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Salomão Viagem

ESCOLHAS NECESSÁRIAS

i
Ficha Técnica

Título: ESCOLHAS NECESSÁRIAS


Autor: Salomão Viagem
Maquetização e Impressão: Imprensa Universitária
Capa: Dércio Comuana e Mussa Henriques
Número de Registo: 8806/RLINLD/2016
Tiragem: 100 Exemplares
1º Edição 2016

ii
Índice

Prefácio ..........................................................................................1
1 Para boas escolhas. Luz, é o que (mais) precisamos ..........5
2 As primeiras coisas em primeiro lugar ..............................11
3 Alimentos psicológicos ........................................................15
4 Escolhas necessárias - Parte I .............................................19
O que fazer na vida? Que profissão ou ocupação devo
escolher? ................................................................................19
5 Escolhas necessárias - Parte II ...........................................25
Com quem se casar? .............................................................25
6 Escolhas necessárias - Parte III ..........................................35
Onde vou morar?..................................................................35
7 O maior milagre....................................................................41
8 O caminho que termina numa parede ...............................45
9 O segredo do sucesso ..........................................................49
10 Sucesso da vida académica ..................................................53
11 “Gate number 35”................................................................59
12 As coisas vão piorar .............................................................65
13 Pressão sexual antes do casamento. Como vencer? ........69
14 O “Self” .................................................................................75
15 Ladrões à solta ......................................................................79
16 És livre? .................................................................................85
17 Queixumes: ele (a) é…! .......................................................89
18 Não buzine ............................................................................93
19 Eu sou sexo. Eu tenho “mola”...........................................95
20 Hanif Valy .............................................................................99
21 A sociedade dos drs../doutores ....................................... 105
iii
22 Investir no sofrimento ...................................................... 109
23 “Lugar número 17” ........................................................... 115
24 O que pedir a Deus? ......................................................... 121
25 O barco com Jesus não afunda ....................................... 129
26 Subi numa cadeira ............................................................. 133
27 Religiosos e filhos de Deus .............................................. 137
28 E os mortos? ...................................................................... 141
29 É preciso justificar os pedidos ......................................... 145
30 Lutando pela excelência.................................................... 149
31 Porquê o silêncio de Deus? .............................................. 153
32 O suicídio lento ................................................................. 157
33 É preciso crescer ............................................................... 161
34 A guerra invisível ............................................................... 165
35 Escolhas necessárias. Parte IV (a Igreja da Bíblia) ........ 173
36 Para que te vá bem ............................................................ 179
37 Pense nisto ......................................................................... 181

iv
Aos meus pais:
António da Silva Viagem Zomane (em memória),

e Paulina Muressama.

À Nalsa (Mamí), minha mulher e aos nossos filhos:


Savigny, Paulo da Graça e Endí Nikensile.

v
PREFÁCIO

Este é um dos Livros considerado útil e


recomendável a todos os títulos aos Leitores que
têm agora a oportunidade e também interesse em o
conhecer. Com efeito, ele está elaborado com o
propósito de os conquistar e de os ajudar a
renascer, a crescer, a fortalecer, e a assentar as suas
vidas com fim de percorrerem um caminho novo,
desviando-os daqueles que até aqui, eventualmente,
andavam distraídos ou mesmo arredados. O seu
autor, o meu distinto amigo Dr. Salomão Viagem,
desenvolveu nos seus textos uma série de delicados
e interessantes assuntos tanto de natureza social,
moral, como espiritual, os quais se associam à
célebre e secular expressão latina do poeta romano
Juvenal que, em determinado passo deu a conhecer
a universal frase “Mens sana in corpore sano” ou seja
“Uma mente sã num corpo são”. Não necessitamos
de recuar tão longe, até á cultura da sociedade da
época do poeta! Mas convém que não esqueçamos
que os tempos que agora vivemos, de tão difíceis e
angustiosos que se têm revelado, pesam como um
jugo sobre a vida de cada indivíduo. Os nossos dias
são solenes. Ninguém é uma ilha! A humanidade,
nas primeiras pessoas de Adão e Eva, foram
1
criados à “Imagem e semelhança de Deus”. É isto
que lemos no Livro de Génesis, 1:26. Significa,
portanto, que ao sair das mãos do seu Criador, o
homem (“alma”, criatura vivente) “ trazia em si
mesmo, na sua natureza física, intelectual e
espiritual, a semelhança (parecença) dAquele que,
sábia e poderosamente, o criou” para Sua honra e
glória. Bem declarou, inspiradamente, o Salmista ao
dizer: “ Que é o Homem mortal para que te
lembres dele? (...) Contudo, pouco menor o fizeste
do que os Anjos, e de honra e glória o coroaste”.
(Salmo 8:4,5). Ora, esta obra prima da criação de
Deus dignificou, elevou até às mais elevadas alturas
a pessoa humana, ao contrário do pensamento
evolucionista que a rebaixa até á linha primária dos
brutos, animalizando-a! O trabalho literário agora
colocado á luz do dia, desenvolve uma interessante
lista recheada de bons e preciosos conselhos, de
avisos, e esclarecidas lições para este tempo e que
urge atender e implementar. A vida hodierna é tão
factual, de realidades tão exasperantes e penetrantes
aos nossos olhos e aos nossos ouvidos, que não é
preciso muito esforço mental para verificarmos
como ela está em todas as latitudes e horizontes
arruinada de “homens egoístas, gananciosos,
pretensiosos, orgulhosos, blasfemos, desobedientes
aos pais, mal-agradecidos, sem amor nem espírito
2
de colaboração (solidários), caluniadores,
desumanos, inimigos do bem, traidores, insolentes,
duros de entendimento, e mais amigos dos prazeres
do que de Deus”. Não foi para estas infelicidades,
para estas desgraças, que Deus criou o Homem!
Não O culpemos. Outro “deus”, durante séculos e
até a esta parte, tem estado em grande dinâmica,
escondido e entronizado no coração de homens
que retratam a sua natureza para, por intermédio
deles, realizar o seu trabalho de miséria e de morte.
A Humanidade desde há muito que vem
adoecendo, a ficar moribunda, a fragmentar-se cada
vez mais.. E isto, infelizmente, a partir do interior
das próprias Famílias, das que se demitiram dos
seus deveres e perderam os valores que a seu tempo
as uniram. A falta de misericórdia; de bondade, da
paz que é dada de Cima aos homens, alastrou-se e
contagiou homens e mulheres de todos os
Continentes, e tal como o vento, ultrapassou
fronteiras e sem passaporte. Elogio neste meu
Prefácio, confessadamente modesto, o Dr. Salomão
Viagem, pela determinante coragem e firmeza de
princípios sociais e espirituais com que se expôs ao
revelar este seu importante e pertinente trabalho
literário, desejando deste modo criar,
objectivamente, corações e espíritos novos, com o
fim de os libertar das prisões que cada um
3
construiu e a si próprio nelas se fechou, resultante
de condutas erradas não aprovadas pela leis da
Família, do seu País, e das implementadas pelo
Criador, segundo o conhecimento que tiveram
delas durante a vida e que, infelizmente, dEle se
ausentaram! Lembro uma declaração solene da voz
do Senhor dos Exércitos relatada pelo Seu profeta,
tal como a lemos: “Ah! Se tivesses dado ouvidos
aos Meus mandamentos! Então seria a tua paz
como o rio, e a tua justiça (o teu triunfo) como as
ondas do mar”. (Isaías, 48:18). Oxalá este Livro saia
no tempo desejável e alcance o alvo no sentido de
uma actualização profícua de valores Morais e
Espirituais em relação aos homens e mulheres que
aspiram, séria e honestamente, ser diferentes – em
palavras e atitudes -, porque de tais pessoas as
sociedades delas carecem como pão para a boca
destes tempos de futuro com tão duvidosas
expectativas.
Carlos Santos
Coimbra, 28 de Setembro de 2016

4
1

PARA BOAS ESCOLHAS. LUZ, É O QUE


(MAIS) PRECISAMOS

“…Deus é luz e não há nele trevas nenhumas” I João 1: 5

L uz é realmente o que (mais) precisamos na vida


para fazer escolhas sábias. Sem luz as acções e as
perspectivas de qualquer um ficam limitadas; as escolhas por
conseguinte tornam-se infelizes. Vê-se isso em muitos
aspectos da nossa vida, por exemplo, durante o dia,
porque há luz, as pessoas levam a cabo
normalmente os seus mais diversos propósitos e
tarefas, com vigor e entusiasmo, mas ao anoitecer o
mesmo não acontece.
Ora, a luz a que nos propusemos aqui tratar não é a
física, mas sim a Luz da sabedoria que ilumina os
pensamentos. Neste contexto, pretendemos
mostrar que, não basta ver com os olhos físicos
para pensar que de facto vê tudo. Há coisas que se
vêem não apenas com os olhos, mas também com
a mente, com o espírito. O erudito apóstolo Paulo,
recebeu instruções de Jesus Cristo para abrir os
olhos a pessoas que já viam, isto foi através das
seguintes palavras: “Para lhes abrires os olhos, e das
5
trevas os converteres à luz, e do poder de Satanás a Deus, a
fim de que recebam a remissão dos pecados e um lugar entre
os santificados pela fé em mim”. Actos 26:18.
Assim, carecemos não só da luz física mas também
da Luz da sabedoria, pois o que vemos na realidade
não é tudo quanto existe e, às vezes, se mostra
completamente distorcido porque são sombras e
imagens pouco claras das mais puras e verdadeiras
realidades.
Neste sentido, o conhecido filósofo grego, Platão,
no seu mito de A Caverna diz que o homem se
encontra encarcerado numa caverna, sem outra luz
a não ser a que consegue entrar parcialmente pela
abertura da cova. Na parede projectam-se as
sombras de uns carregadores que levam aos
ombros cargas, as realidades materiais tangíveis e
visíveis deste mundo.
O conhecimento que o homem dentro da caverna
pode ter do mundo que o rodeia, dos outros, de si
mesmo, inclusivamente de Deus, é limitado, parcial,
imperfeito, enigmático. Continua o filósofo
dizendo que, para ter a visão clara de um
conhecimento pleno da realidade, o homem tem de
sair da caverna e ver o mundo das ideias cara a cara,
e isto apenas pode ser conseguido por meio de

6
sabedoria. A ignorância é o Mal e a sabedoria é o
Bem.
Parece ser pouco refutável o pensamento deste
clássico autor em qualquer perspectiva que se possa
analisar. Precisamos de uma Luz que nos permita
ver em pleno as coisas. Essa Luz é transcendente,
está além do meramente visível.
Não é difícil sentir a falta de Luz em alguns
momentos cruciais da vida, ainda que em presença
da luz física. Diversas são as situações da vida que
nos fazem sentir estar em trevas. A morte de um
ente querido, prisão ou privação de liberdade,
doença crónica, divórcio, separação, procura de um
parceiro para o casamento, perda de bens, perda de
emprego, interrupção involuntária de uma carreira
que se pretendia promissora, desqualificação num
concurso ou competição desportiva, perda de uma
viagem de sonho, falência no negócio, falta de
dinheiro para aquisição de bens de primeira
necessidade, etc (a lista é interminável), são algumas
das situações que nos fazem sentir carência de Luz.
Porventura, estás numa destas situações?
Quando somos abraçados pelas trevas resultantes
das sacudiduras da vida actual, parece reinar o
“caos”. Contudo, há ainda uma “Luz”. É dessa luz

7
que realmente precisamos para sair da encruzilhada
em que parece nos encontrarmos, é também dessa
luz que precisamos para ter a real perspectiva das
coisas e fazer escolhas correctas.
A Luz que realmente precisamos é alguém (uma
pessoa): Jesus Cristo. Ele mesmo, a propósito
proclamou com palavras muito claras dizendo: “Eu
sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas,
mas terá a luz da vida” João 8: 12.
“O homem, na sua condição sem Cristo e sem a
revelação, tem aqui e agora uma percepção limitada
e, por vezes, defeituosa do bem e do mal; não pode
confiar nos seus sentimentos, nem no seu
entendimento obscurecido, entenebrecido pelo
pecado, necessita que o Espírito Santo ilumine a
sua vida, esclareça o seu entendimento, quebre as
cadeias e o faça sair para a Luz para que possa ver”
Cfr, Carlos Puyol Buil, Mas há um Deus no Céu,
Meditações Matinais, Publicadora ParaServir, 2015,
p. 146.
Quando as circunstâncias da vida nos remetem às
trevas e incertezas ou quando se mostra difícil
escolher, não precisamos de tomar atitudes
extremas senão pedir a Luz que acabamos de
identificar. Essa Luz é para todo o mundo sem

8
nenhuma excepção, é por conseguinte para mim e
para si estimado(a) Leitor(a). Não há pré -
condições para ter acesso a ela, basta a querer e
pedir. A Luz existe, naturalmente para afastar as
trevas e as dificuldades de escolha.
É assim que a Palavra de Deus nos diz que: “No
princípio, criou Deus os céus e a terra. E a terra era sem
forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo…” ;
isto mostra que no princípio, antes de nada existir
aqui na Terra, era o “caos”, mas apesar disso, o
Espírito de Deus movia-se sobre a face das águas, é
dizer, do abismo ou do caos, Géneses 1: 1-2.
“E disse Deus: Haja luz. E houve luz”. Gênesis 1:3.
Há nos citados textos bíblicos dois importantes
aspectos a considerar:
1. Que o Espírito de Deus não anda distante
das trevas. Deus não anda longe do aflito,
do desesperado, do indeciso, do
amargurado com a vida ou mergulhado em
incertezas.
2. Que é Deus Quem dá ordens para que
“haja luz” (que precisamos). Ele é o Doador
da vida e dá luz a todos que a quiserem.
“Porque Deus, que disse que das trevas
resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos
9
corações, para iluminação do conhecimento da glória
de Deus, na face de Jesus Cristo”. II. Coríntios
4:6.
Daí que, Luz é o que (mais) precisamos.
Que trevas o dominam neste momento? Estás
na indecisão de uma importante escolha? Estás
num beco sem saída de uma questão social ou
económica? Vais desistir? Vais te entregar ao
desgosto ou lançarás tudo ao chão? Não tomes
nenhuma dessas atitudes drásticas, há pairando
à tua volta uma “Luz”, Jesus Cristo.
Pede, agora, aí onde estás:
Senhor Deus, sinto-me no meio de trevas que
não me permitem escolher correctamente, não
sei o que fazer porque não vejo nenhuma
opção conveniente diante de mim. O texto que
acabei de ler fez-me saber que “Tu És e dás
Luz”. Por favor Senhor, dá-me a Tua Luz para
eu saber como escolher, o que fazer e que
caminho devo seguir. Em nome do Senhor
Jesus Cristo. Ámen.

10
2

AS PRIMEIRAS COISAS EM PRIMEIRO


LUGAR

“Busque primeiro o reino de Deus e a sua justiça…”


Mateus 6: 33.

O tema que acabo de anunciar é certamente


conhecido por muitos dos leitores, de maneiras que
pode, à partida, desmotivar a devida atenção a ele,
alegadamente por ser dos mais apresentados nos
púlpitos e nos escritos. Mesmo assim, peço a sua
atenção porque, eventualmente, trarei outros
aspectos que também podem ser encontrados nesta
grande afirmação do Salvador do mundo.
Podemos ser levados a pensar, e há muitos que
pensam assim, que buscar primeiro o reino de Deus
é, antes de mais nada, orar de manhã antes de sair
de casa, meditar através da leitura da Palavra de
Deus e outros escritos inspirados, cantar, etc.
Só isso não seria buscar em primeiro lugar o reino
de Deus. Estes actos deviam ser o reflexo de quem
realmente busca o reino de Deus em primeiro lugar

11
e não, por si só, o buscar o reino de Deus em
primeiro lugar.
Imaginemos que alguém pratique os actos
devocionais conforme atrás referi, como sua
prioridade do dia, no entanto essa mesma pessoa é
idólatra, isto é, na sua vida faz coisas incompatíveis
com o temor e adoração do único Deus, acredita
no espírito dos mortos, consulta os médiuns
(curandeiros que advinham e prognosticam factos),
mente, comete fraudes, rouba e furta dinheiro e
bens; é insensível às preocupações dos outros,
orgulhoso, adúltero, arrogante, etc. Poderemos
ainda assim afirmar que esta pessoa busca em
primeiro lugar o reino de Deus? Parece-me que
não.
O reino dos Céus não se busca com formalismos
religiosos, mas com atitudes práticas conformes
com a vontade de Deus, a partir de um coração
totalmente rendido a Ele.
Buscar primeiro o reino de Deus e a sua justiça,
conforme Mateus 6: 33, significa no meu entender:
Agir sempre, repito, sempre, de acordo com os
princípios e normas do reino de Deus.
Quais são os princípios e normas do reino de
Deus?
12
Os princípios e normas do reino de Deus
resumem-se no: Temor do Senhor, isto é, evitar a
idolatria, e, Amor ao próximo. Estes dois grandes
princípios são o resumo dos Dez Mandamentos da
Santa Lei de Deus.
Podemos reforçar o entendimento dos princípios
do reino de Deus ao compreendermos o que Deus
requer de nós. Miqueias 6: 8, mostra-nos com
muita clareza o que Deus de facto requer de nós:
justiça, beneficência, o que é igual ao amor ao
próximo; andar humildemente com Deus, o
mesmo que andar no temor do Senhor.
A idolatria, orgulho, prostituição amor ao mundo,
feitiçaria, impureza, bebedices, glutonaria são
alguns dos exemplos de quem não anda no temor
do Senhor.
As injustiças, inimizades, iras, lutas, invejas,
homicídios, prostituição, adultério, roubo, furto,
cobiça, falar mal dos outros, ganância, avareza, são
alguns dos exemplos de quem não ama o
próximo. Leia: I Coríntios 6: 9 e 10 e Galatas 5: 19
e 20.
Querido(a), buscar primeiro o reino dos Céus
significa colocar acima de tudo o que Deus requer
de nós. Devemos com ajuda dEle procurar no
13
nosso dia-a - dia, não importa a hora e o local,
conformar as nossas acções à vontade de Deus e ao
bom senso dos nossos semelhantes. De contrário,
se continuamos a violar o princípio do temor do
Senhor e do amor ao próximo, estaremos longe de
buscar em primeiro lugar o reino de Deus e a sua
justiça e, consequentemente, de usufruir as
vantagens disso resultante.
O reino dos Céus é caracterizado por amor, gozo,
paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé,
mansidão temperança. Gálatas 5: 22 e 23.
Se procuramos viver constantemente de acordo
com os princípios do reino de Deus, estaremos,
sem a mínima dúvida a buscar em primeiro lugar o
reino de Deus e a Sua justiça, assim, podemos
esperar uma vida abençoada, isto é: “todas essas
coisas vos serão acrescentadas”.
Que o Senhor nos ensine e nos ajude a buscar em
primeiro lugar o reino dos Céus.
Mas para isso é necessário que haja Luz.

14
3

ALIMENTOS PSICOLÓGICOS

Os alimentos necessários à satisfação física e


nutricional há muito que deixaram de ser a
principal razão do labor humano. Esse facto é
actualmente mais notório. A procura de alimentos
que nutrem a alma tornou-se uma grande
necessidade da sociedade pós- moderna.
A luta já não é só para “comer” (embora ainda
existam e parece em grande número os que têm
esse desafio por superar), mas para ter cada vez
mais bens materiais e satisfazer cada vez mais (e até
ao “extremo”) os desejos do coração.
Ao conjunto de alimentos diferentes dos
necessários à nossa vida física é o que chamo de
“alimentos psicológicos”. Esses são a razão da
maior parte dos conflitos que afligem o nosso
mundo.
Não é só “pão” o que o mundo actualmente quer,
mas muito mais; quer (como há pouco disse)
acumulação de bens materiais-riquezas, poder,
fama, excessivo sexo, moda, diversão, informação,
etc.
15
Na verdade, pouca é a margem de manobra de que
dispomos para nos distanciarmos dos tais alimentos
psicológicos da actualidade, dado que a televisão e a
internet exercem através dos seus programas e
“publicidade-espectáculo” uma grande pressão
sobre as nossas almas. O que vemos logo ao sair de
casa, em direcção a qualquer lugar, são reflexos da
forte influência da sociedade de informação em que
vivemos.
O ambiente social que nos rodeia em qualquer
lugar (ruas, praças, mercados, escolas, serviços
públicos ou privados, paragens, etc) exerce por si
só uma grande pressão e influência às nossas
vontades. Assim, os que não têm acesso a televisão
e internet, por exemplo, recebem a informação das
tendências do mundo actual na “rua”. Por isso, no
meu entender, já não há “Primeiro mundo”.
O Primeiro mundo de hoje é qualquer “rua” e
qualquer “bolso” com dinheiro, pois tanto a rua
como o bolso permitem ter acesso às tendências
actuais de todo o mundo.
Para quem deseja viver e andar no temor de Deus
não deve dar muita importância aos alimentos
psicológicos porque, normalmente, colidem

16
frontalmente com o grosso da Sua Palavra revelada
aos homens.
A Palavra de Deus é sim o outro alimento dado e
recomendado aos homens (infelizmente muito
negligenciada no seu consumo) e é por este motivo
que Jesus Cristo disse: “… nem só do pão viverá o
homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”.
Mateus 4: 4.
Procuremos alimentar-nos dessa Palavra, e assim
viveremos hoje e sempre.

17
4

ESCOLHAS NECESSÁRIAS - PARTE I

O que fazer na vida? Que profissão ou


ocupação devo escolher?

