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7:81-93, 1984.
Antônio Talora D E L G A D O S O B R I N H O *
RESUMO: A partir dos anos 60, há uma invasão da classe média na religião umbandista e, com is-
so, ocorrem alterações no culto, na doutrina e na organização dos templos. O índio passa a ser a figura
central da prática religiosa, mas não o índio real e sim o idealizado pelo movimento romântico brasilei-
ro.
Nas pesquisas que realizei em Terrei- lho, não menos importante foram as pes-
ros sempre me despertou a atenção o di- quisas de campo, frutos da observação
namismo e a abertura dessa crença religio- participante do autor durante o período
sa que vem absorvendo os mais diferentes de 1964 até a presente data.
estratos sociais da p o p u l a ç ã o brasileira. Assim, nota-se que na década de 60,
Nesta circunstância torna-se difícil a Umbanda começa sua o p ç ã o pelo índio
traçar um perfil exato dos seus seguidores em detrimento do negro (preto-velho) até
que compõem-se de uma gama altamente então a entidade espiritual mais valoriza-
diversificada de indivíduos portadores das da. Esta opção e suas implicações subja-
mais variadas tendências e ocupantes de centes é o que se p r o c u r a r á demonstrar no
vários postos sociais, o que permite dizer presente trabalho.
que, a Umbanda na atualidade permeia os Analisando-se alguns livros de cará-
diferentes segmentos sociais, desde os ter essencialmente doutrinário sobre a
mais baixos até os mais altos escalões. Umbanda nota-se uma m u d a n ç a acentua-
Nesta pesquisa procurou-se proceder da em determinados aspectos que põem
a um estudo bibliográfico tanto específi- em evidência algums problemas funda-
co, isto é, de alguns autores representati- mentais**:
vos e ligados exclusivamente ao campo a) o afloramento do preconceito com re-
doutrinário, bem como a autores que ana- lação ao negro;
lisaram a regilião cientificamente. No b) a intenção deliberada de burocratiza-
campo da literatura, mais especificamen- ção e institucionalização da religião;
te, procurou-se autores do Romantismo, c) a preocupação exagerada com proble-
chegando-se a fixação na obra de José de mas éticos e morais;
Alencar (fase indianista) e alguns poemas d) a transposição de uma ideologia tópica
de Gonçalves Dias. dos estratos sociais médios para a reli-
Porém, é preciso destacar que, se por gião alterando-a em vários aspectos e
um lado a pesquisa bibliográfica foi im- descaracterizando de certa forma o
portante para a elaboração deste traba- próprio culto religioso;
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ocorridas nos cultos umbandistas a partir da década de 60. Perspectivas, São Paulo, 7:81-93, 1984.
* Introdução de elemento indígena dentro de uma linha que tradicionalmente não a comportava. O evento ê recente.
** Aconteceu com esta ent*idade o mesmo que com Indaiá, isto é, introdução recente, o que comprova a ascenção do índio.
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a
Comparativamente tome-se nova- Para Fontenelle a 4 . linha é dirigida
mente Fontenelle: por Oxoce, o Orixá das Matas, o que é
d
3. Linha — do Oriente aceito por todos os templos. Inicialmente
— Legião de Zartu — falanges dos era a única linha constituída exclusiva-
povos Indus; mente por caboclos (índios) devido a liga-
— Legião de José de Arimatéia — fa- ção com a floresta. Aparecem para ele as
langes de médicos e cientistas; legiões de: — U r u b a t ã o ; Araribóia; Sete
— Legião de P i m b a r u ê — espíritos de Encruzilhadas ou Sete Matas; Peles Ver-
Árabes, Marroquinos e povos asiáti- melhas sob a direção de Águia Branca;
cos; Tamoios, chefiados por Grajaúna; Cabo-
— Legião de O r i do Oriente: integra- cla Jurema; Guaranis chefiados por Araú-
da por japoneses, chineses, mongóis na.
e povos que habitaram a Groenlândia Retomando a pesquisa empírica,
e a Atlântida; tem-se as seguintes legiões sob o comando
— Legião de Inhoairairi — composta da linha de Oxoce:
por egípcios, incas, caldeus e outras Pena Branca; Arruda; Guiné;
raças desaparecidas; Arranca-Toco*; Cobra Coral; Araribóia;
— Legião de Itaraici: falanges de he- Jurema**.
