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jornadas

de ortopedia para
medicina geral e familiar
11 e 12 de maio 2017
Lagoas Park Hotel,
Porto Salvo

programa científico
Imagem: Ad Médic
Presidente das Jornadas
Dr. Luís Branco Amaral

Comissão de Honra
Dr. Noronha Andrade
Dr. João Varandas
Dr. Delfin Tavares

Comissão Organizadora
Dr. Augusto Martins
Dr. Hugo Santos
Dr. Joao Pedro Jorge
Dr. Paulo Figueira
Dra. Sandra Alves

Intervenientes

Dra. Ana Ferrão Dr. Nuno Diogo


Dr. André Grenho Dr. Paulo Figueira
Dr. Augusto Martins Dr. Pedro Dantas
Dr. Carlos Pedrosa Dr. Pedro Jordão
Dr. Diogo Constantino Prof. Doutor Pedro Soares Branco
Dr. Estrela Martins Dr. Rodrigo Moreira
Dr. Francisco Requicha Dra. Rosa Mamede
Dr. Frederico Teixeira Dr. Ruben Caetano
Dr. Guilherme Santos Dr. Rui Delgado
Dr. Hugo Santos Dr. Rui Gonçalves
Dra. Joana Arcângelo Dra. Sandra Alves
Dra. Joana Ovídio Dra. Sílvia Boaventura
Dr. João Pedro Jorge Dra. Teresa Egídio Mendonça
Dr. João Pedro Oliveira Dra. Teresa Plancha
Dr. Joaquim Goulão Dra. Vanessa Mendes
Dr. Jorge Rodrigues Dr. Vicente Campos
Dr. Luís Branco Amaral Dr. Victor Coelho
Dra. Margarida Santos
Dr. Nelson Carvalho
11 de maio • quinta-feira
08.00h Abertura do Secretariado

09.00-12.00h
Workshop de exame objectivo e imagiologia básica por
áreas anatómicas
Formadores: Dr. João Pedro Jorge, Dr. Hugo Santos, Dr. Paulo Figueira,
Dra. Sandra Alves, Dr. Francisco Requicha, Dr. Diogo Constantino
e Dr. Nuno Diogo

14.00-14.50h Sessão de Abertura


14.00-14.10h Boas-vindas
Dr. Luís Branco Amaral
14.10-14.20h Prevalência da patologia e dor osteoarticular em MGF
Dra. Vanessa Mendes
14.20-14.30h O que a Ortopedia faz pelo doente
Dr. Nuno Diogo
14.30-14.40h O que a MFR faz pelo doente
Dr. Jorge Rodrigues
14.40-14.50h Referenciação para o CHLC
Dr. André Grenho

14.50-15.50h Sessão 1: O que o médico de MGF deve saber sobre...


Moderadores: Prof. Doutor Pedro Soares Branco e Dr. Augusto Martins
14.50-15.10h Alterações radiográficas: Como identificar e o que fazer?
Dr. Carlos Pedrosa
15.10-15.25h Osteoporose: Antes e depois da fractura
Dr. Augusto Martins
15.25-15.40h Dor osteoarticular: Para além dos AINE’s
Prof. Doutor Pedro Soares Branco
15.40-15.50h Discussão

15.50-16.00h Coffee-break

16.00-16.50h Sessão 2: Coluna – Desafio diagnóstico


Moderador: Dr. Nelson Carvalho
16.00-16.10h Lombalgia
Dr. João Pedro Jorge
16.10-16.20h Ciatalgia
Dr. Diogo Constantino
16.20-16.30h Estenose Lombar
Dr. João Pedro Jorge
16.30-16.40h Deformidades no Adolescente e no Adulto
Dr. Nelson Carvalho
16.40-16.50h Discussão

16.50h Fim das Sessões do 1º dia


jornadas de ortopedia para medicina geral e familiar 3
12 de maio • sexta-feira

08.00h Abertura do Secretariado

09.00-09.40h Sessão 3: Anca – Novos desafios e velhos problemas


Moderadores: Dr. Pedro Dantas e Dr. Rui Delgado
09.00-09.10h Conflito femoroacetabular
Dr. Pedro Dantas
09.10-09.20h Coxartrose
Dr. Paulo Figueira
09.20-09.30h Necrose asséptica da cabeça do fémur
Dr. Hugo Santos
09.30-09.40h Discussão

