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Movimentos
Cinemática II
circulares Atividade 1
Orientação ao profes-
sor — O aluno deverá
perceber que a distância
percorrida por um corpo
situado num ponto no
Equador terrestre é
maior do que de um
ponto situado nos pólos
quando a Terra efetua
uma volta completa. O
corpo exatamente sobre
o pólo terrestre não
possui velocidade.
Atividade 2
Orientação ao profes-
sor — Encaminhe os
alunos para perceberem
que a distância que a
Terra está do Sol é mui-
to maior que seu raio.
Assim, a velocidade
de um corpo em movi-
mento circular depende
não somente do tempo
gasto para efetuar uma
volta, mas também da
distância do corpo ao
eixo de rotação (raio).
Conforme dados do
texto, pergunte aos
alunos qual a distân-
cia da Terra ao Sol,
sabendo que o raio
da Terra é 6 400 km.
Obtém-se esse resul-
tado multiplicando-se
o raio terrestre por
A que velocidade a Terra gira em torno do Sol? E de si mesma? Por que não percebemos esse movimento? 365 e, depois, por 63.
A velocidade com que a Terra gira ao redor do Sol (translação) é cerca de 107 000 quilômetros por hora; a velo- Logo o raio da órbita
da Terra é aproxima-
cidade do movimento em torno do próprio eixo (rotação) fica em torno de 1 700 quilômetros por hora na região do damente 150 milhões
Equador, diminuindo quanto mais se aproxima dos pólos. de km.
“Existe ainda outro movimento que a Terra realiza junto com todo o Sistema Solar, girando aproximadamente a
um milhão de quilômetros por hora com relação ao centro da galáxia.”, conforme o astrônomo Augusto Damineli,
professor do Instituto Astronômico e Geofísico da USP.
Física 1M2 1
Esses movimentos não são percebidos. Quando a velocidade é constante (não há aceleração ou desaceleração),
1/10
como nos três casos, só é possível perceber o movimento olhando para um referencial externo que esteja parado ou
movimentando-se com velocidade diferente. É o que acontece quando observamos as estrelas, por exemplo. Como
elas estão muito distantes, não se tem noção da velocidade em que a Terra está.
Superinteressante. CD-Rom (Adaptado)
2. O movimento de translação da Terra dura aproximadamente 365 dias, ou seja, 365 vezes mais do que o tempo
gasto para uma rotação completa. Apesar disso, a velocidade de translação da Terra é cerca de 63 vezes maior que
sua velocidade de rotação. Como isso é possível?
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Movimento circular
Movimentos circulares
Cinemática II
Uma partícula está em movi-
mento circular quando sua traje-
tória é uma circunferência ou um
arco de circunferência.
Quando o movimento é circular
e o módulo da velocidade perma-
nece constante, ocorre movimento
circular uniforme (MCU).
Movimento periódico
O movimento é periódico quando sua trajetória se FREQÜÊNCIA
repete ao longo do tempo. Exemplos: oscilação de um Uma das grandezas fundamentais no estudo do
pêndulo, batimentos do coração, vibração da corda de movimento periódico é a freqüência. Freqüência (f)
violão, rotação da Terra. é o número de vezes em que o fenômeno ocorre
Concentrando-se num ponto em movimento circular, na unidade de tempo. No movimento circular, fre-
nota-se que ele passa repetidas vezes pela mesma qüência corresponde ao número de voltas descritas
posição. por unidade de tempo. Expressa-se a freqüência do
O movimento circular é um movimento periódico movimento circular em rotações por segundo, rota-
ções por minuto, rotações por hora. No SI, a unidade
de freqüência é rotações por segundo, denominada
PERÍODO
hertz (Hz), em homenagem ao físico alemão Heinrich
Período (T): intervalo de tempo em que o fenômeno
Hertz. Dizer que a freqüência de um movimento cir-
periódico se repete.
cular é 5 Hz significa que o móvel efetua 5 voltas
No movimento circular, o período corresponde ao
por segundo.
tempo gasto pelo móvel para efetuar uma volta com-
pleta. Como se trata de tempo, a unidade do período é Freqüência em movimento circular é o número de
a mesma usada para medir tempo — segundos, minutos, voltas realizadas por unidade de tempo.
horas, dias.
Outra unidade de freqüência usada é rotação por
Período, em movimento circular, é o tempo ne- minuto (rpm). Para relacioná-la com o hertz (Hz), basta
cessário para descrever uma volta completa. deduzir que, se um móvel gira à freqüência de 1 Hz, ou
seja, 1 rotação por segundo, ele irá efetuar 60 voltas por
minuto. Logo:
1 Hz = 60 rpm
No SI, a unidade de período é o segundo (s). Para transformar freqüência de Hz para rpm, multi-
plica-se por 60.
Movimentos circulares
Cinemática II
Imagine um corpo que descreva um movimento circular.
Na coluna da esquerda está representado o número de 1. Sabe-se que a Terra gira em torno de si
voltas completadas por segundo, sua freqüência; na mesma (rotação) e em torno do Sol (transla-
coluna da direita preencha com o tempo gasto para se ção). Determine o período dos movimentos de rotação
completar uma volta, seu período. e de translação da Terra.
TR = 1 dia = 24 h
f (Hz) T (s)
T T = 1 ano = 365 dias
1 1 Orientação ao professor — Comentar que esses valores não são exatos; sendo preciso,
pode-se escrever TR = 23h56min4s e T T = 365 dias 6h14min. Este arredondamento
2 1/2
é feito de quatro em quatro anos e dele decorre o ano bissexto (366 dias).
3 1/3
4 1/4
→
v
Deslocamento angular x
Movimentos circulares
Cinemática II
pela relação:
x
θ= ou x = θ . R
R
A situação a seguir exemplifica a diferença entre espaço percorrido x C
e deslocamento angular θ.
Uma barra gira em torno de um eixo que passa pelo ponto O, como
mostra a figura. São marcados três pontos, A, B e C, sobre a barra, sendo B xC
as distâncias dos pontos ao ponto O, respectivamente, iguais a 1 m, 2 m
π 3m
e 3 m. Após a rotação de 90° ou rad, o deslocamento angular para os xB
2 A
π 2 m
três pontos tem o mesmo valor do ângulo central θ, que vale rad; porém,
2 π xA
o espaço percorrido por C (x C) é maior que o percorrido por B (x B) que, 1m
2
por sua vez, é maior que o espaço percorrido por A (x A).
0 A B C
π π π π 3.π
xA = . (1) = m xB = . (2) = π m xC = . (3) = m
2 2 2 2 2
Quanto maior o raio, maior o espaço percorrido pelo ponto para determinado deslocamento angular θ.
Velocidade angular
Considere a partícula em movimento circular pas- A velocidade angular fornece informação sobre a
sando pela posição A e, após um intervalo de tempo t, rapidez com que um corpo está girando. Quanto maior
pelo ponto B. A relação entre o ângulo descrito pela a velocidade angular, maior o ângulo descrito por uni-
partícula (θ) e o intervalo de tempo gasto para descrevê- dade de tempo e mais rapidamente o corpo gira.
lo (t) é a velocidade angular, representada pela letra Considerando uma volta completa, o deslocamento
grega ω. → angular é de 2π rad (360°). O tempo gasto para uma volta
v
θ é o período (T) do movimento. Portanto, para uma volta,
ω= θ = 2π e t = T
t
A B
Sendo a velocidade θ 2π
R θ R Logo: ω = = = 2π . f
angular a relação entre o → t T
v
deslocamento angular e o
tempo gasto para efetuá-lo,
pode-se medi-la em graus/s
— Velocidade angular não depende do raio
ou em rad/s, esta a unidade
da trajetória.
usada no SI.
— Quanto maior a freqüência do movimento circular,
Se a velocidade angular de um móvel que descreve
maior sua velocidade angular.
movimento circular for π rad/s, isso significa que o corpo
— Velocidade angular também é conhecida como
descreve um ângulo de π rad (180°) a cada segundo.
freqüência angular.
Logo: x = C = 2 . π . R
Para uma volta: t = T
x = 2π R
Assim:
Quando uma roda efetua volta completa, percorre
x 2π . R
distância igual ao comprimento de sua circunferência. v= = = 2π . R . f
t T
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Movimentos circulares
Cinemática II
— Movimento circular uniforme tem a veloci- Um menino passeando na roda-gigante de um
dade tangencial diretamente proporcional parque de diversões descreve meia-volta em
ao raio da trajetória. 30 s. Determine, utilizando unidades do SI:
— O vetor velocidade é tangente à trajetória da curva a) o deslocamento angular do menino nesses 30 s;
descrita. θ = 180° = π rad
— A unidade de velocidade relaciona a unidade de
comprimento com a unidade de tempo. A unidade b) o período e a freqüência do movimento;
de comprimento é dada pelo raio, e de tempo, pelo Meia-volta em 30 s → uma volta em 60 s
período do movimento. Exemplo: se o raio for ex- T = 60 s
presso em cm e o período em min, a unidade de 1
f= f = 1/60 Hz
velocidade será cm/min. T
Para determinar a velocidade da sua bicicleta, Joãozinho instalou um dispositivo que registra o número
de voltas completadas por uma das rodas. Sabendo que num intervalo de 1 minuto o dispositivo registrou 150 voltas
e que o raio dela é 30 cm, determine a velocidade média dessa bicicleta em km/h. Considere π = 3.
f = 150 rpm = 150/60 = 2,5 Hz v = 2 . π . R . f = 2 . (3) . (0,3) . (2,5) = 4,5 m/s
R = 30 cm = 0,3 m v = 16,2 km/h
Aceleração centrípeta
Velocidade é grandeza vetorial. Para defini-la, precisa-se conhecer seu valor, sua direção e seu sentido. Deve-se
considerar que, havendo mudança de velocidade, existe aceleração. →
v
Física 1M2 5
No movimento circular uniforme, o módulo da velocidade permanece constante, porém a → →
5/10
v ac
direção do vetor velocidade se altera continuamente. O vetor aceleração centrípeta (associada R
à mudança de direção da velocidade) é orientado para o centro da trajetória, sendo, portanto,
→
perpendicular à trajetória circular. ac
Quando o módulo da velocidade varia, há aceleração tangencial, que tem a mesma di- →
ac
reção do vetor velocidade. →
v
Diferenças entre aceleração centrípeta e tangencial:
Movimentos circulares
Cinemática II
Uma das aplicações mais importantes dos movimen- TRANSMISSÕES PERIFÉRICAS
tos circulares está nas transmissões de movimentos, em Transmissões periféricas ocorrem de duas maneiras:
que a rotação de uma roda é transmitida para outra pelo fazendo as rodas, polias ou engrenagens se tocarem
sistema de acoplamento. ou o movimento circular ser transmitido por correia ou
corrente.
Corrente
Catraca
Coroa
Pedal
Na bicicleta, os pedais estão fixos à coroa que transmite
rotação para a catraca, por meio da corrente.