breus, persas e outros povos da A n t i - No caso específico da linha de X a n -
güidade; gô, Fontenelle apresenta as seguintes le-
— Legião de Marcus 1 — falanges de giões:
gauleses, fenícios, romanos e demais — Inhaçã — comandada por Santa
raças européias. Bárbara;
Embora vários pesquisadores assina- — Caboclos do Sol e da Lua;
lassem uma linha do Oriente (3:58) j á em — Caboclo da Pedra Branca;
declínio nos ano 70, a pesquisa empírica — Caboclo do Vento (7 Ventanias);
realizada nessa época mostrou apenas res- — Caboclo das Cachoeiras;
quícios dessa linha, com alguns elementos — Caboclo Treme-Terra.
dispersos em legiões ou falanges esporádi- Na pesquisa empírica chegou-se a Se-
cas. Ori em muitos terreiros aparecia co- te Montanhas; Sete Pedreiras; Pedra Pre-
mo Iori, mas na maioria aparecia sob o ta; C a ô ; A g o d ô ; Pedra Branca; Sete Ca-
nome de Ibeji (ou seja, os Santos gêmeos choeiras.
Cosme e D a m i ã o ) : Atualmente C a ô e A g o d ô são citados
— Legião de lari; como manifestações de X a n g ô e não co-
— Legião de Ori (japoneses, chineses mo chefes de legiões.
e egípcios) Com relação à linha de Ogum, Fon-
— Legião de Iariri; tenelle propõe as seguintes legiões sob seu
— Legião de Doum; comando:
— Legião de Cosme; — Ogum Beira-Mar, aliada ao povo
— Legião de D a m i ã o ; do mar;
— Legião de Tupanzinho. — Ogum Rompe-Mato, aliada a
Como se pode notar mesmo na linha Oxoce;
dos duplos j á havia penetração indígena — Ogum Iara — aliada ao povo dos
(Tupanzinho, lari e Iariri) como chefes de rios***;
legião ao lado do Cosme, Damião e — Ogum Megê — aliada ao povo
Doum enquanto que O r i j á passara de africano;
chefe de linha para chefe de uma legião — Ogum Naruê — aliada ao povo
que abriga povos orientais. africano;
* Ha vários caboclos com este nome pertencentes a linha de X a n g ô , Oxalá e este de Oxoce
** Ocorre com Jurema o mesmo fato citado com Arranca Toco, ha varias Juremas
*** O nome é misto. Ogum (africano) com Iara (indígena) mas ilustra que mesmo na época ja havia uma penetração indíge-
na.
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ocorridas nos cultos umbandistas a partir da década de 60. Perspectivas, São Paulo, 7:81-93, 1984.
* As vezes pode-se detectar um caboclo ligado aos indígenas da América do Norte, mas isto, n ã o é muito freqüente.
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ocorridas nos cultos umbandistas a partir da década de 60 Perspectivas, S ã o Paulo, 7 81-93, 1984
* O poeta não se apoiou na historia para fazer tais afirmações, pois aconteceram inúmeros levantes de negros pelo Brasil
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Embora ignorante, filho das selvas, era Desde esse dia, Peri enramou todas
um rei; tinha a realeza da f o r ç a " (1:99). as suas setas de penas azuis e brancas;
Ou, ainda o exacerbamento do amor seus ornatos, além de uma faixa de plu-
platônico: " A cada palavra o índio tocou mas escarlates que fora tecida por sua
a taça e bebeu um trago de vinho sem fa- mãe, eram ordinariamente das mesmas
zer o menor gesto de desgosto; ele beberia cores" (1:135-46).
veneno à saúde do pai de Cecília" (1:100), A descrição do ataque de Peri aos A i -
ou: " P e r i temeu ofender o m o ç o ; para moré para salvar D . A n t ô n i o e sua
desculpar a sua franqueza, disse-lhe com família, tornam-no a imagem de um
um tom comovido: — Escuta, Peri é filho Amadis de Gaula, um Lancelot ou um
do sol, e renegava o sol se ele queimasse a Siegfried nativo: "preparou-se para o
pele alva de Ceei. Peri ama o vento; e combate monstruoso de um homem só
odiava o vento se ele arrancasse um cabe- contra duzentos" (1:210).
