Você está na página 1de 13

Sistema de Transmissão

Transmissão

Sentido direto de rotação.

Transmissão é a comunicação de movimento de um sistema mecânico para outro através


de polias e correias, correntes e rodas dentadas, engrenagens entre outros elementos.
Durante esse processo, a polia que transmite movimento e força é chamada polia
motora ou condutora. Já a polia que recebe movimento e força é a polia movida ou
conduzida.

A maneira como a correia é colocada determina o sentido de rotação das polias. Sendo
assim, temos:

 Sentido direto de rotação – a correia fica reta e as polias têm o mesmo sentido de
rotação.
 Sentido de rotação inverso – a correia fica cruzada e o sentido de rotação das
polias inverte-se.

Sentido de rotação inverso.


Transmissão de rotação entre eixos não paralelos.

Por Correia Plana

A transmissão de potência por correia plana se dá por meio do atrito que pode ser
simples ou múltiplo. O atrito é simples quando existe somente uma polia motora e uma
polia movida. O atrito é múltiplo quando existem polias intermediárias com diâmetros
diferentes.

Quando está em serviço, a correia plana desliza e, portanto, não transmite integralmente
a potência. A velocidade periférica da polia movida é, na prática, sempre menor que a
da polia motora. O deslizamento depende da carga, da velocidade periférica, do
tamanho da superfície de atrito e do material da correia e das polias.

Para obter um bom ângulo de abraçamento é necessário que:

 A relação de transmissão i não ultrapasse 6:1;


 A distância entre eixos não seja menor que 1,2m (D1 + D2).

No acionamento do sistema de transmissão simples, a polia motriz e a movida giram no


mesmo sentido. No acionamento cruzado, as polias giram em sentidos contrários e
permitem ângulos de abraçamento maiores, porém, o desgaste da correia é maior.

Relação de Transmissão

Na transmissão por polias e correias, para que o


funcionamento seja perfeito, é necessário
obedecer alguns limites em relação ao diâmetro
das polias e o número de voltas pela unidade de
tempo. Para estabelecer esses limites
precisamos estudar as relações de transmissão.
Costumamos usar a letra “i” para representar a

Relação de transmissão.
relação de transmissão. Ela é a relação entre o número de voltas das polias (n) numa
unidade de tempo e os seus diâmetros.

A velocidade tangencial (V) é a mesma para as duas polias, sendo calculada pela
fórmula:

V = π . D. n

Como as duas velocidades são iguais, temos:

V1 = V2 => p. D1 . n1 = p . D2 . n2
D1 . n1 = D2 . n2 ou n 1/n2 = D2/D1

Portanto:

i = n1/n2 = D2/D1

Onde:

D1 = diâmetro da polia menor;


D2 = diâmetro da polia maior;
n1 = número de rotações por minuto (rpm) da polia menor;
n2= número de rotações por minuto (rpm) da polia maior.

Na transmissão por correia plana, a relação de transmissão (i) não deve ser maior
do que 6 (seis), e na transmissão por correia trapezoidal esse valor não deve ser
maior do que 10 (dez).

A transmissão por correia dentada permite uma transmissão de força sem


deslizamento. Para a especificação das polias e correias dentadas, devem-se
mencionar o comprimento da correia ou o número de sulcos da polia, o passo
dos dentes e a largura. A relação de transmissão (i) é dada por:

i = nº de sulcos da polia maior / nº de sulcos da polia menor.

Procedimentos de Manutenção em Correias e Polias

As correias e polias são importantes para as máquinas. Dessa forma, é preciso saber
que tipo de coisa é preciso verificar para que elas continuem funcionando de maneira
adequada.
A correia:

 Quando mal aplicada ou frouxa, provoca a perda de velocidade e de eficiência


da máquina;
 Quando esticada demais, há quebra dos eixos ou desgaste rápido dos mancais.

Já as polias:

 Devem ter uma construção rigorosa quanto à concentricidade dos diâmetros


externo e do furo, quanto à perpendicularidade entre as faces de apoio e os eixos
dos flancos e quanto ao balanceamento, para que não provoquem danos nos
mancais e eixos. Os defeitos construtivos das polias também influem
negativamente na posição de montagem do conjunto de transmissão

Defeitos Comuns nas Correias Planas

É comum que as correias planas apresentem alguns defeitos quando estão em


funcionamento como:

 Rachaduras no couro e deslocamento das camadas. São causados por espessura


muito grossa da correia para o diâmetro da polia menor;
 Queda freqüente das correias. É causada por polias mal alinhadas ou tensão
insuficiente nas correias;
 Polimento dos aros das polias. É causado por deslizamento das correias devido a
uma tensão insuficiente.