TRANSMISSÕES CONCÊNTRICAS
Transmissões concêntricas, ou coaxiais, são aquelas
em que duas ou mais rodas estão fixas num mesmo eixo,
girando solidárias a ele. É o caso da roda traseira da bi-
cicleta, fixa no mesmo eixo em que gira a roda dentada
(pinhão).
Velocípede
(antiga
bicicleta)
Movimentos circulares
Cinemática II
1. Dois discos A e B de diâmetros iguais 3. Observando as transmissões esquematizadas,
a 10 cm e 15 cm estão acoplados a um mesmo eixo. determine a freqüência de rotação da roda A, sa-
O disco B gira à razão de 20 Hz. Determine, em m/s, a bendo que a roda C gira à freqüência de 100 Hz
velocidade tangencial do disco A. e está acoplada ao mesmo eixo da roda B. Dados
Transmissão concêntrica → fA = fB fA = 20 Hz RA = RC = 10 cm e RB = 15 cm
vA = 2π . RA . fA vA = 2 . π . (0,05) . (20) = 2π m/s
1. Sobre os ponteiros de um relógio (horas, 5. O que significa dizer que a velocidade angular de um corpo
minutos e segundos), responda justificando. π
em movimento circular uniforme é de rad/s?
a) Qual deles possui a maior freqüência? π 2
Significa que o corpo descreve ângulo de rad, ou seja, 1/4 de volta a cada
O ponteiro dos segundos, porque efetua mais voltas por unidade de tempo. 2
segundo.
aceleração centrípeta.
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8. Um disco de 30 cm de diâmetro gira efetuando 2 rotações b) Calcule a velocidade linear da extremidade do ponteiro.
Movimentos circulares
Cinemática II
por segundo. Determine, em unidades do SI, os valores de suas v = 2 . π . R/T = 2 . π(0,5)/3 600 = π /3 600 m/s
velocidades angular e tangencial.
ω = 2 . π . f = 2 . π(2) = 4 . π rad/s
v = 2 . π . R . f = 2 . π(0,15) . (2) = 0,6π m/s
8 Física 1M2
15. (Fuvest—SP) O raio do cilindro de um carretel
8/10 mede 2 cm. Uma pessoa, em 10 s, desenrola uniformemente
a) Qual o valor da velocidade linear de um ponto do
cilindro?
50 cm de linha que está em contato com o cilindro.
vC = x/t = 50 cm/10 s = 5 cm/s
Movimentos circulares
Cinemática II
de raio 5 cm, numa freqüência de 10 Hz, como mostra a figura. acoplados a um mesmo eixo. O disco B gira à razão de 10 Hz.
Dê a soma das alternativas corretas. Determine, em m/s, a velocidade tangencial do disco A.
Transmissão concêntrica → fA = fB fA = 10 Hz
vA = 2π . RA . fA vA = 2 . π . (0,05) . (10) = π m/s
Movimentos circulares
Cinemática II
nagem C. de raios R1 = 6 cm, R2 = 8 cm e R3 = 2 cm, respectivamente,
pelas quais passa uma fita que se movimenta, sem escorrega-
v = 2 . π . R . f = 2 . π(0,8) . (50/60) = 1,33 . π m/s mento, conforme indicado na figura. Se a polia (1) efetua 40 rpm,
qual é, em segundos, o período do movimento da polia (3)?
R1 (2) R3 v
(1) (3)
Fita
26. (UFG—GO) Um disco gira num plano horizontal 27. (Fuvest—SP) A figura ilustra uma roda-d’água constituída
ao redor de um eixo vertical que passa pelo seu centro. O disco por 16 cubas. Cada cuba recebe 5 litros de água de uma bica,
efetua 5 rps. Solta-se uma pedra, do repouso e no vácuo, de cuja vazão é de 160 litros/min. A roda gira em movimento uni-
uma altura de 5 m acima do disco, de tal modo que a pedra cai forme.
sobre o disco. Quantas rotações terá efetuado o disco, desde o
instante em que se solta a pedra até o instante em que ela toca
o disco? (Considere g = 10 m/s 2)
y = g . t2/2 t2 = 2 . (5)/10 = 1 s
Dinâmica I
Leis de
LeisNewton
de
Newton
Orientação ao pro-
fessor — Comece
mostrando que este
assunto é um marco
no estudo da física,
visto propor a investi-
gação das causas dos
movimentos segundo o
conceito de força.
O aluno deverá perceber,
por meio de exemplos,
que força é uma
grandeza vetorial, logo
representada por um
vetor. As operações
com grandezas veto-
riais possuem regras
próprias e diferentes
das escalares, assim,
propomos um breve
estudo sobre as ope-
Como os satélites permanecem em órbita? Inércia X Gravidade rações básicas com
vetores.
A órbita de um satélite representa um delicado equilíbrio entre inércia e gravidade. A força da gravidade puxa A primeira lei de Newton
continuamente o satélite de encontro à Terra, enquanto a inércia do satélite o mantém em movimento numa linha reta. é fundamental para toda
Se não fosse a gravidade, a inércia mandaria o satélite diretamente para o espaço, fora da órbita terrestre. Em cada a dinâmica. Os alunos
tendem a pensar como
ponto da órbita, a gravidade controla o satélite. Aristóteles, uma vez que
Para atingir equilíbrio entre inércia e gravidade, o satélite precisa estar deslocando-se a uma veloci- vivemos num mundo
onde o atrito está pre-
dade precisa. Se for muito rápido, a inércia supera a gravidade e ele sai da órbita. Se o satélite for muito sente. Dedique, portan-
lento, a gravidade vence a batalha contra a inércia e o satélite cai. Foi exatamente isso que aconteceu em to, bom tempo para que
eles se convençam da
1979, quando a estação espacial americana Skylab começou a diminuir a velocidade em conseqüência da tendência do corpo em
resistência nas bordas exteriores da atmosfera terrestre. Então a força inexorável da gravidade fez a nave se se manter em MRU. Os
espatifar contra a Terra. exemplos são muito im-
portantes para mostrar
que a inércia faz parte
Demonstrando essa batalha de nossas vidas.
O ato de equilíbrio entre gravidade e inércia realizado por satélite pode ser simu- Física 1M2 1
lado pelo balanço do peso amarrado a um fio. A inércia puxa constantemente o peso 1/32
A terceira lei de Newton
para fora, enquanto a tensão no fio — que exerce o papel da gravidade — mantém pode parecer contradi-
o peso numa órbita circular. tória. Procure não impor
seu enunciado como se
fosse algo óbvio. Come-
ce exemplificando várias
situações até que os
Você já ouviu a expressão sair pela tangente? alunos percebam as
forças sempre agindo
Analise a figura anterior e, em duplas, respondam: O que aconteceria com o peso, se o fio fosse cortado? aos pares. O projeto
Se o fio fosse cortado, o peso voaria em linha reta, perpendicular ao raio de sua órbita. do foguete de balões
encaixa-se bem no
caso.
O projeto Foguete de
balões pertence a esta
unidade.
Na cinemática, estuda-se o movimento dos corpos sem preocupação com suas causas. Na dinâmica, relaciona-
se o movimento com suas causas.
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Força
Dinâmica I
Leis de Newton
A dinâmica estuda as causas do movimento, que leva a um conceito intuitivo de força.
Ao puxar ou empurrar um corpo, aplica-se uma força sobre ele.
→
F
→
F
→
F
Esses exemplos mostram que força é uma grandeza vetorial, pois fica plenamente definida por módulo, direção
e sentido. Quando há força aplicada a um corpo, pressupõe-se a existência de outro corpo que a aplica; logo, força
é resultado da interação entre os corpos.
Aplicação de força num corpo provoca nele mesmo equilíbrio, variação de velocidade ou deformação.
O tenista aplica força com a raquete na A força exercida pela corda faz a A força exercida sobre o veículo
bolinha, que muda a sua velocidade. pessoa permanecer em equilíbrio. provocou nele uma deformação.
Dinâmica I
Leis de Newton
soma de mais de dois vetores, sempre partindo da Efetua-se a subtração vetorial combinando a adição
origem do primeiro até a extremidade do último. vetorial com o conceito de vetor oposto.
→
Considerando os vetores v1 e v2, representa-se a di-
v2 → ferença vd = v1 – v2 pela soma do vetor v1 com o oposto
→
v1 →
v4
v3 de v2, ou seja, v 1 – v2 = v1 + (–v2).
Observe os exemplos.
→
→ → → → → v1
vs = v 1 + v 2 + v 3 + v 4
→ → →
vd = v1 – v2
Obtém-se também o vetor soma (v s) de dois vetores →
v2
→
v1
pela regra do paralelogramo — consiste em traçar ambos →
–v2
os vetores com suas origens partindo do mesmo ponto. →
v2
Na seqüência, traça-se um paralelogramo que tenha os
dois vetores como lados. O vetor resultante é a diagonal →
v1
desse paralelogramo.
→ →
→ v2 –v2 → → →
v1 vd = v 1 – v 2
0 → → → →
vs = v 1 + v 2 v1
→
v2
Multiplicação de vetor por número real
Multiplicar vetor pelo número n é multiplicar seu mó-
dulo por esse número. Caso seja negativo, o sentido do
Vetor oposto novo vetor é invertido.
Vetor oposto do vetor v é o vetor –v, que possui
→
o mesmo módulo, a mesma direção e sentido oposto →
v s
→
de v. →
–3 s r
→ →
v 2v 0,5 r
→
–v
Física 1M2 3
→ → → → 3/32
a) 2 . a + b b) a – b
→ → → →
→ 2a+b a –b →
2a a
→
–b
→
b
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Força resultante Vetores de mesma direção e sentidos opostos
Dinâmica I
Leis de Newton
→ → →
A maioria dos F2 F1 FR
objetos tem mais
de uma força → → →
atuando sobre eles. |F R| = |F 1| – |F 2|
Um veleiro, por Subtrai-se o valor de seus módulos, prevalecendo o
exemplo, é impul- sentido do vetor de maior módulo.
sionado pela força
do vento; as forças Vetores em direções perpendiculares
de resistência do →
F2
ar e da água agem
desacelerando o →
F1 →
movimento. O peso do veleiro puxa a embarcação para F1 →
FR
baixo, mas é equilibrado pela força de empuxo da água.