09.40-10.30h Sessão 4: Joelho – Do jovem desportista ao idoso


Moderadores: Dr. Luís Branco Amaral e Dr. João Pedro Oliveira
09.40-09.50h Dor anterior do joelho
Dr. Francisco Requicha
09.50-10.00h Lesão meniscal/ligamentar
Dr. Francisco Requicha
10.00-10.10h Gonartrose
Dr. Hugo Santos
10.10-10.20h Referenciação para MFR
Dra. Sílvia Boaventura
10.20-10.30h Discussão

10.30-10.50h Coffee-break e Poster walk

10.50-11.40h Sessão 5: Pé e tornozelo – Da deformidade à limitação


Moderadores: Dr. Rodrigo Moreira e Dra. Margarida Santos
10.50-11.00h Hallux Valgus e Hallux Rigidus
Dr. Paulo Figueira
11.00-11.10h Dor do antepé
Dra. Joana Arcângelo
11.10-11.20h Entorse do tornozelo
Dr. Ruben Caetano
11.20-11.30h Dor do retropé
Dra. Teresa Plancha
11.30-11.40h Discussão

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11.40-12.30h Sessão 6: Ombro e cotovelo – Demanda excessiva?
Moderadores: Dr. Joaquim Goulão e Dra. Rosa Mamede
11.40-11.50h Patologia da coifa dos rotadores
Dr. Joaquim Goulão
11.50-12.00h Omartrose
Dr. André Grenho
12.00-12.10h Epicondilite e epitrocleíte
Dra. Joana Arcângelo
12.10-12.20h Princípios de reabilitação
Dr. Guilherme Santos
12.20-12.30h Discussão

12.30-13.30h Almoço

13.30-14.30h
Simpósio: A dor é inevitável, o sofrimento é opcional.

SKUDEXA, uma nova abordagem de dor

Dra. Teresa Egídio Mendonça e Dr. Victor Coelho

14.30-15.20h Sessão 7: Punho e mão – Pequenos problemas, grandes limitações


Moderador: Dr. Frederico Teixeira
14.30-14.40h Dedo em gatilho, tenossinovite de De Quervain
e quistos sinoviais
Dr. Vicente Campos
14.40-14.50h Síndrome do canal cárpico
Dr. Rui Gonçalves
14.50-15.00h Doença de Dupuytren
Dra. Sandra Alves
15.00-15.10h Rizartrose
Dra. Ana Ferrão
15.10-15.20h Discussão

15.20-15.40h Coffee-break e Poster walk

15.40-16.30h Sessão 8: Ortopedia infantil – O que é patológico?


Moderadores: Dra. Joana Ovídio e Dr. Pedro Jordão
15.40-15.50h Infeções osteo-articulares em Pediatria – Princípios básicos
Dra. Joana Ovídio
15.50-16.00h Infeções osteo-articulares em Pediatria – Critérios de referenciação
Dra. Joana Ovídio
16.00-16.10h Traumatologia infantil – Princípios básicos
Dr. Pedro Jordão
16.10-16.20h Traumatologia infantil – Critérios de referenciação
Dr. Pedro Jordão
16.20-16.30h Discussão
jornadas de ortopedia para medicina geral e familiar 5
16.30-17.20h Sessão 9: Urgências ortopédicas em MGF
Moderadores: Dr. Nuno Diogo e Dr. Estrela Martins
16.30-16.40h Artrite séptica
Dra. Sandra Alves
16.40-16.50h Fractura: Como lidar?
Dr. Nuno Diogo
16.50-17.00h Imagens suspeitas
Dr. Carlos Pedrosa
17.00-17.10h Patologia vertebral aguda
Dr. João Pedro Jorge
17.10-17.20h Discussão

17.20-17.30h
Sessão de entrega de Prémios

Júris dos Posters: Dr. Augusto Martins e Dr. Nuno Diogo

17.30h Encerramento das Jornadas

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jornadas
de ortopedia para
medicina geral e familiar

