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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA


PRÓ-REITORIA DE GESTÃO DE PESSOAS
DIVISÃO DE SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA
LAUDO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL

LABORATÓRIO DE BIOQUÍMICA - ISARH


➢ Identificação
Interessado Universidade Federal Rural da Amazônia
Setor Laboratório de Bioquímica - ISARH
Campus Belém, Belém/PA - Avenida Presidente Tancredo Neves, 2501 -
Localização
Terra Firme, 66077-830 - Prédio Central/Térreo
Data da Inspeção 21/06/18

➢ Descrição do Ambiente
Área do ambiente de aproximadamente 108 m², pé-direito de 4,30 m, porta fórmica do tipo
abrir (duas folhas), janelas de madeira e vidro do tipo guilhotina, paredes de alvenaria com
revestimento cerâmico, piso de korodur e forro do tipo Laje Pré-Moldada. A ventilação é artificial
através de 02 centrais de ar tipo split de 30 BTUs. A iluminação é artificial composta por 12
luminárias fluorescentes de 32 Watts, sendo que 02 estão danificadas.

➢ Registro fotográfico

Identificação do Laboratório Ambiente interno

Servidora em atividade Produtos químicos utilizados no Laboratório

Alguns dos equipamentos utilizados no Laboratório Obstrução de acessos


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Laudo nº 081/2018-BEL – Universidade Federal Rural da Amazônia
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
PRÓ-REITORIA DE GESTÃO DE PESSOAS
DIVISÃO DE SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA
LAUDO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL

Lâmpada queimada Armazenamento inadequado de produtos químicos

➢ Tipo de trabalho realizado /Atividades desenvolvidas


• Técnico de laboratório (área Química – Ana Beatriz Lima) – Planejamento e execução de
tarefas técnicas no laboratório; prepara vidrarias e materiais similares; preparação de reagentes,
peças e outros materiais utilizados em experimentos e aulas práticas; programa o suprimento de
materiais, as etapas de trabalho, equipamentos e instrumentos; seleciona métodos de análise;
preenche fichas e formulários; prepara soluções e equipamentos de medição e ensaios; Análises
bioquímicas, dosagem de clorofila, análise MDA, dosagem de proteínas, enzimas, controle de
produtos da drogaria, limpeza de vidrarias, auxílio nas atividades de ensino e pesquisa.

• Docentes - Atividade de ensino (aulas práticas) de Bioquímica em diversos cursos de


graduação.

• Os principais reagentes utilizados nestes processos de trabalho são: Polyvinylpolypyrrolidone,


Riboflavina, Sucrose, Albumina Bovina, Antrona, Betaína, Fumarase, Hexoquinase, Catalase de
fígado bovino, Ethosulfato de Fenasina, Ácido Ascórbico, Ácido Bórico P.A, Ácido Cítrico,
Ácido etilenodiaminotetracético, Cloreto de Bário, Cloreto de Cálcio, Cloreto de Magnésio
Anidro, Cloreto de Potássio, Cloreto de Sódio, Cloreto de Manganês, ácido isoascórbico, Frutose,
glucose anidra, Dióxido de Silício, EDTA, Extrato de Batata, Glicose Anidra, ácido sulfúrico,
ácido fosfórico, ácido clorídrico, ácido bórico, ácido acético, ácido perclórico, ácido oxálico,
hidróxido de cálcio, hidróxido de potássio, hidróxido de sódio, Cloreto de 2, 3, 5 trifeniltetrazólio,
álcool etílico, carbonato de cálcio, carbonato de sódio, riboflavina, glicose, albumina bovina, entre
outros.

