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Comércio Internacional
Professor Dr. Marcos Aurélio Brambilla
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Gilmar de Oliveira
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UNIFATECIE Unidade 3
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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFATECIE.
Credenciado pela Portaria N.º 527 de 10 de junho de 2020,
(44) 3045 9898
publicada no D.O.U. em 15 de junho de 2020.
Núcleo de Educação a Distância;
BRAMBILLA, Marcos Aurélio. www.unifatecie.edu.br
Fundamentos do Comércio Internacional.
Marcos. Aurélio Brambilla.
Paranavaí - PR.: UniFatecie, 2020. 77 p.
As imagens utilizadas neste
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária livro foram obtidas a partir
Zineide Pereira dos Santos. do site ShutterStock
AUTOR
UNIDADE I....................................................................................................... 6
Conceitos do Comércio Internacional
UNIDADE II.................................................................................................... 23
Blocos Econômicos
UNIDADE III................................................................................................... 43
Taxas de Câmbio e Regimes Cambiais
UNIDADE IV................................................................................................... 59
A Política Macroeconômica Internacional
UNIDADE I
Conceitos do Comércio Internacional
Professor Doutor Marcos Aurélio Brambilla
Plano de Estudo:
• Conceitos de comércio internacional, teorias de comércio e sua evolução;
• Vantagens absolutas;
• Vantagens comparativas;
• Fatores específicos e modelo de Hecksher-Ohlin.
Objetivos de Aprendizagem:
• Conceituar e contextualizar as teorias de comércio internacional.
• Compreender os tipos de teorias de comércio internacional.
• Estabelecer a importância das teorias de comércio internacional.
6
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a), neste tópico foram abordados conceitos sobre o comércio
internacional e, antes de iniciar o estudo sobre as teorias do comércio internacional, é im-
portante conhecer o período anterior à criação das teorias tradicionais do comércio interna-
cional, com o intuito de saber como se deu a origem das teorias de comércio internacional,
esse período é conhecido como Mercantilismo, portanto, vamos conhecer mais sobre esse
período.
A economia internacional teve início juntamente com o começo do Estado nacional
moderno. O movimento de união das regiões e municípios nos Estados nacionais levou a
uma integração política e econômica. A integração política contribuiu para o surgimento dos
Estados absolutistas, ou seja, que centraliza o poder nas mãos de uma pessoa, assim as
decisões eram tomadas pelos monarcas sem considerar a opinião da população. A união
econômica deu início às práticas realizadas entre os Estados nacionais conhecidas como
Mercantilismo (GONÇALVES, 1998).
Segundo Salvatore (2000), o Mercantilismo surgiu entre os séculos XVII e XVIII,
por meio de ensaios e panfletos que continham um tipo de filosofia econômica, escrita por
banqueiros, comerciantes, filósofos e funcionários públicos. Desse modo, o Mercantilismo
foi um período no qual os países praticavam políticas de comércio internacional na tentativa
de obter maiores ganhos com o comércio internacional, assim, a partir desses preceitos, os
Estados buscavam atingir o crescimento econômico da nação.
Bens
Produtividade (produção por Custo (horas de trabalho
horas de trabalho) necessário para produzir 1kg)
Países Soja Trigo Soja Trigo
BR 2 1 2 4
EUA 1 2 4 2
Fonte: adaptado de Salvatore (2000).
Países
A B Total
Soja 10 5 15
Produção por trabalho hora Trigo 8 2 10
Total 13 11 24
Fonte: adaptado de Salvatore (2000, p. 20).
Quando é verificada a quantidade que cada país produz de cada bem, deve ser
calculada a produtividade relativa de cada bem para cada país. Para a soja, a produtividade
relativa do país A (PRSA) é a relação entre a produção de soja por trabalho hora do país A
(PSA) e a produção de soja por trabalho hora do país B (PSB). Para o trigo, a produtividade
relativa do país A (PTA) é a relação entre a produção de trigo por trabalho hora do país A
(PTA) e a produção de trigo por trabalho hora do país B (PTB). Para o país B é o inverso.