Há também a força produzida pelo peso da quilha do iate, →
que evita que ele vire. O efeito combinado de todas essas F2
forças é a resultante — força única que tem o mesmo efeito Como F1 e F2 são perpendiculares entre si, pode-se
de muitas forças atuando sobre um objeto. Em algumas imaginá-los como catetos de um triângulo retângulo. A
situações, as inúmeras forças podem anular-se, fazendo hipotenusa será vetor força resultante (FR) e, para calcular
com que a resultante seja nula. Nesse caso, diz-se que FR, utiliza-se o teorema de Pitágoras:
o corpo está em equilíbrio, podendo estar parado ou em
movimento retilíneo e uniforme. → →
→
F1 → F1 FR
F4 →
FR
→
F2
→
→ F3 → → →
F2 |F R|2 = |F 1|2 + |F 2|2
→ →
1. Dados os vetores a e b , represente gra- 2. Determine o módulo e represente, através de um vetor,
→ → → → → → →
ficamente os vetores –a , 3 . b , a – b , a + 3 . b , b – 2 . a força resultante do sistema de forças. A unidade de força
u → → utilizada, o newton (N), será definida na próxima unidade.
a– b →
–2 a
→ 5N 7,81 N
→ –b → → 8N
a b–2a
→
a → →
–a b
4N
3N
→ 6N
→
a
b → 5N FR2 = 52 + 62
3b
→ →
a +3b 3N FR2 = 25 + 36
→
3b FR2 = 61 FR = 61
FR ; 7,81 N
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Tipos de força
Dinâmica I
Leis de Newton
Força é o resultado da interação pedaços de papel e, em seguida, As forças de tração estão associa-
entre dois ou mais corpos. Tal inte- esfregue rapidamente uma caneta das à transmissão de forças através
ração pode manifestar-se quando os plástica em seus cabelos. Apro- de fios ou cordas. A força de tração
corpos entram em contato, ou ainda, xime a caneta dos pedaços de atua no sentido de puxar o corpo no
a distância. papel sem encostá-la. qual o fio está ligado, pois um fio não
tem rigidez suficiente para que, com
FORÇAS DE CAMPO ele, se consiga empurrar um corpo.
Forças de campo: aquelas em Ao empurrar um corpo, aplica-se
que os corpos interagem, ainda que nele força de compressão.
estejam distantes um do outro. Nas figuras estão representadas
Exemplos: forças de tração e compressão.
— Ao soltar um corpo nas proximida-
des da superfície da Terra, ele cai
— Um prego próximo a um ímã é
em razão do campo gravitacional
atraído pela força magnética exer-
terrestre. Peso é a força com que
cida pelo ímã.
a Terra atrai os corpos.
→
→ T
F
FORÇAS DE CONTATO
Forças de contato: aquelas em
que os corpos só interagem enquanto As mãos empurram a parede através
houver contato entre eles. É o caso de uma força de compressão.
— Verifica-se experimentalmente a das forças de tração (puxar) e de
existência da força elétrica de ma- compressão (empurrar).
neira bem-simples. Corte pequenos
Dinâmica I
Leis de Newton
Inércia é a tendência que um corpo possui de manter
seu estado de repouso ou de MRU. Do que depende a
inércia do corpo?
Imagine a situação:
Uma pessoa tenta empurrar uma bicicleta e um
A criança tende a permanecer em repouso.
caminhão inicialmente em repouso. É sensato concluir
que será mais difícil iniciar o movimento do caminhão
do que o movimento da bicicleta. Dizemos que a
tendência de o caminhão permanecer em repouso é
maior que a tendência da bicicleta; logo o caminhão
tem maior inércia.
Ilustração
Dinâmica I
Leis de Newton
→ →
–F F
→
F Ao nadar, empurra-se a água
para trás e a reação dessa força
impulsiona o nadador para frente.
→
–F Remadores fazem uso da terceira lei de
Newton: ao empurrar o remo, o remador puxa
O chute na bola aplica
a água para trás, cuja força produz força igual
uma força e recebe outra
e oposta, que move o barco para frente.
de mesma intensidade
em sentido contrário.
Dinâmica I
Leis de Newton
1. Q u a n d o o p e r s o n a g e m d o s d e s e n h o s 5. Escreva um parágrafo avaliando se a argumentação seguinte
animados, He Man, diz: Eu tenho a força, seu criador está é válida ou não.
cometendo um erro de conceito físico. Você saberia iden- Um automóvel está numa estrada retilínea horizontal com
tificá-lo? velocidade constante, ou seja, com movimento retilíneo uniforme.
Força é o resultado da interação de dois corpos. Ninguém pode ter a força e, sim, ser
Se desligarmos o motor, o automóvel reduz a velocidade e pára.
Logo, só existe movimento retilíneo uniforme enquanto houver
capaz de aplicar grande força nos corpos. força — a força do motor —, o que contraria a primeira lei de
Newton.
A primeira lei de Newton afirma: quando a resultante das forças que agem sobre o corpo
→ → é nula, ele tende a manter seu estado de repouso ou de movimento retilíneo uniforme.
2. →Dados os→
vetores
→
a →e b , represente graficamente os vetores
2 . a + 3 . b e a – 2 . b . O lado de cada quadradinho corres- Existem duas forças que envolvem essa situação: a força do motor e a força de
ponde a uma unidade de medida.
resistência provocada pelo ar. Quando o carro se desloca com velocidade constante,
→ → → as forças têm o mesmo módulo e se anulam; quando o motor é desligado, age sobre
a 2a+3b
→
2a o corpo apenas a força de resistência que o faz parar.
→
b
→
3b
→ → →
a–2b a
FR = 3 – 2 ⇒ FR = 1 N →
6N
FR2 = 62 + 52 + 2(6) (5) . cos 60°
FR2 = 36 + 25 + 30
a) Desenhe, em cópia da figura, a trajetória que o corpo
passa a descrever sobre a mesa.
b) 60° FR2 = 91 FR = 91 ≈ 9, 54 N
5N
Dinâmica I
Leis de Newton
nhão? correta é: →
a
a) a + b = c
Porque a intensidade da força é muito grande para a estrutura do fusca resistir;
b) b – a = c →
→
para o caminhão, essa força não é tão intensa. c) a – b = c b c
d) b + c = –a
e) c – b = a
→
d
O erro está na representação do módulo dessas forças, que são iguais por comporem
12. Determine, em newtons, o módulo da resultante das forças
um par de forças ação-reação.
que agem sobre o corpo.
FR = 5 + 3 – 4
3N
FR = 4 N → 4N
5N
→ → → → → →
9. (OBF) A figura abaixo mostra seis vetores A, B, C, D, E e F,
que formam um hexágono.
→ → 13. (PUC—PR) Em uma partícula, atuam duas forças de 50 N e
C D 120 N, perpendiculares entre si. O valor da força resultante é:
a) 130 N
→ → b) 170 N
B E
c) 70 N Fr2 = 502 + 1202
d) 6 000 N F R = 130 N
→ →
A F e) 140 N
De acordo com a figura, podemos afirmar que: 14. Algumas pessoas conseguem tirar a toalha da mesa puxan-
→ → → → → → →
a) A +B +C +D +E +F =6A do-a rapidamente, de modo que os objetos que estavam sobre
→ → → → → → ela permaneçam nos lugares. Como explicar essa “mágica”?
b) A + B + C = –D – E – F
→ → → → → → → Os objetos em cima da mesa tendem a continuar em repouso.
c) A +B +C +D +E +F =3A
→ → → → → →
d) A + B + C = –D + E – F
→ → → →
e) A +B +C =0
15. (Univali—SC) Uma única força atua sobre uma 17. (Inatel—MG) Por experiência própria, sabemos que, quando
partícula em movimento. No instante em que cessar a atuação saltamos de um ônibus em movimento, devemos tocar o solo Física 1M2 9
da força, o movimento da partícula será: com um pé e seguir correndo no sentido do movimento do 9/32
a) retilíneo uniformemente acelerado. ônibus. Explicar, fisicamente, o porquê desse procedimento.
b) circular uniforme. Princípio da inércia. No interior do ônibus possuímos o mesmo movimento deste, e
c) retilíneo uniforme.
d) retilíneo uniformemente retardado. ao saltarmos dele permanecemos inicialmente com a sua velocidade.
e) nulo. A partícula pára.
Dinâmica I
Leis de Newton
que força tem maior intensidade, a do fusca sobre o caminhão, a) As forças de ação e reação não se anulam mutuamente
ou a do caminhão sobre o fusca? porque têm módulos diferentes.
b) Um corpo em movimento circular uniforme possui
Ambas têm a mesma intensidade.
aceleração nula.
c) Para que um corpo permaneça em repouso é necessário
que nenhuma força atue sobre ele.
d) Sobre um corpo, em movimento horizontal e para a
20. (UFMG) Uma pessoa está empurrando um caixote. A força
direita, não há necessidade da ação de uma força nesta
que essa pessoa exerce sobre o caixote é igual e contrária à
mesma direção e sentido.
força que o caixote exerce sobre ela.
e) A lei de Newton da ação e reação somente é válida
Com relação a essa situação, assinale a afirmativa correta.
para corpos com velocidades constantes.
a) A pessoa poderá mover o caixote porque aplica a força
sobre o caixote antes de ele poder anular essa força.
23. Ao sair para levá-lo ao colégio, o pai de um aluno verificou
b) A pessoa poderá mover o caixote porque as forças
que o carro estava sem bateria. O aluno raciocinou: “Se tentar-
citadas não atuam no mesmo corpo. →
mos empurrar o carro com uma força F , ele vai reagir com uma
c) A pessoa poderá mover o caixote se tiver uma massa →
força –F ; ambas vão se anular e não conseguiremos mover o
maior do que a massa do caixote.
carro.” Mas seu pai desceu do carro e o empurrou, conseguindo
d) A pessoa terá grande dificuldade para mover o caixote,
movê-lo. Qual o erro cometido pelo aluno?
pois nunca consegue exercer uma força sobre ele maior
do que a força que esse caixote exerce sobre ela. As forças não se anulam, pois atuam em corpos diferentes.
Anotações
10 Física 1M2
10/32
Segunda
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Segunda
Dinâmica I
lei de lei de
Newton
Newton
Orientação ao profes-
sor — A segunda lei
de Newton consiste no
princípio fundamental
da dinâmica — relação
entre causa e efeito.
Demonstre inicialmente
que a segunda lei está
diretamente ligada à
inércia (primeira lei),
pois a grandeza que
Um esporte chamado strongman (esporte do homem forte) tem crescido consideravelmente em todo o mundo. indica a “dificuldade”
do corpo em mudar
Hoje mais de 50 competições acontecem anualmente nos Estados Unidos e mais de cem em todo o mundo. O público de velocidade é a sua
que comparece a tais espetáculos vai de cem a 25 mil pessoas. massa.
Os conceitos de massa
Essa popularidade pode ser explicada de várias maneiras, principalmente o sucesso se dá pela própria natureza e peso, sua diferencia-
dessa modalidade, que é uma combinação de força, músculos e determinação nunca oferecida por outro esporte. ção, são fundamentais,
porém não podem ser
Esses atletas viram carros de ponta cabeça, puxam caminhões com os próprios braços, levantam pedras de 250 qui- impostos. Mostre, por
los além de erguerem e virarem pneus que pesam 500 quilos. Resumindo, o strongman é o mais radical e completo exemplo, um vídeo de
teste da força humana. astronauta andando
na super fície da Lua
Em geral, os atletas competem por amor ao esporte e pelo desafio de serem os mais fortes do mundo. e levante os questio-
www.strongestman.com (Adaptado) namentos.