RESUMOS DOS POSTERS


P 01 Derivado à elevada prevalência da entorse
CARACTERIZAÇÃO DA ABORDAGEM DA nos CSP, é essencial permanecer atualizado
ENTORSE DO TORNOZELO EM CUIDADOS de modo a efetuar uma correta abordagem,
DE SAÚDE PRIMÁRIOS prevenindo a sua cronicidade.
Rafael Cunha; Sibila Amaral
UCSP Sete Rios; USF do Parque P 02
Introdução: A lesão do tornozelo é uma das ESCOLIOSE IDIOPÁTICA JUVENIL:
causas de patologia osteoarticular mais co- UM CASO DE IRMÃS
mum, sendo a entorse da tibiotársica (TT) a Moreira, P.; Monteiro, A.; Évora; T.; Seixo, A.
condição mais frequentemente diagnosticada USF Lavradio
(15-25%). Os critérios de Ottawa permitem Introdução: A escoliose é considerada uma
distinguir eficazmente a entorse da TT da fra- alteração estrutural da coluna vertebral no
tura. Compressão, gelo, descanso e elevação plano coronal definindo-se como uma curva-
são aspetos importantes no tratamento da tura lateral patológica. Por convenção, uma
fase aguda, podendo existir 30% de recor- curvatura com ângulo ³ 10º define escoliose.
rência. A direcção da curvatura, quer seja direita ou
Objetivo: Caracterizar epidemiologicamen- esquerda, é definida pela convexidade da
te a entorse do tornozelo em duas unidade curvatura. A escoliose idiopática divide-se
de saúde de cuidados primários (CSP), bem em três subcategorias baseadas na idade de
como a sua abordagem e seguimento neste apresentação no paciente: infantil (dos 0 aos
âmbito. 3 anos), juvenil (dos 4 aos 9 anos) e da ado-
Métodos: Pesquisa sistemática: Pubmed, Up- lescência (mais de 10 anos de idade). O nosso
todate, Medscape, BMJ e Cochrane, com os caso clínico ilustra duas irmãs com escoliose
termos MeSH Ankle Sprains, Primary care, idiopática juvenil que nunca foram tratadas
Diagnosis e Treatment. até à idade adulta, por falta de vigilância em
Desenvolveu-se uma base de dados de uten- cuidados de saúde primários em Angola.
tes com problema L77 - Entorse do tornozelo Relato de caso: Y.S.R.R., sexo feminino, 43
através do programa MIM@UF. Através do anos, com antecedentes de Rinite Alérgica e
programa SClinico foram consultados os pro- Asma e E.F.R.R., sexo feminino, 41 anos, sem
cessos clínicos dos indivíduos identificados antecedentes de relevo, irmãs, naturais de
em epígrafe, de modo a recolher a sua carac- Angola, apresentavam acentuadas escolio-
terização, bem como o método diagnóstico e ses dorso-lombares que nunca haviam sido
tratamento utilizado. observadas em consulta de Ortopedia. Foram
Resultados: A incidência da entorse do torno- referenciadas ao Centro Hospitalar de Lisboa
zelo nas listas em estudo e a caracterização Norte, EPE, onde Y.S.R.R. foi diagnosticada
da amostra foram semelhantes às encontra- com Escoliose dorso-lombar com curvatura
das na literatura portuguesa e internacional. sinistro-convexa de, aproximadamente, 90
O registo clínico é escasso e inconsistente graus e E.F.R.R. com escoliose dorso-lombar
com as diretrizes internacionais. dextro-convexa de, aproximadamente, 60
Conclusão: É premente melhorar o registo graus. Foram submetidas a correção cirúrgica
nos processos clínicos (colheita da história com instrumentação pedicular e com controlo
clínica, observação do doente e da terapêu- de potenciais evocados, tendo as interven-
tica aconselhada). ções sido realizadas com sucesso. O caso
8
clínico destas duas irmãs exemplifica uma As análises revelaram HbA1c 9,8, Ureia 51
escoliose congénita, com curvaturas acen- mg/dL, sem outras alterações.
tuadas, em irmãs de idades diferentes que O Rx evidenciou fratura e subluxação do pé,-
nunca tinham sido observadas em cuidados sem alterações no doppler venoso e arterial.
de saúde primários. Foi referenciado para consulta de Ortopedia,
Conclusão: Com o relato deste caso clínico tendo sido observado e colocado diagnóstico