➢ Mobiliário/Equipamentos

No ambiente há bancadas, agitador magnético, balança eletrônica de precisão, banho-maria, bloco


de aquecimento/banho seco, cabine para PCR, câmara de germinação, capela de exaustão de gases,
cuba de eletroforese, destilador de água, espectrofotômetro, estufa, freezer -80°C, incubadora
shaker, lavadora ultrasônica, microcentrífuga de bancada, microscópio, sistema de purificação de
água, termociclador, transiluminador (sistema de imagem), vórtex, assento de bancada com encosto
(danificado), mesas administrativas, etc.

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➢ Agentes nocivos à saúde ou Identificador do risco e Grau de agressividade ao Homem


Avaliação qualitativa dos riscos ambientais e operacionais
Risco Químico: Manipulação de produtos químicos como: ácido oxálico, ácido sulfúrico, ácido
fosfórico, manuseio de álcalis cáusticos: hidróxido de potássio e hidróxido de sódio. Exposição a
Gases e Vapores orgânicos.
Risco Físico: Conforme avaliação realizada no ambiente de trabalho, constatou-se que não
existem agentes físicos que atinjam os limites máximos de exposição.
Risco Biológico: Conforme avaliação realizada no ambiente de trabalho, constatou-se que os
agentes biológicos não se apresentam com a natureza considerados pela legislação como
insalubres.
Risco de Acidentes: Armazenamento inadequado; arranjo físico inadequado (desorganização),
choque, Incêndio por reação de produtos químicos, Queimaduras por ácidos e por contato com
superfícies quentes, outros (batida contra);
Risco Ergonômico: Postura inadequada (assento de bancada danificado.

Avaliação quantitativa do Laboratório de Bioquímica-ISARH


Tempo Exposição
Agente / Fonte Valor Limite de Nível Mín.
Trajetória Exp.
Grandeza Geradora Encontrado Tolerância Permissível E H P
Dia/Min
Ruído Ambiente Aérea 63 dB(A) 85 dB (A) 480 (8h) -- X
Iluminância1 Artificial NA 99 lx NA NA 500 lx X
Iluminância2 Artificial NA 99 lx NA NA 500 lx X
Iluminância3 Artificial NA 65 lx NA NA 500 lx X
Umidade
-- -- 54,6 % -- -- ≥ 40% X
Relativa
Obs.: Iluminação insatisfatória neste setor.

➢ Conclusão
Fundamento científico: Os ácidos podem desencadear diversos problemas à saúde através da
Inalação, ingestão e contato com a pele, podendo causar (irritação ao trato respiratório e mucosas
das membranas), queimaduras na boca, garganta e estômago, levando à morte, dor de garganta,
vômito, diarreia, colapso circulatório, pulsação fraca e rápida, baixa respiração. Os agentes
cáusticos produzem lesão tecidual alterando a estrutura da derme ou membrana mucosa. Ocorre
trombose dos vasos venosos e arteriais. Uma lesão grave com risco de morte pode ocorrer em
menos de um minuto, dependendo da potência da exposição cáustica. A lesão tecidual é
determinada pela potência e concentração do agente, modo de contato, quantidade do agente,
duração do contato, mecanismo de ação, extensão da penetração, etc. A inalação de álcalis cáusticos
pode causar intensa irritação respiratória, tosse, dispneia, espasmo de glote, aumento de secreções,
edema, broncoespasmo e cianose; descamação do epitélio nasal, risco de infecções, facilitação das
complicações pulmonares. Já a contaminação via ocular por álcalis cáusticos provoca dor intensa,
fotofobia, lesão de córnea, conjuntivite, lacrimejamento e edema palpebral.