Portanto, o procedimento foi apresentado a seguir.
Países
A B Total
Soja - 10 10
Produção por trabalho hora Trigo 16 - 16
Total 16 10 26
Fonte: o autor.
Quadro 3 – Custo para a produção de algodão e tecido nos países Alfa e Beta
Países
Alfa Beta Total
Algodão 8 4 12
Trabalho hora necessário para
Tecido 15 6 21
a produção de uma unidade
Total 23 10 33
Fonte: adaptado de Salvatore (2000, p. 22).
Países
A B Total
Algodão 16 - 16
Trabalho hora necessário para
Tecido - 12 12
a produção de uma unidade
Total 16 12 28
Fonte: o autor.
Conforme os custos apresentados, para o país A, o custo para produzir uma unida-
de de algodão é de 16 horas de trabalho e para o país B o custo para produzir uma unidade
de tecido é de 12 horas de trabalho. Se comparar com o custo total das duas economias,
percebe-se que ocorre uma redução do custo total dos bens. O custo das nações sem a
especialização é de 33 horas de trabalho, enquanto o custo com especialização dos países
considerando suas vantagens comparativas é de 28 horas de trabalho.
Portanto, conforme os exemplos apresentados, a teoria das vantagens compara-
tivas pode apresentar duas formas de análise, pela produtividade e pelo custo, mas que
apresentam o mesmo objetivo: verificar quais produtos os países devem se especializar,
levando em conta a produção do bem que cada nação é mais eficiente.
Vimos o modelo das vantagens comparativas que considerava como fator de pro-
dução apenas o trabalho. Agora vamos conhecer o modelo conhecido como modelo de
Hecksher-Ohlin, em que considera dois fatores de produção, trabalho (L) e terra (T). Nesse
modelo é verificada a relação entre os fatores de produção nos países e a proporção em
que são utilizados para a fabricação de diferentes bens, sendo assim, também é conhecido
como teoria da proporção dos fatores.
Desse modo, o modelo de Hecksher-Ohlin pode ser exposto da seguinte maneira:
Uma nação exportará a commodity cuja produção exija a utilização intensiva
do seu fator relativamente abundante e barato e importará a commodity cuja
produção exija a utilização intensiva do seu fator relativamente escasso
e raro. Em resumo, a nação relativamente rica em mão de obra exporta a
commodity relativamente intensiva em mão de obra e importa a commodity
relativamente intensiva em capital (SALVATORE, 2000, p. 96).
SAIBA MAIS
Na literatura científica existem aplicações de teorias econômicas como do modelo de
Hechscher-Ohlin, um exemplo é o artigo intitulado Liberalização comercial, salários reais
e emprego: uma aplicação do modelo de fatores específicos para o Brasil, de autoria de
Frederico Hartmann de Souza, que apresenta o impacto da liberalização comercial no
Brasil, usando o modelo de fatores específicos que se refere ao modelo de Hechscher-
Ohlin.
O artigo está disponibilizado nos anais do Encontro Nacional de Economia por meio do
link: http://www.anpec.org.br/novosite/br/encontro-2010.
REFLITA
O artigo Os Efeitos do Comércio Exterior sobre a Distribuição de Renda, de Eli Hecksher,
apresentou o esboço do que viria a se torna a “teoria moderna do comércio internacio-
nal”. Como essa teoria pode contribuir para o comércio internacional hoje?
Fonte: Salvatore (2000, p. 69).