pretende-se sublinhar a importância da vigi- de Pé de Charcot em fase aguda, com luxa-
lância de saúde em cuidados de saúde pri- ção de Lisfranc e fractura da base do segundo
mários, nomeadamente, da progressão do metatarso.
crescimento ósseo, prevenindo patologias Foi realizada imobilização com gesso, com
que podem ser tratadas precocemente, como remissão dos sinais inflamatórios, a qual foi
é o caso da escoliose. posteriormente removida por provável entrada
em fase de deformidade residual. Foi aconse-
P 03 lhado calçado ortopédico, com duplo rocker.
NEUROPATIA DE CHARCOT… A PROPÓSITO Encontra-se actualmente em fase de conso-
DE UM CASO CLÍNICO lidação de artropatia de Charcot, mantendo
Lorina Pestana1; Catarina Matos Silva2 deformidade grave. Aguarda decisão de tra-
1
USF LoureSaudável; 2USF Cruzeiro tamento cirúrgico para correcção da deformi-
Introdução: A neuroartropatia de Charcot (NAC) dade.
é uma deformidade osteoarticular do pé neu- Conclusão: A síndrome da NAC é uma com-
ropático causada predominantemente pela plicação importante resultante da diabetes e
diabetes. da neuropatia.
O atraso no diagnóstico e tratamento pode É identificada numa pequena percentagem de
conduzir à ulceração e amputação do pé,daí diabéticos.
a importância de um diagnóstico e tratamento As taxas de complicação rondam os 70, in-
precoce. cluindo amputação.
A etiopatogenia é desconhecida e o diagnósti-
co da NAC é clínico. P 04
Caso clínico: Doente sexo masculino, 68 anos, CAUSAS SECUNDÁRIAS DE DOR LOMBAR:
caucasiano. Antecedentes pessoais de Diabe- QUANDO PENSAR?
tes Mellitus medicada mas não controlada. Sara Silva Gomes
Apresentou-se na consulta com quadro de USF Faria Guimarães
dorsalgia do pé esquerdo com vários meses Introdução: A dor lombar é uma queixa que
de evolução. Negava traumatismos e quedas. surge quase diariamente nas consultas de
À observação apresentava queixas álgicas Medicina Geral e Familiar, que pode ter gran-
após a marcha associadas a hiperemia, ede- de impacto nas atividades básicas diárias,
ma, aumento da temperatura local, pele muito com tradução na vida familiar, laboral e so-
seca e alterações da sensibilidade da perna cial. É fundamental que os profissionais de
homolateral. saúde, nomeadamente os Médicos de Famí-
Foi solicitada avaliação analítica e radiogra- lia, saibam reconhecer pela história clínica e
fia (Rx) do pé e doppler venoso e arterial dos pelo exame objetivo os sinais e sintomas que
membros inferiores para exclusão de patolo- tornam a investigação imagiológica essencial.
gia osteoarticular e vascular. Objetivo: Explorar as possíveis causas secun-
jornadas de ortopedia para medicina geral e familiar 9
dárias da dor lombar, apresentando os sinais gnóstico é sobretudo clínico com terapêutica
e sintomas clínicos que devem motivar uma conservadora.
avaliação mais exaustiva desta queixa. Descrição do caso: Homem, 62 anos, ex-a-
Metodologia: Revisão bibliográfica narrativa gricultor, antecedentes doença de Parkinson,
da literatura médica publicada até fevereiro dislipidemia, hipertensão arterial, diabetes
de 2017, usando bases de dados científicas, Mellitus tipo 2 e gastrite. Há um ano, dores
com as palavras-chave low back pain, etiolo- osteoarticulares generalizadas com predo-
gy e diagnostic imaging. mínio nos ombros e mãos, rigidez matinal e
Resultados: Há dezenas de causas identifica- limitação funcional. Há 3 meses, assimetria
das passíveis de condicionar dor lombar mas muscular do braço direito, indolor, sem trau-
os casos secundários a patologia grave são matismo.
raros. Numa lógica de medicina defensiva, e Objetivamente, sinal de Popeye à direita, li-
também para ir de encontro àquilo que são mitação da mobilidade, dor e rigidez dos om-
as expectativas o doente, o médico tende a bros; nas mãos, rubor, edema e rigidez das ar-