Há escolhas que inevitavelmente devem ser feitas


ao longo da nossa vida. Ou escolhemos por opção
própria ou somos arrastados pelas circunstâncias da
vida a aceitar o que já está à “mão”.
Uma das necessárias escolhas é: O que fazer na
vida? Que profissão ou ocupação devo ter? O
mercado está cada vez mais competitivo e por
conseguinte “renhido”, porque há uma visível
inflação de pessoas formadas em diversas áreas.
O que fazer na vida, é um tema de difícil
tratamento, mas há, com certeza, algumas linhas
mestres que podem orientar a resposta à questão
suscitada.
A vida é feita de caminhos arbitrários, desde o seu
ponto de partida (nascimento) ao fim (morte). Não
há sequer duas pessoas com a mesma trajectória.
No entanto, há aspectos que são comuns a todos os
19
seres humanos, e é através desses aspectos, que são
comuns a todos, que podemos procurar esboçar a
resposta à pertinente questão que se coloca.
Em primeiro lugar, salvo o entendimento dos não
crentes, todos somos criaturas de Deus. A nossa
existência é de manifesta e inteira vontade dEle.
Assim, vivemos com e para os propósitos do
próprio Criador. “Porque n’Ele foram criadas todas as
coisas que há, nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam
tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam
potestades: tudo foi criado por Ele e para Ele”.
Colossenses 1: 16. “ Todas as coisas foram feitas por ele,
e, sem ele, nada do que foi feito se fez”. João 1: 3.
Sublinhe-se o “tudo foi criado por Ele e para Ele”.
Para que os propósitos pelos quais o Senhor nos
criou sejam cumpridos, Ele mesmo dá a cada um
de nós um “dom” que deve ser aplicado. É o que se
pode compreender através das seguintes palavras
do Criador: “ Eis que eu tenho chamado por nome a
Bezaleel, o filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá, E o
enchi do espírito de Deus, de sabedoria, de entendimento e de
ciência, em todo o artifício, Para inventar invenções, e
trabalhar em ouro, em prata e em cobre, E em lavramento
de pedras para engastar e em artifício de madeira, para
obrar em todo o labor. E eis que eu tenho posto com ele a
Aoliab, o filho de Aisamach, da tribo de Dan, e tenho dado
20
sabedoria ao coração de todo aquele que é sábio de coração,
para que façam tudo o que tenho ordenado”; Êxodo 31: 1-
6.
Mostra-se claro que os personagens referidos nos
citados textos, Bezaleel e Aoliab, eram bem
conhecidos pelo Senhor (até mesmo as suas
linhagens familiares), estes receberam de Deus
“dons” para que fizessem o Seu trabalho. Da
mesma maneira, tu és muito bem conhecido pelo
Senhor (sua estirpe está na palma das Suas mãos), e
com certeza já recebeste também um dom para o
cumprimento dos propósitos de Deus. Ele dá dons
a todos, sem excepção. Pelo que, é completamente
errado pensar que Deus só dá dons aos crentes. Só
os crentes é que fazem coisas maravilhosas e úteis?
É evidente que não. Em todos os lugares e meios
sociais há homens, independentemente de serem
ou não crentes, com diferentes habilidades
conforme as áreas de interesse.
A este mesmo propósito, diz o apóstolo Pedro
“Cada um administre aos outros o dom, como o recebeu,
como bons dispenseiros da multiforme graça de Deus”. I
Pedro 4: 10.
Então, como conhecer o seu dom? Eis aqui
algumas possíveis orientações para tal:

21
1. Ande no temor do Senhor. Provérbios 1: 7,
Salmos 147: 11, 128: 1-2;
2. Guarde todos os mandamentos de Deus.
Provérbios 3:1;
3. Confie plenamente no Senhor e não em si
mesmo. Provérbio 3:5;
4. Peça orientação a Deus. Salmos 143: 8;
5. Pense mais no trabalho e na profissão, e
não no emprego;
6. Esteja disposto a estudar ou aprender
sempre;
7. Faça todo e qualquer trabalho que lhe vier à
mão (e sê humilde). São oportunidades para
descobrir a sua inclinação ou para o
descobrirem;
8. Saiba ouvir e respeitar os comentários das
pessoas sobre a qualidade do seu trabalho;
9. Seja capaz de saber o que faz bem sem
muito esforço;
10.Faça o trabalho que gosta (desde que não
seja ilícito) independentemente dos
desencorajadores comentários que as
pessoas possam fazer;
11.Não se preocupe com os ganhos imediatos,
mas com os frutos do seu trabalho e a
alegria que isso lhe proporciona;
22
12.Não imite profissão ou ocupação de
outrem;
13.Seja paciente e persistente no que gosta de
fazer;
14.Disponibilize aos mais próximos os
resultados do seu trabalho;
15.Escolha fazer o que é da sua inclinação.
Que o Senhor o abençoe.

23
5

ESCOLHAS NECESSÁRIAS - PARTE II

Com quem se casar?

Este tema tem atraído a atenção e interesse de


muitas pessoas, sobretudo da camada jovem. Chega
a ser considerado por muitos como se fosse o
assunto mais importante da vida. O casamento é,
sem dúvidas, uma instituição importante em termos
sociais e espirituais, até porque, para além de ser de
origem divina, é também considerado sob ponto de
vista social como sendo preponderante, na medida
em que, a partir dele, é constituída a família (base
da sociedade), contudo, não me parece que seja
“tudo” que o homem precisa a ponto de merecer o
nível de atenção que sobre ele se tem prestado à
nível da juventude e não só. Explico porquê.
O casamento, quando foi instituído por Deus no
Jardim do Éden, era de facto uma das grandes
bênçãos dadas ao homem, porém, com a entrada
do pecado, aquele, apesar de, ainda merecer uma
atenção especial do nosso Criador, deixou de ser o
que era segundo a concepção dEle. Desde a entrada
25
do pecado no seio da Humanidade, o casamento
tem sido fortemente abalado, de maneiras que, há
que ter muita atenção antes de marcar este
importante passo. Um casamento mal concebido
ou precipitadamente realizado, pode frustrar o resto
da vida, inclusive as aspirações eternas, segundo
prometido por Deus em Cristo Jesus.
Não se deve embarcar para o casamento de “ânimo
leve”, com a ideia única de felicidade ou de ser
feito(a) feliz. O casamento resulta em um complexo
de situações futuras imprevisíveis, boas e más,
como acontece em todas outras realidades sociais.
É preciso em primeiro lugar questionar (sempre) a
“seriedade e maturidade” da outra parte. Estes são
elementos-chave para o sucesso na escolha do
parceiro(a) para o casamento, acima dos requisitos
económicos, intelectuais, etc. Quem pensa em se
casar deve estar pronto(a) a “dar” felicidade, a fazer
feliz a outra pessoa e a “perder” o seu “eu” em
favor dessa outra pessoa. Deve mostrar-se
preparado(a) a conviver com diferenças (que às
vezes são enormes), a aceitar a outra pessoa tal
como ela realmente é.
A pessoa que decide casar-se deve ter como
princípio o de que “nenhum ser humano é
perfeito”. Que as pessoas mudam em função do
26
tempo, lugar, circunstâncias e experiências que vão
adquirindo ao longo da vida. Que o comporta-
mento das pessoas no namoro normalmente não é
o mesmo no casamento.
O conceito de “escolha” para o casamento não me
parece totalmente adequado, porque sugere a ideia
de que os outros é que são imperfeitos, por isso
devem ser escolhidos. É difícil conhecer
suficientemente alguém na “montra”, isto é, fora do
próprio casamento e chegar a conclusão de que
sim, esta ou este dá.
Por outro lado, é importante que aquele(a) que se
encontra na rota do casamento se escolha antes, a si
mesmo(a), isto é, pergunte-se a si mesmo(a) se
recomendaria alguém a escolhê-lo(a), colocando-se
desta maneira na posição de um terceiro.
Quero com isto dizer que, quem procura alguém
para o casamento deve, em primeiro lugar, estar
certo e seguro de que ele(a) é “escolhível”, ou tem
qualidades que qualquer um o(a) desejaria para o
casamento, pois não é justo nem correcto que
alguém queira que o outro(a) tenha boas qualidades
pessoais quando ele(a) não as tem.
Por isso, não aconselho ninguém a “escolher”
parceiro(a) para o casamento antes de ter a certeza
27
que é alguém com qualidades que qualquer um(a)
apreciaria. De outra maneira, como atrás disse é
injusto e de certa forma perigoso.
Nossas escolhas são tendencialmente presunçosas e
baseadas normalmente em motivações exteriores e
momentâneas, o que a meu ver é a razão da maior
parte dos erros que têm provocado muitas
desilusões conjugais na nossa sociedade.
A mais importante atitude a tomar com vista a
encontrar o(a) parceiro(a) “ideal”, “certo”(como
também se diz) para o casamento, é o sincero
relacionamento com Deus que o transformará a
ponto de seres “escolhível”. Os filhos de Deus são
atraentes. Voltamos àquela regra segundo a qual
devemos buscar em primeiro lugar o reino de Deus
e a sua justiça e todas as coisas lhe serão
acrescentadas. Uma das coisas que lhe poderão ser
acrescentadas são justamente as qualidades para ser
um bom esposo ou esposa.
Os que se relacionam com Deus, obedecem os seus
mandamentos e sobretudo entregam os seus
corações totalmente a Ele, são “amigos de Deus”
como o foi, Abraão. Tiago 2: 23. Deste modo, o
Senhor conduzirá as circunstâncias de modo a
favorecerem os seus anseios. Deus não permite

28
(salvo com certos propósitos) que os seus amigos
caiam em mãos alheias ou em opções que irão
desonrar o Seu grande e bom nome.
Não estou a dizer que quem é amigo de Deus
consegue um(a) parceiro(a) perfeito(a); mas sim, e
com certeza, que o Senhor o poupará de cair numa
“desgraça de casamento”. O Senhor conhece
melhor cada pessoa na sua essência. Ele sabe quem
pode se adaptar a quem. Quem pode suportar a
quem. Daí que, outro caminho a seguir na busca
do(a) parceiro(a) para o casamento que não seja o
entregar-se a Deus e andar nos Seus caminhos,
muito provavelmente redundará num fracasso.
Atenção! Deus normalmente não escolhe pessoas
para se casarem, embora isso possa acontecer em
determinadas circunstâncias, se Ele tiver propósitos
muito especiais para esse casal. A regra é a da “livre
escolha”, porque Deus dotou o homem do “livre
arbítrio”, o qual deve ser exercido de forma plena
em todas as esferas da vida, inclusive, naturalmente,
na escolha do homem ou mulher para o casamento;
neste sentido podemos conferir Números 36:6, no
qual a Palavra do Senhor diz: “…Sejam por mulheres a
quem bem parecer aos seus olhos, contanto que se casem na
família da tribo do seu pai”. Não deixa de ser
interessante que há os que ficam muito tempo à
29
espera que Deus escolha um parceiro(a) para o seu
casamento, o que não está errado, na medida em
que se trata da “devolução da liberdade de escolha”
ao Senhor, que à partida já deu a todos. O reparo
que faço a essa modalidade é de tender a levar
muito tempo antes que a pessoa tenha a certeza de
que é este ou esta que Deus escolheu para um
casamento feliz. Enfim, é uma opção a respeitar.
Adicionalmente eis abaixo algumas dicas:
- Entregue o seu coração acima de tudo ao
Senhor;
- Guarde os Seus mandamentos e observe os
princípios do Sermão da Montanha
constantes dos Capítulos 5 à 7 de São
Mateus;
- Fale com Ele (em orações) da sua intenção
de casar-se e da pessoa em vista, se já tiver
ou das qualidades desejadas;
- Considere como providência de Deus todas
as pessoas do seu círculo social;
- Não se meta no caminho do jugo desigual;
- Fale também do assunto com os seus mais
próximos inclusive da pessoa em vista;

30
- Dê especial atenção à opinião dos mais
velhos que sejam tementes a Deus;
- Esteja aberto aos comentários a respeito da
pessoa em vista, sejam eles bons ou maus;
- Seja realista no namoro, isto é, evite
fingimentos;
- Esteja disposto(a) a perder a pessoa em
vista se razões objectivas desencorajarem o
avanço do propósito;
- Esteja atento aos factos de cada dia em
relação ao seu desejo de se casar.
Note que, o sucesso de um casamento não se vê no
dia da sua celebração (pelo que não são
aconselháveis gastos excessivos com a festa), mas
como termina.
Tenho comparado o dia da celebração do
casamento com o momento de partida de um
navio, o qual é caracterizado por uma acção festiva
com acenos de mãos (da tripulação) e buzinas dos
que ficam em terra (no cais) que também acenam as
mãos em despedida. Depois o navio segue viagem
com a tripulação (que são, no caso, os recém-
casados) e eventuais passageiros a bordo se os
houver.
31
A viagem do referido navio pode correr
tranquilamente assim como pode ser abalada pelas
gigantes ondas e tempestades do alto mar ao longo
do percurso. Seja o que for a acontecer, só no
momento de chegada ao destino,
independentemente das turbulências sofridas
durante a trajectória, é que de facto se pode afirmar
que a viagem “correu bem”.
No caso do casamento, o seu sucesso só pode ser
aferido também no ponto de chegada no (“até que
a morte nos separe”). Um casamento bem
sucedido, levará os respectivos cônjuges e seus
frutos à eternidade, a cidade da Nova Jerusalém
(edificada por Deus), cuja entrada é de apertados
requisitos, mas fácil em Cristo Jesus o nosso
Senhor.
Devo também dizer que um casamento bem
sucedido aos olhos do Senhor é aquele que serve de
contributo mútuo dos cônjuges para o
aperfeiçoamento da comunhão com Deus e em
última instância, para a “salvação”.
Ao pensar no casamento, pense na salvação do seu
futuro marido ou mulher e dos que estarão à vossa
volta.

32
Não se precipite com a questão do casamento.
Tenha como prioridade conhecer Deus e andar nos
Seus caminhos bem como conhecer os Seus
propósitos para a sua vida e praticar tais propósitos.
Muitos argumentam que desejam casar-se para
assumir responsabilidades ou porque já não
conseguem viver sozinhos. Na verdade essas
justificações são aparentes ou exteriores, no fundo
o que move muitos a pensarem no casamento é o
“sexo”. É necessário que se saiba que “casamento
não é só sexo”. Implica muito mais realidades para
as quais é fundamental que haja o devido preparo.
De outro jeito, vale apena continuar só como
explica o apóstolo Paulo. I Coríntios 7: 7. Mas
entre ficar só e andar a “fornicar” (imoralidade
sexual) e, precipitadamente casar-se, melhor é a
última opção. I Coríntios 7: 9.
De todos os modos, é preciso Luz.

33
6

ESCOLHAS NECESSÁRIAS - PARTE III

Onde vou morar?

É outra crucial escolha a fazer, mas não é (como


as outras) fácil de fazer. A dinâmica sócio-
económica de hoje não ajuda a que com facilidade
alguém possa, à partida, escolher ou determinar
onde morar (fixar residência). Acontece muitas
vezes que o lugar de conforto social não coincide
com aquele onde há vantagens de outras ordens.
Motivos sócio-económicos, culturais, médicos,
escolares, etc, têm sobretudo demandado a
preocupação da determinação ou escolha do lugar
de residência. Não são poucas as vezes que este
assunto conduz a conflitos inter-pessoais no seio
familiar.
Desde a queda do homem, a vida itinerante tem
vindo a ganhar cada vez mais terreno, e isto porque
as condições, de que há pouco fiz menção, não são
as mesmas em todos os lugares, o que obriga as
pessoas a deslocarem-se de um lugar para o outro.
Criam-se assim locais de maior concentração de
35
pessoas e de menor ou quase nada habitados.
Muitas famílias desintegram-se por esse motivo e
muitas outras situações inconvenientes
desencadeiam-se na nossa sociedade pelo mesmo
motivo, pelo que, a tentativa de enumerar os
problemas provocados pela opção de um lugar de
fixação de residência em vez do outro, redundaria
em franco fracasso.
A questão de onde morar, certamente, não se
coloca às pessoas que têm, onde moram o grosso
das suas expectativas ou meios de satisfação das
suas necessidades e aspirações.
Costuma ter-se em conta, para a escolha do lugar
de fixação de residência, factores como: infra-
estruturas sociais e económicas básicas, mormente,
água e electricidade, vias de acesso,
telecomunicações, hospitais, escolas, mercados,
locais de lazer, segurança e outros de ordem
meramente material. Mas se deixam de lado outros
factores que não são de menos importância tais
como: qualidade do meio ambiente à volta desse
local, se coberto de vegetação ou não, se poluído
ou não, o que pode afectar a saúde física e
emocional das pessoas (na melhor hipótese) a
médio ou a longo prazo. Ignora-se também a
educação dos filhos (para os que têm essa
36
responsabilidade), visto que meios sociais agitados
normalmente não oferecem um bom contributo
para a educação dos filhos e muito menos para boa
saúde mental dos mesmos.
A sociedade de informação em que vivemos, na
qual as condições sócio-económicas, culturais,
intelectuais, tecnológicas, etc, de diversas partes são
expostas através dos órgãos de comunicação social
incluindo o mais recente meio de difusão de
informações (que também já é quase de massas, a
internet), incentiva a que muitos prefiram viver em
outros lugares diferentes do seu inicial ou habitual
meio social.
Há também a tendência de concentração em locais
(cidades) onde supostamente há o que “todos
querem ter” nos dias de hoje, na medida em que há
uma cada vez mais uniformização e universalização
de necessidades. Acaba sendo esta uma das razões
da maior densidade populacional nos grandes
centros urbanos. Hoje, parece que há mais pessoas
nas cidades que no campo.
No entanto, a resposta à pergunta onde vou morar,
parecer poder também ter melhor enquadramento
se estivermos dispostos a ir “onde a providência
divina nos indicar”. As circunstâncias é que ditam a

37
orientação divina. Não é recomendável que alguém
opte por morar num determinado lugar só porque
há aparentemente prosperidade nesse tal lugar.
O que se vê (à distância) muitas vezes não é de
fácil alcance, e nem sempre corresponde à
“verdade”. Assim, há um grande risco de alguém só
porque viu através da televisão ou internet por
exemplo, as maravilhas de certa cidade, optar por ir
morar nessa tal cidade, pensando que só o facto de
lá estar, automaticamente, o fará alcançar o que viu
à distância. Leia Tiago 4:13-15. Não é bem assim, é
perfeitamente possível morar lá e no entanto não
conseguir viver o encanto de tal lugar se a
providência do Senhor não o acompanhar neste
sentido.
O recomendável é: enquanto as circunstâncias não
indicarem outro lugar diferente de onde nos
encontramos, é porque “o melhor lugar é
exactamente onde nos encontramos actualmente” e
devemos “florescer” neste mesmo lugar, ou seja,
fazer o melhor que pudermos exactamente onde
nos encontramos actualmente; vivermos e agirmos
com entusiasmo nesse local sem ilusões de pensar
que há um outro lugar melhor. Aliás, apesar de
existirem vários e diferentes lugares, pelo menos
onde vivem os homens, ainda é aqui no planeta
38
Terra. A experiência que tenho tido ao conhecer
um novo país (seja africano ou de um outro
continente) ou local dentro do nosso território
nacional, é a de que, o “mundo é essencialmente
igual”, variando apenas nos aspectos sócio-
economicos, culturais, geográficos e climáticos.
Não estou a dizer que não devemos escolher onde
fixar residência. O que estou a dizer é sim que não
devemos ser movidos por motivações emocionais
ou de meras influências nessa escolha. A escolha do
lugar onde morar deve ser feita com base em
factores objectivos e racionais, ou seja, motivos que
qualquer pessoa entenderia como sendo
justificáveis.
Para os que aceitam ser guiados por Deus através
da Sua providência, até o “deserto” é o melhor
lugar. Deus é “muito bom” para não nos dar o que
realmente é bom para nós e sábio demais para
errar. Veja esse pensamento em Ellen G. White,
Caminho a Cristo, O privilégio de falar com Deus. pp. 60-
68.
De entre várias histórias bíblicas, a de Abraão e
José mostram que o importante não é a escolha do
lugar mas ter a certeza de estar a ser conduzido por
Deus.

39
Mas para isso, é mesmo preciso Luz.
Ao invés de nos preocuparmos com a escolha do
lugar onde morar, seja por que motivo for,
escolhamos, antes demais, ser conduzidos por
Deus. Ter o Senhor como o nosso pastor (Ele
conhece todos os factores que atrás apresentei),
assim, nada nos faltará ainda que estejamos no
deserto, sendo, entretanto, conduzidos por Ele.

40
7

O MAIOR MILAGRE

Milagre é o que mais se espera que aconteça,


todos querem que ele ocorra sempre nas suas vidas.
É interessante que o que muitos consideram
milagre é o facto inesperado que lhes dá por um
lado, algo material/dinheiro e, por outro,
imaterial/cura, sorte, etc. É asim que se constrói
um conceito material e espiritual de milagre, que faz
com que se abra o “mercado dos milagres”.
Esse mercado tem sido explorado pelas igrejas
emergentes, que têm como doutrina fundamental a
“prosperidade e cura”. Essas denominações
religiosas fazem crer com base em certos textos
bíblicos para tal pré-seleccionados que, com Cristo
a sua vida vai mudar para o bom e melhor, sua
saúde será restaurada, seu casamento será
restaurado, sua empresa vai crescer, terá sorte no
que for a fazer, o seu parque automóvel crescerá,
enfim será próspero com Cristo.
Não é minha intenção pôr em causa essa orientação
religiosa, mas fazer ver o que, no meu entender, é,
realmente o maior milagre.
41
Embora seja propósito de Deus que o homem viva
bem, Cristo não veio a este mundo com objectivo
único de realizar milagres que pudessem melhorar a
condição física ou material das pessoas, embora
tenha feito isto conforme inúmeras passagens
bíblicas do Seu ministério. Ele veio, sobretudo,
resgatar o Homem da condenação a que estava
sujeito. É assim que “…Deus amou o mundo, de tal
maneira, que deu o seu Filho unigénito, para que todo
aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.
João 3: 16.
O Filho de Deus, que veio a este mundo para salvar
o Homem, (eu e tu caro Leitor), não tinha como
principal missão a operação de milagres no domínio
físico e económico. Tudo quanto Ele fez neste
âmbito foi para aliviar o sofrimento das vítimas,
mostrando deste modo que se preocupava com as
aflições humanas e que também tinha poder para
resolver quaisquer que fossem os problemas da
Humanidade, que nada Lhe era impossível.
Hoje não é aconselhável que os servos do Senhor
usem milagres de cura e prosperidade material para
demonstrar o poder de Deus porque o grande
inimigo de Deus e dos homens, Satanás, através
dos poderes que ainda tem, que não lhe foram
retirados pelo Criador, também opera
42
tremendamente milagres não genuínos. Leia neste
sentido Ellen G. White, Eventos finais, pp. 144-147.
Conforme a obra acabada de citar, Satanás é o
causador de doenças, mortes, divórcios, pobreza e
outros tipos de infortúnios. Usa o truque de lançar
toda a sorte de males às pessoas e depois sugere a
essas mesmas pessoas sobre quem ele lançou o mal
a irem ter com ele e, quando chegam aos locais
onde ele opera através dos seus agentes, livra as
suas presas dos males que ele mesmo havia lançado
sobre elas. Deste modo, as pessoas em causa ficam
convictas de que foi o poder de Deus que as livrou
do mal, quando na verdade, foi o príncipe das
trevas, o autor do mal, que as apoquentava
(incomodava, afligia). É caso para dizer (como na
gíria popular): “Abra os olhos e fique esperto!”.
O maior milagre que pode acontecer na vida do ser
humano não é de natureza física ou material (pois
estes são “milagrinhos”), mas sim de natureza
espiritual. Esse milagre consiste em crer na “
Palavra de Deus”, a Palavra revelada. Crer na
Palavra de Deus, é um verdadeiro mistério operado
pelo próprio Deus mediante manifesto e sincero
interesse individual, visto que o normal do ser
humano é crer no que é naturalmente humano e
visível e achar banal o que não se vê ou não se
43
prova laboratorialmente, como é o caso da Palavra
de Deus.
A Palavra é Cristo. (João 1: 1-3). Crer na Palavra
implica crer em Cristo, renunciar o “eu” e deixar
que o seu coração seja governado pela Palavra que
é Cristo e não mais pelas suas convicções pessoais
e/ou emoções.
Quem crê na Palavra (Cristo) ainda que morra
viverá; João 11: 25. Ele dá vida em abundância;
João 10: 10. Vida em abundância é vida plena, cheia
de bênçãos e de esperança.
Mas para que esse milagre aconteça na sua vida é
necessário que haja Luz.