lo de ouro de Ceei. Peri gosta de ver o . . . " O s guerreiros lançaram-se para
céu; e n ã o levantava a vista, se ele fosse vingar seu chefe; mas um novo espetáculo
mais azul do que os olhos de C e e i " se apresentava a seus olhos, Peri, vence-
(1:119). dor do cacique, volveu um olhar em torno
A identificação do indígena com o dele, e vendo o estrago que tinha feito, os
cavaleiro medieval é uma constante e feita cadáveres dos aimorés amontoados uns
de maneira direta, sem metáforas. " O ca- sobre os outros, fincou a ponta do mon-
valheiro depois deste exame cruzou os tante ao chão e quebrou a lâmina. Tomou
braços e contemplou o índio com admira- depois os dois fragmentos e atirou-os ao
ção profunda. rio... Três vezes quiz ajoelhar, e três vezes
as curvas de suas pernas distendendo-se
— Peri, disse ele, o que fizeste é dig-
como molas de aço o obrigaram a erguer-
no de ti; o que fazes agora é de um fidal- se. Finalmente a lembrança de Cecília foi
go. Teu nobre coração pode bater sem mais forte do que a vontade. A j o e l h o u "
envergonhar-se sobre o coração de um ca- (1:211-12).
valheiro português. Tomo-vos todos por
testemunhas, que vistes um dia D . Antô- A q u i é que se patenteia o espírito de
nio de Mariz apertar no seu peito um ini- renúncia e resignação de Peri, pois feito
prisioneiro ele contava ser devorado pelos
migo de sua raça e de sua religião como a
Aimoré. Ele ingerira forte veneno para as-
seu igual em nobreza e sentimentos.
sim, com sua morte matar todos os A i m o -
O fidalgo abriu os braços e deu em ré e salvar a amada e sua família do desejo
Peri o abraço fraternal, consagrado pelo de vingança dessa tribo. N ã o consegue,
estilo da antiga cavalaria, da qual já na- porém, realizar seu intento porque o f i -
quele tempo restavam vagas t r a d i ç õ e s " . . . dalgo ordena uma sortida à taba e Peri é
" U m dia a menina, semelhante a uma libertado, após o que, atendendo ao pedi-
gentil castelã da Média Idade, tinha se di- do de Cecília, toma o contraveneno
vertido em explicar ao índio, como os (antídoto).
guerreiros que serviam uma dama, costu- Mas a grande renúncia de Peri lem-
mavam usar nas armas as suas cores. bra sobremodo o velho ritual da cavala-
— T u dás a Peri as tuas cores, senho- ria, assim, quando tudo parece perdido,
ra? disse o índio. D . Antônio conta a Peri que se ele fosse
— N ã o tenho, respondeu a menina; cristão confiaria em suas mãos a vida de
mas vou tomar umas para te dar; queres? Cecília: " O rosto do selvagem iluminou-
— Peri te pede. se; seu peito arquejou de felicidade; seus
— Quais achas mais bonitas? lábios trêmulos mal podiam articular o
— A de teu rosto, e a de teus olhos. turbilhão de palavras que lhe vinham do
Cecília sorriu. íntimo d'alma.
— Toma-as, eu te as dou. — Peri quer ser cristão! exclamou
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ele. D . A n t ô n i o lançou-lhe um olhar úmi- cidade dos brancos; sua irmã fica com ele
do de reconhecimento. no deserto, no meio das florestas. ... —
— A nossa religião permite, disse o Tu és rei destas florestas, destes campos,
fidalgo, que na hora extrema todo o ho- destas montanhas, tua irmã te acompa-
mem possa dar o batismo. Nós estamos nhará".