prescrever exames de imagem mais do que ticulações interfalângicas proximais e distais.
o necessário. Esta abordagem, embora per- Ecografia do ombro direito com tendinose do
mita a exclusão de patologia grave, gera cus- supraespinhoso e subescapular e heteroge-
tos desnecessários, expõe os doentes a uma neidade do tendão da porção longa do bicípite,
dose não negligenciável de radiações e mo- rutura e retração caudal parciais; radiografia
tiva, muitas vezes, a realização de cirurgias das mãos, espessamento dos tecidos moles e
que não resultam em melhoria dos sintomas. erosão marginal das articulações interfalângi-
Conclusão: Pela enorme frequência com que cas proximais. Analiticamente, fator reumatoi-
os doentes recorrem aos cuidados de saúde de e parâmetros inflamatórios positivos.
por lombalgia, é essencial que os clínicos se Efetuado controlo da dor e referenciação para
encontrem preparados para distinguir os ca- a especialidade.
sos que requerem uma avaliação exaustiva Discussão: De realçar a importância do papel
dos casos idiopáticos benignos, muito mais dos cuidados de saúde primários na aborda-
frequentes. gem da patologia osteoarticular. A abordagem
holística permitiu identificar vários fatores
P 05 possivelmente implicados na deformidade
SINAL DE POPEYE – A PROPÓSITO DE UM CASO como, alterações sugestivas de artrite reu-
CLÍNICO matoide, traumatismo recorrente do trabalho
Sofia Macedo Silva; Ana Isabel Miranda agrícola e uso de estatina. Por fim, afigura-se
Unidade de Saúde Familiar Esposende Norte - ACES a relevância do controlo da dor na patologia
Cávado III osteoarticular.
Introdução: A rotura do tendão proximal do
bicípite corresponde a 90-97 das roturas do P 06
bicípite. Prevalente em homens, 40-60 anos SÍNDROME DE POLAND – REVISÃO DE TEMA
e clinicamente com dor intensa ou assimetria Nuno N. Miguel, Cláudio Espírito Santo e Emília Nina
muscular do braço isolada - Sinal de Popeye. USF Cela Saúde, USF Buarcos e USF Cela Saúde
Etiologicamente pode associar-se a desgas- Resumo: A síndrome de Poland consiste no
te muscular, microtraumatismos, patologia subdesenvolvimento ou ausência do músculo
reumatológica, iatrogenia ou trauma. O dia– grande peitoral unilateralmente e hipopla-
10
sia da mama, estando associado em alguns P 07
casos a agenesia das cartilagens costais QUEIXAS COMUNS – DIAGNÓSTICOS RAROS!
homolaterais e deformidades grosseiras do A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO
membro superior ipsilateral. Desconhece-se Luís Pardal e Dineia Toscano
a verdadeira incidência e etiologia desta pato- USF Colares
logia, no entanto habitualmente ocorre de for- Enquadramento: A displasia da glenóide leva
ma esporádica, exibindo preponderância pelo a uma instabilidade da articulação, em que o
lado direito. Trata-se de uma patologia con- tecido é facilmente danificado por esforços,
génita rara. Os objetivos deste trabalho visam como a musculação.
proporcionar uma revisão atualizada sobre o Discussão do caso: Homem, 43 anos, sem
tema, atuando como forma de aprendizagem antecedentes pessoais relevantes, ao efectuar
e atualização de conhecimentos, abordando movimento de flexão anterior dos membros su-
a etiopatogenia, epidemiologia, apresenta- periores com peso, sente dor e impotência fun-
ção clínica, diagnóstico, classificação e tra- cional no ombro direito. Automedicou-se com
tamento. Tem por base uma revisão clássica paracetamol 1000 mg e ibuprofeno 400 mg
baseada na pesquisa e recolha bibliográfica durante 3 dias, sem melhoria do quadro clínico.
de artigos de revisão na base de dados Me- Por manutenção dos sintomas, recorreu ao
dline/Pubmed. Consultaram-se outros artigos médico de família que realizou o exame ob-
considerados pertinentes, tendo sido selecio- jectivo: sem alterações á observação e pal-
