o Satanismo Moderno em 3 categorias:


-Satanismo Racionalista: Neste, a figura de Satã seria um símbolo que aponta
pra não conformidade e sabedoria materialista, que buscam indulgência da dogmática
religiosa geral e possuem foco na existência do sujeito. (Satanismo Religioso)
-Satanismo Esotérico: Aqueles que veem Satã como uma força metafísica ou ser
personificado, que teem como foco a auto-deificação. (Satanismo Religioso)
-Satanismo Reativo: Este funcionam em contrate com os anteriores, pois
celebra o Diabo Cristão, definido pela demonologia e folclore cristão, em uma
antinomia direcionada contra a ordem vigente. Esse Satanismo se apropria de
narrativas culturais e estereótipos de Satã como uma estratégia de resistência-
pela-inversão, afirmando uma categoria que estaria entre a cultura satãnica e a
rebelião generalizada. Sendo assim, inerentemente opositivo, seja o objetivo
sucesso mundano, afirmação de uma identidade coletiva através de uma alteridade
cultural comum, um niilismo mais radical ou até maximização de um choque de
valores.

-O desafio em demarcar essas diferenciações academicamente se dá em muito pelos


diferentes tipos de satanismo utilizarem frequentemente a apropriação de
estereótipos culturaios, imagética e práticas transgressivas e antinomianistas,
além da tendências estética dos satanistas de possuírem uma subcultura muito afeita
à "brincar no cinza"

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