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PERGUNTA DO ALUNO

Dentro do que já foi visto no decorrer do nosso curso, gostaria que corrigisse
a frase abaixo caso caiba correção:

"Trata-se de uma classificação de Medicina humana proposta por Salter e


Harris que também é utilizada em Medicina Veterinária nas fraturas que afetam
a placa de crescimento em pacientes jovens."

Minha dúvida é se fica gramaticalmente correto usar Medicina humana visto


que depois é mencionado o termo Medicina Veterinária, ou se poderia omitir
'humana'.

RESPOSTA DO PROFESSOR

Antes de tudo, as sugestões de correção que farei não decorrem do visto até
agora no curso; têm antes que ver com pontuação, com emprego das vozes
verbais e com estilística.1 Depois, deixaria a frase assim:

“Trata-se de classificação de Medicina humana proposta por Salter e Harris


que também se utiliza em Medicina veterinária, e que diz respeito às fraturas
que afetam a placa de crescimento em pacientes jovens.”

Expliquem-se sumariamente as alterações.


1) Supressão do desnecessário artigo indefinidor antes de “classificação”.
2) A chamada “voz passiva sintética” (“se utiliza”) em lugar da chamada
“analítica” (“é utilizada”). Deve usar-se a “sintética” quase sempre que não haja
agente da passiva explícito, como aqui. Não fazê-lo cheira quase sempre a
anglicismo.
3) “Humana” e “veterinária” com inicial minúscula. Poderia, porém, pôr-se
inicial maiúscula a ambas. O que não é possível que só uma a tenha. – E, sim,
mantenha-se “humana”, porque, se não se mantivesse, haveria quebra de

1 Ou seja, têm que ver com assuntos que ainda se tratarão no curso.

1
paralelismo semântico (“Medicina veterinária” não se contrapõe a “Medicina”
pura e simples, mas a “Medicina algo”).
4) Vírgula diacrítica depois de “veterinária”, porque o que se diz em seguida
diz respeito às duas modalidades de medicina, se é que o entendi bem. Ademais,
a vírgula quebra aqui um período centopeico, ou seja, tão cheio de membros,
que se lhe obscurece o significado.
5) “E que diz respeito às fraturas” é muito mais claro, aqui, que “nas
fraturas”. Aqui, o em não faz senão obscurecer o sentido da frase. – Note-se
desde já, portanto, que não procede a “regra” primária de que não se usa vírgula
antes da aditiva e.

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