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: Economia Internacional e Comércio Exterior
Autor: Jayme de Mariz Maia
Editora: Atlas
Ano: 2014
Sinopse: O desenvolvimento do comércio internacional vem
ganhando uma importância cada vez maior, sendo capaz de
transformar nações pequenas e pobres em respeitáveis potências
econômicas. No caso brasileiro, o comércio exterior tem dado
importante contribuição para nossa economia. Ele deu à nossa
produção maior competitividade porque permitiu que nossas in-
dústrias produzissem em escala superior à capacidade de nosso
mercado interno. Com isso ganhamos custos menores e também
ganhamos empregos. Mesmo assim, nossas exportações ainda
são pequenas, se comparadas com as exportações mundiais, o
que mostra a necessidade de dedicarmos mais cuidados com os
problemas relacionados com a Economia Internacional e o Comér-
cio Exterior. Evolução do Comércio Internacional, Blocos Econômi-
cos e Organismos Regionais, Mercado Cambial, Teorias Clássicas
e Modernas de Comércio Internacional, Paraísos Fiscais, o Brasil
e a Economia Mundial e o Brasil e o Comércio Internacional são
alguns dos tópicos abordados. Livro-texto para as disciplinas
Economia Internacional e Comércio Exterior dos cursos de Admi-
nistração (Habilitação em Comércio Exterior) e Economia. Leitura
relevante para profissionais da área de Comércio Internacional.
FILME/VÍDEO
Título: Adeus, Lenin!
Ano: 2004.
Sinopse: Em 1989, pouco antes da queda do muro de Berlim, a
Sra. Kerner (Katrin Sab) passa mal, entra em coma e fica desacor-
dada durante os dias que marcaram o triunfo do regime capitalista.
Quando ela desperta, em meados de 1990, sua cidade, Berlim
Oriental, está sensivelmente modificada. Seu filho Alexander (Da-
niel Brühl), temendo que a excitação causada pelas drásticas
mudanças possa lhe prejudicar a saúde, decide esconder-lhe os
acontecimentos. Enquanto a Sra. Kerner permanece acamada,
Alex não tem muitos problemas, mas quando ela deseja assistir
à televisão ele precisa contar com a ajuda de um amigo diretor de
vídeos.
Plano de Estudo:
• Políticas comerciais;
• Abertura econômica para países em
desenvolvimento;
• Formação de blocos econômicos e sua taxonomia.
Objetivos de Aprendizagem:
• Conceituar e contextualizar as políticas e estratégias
comerciais;
• Compreender os tipos de políticas e estratégias comerciais;
• Estabelecer a importância das políticas e estratégias
comerciais.
23
INTRODUÇÃO
Supondo uma política de tarifas sobre a soja no país doméstico, um aumento dos
preços de P¹ para P² (preço com a tarifa) leva há uma queda da quantidade demandada e
estimula os produtores a aumentar a oferta. A partir disso, as importações sofrem redução.
As consequências para o mercado mundial é que com o aumento do preço da soja, há uma
queda da quantidade de Q¹ para Q².
Além disso, a adoção da política contribui não apenas para o aumento do preço
do país doméstico, mas também para a redução do preço no país estrangeiro. Assim, há
um aumento das exportações e uma redução das importações. Nesse cenário, a Figura
4 mostra os custos e os benefícios que a política de tarifa causa para os consumidores e
produtores da economia doméstica.
País PIB (em PIB per capita País PIB (em PIB per
bilhões $) ($) bilhões $) capita ($)
REFLITA
A presente unidade mostrou as relações comerciais que cada país pode ter com o resto
do mundo, com diferentes políticas e estratégias comerciais. Pautado nos conhecimen-
tos adquiridos, o Brasil poderia adotar alguma ação diferente em relação ao comércio
internacional para contribuir com a retomada do crescimento econômico?
PIANI, G.; KUME, H. Fluxos bilaterais de comércio e blocos regionais: uma aplicação
do modelo gravitacional. Rio de Janeiro: IPEA, 2000. 17 p. (Texto para Discussão, n. 749).
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: Economia Internacional.
Autor: Edgar Cândido Carmo e Jefferson Mariano.
Editora: Saraiva.
Ano: 2017.