nados apenas artigos publicados em inglês ou pação, sem alterações á mobilização passiva
português. Foram utilizados os termos MeSH: do ombro e com as seguintes amplitudes
Poland syndrome. articulares à mobilização activa: flexão 120º,
Concluiu-se que a Síndrome de Poland se abdução 100º, rotação externa 70º, rotação
trata de uma patologia congénita e rara, ha- interna 90º. Apresenta, ainda, diminuição glo-
vendo ainda várias dúvidas por esclarecer, bal da força dos músculos da coifa dos rota-
nomeadamente no que concerne à etiologia. dores. Pede-se como meio complementar de
Pode tratar-se de uma doença com implica- diagnóstico radiografia do ombro e medica-
ções físicas e psicológicas no desenvolvimen- se sintomaticamente com etoricoxib 90 mg 1
to. O tratamento deverá ser individualizado, comprimido por dia até reavaliação.
dependendo do grau de deformidade, do sexo Após 1 semana, procedeu-se a nova consul-
e idade do doente e das preferências e ex- ta, onde se identificou diminuição moderada
petativas deste. O médico de família tem um das queixas álgicas mas manutenção da di-
papel crucial na vigilância da saúde infanto- minuição das amplitudes articulares e força
juvenil, o que permite o diagnóstico, orienta- muscular. A radiografia revela displasia da
ção e referenciação oportunas assegurando glenóide, com luxação glenoumeral, com su-
uma abordagem terapêutica multidisciplinar, perfícies articulares sem alterações.
minimizando o impacto desta patologia. Dado o quadro clínico, optou-se por pedir TAC
do ombro e referenciar para consulta de es-
pecialidade, que doente optou por realizar em
hospital privado.
Discussão: O médico de Família e frequen-
temente confrontado com queixas osteoarti-
culares na consulta, devendo saber identificar
jornadas de ortopedia para medicina geral e familiar 11
as que merecem MCDTs para eventual refe- Discussão/Conclusões: A dor do ombro é um
renciação à especialidade, daí a pertinência problema musculoesquelético comum e im-
deste caso. portante. A sua orientação é multidisciplinar
e pode incluir medidas não farmacológicas,
P 08 analgesia, fisioterapia ou em casos mais gra-
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA DA OMALGIA ves o recurso a cirurgia.
NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
Vasco Mota P 09
USF Novo Sentido - ACeS Porto Oriental MANIFESTAÇÕES MUSCULOESQUELÉTICAS
Introdução: O ombro é uma estrutura com- DA DIABETES MELLITUS
plexa que permite uma grande amplitude Vasco Mota
movimentos. A omalgia é a terceira causa por USF Novo Sentido - ACeS Porto Oriental
dor aguda musculoesquelética nos Cuidados Introdução: As lesões microvasculares da
de Saúde Primários, com uma prevalência es- diabetes Mellitus (DM), como a retinopatia,
timada de cerca 10. Esta pode-se apresentar nefropatia e neuropatia diabética são bem
por limitação do movimento por dor, rigidez reconhecidas e estudadas pelos médicos
ou fraqueza, o que pode causar interferências de Medicina Geral e Familiar. No entanto, as
nas atividades de vida diárias e no trabalho. manifestações musculoesqueléticas são di-
Levantar cargas pesadas e movimentos re- versas e muitas vezes negligenciadas. O seu
petitivos são fatores de risco para o apareci- aparecimento pode estar associado ao tempo
mento e recorrência deste problema. da duração da doença bem como o contro-
Objetivos: Rever e propor uma abordagem lo glicémico. Assim, é importante que sejam
simplificada para o diagnóstico das patolo- diagnosticadas e tratadas atempadamente
gias do ombro, incorporando técnicas diag- com o intuito de minorar sintomas e melhorar
nósticas a nível dos CSP e alertando para os a qualidade de vida destes doentes.
sinais de alerta que poderão identificar pro- Objetivos: Revisão sobre as manifestações
blemas graves. musculoesqueléticas da DM