44
8

O CAMINHO QUE TERMINA NUMA


PAREDE

A vida oferece a todos nós a possibilidade de


escolha de um de dois caminhos, a saber: O
caminho da vida, e o caminho da morte (Jeremias,
21:8), o caminho que termina numa parede ou seja,
num “beco sem saída” e/ou o caminho que leva a
eternidade, isto é, a uma estrada sem fim.
O caminho que termina numa parede é o caminho
traçado pelo homem segundo as suas próprias
vontades, princípios e convicções, o caminho
segundo as saídas do coração humano. É o
caminho que ao homem parece direito, mas o fim
dele são os caminhos da morte. Provérbios 14: 12.
Mas o caminho da eternidade é o de Deus. Ele
abriu um caminho para toda a Humanidade seguir,
esse caminho é uma vez mais, Jesus Cristo. “Disse-
lhe Jesus: Eu sou o caminho, a verdade, e a vida. Ninguém
vem ao Pai senão por mim” João 14: 6.
Deus criou-nos com a possibilidade de livre escolha
(livre arbítrio), de tal sorte que Ele não obriga o
mais pequeno homem a fazer ou a deixar de fazer

45
alguma coisa. Somos totalmente livres para fazer o
que bem entendermos e que nos convém em cada
instante, contudo essas escolhas não ficarão livres
dos juízos de Deus. É nesse sentido que Ele
disse:“…Eis que ponho diante de vós o caminho da vida e
o caminho da morte” Jeremias 21: 8.
O Senhor está disposto a conduzir qualquer pessoa
nos Seus caminhos, mas não faz isso sem a
manifesta vontade e permissão dessa pessoa. E
quem quer ser guiado por Deus, e permite que
assim seja, terá um caminho eterno, sem fim. É por
essa razão que o salmista declarou: “ E vê se há em
mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno”.
Salmos 139: 24. Este homem sabia que o seu
próprio caminho era mau e clamava pelo caminho
de Deus que é o caminho bom e eterno. Diz ainda
o Senhor: “…Não é o meu caminho direito? Não são os
vossos caminhos torcidos?” Ezequiel 18: 25.
Salomão inspirado pelo Espírito Santo disse: “Para
o entendido, o caminho da vida é para cima, para que ele se
desvie do inferno que está em baixo”. Provérbios 15: 24.
O caminho de Deus é sempre para “cima”,
enquanto que o caminho do homem sem Deus o
conduz irreversivelmente para “baixo”, ao inferno,

46
à perdição, à desgraça, enfim à parede, ao “beco
sem saída”.
É momento de perguntar: Em que caminho te
encontras? Responde com sinceridade.
Não seja a tua resposta, que estou no caminho do
Senhor porque sou membro de uma igreja ou
mesquita, porque pertenço a um grupo coral da
minha igreja, porque sou líder de uma determinada
comunidade religiosa, porque sou filho de um casal
de crentes, porque sou um grande pregador, porque
sou cumpridor de princípios bíblicos ou do alcorão,
porque sou um fiel dizimista ou porque sou
próspero na vida.
Estar no caminho de Deus significa entregar
sincera e completamente todo o seu ser, o seu
coração a Deus e passar a viver exclusivamente
com base na orientação de Deus. Andar no
caminho de Deus é renunciar as suas próprias
vontades, gostos e desejos em favor da voz de
Deus; é andar sincera, intima e constantemente em
comunhão com Ele. Isto realmente não é fácil, mas
é possível. Tu não podes, mas Deus pode porque
para Ele nada é impossível.
Basta:
1º, a decisão;
47
2º, o pedido de ajuda a Deus que tudo pode.
Decide agora mesmo onde estás a ler este texto e
ora assim:
Senhor Deus, Pai todo - Poderoso que habita nos
altos Céus. O Teu poder é nos Céus e na Terra.
Tudo para Ti é possível. Agradeço-Te pelo
conhecimento da existência de dois caminhos, um
que leva ao “beco sem saída”, o caminho segundo
o coração humano, outro que leva a eternidade, o
caminho do Senhor.
Reconheço e confesso agora que o caminho em
que tenho andado não é o Teu caminho, mas o que
termina numa parede.
Porque não quero continuar nesse caminho, decido
agora entregar-Te o meu ser na totalidade para que
seja orientado por Ti e peço ajuda para que o meu
coração permaneça em Ti.
Toma-me, e conduz-me nos Teus caminhos
eternos. Em nome de Jesus. Ámen.

48
9

O SEGREDO DO SUCESSO

É possível que tenhas sido induzido a ler este


tema pelo chamariz do seu título. De facto, tanto
eu como tu e os outros procuramos o segredo para
ter sucesso; muitos conselhos são dados via oral e
escrita sobre quais os segredos para ter sucesso. É
um tema em aberto. Assim, há os que entendem
que a escola é o caminho a seguir ou o segredo para
ter sucesso. Para esses, o fazer um curso superior
em qualquer dos seus sub-níveis é o infalível
segredo. Outros há, que encontram o segredo do
sucesso no casamento, negócios, política, religião,
cultura, desporto, etc. Outros ainda têm na
superstição (espiritismo) a opção segura para o
sucesso. Enfim, muitos são os caminhos apontados
para o sucesso.
Respeitando os entendimentos vulgares atrás
referidos, quero aqui também dar o meu humilde
contributo sobre este tão interessante e delicado
tema e, associando-me aos que se posicionaram no
mesmo sentido, a seguir dizer que, sob o ponto de
vista prático, não há como negar que o sucesso se

49
alcança com trabalho, disciplina e perseverança. Estas
são as ferramentas que combinadas quase que
inevitavelmente levam ao sucesso.
Mas há ainda outro segredo sob o ponto de vista
espiritual que me parece ser o maior dos segredos,
o qual tem como ponto de partida o conhecimento
de Deus, que é Quem criou e governa
superiormente o universo através de leis físicas e
morais. Ora, para que saibas que Deus é o Criador
de tudo, precisas primeiro de crer, e para crer é
preciso ter fé, Deus não é conhecido por vias
científicas, laboratoriais ou de reflexões profundas,
mas pela fé e através do estudo da Sua Palavra: a
Natureza e a Bíblia. Deste modo, todo aquele que
se predispõe a conhecê-Lo, buscando-O como que
a um tesouro perdido, O achará seguramente.
Depois de O conhecer ouvirá dEle este segredo:
“Andareis em todo o caminho que vos manda o Senhor,
vosso Deus, para que vivais e bem vos suceda e prolongueis
os dias na terra que haveis de possuir. Deuteronómio 5:
33.
Que segredo fácil de praticar, tão simples, afinal o
maior segredo do sucesso consiste apenas no andar
no caminho que Deus manda, e onde podemos
encontrar esse caminho? O caminho de Deus está

50
revelado na Sua Palavra, a Bíblia Sagrada, e não na
igreja como muitos pensam. O caminho de Deus é
Jesus Cristo, o Seu Filho Amado, cfr. Jõao 14:6. Se
tu estudares a Palavra de Deus, saberás o que Ele
nos manda e qual o Seu caminho e aí encontrarás
todas as instruções necessárias para seguir e com a
certeza de que serás bemsucedido. Mais ainda,
Deus promete prolongar os seus dias de vida na terra, se
tu andares nos caminhos que Ele manda.
Portanto, o maior segredo do sucesso é: andar no
caminho de Deus. E o caminho de Deus está na Sua
Palavra, que em pessoa é Cristo Jesus.
Mas para isso é preciso Luz.

51
10

SUCESSO DA VIDA ACADÉMICA

O sucesso da vida académica não é alcançado


através de um simples percurso escolar até ao mais
alto nível, isto é, do primário ao universitário ou da
mais baixa classe primária a mais alta universitária.
O verdadeiro sucesso da vida académica é uma
dádiva de Deus com propósitos específicos. Podem
sustentar esta ideia os seguintes textos:
1. Provérbios 1: 7. “O temor do Senhor é o
princípio da ciência”.
2. João 3: 27. “O homem não pode receber coisa
alguma se lhe não for dada do céu”.
O Egipto era a mais alta potência do mundo
quando se deu um dos maiores acontecimentos da
história sagrada: a libertação dos filhos de Israel.
Para o efeito, Deus preparou espiritual, académica,
e militarmente um homem, Moisés.
A este propósito relata a autora norte americana
mais traduzida de todos os tempos, Ellen G. White,
Patriarcas e Profetas pp. 212-213 que: “Na corte de
Faraó, Moisés recebeu o mais elevado ensino civil e
53
militar. O rei resolveu fazer do seu filho neto
adoptivo o seu sucessor no trono, e o jovem foi
educado para essa elevada posição”.
“E Moisés foi instruído em toda a ciência dos egípcios; e era
poderoso em suas palavras e obras”. Actos 7: 22.
“Moisés estava capacitado por ter a supremacia
entre os grandes da Terra, para brilhar nas cortes
do mais glorioso de todos os reinos e para
empunhar o ceptro do poder. A sua grandeza
intelectual distingue-o, acima dos grandes homens
de todos os tempos. Como historiador, poeta,
filósofo, general dos exércitos e legislador, não tem
paralelo”
Poderíamos também falar de Paulo, segundo a
mesma autora, Ellen G. White, Educação, pp. 64-70
“Cidadão romano, nascido numa cidade gentílica, e
judeu não somente por descendência mas por
ensinos recebidos em toda a sua vida, por
patriotismo e religião; educado em Jerusalém pelo
mais iminente dos rabis, e instruído em todas as leis
e tradições dos pais, Saulo de Tarso participava no
maior grau de orgulho e dos preconceitos de sua
nação”.
Estes dois homens cujo perfil acabo de apresentar
com auxílio de Ellen G. White, atingiram as mais
54
altas qualificações académicas de seus tempos
graças a providência divina, porque Deus tinha uma
missão especial para eles cumprirem.
Moisés devia ser o libertador do povo de Deus do
Egipto e devia, segundo a “inspiração”, escrever os
primeiros cinco livros da Bíblia chamados de “ O
Pentateuco” .
Paulo, por sua vez, devia ser o apóstolo e pregador
do ministério de Cristo (a salvação).
Mesmo os homens que se destacaram no campo
das ciências temporais, tais como: Nicolau
Copérnico (1473-1543); Joannes Kepler (1571-
1630), Galileu Galilei (1564-1642), René Descartes
(1596-1650), Isac Newton (1642-1727), Roberto
Boyle (1791-1867), Michael Faraday (1791-1867),
Gregor Mendel (1822-1884), Kelvin (William
Thopson) (1824-1907), Max Planck (1858-1947),
Albert Einstein (1879-1955), foi com propósitos
específicos, a bem da humanidade que Deus os
iluminou e concedeu diferentes saberes. Eram
homens que reconheciam a existência de um ente
superior (Deus) e alguns deles eram mesmo
tementes ao Deus criador.
Não foi com base em motivações egoístas que estes
homens fizeram a obra que fizeram e nem foram as
55
universidades que os moldaram embora alguns
tenham-se revelado nelas.
Para demonstrar a relação existente entre religião e
ciência, Albert Einstein disse: “Ciência sem religião
é coxa, religião sem ciência é cega”.
Com que propósitos prossegue ou pretende
prosseguir com os estudos? Para ser um
instrumento de Quem te criou, a favor da
Humanidade ou para satisfação própria?
Não adianta pensar que será bem sucedido na vida
académica se não for para honra e glória de Deus.
Eis então alguns aspectos a considerar para ter
sucesso na vida académica:
1. Andar no temor do Senhor, pois é o
princípio da ciência. Provérbios 1: 7;
2. Ser humilde. Aquele que se humilha será
exaltado. Lucas 14: 11;
3. Ter vontade de estudar e falar com Deus
sobre essa vontade;
4. Ter como objectivo da formação académica
a glória de Deus e o bem da Humanidade. I
Coríntios 10: 31;

56
5. Estar atento às providências de Deus e
seguir o caminho que Ele abrir, não
importa se no deserto ou num oásis;
6. Não se sentir limitado a avançar por falta de
recursos financeiros e outros, pois a fonte
dos recursos é o Senhor;
7. Fazer a sua parte e Deus fará a dEle;
8. Considerar a Palavra de Deus como a
principal fonte bibliográfica. “Lâmpada para
os meus pés é a Tua palavra e luz para o meu
caminho”. Salmos 119: 105;
9. Andar no caminho de Deus: “Andareis em
todo o caminho que vos manda o Senhor, vosso
Deus, para que vivais e bem vos suceda e
prolongueis os dias na terra que haveis de possuir.
Deuteronómio 5: 33;
10.Estar disposto a ser instrumento de Deus
tal como foram Moisés e Paulo;
11.Formar-se na área da sua inclinação ou dom
e não por indução ou imitação de alguém;
12.Considerar a formação académica não
como um fim em si mesmo, mas como um
meio;

57
13.O sucesso académico deve ser um “meio”
útil quer para si quer para os outros
alcançarem a eternidade.
Deus, segundo os Seus planos, tem, como há
pouco vimos, conduzido os Seus servos aos mais
altos níveis académicos e nas mais conceituadas
escolas, segundo a sabedoria humana.
Portanto, o segredo do sucesso académico é, em
última análise, andar no caminho de Deus.
Deuteronómio 5: 33.

58
11

“GATE NUMBER 35”

Encontrava-me no aeroporto internacional do


Porto-Portugal para uma viagem à Alemanha, à
cidade de Dusseldorf. De resto, esta cidade alemã
não era o meu destino, mas o ponto de entrada
naquele país porque lá seria recebido por uma
pessoa amiga que me levaria ao destino.
Feito o check in, a indicação para todos que iam a
Dusseldorf era de embarcar no Gate Number 35
(Portão número 35). Éramos muitos que íamos a
Dusseldorf. E eu, como principiante naquela
viagem, usei (e tenho usado) como segredo: o ficar
atento aos movimentos e acções daqueles que
seguiriam comigo.
Eu estava bem atento ao Gate Number 35 porque
sabia que era por alí que deviamos passar para subir
o avião nós que iamos a Dusseldorf, isto estava
bem patente na minha mente de tal forma que, de
minuto a minuto, olhava para o Gate Number 35
para controlar a situação e não correr o risco de
perder a viagem.

59
De repente vi, chegada a hora, que no Gate Number
35 começaram a embarcar pessoas que iam a
Lisboa. Fiquei confuso com aquela situação e vi
essa mesma confusão nos meus companheiros de
viagem. Li e reli o meu bilhete, e estava lá claro
Gate Number 35, vi os outros a fazerem o mesmo.
Entretanto, os meus companheiros de viajem
começaram a seguir para um outro gate, naquela de
que teria sido alterado o portão de ida ao avião, e
era a maioria que procedia desta maneira.
Ganhei coragem e aproximei-me da pessoa que
estava a confirmar a entrada dos passageiros que
iam subir o avião com destino a Lisboa no Gate
Number 35 e perguntei: Por que porta passarão os
que vão para Dusseldorf? Ela respondeu: “por aqui
mesmo” Gate Number 35. Oh, que alívio, não
precisei de seguir a “multidão” que se dirigia para
outro portão, pois já tinha a certeza de que era
mesmo por ali, conforme escrito no bilhete.
Este episódio fez-me pensar o que está a acontecer
em relação a obediência do 4º mandamento da Lei
de Deus que diz: “Lembra-te do dia do Sábado, para o
Santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a sua obra,
Mas o Sétimo dia é o Sábado do Senhor, teu Deus: não
farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha,
nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o
60
teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque em
seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que
neles há, e ao sétimo dia descansou: portanto, abençoou o
Senhor o dia de Sábado, e o santificou ” Êxodo 20: 8-11.
É um mandamento que, apesar de estar claro na
sequência dos Dez, se mostra repetido em vários
outros textos bíblicos, quer do Antigo quer do
Novo Testamentos, no entanto, e sem qualquer
apoio bíblico, ao invés do Sábado ser respeitado
conforme estabelecido na Palavra de Deus, a
maioria das pessoas do universo da religião cristã
têm no Domingo o seu dia de adoração.
O Gate Number 35, estava claro nos bilhetes, assim
como o Dia santo de adoração está claro nas
Sagradas Escrituras (A Bíblia), no entanto, ao invés
de perguntarem à atendente (a Bíblia neste caso)
sobre qual a entrada, a opção de muitos foi de
“seguir o movimento da maioria” sem bases
nenhumas para tal procedimento. Do mesmo jeito,
são muitas as pessoas que embora saibam que o
Dia bíblico de adoração instituído (indicado,
abençoado e santificado) por Deus é o “Sábado
bíblico”, optam pelo “ Domingo não bíblico”
como o Dia, isto só por causa da maioria. Há
porém (e não são poucos), os que simplesmente
são guiados pela opção adoptada pela maioria, de
61
considerarem o Domingo, primeiro dia da semana,
e não abençoado e santificado por Deus, como
sendo o Dia de adoração.
Os promotores do falso Dia de adoração, alegam
por um lado que o Domingo é o Dia de adoração
porque Cristo ressuscitou no terceiro dia. Por outro
lado, os mais sinceros, dizem simplesmente que
adoptaram o Domingo por simples “tradição”. Ora,
se o facto de Cristo ter saído da sepultura no
Domingo fosse motivo para alterar a santidade do
Sábado, Ele mesmo teria dito, o que não o fez em
nenhum momento. Deste modo, a “tradição” não
deve, de forma alguma, ser usada como
fundamento para afastar a observância de um
mandamento da Lei de Deus.
O Senhor não ignora(rá) os que voluntária e
deliberadamente desobedecem à Sua santa Lei. O
4º mandamento não é menos importante que os
outros, pelo que se mostra plenamente em vigor,
até aos dias de hoje.
Saiba também que, sob o ponto de vista espiritual,
o caminho da maioria não é o correcto.
Finalmente, todos vieram ao Gate Number 35,
depois de um anúncio aos microfones daquele
aeroporto e assim embarcámos para Dusseldorf.
62
Ainda há tempo de deixar o movimento da
multidão quanto ao dia de adoração, e seguir a
direcção de Deus respeitando integralmente os Dez
Mandamentos que de entre outros preconizam este
Dia especial de adoração, o santo Sábado do
Senhor.
Mas para isso é preciso Luz.

63
12

AS COISAS VÃO PIORAR

Um experiente Advogado moçambicano, disse, no


programa Grande Entrevista de um canal televisivo
nacional datado de 29 de Junho de 2016, que o
“mundo está doente”. Subscrevo sem reservas esta
maneira de ver, porque o mundo está mesmo muito
doente.
A maior parte das coisas que tu e eu fazemos têm
em vista melhorar as condições de vida. Isto é
legítimo, positivo e possível sem dúvida, no entanto
a insatisfação é contínua e permanente. Porque será
que é assim?
É uma questão de difícil resposta. Mas podemos
pensar que é porque o ser humano foi feito para
crescer e crescer sempre. É verdade, esse crescimento
devia ser conduzido pelo Criador por forma a que
fosse contínuo e pleno. No entanto, a queda do
homem o afastou do seu Criador e,
consequentemente ficou desprovido da instrução
de que tanto precisava para o contínuo e pleno
crescimento.

65
Foi provido pelo próprio Deus um meio de
restabelecimento da relação entre o Criador e o
homem criado, Fê-lo através do Seu Filho, Jesus
Cristo que é a maior dádiva de Deus para toda a
Humanidade de todos os tempos, sem excepção de
ninguém, inclusive ao meu estimado Leitor.
Aceitando esta preciosa dádiva o processo de
crescimento é contínuo e pleno.
Nenhum ser humano pode ser pleno desligado do
seu Criador. As conquistas da vida, sem o
acompanhamento dEle tornam-se vãs e o
conquistador cada vez mais vazio no seu ser. A este
propósito Cristo disse: “ Como dizes: Rico sou, e estou
enriquecido, e de nada tenho falta: e não sabes que és um
desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu, Aconselho-te
que de mim compres ouro, provado no fogo, para que te
enriqueças, e vestidos brancos para que te vistas, e não
apareça a vergonha da tua nudez, e que unjas os teus olhos
com colírio, para que vejas”. Apocalipse 3: 17-18.
Ainda é tempo de alinhar a vida com o Criador na
pessoa de Jesus Cristo. Não importa a distância
percorrida a sós, hoje pode dizer decididamente:
“Senhor, quero andar Contigo; quero comprar a
Tua mercadoria, o Teu ouro refinado no fogo e os
vestidos brancos”. É a melhor coisa a fazer
enquanto viver.
66
Tudo indica que as coisas, a breve prazo, só vão
piorar. O nosso mundo está cada vez mais cheio de
problemas. Fome, guerras, doenças, crises
económicas, sociais, políticas estão por todo o lado,
não há nenhum lugar isento de amarguras e
perplexidades. Ao invés de o futuro ser melhor,
mostram-se sinais cada vez mais angustiosos. O
casamento, a procriação, os negócios, partidos
políticos, educação, ciência, tecnologia, etc,
parecem não garantir bons dias futuros. E isto não
devia surpreender a ninguém porque Aquele que vê
o futuro desde o princípio já o havia predito. Leia
todo o Capítulo 24 de São Mateus. Caminhamos a
passos largos para o momento em que não ficará
aqui pedra sobre pedra que não seja derribada
(derrubada), Mateus 24: 2.
Isto faz-me pensar que devemos investir mais num
crescimento que não será abalado, e esse
crescimento está em Jesus Cristo e não nas coisas
que afinal serão totalmente destruídas porque “…os
céus e a terra que agora existem, pela mesma palavra se
reservam como tesouro, e se guardam para o fogo, até o dia
do juízo e da perdição do homem ímpio…o dia do Senhor
virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com
grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a

67
terra e as obras que nela há se queimarão”. II Pedro 3: 7
e 10.
Escolha hoje Cristo para a sua vida. Entregue a Ele
o seu coração e inicie a caminhada com Ele. É a
única saída, é a excelente escolha.
Mas para isso, é mesmo necessário Luz.