Sinopse: Economia Internacional apresenta um panorama dos
principais temas em discussão atualmente sobre a área, como:
comércio internacional, livre comércio e protecionismo, integração
econômica e blocos regionais, globalização, sistema financeiro
internacional, taxa de câmbio e balanço de pagamentos. Em sua
terceira edição atualizada e ampliada, a obra ganha um novo ca-
pítulo que aborda a crise financeira global e seus impactos sobre
a economia brasileira. De maneira clara e sem complicações,
trata-se de um conteúdo que ajudará os graduandos a se familiari-
zarem com os conceitos e as terminologias utilizadas na economia
moderna.
FILME/VÍDEO
Título: Babel
Ano: 2006
Sinopse: Um ônibus repleto de turistas atravessa uma região
montanhosa do Marrocos. Entre os viajantes estão Richard (Brad
Pitt) e Susan (Cate Blanchett), um casal de americanos. Ali perto
os meninos Ahmed (Said Tarchani) e Youssef (Boubker At El Caid)
manejam um rifle que seu pai lhes deu para proteger a peque-
na criação de cabras da família. Um tiro atinge o ônibus, ferindo
Susan. A partir daí o filme mostra como esse fato afeta a vida de
pessoas em vários pontos diferentes do mundo: nos Estados Uni-
dos, onde Richard e Susan deixaram seus filhos aos cuidados da
babá mexicana; no Japão, em que um homem (Kôji Yakusho)
tenta superar a morte trágica de sua mulher e ajudar a filha surda
(Rinko Kinkuchi) a aceitar a perda; no México, para onde a babá
(Adriana Barraza) acaba levando as crianças; e ali mesmo, no
Marrocos, onde a polícia passa a procurar suspeitos de um ato
terrorista.
Plano de Estudo:
• Taxas de câmbio;
• Regimes cambiais e sua influência no fluxo comercial e na economia como um todo;
• O balanço de pagamentos e sua relação com as políticas comerciais.
Objetivos de Aprendizagem:
• Conceituar e contextualizar a taxa de câmbio, regimes cambiais e o balanço de
pagamentos;
• Compreender os tipos de regimes cambiais e o balanço de pagamentos;
• Estabelecer a importância dos regimes cambiais e do balanço de pagamentos.
43
INTRODUÇÃO
𝑃𝑃
𝑒𝑒 =
𝑃𝑃∗
Em que,
● 𝑒𝑒 : representa a taxa nominal de câmbio;
● 𝑃𝑃 : representa o preço do país doméstico;
● 𝑃𝑃∗ : representa o preço do país estrangeiro.
𝐸𝐸 . 𝑃𝑃∗
𝑒𝑒𝑅𝑅 =
𝑃𝑃
No qual,
● 𝑒𝑒𝑅𝑅 : representa a taxa real de câmbio;
● 𝐸𝐸 : representa a taxa nominal de câmbio estrangeiro;
● 𝑃𝑃 : representa o preço do país doméstico;
● 𝑃𝑃∗: representa o preço do país estrangeiro.
𝑃𝑃 1,00
𝑒𝑒 = ∗
= = 𝑅𝑅$ 4,00/𝑈𝑈𝑈𝑈$
𝑃𝑃 0,25
Diante desse cenário, verificamos que a taxa real de câmbio é mais apreciada
que a taxa nominal de câmbio. O que influencia a taxa real de câmbio é o nível de preços
dos bens e serviços de uma economia em relação à outra. Considerando Brasil e Estados
Unidos, quanto maior a inflação no Brasil, ceteris paribus1, mais depreciada fica a taxa
real de câmbio e, assim, os bens e serviços brasileiros ficam mais baratos que os bens e
serviços nos Estados Unidos, desestimulando as importações.
Ao mesmo tempo em que há uma apreciação da taxa real de câmbio nos Estados
Unidos, sendo que para eles é mais vantajoso importar do Brasil que consumir os bens e
serviços no seu país, visto que os bens e serviços ficam mais caros nos Estados Unidos.
Com um aumento de preços no país estrangeiro (Estados Unidos) ocorre o efeito contrário.
1 Ceteris paribus é uma expressão do latim que significa “tudo o mais é constante”, ou seja, as demais
variáveis permanecem inalteradas.