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Fundamento Legal: Após avaliação no local de trabalho, dos processos das atividades
desenvolvidas: posto de trabalho, função do trabalhador, tempo de exposição, forma de contato com
o agente nocivo à saúde, tipo de proteção utilizada e do fundamento legal sobre o assunto,
concluímos que:
1 - Os servidores que desenvolvem suas atividades em caráter permanente ou habitual com
manipulação de ácidos: sulfúrico, fosfórico, oxálico e manuseio de álcalis cáusticos: hidróxido de
potássio e hidróxido de sódio (risco químico) no LABORATÓRIO DE BIOQUÍMICA – ISARH,
fazem jus ao adicional de insalubridade de grau médio (10% sobre o vencimento do cargo
efetivo), conforme preconiza o Anexo 13 (Operações Diversas) da NR15 (Portaria nº 3.214/78-
MTE) e como estabelece a Orientação Normativa nº 4 de 14/02/2017 SEGRT/MPDG, o artigo 12
da Lei nº 8.270/1991 e os artigos 68 a 72 da Lei nº 8.112, de 11/12/90.

2 - A atividade exercida no laboratório avaliado é considerada insalubre, conforme enquadramento


acima, contudo, o servidor para fazer jus ao adicional de insalubridade, deverá atender ao disposto
no Art. 9° I, II e III da Orientação Normativa n°4, de 14 de fevereiro de 2017, que tratam de
exposição eventual ou esporádica, habitual e permanente, respectivamente, informando a carga
horária mensal/semanal da sua atividade quando da solicitação do seu pedido.

3 – Não fazem jus ao adicional de insalubridade, conforme disposto no art. 11° I, II e III da
Orientação Normativa n°4, de 14 de fevereiro de 2017, os servidores que desenvolvem atividades
cuja exposição seja eventual ou esporádica ao risco; que exerçam atividades-meio ou de suporte, em
que não há obrigatoriedade e habitualidade do contato; que sejam realizadas em local inadequado,
em virtude de questões gerenciais ou por problemas organizacionais de outra ordem; e em que o
servidor ocupe função de chefia ou direção, com atribuição de comando administrativo, exceto
quando respaldado por laudo/parecer técnico individual que comprove a exposição em caráter
habitual ou permanente, quando da solicitação do pedido do adicional.

4 - No ambiente periciado não foram encontradas atividades para a caracterização e justificativa


para a concessão de periculosidade, irradiação ionizante e gratificação por trabalhos com raios-x ou
substâncias radioativas, conforme determinação expressa na Orientação Normativa nº 4 de
14/02/2017 SEGRT/MPDG, e nas demais legislações vigentes.
Portanto, os percentuais aplicáveis para o ambiente periciado são:
• Grau de Insalubridade: Grau Médio 10% - Químico
• Grau de Periculosidade: Grau 0%
• Grau de Irradiação Ionizante: Grau 0%
• Trabalhos com Raios-X ou Substâncias Radioativas: Grau 0%

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➢ Medidas Corretivas e Preventivas