Física 1M2 11
Após a leitura do texto, responda às perguntas. 11/32
1. Uma das modalidades mais impressionantes da competição é aquela em que os atletas puxam caminhões.
Observando a ilustração, explique por que ele deve segurar-se em uma corda para conseguir puxar o caminhão. O
que aconteceria se você estivesse preso à extremidade da corda em vez de um caminhão?
A corda se faz necessária, pois o atrito entre os pés do competidor não seria suficiente para movimentar o caminhão e também para que o atleta possa utilizar-se da força de
seus braços e não só das pernas. Se você estivesse preso à outra extremidade, certamente adquiriria grande aceleração.
2. Um trecho do texto comenta que uma das modalidades consiste em levantar pedras que pesam 250 quilos. Ape-
sar de utilizarmos essa linguagem no cotidiano, a frase contém erro conceitual. Identifique-o reescrevendo a frase
de maneira cientificamente correta.
A modalidade consiste em levantar pedras de 250 quilogramas de massa.
MENU PRINCIPAL
Princípio fundamental da dinâmica
Dinâmica I
Segunda lei de Newton
A primeira lei de Newton descreve o que acontece UNIDADE DE FORÇA
quando a resultante das forças que atuam sobre um corpo Suponha que, sob a ação da força F, um corpo de
é nula. Mas o que ocorre quando existe uma força resul- 5 kg de massa adquira aceleração de 2 m/s 2. Pela se-
→ →
tante não-nula? gunda lei de Newton (F R = m . a ), a intensidade da
Suponha que uma pessoa aplique força F num bloco força seria:
em repouso. m
F = 5 . (2) F = 10 kg .
→
a s2
a = 2 m/s 2
V
→ F
F 5 kg
Dinâmica I
Segunda lei de Newton
1. Um carro de 1 000 kg de massa desloca-se 3. O gráfico foi obtido experimentalmente. Ele relaciona
a 72 km/h quando o motorista pisa nos freios, parando-o a intensidade da força aplicada num corpo (em N) com a
em 10 s. Calcule a intensidade da força resultante que aceleração adquirida por esse corpo (em m/s2). Determine
agiu no carro durante esse intervalo de tempo. a massa desse corpo em kg.
v = v0 + a . t 0 = 20 + a . (10) a = –2 m/s2 F (N)
FR = m . a FR = 1 000 . (–2) FR = m . a
FR = –2 000 N 15 5 = m . 0,2
Orientação ao professor — Interprete com os alunos o 10 5
m=
significado do sinal negativo. 0, 2
5 m = 25 kg
2. Determine a aceleração de um bloco de 5 kg, sendo 0,2 0,4 0,6 a (m/s2)
representadas as forças que agem no bloco nos casos
a seguir.
FR = m . a
a) F2 = 6 N F1 = 4 N 6+4=5.a 4. Um automóvel de 1 200 kg arranca, a partir do re-
10 = 5 . a pouso, e atinge velocidade de 54 km/h após percorrer a
a = 2 m/s2
distância de 45 m. Determine o módulo da força resultante
FR = m . a que age sobre o carro, supondo-a constante.
b) F2 = 3 N F1 = 5 N 5–3=5.a
v0 = 0 v2 = v02 + 2 . a . ∆x FR = m . a
2=5.a
a = 0,4 m/s2 v = 54 km/h = 15 m/s 152 = 02 + 2 . (a) . (45) FR = 1 200 . (2,5)
∆x = 45 m a = 2,5 m/s2 FR = 3 000 N
c) FR = m . a
F2 = 3 N
FR2 = 32 + 42
FR = 5 N
5=5.a
F1 = 4 N a = 1 m/s2
Massa e peso
Por que a maçã, quando se solta do galho, cai no solo?
Refletindo sobre essa situação, Newton imaginou que a Terra exerce uma força invisível, atraindo os objetos
para ela — força-peso.
Peso do corpo é a força com que a Terra o atrai.
No estudo da cinemática, vimos que os corpos em queda livre possuem aceleração constante — aceleração da
gravidade g. Assim, um corpo caindo está unicamente sob a ação de seu peso P, que é a força responsável pela
aceleração g.
→ →
Pela segunda lei de Newton, escreve-se FR = m . a →
→ → → → → → g
Como FR = P e a = g , o peso do corpo é calculado pela equação P = m . g
13
→
P Física 1M2
→ →
Da equação P = m . g , observa-se que o peso do corpo varia com a aceleração da gravidade no local onde ele 13/32
se encontra. Observe os exemplos:
Dinâmica I
Segunda lei de Newton
Quilograma-força (kgf)
Define-se um quilograma-força (1 kgf) como o peso de um corpo de 1 kg de massa ao nível do mar e a 45° de
latitude. Assim, 70 kgf é a força com que a Terra atrai um corpo de 70 kg de massa. Daí, a freqüente confusão que
se comete entre massa e peso — a massa de um corpo em kg é numericamente igual ao seu peso em kgf.
Determina-se a relação entre kgf e N sabendo que a aceleração de gravidade ao nível do mar e a 45° de latitude
vale 9,8 m/s 2.
P=m.g O peso de 1 kg equivale a uma força de 9,8 N.
P = 1 . 9,8 Assim: 1 kgf = 9,8 N
P = 9,8 N
Dina (dyn)
Usa-se a unidade de força dina (dyn) quando a massa está em gramas e a aceleração, em cm/s2, unidades que
pertencem ao sistema CGS (centímetro, grama e segundo) — sistema em desuso.
m
1 N = 1 kg .
s2
cm
1 dyn = 1 g .
s2
cm
1 N = 10 g . 102 .
3
s2
5
Assim: 1 N = 10 dyn
A unidade de força no Sistema Internacional (SI) é o Newton.
Um corpo possui massa de 50 kg na Terra. Determine sua massa e seu peso num planeta onde a ace-
leração da gravidade local é:
a) g = 2,5 m/s2 A massa do corpo é uma propriedade que mede sua inércia, independente do local onde o corpo se encontre. Logo a massa é 50 kg.
b) g = 23 m/s2 a) P=m.g P = 50 . (2,5) P = 125 N
b) P=m.g P = 50 . (23) P = 1 150 N
m1
Dinâmica I
Segunda lei de Newton
Quando a força é exercida a subir ou parar de descer, a ba-
sobre a extremidade da mola, lança indicará peso superior ao seu
esta se deforma. O princípio uti- quando está parado. Nesses dois
lizado no funcionamento do dina- instantes você sentirá que está
ae
mômetro refere-se à relação entre comprimindo o chão e, se estiver
a força aplicada e a deformação distraído, dobrará os joelhos.
provocada por ela. Sensação de compressão nos
O dinamômetro consiste em mola helicoidal de aço pés (Peso aparente > Peso real)
envolvida num protetor. Na extremidade livre da mola, um Quando o elevador começar
ponteiro desloca-se ao longo de uma escala. Quando se a descer ou parar de subir, a ba-
pendura um peso no gancho, a mola se estica. Quanto lança indicará peso menor do que
maior o peso do corpo, maior a deformação da mola. seu quando está parado. Nesses
Pode-se ajustar a escala de modo que a leitura forneça dois instantes você sentirá es- ae
Um homem de massa
60 kg está dentro do eleva-
dor em cima da balança, como mostra
a figura. Considerando g = 10 m/s2, Orientação ao profes-
sor — Os problemas
determine, em N, a indicação da ba- envolvendo elevadores
lança quando o elevador: são exemplos de refe-
renciais não-inerciais.
a) está parado; Comente com os alunos
a=0 Quando o elevador está parado, a força resultante que as leis de Newton
é nula, logo N = P = m . g = 60 . 10 são válidas apenas para
N N = 600 N referenciais inerciais e
cite outros exemplos
das forças fictícias.
Na resolução de pro-
Quando uma pessoa sobe na balança, seu peso é P
blemas envolvendo
responsável pela deformação na mola. Quanto maior o b) sobe com velocidade constante de 2 m/s; sistemas de corpos,
peso, maior a deformação. a=0 Quando a velocidade é constante, a aceleração é procure inicialmente
nula, logo N = P = m . g = 60 . 10 considerar todo o sis-
Para que a mola do dinamômetro se deforme, é ne- N N = 600 N tema e, em seguida,
cessária a ação de duas forças opostas. isolar um dos corpos.
Os alunos encontram
cer ta dificuldade para
P compreender força de
c) sobe com aceleração de 2 m/s 2; tração ou de compres-
a = 2 m/s 2 FR = m . a são entre os blocos.
T T N–P=m.a
N N – 600 = 60(2) Física 1M2 15
N = 720 N 15/32
O peso aparente do homem é maior que seu
N N
P peso real.
Forças de compressão
Quando alguém empurra um automóvel, está apli- As forças P e N não constituem par de forças de
cando uma força nele. O corpo que aplica a força (pessoa) ação e reação; elas atuam sobre o mesmo corpo. Peso
está diretamente em contato com o corpo que a recebe é a força que a Terra exerce sobre o bloco, portanto a
(automóvel). Essa é a força de compressão. reação do peso é a força que o bloco exerce sobre a
Terra. O bloco, atraído pela Terra, exerce força sobre o
plano e este exerce força de reação normal sobre o bloco.
A figura mostra os pares de força de ação e reação da
situação descrita.
→
N
→
P
→
16 Física 1M2 –N
16/32 FORÇA NORMAL (N)
–P
Considere um bloco em
repouso apoiado sobre uma
mesa horizontal.
A força de atração gravi- A reação do peso P age Ação do bloco sobre o plano –N e
no centro da Terra (–P). reação do plano sobre o bloco N
tacional torna o bloco sujeito
à ação de seu peso P. Como Força normal é sempre perpendicular à superfície
o bloco está sobre a mesa, de contato entre os dois corpos. Nem sempre essa força
esta reage aplicando sobre anula a força-peso.
→
ele a força normal (N). O N
→
bloco permanece em repouso N
porque a intensidade da força normal é igual ao seu peso, →
F
ou seja, nesse caso, a normal anula o peso.
→
P
→
P
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Aplicação das leis de Newton a sistema de corpos
Dinâmica I
Segunda lei de Newton
Você já observou o interior de um poço de elevador?
Para diminuir a força feita pelo motor para erguer o ele-
vador, utiliza-se um contra-peso 1. O sistema formado pelos blocos A e B,
de massas respectivamente iguais a mA = 2 kg
e mB = 3 kg, está sujeito à força de 20 N e se desloca
sobre superfície horizontal sem atrito, como mostra a
figura. Determine:
a) a aceleração do sistema;
FM CP
b) a intensidade da força de tração no fio.
F = 20 N
A B
CP
A PA PB
→ →
FR = m . a FR = (2 + 3) . a 20 = 5 . a a = 4 m/s 2
B (Esta aceleração tem o mesmo sentido da força resultante
B A que age no sistema.) a
Para calcular a intensidade NA
Exemplos de sistemas de corpos que se movimentam em conjunto
da força de tração no fio, isola-se
Primeiramente se identificam as forças externas e in-
um dos corpos. O resultado será A T
ternas ao sistema. As forças internas, como conseqüência
o mesmo, independentemente do
da terceira lei de Newton, aparecem sempre aos pares,
corpo isolado. Neste caso isolare-
com módulos iguais e sentidos contrários (ação e reação). PA
mos o bloco A.