68
13

PRESSÃO SEXUAL ANTES DO


CASAMENTO. COMO VENCER?

O sexo é “bom”. Muito “bom”. É uma dádiva de


Deus ao homem para ser praticado com a mulher
dentro de um legítimo matrimónio. A este
propósito, Deus estabeleceu, como em muitos
outros aspectos da vida, critérios bastante claros.
Pelo que o acto sexual, fora desses parâmetros, é
violação da orientação de Deus e como tal não
pode ficar sem as devidas consequências, quer
espirituais, quer sócio-económicas e até físicas.
A regra básica é a de que: “o sexo só é lícito dentro
do casamento”. Há acordo em todos os meios
sociais sobre este princípio, o contrário tem sido
forçado por aqueles que defendem o “sexo livre”.
É verdade que o crescimento faz despertar a
natureza sexual, provocando (por factores internos,
mormente o desenvolvimento dos hormónios e externos,
a influência do meio social) uma grande pressão que
irresistivelmente arrasta a muitos à prática do sexo
antes do casamento. Esta é uma inegável realidade
presente não só fora dos meios religiosos como
69
também dentro dele. Não se deve negar também
que este é um dos principais factores dos
desalinhamentos e crises da nossa actual sociedade.
São inúmeras as consequências do sexo ilícito, ou
seja, extra-conjugal, como a seguir apresento:
- Concepções (gravidez) e nascimentos
indesejados;
- Abortos com todos os riscos dele derivados;
- Traumas psicológicos;
- Encargos sócio-económicos para os parentes
mais próximos da mãe ou pai imaturos;
- Filhos abandonados e com diferentes pais;
- Visível perda do vigor físico, principalmente
na esfera feminina e consequente perda de
auto-estima;
- Contraimento de doenças genitais devido a
práticas abortivas e anticoncepcionais bem
como a perda ou diminuição da fertilidade;
- Limitação ou destruição de sonhos futuros;
- Rejeição no clube de “procuras” para o
casamento;
- Envelhecimento precoce;
70
- Infidelidade e brigas pós casamento;
- Defraudação das espectativas do futuro
cônjuge por não achar o que tanto lhe
parecia aquando do namoro;
- Encargos com assistência médica e
medicamentosa para o futuro cônjuge;
- Divórcios.
Como se vê, a lista é enorme e há muito mais
situações que se poderiam enumerar geradas pelo
sexo fora do casamento. Será que mesmo assim
vale apena seguir esse caminho ou continuar nele?
Trago aqui alguns princípios que podem ajudar a
vencer a pressão sexual fora do casamento.

71
Bíblicos:
1. Ter em mente que Deus é Omnipresente,
que sabe tudo; que vê tudo, porque é
Omnisciente, Provérbios 15: 3, Salmos 33:
13-15, 44: 21, 139: 7-8, Jeremias 16: 17, 23:
24, Actos 1: 24;
2. Orar. Quando assaltado pelo desejo sexual,
ore e exprima esse (desejo) sentimento ao
Senhor, encontrarás alívio. Filipenses 4: 6,
Mateus 11: 28;
3. Evitar pensamentos e conversas que
estimulem o desejo sexual. Mateus 15: 19,
Efésios 5: 3;
4. Optar pela abstinência. Colossenses 3: 5,
I.Tessalonicenses 4: 3- 4;
5. Casar. I Coríntios 7: 2.
Sociais:
6. Não se faça de herói, capaz de vencer a
pressão sexual;
7. Reconheça que é fraco, e pode muito
facilmente cair na brasa do sexo;
8. Então, evite a cada dia ambientes férteis à
prática do sexo;
72
9. Evite amizades que não têm princípios
sobre a prática do sexo;
10. Evite estar a sós com uma mulher ou
homem que não seja seu parente;
11. Evite músicas, filmes e revistas sensuais
ou pornográficas;
12. Evite estar fora de casa sem programas
claros;
13. Evite troca de contactos sem motivos
claros;
14. Evite mandar ou receber smss que
estimulem o desejo sexual;
15. Evite elogios que despertem sentimentos
sexuais;
16. Ter a consciência de que o prazer sexual
é de curta duração, mas as consequências
podem ser eternas;
17. Fazer de conta que és um “boneco”
(risos…), enquanto não fores casado.
O meu amigo e estimado Irmão Carlos Santos,
homem consagrado a Deus e cheio de esperança na
Segunda Vinda do nosso Senhor Jesus Cristo,
acrescenta dizendo:
73
“Que até num simples aperto de mão mas
“demorado” com uma senhora ou uma
jovem, pode haver más intenções, um gesto
encoberto de assédio sexual! Porque o
coração do homem é mentiroso e perverso.
Cuidado, portanto. O inimigo tem várias
formas de “levar a água ao seu moinho”!”
Que o Senhor te ajude a vencer a pressão
sexual antes do casamento.

74
14

O “SELF”

Self é uma expressão actualmente usada para se


referir ao acto de auto-fotografar-se. Com esse
acto, a pessoa ou pessoas auto-fotografadas, que
normalmente se mostram num estado de extremo
entusiasmo, pretendem mostrar aos outros, através
das redes sociais, a emoção vivida num
determinado local e momento, o que se revela
sobretudo nas expressões faciais, quiçá corporais
dos “selfistas”.
Já há relatos de mortos no acto do self,
nomeadamente em virtude de, sem a devida
atenção, terem estado a fazer o self num local de
risco como: meio de uma auto-estrada, à beira da
linha férrea, no cume de uma montanha, montado
num animal, etc. Lamentáveis situações.
Motivam o self o prazer, a vaidade, a exibição, o
estilo, a emoção. Enfim, é o exterior que procura
ser exposto ao máximo. O self exprime assim o
actual modelo social do mundo, “o exterior”.
Há uma tremenda e crescente preocupação em as
pessoas mostrarem o que são exteriormente, gasta-
75
se muito (dinheiro e tempo) para se atingir esse fim,
vivemos desta forma na “sociedade do self”.
É o self que estimula a ganância pelo “ter” e o ter
só é facilmente conseguido através de práticas
ilícitas, mormente a corrupção, o furto, o roubo, o
nepotismo, o clientelismo, a mentira, a fraude, a
superstição, o abuso de confiança e do poder, a
discriminação, a imoralidade sexual, as guerras, etc.
Com o self, o seu autor pretende mostrar aos seus
próximos (e não só), o que ele é exteriormente e
por isso dá total ênfase a esse exterior.
Muitos relacionamentos são iniciados a partir de
aparências exteriores que na realidade não
encontram uma adequação com o ser interior e
muito menos com a realidade social da pessoa que
atraiu a outra pela sua aparência. Parece que há
muita beleza exterior e muita podridão interior e
social.
Quando Jesus Cristo esteve aqui na Terra foi
confrontado com os “selfistas”. Afinal já existiam, e
a sua preocupação era de “aparentar” bondade
quando no seu interior eram “sepulcros caiados”.
Pessoas más, e cheias interiormente, de malícia, de
iniquidades. Mateus 23: 24-28.

76
Somos vigorosamente apelados por Deus e pela
boa consciência social a procurarmos ser bons no
interior; isto é o que mais importa, um bom
coração no qual procedem boas saídas para o bem
dos nossos próximos.

77
15

LADRÕES À SOLTA

Estamos habituados a considerar de ladrão àquele


que, através da fraude ou roubo subtrai coisa alheia.
Essa é realmente a perspectiva comum de ladrão.
Há, no entanto, uma outra forma de ser ladrão, aos
olhos de Deus, o Doador de tudo quanto
possuímos. “O homem não pode receber coisa alguma se
lhe não for dada do céu”. João 3: 27.
Os que não são ladrões, na perspectiva “comum”
ou criminal, podem ainda ser aos olhos de Deus, na
medida em que vivam sem reconhecer por actos
próprios que tudo pertence e procede do Senhor;
neste sentido, há infelizmente muitos “ladrões à
solta”.
O Senhor instituiu o “Dízimo” (décima parte de
todos os rendimentos) como a lei do
reconhecimento de que tudo pertence a Ele e é Ele
Quem dá.
O Dízimo constitui uma das importantes formas de
adoração a Deus e de exercício de fé cristã. Ao
subtraí-lo ao Senhor (depois de um consciente

79
conhecimento, os homens transgridem o Oitavo
mandamento da Sua santa e perfeita Lei.
Que ninguém pense que basta ir à igreja orar, lançar
moedas ou qualquer nota no ofertório, cantar e
praticar outra qualquer actividade e ritual religioso é
suficiente.
Os que desejam ser filhos de Deus reconhecem que
tudo quanto existe pertence ao Senhor e é dEle que
recebem o que precisam para viver e sentirem-se
confortáveis.
A maneira de mostrar que tudo pertence e vem de
Deus não é outra senão através dos dízimos.
A Bíblia está cheia de passagens que mostram a
importância e o dever que os filhos de Deus têm de
apresentar os dízimos ao Senhor através da casa do
Tesouro, à Sua Igreja.
Antigos homens da fé bíblica, como Abraão e Jacó,
praticaram o acto de reconhecimento de que tudo
pertence a Deus e que as dádivas procedem dele,
através da devolução do Dízimo, e isto ficou
registado nas Sagradas Escrituras para nosso
conhecimento.
O Livro de Malaquias 3:10 é dos mais claros e
indicados textos bíblicos sobre o assunto dos
80
dízimos. Nele, Deus diz claramente que quem não
Lhe devolve os dízimos é um roubador, um ladrão.
É sobretudo com este texto bíblico que serão,
finalmente, apurados os ladrões e não ladrões aos
Santos e perfeitos olhos de Deus.
A Palavra de Deus é também clara ao afirmar que
os ladrões não entrarão no reino dos Céus. Leia a
propósito, I Coríntios 6:10. É tremenda esta
passagem, não acha?
Lamentavelmente, o nosso mundo está cheio de
ladrões, de pessoas fraudulentas, dentro e fora das
Confissões Religiosas; uns porque desconhecem os
princípios da honestidade e da lealdade
recomendados pelo Espírito Santo; e outros ainda
porque os têm, voluntariamente, negligenciado.
Apesar disso, há uma boa notícia, porque hoje, se é
que vinhas sendo ladrão e não desejas permanecer
nessa condição, podes decidir mudar de atitude e
passar a devolver, fielmente, a décima parte dos
teus rendimentos a Deus na sua casa-igreja.
Para além dos dízimos, o Senhor espera que lhe
agradeçamos com ofertas agradáveis.

81
Precisamos de considerar igualmente a questão das
ofertas, pois é através delas que se conhece a
verdadeira fidelidade daquele que se diz crente.
Através da Oferta, há uma acção voluntária de
gratidão a Deus pelas bênçãos derramadas ao fiel.
Enquanto que, o Dízimo não exprime gratidão mas
sim reconhecimento de que tudo pertence ao
Senhor e está previamente estabelecido em termos
quantitativos (a décima parte de todos os
rendimentos). É uma obrigação bíblica e
intemporal estabelecida por Ele desde o princípio
da Humanidade.
Pelo que, não adianta ser dizimista sem ser
ofertante, de modo a mostrar gratidão a Deus por
tudo quanto tem conseguido adquirir.
É também preciso evitar dar ofertas que não
correspondam a verdadeiro sacrifício das nossas
posses.
O Senhor não precisa absolutamente nada do que
nós temos, Ele é a fonte de toda a existência e
riqueza. Com efeito, através dos dízimos e ofertas
Ele pretende conhecer a fidelidade de cada um, a
situação do seu e meu coração, de ser ou não ser
egoísta.

82
Dízimos e ofertas são manifestações de apreço e de
agradecimento pelos bens materiais ou espirituais
que Deus coloca à nossa disposição.
Que o Senhor nos ensine mais e mais sobre esta
importante material espiritual e nos ajude a não
permanecermos na condição de ladrões aos Seus
olhos.

83
16

ÉS LIVRE?

Segundo o dicionário da Porto Editora, “liberdade


é a capacidade que as pessoas têm para decidir o
que fazer e o que pensar…”.
És livre de decidir o que fazer e o que pensar?
Muitos se sentem ou pensam que são livres, mas na
verdade não são, porque o que fazem e/ou pensam
não é de si mesmos, mas movidos pelas
circunstâncias à sua volta. O meio social força as
pessoas a pensarem e a agirem praticamente da
mesma maneira. Nos nossos dias, os pensamentos
e actos na sua maioria visam a satisfação dos
impulsos emocionais.
Ora, se pensamos e agimos forçados pelos
impulsos, então não somos livres, pois a liberdade
pressupõe a capacidade de decidir o que pensar e o
que fazer. Ser livre é ser capaz de rejeitar os
impulsos emocionais, ser capaz de dizer não a um
certo sentimento ou vontade que objectivamente é
negativo. Se não conseguimos rejeitar um impulso
que clama por satisfação, ainda que tal satisfação
implique a violação de valores morais então, não
85
somos livres, somos sim escravos dos nossos
impulsos emocionais.
Só podemos ser livres se tivermos o “domínio
próprio”, o qual decorre do conhecimento da
Verdade. E a Verdade é Alguém, Jesus Cristo-, que
disse: “ E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”
João 8: 32.
Enquanto não conhecermos a Verdade, e esta
corporizada em Jesus Cristo, não temos como ser
realmente livres, pois quem não conhece a Cristo é
escravo dos prazeres (ilícitos). Nesta senda o
apóstolo Paulo disse: “ Mas graças a Deus que, tendo
sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de
doutrina a que fostes entregues. E, libertados do pecado,
fostes feitos servos da justiça” Romanos 6: 17-18.
A liberdade só reina onde se mostra presente o Espírito do
Senhor. “Ora o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do
Senhor, aí há liberdade” II Coríntios 3: 17.
O conhecimento de Jesus liberta a pessoa das
trevas, ou seja, faz com que a pessoa conheça e
pratique o que é correcto tanto aos olhos de Deus
como aos dos homens. Sem Cristo, o homem é
simplesmente movido pelas influências do meio
social em que se encontra inserido e é
completamente vulnerável ao “chamamento dos
86
impulsos” que neutralizam a capacidade de agir e
pensar de acordo com padrões morais.
Quer ser livre? Procure, então, conhecer a Verdade
(Jesus Cristo) e Ela mesma o libertará. Mas para
isso é necessário Luz.

87
17

QUEIXUMES: ELE (A) É…!

M
“… estre, esta mulher (ela) foi apanhada, no próprio
acto, adulterando”.

A propósito desta acusação respondeu o Mestre: “


Aquele que, dentre vós está sem pecado, seja o primeiro que
atire pedra contra ela”. João 8:4 e 7.
Lançar (pedras), acusações e culpas ao outro é o
que é normal entre nós. Ele não me ama, ela não
me respeita, ele não me cumprimenta, ela não sabe
cozinhar, ele passa o tempo todo a insultar-me, ela
quer governar a casa, ele já não faz as despesas, ela
não lava a minha roupa, ele não me dá dinheiro, ela
se recusa a ir a casa dos meus pais, ele passa mais
tempo com os amigos do que com a família, ela
confia mais na mãe, ele respeita mais a irmã do que
a esposa, ela é orgulhosa porque estudou trabalha e
é chefe, ele é um bêbado, ele não tem tempo para
as crianças, ela gasta muito dinheiro com vestuário,
beleza e moda. Estas são algumas das frequentes
queixas e acusações mútuas. Como vê, são várias as
maneiras que (se tivéssemos que continuar o seu
89
alistamento), corríamos o risco de terminar o tema
só com exemplos de queixas.
É nos casais onde as queixas e o lançar de pedras
ao outro (ele(a)) se tem assistido com mais
frequência. Cada um espera do outro certo tipo de
atitudes e comportamentos, o que muitas vezes
redunda num fracasso dando lugar as queixas, aliás,
esta é a razão do crescente número de divórcios e
separações.
Estás na situação de quase divórcio por alguma
queixa? Não faça isso, porque as consequências do
divórcio são mais caras para não dizer negativas do
que o “suportar o outro com paciência e coragem”.
Mas se há agressão física, afaste-se, em brincadeiras
tenho dito: “fuja”, mas não te desvincules à partida
do pacto conjugal antes que estejam reunidos os
objectivos pressupostos bíblicos.
Com efeito, é absolutamente ilusório esperar que o
outro será como tu queres ou como tu és, porque
cada um é uma individualidade singular com
identidade e carácter próprios, mesmo entre irmãos
não há um caso sequer de igualdade absoluta de
carácteres. Então, porque exigir o outro a ser o que
não é?

90
O grande princípio para minimizar as diferenças é
saber que ninguém é perfeito; tanto eu e tu, caro
Leitor que estás a seguir o meu raciocínio, não
somos perfeitos! Por este motivo geracional desde
o Éden, no princípio da Criação, escusemos de
exigir aos outros a perfeição.
Todo o descendente de Adão, portanto, o ser
humano, é imperfeito e por causa disso vulnerável a
comportamentos não desejados; a queda no Éden
fez com que o homem não fosse mais perfeito.
Não importa a aparência externa, nível de
escolaridade ou educacional, posses materiais, cargo
nacionalidade, etnia, raça, etc, (não há em ninguém
perfeição nem justiça) por isso pode qualquer um
surpreender pela negativa.
Contudo, a imperfeição não deve constituir motivo
para o apadrinhamento dos erros e/ ou defeitos de
carácter dos nossos semelhantes, é preciso agir de
forma sábia para contornar ou minimizar os efeitos
dessa imperfeição no nosso meio social.
O primeiro que deve se corrigir, e se possível, sou
eu, és tu e não ele ou ela, o outro ou a outra. Devo
reconhecer que eu mesmo posso estar a transportar
toneladas de defeitos, que o meu modo de ser e agir
não é de todo bom. A partir deste princípio, é

91
preciso procurar minimizar ou mesmo eliminar o
que provoca reacções negativas.
Faça um check list da sua vida e procure arrumar-se
ou acertar os pontos. Faça o bem tu primeiro,
independentemente, do outro ou da outra. Proceda
sempre na busca do bem, faça o que gostarias que o
outro ou a outra o fizesse a si. Pare de acusar, e
verifique se também não tens culpa no “Cartório”.
Se assim proceder, o seu próximo verá e se sentirá
obrigado também a mudar. Normalmente
recebemos dos outros aquilo que damos, pelo que,
é possível que ele ou ela esteja a fazer o que faz ou
é o que é em resposta à sua maneira de lidar com
ele(a). Já pensaste nisso? Mudar alguém com
discursos, acusações ou queixas é quase impossível,
tanto é que, “ninguém muda ninguém”, mas com
actos concretos de bondade e misericórdia é muito
provável que consiga atrair o próximo a boas
atitudes.

92
18

NÃO BUZINE

Gosto muito do Sermão da Montanha (Mateus


Capítulos 5 à 7), o mais alto discurso do Filho de
Deus quando esteve aqui na Terra. Nele encontro
preciosos princípios de vida que abarcam as mais
importantes esferas de interesse humano. São
princípios inabaláveis porque procedem da
Sabedoria de Deus, portanto de Quem não erra, e
quem procura sujeitar-se a eles será como quem
edifica numa rocha, Mateus 7: 24. Faço questão de
ler o Sermão da Montanha de tempos em tempos
para me lembrar dos extraordinários princípios nele
constantes e, com ajuda do Senhor, procurar pô-los
em prática na minha vida.
Mahatma Gandhi (Séculos XIX e XX), líder
político e religioso da Índia, tendo tido acesso ao
Sermão da Montanha quando estudante de Direito
na Inglaterra, apropriou-se dos princípios (dentre
os quais reformam a justiça do olho por olho e
dente por dente) desse Sermão e construiu o seu
pensamento político e filosófico: a “não violência”,
a “coexistência pacífica”, que da sua aplicação

93
resultou na Independência da Índia. Aqui está uma
demostração de como o Sermão da Montanha tem
efeitos práticos.
Neste sermão, Cristo chamou à atenção para o
facto de aqueles que se pretendem filhos de Deus
evitarem tocar buzinas (trombetas), isto é, dar a
conhecer aos outros quando fazem algo que se
destine à adoração a Deus ou ao exercício da fé, e
isto como exemplo: esmolas, oração, jejum, veja
Mateus 6: 3,4,6,7,8,17 e 18.
Não devemos tocar buzina quando praticamos um
acto pessoal de adoração ou de exercício da fé
porque Deus vê tudo que fazemos (secretamente
de acordo com os citados textos bíblicos), não deve
ser nossa preocupação publicitar esses actos aos
nossos semelhantes na medida em que não se
destinam a eles, pois, quando assim procedemos, o
referido acto perde o seu valor diante de Deus.
Aprendamos a ser contidos quando estamos a
exercer a nossa fé. O que é para Deus deve ser
apresentado em silêncio e secretamente. Mesmo
quando praticamos o bem aos nossos semelhantes,
não precisamos de tocar a buzina para os outros
verem, basta que o Senhor veja, o resto não é
relevante.

