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CENTRO UNIVERSITÁRIO FACEX

GRADUAÇÃO EM DIREITO
DIREITO CIVIL III

ELABORAÇÃO DE UM TEXTO PARA FUNDAMENTAR JURIDICAMENTE A


POSSIBILIDADE OU IMPOSSIBILIDADE DA EXISTÊNCIA DE UM ACERVO
SUCESSÓRIO DIGITAL EM NOSSO ORDENAMENTO JURÍDICO

MARIANA EMILLY DANTAS DE SOUZA

Sob a orientação do professor Leonardo Zago, discente da disciplina de Direito Civil III
como atividade parcial para compor a nota da primeira unidade

NATAL/RN
2023
Atualmente, o meio digital vem sendo cada vez mais explorado e mais
normalizado na sociedade, o acervo digital cada vez maior, contas de e-mail,
instagram, facebook, cripto moedas. É uma área desafiadora ao Direito
sucessório, serve à necessidade, surgida com a morte de um indivíduo, de
assegurar que os centros de interesses criados à volta do de cujus, tanto no
âmbito particular quanto no coletivo, prossigam sem rupturas para além de sua
morte, tanto quanto seja possível (PRINZLER, 2015, p. 31 e 32), a herança
digital precisa de um novo olhar do ordenamento jurídico quando se trata do
meio tecnológico.

O conceito de herança está concatenado ao de patrimônio, este entendido


como uma universalidade de direitos. Apesar desta definição simplista,
impende salientar que a noção de patrimônio não deve ser confundida com um
mero conjunto de bens corpóreos, pois, em verdade, abarca toda a gama de
relações jurídicas economicamente valoráveis de uma pessoa, incluindo
direitos e obrigações (GAGLIANO e PAMPLONA FILHO, 2019).

Herança digital, com a tecnologia cada vez mais abrangente, temos um novo
tipo de patrimônio, acúmulo de bens e arquivos em formato digital, muitas
vezes com valor econômico, a chave dessa situação seria a privacidade do de
cujos, além de que sua herança digital pode ter valor sentimental e econômico,
um perfil digital carrega esferas íntimas, aspectos da personalidade. O direito a
privacidade, dignidade da pessoa humana, talvez o falecido não quisesse que
seus herdeiros tivessem total acesso a privacidade do de cujos, por exemplo o
Facebook já disponibiliza a indicação de um contato herdeiro, para que ele
possa transformar a conta do falecido em memorial, ou até continuar as
atividades econômicas existentes naquele perfil.

Ainda é um desafio para o Direito Sucessório, mas um desafio possível, o


acervo digital cresce a cada dia tornando, a ausência de uma regulação
própria, já existem projetos de lei, mas com falhas significantes, considerar os
direitos fundamentais, a privacidade do indivíduo, o ideal seria uma
regulamentação específica e adequeada que garanta a privacidade e os
direitos fundamentais, que haja uma separação do que fará parte da herança
digital, e ou incentivo à criação de testamento assim saberia qual será a ânsia
do de cujus.

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