Por essa razão, as forças internas não têm influência na
Observe as forças que agem no bloco A: seu peso,
aceleração do sistema como um todo; ela é determinada
a reação normal e a força de tração no fio. Como peso e
exclusivamente pela resultante das forças externas.
normal se anulam, a resultante das forças que agem no
corpo A é apenas a tração no fio. Física 1M2 17
→
FR =m.a
→
T = 2 . (4) T=8N
17/32
Para a resolução de problemas envolvendo
sistemas de corpos, siga os passos: 2. Uma força horizontal F = 10 N é aplicada ao bloco A
1. Considere, inicialmente, o sistema de corpos como de massa 6 kg, que está encostado em outro bloco B de
um único corpo, cuja massa é igual à soma das massas massa 4 kg, como mostra a figura. Se os blocos deslizam
dos corpos do sistema. Calcule a aceleração dele pela sobre um plano horizontal sem atrito, determine a ace-
→ →
segunda lei de Newton (FR = m . a ), em que FR é a re- leração do sistema e a intensidade da força de contato
sultante das forças externas ao sistema, e m, a massa entre os blocos.
total do sistema.
2. Isole um dos corpos e determine a intensidade das F = 10 N A
B
forças internas (tração ou força de contato) do sistema,
→ →
utilizando a segunda lei, FR = m . a , porém sendo FR a Para determinar a aceleração do sistema, conside-
resultante das forças que agem no corpo isoladamente ram-se a resultante das forças externas ao sistema e a
e m a massa desse corpo. massa total do sistema.
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Como não há atrito, a resultante das forças externas Para calcular a intensidade da força de contato en-
Dinâmica I
Segunda lei de Newton
ao sistema é igual a 10 N, uma vez que os pesos de A e B tre os blocos, isola-se um dos corpos. O resultado é o
são anulados pelas respectivas reações normais. Observe mesmo, independentemente do corpo isolado. Observe
a representação das forças que agem no sistema. que, se A exerce uma força de contato em B (FAB), este
→
a reage com força de mesmo módulo e sentido contrário
NA (FBA). Isolaremos, neste caso, o corpo B.
NB NB
F FAB
FAB
FBA
PA PB PB
→ → Forças que agem no bloco B: seu peso, a reação
FR = m . a FR = (6 + 4) . a 10 = 10 . a a = 1 m/s 2
(Esta aceleração tem o mesmo sentido da força resultante normal e a força de contato que A exerce em B (FAB).
que age no sistema.) Como peso e normal se anulam, a resultante das forças
que agem no corpo B é apenas FAB.
→ →
FR = m . a FAB = 4 . (1) FAB = 4 N (A força de
contato entre os blocos é 4 N.)
1. Dois corpos A e B, de massas mA = 3 kg e mB = 7 kg, estão ligados por um fio ideal que passa por uma po-
lia, conforme a figura. O corpo A desliza sobre uma superfície horizontal sem atrito. Considerando g = 10 m/s2, determine:
a) a aceleração dos corpos;
NA Neste caso, o peso do corpo que está suspen-
b) a intensidade da tração no fio. so (PB) é a força resultante do sistema.
→ →
T a) FR = m . a
A FR = (3 + 7) . a
A
70 = 10 . a a = 7 m/s2
T b) Isolando o corpo A:
PA
→ →
FR = m . a
B
T = 3 . (7) T = 21 N
B NA
PB
T
PA
Orientação ao pro-
fessor — No estudo
do plano inclinado,
demonstre que ele é
uma espécie de má-
quina, visto facilitar
2. A figura ilustra uma máquina de Atwood, em que as massas mA = 0,5 kg e mB = 2,0 kg são suspensas por um
18 Física 1M2 fio ideal a uma polia de massa desprezível e sem atrito. Considerando a aceleração da gravidade 10 m/s 2, calcule a
18/32 aceleração dos corpos e a tração no fio que os une.
FR = mT . a Isolando B:
cer tas tarefas. A de-
PB – PA = (mA+ mB) . a FR = mB . a
dução matemática das
20 – 5 = 2,5 . a PB – T = mB . a
componentes normal e
a = 6 m/s2 20 – T = 2 . 6
tangencial do peso é im-
T=8N
portante para o melhor
entendimento. Pode-se B
aumentar gradativamente A
o ângulo de inclinação do
plano e concluir que a
componente tangencial
também aumenta. Se os
alunos já conhecerem a
função seno, pode-se
fazer um trabalho pa-
ralelo com a disciplina
de matemática.
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Plano inclinado
Dinâmica I
Segunda lei de Newton
Funcionários de uma companhia Para erguer o mesmo corpo da situação anterior num
de mudanças pretendem colocar um plano inclinado, é necessário fazer uma força que seja, no
piano de 200 kg no caminhão. Para mínimo, igual à componente tangencial do peso, isto é,
facilitar a tarefa, eles utilizam uma fica mais fácil erguer o corpo utilizando plano inclinado.
rampa, conforme a figura. Como
os planos inclinados podem
diminuir a força necessária
para erguer os objetos?
→ N
Quando um corpo é apoiado sobre uma superfície F = PT
horizontal, a força normal equilibra o peso.
→
N →
PT
→
PN →
P
→
P Quanto menor o ângulo de inclinação do plano, menor
Para erguer verticalmente esse corpo, deve-se fazer uma a componente tangencial do peso.
força que tenha, no mínimo, a intensidade do seu peso.
→ →
PT PN →
PT
P →
PN
F=P P
DEDUÇÃO TRIGONOMÉTRICA
→
P
DAS COMPONENTES DO PESO Física 1M2 19
Suponha um corpo de massa m no topo de um plano 19/32
inclinado que tem ângulo de inclinação α com a horizontal.
Para resolver essa situação, decompõe-se a força-peso em Representação das componentes PN e PT do peso
duas componentes: PN (peso normal), componente perpendi- desse corpo:
cular ao plano; e PT (peso tangencial), componente paralela
ao plano. A normal (N) é anulada pela componente (PN), e a
componente (PT) faz o bloco descer o plano inclinado.
→ →
→ N PT
a →
PN
→
P
→
PT α
→
PN Obtém-se triângulo retângulo em que a hipotenusa é
→ o peso (P) e os catetos, (P N) e (PT).
P
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Da trigonometria, tem-se:
Dinâmica I
Segunda lei de Newton
Cateto oposto P →
sen α = = T PN
Hipotenusa P → α 1. (UFPR) No sistema em equilíbrio abaixo
P
Logo: PT = P . sen α figurado, a massa do corpo A é 5 kg. Des-
prezando o atrito, determinar, em quilogramas, a massa
Cateto adjacente P
cos α = = N →
PT do corpo B (g = 10 m/s2).
Hipotenusa P
Logo: PN = P . cos α
Quanto maior o ângulo, maior o valor de seu seno, B
logo quanto maior α, maior o valor da componente
tangencial do peso, ou seja, mais difícil de erguer o corpo. A
30°
ACELERAÇÃO DO CORPO
EM PLANO INCLINADO Em equilíbrio, temos:
PA = PBx
Quando um corpo é abandonado do alto do plano
mA . g = mB . g . sen 30°
inclinado sem atrito, qual a sua aceleração? 1
5 = mB . → mB = 10 kg
→ N 2
a=?
P . sen α = m . a 30°
m . g . sen α = m . a FR = m . a Cálculo da tração
a = g . sen α P1x – P2 = (m1 + m2) . a T – P2 = m2 . a
m1 . g . sen 30° – m2 . g = (m1 + m2) . a T – 20 = 2 . 2
A aceleração adquirida pelo corpo no plano inclinado
1 T = 24 N
independe da massa desse corpo. 80 . – 20 = 10 . a
2
a = 2 m/s2
Dinâmica I
Segunda lei de Newton
Utilidade do plano inclinado erguer o carrinho? Justifique.
Roteiro: No primeiro caso. A menor força necessária para erguer o carrinho tem módulo
1. Prendam um carrinho na extremidade do dinamômetro igual ao seu peso. Colocando a rampa, deve-se vencer unicamente a componente
e o levantem do chão até uma cadeira.
tangencial do peso.
2. Leiam o dinamômetro para verificar a força necessária
para erguê-lo.
3. Em seguida, usem uma tábua para fazer a rampa da
cadeira até o chão.
4. Levantem o carrinho pela rampa e leiam novamente
a marcação do dinamômetro.
1. A figura mostra algumas posições de um carro 3. Considere um caminhão, com mesma velocidade e mesmo
em movimento. O intervalo de tempo entre duas posições con- sistema de freios. Em que condições, carregado ou descarregado,
secutivas é o mesmo. Pode-se concluir que existe força atuando ele percorre distância maior durante a freagem? Explique.
nesse carro? Justifique. Carregado. O caminhão carregado possui maior inércia e por isso percorre maior
Sim. Como o intervalo de tempo entre duas posições sucessivas é o mesmo, sabe-
se que o carro não se desloca com velocidade constante. Assim, pela segunda lei 4. A afirmativa seguinte é feita por alguém que nunca estudou
física: Para suspender este corpo, tive que exercer nele uma força
de Newton, quando há aceleração é porque existe uma força resultante não-nula na de 20 kg.
a) Aponte o erro que essa pessoa está cometendo.
mesma direção da aceleração.
Quilograma (kg) é uma unidade de massa, não de força.
Física 1M2 21
b) Indique duas maneiras possíveis de expressar correta- 21/32
2. Suponha que uma pessoa arremesse uma bola de borracha mente a força que a pessoa exerceu.
e outra de ferro (de tamanhos iguais), exercendo em ambas o Tive que exercer nele uma força de 200 N.
mesmo esforço muscular.
a) Qual delas irá adquirir maior aceleração? Por quê? Tive que exercer nele uma força de 20 kgf.
A bola de borracha. Exercendo mesma força em dois corpos, o de menor massa
Dinâmica I
Segunda lei de Newton
de um corpo na Terra (Fig. 1) e na Lua (Fig. 2), encontrando os reta com velocidade constante, então, naquele instante,
valores 4,9 N e 0,80 N, respectivamente. Sendo a aceleração da a resultante de todas as forças que atuam no corpo é
gravidade na superfície da Terra 9,8 m/s 2, determine: uma constante não-nula em módulo.
32) A lei da ação e reação diz que a força de reação é igual
e oposta ao que se denomina ação, desde que ambas
estejam sempre aplicadas no mesmo corpo.
64) Dois corpos que possuem as mesmas massas inerciais,
animados de movimentos retilíneos, estarão sujeitos a
acelerações iguais, em módulo, quando a resultante
das forças que sobre ele atuarem possuírem a mesma
intensidade.