Neste tópico será abordado acerca dos regimes cambiais. Como já foi visto no
tópico anterior, podemos verificar como realizamos a conversão de uma moeda para outra,
a fim de realizar uma compra ou mesmo para comprar moeda estrangeira. Além disso,
aprendemos como comparar os preços de bens e serviços entre dois países.
As nações possuem estratégias para atender suas necessidades econômicas,
sendo uma das mais importantes, a política externa, especialmente em economias abertas.
A política cambial apresenta impacto direto na taxa de câmbio, influenciando os agentes
econômicos que participam do comércio internacional.
Segundo Gonçalves (1998), os três principais tipos de regimes cambiais são o regi-
me de câmbio fixo, o regime de câmbio flutuante e o regime de bandas cambiais, também
conhecido como flutuação suja. No regime de câmbio fixo, a taxa de câmbio é definida
pelo governo, e o Banco Central deve mantê-la por meio de intervenções no mercado de
divisas2, comprando ou vendendo divisas.
Como já foi estudado anteriormente, o que determina a taxa de câmbio é a oferta e
demanda por moeda estrangeira. Desse modo, o Banco Central utiliza as reservas interna-
cionais para manter a taxa de câmbio inalterada. Quando há uma depreciação cambial, os
Os lançamentos de transações com outros países são realizados nessas três con-
tas. Para a melhor compreensão da estrutura do Balanço de Pagamentos, foram apresen-
tadas, no Quadro 1, contas mais especificas referente a 6ª Edição do Manual de Balanço
de Pagamentos e Posição de Investimento Internacional (BPM6).
SAIBA MAIS
Vimos que as transações que ocorrem entre as nações no Balanço de Pagamentos de-
vem ser conversíveis em dólar, moeda aceita mundialmente. Porém, em determinadas
situações, em que necessitamos de moedas de outros países, precisamos saber o valor
necessário, para isso, é utilizada a taxa de câmbio. Para obter a taxa de câmbio para
qualquer moeda o Banco Central disponibiliza a conversão por meio do site: https://
www.bcb.gov.br/.
REFLITA
Dada a importância da taxa de câmbio para o comércio internacional entre os países,
qual a melhor estratégia para uma nação: desvalorizar/depreciar ou valorizar/apreciar a
taxa de câmbio?
Fonte: o autor.
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: Economia Internacional
Autor: Maria Auxiliadora Carvalho e César Roberto Leite Silva
Ano: 2017
Editora: Saraiva
Sinopse: Compreender as consequências das mudanças econô-
micas internacionais sobre a dinâmica da economia doméstica e
sobre o desempenho das empresas foi importante no passado e
tornou-se uma necessidade ainda mais premente nesses tempos
de redução das barreiras entre mercados. Existem vários livros
sobre o assunto, mas são poucos os de autores nacionais. Este
livro aplica a teoria à prática com exemplos da realidade brasileira,
com ênfase na experiência recente, o que torna o estudo mais
interessante e de maior utilidade para estudantes e profissionais.
A quinta edição de Economia Internacional mantém o propósito de
possibilitar o aprendizado de forma intuitiva sem desprezar o rigor
da teoria econômica. Ela traz o balanço de pagamentos com sua
estrutura adaptada às normas da 6ª edição do Manual de Balanço
de Pagamentos e Posição Internacional de Investimento (BPM6),
além de temas como as crises dot-com e subprime, mercado de
câmbio e especulação financeira e a recuperação dos anos 2000.
Com as suas constantes atualizações, o livro se consolida cada
vez mais como referência no mercado, sendo um instrumento
essencial para todos os interessados no tema.
FILME/VÍDEO
Título: Trabalho interno
Ano: 2010
Sinopse: Em 2008, uma crise econômica de proporções globais
fez com que milhões de pessoas perdessem suas casas e empre-
gos. Ao todo, foram gastos mais de US$ 20 trilhões para combater
a situação. Através de uma extensa pesquisa e entrevistas com
pessoas ligadas ao mundo financeiro, políticos e jornalistas, é des-
vendado o relacionamento corrosivo que envolveu representantes
da política, da justiça e do mundo acadêmico.