Administrativa
1 - Instalação de lâmpada de emergência no ambiente periciado, através de conjunto de blocos
autônomos, conforme NBR 10898 - Sistema de iluminação de emergência;
2 - Iluminar adequadamente o ambiente de trabalho, pois a iluminação atual (vide tabela de
avaliação quantitativa) é insuficiente, a fim de adequação a NR 17 – Ergonomia:
a) Item 17.5.3. Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada, natural ou artificial,
geral ou suplementar, apropriada à natureza da atividade;
b) Item 17. 5.3.2. A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de forma a evitar
ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos.
3-As áreas de passagens devem permanecer sempre definidas e sinalizadas;
4-Adequação das Saídas de Emergência (NBR 9077- Saídas de Emergência em Edifícios);
5-Instalação de placas e sinais luminosos indicando rotas de fugas no ambiente periciado,
conforme NBR 13435 - Sinalização de Segurança contra incêndio e pânico;
6-Armazenar os produtos químicos em local apropriado e não armazenar junto com substâncias
incompatíveis. Assim sendo, o local de armazenagem deve ser amplo, bem ventilado,
preferencialmente com exaustão, dotado de prateleiras largas, seguras e instalações elétricas à
prova de explosões;
7-Manutenção de janelas e dedetização periódica do ambiente periciado, visando o controle de
pragas;
8-Realização de exames médicos periódicos para os servidores expostos aos riscos químicos;
9-Devem ser mantidas no laboratório as FISPQ’s (Ficha de Informação de Segurança de Produtos
Químicos) de todos os produtos manuseados;
10-Trocar lâmpadas queimadas (02 unidades);
11-Instalação/Sinalização no ambiente ou nas proximidades de pelo menos 01 (um) extintor de
6kg do Tipo Pó ABC (a base de monofosfato de amônia), conforme normas técnicas (NBR 12693
–Sistemas e Proteção por Extintores de Incêndio e NBR 13434-2 – Sinalização de Segurança
contra incêndio e Pânico) e Adequação à NR-23 – Proteção Contra Incêndio - da portaria
3.214/78 do MTE;
12-Criação de Normas Internas de Boas práticas de uso do laboratório;
13-Realizar manutenção do exaustor da drogaria;
14-Os resíduos concentrados de características tóxicas, corrosivas, inflamáveis e reativas não
devem ser descartados diretamente na rede de esgoto. Estes deverão ser recolhidos em contêineres
específicos, identificados com símbolos de risco e, posteriormente, neutralizados ou
encaminhados para seu destino final, atendendo a legislação ambiental.
15-Elaboração e implantação de PMOC (Plano de Manutenção, Operação e Controle) para o
sistema de climatização, conforme portaria MS nº 3.523, de 28 de agosto de 1998 e lei nº 13.589,
de 4 de janeiro de 2018, publicada no DOU em 05/01/2018.
16- Providenciar conserto dos assentos de bancadas danificados.

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Equipamentos de Proteção Individual – EPI


Em atividades no Laboratório, utilizar os seguintes EPI’s, de acordo com o agente do risco:
1-Luvas:
a) Neoprene (proteção contra ácidos, álcalis e solventes orgânicos);
b) Nitrílica (exposição a álcalis, graxas e solventes orgânicos);
c) PVC (proteção contra ácidos, álcalis, álcoois e éteres);
d) PVA (Contato com solventes orgânicos concentrados, pois é hidrossolúvel);
e) Borracha natural “látex” (Proteção contra ácidos em baixa concentração, álcalis e cetonas);
f) Butílica (recomendada para uso especifico contra acetonas e ésteres);
g) Viton “hexafluor” (recomendada para uso especifico contra solventes clorados e aromáticos);
h) Couro tratado, fibras aramidas, tecidos mistos de para-aramida e carbono (uso das estufas);
2 - Máscara facial com filtro para uso de ácidos, gases e vapores orgânicos;
3- Jalecos ou aventais apropriados;
4- Calçados em couro emborrachado com solado em PU;
5- Óculos de segurança tipo ampla visão para produtos químicos, lente incolor em policarbonato,
anti embaçante e ventilação indireta.

Equipamentos de Proteção Coletiva – EPC


1 – Instalar um lava-olhos e chuveiro de emergência adequados, pois o chuveiro encontrado no
local não é padrão;

Nota: Este laudo poderá ser modificado em função de:


✓ Mudança no ambiente de trabalho que venha a interferir no local/atividade periciado;
✓ Modificações consideráveis nas estruturas físicas avaliada;
✓ Qualquer mudança que venha neutralizar ou diminuir os efeitos dos agentes ambientais
avaliados neste laudo;
✓ Aparecimento de legislação que por ventura venha influir no setor periciado;
✓ Ocorrendo quaisquer das situações acima citadas, deverá ser feita nova avaliação.

Belém (Pa), 10 de julho de 2018.

Anderson dos Santos Vieira Elson Pacheco


Eng. de Segurança do Trabalho Eng. de Segurança do Trabalho
CREA nº 16.154-D-PA CREA nº 14.913 D-PA
SIAPE – 1967955 SIAPE - 2993802

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Laudo nº 081/2018-BEL – Universidade Federal Rural da Amazônia

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