94
19

EU SOU SEXO. EU TENHO “MOLA”

A quase nudez e a exibição material virou o


“estilo” tanto das mulheres como dos homens dos
nossos dias. Torna-se cada vez mais difícil ver
mulheres, tanto jovens como adultas, vestidas com
decoro. Os homens, por seu turno, não ficam sem
nada para deles se falar, já não se preocupam mais
com o “ser”, mas com o “ter”. A exibição de
posses materiais é agora o que impulsiona a
actuação de muitos homens nas diferentes esferas
da vida.
No fundo, parece-me que a mulher da nossa actual
sociedade, ao se apresentar “mal vestida”, de
“roupas provocantes”(também se diz), ou fora dos
padrões moralmente aceites no nosso meio social,
declara tacitamente aos que a vêem que “eu sou
sexo”, “eu toda sou sexo”. Ela assim afirma que o
que é mais importante na sua pessoa é o sexo, que
qualquer um que a vê seja induzido imediatamente
a pensar no sexo.
Da mesma maneira, a exibição material levada a
cabo pelos homens tem como objectivo principal
95
declarar ao público que: “eu tenho mola-(dinheiro)”
ou “ eu sou dinheiro”.
Não é aqui, de forma alguma, minha intenção
“queimar” ou “pintar mal” as mulheres e homens
porque também não sou perfeito e, certamente, e
apesar de tudo isto, ainda há valores em muitas e
muitos deles.
Na verdade, infelizmente, a nossa sociedade é mais
movida pelo sexo e pelo dinheiro. Quem pode
negar isso? As declarações: “eu sou sexo” e “eu
tenho dinheiro” atraem-se mutuamente. Assim se
encontram na praça o “eu sou sexo” e o “eu tenho
dinheiro”, construindo-se desta forma a nossa
sociedade que se revela cada vez mais necessitada
do que a Humanidade realmente carece (o bom ser
e o bem estar).
É extremamente difícil estar alheio a essa realidade
porque é factual, presente e forte no nosso meio
social. Nas ruas e em todos os locais assiste-se a
esta declaração “eu sou sexo”, “eu tenho dinheiro”.
A televisão, através de grande parte dos seus
programas, tornou-se um poderoso veículo de
transmissão da mensagem do sexo e do dinheiro.
Mas o sexo e o dinheiro não são em si mesmo
maus e nem são “diabólicos” como muita gente
pensa e faz crer. O sexo é uma dádiva de Deus aos
96
homens para ser desfrutado dentro de certos
limites. No princípio não era para ser praticado fora
do casamento ou para ser exposto de forma directa
aos olhos de outros nas ruas e outros locais
públicos. Porém, o pecado e a desobediência a
Deus tornou o sexo não apenas uma bênção mas
também um mero instrumento de prazer e
conquistas económicas.
O dinheiro é um instrumento geral de trocas, pelo
menos tem sido esta a definição geralmente dada e
aceite pelos economistas. É, sem dúvida, necessário
para aquisição de bens e serviços de que carecemos.
Mas, infelizmente há desnecessários acúmulos
desse bem, razão porque a nossa sociedade anda
claramente desequilibrada quanto à distribuição de
riqueza. De acordo com Mahatma Gandhi, e como
é evidente, o mundo ainda tem o suficiente para
todos, mas o abocanhamento dos recursos por um
pequeno grupo (que se afirma na declaração “eu
tenho mola”), faz com que a pobreza se mantenha
cada vez mais evidente na maior parte dos meios
sociais do nosso mundo. Não é correcto acumular
riquezas só para as exibir, a menos que tenha em
vista a multiplicação para cada vez mais e melhor
distribuição, para favorecimento aos menos
afortunados.
Se tu e eu somos cristãos, e no entanto andamos no
“eu sou sexo” e “eu tenho dinheiro”, não podemos
97
de forma alguma pensar que o Senhor se agrada das
nossas atitudes neste sentido ou que os nossos
semelhantes se mostram indiferentes a esses
comportamentos.
É do conhecimento de todos que se é mulher é
porque naturalmente tem sexo feminino (sei que
existem hermafroditas), não é necessário repetir
essa informação “gritando” através do vestuário
que “eu sou sexo”. A mulher não deve ser apenas
sexo, pode ser muito mais do que isso, valorizando-
se através do Trabalho e da Escola (já há muitas
nesse caminho, o que é muito positivo).
Tem muito dinheiro? Olha à sua volta, há muitos
que dele carecem, aplique-o a bem dos outros e
serás realmente grande aos olhos de Deus e dos
homens, mas, quando fizer isso, não “toque
buzina”.
Seja diferente.

98
20

HANIF VALY

O sr. Hanif Valy marcou de maneira singular a


minha vida. Era eu, em 1997, estudante do 1º Ano
da Faculdade de Direito da Universidade Eduardo
Mondlane, proveniente da Cidade da Beira. Não
tive, à partida, qualquer bolsa de estudo, mas
apenas uma redução de propinas em 75 %. Os
meus pais não tinham condições para me assistir
financeiramente conforme as necessidades próprias
da formação e, pior, longe de casa pois eram de
baixa renda e tinham outros filhos, os meus irmãos
em número de seis que ainda dependiam deles.
Desta maneira, era necessário que eu encontrasse
formas alternativas de me “aguentar” com as
despesas de estadia e formação universitária. Tive
então a ideia de abordar o Irmão (que era o meu
mais próximo naqueles dias) André Sibinde, e
coloquei-o a minha preocupação mostrando que
precisava de um trabalho fosse ele qual fosse, desde
que não colidisse com o horário da Faculdade, por
forma a que conseguisse rendimentos próprios.
Não demorou, conseguiu um na “Padaria O Pão

99
Nosso”, em Chamanculo, cujo proprietário era o sr.
Hanif Valy.
Quando fui ter, pela primeira vez, com o sr. Hanif
Valy, indicado pelo Irmão André Sibinde,
encontrei-o em frente ao balcão da Padaria. Sem
formalidades nenhumas, perguntou-me: tu queres
trabalhar? Respondi-lhe: sim, quero trabalhar.
Outra vez, queres trabalhar? Respondi: sim. Insistiu
pela terceira vez, mas queres mesmo trabalhar?
Respondi-o: sim, quero trabalhar. Ele disse-me
então de seguida, nós cá não temos vaga que dá
para um estudante universitário e ainda por cima de
Direito, o que temos é uma simples oportunidade
de trabalho como “servente de padeiro”, estás
interessado nisso? Respondi-o convictamente sim,
pois na verdade o que eu queria era mesmo
“trabalho” e não “emprego”. Muitos há nos nossos
dias que não querem trabalhar, mas sim querem
emprego, pois se a vontade deles fosse de trabalho
não seria difícil de o encontrar, trabalho há por aí
aos pontapés.
Então, o sr. Hanif Valy tirou ali mesmo do corpo a
sua própria bata de cor verde, diferente da dos
trabalhadores daquela padaria e entregou-me
dizendo: hoje às 20 horas venha ter com o chefe de
turno e começa a trabalhar.
100
Assim foi, comecei o meu primeiro emprego na
“Padaria O Pão Nosso”.
O meu trabalho consistia em carregar travessas de
massa de pão já moldado ao forno, fazia isso com
outro servente experiente. Era de facto um trabalho
pesado. Entrava às 20horas e saía às 6horas da
manhã, de 2ª à 6ª feira. Ao sair da padaria, devia
preparar-me para a Faculdade e assim eram os
meus dias.
Antes de completar um mês naquele primeiro
emprego, porque era pesado e de difícil conciliação
com os estudos, sem contar com a distância que
devia percorrer a pé de casa (Bairro Central- B-Rua
das Flores, 4º Andar onde vivia numa dependência
situada no terraço, sem água e sem luz e isto nos
primeiros 3 anos), à Faculdade (Campus
Universitário da Universidade Eduardo Mondlane,
nos primeiros 3 anos, tivemos aulas lá) e de lá a
Chamaculo (Padaria O Pão Nosso), porque não
abundavam os “chapas”; fui ter com o Irmão
André Sibinde e disse-lhe que o trabalho era
pesado, não estava a ser fácil conciliar com a escola
e portanto, pretendia o largar. A resposta dele foi
surpreendente, filho! “aguente” e rematou,
“coragem”, não me fales mais disso. Saí dali triste
com uma profunda dor das dificuldades da vida que
101
naquele momento estava a enfrentar. Lembrei-me
de uma expressão do meu pai aquando da minha
partida para a Universidade que dizia: “Salomão; tu
agora vais enfrentar os momentos mais críticos da
tua vida”. Na altura em que o meu pai proferiu
essas palavras, confesso que não as entendi, pois
pensava que a ida à Universidade era o início de um
percurso cheio de “rosas”.
Continuei a trabalhar na padaria, porém antes de 2
meses, o sr. Hanif Valy transferiu-me do sector de
padeiros onde trabalhava como servente para o
escritório daquela padaria, “arranjou” naquele
sector um trabalho mais suave para mim, agora
com papéis. As coisas começaram a ficar mais
“leves”, puxava o trabalho e puxava a escola.
Quando o sr. Hanif Valy se apercebeu de que eu
precisava de mais tempo para me dedicar à
Faculdade, disse-me: Salomão, vá estudar a tempo
inteiro e, no fim de cada mês venha cá receber o
seu salário. Qual não foi o meu espanto e
contentamento com esta nobre decisão, assim
ganhei uma verdadeira bolsa de estudos das mãos
do sr. Hanif Valy, a qual me ajudou até a conclusão
do 3º Ano da Faculdade.
Aprendi com esta experiência três coisas:

102
Primeiro: temos que ter a sensibilidade para ajudar
os que se mostram decididos a lutar por um bom
ideal.
Segundo: que os que aceitam as pequenas
oportunidades de trabalho, certamente terão as
grandes. Neste caso aplica-se perfeitamente o
princípio dito por Cristo segundo o qual “E o que a
si mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se
humilhar será exaltado”. Mateus 23: 12.
Terceiro: há trabalho para todos, mas emprego não.
Que o Senhor recompense o sr. Hanif Valy e o
Irmão André Sibinde.
Mas para compreender estas coisas é preciso Luz.

103
21

A SOCIEDADE DOS DRS../DOUTORES

Nos últimos anos tem- se assistido a um crescente


interesse pela formação superior, o que é positivo,
embora sejam diferentes as motivações para tal
interesse e algumas delas parecerem não razoáveis.
Há um significativo número de pessoas que
decidem pela formação a este nível simplesmente
para também serem “(D)drs” ou “Doutores”,
outros há que são movidos por interesses
económicos, como progressão na carreira
profissional e aumento salarial.
O massivo interesse pela formação superior abriu
oportunidades de negócio na área de ensino, por
esse motivo, há, cada vez mais, Instituições de
Ensino Superior a abrir portas em diversas partes
do nosso país e do mundo. Porém, como todos
sabem, é de questionar a qualidade de ensino
oferecida por esses Estabelecimentos, uma vez que
o que os motiva a aparecerem são, em última
análise, os ganhos financeiros através das receitas
provenientes das propinas.

105
Não ignoro a existência de algumas nobres
intenções na concepção de Instituições de Ensino
Superior, bem como a qualidade de ensino que
algumas delas oferecem; nem é minha intenção
criticar os que são movidos por interesses
exclusivamente económicos uma vez que não
fazem nada mais do que explorar as oportunidades
de negócio que o mercado oferece.
O que pretendo trazer à reflexão é a necessidade
dos formados, agora “(D)drs” ou “Doutores”, não
apenas se preocuparem em “ganhar” com a sua
formação ou com o título académico conquistado,
mas também “oferecer” à sociedade (no sentido de
a enriquecer) o que conseguiram com a sua
formação. Participei num evento em que um dos
intervenientes disse: “Um formado não deve ser
conhecido apenas pelo Diploma, mas também e
sobretudo pelas acções, deve ser capaz de ser
reconhecido como tal até pelo “analfabeto” ”.
A sociedade com muitos “(D)drs” e “Doutores”
devia ser melhor que a sociedade com poucos ou
mesmo sem “(D)drs” ou “Doutores”. Porém, e
infelizmente, não é o que assistimos. As sociedades
actuais, embora com cada vez maior número de
“(D)drs” e “Doutores”, chegam a ser em certa

106
medida menos promissoras que as anteriores onde
não haviam muitos. Afinal, o que está a falhar?
Cada “(D)dr” e “Doutor”, devia (com o seu saber)
como forma de justificar o seu grau académico,
procurar influenciar positivamente a sociedade na
qual se encontra inserido para o seu
desenvolvimento e bem-estar. Pois, uma sociedade
cheia de “(D)drs” e “Doutores” que não fazem a
diferença e que procuram, através dos títulos
conquistados, obter só vantagens pessoais, é
completamente falhada.
O conhecimento apreendido com a formação é
como uma luz recebida, assim, essa luz deve brilhar
diante da sociedade para que os “(D)drs” e
“Doutores” sejam reconhecidos como portadores
de luz, cfr. Mateus 5: 15-16.
Impõe-se deste modo que a sociedade dos “(D)drs”
e “Doutores” seja iluminada. Mas para isso é
necessário Luz.

107
22

INVESTIR NO SOFRIMENTO

Atender todos os impulsos emocionais é uma boa


forma de investir no sofrimento.
À partida, temos que ter presente que o sofrimento
e a dor não são necessariamente a mesma coisa, há
estudos que procuram distinguir estes dois termos.
Diz-se que a dor é uma questão física, ao passo que
o sofrimento é de natureza emocional ou
psicológica. No entanto, muitas vezes o sofrimento
tem sido causado pela dor e vice-versa. Para melhor
compreensão dessa distinção, leia entre outros, o
Livro, “Enfrentando a Dor”, (Publicadora SerVir, pp.
11-51) da autoria do Professor e Teólogo, Roberto
Badenas.
Irei aqui falar de uma das formas de “investir no
sofrimento”, que é a “acumulação egoísta de
riquezas”.
O “egoísmo” é um perigoso inimigo de todos nós,
ele abate indiscriminadamente pessoas e sociedades
inteiras. Sobre este problema, nossos dedos
acusadores tem-se direccionado aos políticos em
exercício do poder governativo. Mas não creio que
109
o problema seja dos políticos ou só deles, é de
todos nós (vive em cada um de nós, no nosso
“ser”), pelo que, somos todos portadores deste
perigoso inimigo, o “egoísmo” que se desenvolve,
por um lado, pela nossa natureza (humana), e por
outro, pelas fortes influências e pressões
psicológicas da nossa materialista sociedade.
Quando se está longe ou fora do poder político que
normalmente é acompanhado do económico, a
pessoa tende a parecer sem “egoísmo”, mas, uma
vez no poder, revela muito claramente que afinal
também é egoísta, ao fazer o que sempre criticou
estando de fora. Aliás, à nossa volta há muito
sofrimento e carência, mas o “egoísmo” nos
impede de dar ou partilhar o que temos, com os
nossos semelhantes, salvo algumas excepções e no
“Natal”. O hábito de dizer que “não tenho”
enquanto tem e “eu sou isto ou aquilo” não é só
dos governantes, é uma atitude generalizada em
quase todos nós.
Portanto, temos que aceitar (e este é o ponto de
partida) que, somos maioritariamente egoístas, de
maneiras que, a luta contra esse grande e perigoso
inimigo, no sentido de o eliminar no nosso seio ou
pelo menos de o adormecer, seria, sem dúvidas a
meu ver, a melhor via para alterar o actual quadro
110
sócio, político e económico que vivemos. Se não
lutamos contra o “egoísmo”, partindo de nós
mesmos, ele vai nos abater a nós e a sociedade
toda, pois é o maior, mais forte e perigoso inimigo
que habita em cada um de nós.
Voltando ao principal. A acumulação de riquezas
não é conveniente quando não visa o efeito
multiplicador, isto é, aumentar os rendimentos por
via da acumulação para maior distribuição aos
menos afortunados.
O enriquecimento material não me parece fazer
parte dos planos de Deus para todos os homens,
mas estou convicto de que foi sempre a vontade do
Altíssimo que todo o homem vivesse bem. Ora
viver bem não implica necessariamente ser rico ou
ter abundantes bens materiais, é uma questão de
qualidade de vida. Há pessoas não ricas que vivem
bem e há muitos ricos que vivem mal.
Acontece, no entanto, que algumas pessoas são,
pela providência divina, enriquecidas, material e
financeiramente. Quando isto acontece, é porque o
Senhor escolheu as referidas pessoas para serem
depositárias e/ ou gestoras desses bens, no sentido
de os fazer chegar às outras.

111
Infelizmente, nem todos os ricos do nosso mundo
o são pela providência divina, actuando em
cooperação com o trabalho árduo, justo, persistente
e engenhoso, mas por esforço próprio e com base
no uso de meios ilícitos e até obscuros ou
supersticiosos; essa é a situação da maior parte dos
nossos ricos.
A riqueza só é boa e faz bem quando administrada
aos outros. A mera acumulação egoísta de bens
materiais e recursos financeiros (estes andam de
mãos dadas) para os outros verem ou para granjear
respeitabilidade social e/ou temor reverencial pelos
terceiros é, no meu entender, um investimento ao
sofrimento. No mesmo sentido lê-se no Eclesiástes
5:13 (versão Bíblia Viva) “ Há ainda outro problema
sério, que eu vi debaixo do sol: Riquezas acumuladas para a
infelicidade dos seus donos...”
Neste contexto, o sofrimento consiste, entre vários
motivos, na constante preocupação de acumular
mais e cada vez mais, de manter o acumulado e
evitar a sua perda. Consiste também no esforço
tremendo (de dia e de noite), de pensar em
estratégias de superação dos outros que também
acumulam. A pessoa luta com todas as “armas”
para não perder o status adquirido na sociedade que
o admira. Esse exercício é feito com muito esforço
112
mental que é na verdade “sofrimento”. Nesse
sentido, são muitos os testemunhos de homens
ricos que confessaram não terem paz, não
conseguirem dormir, não terem tempo de cuidar de
si mesmos e dos seus mais próximos e até de
usufruir a sua própria riqueza. A este propósito, o
Eclesiástes 5:12 declara “…a fartura do rico não o
deixa dormir”.
Como se isso não bastasse, quando morrem,
deixam os herdeiros em alvoroço pela grande
expectativa da divisão e/ou apropriação (do bolo
maior) dos bens deixados. Normalmente, esses
herdeiros, quando em vida do autor da sucessão,
não se esforçaram para o seu auto-sustento,
confiando apenas na situação económica em que o
falecido se encontrava; facto que também gera
sofrimento deles no futuro. “Porque as mesmas
riquezas se perdem por qualquer má aventura; e, havendo
algum filho, nada fica na sua mão”. Eclesiástes 5: 14.
Temos que investir no necessário, na qualidade de
vida e nas coisas proveitosas à Humanidade, para
que vivamos bem e que a nossa passagem por este
mundo não seja vã(vazia, sem sentido). Mas para
isso, precisamos de muita Luz.

113
23

“LUGAR NÚMERO 17”

N
“ a casa de meu pai há muitas moradas, se não fosse
assim, eu vo-lo teria dito, vou preparar-vos lugar. E se eu for
e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim
mesmo, para que, onde eu estiver estejais vós também ” João
14: 2 e 3.
No dia 8 de Março de 2009, apanhei um autocarro
na Cidade da Beira com destino a Cidade de
Maputo. Quando chegámos no Cruzamento de
Inchope, o autocarro parou para levar alguns
passageiros que ali estavam à espera. De entre os
quais, entrou um senhor forte, alto, vigoroso e de
cabelos brancos. Pareceu-me ser um homem a
caminho da terceira idade, senão já na terceira
idade. Este exibiu o seu bilhete que tinha como
número a cadeira 17.
Sucede porém que aquele lugar fora ocupado por
uma senhora que parecia não estar a gozar de boa
saúde; era, portanto, adequado à sua condição
física. A simpática assistente de bordo sugeriu ao
senhor que acabara de entrar, que ocupasse um
outro lugar, contudo este recusou-se exclamando:
115
“O meu lugar é o número 17, e não quero saber de
outro lugar!”. A assistente procurou explicar a
razão da ocupação do seu lugar conforme o bilhete,
por uma outra pessoa, o homem porém continuou
a reivindicar com voz cada vez mais grave: “O meu
lugar é o número 17, e não quero saber de outro
lugar ”.
Assim, não foi possível convencer aquele homem.
Tudo foi feito para que ele ocupasse o lugar
número 17 tal como estava previsto no seu bilhete.
Este episódio deixou-me perplexo, de tal sorte que
me perguntei, qual a razão da insistência do senhor
em ocupar necessariamente o lugar número 17? O
que aconteceria ou deixaria de acontecer se
ocupasse um outro lugar no autocarro?
Eventualmente o outro lugar seria inconveniente
do que o previsto no bilhete?
Penso que, tal como o senhor do “autocarro”, há
muitos homens neste mundo que se prendem aos
lugares, pensam eles que o lugar onde se encontram
é o melhor de todos, que fora dele não há outro e
que não podem de jeito nenhum sair para outro
lugar.
No meu modesto entendimento esta concepção
pode ser errada, pode até constituir um obstáculo
116
ao crescimento e/ou desenvolvimento de quem
assim pensa. Há muitos lugares que eu e tu nunca
experimentamos, e esses lugares que não
conhecemos ou nunca experimentamos podem
certamente ter coisas interessantes para nós. O
homem precisa de experimentar outros lugares,
mesmo quando não seja necessário, para conhecer
outras realidades que poderão permitir ver as coisas
à sua volta de um outro ângulo, o que dificilmente
aconteceria se estivéssemos sempre no mesmo
lugar.
A mudança de lugar é uma das estratégias para o
sucesso, pois quem não muda de lugar fica
reduzido ao lugar onde se encontra, o mundo se
limita a esse lugar.
A questão da prisão a um determinado lugar pode
ser de natureza mental. Quando pensamos sempre
da mesma forma, podemos ficar circunscritos ao
mesmo lugar, e isso pode nos impedir de alcançar o
melhor para nós.
Muita gente hoje, por causa das conquistas sócio-
económicas, intelectuais e tecnológicas da
Humanidade, não acredita em mais nada que possa
vir a acontecer no futuro e noutro lugar.