70 (02+04+64)
10. Um corpo de massa 2 kg recebe, a partir do repouso, a ação de
uma força constante de módulo 8 N com a mesma orientação do des-
locamento que vai ocorrer. Desprezando os atritos, some as corretas.
01) A aceleração adquirida pelo corpo é 4 m/s 2.
02) A distância percorrida pelo corpo nos primeiros 3 se-
a) a massa do corpo; gundos de ação da força vale 36 m.
Na Terra: P = m . g 4,9 = m . 9,8 m = 0,5 kg 04) A unidade de força N equivale à unidade kg . m/s 2.
08) Se dobrarmos o valor da força, a aceleração e a massa
b) a aceleração da gravidade na superfície da Lua. também vão dobrar.
16) O movimento do corpo é retilíneo e uniforme.
P=m.g 0,80 = 0,5 . gL gL = 1,6 m/s2 32) A aceleração adquirida pelo corpo é inversamente
proporcional à sua massa.
7. Uma pessoa está sobre a balança presa ao piso de um 37 (01+04+32)
elevador. O elevador está subindo, ao mesmo tempo que sua FR = m . a 8=2.a a = 4 m/s2
velocidade está sendo reduzida. Nessas condições, pode-se ∆x = v0 . t + a . t2/2 ∆x = 0 + 4 . (3)2/2 ∆x = 18 m
dizer que a balança indica valor maior, menor ou igual ao peso
real da pessoa? Justifique. 11. Uma força horizontal, de intensidade 30 N, atua sobre um
Indica valor menor do que o peso real, pois o sentido da aceleração do elevador é
corpo que, inicialmente, se encontra em repouso sobre superfície
lisa e horizontal. Após 2 segundos, sua velocidade é 30 m/s.
para baixo, e o peso supera a reação normal. Calcule a massa do corpo.
v = v0 + a . t 30 = 0 + a . (2) a = 15 m/s2
FR = m . a 30 = m .15 m = 2 kg
Dinâmica I
Segunda lei de Newton
15. (Unijuí—RS) Um corpo de massa 1,0 kg 20. (UFRJ) Em uma festa junina, um menino de massa igual a
recebe, a partir do repouso, a ação de uma força constante 40 kg desliza para baixo, abraçado a um pau-de-sebo vertical,
de 3,0 N com a mesma orientação do deslocamento que vai com aceleração constante de 2,0 m/s 2. O pau-de-sebo exerce
ocorrer. Desprezando a existência de qualquer atrito, determine sobre o menino uma força resultante de componente vertical F,
a distância percorrida nos primeiros 4,0 s de ação da força: com sentido de baixo para cima. Considerando g = 10 m/s 2,
a) 3,0 m at 2 calcule o módulo da força F.
b) 12,0 m F=m.a x = v0t +
2 FR = m . a
c) 24,0 m 3=1.a
400 – F = 40 . (2)
3 . 42
d) 48,0 m a = 3 m/s2 x=0+ → x = 24 m
2 400 – F = 80
e) NRC
F = 320 N
(PUC—RS) As questões 16 e 17 referem-se ao enunciado a seguir:
Um automóvel de 1 000 kg de massa, movendo-se com veloci-
dade de 20 m/s, é freado, tendo sua velocidade uniformemente
diminuída e parando após percorrer mais 25 m.
18. Os conceitos de massa e peso são confundidos no cotidiano. 22. A figura ilustra três corpos, A, B e C, unidos por fio inextensível
Aprendemos neste capítulo os significados físicos de massa e e de massa desprezível. As massas dos corpos são, respectiva-
peso. Lembrando esses conceitos, determine a soma das alter- mente, iguais a 10 kg, 15 kg e 25 kg. A intensidade da força F é
nativas corretas. 100 N, e o atrito entre os corpos e a superfície, desprezível.
01) A massa de uma pessoa será menor na Lua do que na
Terra, pois naquela a aceleração da gravidade é menor. F
A B C
02) Num planeta onde a aceleração da gravidade vale
25 m/s2, o peso de uma pessoa de 70 kg de massa
Com base nos dados, determine:
será 1 750 N.
a) a aceleração do sistema;
04) A frase Estou pesando 60 quilos está incorreta fisica-
b) a tração em cada fio.
mente.
a) Considerando inicialmente a massa total do sistema:
08) O peso de um corpo é inversamente proporcional à ace- FR = m . a 100 = (10 + 15 + 25) . a a = 2 m/s2
leração gravitacional do local onde ele se encontra. b) Isolando o bloco A:
16) Massa é uma grandeza escalar; peso é uma grandeza FR = m . a T = 10 . (2) TAB = 20 N (fio que une A e B)
vetorial.
32) Se um corpo for abandonado de certa altura, quanto
Isolando o bloco C: Física 1M2 23
maior sua massa, menor o tempo de queda, sendo
FR = m . a 100 – T = 25 . (2) TBC = 50 N (fio que une B e C)
23/32
desprezada a resistência do ar. 23. No sistema figurado, as massas dos blocos A, B e C são
64) Peso do corpo é a força de atração gravitacional exercida respectivamente iguais a mA = 6 kg, mB = 4 kg e mC = 10 kg.
sobre ele. Desprezando o atrito e considerando g = 10 m/s 2, calcule a
86 (02+04+16+64) intensidade:
19. Um corpo de massa 2 kg é puxado verticalmen- a) da aceleração dos corpos.
te para cima através de uma força de 25 N. Determine b) das trações nos fios.
a aceleração adquirida pelo corpo, considerando g = 10 m/s 2. C
Além da força F = 25 N, atua sobre o corpo a força peso, que é calculada pela
equação:
P = m . g = 2 . 10 →
A B
P = 20 N F = 25 N
As forças que atuam no corpo são: a) Considerando inicialmente a massa total do sistema:
FR = m . a 60 – 40 = (6 + 4 + 10) . a a = 1 m/s2
A aceleração é determinada pela resultante das forças: →
b) Isolando o bloco A:
P = 20 N
F–P=m.a FR = m . a 60 – T = 6 . (1) TAC = 54 N (fio que une A e C)
25 – 20 = 2 . a Isolando o bloco B:
5 = 2 . a → a = 2,5 m/s2 FR = m . a T – 40 = 4 . (1) TBC = 44 N (fio que une B e C)
MENU PRINCIPAL
24. (Unimep—SP) Um bloco de massa 5 kg é arrastado ao longo 25. No sistema, o atrito entre os blocos e o plano na roldana
Dinâmica I
Segunda lei de Newton
de um plano inclinado sem atrito, conforme a figura. Para que o é desprezível. Sendo m A = 20 kg, mB = 30 kg e g = 10 m/s2,
bloco adquira uma aceleração de 3 m/s 2 para cima, qual deverá determine:
ser a intensidade de F? a) a aceleração do sistema.
(Dados: sen θ = 0,8 cos θ = 0,6 g = 10 m/s2) b) a tração no fio.
→
F
A
m
θ
30°
FR = m . a F – PT = m . a F – 30 = 5 . (3) F = 45 N
PT = 50 . sen θ PT = 30 N a) Considerando inicialmente a massa total do sistema:
FR = m . a PTB = (20 + 30) . a
150 = 50 . a a = 3 m/s2
PTB = 300 . sen 30° PTB = 150 N
b) Isolando o bloco A:
FR = m . a T = 20 . (3) T = 60 N
26. (Unicamp—SP) Um vagão de massa 28. (OBF) Um plano inclinado com rodinhas tem→
massa 2,0 kg
M = 3 000 kg parte do repouso e movimenta-se sobre um trilho (ver figura). O plano é puxado por uma força F horizontal que
horizontal graças à ação de uma força resultante horizontal de lhe imprime uma aceleração constante, de modo a fazer com
6 000 N. que o bloco de massa 0,6 kg permaneça em repouso em relação
a) Calcule a aceleração do centro de massa do vagão. à superfície do plano. Despreze quaisquer fontes de atrito.
b) Calcule a velocidade angular das rodas do vagão
no instante t = 10 s. Admita que as rodas têm raio
R = 0,4 m e rolam sem deslizar.
a) FR = m . a
6 000 = 3 000 . a → a = 2 m/s2
→
b) Supondo que o movimento do vagão seja retilíneo, calculamos sua 60° F
velocidade no instante 10 s.
v = v0 + at
v = 0 + 2 . 10 → v = 20 m/s
v=ω.R Na força normal N1 que atua no bloco e a soma N2 das forças
20 = ω . 0,4 → ω = 50 rad/s normais que a superfície horizontal exerce sobre as rodinhas
têm módulos respectivamente iguais a:
27. Num local em que a aceleração gravitacional tem módulo a) N1 = 12 N e N 2 = 26 N PT = 6 . sen 60° = 3 3 N
10 m/s2, dispõe-se o conjunto representado, no qual o atrito é b) N1 = 3 N e N 2 = 20 N
PN = 6 . cos 60° = 3 N
desprezível; a polia e o fio, ideais. Nessas condições, qual é a c) N1 = 4 3 N e N2 = 26 N
intensidade da força que o bloco A exerce no bloco B? Fx = PT = 3 3 N
d) N1 = 3 3 N e N2 = 20 N
(Dados: m A = 6 kg, m B = 4 kg, m C = 10 kg, sen α = 0,6, e) N1 = 3 N e N 2 = 26 N Fy = PT . tg 60° = 9 N
cos α = 0,8) Fx N1 = PN + Py = 12 N
N2 = (2, 6) . 10 = 26 N
24 Física 1M2 –F
24/32 Fy
PT
PN P F
A B
C
α 29. Dois blocos de massas m1 = 2 kg e m2 = 4 kg são ligados
por fio inextensível de massa desprezível, conforme a figura. Um
segundo fio é ligado ao bloco superior. Aplica-se ao segundo fio uma
força. Pede-se a intensidade da força F para que a aceleração dos
PC = 100 N PTA = 60 . (0,6) = 36 N PTB = 40 . (0,6) = 24 N
blocos seja dirigida para cima e igual a 2 m/s2. Qual a intensidade
Considerando inicialmente a massa total do sistema: da força de tração no fio entre os blocos? Dado g = 10 m/s2
FR = m . a PC – PTA – PTB = (6 + 4 + 10) . a 40 = 20 . a →
F a) Considerando inicialmente a massa total do sistema:
a = 2 m/s2
FR = m . a F – 60 = (2 + 4) . 2 F = 72 N
Isolando o bloco B para calcular a força de contato entre A e B (FAB): m1
FR = m . a FAB – 24 = 4 . (2) FAB = 32 N b) Isolando o bloco m2:
T – 40 = 4 .(2) T = 48 N T = 48 N
m2
Forças
Forças
MENU PRINCIPAL
Dinâmica I
resistivas
resistivasCinturões Se todas as pistas fossem lisas, secas e
de reforço
homogêneas, não haveria necessidade de ra-
nhuras, ou bandas, na superfície dos pneus. Os
pneus sem bandas, com uma aderência maior
à pista e, portanto, melhor tração, superariam
o desempenho dos pneus com bandas em pis-
tas secas. Mas as pistas nunca são perfeitas.