com o pé sobre o t ú m u l o . Ajoelha, Peri! Finalmente, como n ã o poderia deixar
O índio caiu aos pés do velho cavalheiro, de ocorrer, o sobrenatural atuando sobre
que impôs-lhe as mãos sobre a cabeça. o cavaleiro (a semelhança de Parsifal,
— Sê cristão! Dou-te o meu nome. Siegfried, Galaad, Lancelot), é submetido
Peri beijou a cruz da espada que o fi- a mais terrível prova, uma espécie de dilú-
dalgo lhe apresentou, e ergueu-se altivo e vio. Refugiado com sua amada no topo de
sobranceiro, pronto a afrontar todos os uma palmeira, ele é obrigado a usar toda
perigos para salvar sua senhora. a sua força para arrancá-la e assim, a deri-
— Escuso exigir de ti a promessa de va, na furiosa torrente, salvarem-se, se-
defenderes minha filha. C o n h e ç o a tua al- guindo o exemplo do ancestral mítico Ta-
ma nobre, conheço o teu heroísmo e a tua mandaré (1:274).
sublime dedicação por Cecília. Mas quero Quanto a Iracema (1:1065 — 116), é
que me faças um outro juramento. uma exaltação à fidelidade da índia, e seu
— Qual? Peri está pronto para tudo. amor desvairado pelo inimigo de seu po-
Jura que, se n ã o puderes salvar mi- vo. Seu amor vai a ponto de enfrentar e
nha filha, ela n ã o cairá nas mãos do ini- até matar membros de sua tribo e até pa-
migo? rentes para defender o guerreiro branco
Peri te jura que ele levará a senhora a Martim. Abandona o pai, os irmãos, a
tua irmã; e que se o senhor do céu n ã o dei- sua gente, para ir morar com o branco,
xar que Peri cumpra a promessa, nenhum primeiro entre os potiguaras, inimigos de
inimigo tocará em tua filha, ainda que pa- seu povo, e depois na solidão das praias.
ra isso seja preciso queimar uma floresta' As partidas e ausências do esposo vão mi-
nanc'o as forças de Iracema, que depois
inteira.
do parto de seu primeiro filho Moacir, vai
— Bem, estou t r a n q ü i l o . Ponho mi-
definhando até a morte. É o trágico, em
nha Cecília sob tua guarda; e morro satis- Alencar, pois a virgem que enfrentara to-
feito. Podes partir" (1:253). dos os perigos, sucumbe, vitimada pelo
Alencar mostra de maneira insofis- amor e pela saudade.
mável o espírito de renúncia do cavaleiro A imagem de Iracema é tão irreal e
para servir sua amada, acima de outros estranha que, apesar da afirmação do au-
valores incrustados na sua personalidade tor que é uma lenda indígena, pairam dú-
livre e indômita: vidas quanto ao cunho verídico (até da
" — N ã o chores, senhora, disse o lenda), pois até mesmo o nome da heroína
índio aflito; Peri te falou o que sentia; não é palavra indígena, mas sim um ana-
manda e Peri fará a tua vontade. Cecília grama da palavra " A m é r i c a " .
olhou-o com uma expressão de melanco- A análise das obras de Alencar e
lia que partia a alma. Gonçalves Dias desnudam a ideologia vi-
— Queres que Peri fique contigo? Ele gorante no movimento r o m â n t i c o , a com-
ficará; todos serão seus inimigos; todos o pensação da falta de uma idade média no
tratarão mal; desejará defender-te e n ã o Brasil que abrigasse uma ordem cavalhei-
poderá; quererá servir-te e n ã o o deixa- resca; com suas bravatas e tropelias, levou
rão; mas Peri ficará. seus adeptos a transporem para os indíge-
— N ã o , respondeu Cecília; não exijo nas as virtudes e as qualidades dos cava-
de ti esse sacrifício. Deves viver onde na- leiros europeus. É esse o Caboclo (índio)
ceste, P e r i " (1:267). da Umbanda, ancestral místico que as eli-
Mais adiante, o espírito de renúncia tes vêm transpondo para a Religião, uma
toca t a m b é m a castelã que afirma: " — espécie de compensação pelos seus alija-
Peri, não pode viver junto de sua irmã na mentos do processo decisório nacional.
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ABSTRACT: Since the sixties the middle class has been invading the "umbandista" religion and,
for this reason, there have been some alteralions in the cult, in the doctrine and in the temple organiza-
tion, The indian has become the central figure in the religious practice, not the real indian but the one
who was idealized by the Brazilian romantic movement.
KEY-WORDS: "Umbanda", spirits; legions; falanges; ideology; romanticism; literature and in-
dianism.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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