117
Seja qual for o lugar onde nos possamos encontrar,
na verdade, estamos todos num mesmo
“autocarro” que é este nosso mundo, o Planeta
Terra. Este autocarro tem um destino já traçado
pelo Criador, segundo revelam as Sagradas
Escrituras. Este “autocarro” que é o nosso mundo,
para muitos é o seu lugar número 17, porque, na
óptica (perspectiva) de cada um, têm tudo de bom e
de melhor; para esses, não existe a possibilidade de
um outro lugar melhor que este.
Infelizmente, o nosso “autocarro”, apesar de
oferecer algum conforto, tem um destino triste que
é a destruição total, segundo a Palavra de Deus.
Jesus prometeu um outro lugar para mim e para ti
se o quisermos. Ele disse:“ Na casa de meu pai há
muitas moradas, se não fosse assim, eu vo-lo teria dito, vou
preparar-vos lugar. E se eu for e vos preparar lugar, virei
outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu
estiver estejais vós também ” João 14: 2 e 3.
Acrescenta ainda “E Deus limpará de seus olhos toda a
lágrima, e não haverá (nesse lugar) mais morte, nem pranto,
nem clamor, nem dor porque já as primeiras coisas são
passadas ” o que está entre parênteses é nosso.
Apocalipse 21: 4.

118
Portanto, há outro lugar melhor que este mundo,
que Deus está a preparar para aqueles que não se
conformam unicamente com este mundo. Sabias
disso?
Tu tens hoje a grande oportunidade de decidires o
que escolher: ou permaneceres amarrado ao lugar
número 17, que é este mundo que vai ser destruído
pela ira de Deus, ou te candidatas para o lugar que
Jesus foi preparar.
Se, sinceramente, escolheres o lugar que Jesus foi
preparar, não te arrependerás. Que o Senhor o
abençoe.

119
24

O QUE PEDIR A DEUS?

Como humanos que somos, temos a natural


tendência para “pedir” do que “dar”, isto é, receber
em vez de entregar, facto infelizmente também
notório entre os cristãos. Quando nos tornamos
cristãos, passamos a conhecer quem é o Todo-
Poderoso, para Quem nada é impossível. E através
das orações fazemos mais pedidos do que outra
coisa, esperando que esses pedidos sejam
respondidos imediatamente. Curiosamente, quando
um próximo nosso nos aparece com um pedido,
seja ele qual for, sentimo-nos incomodados com
isso e dificilmente o satisfazemos mesmo tendo
como o fazer, é o tal problema do “egoísmo” de
que falamos no tema “Investir no Sofrimento”.
Não deve ser assim. Da mesma maneira que
esperamos receber de Deus, ou de quem quer que
seja o que desejamos, devemos igualmente
satisfazer os pedidos dos outros; de outro modo o
nosso cristianismo será muito duvidoso. Sobre este
assunto Jesus disse: “Dá a quem te pedir, e não te desvies
daquele que quiser que lhe emprestes”. Mateus 5: 42.

121
Ora, uma coisa é certa, normalmente não se pede
algo a quem não se conhece e, por conseguinte, não
é fácil sob ponto de vista humano, receber algo de
quem não se conhece, embora existam casos
excepcionais em que isso acontece. No entanto,
com Deus não é assim, Ele dá constantemente a
toda gente, mesmo àqueles que não Lhe pedem
nada e nem Lhe agradecem.
Apesar de Deus dar a todos, Ele tem um cuidado
especial para com aqueles que, realmente O
conhecem e são Seus filhos. Deus tem um Plano
maior para estes, que é o da “Salvação”, pelo que,
seus pedidos são atendidos, não apenas olhando
para o presente, mas também para o futuro, à
eternidade, tendo em conta o referido Plano de
Salvação.
Como conhecer Deus? Ele revela-se através da Sua
obra da Criação, da providência em favor dos seres
criados, da Palavra e de Jesus Cristo, o Seu Filho
unigénito que veio a este mundo (a história não
nega isso). A vinda de Jesus a este mundo revelou
em pleno o carácter do Pai. Assim, conhecer Cristo
é conhecer o Pai, pois Jesus Cristo é o “Emanuel”,
que significa “Deus connosco”, é dizer entre os
homens.

122
O conhecimento de Jesus resulta de uma
experiência de natureza espiritual e pessoal que
muitas vezes não coincide com o baptismo,
frequência a uma determinada igreja, cantos de
louvor nessa igreja, dízimos, ofertas, etc. Para que
aconteça o conhecimento de Jesus, mais do que
estes actos, devem ser praticados simultaneamente
os seguintes:
1- Clamar sincera e constantemente em oração
pelo derramamento do Espírito Santo na
nossa alma, pois é Ele que nos dá a
capacidade de perceber a Palavra de Deus e
a Sua vontade;
2- Meditar nas Escrituras Sagradas diariamente
com espírito de humildade (e vontade de
realmente ouvir a voz de Deus) nas horas
mais calmas do dia. Esse tempo deve ser
exclusivamente reservado para este efeito;
3- Examinar toda e qualquer literatura cristã
que sirva de pequena luz para a Luz maior,
que é a Bíblia sagrada onde se encontra
revelada a Palavra de Deus.
4- Sobre a luz menor, tenho preferência e a
maior admiração espiritual pelas obras
inspiradas da Autora norte-americana Ellen
123
G. White. Mensageira por excelência da
Palavra inspirada; a sua obra O Grande
Conflito, tem sido um extraordinário
instrumento de auxílio à compreensão de
muitos aspectos bíblicos;
5- Partilhar com os outros o que aprendeu do
estudo da Palavra de Deus e outros escritos
de natureza espiritual e, se entretanto nesse
estudo tiver acontecido algo extraordinário
igualmente deve ser partilhado.
Sem esforço e empenho pessoal é difícil conhecer a
Jesus Cristo. Esse esforço é motivado pelo maior
grau de interesse da pessoa.
Posto isto, o que pedir a Deus?
Somos livres de pedir ao Senhor qualquer coisa,
desde as necessárias às supérfluas, assim como uma
criança pede ao pai o que lhe apetece, é como
devemos pedir ao nosso Pai celeste. A importância
disso é que demonstrará a nossa sinceridade
perante Ele, pois a oração é como abrir o coração a
um amigo. Um dos aspectos importantes da oração
é a sinceridade da pessoa que ora. Se não
exprimimos na oração os verdadeiros desejos do
nosso coração, estamos a ser falsos, pois o Senhor

124
conhece as profundezas da nossa alma, mesmo
quando estamos calados.
Mas que pedidos são mais importantes e práticos?
Antes de pedirmos, seria bom que nos
perguntássemos se alguma vez demos algo a Ele.
Deus espera principalmente que reconheçamos que
Ele é o nosso Criador, esse reconhecimento faz
com que decidamos entregar ou devolvermo-nos a
Ele, no sentido de Ele nos retomar como Seus
filhos. Isso (a nossa vida) é o melhor que Ele espera
receber de nós.
Quando entregamos a nossa vida a Deus, portanto
a Jesus Cristo, como consequência, Ele toma conta
de nós através do Seu Espírito e as nossas acções
passam a reflectir não o que naturalmente somos e
gostamos mas a vontade de Quem se tornou o
nosso Dono, ou seja, a consequência dessa entrega
que se traduz na fé são as obras.
Muitas vezes pedimos a Deus que nos dê:
- Dinheiro;
- Emprego;
- Vestuário;
- Saúde;

125
- Esposo/ Esposa;
- Resultados positivos na escola;
- Bons frutos no negócio, na produção agrícola;
- Habitação, etc.
Devíamos repensar no que de facto pedir a
Deus pois, Ele é invisível e actua no silêncio
(sobre este aspecto, leia Roberto Badenas,
Enfrentando a Dor, Publicadora SerVir, Portugal,
2016, pp. 105-122). Ele não nos dá as coisas
materiais que, normalmente, pedímos e que de
facto, necessitamos, de forma directa (dos Céus
para as nossas mãos). Embora existam
situações excepcionais em que isto possa
acontecer, o que Ele nos dá directamente, e só
Ele é que, verdadeiramente, pode dar, é a
“Sabedoria e a Força”, que são realidades
invisíveis que actuam no nosso ser.
Portanto, o que devemos prioritariamente pedir
a Deus nas nossas orações é principalmente a
Sabedoria e a Força.“ Falou Daniel e disse: Seja
bendito o nome de Deus para todo o sempre, porque dele
é a sabedoria e a força ” Daniel 2: 20.
Se Deus nos conceder sabedoria e força, tudo o
resto virá como consequência. Lembremo-nos
126
do que o Rei Salomão pediu a Deus, foi
somente a sabedoria e, como consequência
disso, Deus o concedeu as riquezas materiais, 2
Crónicas 1: 10. “ Dá-me pois agora, sabedoria e
conhecimento, para que possa sair e entrar perante este
povo; porque quem poderia julgar a este tão grande
povo? ”
Com a sabedoria a nossa mente é aberta para
diversas soluções, com a força podemos
superar as dificuldades que a vida impõe.
Sabedoria e força é o que principalmente devemos
pedir a Deus.
Que o Senhor nos conceda da Sua parte
“Sabedoria e Força”.

127
25

O BARCO COM JESUS NÃO AFUNDA

Os nossos dias são também marcados pelo


surgimento de muitas Denominações Religiosas
cuja mensagem central aponta para Jesus como a
solução dos problemas sócio-económicos, e a isto
se chama de “teologia da prosperidade”. Para os
mentores dessas Denominações Religiosas, quando
se está com Jesus os problemas desaparecem, não
há falta de saúde, dinheiro, emprego, segurança, etc.
Este posicionamento não me parece de todo
verdadeiro e portanto digno de acolhimento. Pois
nas Sagradas Escrituras não encontramos nenhuma
base de sustentação dessa teologia.
Apesar da proclamada vitória de Cristo na Cruz do
Calvário, a qual abriu Segundo a Palavra de Deus,
novos horizontes na história da Humanidade, o
nosso mundo ainda é fortemente influenciado pelo
poder das trevas, do inferno, cujos agentes são
(invisíveis): Satanás e seus agentes, seres
demoníacos expulsos do reino de Deus e que a sua
actuação não tem outra finalidade senão causar o
mal, a dor e o sofrimento aos seres humano.

129
Portanto, ser-se cristão ou estar com Jesus não é
sinónimo de uma garantia de não ter problemas na
vida nesta Terra, até porque esta tese é também
radicalmente contrária à natureza de Deus que é
Amor. Aceitar que os que estão com Jesus não
sofrem as crueldades desta vida seria admitir que os
que não estão com Ele estão votados ao sofrimento
e abandono, o que não constitui a verdade. Muitos
há que não têm qualquer vínculo ou interesse por
Jesus, que no entanto “vivem bem” e há também
os que se relacionam com Cristo, pelo menos até
onde podemos ver como humanos, mas essas
pessoas sofrem muito.
A Bíblia apresenta uma experiência que pode dar
suporte ao nosso argumento. “E entrando ele (Jesus)
no barco, seus discípulos o seguiram. E eis que no mar se
levantou uma tempestade tão grande, que o barco era coberto
pelas ondas, ele porém estava dormindo. E os seus discípulos,
aproximando-se, o despertaram, dizendo: Senhor, Salva-nos
que perecemos! E ele disse-lhes: Porque temeis, homens de
pequena fé? Então levantando-se, repreendeu os ventos e o
mar, e seguiu - se uma grande bonança ” S. Mateus 8: 23-
26.
De acordo com este relato, a tempestade de facto
abalou o barco apesar da presença de Jesus, o Filho
de Deus. É provável que os discípulos estivessem
130
muito descansados naquela embarcação com a
presença do seu Mestre, não aventando qualquer
hipótese de perigo na viagem, facto compreensível,
uma vez que o Mestre era o Filho de Deus. Porém,
aconteceu o menos esperado na medida em que
mesmo assim a tempestade os abalou.
Essa experiência leva-nos a crer que mesmo
quando estamos com Jesus podemos passar por
sacudiduras da vida, o que hoje se diz “desafios”.
Ele nunca garantiu que os Seus (os que O aceitam
como seu Salvador pessoal) estariam livres dos
males da vida presente, tanto é que a este mesmo
propósito disse: “…no mundo tereis aflições, mas tende
bom ânimo, eu venci o mundo ”. João 16:33.
Esta é que é, com efeito, a mais pura realidade.
Somos e continuaremos a ser sujeitos a
tempestades diárias de vária ordem, mesmo com
Jesus no nosso barco, isto é, na nossa vida
espiritual, até que Ele venha fisicamente outra vez
para pôr fim a desgraça neste mundo através da sua
total e completa restauração.
Mas, se confiarmos e clamarmos a Ele por socorro,
segundo a Sua sábia vontade, seremos acudidos da
situação que nos aflige num determinado momento

131
e o nosso barco não afundará. É por isso que Jesus
é o nosso Capitão.
Portanto, quando estamos espiritualmente com
Jesus, o certo é que temos segurança e somos
vencedores nos “desafios” que enfrentamos na
vida, mas isto não quer dizer de modo algum que
estejamos livres das aflições nesta Terra. Isto só
será possível quando Ele vier fazer tudo de novo
(como culminação do Ministério da Salvação do
Homem e Restauração da Criação) ao terminar a
história deste mundo actualmente dominado pelo
grande conflito entre o bem e o mal.
Que o Senhor nos dê a Luz do Seu Espírito para
que compreendamos estas coisas que Lhe dizem
respeito e destinadas a cada um de nós para a
Salvação.

132
26

SUBI NUMA CADEIRA

Subi numa cadeira para dizer em voz alta: “Jesus


Cristo é o Filho de Deus, a Ele devemos tudo, pois em
nenhum outro há salvação”. A ti também te digo o
mesmo.
Estava assim a fazer o que o próprio Cristo disse
no Livro de São Mateus 10: 32,33 “Portanto, qualquer
que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante
de meu Pai que está nos céus. Mas, qualquer que me negar
diante dos homens, eu o negarei também diante do meu Pai
que está nos céus”.
Foi numa animada conversa sobre “religião” entre
colegas, na Sala dos Professores que de repente,
movido pelo impulso emocional, subi numa cadeira
e disse de viva voz: “Jesus Cristo é o Filho de Deus, a
Ele devemos tudo pois em nenhum outro há salvação”. Tive
que dizer isto, porque, haviam colegas que estavam
a questionar a autoridade de Jesus Cristo, com
argumentos que, quanto a eles eram
suficientemente sólidos (como por exemplo, as
plurimas religiões existentes a volta do mundo) para
pôr em causa a fé em Jesus Cristo.

133
Do pouco que já ouvi e li sobre religião, fé, história,
filosofia, etc, nunca li e nunca ouvi falar de alguém
que tenha sido, em alguma época e lugar deste
planeta, proclamado como sendo o Filho de Deus,
do modo como o foi Jesus Cristo. Somente, salvo
outro conhecimento e entendimento, a Bíblia nos
relata de forma clara a confirmação de Cristo como
o Filho de Deus nas seguintes passagens:
João 1: 29. “No dia seguinte, João viu a Jesus, que vinha
para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado
do mundo”;
Mateus 3: 17. “ E eis que uma voz dos céus dizia: Este é
o meu Filho amado, em quem me comprazo”;
Marcos 9: 7. “E desceu uma nuvem que os cobriu com a
sua sombra, e saiu da nuvem uma voz que dizia: Este é o
meu Filho amado; a ele ouvi;
Actos 4: 12. “ E em nenhum outro há salvação, porque
também, debaixo do céu, nenhum outro nome há, dado entre
os homens, pelo qual devemos ser salvos”;
João 14: 6. “Disse-lhes Jesus: Eu sou o caminho, e a
verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim”;
Isaías 61: 1-3. “ O Espírito do Senhor Jeová está sobre
mim; porque o Senhor me ungiu para pregar boas novas aos
mansos: enviou-me a restaurar os contritos de coração, a
proclamar liberdade aos cativos, e a abertura da prisão aos

134
presos; A apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da
vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes”.
De certeza que estas não são as únicas passagens
bíblicas que servem de base a afirmação de que
Jesus Cristo é de facto o Filho de Deus enviado ao
mundo com o mais alto propósito de Deus a favor
da humanidade, a “Salvação”.
As plurimas religiões existentes, são manifestações
humanas inspiradas pela contra-inteligência do
reino de Deus e que de nenhum modo devem pôr
em causa a legitimidade dÀquele que da parte de
Deus é o Único Salvador do mundo-Jesus Cristo.
Eu creio nisto e gostaria que o meu caro Leitor
também cresse, porque é disto que devia depender
toda a fé religiosa, não só dos cristãos mas também
dos que são de outras crenças.
É interessante que o “Islamismo” apresenta-se nos
dias de hoje como uma das religiões entre as mais
importantes do mundo. Embora pareça estranho,
para os Muçulmanos, Jesus ocupa um lugar
importante no Corão, o seu livro sagrado. Das 114
suras ou capítulos em que está dividido, 15 falam
de Jesus e consagram-lhe 93 versículos. Em termos
gerais, o Corão eleva Jesus a um nível nunca
alcançado por nenhum outro personagem deste
135
livro, à excepção de, logicamente, Alá”. Sobre este
relato leia Carlos Puyol Buil, Mas há um Deus no Céu,
Publicadora SerVir, S. A, 2015, p. 208.
Usando uma linguagem jurídica, consideramos que
Jesus é o nosso Advogado. Aliás, este
posicionamento aplicado ao Salvador encontra-se
revelado nas Sagradas Escrituras, (I João 2: 1). Para
o efeito, Ele recebeu do Seu Pai, uma “Procuração”
tal que perdurará pela Eternidade, para tratar de
tudo quanto tem a ver com o ser humano. Deste
modo, estamos todos dependentes dEle. Por isso
conhecer Jesus é tudo.
Mas para isso é preciso Luz.

136
27

RELIGIOSOS E FILHOS DE DEUS

Uma das interessantes frases ditas por Mahatama


Gandhi é a de que, “Deus não tem religião”, de
facto não tem. A religião é o meio através do qual o
homem manifesta a sua crença. E no seio da
religião cristã é através dela que os crentes
manifestam a sua crença em Deus.
As diferentes formas de interpretar a Palavra de
Deus, que no meu entender são sem justificação, na
medida em que ela é suficientemente clara para o
que deve ser da compreensão humana (uma vez
que a Bíblia interpreta-se a si mesma), faz com que
existam e continuem a surgir diferentes
Denominações religiosas que dão ênfase às
matérias que julgam serem pertinentes.
Ultimamente até parece estar também na moda
pertencer a determinada Denominação Religiosa.
Assim, quase todos têm a sua Igreja. No entanto, o
mundo está cada vez mais degradado em termos de
valores éticos (o materialismo e sensualismo
sobrepôs-se a tudo o resto) que deviam ser
difundidos e praticados em primeiro lugar pelos
137
religiosos. O mundo devia ser fortemente
influenciado pelo universo da população religiosa
que crê em Deus (porque Deus é Bom e é Amor),
mas infelizmente não é o que se vê. Apesar da
proliferação de Denominações, organizações, e
outras tendências religiosas, pouca influência delas
se faz sentir na sociedade.
As igrejas e outros locais de culto tornaram-se mais
de concentração social para práticas e rituais
religiosos. Os ensinamentos aí ministrados têm o
seu valor no momento e local da sua apresentação.
Fora, praticamente não se fazem sentir. Na
realidade, tornou-se difícil distinguir o religioso do
não religioso (o profano).
Na prática, a religião cristã (e outras), deviam ser
uma verdadeira escola de aprendizagem e de
transformação do Homem no sentido de o
conformar com os princípios de Deus e boa
convivência social.
Os princípios de Deus para o homem resumem-se
em dois: Temor (respeito) pleno pelo Senhor,
(relação vertical), e o amor ao próximo, (relação
horizontal). De entre vários textos bíblicos, estes
princípios estão relatados no Livro do profeta
Miqueias 6:8. “ Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e

138
que é o que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a
justiça, e ames a beneficência, e andes humildemente com o
teu Deus?”
A verdadeira religião consiste na prática destes dois
princípios. Quem os observa é filho de Deus, quem
os não observa, ainda que seja religioso, não é filho
de Deus. Tiago 1: 27 fala dos mesmos princípios
usando outros termos, assim: “A religião pura e
imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e
as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do
mundo”.
Não adianta ser membro de uma determinada
religião, seja ela cristã ou outra qualquer, assíduo
nos cultos e demais actividades dessa religião, sem
que, no entanto, se pratique os princípios há pouco
apresentados. Pois a Deus não interessa a religião, os
cultos e os rituais que não tenham uma conformidade com o
estilo de vida segundo a Sua orientação, nem os religiosos que
não vivem (praticam) a Sua Lei.
Os filhos de Deus são aqueles que se entregam a
Ele e observam (guardam) os Seus mandamentos.
Que a nossa religião não seja meramente formal,
mas de práticas de bondade e misericórdia para
com os nossos próximos, no temor do Senhor.

139
28

E OS MORTOS?

Há muitos que acreditam no poder dos mortos


sobre os vivos, de maneiras que fazem sucessivas e
infindáveis “missas” sobre os falecidos e outros
tipos de “cerimónias” onde são igualmente
invocados os mortos. Isto acontece em todo o
mundo. Mas os mortos têm realmente algum poder
sobre os vivos ou sobre outros mortos? A resposta
é, sem rodeios, não.
A Palavra de Deus é categórica ao afirmar que:
“…os vivos sabem que hão-de morrer, mas os mortos não
sabem coisa nenhuma, nem, tão-pouco, eles têm jamais
recompensa, mas a sua memória ficou entregue ao
esquecimento. Até o seu amor, o seu ódio e a sua inveja já
pereceram, e já não têm parte alguma neste século, em coisa
alguma do que se faz debaixo do sol” Eclesiástes 9: 5-6.
Para compreender o que acontece depois da morte
é necessário que nos recordemos da equação da
criação do Homem. Deus formou o Homem do pó
da terra com base em dois elementos fundamentais
a saber: pó da terra e fôlego da vida (pó da terra +
fôlego da vida), leia Génesis 2: 7. Quando a pessoa
141
morre (sai-lhe o espírito de vida, o fôlego ou sopro
vital), e a partir desse momento o corpo mortal,
com o transcorrer do tempo entra em corrupção e
ao fim de alguns anos” torna-se pó, como o era” é
uma desintegração do pó da terra, do fôlego da
vida. Assim, o pó volta para a terra, portanto o
corpo físico (desce a sepultura, isto é, torna à terra,
Génesis 3:19) e o fôlego da vida, que é o mesmo
que espírito (o que nos faz viver, a faísca da vida),
volta a Deus que o deu; isto vem fundamentado no
Eclesiástes 12:7 “ E o pó volta à terra, como o era, e o
espírito volta a Deus, que o deu”.
Deste modo, a “alma vivente” desce ao pó. A
Palavra de Deus, em nenhum momento, declara ou
dá a entender que depois da ocorrência da morte
fica alguma terceira realidade em algum lugar fora
do retorno do corpo à terra de onde saiu e o
espírito à sua fonte de origem que é o Criador. Os
mortos não sabem coisa nenhuma, pelo que, estão
votados ao completo silêncio e à escuridão
sepulcral “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o
conforme as tuas forças, porque, na sepultura, para onde tu
vais, não há obra, nem industria, nem ciência, nem
sabedoria alguma” Eclesiástes 9: 10.
Muitos outros são os textos bíblicos que mostram a
condição dos mortos, tais como:
142
Salmos 115: 17 “ Os mortos não louvam ao Senhor, nem
os que descem ao silêncio”.
São João 11: 11 “…Lázaro, o nosso amigo dorme, mas
vou despertá-lo do sono”.
Os mortos não têm absolutamente nenhum poder
sobre ninguém, e não são nada, senão mesmo
mortos.
Contudo, há uma boa notícia: os mortos em Cristo
Jesus ressuscitarão um dia a ordem da Sua poderosa
voz “…vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros
ouvirão a sua voz […] os que fizeram o bem sairão para a
ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a
ressurreição da condenação” João 5:28-29. Isto mostra
que a actual morte não passa de um sono para os
que crêem em Cristo Jesus, porém, os que não
creram nEle, e nesta infeliz condição desceram `as
sepulturas, igualmente, ressuscitarão num tempo
posterior determinado pelo “ calendário” divino do
Redentor mas, para a condenação.
Na Segunda Vinda de Cristo, serão ressuscitados
primeiro os justos, aqueles que O aceitaram nesta
vida como Senhor e Salvador, e viveram de
harmonia com os Seus mandamentos), segundo
relata I Tessalonicenses 4: 16-17.