Instalação de Transmissores por Correias em V

Para ter boa eficiência (96%) e, consequentemente, durabilidade (mínima um ano), as


transmissões por correias devem obedecer às seguintes recomendações:

o As polias acionadas e acionadoras devem ser perfeitamente alinhadas e


seus eixos devem estar paralelos;
o O esticador deve ter um “jogo” suficiente para que as correias possam ser
colocadas na polias sem serem forçadas;
o Os canais das polias devem estar livres de rebarbas, porosidade e outros
defeitos;
o Os canais e correias em V devem estar livres de impurezas,
especialmente de lubrificantes, tanto na hora da primeira colocação,
como durante o serviço;
o O conjunto de transmissão deve ser protegido contra os respingos de óleo
- caídos de corpos estranhos - e contra cortes e machucaduras;
o Todas as correias em V do jogo devem enquadrar-se nas tolerâncias de
comprimento, ter a mesma procedência e a mesma data de aquisição. Se
uma delas tiver outro comprimento ou receber tensão diferente, poderá
torcer durante o trabalho ou pular fora da sua canaleta;
o A tensão deve ser ajustada de acordo com o manual da máquina;
o As polias planas que trabalham numa transmissão por correias em V não
devem ter coroamento (abaulamento).
Defeitos Comuns nas Correias em V

As correias são importantes para as máquinas. Dessa forma, é importante sabermos


alguns dos defeitos que comumente elas podem apresentar. Assim, podemos agir de
maneira mais rápida, evitando maiores danos. Vamos conhecer alguns defeitos comuns
em correias em V?

 Correia deteriorada ou pastosa. Esse defeito é provocado pelo contato da


correia com o óleo lubrificante ou óleo solúvel. Nesse caso, deve-se proteger
melhor a correia. Se o contato com óleo for inevitável, o ideal é usá-lo com
inibidores;

 Deterioração ou desgaste excessivo das laterais das correias. Esses defeitos


podem ser causados por correias frouxas ou sobrecarregados, ou pela presença
de abrasivo ou ferrugem;
 Em caso de correia frouxa, elimina-se o problema com a aplicação do
esticador. Quando a correia está sobrecarregada, não se deve aplicar o esticador,
pois provocaria a quebra do eixo da polia ou o desgaste excessivo dos mancais.
Deve-se, nesse caso, recalcular a solicitação com auxílio do manual ou catálogo
do fabricante. Pode-se, ainda, verificar se há a possibilidade de aumentar a
secção ou o número das correias;
 Quando há a presença de abrasivo ou ferrugem na correia, deve-se protegê-la
melhor;
 Rupturas nas laterais da polia. São provocadas, geralmente, por ângulo errado
das canaletas nas polias ou por diâmetros pequenos demais. Deve-se, nessa
situação, medir os diâmetros e corrigir o defeito;
 Rachaduras na base da correia. São provocadas, provavelmente, por
ressecamento da correia devido a um longo período de armazenamento ou
devido a elevação da temperatura de trabalho;
 Deterioração da base da correia. É provocada pelo desgaste excessivo das
canaletas;
 A correia está apoiada na base e patina, sendo queimada aos poucos. Nesse
caso, deve-se consertar ou trocar a polia;
 Distorção da correia ou ruptura de cordonéis. Podem ser provocadas pela
colocação da correia sem afrouxar o esticador, forçando-a sobre a quina da
canaleta. Podem ser provocadas, também, por correia frouxa que se torce até
quebrar os cordonéis;
 Ruptura da correia. Quando se rompe uma correia velha, a causa é fadiga ou
desgaste excessivo. Quando se rompe uma correia nova, a causa é sobrecarga ou
excesso de tensão.

Manutenção de Correias em V

Para evitar que a correia em V apresente defeitos e, dessa forma, prolongar a vida útil
dela, é necessário realizar alguns procedimentos de manutenção. Nessa perspectiva,
além de manter as correias limpas (a seco), outros cuidados periódicos devem ser
tomados como:
 Após 48 horas de serviço das correias novas, verificar a tensão e ajustar o
esticador de acordo com especificações técnicas. Nesse período, as correias
sofrem maior esticamento;
 Fazer a verificação de tensão de correias em V nas revisões de cem horas;
 Na revisão de 100h, observar o desgaste das correias e polias;
 No caso de correias novas tocarem no fundo do canal, as polias devem ser
retificadas - recuperar no torno se isso não influenciar demasiadamente o
número de rotações - ou substituídas;
 Cuidar para que o protetor das correias não seja removido;
 Não existe conserto para correia em V estragada.

Precauções na Manutenção

Como vimos, não existe conserto para correias em V estragadas. Dessa forma, algumas
vezes você vai precisar trocá-las. No entanto, para fazer isso, é preciso que você analise
criticamente para ver se vai precisar trocar apenas uma ou todo o conjunto de correias .
Caso a correia em V defeituosa faça parte de um equipamento crítico, o ideal é que você
troque todo o conjunto.
Um equipamento é considerado crítico, quando sua interrupção influencia diretamente
na parada e perda de produção. O equipamento é considerado não crítico quando ele
não influencia diretamente na parada e perda de produção de uma planta industrial

Segue algumas dicas para troca de correias em V:

 Nunca trocar uma correia num jogo com duas ou mais correias. Se uma se
quebrar ou se danificar, devem ser trocadas todas da mesma referência, mesmo
lote e fabricante.
 Nunca misturar, em um jogo, correias de marcas diferentes;
 Indicar, no pedido de compra, que se trata de jogo que trabalhará em paralelo;
 Verificar se os comprimentos das correias enquadram-se nas tolerâncias.