Material e métodos: Pesquisa bibliográfica de Material e métodos: Pesquisa bibliográfica
artigos, nas línguas inglesa e portuguesa, nas de artigos, nas línguas inglesa e portuguesa,
bases de dados da Medline, Cochrane Library, nas bases de dados da Medline, Cochrane
National Guideline Clearinghouse, utilizando Library, National Guideline Clearinghouse,
os termos MeSH: shoulder pain, primary care, utilizando os termos MeSH: Musculoskeletal
frozen shoulder, Rotator cuff disorders. Diseases e Diabetes Mellitus.
Resultados: Os sinais de alerta a descartar Resultados: Existem várias classificações
associados a problemas mais graves podem possíveis para as patologias musculoesque-
ser sinais e sintomas de infeção, história de léticas relacionadas com a DM. a mais con-
trauma ou dor súbita, ou antecedentes de sensual é a de Arkkila et al., em que as divide
neoplasias, dor refratária ao tratamento, em em intrínsecas, aumento da incidência da DM
repouso ou em múltiplos locais. As síndromes e associação possível com DM. No primeiro
mais comuns de omalgia são a instabilidade, grupo estão a mobilidade articular reduzida,
a patologias da coifa dos rotadores, capsulite síndrome mão rígida e os enfartes muscula-
adesiva, doença acromioclavicular ou cervi- res; no segundo grupo incluem-se a doença
calgia referida ao pescoço. de dupuytren e capsulite adesiva, e no último
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a osteoartrite e o síndrome do túnel cárpico. que descrevia terem agravamento com carga,
Discussão/Conclusões: A DM está envolvida com algumas semanas de evolução. À obser-
em várias manifestações musculoesqueléti- vação foi objectivada incapacidade funcional
cas, mas sobretudo envolve as articulações com dor à mobilização activa e passiva da ar-
dos membros superiores. O diagnóstico e tra- ticulação, e após realizar exames de diagnós-
tamento são importantes na melhoria da qua- tico foi identificada fractura do fémur direito
lidade de vida destes doentes. Podem traduzir em relação com múltiplas áreas de osteopo-
o mau controlo metabólico desta doença, ou rose, bilaterais – diagnosticada OTG.
permitir o diagnóstico de DM em doentes que Discussão: Ainda que a OTG seja autolimi-
ainda não são reconhecidos como tal, evitan- tada, a fractura patológica femoral, constitui
do as suas complicações cardiovasculares uma das suas consequências mais graves e
mais bem conhecidas. difíceis de gerir em período pré-natal, acarre-
tando maior risco para a mãe e feto, e tradu-
P 10 zindo-se numa enorme perda de qualidade de
OSTEOPOROSE TRANSITÓRIA DA GRAVIDEZ
vida nesta fase crítica para a mulher.
– CASO CLÍNICO
Joana Pereira; Daniela Oliveira; David Rodrigues;
P 11
Hugo Salgueiro; Joana Fernandes; João Abrantes;
SÍNDROME DO PIRIFORME – A IMPORTÂNCIA
Nídia Nunes; Nuno Páscoa; Susana Lourenço
NO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE DOR
USF Planície; USF Eborae
CIÁTICA
Enquadramento: A osteoporose transitória Carla Ramos
da gravidez (OTG) constitui uma doença rara, USF Plátano
por perda de densidade óssea sobretudo no
Introdução: A dor na região posterior da anca
último trimestre a gravidez e mais frequente-
mente no colo do fémur. Clinicamente cursa e ciática trazem frequentemente um desafio
com dor na anca, que aumenta com a carga diagnóstico e terapêutico. A síndrome do pi-
e implica claudicação, embora a mobilidade riforme é causada por compressão do nervo
esteja conservada e ao exame objectivo não ciático pelo músculo piriforme. O diagnóstico
seja dolorosa, esta discrepância deve alertar é clínico e difícil de validar com exames com-
o médico para este diagnóstico. A complica- plementares.
ção mais grave é a fractura do colo do fémur, Objetivos: Resumir os principais aspectos no
que pode ocorrer tanto no período de gesta- diagnóstico e abordagem do síndrome pirifor-