143
Está à disposição de todos nós escolhermos. Como
está escrito para aviso nosso: o tempo da salvação
“…chama-se Hoje” (Hebreus 3:13). Não
endureçamos, pois “os nossos corações”. A
Salvação é mediante aceitação do sacrifício de
Cristo na Cruz, o qual foi para toda a Humanidade.
A morte já foi vencida por Cristo, pelo que,
qualquer um pode, querendo, alcançar a
imortalidade bastando somente seguir a Jesus
Cristo porque “Quem tem o Filho tem a vida; quem não
tem o Filho de Deus não tem a vida” I João 5: 12.
Aceite um bom conselho: Creia na “verdade
presente”, em Cristo, e ela, na Sua força,
certamente, o libertará.
Em voz baixa: Acredite nisto porque é a mais pura
verdade.

144
29

É PRECISO JUSTIFICAR OS PEDIDOS

A oração é o meio estabelecido por Deus para que


nós, Homens nos pudéssemos comunicar com Ele.
Por sua vez, Ele fala connosco através da Sua
Palavra, da Natureza, das Circunstâncias do dia-a-
dia. Nossos Semelhantes também podem ser
instrumentos de Deus para nos fazer chegar certa
mensagem, Textos inspirados, e muito mais.
Na comunicação com Deus através da oração, pela
nossa natureza somos normalmente movidos pelo
desejo de fazer uma série de pedidos a Deus. Tem
sido frequente começar e terminar uma oração com
pedidos. Se pudéssemos escutar os pedidos de
muitas pessoas da nossa congregação e não só,
acharíamos ocasião para nos fartarmos de rir. Um
dia, num programa de jovens, falando sobre este
tema, sugeri que cada um dos presentes escrevesse
num papelinho os pedidos que gostaria de fazer a
Deus, sem colocar o nome. Depois foram lidos um
a um, os referidos papelinhos com pedidos, o que
resultou em piada para muitos dos pedidos feitos.
Viu-se que grande parte dos referidos pedidos não

145
eram razoáveis, ou seja, não tinham nenhuma razão
de ser. Isto é o que acontece na maioria dos casos.
Nossos pedidos a Deus devem ser justificados. Não
podemos pedir por pedir. Esse é um dos aspectos
importantes para o êxito das orações, pois pedidos
que não se justificam dificilmente terão resposta
satisfatória, na medida em que ao invés de a
resposta ser uma bênção, virar maldição para o
pedinte.
A Salomão foi- lhe dada a oportunidade de pedir a
Deus o que quisesse (I Reis 3: 5 a 14) “…Pede o que
quiseres que te dê.”, e antes de avançar com o pedido,
começou por justificar o porquê do pedido que iria
fazer, nos seguintes termos: “ …De grande beneficência
usaste tu com seu servo David, meu pai, como também ele
andou contigo em verdade, e em justiça, e em rectidão de
coração, perante a tua face; e guardaste-lhe esta grande
beneficência, e lhe deste um filho que se assentasse no seu
trono, como se vê neste dia. Agora, pois, ó Senhor, meu
Deus tu fizeste reinar o seu servo no lugar de David, meu
pai; e sou ainda menino pequenino; nem sei como sair, nem
como entrar. E teu servo está no meio de teu povo que
elegeste; povo grande, que nem se pode contar, nem numerar,
pela sua multidão. A teu servo, pois, dá um coração
entendido, para que prudentemente discirna entre o bem e o
mal; porque, quem poderia julgar a este teu tão grande povo?
146
E esta palavra pareceu boa aos olhos do Senhor, que
Salomão pedisse esta coisa. E disse-lhe Deus: Porquanto
pediste esta coisa, e não pediste para ti riquezas, nem pediste
a vida dos teus inimigos; mas pediste para ti entendimento,
para ouvir causas de juízo. Eis que fiz segundo as tuas
palavras: eis que te dei um coração tão sábio e entendido que,
antes de ti, teu igual não houve e, depois de ti, teu igual se
não levantará. E, também, até o que não pediste dei, assim
riquezas como glória; que não haja teu igual entre os reis,
por todos os teus dias. E se andares nos meus caminhos,
guardando os meus mandamentos, como andou David, teu
pai, também prolongarei os teus dias”. Extraordinárias
passagens, há nelas muitos ensinamentos.
Como acabámos de ver, Salomão justificou antes o
porquê do que iria pedir, sabedoria para governar o
numeroso povo. Deus gostou do pedido de
Salomão porque tinha razão de ser, foi um pedido
oportuno e de acordo com uma justa necessidade.
E Deus deu ao rei não só o que pediu mas muito
mais.
Esta experiência deve-nos levar a seguir o exemplo.
Quando oramos, devemos justificar o porquê dos
nossos pedidos. Normalmente Deus não atende
favoravelmente pedidos egoístas, que visam a
satisfação de meros “ caprichos” pessoais, mas
pedidos de coisas necessárias ao bem do suplicante
147
e dos que o rodeiam. Será que os pedidos que tens
feito tem justificação? O que pretendes com o que
pedes?
Que o Senhor o abençoe e o ajude a pedir o que
realmente necessitas e/ou que seja útil aos seus
próximos.

148
30

LUTANDO PELA EXCELÊNCIA

Ser excelente é ser “muito bom”.


Estou certo de que a maior parte das pessoas luta
para atingir a excelência em algum campo da vida
ou mesmo em todos, contudo não é algo fácil,
poucos são os que a alcançam.
O ponto de partida para se ser excelente é conhecer
o grande Modelo da excelência. Dou graças ao
Senhor por ter entendido que o Modelo da
excelência é Deus que se revelou plenamente
através do Seu Filho Jesus Cristo, o nosso Salvador.
Deus é, por Si só, Excelência e mais do que isso:
Ele é o Criador de tudo (visível e invisível) e o fez
com excelência. A criação ao sair das mãos do
Criador era perfeita pois dEle só sai perfeição ou
excelência.
Ora, se Deus é o Criador de tudo, e a Sua obra
Criadora demonstra perfeição, apesar das sequelas
do pecado, não há como falar da excelência sem Deus.
Uma vez conhecido o Modelo da excelência, há que
observar certas regras. A primeira e a mais
149
importante é colocar o Modelo da excelência em
primeiro lugar “…busque primeiro o reino de Deus e a
sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas ”
Mateus 6: 33.
A Bíblia relata a história de um jovem considerando
excelente por ter vivido e praticado este princípio.
Trata-se de Daniel, “…Porque se achou neste Daniel um
Espírito Excelente...” Daniel 5:12.
Como a excelência e o êxito são o verso e o reverso
da mesma moeda, apresento de seguida dez
princípios elaborados pelo Doutor John Graz na
sua obra Conseguir. Nada nem ninguém, te pode
impedir...:
1- Para ter êxito nunca confunda sucesso com
o poder, a riqueza ou a celebridade;
2- Para ter êxito escolhe um objectivo que te
apaixone, mobiliza as tuas energias e dá a ti
próprio a possibilidade de te realizares
plenamente;
3- Põe a tua confiança em Deus e crê com
todas as tuas forças que serás bem-
sucedido;

150
4- Lembra-te que sucesso e perseverança vão a
par. Dá diariamente, o teu passo na
direcção certa;
5- Põe em prática a grande lei da humildade e
do serviço. Se queres ser o maior aceita ser
o mais pequeno;
6- Faz dos teus fracassos uma etapa para o
sucesso;
7- Corre, avança, luta sempre na defesa das
tuas convicções a favor da verdade que
abraçaste.
8- Alimenta-te de atitudes e de pensamentos
nobres, generosos e positivos;
9- Sê fiel aos princípios revelados nos Dez
Mandamentos e no Sermão da Montanha;
10- Tem a coragem de tomar hoje a decisão que
pode mudar a tua vida.
Se queres atingir o patamar da excelência, apega-te
ao que é Excelente em toda a Sua essência e poder.
Mas para isso é preciso que haja Luz.

151
31

PORQUÊ O SILÊNCIO DE DEUS?

Quando se está diante de uma situação de


desespero e/ou aflição, queremos que Deus haja
em nosso favor imediatamente e de maneira visível.
Pensamos que Deus deve sempre nos livrar do mal
ou que tem a obrigação de o fazer. Súplicas são
feitas, algumas com respostas imediatas, outras
acabam sem qualquer resultado. E quando isto
acontece, a pergunta é: Porque é que Deus não
atendeu a minha oração ou as orações que fizemos
com tanto fervor e insistência?
Fazem-se estas perguntas como se a oração fosse
um meio de obrigar a Deus a fazer algo em nosso
favor.
Uma amiga deixou de frequentar a Igreja alegando
que Deus Se pautou pelo silêncio aponto de
permitir que o seu irmão e mãe perdessem a vida.
Disse-lhe eu que não devia deixar de crer nEle e de
frequentar a Igreja por causa disso, porque Deus
não deixou de ser bom ao permitir essas mortes de
pessoas muito próximas dela. Na mesma senda,
uma colega de serviço em conversas disse-me que
153
andava sem entusiasmo com assuntos de fé porque
Deus não agiu por forma a que sua irmã não
perdesse a vida como eles tanto pediram em
orações. Aconselhei-a no mesmo sentido; aliás,
como fiz com a primeira.
Esta é a situação de milhares de pessoas. Ficam de
costas voltadas para Deus sob alegação de que Ele
não impediu o indesejável apesar de muito ter sido
pedido em orações. Não deve ser assim.
Deus é sempre Bom e sempre continuará a ser
Amor (toda a natureza e a Bíblia revelam
inquestionavelmente o amor de Deus Criador à
Humanidade); não muda. “Porque eu, o Senhor, não
mudo…” Malaquias 3: 6. Ele não deixa de ser o que
“é” por causa de situações adversas de uma
determinada pessoa, família ou sociedade. Ele ama
a todos, é justo, excelente em Sabedoria e imparcial.
Ele sabe tudo e porquê? Quando as agruras da vida
nos assaltam, devemos pensar que existem e
existiram pessoas, milhares entre milhares, que
estão a passar e passaram a mesma situação ou pior,
pois vivemos num mundo de pecado e ninguém
está isento das suas consequências que ás vezes são
da nossa própria responsabilidade ou de terceiros.

154
Deus sempre actuou na “invisibilidade” e no
“silêncio”. É através da Sua excelente e
inquestionável Sabedoria que Ele age assim. O
silêncio e a invisibilidade da actuação de Deus
permitem que o homem exerça plenamente a sua
liberdade de pensar e agir através do “livre
arbítrio”.
As fábricas de material bélico de toda a sorte
incluindo as de destruição em massa, as fábricas de
outros produtos maléficos à Humanidade, as
plantações de tabaco e outras nefastas à saúde
individual e pública, os planos e execução de crimes
de todos os tipos, as malditas e prejudiciais decisões
colegiais e individuais (dos diferentes órgãos de
soberania e/ou do Estado e entes privados), etc,
funcionam, são desenvolvidos e tomadas perante o
olhar invisível e silencioso do Soberano Deus que
tudo isso abomina (detesta).
Imaginemos como seria a nossa liberdade se o
Senhor agisse de forma visível, audível e imediata?
E pergunto, por que é que quando praticamos o
mal, violando flagrantemente qualquer dos
Mandamentos da santa Lei de Deus, não fazemos
questão que Ele se manifeste? Por que é que
queremos que Deus se manifeste só quando

155
estamos em apuros e noutras ocasiões queremos
estar à vontade?
Deus fica em silêncio porque sempre esteve em
silêncio. Deus fica em silêncio porque entende, face
a nossa aflição e/ou desespero, que é a hora e o
tempo de assim proceder! Faz parte da Sua
Sabedoria e Natureza. Não vale apena tentar
especular porque é que Ele permitiu que
acontecesse isto ou aquilo comigo ou contigo,
porque nem sempre haverá uma resposta. Quando
os infortúnios nos atingem mesmo depois de muita
oração e, independentemente, do tipo de relação
que temos com Deus, a melhor atitude é aceitar os
factos e também pautarmos pelo silêncio. Sobre
este tema leia também Roberto Badenas,
Enfrentando a dor, Publicadora SerVir, Portugal,
2016, pp. 105-122.
Respeitemos o silêncio de Deus.

156
32

O SUICÍDIO LENTO

Estamos habituados a condenar os que se


suicidam instantaneamente através dos diferentes
meios e formas para o efeito usados. A propósito
diz-se frequentemente o seguinte: “Como é que
ele(a) foi capaz de fazer isso? Eu não seria capaz de
me tirar a vida a mim próprio. Como é que
determinada pessoa em causa não se controlou?” A
nossa natureza é mesmo essa, de facilmente criticar
e julgar os outros ao invés de a nós mesmos, que
também não estamos isentos de culpas e de
defeitos.
Na verdade, muitos de nós somos “suicidas” e
portanto não somos melhores que os que já
partiram por via do instantâneo suicídio. Explico. É
que, a par do suicídio repentino há o “suicídio
lento”. O suicídio lento surge pelo facto de uma
pessoa, consciente ou inconscientemente, (por
vários motivos, nem sempre compreensivos à nossa
limitada capacidade de análise) deixar de ter
respeito, auto-estima por si mesma, e deste modo
acaba por não dar valor ao seu próprio corpo, à sua

157
própria vida! Mergulha num estilo de vida contra-
natura no que concerne a hábitos alimentares. As
relações sociais amargas ou desconcertadas,
contribuem igualmente para o desgaste ou suicídio
lento.
Assim, um dos caminhos a seguir para não cometer
o suicídio lento é evitar o consumo de alimentos
nocivos à saúde e relações sociais amargas ou
desconcertantes. É sabido que, de entre muitos
outros alimentos, as gorduras, carnes vermelhas,
açucares, bebidas alcoólicas, tabaco, café (hoje
também se fala da lactose e dos refrigerantes) são
nocivos à saúde. Cada consumo de um desses
produtos alimentares e outros prejudiciais, etc., etc.,
estão, directamente, associados ao suicídio lento.
Muitas das enfermidades que nos apoquentam são
fruto do nosso comportamento imprudente no
domínio da alimentação, são de resto da nossa
exclusiva responsabilidade, contudo, quando a
doença nos ataca a tendência é de procurar as
causas fora de nós. O agora enfermo pela sua
imprudência na alimentação e/ou outra causa da
sua responsabilidade, ora e pede orações para ser
curado da doença. Às vezes (e não são poucas
vezes) nem a oração nem os tratamentos médicos

158
resultam na cura da pessoa, a morte acaba por ter a
última palavra.
As relações sociais amargas ou desconcertantes, por
seu turno, provocam um grande desgaste
emocional nos envolvidos nessas relações. A falta
de repouso ou a sua insuficiência, o stress, o
sedentarismo, também são factores de risco à
saúde. O desgaste provocado por esses factores,
influencia negativamente o estado físico da pessoa,
na medida em que o corrói também lentamente. Os
que não resistem à violência do “envenenamento
psicológico” decorrente da amarga e
desconcertante relação, optam pela via do suicídio
imediato, enquanto que outros se vão suicidando,
gradual e lentamente.
É preciso que haja muito rigor na construção de
qualquer tipo de relação social para evitar
amarguras que levem ao suicídio imediato ou lento.
Parece que a máxima popular segundo a qual “
antes só do que mal acompanhado” deve ser
tomada em consideração.
Diante da justiça terrena, quer o instantâneo
suicídio quer o lento não acarretam, como é
evidente, responsabilidades nenhumas para os seus
autores, mas perante a justiça divina é diferente,

159
pois para Deus quem tira a si mesmo a vida não
difere do que tira a vida a outra pessoa, o homicida,
na medida em que viola o mesmo bem que é a
“vida”. A Palavra de Deus proíbe e condena o
homicídio no 6º mandamento, Êxodo 20:13 “ Não
matarás”. Por seu turno, o Apocalipse 22: 15,
apresenta-nos o destino dos homicidas nos
seguintes termos: “Ficarão de fora os cães e os feiticeiros,
e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e
qualquer que ama e comete a mentira”.
Portanto, tanto o suicida (instantâneo ou lento)
como o homicida terão o mesmo destino segundo a
justiça de Deus. Já havias pensado nisto?
Aconselho o Leitor para que pare e medite,
seriamente, no inspirado texto bíblico que
transcrevo: “Não sabeis vós que sois o templo de Deus? Se
alguém destruir o templo de Deus (que é o nosso corpo),
Deus o destruirá”. I Coríntios 3:16-17. Tão solene
quanto incontestável! A vida humana tem um
preço, sublimemente, elevado; está para além da
imaginação de qualquer um, e que apenas Deus o
pode valorizar.

160
33

É PRECISO CRESCER

Vivemos numa sociedade “acelerada”, na qual


tudo é urgente. Esperar é um dilema porque tudo
se quer para “ontem”. Tudo que obriga esperar é
irritante. Ninguém quer ser criança, mas também
ninguém quer ser adulto ou velho. Enfim; a
impaciência é uma das principais características da
nossa sociedade.
É por essa razão que, quando se ora sem respostas
imediatas no sentido do que se deseja, a
incredulidade assalta os corações. Deus não é como
nós, apesar de ter emoções não são como as nossas.
Não vale apena apresentar a nossa impaciência a
Deus e pensar que O forçaremos a atender as nossa
petições “Porque, assim como os céus são mais altos do que
a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os
vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os
vossos pensamentos” Isaías 55: 9.
A vontade de Deus é que prevalece sobre todas as
vontades, pois Ele governa toda grandiosa
complexidade do ilimitado Universo, como faz a
cada momento em relação a todas as Suas criaturas
161
sobre a face da Terra, segundo os Seus eternos
planos de governação universal. Portanto, ao
orarmos devemos ter em mente que estamos a nos
dirigir a um Deus do universo que não é só meu,
como da minha família, mas também da Igreja,
cidade, país, continente e mundo em geral.
São muitas e as mais diversas lições que se retiram
dia-a-dia da Natureza que nos envolve e nos
absorve, segundo as quais é preciso crescer para
atingir certas conquistas na vida. Correr não deve
ser a regra. Afinal o segredo para chegar cedo nem
sempre é correr, mas sim não parar ou não parar
muitas vezes.
O imediatismo faz com que todos queiram estar
nas mesmas condições sócio-economicas ao
mesmo tempo. Por exemplo, antes da maturidade
física e moral quer casar-se, fazer sexo, ser
independente. Antes de ganhar experiência de
trabalho, profissional, logo se pensa em receber
salário alto. Sem trabalho nenhum reconhecido,
quer prestígio e reputação social. Sem capacidade
de auto-governar-se, quer governar a muita gente.
Sem justificados anos de trabalho, quer se sentir
realizado financeira e patrimonialmente.

162
Não deve ser assim, “é preciso crescer” para
merecer. O homem não nasce adulto, nasce em
bebé até se tornar adulto, para isso terá que passar
por várias etapas do crescimento, etapas
caracterizadas por dificuldades de vária ordem. Um
rio não se torna rio na nascente, mas ao longo do
percurso. Uma árvore não se torna árvore no
momento do plantio ou sementeira, leva o tempo
necessário para atingir a robustez. Variações
climáticas, chuva, calor, frio, seca, tempestades
acompanham o crescimento da planta que depois
de muito tempo se torna (árvore) robusta e de
difícil abate. É essa a lógica que devia ser seguida e
não a lógica do crescimento do “cogumelo” que é
instantâneo mas de curta existência de vida.
Aceitar as etapas do crescimento e suas vicissitudes
contribui para o crescimento sólido e
inquestionável.
Porventura estás impaciente em conquistar certa
coisa ou atingir uma determinada meta? Já cresceste
o suficiente para tal?
Seja qual for a resposta, é bom que saiba que Deus
te concederá o melhor que Lhe pedires segundo a
Sua vontade. Precisas, no entanto, de O conheceres
de perto pela Sua Palavra e a Sua vontade a teu

163
respeito. Deus não esbanja, inutilmente, os Seus
bens espirituais sobre a “palha” para ser queimada a
seguir! Que cada um faça a sua melhor escolha.
Fazes tu a melhor escolha.