Plano de Estudo:
• A política macroeconômica internacional;
• A regulamentação econômica internacional e os organismos internacionais;
• A globalização, a empresa no mundo globalizado e a internacionalização de empresas.
Objetivos de Aprendizagem:
• Conceituar e contextualizar política macroeconômica internacional;
• Compreender os tipos de regulamentações econômicas internacionais e os organismos
internacionais;
• Estabelecer a importância da globalização, da internacionalização de empresas e das
empresas multinacionais e transnacionais.
59
INTRODUÇÃO
A partir da década de 1980 houve uma mudança na política internacional, como foi
visto anteriormente, o argumento da indústria nascente possui falhas. Krugman e Obstfeld
(2005) relatam o exemplo da Coréia do Sul, mais especificamente da indústria automo-
bilística. Na década de 1980 o país se tornou exportador de automóveis. Porém foi uma
época em que apresentavam boas condições para desenvolver essa indústria, talvez não
fosse possível desenvolver essa indústria na década de 1960, devido a falta de trabalho
qualificado e de capital.
No Brasil, na década de 1970 houve a inserção do agronegócio2 no Sul do país. E
ainda é criada uma empresa de pesquisa, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa), que favoreceu ainda mais o agronegócio brasileiro. Entretanto essa mudança
na estrutura produtiva surtiu efeitos para a população, que vivia principalmente no campo.
A consequência da entrada do agronegócio no Brasil foi o fechamento de postos de
trabalho no campo em função das máquinas que faziam o trabalho, assim, os trabalhadores
ficaram sem emprego no campo, o que resultou no êxodo rural. Sendo que uma parte dos
pequenos proprietários de commodities também foi para a cidade, enquanto a outra parte
dos pequenos proprietários foi para outros lugares. Alguns foram para o Paraguai, pois
o país tinha interesse nas terras próximas a Itaipu, que foi inaugurada em 1984, então
vendiam terras baratas para plantio, e outros foram para o Cerrado, que era o destino de
quem não tinha dinheiro, pois a região estava sendo preparada para o plantio.
A abertura comercial entre os países a partir da década de 1990 mudou a forma
com que as nações consideravam a política macroeconômica internacional. Agora, além da
Cada Estado possui independência para tomar suas decisões econômicas con-
forme seus objetivos em seus mercados internos. Contudo, nas relações internacionais,
devem seguir as regulamentações estabelecidas pelos organismos internacionais.
Com isso, esses organismos internacionais visam o benefício conjunto das nações
com as relações internacionais, realizando políticas internacionais que contribuam para
o seu desenvolvimento. Cada organismo internacional apresenta objetivos específicos,
podendo ser de ordem mundial ou de ordem regional. Assim, essas instituições estabe-
lecem propostas para o benefício em conjunto das relações internacionais para os países
membros.
Entre 2000 e 2005, o IED apresentou redução e o PIB per capita, crescimento,
sendo assim, pode-se falar que houve uma menor integração entre as economias mundiais,
enquanto o IED reduziu 30%, houve crescimento da economia mundial de 1,81%. Por outro
lado, nos períodos entre 2005 e 2010 e entre 2010 e 2015 ocorreu um aumento do IED
maior que o PIB per capita, nesse caso houve maior integração entre as economias mun-
diais, o IED cresceu 44% e 49% nos períodos, respectivamente, sendo que o crescimento
da economia mundial foi de 1,01% e 1,53%, respectivamente.
Desse modo, a integração produtiva das economias nacionais resulta na interna-
cionalização produtiva, que acontece quando os residentes de um determinado país podem
adquirir bens e serviços produzidos em outros países. De acordo com Culpi (2016), as
nações apresentavam diferentes padrões de consumo, fato que se modificou com o pro-
cesso de globalização, hoje diversos países apresentam padrões de consumo semelhantes
devido à facilidade de acesso a bens e serviços, que rompeu com as barreiras geográficas.