Em pistas molhadas, uma perigosa camada
Corpo do de água pode se formar entre sua superfície
pneu
e o pneu sem bandas, causando derrapagens
e acidentes. Os pneus com bandas drenam a
água com segurança e são mais estáveis em
pistas acidentadas ou com curvas.
Em pistas
molhadas, um
pneu com poucas
Talão ranhuras, ou
sem nenhuma,
empurra a água
para a frente e
Orientação ao profes-
desliza sobre a
sor — O projeto Ram-
água entre ele e
pa de atrito pertence
Camada a pista, condição
a esta unidade
interna perigosa
conhecida como
aquaplanagem.
Física 1M2 25
25/32
Banda
Um pneu com
bandas drena a
água por suas
ranhuras e se
mantém em
contato com a
pista, reduzindo
os riscos de
aquaplanagem.
Forças resistivas
Dinâmica I
Imagine-se tentando deslizar o não desliza em relação à superfície, a ser força de atrito cinético (F a c),
bloco nesta superfície horizontal. porque surge uma força de atrito con- dinâmico ou cinemático.
Olhando ao microscópio as su- trária à tendência do movimento, que →
F
perfícies em contato, verá que elas equilibra a força externa.
→
não são perfeitamente lisas, ou seja, A força de atrito que atua en- Fac
possuem imperfeições que dificultam quanto não houver movimento é a
o deslizamento. força de atrito estático (Fa e). No instante em que o corpo entra
em movimento, a força de atrito passa
→
→
F F a ser força de atrito cinético (F a c),
→
Fae
dinâmico ou cinemático.
A experiência mostra que a força
Enquanto houver tendência de de atrito cinético tem intensidade
movimento, a força de atrito estático menor que a força de atrito estático
é igual à força solicitadora. máxima, sendo quase constante.
Logo, ao tentar deslizar o bloco Fae = F Mesmo que a força solicitadora
nessa superfície, notará o apareci- deixe de atuar, a força de atrito cinético
mento da força que age no sentido Aumentando gradativamente a continua existindo até o corpo parar.
de se opor ao escorregamento. Essa intensidade da força solicitadora F, Observe a análise feita na forma
é a força de atrito. haverá um instante em que o corpo de gráfico.
ficará na iminência de entrar em movi- Fat
A força de atrito age no sentido mento. A partir daí, qualquer aumento Iminência de movimento
Fae máx
de impedir o deslizamento de duas da intensidade da força F é suficiente Movimento
Fac o
superfícies. us
para mover o corpo. Isso acontece Re
po
repouso, sem tendência de movimento, Nesse instante, a força solicita- Iminência Movimento
de movimento
mesmo sobre superfície rugosa, a força dora tem intensidade igual à força de
Repouso
de atrito não se manifesta, isto é, a atrito estático máxima (F a e max).
força de atrito é nula. Fae = Fae max = F Repouso
26 Física 1M2
26/32
Leis do atrito
Para determinar a intensidade da força de atrito que age entre duas superfícies, primeiramente se faz a seguinte
pergunta: Do que depende a força de atrito?
COEFICIENTE DE ATRITO
A natureza das superfícies de contato é um fator relevante. Deslizar, por exemplo, um bloco de madeira sobre
superfície de asfalto é bem mais difícil do que o deslizar numa pista de gelo.
Superfície
Superfície de asfalto
de gelo
A superfície do asfalto é mais irregular que a superfície do gelo, oferecendo mais resistência ao deslizamento do bloco de madeira.
MENU PRINCIPAL
Associa-se a aspereza de duas superfícies pela Para a situação de atrito estático:
Forças resistivas
Dinâmica I
constante coeficiente de atrito (µ). Quanto mais Fae máx = µ e . N
ásperas as superfícies, maior também o valor do co-
eficiente de atrito. Não existe coeficiente de atrito de Quando o corpo estiver em movimento, calcula-se a
uma única superfície, mas de um par de superfícies força de atrito cinético por meio da fórmula
em contato. Fac = µ c . N
Para diferenciar as situações de atrito estático e
cinético descritas anteriormente, analisam-se separa-
damente os coeficientes de atrito estático (µe) e cinético
(µ c ). Para o mesmo par de superfícies, o coeficiente Força de atrito não depende da área das
de atrito estático é sempre maior que o coeficiente de superfícies em contato nem, dentro de cer-
atrito cinético, porque é mais difícil iniciar o movimento tos limites, da velocidade relativa das superfícies em
do que mantê-lo. contato.
Tabela com os valores dos coeficientes de atrito →
de alguns pares de superfícies (valores obtidos expe- F
→
fa
rimentalmente):
Materiais em contato µe µc
Área de contato
Aço sobre aço 0,7 0,6
Alumínio sobre aço 0,6 0,5
Bronze sobre aço 0,5 0,4 →
F
Cobre sobre ferro fundido 1,1 0,8
Madeira sobre madeira de 0,3 a 0,5 0,2 →
fa Área de contato
Forças resistivas
Dinâmica I 1. Um caixote de massa 20 kg está apoiado 3. Um automóvel desloca-se à velocidade de 108 km/h.
sobre uma superfície horizontal e encontra-se inicialmente Ao acionar os freios, o motorista percebe que o carro pára
em repouso. Uma pessoa aplica sobre o caixote uma após 10 s. Sendo g = 10 m/s 2, determine o coeficiente
força F também horizontal, como mostra a figura. Os de atrito entre os pneus e o asfalto.
coeficientes de atrito estático e cinético entre o caixote v = v0 + a . t 0 = 30 + a . 10 a = –3 m/s2
F R = Fa m . a = –µ . N m . a = –µ . m . g
e a superfície valem, respectivamente, µ e = 0,5 e a = –µ . g –3 = –µ . 10
µ c = 0,4. Considerando g = 10 m/s 2, determine a ace- µ = 0,3
leração do bloco quando o valor da força solicitadora F
for igual a:
→
a) F = 90 N F
b) F = 180 N
4. Um bloco de massa 5 kg é abandonado do alto do
plano inclinado num ângulo de 37° com a horizontal,
Fae máx = µ e . N = 0,5 . (200) = 100 N (Até 100 N de força solicitadora o corpo conforme mostra a figura. Sabendo que o coeficiente
não se move.) de atrito entre o bloco e o plano é 0,4, determine a
Fac = µ c . N = 0,4 . (200) = 80 N (Quando o bloco se move, a força de atrito vale aceleração com a qual o bloco desce o plano. (Dados:
80 N.)
sen 37° = 0,6 e cos 37° = 0,8)
a) F = 90 N como F < Fae máx a = 0 m/s2
Após a resolução do problema, responda às questões.
b) F = 180 N FR = 180 – 80 = 100 N
FR = m . a 100 = 20 . a a = 5 m/s2 Essa aceleração depende da massa do bloco?
Deduza uma fórmula para calcular a aceleração dos
corpos num plano inclinado com atrito.
N
2. Determine o valor da aceleração e da tração no fio
do sistema figurado. Dados: g = 10 m/s 2, mA = 6 kg, Fa
mB = 4 kg, µ = 0,4 PT
PN P
F = 50 N
B A
PT = 50 . sen 37° = 30 N
PN = N = 50 . cos 37° = 40 N
FR = m . a F R = P T – Fa Fa = µ . N = 0,4 . 40 = 16 N
FaA = µ . NA = 0,4 . (60) = 24 N Isolando o corpo B: P T – Fa = m . a FR = m . a
FaB = µ . NB = 0,4 . (40) = 16 N FR = mB . a | . g . sen α – µ . m| . g . cos α = m| . a
m PT – Fa = m . a
a = g(sen α – µ . cos α) 30 – 16 = 5 . a
Considerando todo o sistema: T – 16 = 4 . (1) a = 2,8 m/s2
FR = 50 – 24 – 16 = 10 N T = 20 N
FR = m . a 10 = 10 . a Observação — a aceleração independe da massa.
a = 1 m/s2
Ângulo de atrito
28 Física 1M2 Quando um corpo é abandonado do plano, a componente do peso Assim:
28/32 sobre plano inclinado sem atrito, ad- na direção do plano não é suficiente N = PN = P . cos θ
quire um movimento acelerado, pois para vencer a força de atrito, e o Fa = PT = P . sen θ
fica sujeito a uma força resultante diri- movimento não ocorre.
P . sen θ = µ . P . cos θ
gida para baixo, na direção do plano. Ao aumentar gradativamente a
→
inclinação (θ) do plano, haverá um sen θ
N µ =
instante em que o corpo ficará na cos θ
→
Fa
iminência de deslizar. A partir disso, µ = tg θ
→
θ
qualquer aumento no ângulo θ será
PT Ângulo θ → ângulo de atrito ou
suficiente para mover o corpo. Nesse
→ ângulo crítico
PN instante, a força de atrito estático
→ Se a inclinação do plano for
P é máxima, sendo calculada pela
θ maior que o ângulo crítico, o corpo
expressão Fa = µ . N
adquire movimento acelerado, e o
Isso não acontece se houver Como ainda não há movimento,
atrito passa a ser cinético.
atrito. Dependendo da inclinação o corpo encontra-se em equilíbrio.
MENU PRINCIPAL
O atrito pode ser útil
Forças resistivas
Dinâmica I
Força de atrito sempre se opõe à tendência de escorregamento de duas superfícies. Normalmente o atrito é
considerado força prejudicial, que atrapalha o movimento, porém pode ser útil: sem ele seria impossível a realização
de várias tarefas.
1. Em dias chuvosos, os motoristas precisam ter Na posição da figura 1, o operário está aumentando a força de contato entre os blocos
mais atenção, porque os automóveis derrapam ou patinam com
e, conseqüentemente, a força de atrito.
mais facilidade. Dê uma explicação física para esse fato.
O coeficiente de atrito entre a borracha dos pneus e o asfalto é menor quando eles
estão molhados. Por isso, a força de atrito responsável pela aderência do carro
4. (UFPel—RS) As rodas de um automóvel que procura mo-
diminui em dias chuvosos. vimentar-se para frente exercem claramente forças para trás
sobre o solo. Para cientificar-se disso, pense no que acontece
se houver uma fina camada de areia entre as rodas e o piso.
Explique como é possível, então, ocorrer o deslocamento do
2. Alguns motoristas que andam em estradas de barro cos- automóvel para frente.
tumam carregar sacos de areia na carroceria de seus veículos As rodas empurram o chão para trás, e pelo princípio da ação e reação, o chão empurra
para evitar que as rodas patinem na pista molhada. Explique
fisicamente o porquê desse procedimento. as rodas para frente. Essa atividade não seria possível sem o atrito.
O saco de areia aumenta a força de contato entre a superfície do pneu e a pista,
Física 1M2 29
29/32
aumentando a força de atrito.