ção como após o parto. O tratamento é con- me e salientar a importância no diagnóstico
servador até término da gestação, e a doença diferencial de dor na região posterior da anca
autolimitada, com remineralização óssea até e ciática.
12 meses pós-parto. Material e métodos: Pesquisa de revisões
Descrição do caso: Mulher caucasiana, na sistemáticas, revisões de tema, Guidelines,
33ª semana de gestação, sem antecedentes meta-análises e estudos observacionais pu-
de doenças osteoarticulares previamente à blicados nos últimos 10 anos, utilizando os
gravidez. Recorreu ao serviço de Urgência termos Mesh piriformis syndrome e conduzi-
após quadro súbito de dor intensa e impo- da, entre outros, na Pubmed e Cochrane Da-
tência funcional da articulação coxo-femural tabase Reviews.
direita, durante a marcha. Mantinha queixas Resultados: Obtiveram-se 71 artigos, dos
álgicas bilaterais mais marcadas à direita, quais se seleccionaram 13 por cumprirem
jornadas de ortopedia para medicina geral e familiar 13
os critérios estabelecidos. A causa mais co- exame apresenta bom estado geral, apirexia,
mum de dor nesta região é referida da coluna dor em hiperextensão, sem sinais inflamató-
lombar, frequentemente por herniação dos rios ou proeminência óssea.
discos/radiculopatia ciática, sendo que esta Inicialmente foi aconselhada massagem e
síndrome deve ser tida em conta no diagnós- repouso articular durante as crises. Pela
tico diferencial, uma vez que pode causar dor ausência de melhoria ao longo do tempo e
referida ao trajeto do nervo ciático. Ao exame pela localização atípica da dor foram pedi-
objectivo, manobras que aumentem a tensão dos exames de imagem que detetaram uma
do piriforme, como a podem reproduzir/exar- irregularidade da proeminência tibial anterior,
cebar a dor. O tratamento inclui fisioterapia e em relação com provável Doença de Osgood
corticóide e/ou analgésicos locais. Tem sido Schlatter. Através da recomendação de medi-
usada toxina botulínica e descompressão en- das de conforto mais adequadas foi possível
doscópica do nervo ciático com resultados tranquilizar a criança e os cuidadores.
promissores. Este caso revela a importância do acompanha-
Discussão/Conclusões: Uma vez que a apre- mento longitudinal e da necessidade de, por
sentação clínica pode ser vaga e há poucos vezes, recorrer a exames complementares de
testes diagnósticos validados, esta síndrome diagnóstico perante queixas atípicas e/ou pro-
é muitas vezes um diagnóstico de exclusão. longadas. A doença de Osgood Schlatter afeta
cerca de 5% dos adolescentes, ascenden-
Ainda assim, deve ser considerada em doen-
do aos 20% nos atletas. Predomina no sexo
tes com dor glútea/ciática e história clínica
masculino entre os 10-15 anos, com evolu-
atípica ou exames de imagem sem alterações.
ção tipicamente auto-limitada. É fundamental
tranquilizar a família, com base numa relação
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de confiança e numa observação continuada.
DORES DE CRESCIMENTO – A PROPÓSITO
DE UM CASO CLÍNICO
Joana Martins Nunes; Daniela C. Torrinha;
Mafalda Cachorreiro
USF Oeiras
Resumo: A patologia ortopédica constitui
um motivo de consulta importante nos CSP,
nomeadamente na idade pediátrica. Cabe ao
MGF a investigação e orientação das situa-
ções que necessitem de vigilância, detetando
precocemente sinais de alarme mandatórios
para a articulação com o Ortopedista.
Apresenta-se o caso de uma criança do sexo
masculino de 11 anos, com quadro intermi-
tente de dor na região posterior do joelho
direito, com 2-3 anos de evolução e agrava-
mento desde há 1 mês. A dor inicia-se após
o exercício físico, com intensidade ligeira, por
vezes bilateral e motivou a saída dos treinos
de futebol. Sem história de traumatismo. Ao
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