Assim, a internacionalização produtiva está relacionada ao acesso de produtos de
vários países. Por exemplo, os brasileiros podem consumir produtos produzidos na China,
REFLITA
Considerando as mudanças ocorridas pelo processo da globalização no contexto eco-
nômico, reflita sobre as consequências para a economia mundial, considerando as van-
tagens e desvantagens para as pessoas.
Fonte: o autor.
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: Economia Internacional
Autores: Robson Ribeiro Gonçalves, Mario Rubens Mello Neto,
Nora Raquel Zygielszyper e Virene Roxo Matesco
Editora: FGV Management
Ano: 2015
Sinopse: O objetivo deste livro é oferecer um guia conciso de eco-
nomia para os atuais e futuros profissionais da área de comércio
exterior. Os negócios internacionais são um campo de interesse
crescente, seja para os estudiosos, seja para os profissionais e
suas empresas, seja para os governos. O intercâmbio econômico
entre as nações tem crescido fortemente nas últimas décadas,
tanto no âmbito comercial quanto no financeiro. Como consequên-
cia, o grau de interdependência dessas nações se elevou, bem
como a complexidade e a velocidade das trocas mercantis e dos
fluxos de capital. A cada capítulo, apresentamos temas direta ou
indiretamente relacionados com o comércio externo e os fluxos de
capital entre países. Nosso objetivo é colocar o estudo da ciência
econômica em um contexto global, explicitando como a ação de
pessoas, empresas e governos moldam e ao mesmo tempo é
influenciada pelos negócios internacionais.
FILME/VÍDEO
Título: Commanding heights
Ano: 2012
Sinopse: Dividido em três episódios, o documentário destrincha
a história econômica da segunda metade do século XX. Entre os
temas abordados, estão a reconstrução do pós-guerra, a constru-
ção do Estado de bem estar social, as crises do capitalismo e do
socialismo. O filme tem o mérito de mostrar a mudança, cheia de
dramas, das economias nacionais para se adequar na competição
global.
FRITSCH, W. Apogeu e crise na Primeira República, 1900-1930. In: ABREU, M. de P. (Org.). A Or-
dem do Progresso: Dois Séculos de Política Econômica no Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.
p. 45-78.
KRUGMAN, P. R.; OBSTFELD, M. Economia Internacional: teoria e política. 6. ed. São Paulo:
Pearson Addison Wesley, 2005.
UNCTAD – United Nations Conference on Trade and Development. FDI Statistics. Disponível em:
https://unctad.org/en/Pages/DIAE/FDI%20Statistics/FDI-Statistics.aspx. Acesso em: 10 dez. 2019.
Prezado(a) aluno(a),
Neste material, busquei trazer para você os principais conceitos a respeito dos
fundamentos do comércio internacional, para tanto abordamos as definições teóricas e um
contexto histórico. Nesse aspecto, acreditamos que tenha ficado claro para você a impor-
tância do comércio internacional para um país e quais as políticas e estratégias podem ser
adotadas para que uma nação busque alcançar seus objetivos.
Destacamos também a importância histórica das políticas macroeconômicas inter-
nacionais, dado pelas mudanças ocorridas no contexto do comércio internacional devido ao
avanço da globalização e da maior abertura comercial. Além dos aspectos históricos, foram
abordados exemplos práticos para a melhor compreensão do comércio entre os países.
Levantamos também aspectos históricos que nos levaram a chegar no contexto
em que estamos atualmente da economia internacional. Esse olhar para o passado para
entender o presente e visualizar o futuro é algo inerente aos profissionais que atuam direta
ou indiretamente com o setor externo para que sejam gestores eficientes e antenados.
A partir de agora acreditamos que você já está preparado(a) para seguir em frente
desenvolvendo ainda mais suas habilidades para criar e desenvolver estratégias profissio-
nais de sucesso no mercado exterior e realizar bons negócios.