164
34

A GUERRA INVISÍVEL *

Há uma realidade desconhecida por muitos, a da


“guerra invisível”, a qual, na verdade é a razão de
todo o mal que vivemos neste mundo. Poucas são
as Denominações que abordam este tema que devia
ser um dos principais a ser tratado. A tónica da
maior parte das igrejas tem sido amor, paz, cura,
oração, prosperidade, reconciliação, justiça, união,
louvor, etc, mas não explicam a origem do mal que
se mostra tão explícito nas Sagradas Escrituras. A
guerra invisível é a explicação da origem do mal.
Surgiu lá nos Céus muito antes da criação do
mundo e do Homem. Um anjo, honrado de uma
maneira tão singular pelo Seu Criador, com poderes
que só perdia para o Filho de Deus, encheu-se de
orgulho e auto-estima a ponto de pensar que o que
ele era, era intrínseco a si mesmo. O referido anjo,
naquele tempo, conhecido em todo o Universo
Celeste como Lúcifer (Portador de Luz), tinha

*
Também chamada de: “O GRANDE CONFLITO”, para mais
detalhes sobre este tema leia ELLEN W. WHITE, O Grande
Conflito”, em diversas edições e línguas, também disponível na
internet, livre acesso.
165
como função, cobrir o trono de Deus, era da
ordem dos querubins (querubim cobridor).
O orgulho deste honrado anjo decorrente da sua
formosura e outros valores especiais de que detinha
foi enchendo as suas emoções a ponto de querer
ser semelhante ao próprio Criador. Esta atitude
vem revelada no Livro de Isaías 14:13-14 da
seguinte maneira: “ E tu dizias no teu coração: Eu
subirei ao céu, acima das estrelas de Deus e exaltarei o meu
trono, e no monte da congregação me assentarei, da banda do
lado do norte. Subirei acima das mais altas nuvens, e serei
semelhante ao Altíssimo”
Uma das coisas que não o deixava tranquilo era o
facto de o Seu Criador ter reservadas matérias que
só as podia tratar com o Seu Filho unigénito- Jesus
Cristo, (como O conhecemos) o Príncipe dos Céus.
Reivindicava, por isso, inclusão em determinados
assuntos da Corte Celestial.
Lúcifer, honrado anjo, começou a fomentar intrigas
entre os anjos e Deus, fazendo várias acusações
sobre o Governo do Altíssimo. Dizia ele, de entre
outras acusações, que a Lei de Deus era
limitadora/inibidora das liberdades dos seres
Celestiais, acusação esta que continuaria a ser

166
fomentada por ele a uma esmagadora maioria de
seres humanos de todos os tempos.
Foi, entretanto, chamado à razão pelo próprio
Deus (o Pai), e pelo Filho, no sentido de que
abandonasse a sua postura de presunção em relação
ao Governo de Deus, mas este (e uma significativa
parte de anjos influenciados e minados pela intriga)
não se rendeu aos apelos do mais Alto Governo do
Universo.
Não há relatos de quanto tempo foi dado a Lúcifer
e seus seguidores para abandonarem a intriga e a
discórdia e se conformarem com as normas da
Sabedoria de Deus. Sabe-se, no entanto, que houve
movimento de anjos de um lado para o outro, isto
é, do lado da obediência para o da intriga e
desobediência e vice-versa, durante o período dos
referidos apelos que acredito ter sido longo tempo
pelo carácter de Deus que é longânime (paciente).
Surgiram assim dois grupos de anjos, uns ainda fiéis
ao Governo de Deus e outros que permaneceram
definitivamente na discórdia. Lúcifer e os seus
seguidores tiveram a ousadia de desafiar e declarar
guerra contra o seu Criador. Então o terreno da
reconciliação acabou por ficar minado uma vez

167
declarada a guerra. Esse grupo de anjos foi assim
longe demais.
Finalmente, “…houve batalha no céu: Miguel e os seus
anjos batalhavam contra o dragão, e batalhava o dragão e os
seus anjos; Mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se
achou nos céus. E foi precipitado o grande dragão, a antiga
serpente, chamada o Diabo e Satanás, que engana todo o
mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram
lançados com Ele” Apocalipse 12: 7-9.
E foi assim que os anjos rebeldes, sob a chefia do
“Dragão” Satanás, o Diabo, foram expulsos do
Céu. Portanto, Lúcifer e uma inumerável hoste
angélica que ele convenceu e atraiu após si.“ E a sua
cauda levou, após si, a terça parte das estrelas do céu, e
lançou as sobre a terra…” Apocalipse 12: 4.
Quando Satanás (Adversário), agora na condição de
anjo rebelde e caído, destronado que fora da glória
do Céu dos Céus; ele que antes havia sido
considerado o magnificente Lúcifer (Portador de
Luz) teve conhecimento da existência de uma nova
ordem de seres criados (duas criaturas Humanas-
Adão e Eva) a viverem na Terra. Foi-lhes ao
encontro com arte e engenho enganadores, sob um
insinuante disfarce, utilizando um belo e inteligente
animal (uma serpente) como “médium”. Deste

168
modo subtil, induziu, Adão e Eva a comerem do
fruto da árvore do conhecimento do Bem e do Mal,
para o qual Deus, previamente, os havia alertado
para que não comessem e avisado também para as
nefastas consequências que tirariam da sua
desobediência.
O inimigo (Satanás) foi assim bem sucedido nos
seus feitos de mentira e engano quanto ao levar o
primeiro casal à desobediência., o mesmo é dizer, a
duvidar do amor de Deus. Daquela forma usurpou,
apropriou-se, ilegitimamente, da Soberania que o
Criador havia atribuído às Suas primeiras criaturas
humanas, como a de sujeitar e governar a Terra e
tudo quanto havia sido colocado à sua disposição
para perfeita e completa felicidade.
A desobediência cometida pelos nossos primeiros
progenitores, (a obra prima da Criação de Deus),
foi imediatamente, reprovada pelo Criador, tendo
como pena máxima a “morte” não só em relação
ao primeiro Homem e à primeira Mulher (Adão e
Eva), como no que à sua descendência diria
respeito através dos séculos subsequentes até que
tudo venha a ter o seu cumprimento e/ou fim.
Satanás, e todos os anjos que com ele foram
expulsos, definitivamente do Céu, passou a partir

169
daquele desonroso momento, a ser o governador
da Terra, também referido nas Escrituras como o
“príncipe deste Mundo”.
Deus não manteve para sempre a condenação da
raça humana, providenciou Ele mesmo uma
solução para a restauração tanto da Humanidade
como de toda a sua obra criadora, tanto do reino
vegetal como do reino animal. A solução, então, foi
o envio do Seu Filho unigénito, porque:“...Deus
amou o mundo, de tal maneira, que deu o seu Filho
unigénito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas
tenha a vida eterna”. João 3: 16.
O ministério de Jesus Cristo aqui na Terra, que
culminou com o Seu sacrifício na Cruz do Calvário,
resgatou a Soberania que a Humanidade havia
perdido para Satanás através do “engano” a Adão e
Eva. Desta forma, o Adversário perdeu – com a
morte de Jesus na Cruz e a Sua gloriosa
Ressurreição -, a sua auto-legitimidade como
“príncipe do Mundo. Deus ao glorificar o Seu
Filho, conferiu-Lhe, soberanamente, todos os
Poderes assim “na Terra, como nos Céus” Leia:
Mateus 28: 18.
No entanto, Satanás e os seus anjos colaboradores
que com ele foram expulsos, permanecem vivos e

170
activos nesta Terra até aos dias de hoje. Sim eles
foram vencidos na Cruz do Calvário por Jesus, mas
não destruídos. O tempo para o seu juízo final de
consequências eternas está por sapiente conta do
Seu Criador! Continuam a combater tudo o que é,
realmente ligado a Cristo, com o fim de afastar a
humanidade da relação com o seu Criador. Tudo
fazem para desacreditar a Palavra de Deus e o
ministério de Cristo. São seres espirituais invisíveis,
também chamados de “espíritos maus” ou
“demónios”, que têm exercido uma grande
influência nas acções humanas de todos os tempos
e lugares. Mas não terão campo para sempre, pois o
ministério de restauração do Homem e da criação
terminará com a Segunda Vinda de Cristo que vai
aniquilar definitivamente Satanás e seus anjos bem
como os homens que até lá não se entregarem a
Cristo como seu Salvador. “Então dirá, também,
aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de
mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para
o diabo e os seus Anjos”. Mateus 25: 41.
Desde o surgimento do pecado até ao presente
momento, a Humanidade tem sido polarizada pelo
grande conflito entre o bem e o mal, sendo o bem,
obviamente da parte de Deus e os seres a Ele fiéis e

171
liderados por Cristo, e o mal protagonizado por
Satanás e seus colaboradores e seguidores.
A boa notícia é que, este conflito terá o fim com a
Segunda (e breve) Vinda de Jesus Cristo a este
mundo, em poder e grande glória, sendo este o
momento de eu e tu nos posicionarmos,
escolhendo o lado da vitória, bastando para o efeito
aceitar Jesus Cristo como o seu e o meu Salvador
pessoal e passar a viver em conformidade com as
Suas normas (princípios eternos) que, em suma se
traduzem no temor do Senhor e amor ao próximo.
De outra forma, a morte eterna será uma inevitável
realidade.
Mas para saber do grande conflito é preciso Luz.

172
35

ESCOLHAS NECESSÁRIAS. PARTE IV (A


IGREJA DA BÍBLIA)

É das necessárias escolhas a fazer, a “Igreja”,


dentro do âmbito cristão. Devem, neste sentido, ser
feitas escolhas criteriosas, sensatas e conscientes.
Optar por uma determinada Igreja sem critérios
claros não é sábio, porque é o mesmo que seguir
um caminho às escuras.
Muitos são os que dizem que o importante é estar
numa Igreja porque “Deus é o mesmo”, dizem isso
pensando na máxima de que “todos os caminhos
levam a Roma”. Sob ponto de vista espiritual, as
coisas não funcionam na base desta lógica. Há
apenas dois caminhos dispostos no mundo e
colocados à consideração dos homens para os
percorrerem segundo as suas livres escolhas e
vontades. Um, é estreito, muitas vezes íngreme,
calcetado com pedras de aflições, de algumas
dificuldades. Outro, ao invés é largo: oferece
facilidades, múltiplas distracções, além de
incontáveis mentiras, e também desencantos para
um fim triste, o da perdição eterna! Disse Jesus no
173
Sermão da Montanha: Mateus 7:13 “Entrai pela porta
estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho, que
conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela”. Há
também, por conseguinte, uma Igreja verdadeira
segundo a inspiração e cuidados de Deus, pela qual
Jesus Se entregou para a preservar para Si, até que
venha buscar e glorificar para a Eternidade. Uma
outra, a falsa, cujos fundamentos estão ajustados e
firmados desde séculos em doutrinas que são
mandamentos de homens.
Apesar de existirem milhares de igrejas à nossa
volta e ao redor do mundo, na verdade se resumem
em duas: a verdadeira e a falsa. Há pessoas sinceras
aos olhos de Deus e dos homens que frequentam a
Igreja falsa por não saberem que existe uma
verdadeira. Mas também há as que sabem que a sua
Igreja não é verdadeira e, no entanto, por motivos
de diferentes “apegos”, preferem não largar as
liberdades acomodadas que abraçaram, e nas quais
se sentem bem e felizes.
Motivações doutrinárias, económico-financeiras,
familiares, históricas, de amizade, emocionais e/ ou
passionais, tradicionais, étnicas, culturais, raciais,
político-partidárias, etc, têm sido, lamentavelmente,
as que influenciam na escolha ou manutenção de
certa Igreja. Não devia ser assim, uma vez que a
174
própria Bíblia apresenta os critérios que devem
nortear a escolha da Igreja.
Mas qual é a Igreja verdadeira? É a Igreja cujos
fundamentos doutrinários se alicerçam única e,
exclusivamente, na Bíblia (a Igreja da Bíblia).
Existe? Sim, existe. Quais são as características
dessa Igreja? Eis algumas das principais:
1. Usa a Bíblia Sagrada como a principal regra
das suas crenças (primazia das escrituras
(Sola Scriptura: Só a Escritura)). A Bíblia é a
principal fonte normativa da Igreja, o manancial
da Palavra viva e eterna de Deus, o seu
revelador. Ela interpreta-se a si mesma. Através
dos seus diferentes textos-que não consentem
divergências face à inspiração do Espírito Santo
-, a Bíblia declara-nos que a Palavra de Deus é
“Lâmpada para os pés do Cristão e Luz para os
seus caminhos. Salmos 119:105.
2. Difunde e procura guardar os Dez
Mandamentos da Santa Lei de Deus (sem
excepção). “E nisto sabemos que o conhecemos: se
guardarmos os seus mandamentos. Aquele que diz: Eu
conheço-o e não guarda os seus mandamentos é mentiroso,
e nele não está a verdade” I João 2: 3-4. “Aqui está a
paciência dos santos, aqui estão os que guardam os

175
mandamentos de Deus e a fé de Jesus” Apocalipse 14:
12. Lamentavelmente, sem justificação plausível,
o 4º Mandamento (Êxodo 20:8-11) tem sido,
voluntariamente ignorado, posto de parte,
espezinhado por muitas Denominações
religiosas cristãs. Que ninguém diga que os Dez
Mandamentos foram abolidos com a morte de
Cristo, pois o que foi abolido (anulado) na
morte do Salvador foram as Leis Cerimoniais ou
Rituais Judaicos descritas no Antigo Testamento
e que estavam relacionados com os sacrifícios de
animais, festas anuais, circuncisão, Páscoa, etc.,
etc. Ao passo que a Lei Moral, (constante dos
Dez Mandamentos) mantem-se plenamente em
vigor, tanto é que o próprio Cristo disse a
propósito: “ Não cuideis que vim destruir a lei ou os
profetas: não vim abrogar, mas cumprir”. Mateus 5:17.
Se a Lei Moral (Dez Mandamentos) tivesse sido
abolida, o furto, o adultério, o falso testemunho
contra o próximo, por exemplo, já não seriam
moralmente reprováveis na actualidade.
3. Tem o sinal do povo de Deus. A igreja da
Bíblia tem um sinal indicado pelo próprio Deus
nas seguintes palavras: “Eu sou o Senhor, vosso
Deus; andai nos meus estatutos, e guardai os meus
juízos, e executai-os. Santificai os meus sábados, e
176
servirão de sinal entre mim e vós, para que saibais que eu
sou o Senhor, vosso Deus” Ezequiel 20: 19-20. Disse
o Senhor noutra passagem: “Tu, pois, fala aos filhos
de Israel, dizendo: Certamente, guardareis os meus
sábados: porque isto é um sinal entre mim e vós, nas
vossas gerações, para que saibais que eu sou o Senhor,
que vos santifico”. Êxodo 31:13.
4. Tem o Testemunho de Jesus - O Espírito de
Profecia, segundo Apocalipse 14:12,
referenciado há pouco. O que é Testemunho de
Jesus? Apocalipse 19:10 responde: “ E eu lancei-
me aos seus pés para o adorar; mas ele disse-me: Olha,
não faça tal: sou teu conservo e dos teus irmãos, que têm
o testemunho de Jesus: adora a Deus; porque o
testemunho de Jesus é o espírito de profecia”. Portanto,
o Dom de Profecia (a voz de Deus falada e
escrita por intermédio dos Seus santos profetas)
é outro requisito importante da Igreja verdadeira
ou da Bíblia.
É certo que Deus não aprova as pessoas em função
das igrejas a que pertencem ou nas quais são
membros, mas pelo tipo de relacionamento que
essas pessoas têm com Ele e com os seus próximos
(este é o conteúdo dos Dez Mandamentos). Em
última análise “Aquele (homem e mulher) que não ama,
não conhece a Deus; porque Deus é amor” I João 4:8.
177
Todavia, a Igreja que não é da Bíblia, pouco ou
mesmo nada contribui para o conhecimento e
prática do verdadeiro “amor”, porque não é
possível amar sem a Lei de Deus. A Lei de Deus é
o amor. Os Mandamentos de Deus, o “ Decálogo,
a “Lei Moral”, resume-se no “Amor a Deus e ao
Próximo”. A Sua Lei foi estabelecida para todos os
homens (Eclesiástes 12: 13), falada, e,
posteriormente, escrita pelo Seu próprio dedo!
Sendo a Lei “a transcrição do carácter do Seu
legítimo e Divino Legislador”, é por demais
evidente que estas particularidades a tornam,
inquestionavelmente, perfeita, inalterável, justa e
eterna”. Tal como a Palavra no seu todo-do
Génesis ao Apocalipse-, também a Lei dos Dez
Mandamentos de Deus é destinada aos crentes
como uma cidade de refúgio” para salvaguarda em
cada momento das suas vidas físicas e espirituais.
Sugiro que leia o sentido lamento de Deus, Criador
e Redentor em Cristo, através do Seu profeta.
(Isaías 48:18).
Que escolha a Igreja da Bíblia.

178
36

PARA QUE TE VÁ BEM

Provérbios 3:1 a 13
“Filho meu, não te esqueças da minha lei, e o teu
coração guarde os meus mandamentos.
Porque eles aumentarão os teus dias, e te
acrescentarão anos de vida e paz.
Não te desamparem a benignidade e a fidelidade:
ata-as ao teu pescoço; escreve-as na tábua do teu
coração.
E acharás graça e bom entendimento aos olhos de
Deus e dos homens.
Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te
estribes no teu próprio entendimento.
Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele
endireitará as tuas veredas.
Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao
Senhor e aparta-te do mal.
Isto será remédio para o teu umbigo, e medula para
os teus ossos.

179
Honra ao Senhor com a tua fazenda, e com as
primícias de toda a tua renda;
E se encherão os teus celeiros abundantemente, e
transbordarão de mosto os teus lagares.
Filho meu, não rejeites a correcção do Senhor, nem
te enojes da sua repreensão.
Porque o Senhor repreende aquele a quem ama,
assim como o pai ao filho a quem quer bem.
Bem aventurado o homem que acha sabedoria, e o
homem que adquire conhecimento”.

180
37

PENSE NISTO

1. A escolha que é mesmo Necessária é Deus e os


Seus caminhos.
2. Deus É o que É; e o Seu caminho é Jesus Cristo
Seu Filho Amado.
3. Coloque sua vida nas mãos de Deus que Ele lhe
fará alcançar os melhores alvos e lhe conduzirá
ao melhor destino.
4. O conhecimento não está nas escolas, mas
naqueles que o receberam de Deus.
5. Não há Homem perfeito, mas de certeza há
Homens sérios, isso é o que importa.
6. Os “desafios” da Humanidade são os mesmos,
independentemente dos lugares e tempos.
7. Se eu estivesse em perfeita harmonia com a
minha esposa, não teria certeza de que a amo.
8. Os pais não são proprietários dos filhos.
9. As doces palavras não devem sair do dicionário,
dos dedos, da língua ou da mente, mas sim do
coração.
181
10. Deus não muda por causa da sua tristeza ou
alegria.
11. A única guerra que se justifica é contra o
“orgulho e egoísmo”.
12. É mais fácil construir um edifício de mil
andares do que manter uma família.
13. A Sabedoria de Deus está em todos os lugares
e não apenas nas religiões.
14. A maior de todas as obras é o amor ao
próximo.
15. O Livro de Efésios Capítulos 5 e parte do 6 é
dos Estatutos do Lar.
16. O Sermão da Montanha contém os mais
nobres conselhos para a vida de qualquer
pessoa.
17. A religião sem amor não é nada.
18. O que mais precisamos é a sabedoria e a força
que vem de Deus.
19. Se o que faço não agrada ao Senhor, não me
fará feliz de certeza.
20. Quem medita diariamente na Palavra de Deus
não fica na mesma, de alguma forma
impressiona.
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21. O que seria se Deus respondesse todos os
pedidos tal como os fazemos?
22. O alimento espiritual é mais forte que o pão e
o Homem precisa necessariamente dos dois.
23. Porque Abraão só viveu em tendas?
24. Normalmente o desejo do homem é o prazer,
o da mulher a felicidade; o das crianças a
alegria e o do idoso a honra.
25. Temer a Deus, honrar os pais, amar o próximo
e orar são as formas mais certeiras de falar com
Deus e de Lhe atribuir honra e glória.
26. Não há nesta terra, onde só se colhem pêras
doces.
27. Durma, amanhã será diferente.
28. Uma estrela isolada tanto brilha quanto densas
as trevas.
29. Se dez mil homens estiverem contra mim e
Deus a favor, de certeza não me vencerão.
Com Ele “somos a Maioria!”
30. A mulher formosa que não se casa cedo, corre
o risco de ficar na rua.
31. O divórcio pode ser pior que a morte.

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32. Conhecer Jesus é mais do que ser um rei.
33. O desejo de Deus não é que sejamos todos
ricos, mas com certeza, que vivamos bem.
34. O casamento não é apenas uma união para a
felicidade, mas sobretudo para a vida em
comum.
35. Enquanto ele não for seu esposo deve estar a
enganar-te.
36. Os grandes não se exaltam entre si.
37. A maturidade vem dos desagrados da vida.
38. A Bíblia é o Livro que todo ser humano devia
conhecer.
39. Toda a riqueza do mundo não satisfaz o
coração egoísta.
40. Não vale apena ter muito dinheiro guardado
porque podes não chegar a gastar, e nem eles.
41. Por mais numeroso que seja o seu gado, só
precisas de cada vez, alguns pedaços de carne
no seu prato.
42. Sei que estou em permanente avaliação, tu
também estás.

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43. A maior prisão não é a cadeia, mas sim o
coração.
44. As coisas só acontecem com a permissão de
Deus.
45. O orgulho, a indolência, e o preconceito são
alguns dos inimigos eternos do sucesso.
46. Queres experimentar a paz? Aprenda a perdoar
mesmo quando parece que a razão está do seu
lado.
47. Quanto mais se aproxima a montra a coisa que
nela está fica menos atraente.
48. Ninguém me convence de existir uma outra
fonte da felicidade que não seja Deus o
Criador, o Todo-Poderoso que governa o
universo a partir do Seu trono. Não adianta
procura-la na riqueza, no dinheiro, no amor
humano, no casamento, na amizade, no
namoro, nos relacionamentos, nas festas, no
glamour, no copo, no sexo, no emprego, na
glutonaria, no esposo, na esposa, nos pais, nos
filhos, na igreja, no partido, na associação, no
patrão, no salário, no vestuário, etc.
49. Nossa existência só terá valido apena se tiver
influenciado positivamente o mundo.
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50. Todos pisamos a terra e poucas vezes olhamos
para ela, mas quando morremos, ela nos recebe
em silêncio.
51. Portanto, agora, nenhuma condenação há para
os que estão em Cristo Jesus, que não andam
segundo a carne, mas segundo o espírito.
Romanos 8: 1.
52. A qualquer momento vai soar a trombeta da
Segunda Vinda do Filho de Deus.
53. Prepare-te, prepare-te.
54. Sim, Ele vem, está às portas.

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