Sistema de Transmissão

Transmissão
Verificação do alinhamento das polias.

Manutenção de Correias Dentadas

Na instalação de correias dentadas não é necessário forçá-las nem empurrá-las sobre os


flanges das polias. Em geral, uma redução na distância entre centros ou alivio da tensão
da polia esticadora permitem que a correia seja instalada facilmente. Caso contrário,
uma ou as duas polias deverão ser removidas para a montagem das correias;

O alinhamento das polias deve ser verificado com esquadro e régua para garantir que
esteja adequado. Em transmissões com distâncias entre centros muito grandes, dada à
tendência de a correia operar encostada ao flange, é recomendável recuar levemente a
polia acionada para compensar qualquer diferença. Este procedimento vale, também,
para correias planas e em V ou Trapezoidais;

Os Sistemas de Transmissão são montados por polias, correias etc. Esses sistemas têm a
finalidade de transmitir o número de rotações da árvore motora à árvore movida e, em
muitos casos, variar o número de rotações da árvore movida em relação à motora.

Variadores de Velocidade

O Variador de Velocidade funciona de maneira suave, sem impactos e pode ser


preparado para adaptar-se automaticamente às condições de trabalho exigidas, tendo
objetivo de eliminar alguns inconvenientes existentes durante a transmissão como perda
de tempo com desaceleração, parada, troca de posição das alavancas e nova aceleração.
Para isso, o Variador de Velocidade pode transmitir potências de até 150 kW, com um
campo de relação de transmissão de 1:3 a 1:10. A variação da velocidade em geral é
executada com a máquina em movimento e com baixa carga.

Polias
As polias são peças cilíndricas, movimentadas pela rotação do eixo do motor e pelas
correias. Uma polia é constituída de uma coroa ou face, na qual se enrola a correia. A
face é ligada a um cubo de roda mediante disco ou braços.

Os tipos de polia são determinados pela forma da superfície na qual a correia se


assenta. As polias podem ser planas ou trapezoidais.

Além das polias para correias planas e trapezoidais, existem as polias para cabos de
aço, para correntes, polias (ou rodas) de atrito, polias para correias redondas e para
correias dentadas. Algumas vezes, as palavras roda e polia são utilizadas como
sinônimos. Na figura, observe com atenção alguns exemplos de polias e a forma como
são representadas em desenho técnico.
Outros exemplo de polias.

Outros exemplos de polias e sua representação.


Os materiais utilizados para a construção das polias são ferros fundidos (o mais
utilizado) e aços. A superfície da polia não deve apresentar porosidade, pois, do
contrário, a correia irá se desgastar rapidamente.
A firmeza da estrutura que suporta as polias é importante, pois variações na distância
entre centros e folga na correia resultam no desencaixe dos dentes, principalmente na
partida.

Correias

As correias mais usadas são planas e as trapezoidais. No entanto, o emprego da correia


trapezoidal ou em “V” é preferível ao da correia plana. A correia em “V” ou trapezoidal
é inteiriça, fabricada com seção transversal em forma de trapézio. É feita de borracha
revestida de lona e é formada, no seu interior, por cordonéis vulcanizados para suportar
as forças de tração.

Dessa forma:

 Praticamente não apresenta deslizamento;


 Permite o uso de polias bem próximas;
 Elimina os ruídos e os choques, típicos das correias emendadas (planas).
 Permite uma boa proximidade entre eixos. Relação de transmissão até 10:1. O
limite é dado por p = D + 3/2h (D = diâmetro da polia maior e h = altura da
correia);
 A pressão nos flancos, em conseqüência do efeito de cunha, triplica em relação à
correia plana;
 Partida com menor tensão prévia que a correia plana;
 Menor carga sobre os mancais que a correia plana;
 Emprego de até doze correias numa mesma polia.

Outra correia utilizada é a correia dentada ou correias sincronizadoras. Geralmente,


elas são bastante utilizadas nos casos em que não se pode ter nenhum deslizamento, ou
seja, manter o sincronismo do sistema como no comando de válvulas do automóvel.

Material das Correias

Independente dos tipos de correias existe alguns materiais que são comumente
utilizados em sua fabricação. Esses materiais estão relacionados à aplicação que a
correia terá e ao tipo e intensidade do trabalho que ela deve realizar.

Vamos saber quais alguns dos materiais e quis são suas principais características de
trabalho:
 Couro de boi – recebe emendas, suporta bem os esforços e é bastante elástica;
 Materiais fibrosos e sintéticos – não recebem emendas (correia sem-fim). É
próprio para forças sem oscilações, para polia de pequeno diâmetro. Tem por
material base algodão, pêlo de camelo, viscose, perlon e náilon;

Material combinado: couro e sintéticos – essas correia possui a face interna feita de
couro curtido ao cromo e a externa de material sintético (perlon). Essa combinação
produz uma correia com excelente flexibilidade, capaz de transmitir grandes potências.

Você também pode gostar