5. (UFSC) No que diz respeito ao atrito, é correto afirmar:
01) É uma coisa extremamente inútil em qualquer circuns-
tância prática.
3. Um operário tenta empurrar um caixote sobre um plano 02) É um dos fatores que mais contribuem para o deslocamen-
horizontal (Fig. 1), mas não consegue colocá-lo em movimento. to de diversos tipos de equipamentos e utensílios, como
Intuitivamente ele se agacha empurrando o caixote (Fig. 2) e, engrenagens mecânicas, solas de sapato, pneus, etc.
nesse caso, com o mesmo esforço, ele consegue realizar a tarefa. 04) Se o atrito não existisse, teríamos muita dificuldade para exe-
Explique por quê. cutar determinadas tarefas, como, por exemplo, caminhar.
08) A força de atrito a que um dado corpo se acha submetido
é proporcional à força normal que a superfície exerce
sobre o corpo.
16) O coeficiente de atrito cinético é proporcional à velo-
→
→
F cidade adquirida por um corpo, e sua unidade no SI é
F N . m/s.
32) O coeficiente de atrito cinético é sempre numericamente
superior ao coeficiente de atrito estático. 14 (02+04+08)
MENU PRINCIPAL
6. Explique por que é mais difícil iniciar o movimento de um 9. Um corpo de massa 5 kg encontra-se em repouso sobre
Forças resistivas
Dinâmica I
bloco sobre uma superfície do que mantê-lo. uma superfície horizontal, cujo coeficiente de atrito vale 0,50.
O coeficiente de atrito estático é sempre maior que o cinético. Aplica-se sobre ele uma força horizontal de módulo igual a 45 N.
Supondo que o corpo entre em movimento e considerando
g = 10 m/s2, determine:
a) a aceleração do corpo;
b) a distância percorrida por ele após 5 s de aplicação da
força.
7. (UFPel—RS—Adaptado) Três estudantes, Rogério, Fábio µ = 0,5 m = 5 kg ∆x = v0 . t + a . t2/2
e Miriam, ao passar por uma construção, percebem uma caixa Fa = µ . N = 0,5 . (50) = 25 N ∆x = 0 . (5) + 4 . (5)2/2
de argamassa apoiada sobre uma rampa sem deslizar sobre FR = 45 – 25 = 20 N ∆x = 0 + 50 ∆x = 50 m
ela. Os três estudantes passam a discutir o equilíbrio da caixa. FR = m . a 20 = 5 . a
Rogério afirma que a caixa não escorrega, porque o valor da a = 4 m/s2
força de atrito entre ela e a rampa é igual ao valor do peso da
caixa. Fábio afirma que o valor da força de atrito entre a caixa e
a rampa é menor que o valor do peso da caixa e, mesmo assim,
ela não escorrega. Miriam afirma que o equilíbrio da caixa só
ocorre porque a força de atrito entre ela e a rampa tem módulo 10. (UniSantos—SP) Lança-se um corpo num plano horizontal
maior que o valor do seu peso. com velocidade v 0 = 10 m/s. O corpo desloca-se sobre o plano
e estará em repouso após 10 s. Dado g = 10 m/s2, o coeficiente
de atrito entre o corpo e a superfície é:
t1 = 0 t2 = 10 s
v0 = 10 m/s v=0
→
F
v = v0 + a . t FR = m . a
a) 0,1
Observe atentamente a situação descrita, responda às 0 = 10 + a . 10 –Fa = m . a
b) 0,2 a = –1 m/s2 –µ . m/ . g = m/ . a
questões seguintes e justifique suas respostas. c) 0,4 –µ . 10 = –1
a) Qual dos estudantes teve a melhor argumentação do d) 0,5 µ = 0,1
ponto de vista da física?
Fábio. 11. (PUC—PR) Um bloco percorre uma trajetória retilínea com
→
velocidade v = 20 m/s constante sobre uma superfície lisa. Num
b) Acrescentando mais argamassa à caixa, altera-se o dado ponto P, a superfície torna-se rugosa, e o coeficiente de
coeficiente de atrito entre ela e a rampa? atrito cinético entre ela e o bloco é igual a 0,4. Após quanto tem-
po, contado a partir de P, o bloco irá parar? Use g = 10 m/s 2.
Não. O coeficiente de atrito depende apenas da natureza das superfícies em
→
v
contato. Sentido do movimento
Forças resistivas
Dinâmica I
13. Dois blocos A e B de massas respectivamente 17. (PUC—PR) A figura representa um caminhão parado em
iguais a 3 kg e 7 kg apóiam-se sobre uma mesa horizontal. O uma rodovia plana. Sobre a carroceria do caminhão se encontra
coeficiente de atrito entre os blocos e a mesa vale 0,4. Aplicando uma caixa com massa de 20 kg. O coeficiente de atrito estático
ao primeiro bloco uma força horizontal constante, de intensidade entre a caixa e a carroceria do caminhão é µ. Em um determinado
F = 50 N, e supondo g = 10 m/s 2, pede-se: instante, o caminhão arranca com uma aceleração constante a.
a) o módulo da aceleração adquirida pelo sistema.
b) a intensidade da força de tração no fio.
a
F = 50 N
A B
Forças resistivas
Dinâmica I 20. (UFPR) Na figura está esquematizada uma 23. (Unifor—CE) O movimento
diversão muito comum em áreas onde existem dunas de areia. do carrinho B, numa pista ho-
Sentada sobre uma placa de madeira, uma pessoa desliza pela rizontal, faz com que a caixa A A
B
encosta de uma duna, partindo do repouso em A e parando não caia, estando encostada na
em C. Suponha que o coeficiente de atrito cinético entre a ma- parede vertical do carrinho.
deira e a areia seja constante e igual a 0,40, ao longo de todo Despreze qualquer ação do
o trajeto AC. Considere que a massa da pessoa em conjunto ar. Marque as alternativas corre-
com a placa seja de 50 kg e que a distância AB, percorrida na tas e some os seus valores.
descida da duna, seja de 100 m. 01) Se não houvesse atrito, a caixa não poderia permanecer
em repouso em relação ao carrinho.
02) A força normal exercida pela parede é a força resultante
A sobre a caixa.
04) O peso é a força resultante sobre a caixa.
60 m 08) A força normal da parede é necessariamente maior que
o peso da caixa.
16) A aceleração do carrinho deve ser no mínimo a = g/µ,
B C sendo g a aceleração gravitacional e µ o coeficiente de
Em relação às informações, é correto afirmar: atrito estático.
01) A força de atrito ao longo do trajeto de descida (AB) 19 (01+02+16)
é menor que a força de atrito ao longo do trajeto ho- 02) P = Fa
rizontal (BC). 04) É falso, pois iria cair.
g
02) A velocidade da pessoa na base da duna (posição B) 16) P = Fa m/ . g = µ . m/ . a a=
µ
é de 15 m/s.
24. (PUC—PR) Um caminhão “cara-chata” desloca-se em estrada
04) A distância percorrida pela pessoa no trajeto BC é de
retilínea e sem aclives com velocidade constante. Na frente de sua
80 m.
cabine, uma pequena caixa de madeira permanece aderida pela
08) A força de atrito na parte plana é de 200 N.
força horizontal devida ao vento. Sabe-se que o peso da caixa
16) O módulo da aceleração durante a descida (trajeto AB)
é de 10,0 N e o coeficiente de atrito entre ela e a carroceria é
é constante e igual a 1,0 m/s 2.
µ = 0,2. Qual o mínimo valor da força devida ao vento que
32) O módulo da aceleração na parte plana (trajeto BC) é
mantém a caixa presa?
constante e maior que 3,5 m/s 2.
41 (01+08+32) a) 10 N
P = Fa
b) 20 N
21. A figura abaixo mostra um garoto tentando mover um bloco m.g=µ.F
c) 30 N mg 10
de peso 100 N, aplicando sobre ele uma força horizontal de F= = → F = 50 N
d) 40 N µ 0, 2
20 N. O coeficiente de atrito estático entre as superfícies é 0,5.
e) 50 N
Sobre essa situação, um estu-
→
F dante afirmou: A força de atrito
25. (UFSC) Um caminhão trafega num trecho reto de uma
entre o bloco e a superfície vale
rodovia, transportando sobre a carroceria duas caixas, A e B,
50 N. Como o garoto empurra
de massas mA = 600 kg e mB = 1 000 kg, dispostas conforme
o bloco para a frente com uma
a figura. Os coeficientes de atrito estático e de atrito dinâmico
força de 20 N, e o atrito é con-
entre as superfícies da carroceria B
trário e de maior intensidade,
e das caixas são, respectivamente, A
o bloco move-se para trás,
0,80 e 0,50. O velocímetro indica
atropelando o garoto.
90 km/h quando o motorista, ob-
A afirmação do estudante está correta? Justifique sua resposta.
servando perigo na pista, pisa no
A afirmação não está correta. Como a força de atrito máxima entre o bloco e a superfície freio. O caminhão se imobiliza após
é maior que a força estática aplicada pelo garoto, o corpo fica parado.
percorrer 62,5 metros.
32 Física 1M2 Assinale a(s) proposição(ões) corretas(s).
32/32 O bloco não atropela o garoto, pois a força de atrito de 50 N é a maior força de atrito 01) O caminhão é submetido a uma desaceleração de
módulo igual a 5,0 m/s 2.
estático. Quando o garoto empurra com uma força de 20 N ainda não existe a máxima 02) O caminhão pára, mas a inércia das caixas faz com que
elas continuem em movimento, colidindo com a cabina
força de atrito estático.
do motorista.
04) Somente a caixa B escorrega sobre a carroceria porque,
22. (UFPR) No sistema representado na figura, o corpo de massa além da desaceleração do caminhão, a caixa A exerce
m2 = 8,1 kg desce com velocidade constante. O coeficiente de uma força sobre ela igual 3 000 N.
atrito cinético entre o corpo de massa m1 e a superfície horizontal 08) A caixa A não escorrega e, assim, a força que ela exerce
é 0,30. Determine, em quilogramas, o valor de m1. sobre a caixa B é nula.
FR = m . a 16) As duas caixas não escorregam, permanecendo em
m1 P2 – Fa1 = (m1 + m2) . a repouso com relação à carroceria do caminhão.
m2 . g – µ . m1 . g = (m1 + m2) . 0 32) As caixas escorregariam sobre a superfície da carroce-
8,1 . g/ = 0,3 . m1 . g/ ria, se o módulo da desaceleração do caminhão fosse
m2 m1 = 27 kg maior do que 8,0 m/s 2.
64) A caixa A não escorrega porque a inércia da caixa B a
impede.
57 (01+08+16+32)
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Física
Cinemática II — Movimentos circulares
15. a) 5 cm/s 18. c 22. a) 50 rpm 25. a
b) 2,5 rad/s 19. 6 Hz; 1,2π m/s b) 1,33π m/s 26. 5
16. 21 (01+04+16) 20. π m/s 23. c 27. a) 30 s
17. a 21. b 24. 0,5 s b) 9 600 litros