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DIETA E SUPLEMENTAÇÃO

PARA PERDA DE GORDURA


Matheus Silvestre
Nutricionista
Pós graduado em nutrição esportiva
@nutrimatheussilvestre
PONTOS BÁSICOS PARA ELABORAÇÃO DE DIETAS
COMEÇANDO PELO BÁSICO...
• Cálculo de TMR

• Calorimetria indireta

• Equações prontas (Harris Benedict, Cunningham, Mifflin, etc)

• Cálculo do GET = TMR + GAF + ETA


A ESCOLHA DA EQUAÇÃO DEPENDE DA
COMPOSIÇÃO CORPORAL

• Atletas/semelhantes: Tinsley ou Cunningham


Eutróficos: FAO ou Mifflin ou Harris-Benedict
Sobrepeso/obesidade: Mifflin
Peso total: Peso Livre de gordura:
Tinsley = (24.8 x PT) + 10 Tinsley = (25.9 x MLG) + 284
Cunningham (1980) = (22 x MLG) + 500
Mifflin:
Homens = (9.99 x P) + (6.25 x altura) – (4.92 x idade) + 5
Mulheres = (9.99 x P) + (6.25 x altura) – (4.92 x idade) – 161
Sexo masculino, 25 anos, 10% de gordura, 90 kg (81 kg MLG), 180 cm

Peso total: Peso Livre de gordura:


Tinsley = (24.8 x 90) + 10 Tinsley = (25.9 x 81) + 284 = 2381 kcal
Tinsley = 2242 kcal Cunningham (1980) = (22 x 81) + 500 = 2282 kcal

Mifflin:
Homens = (9.99 x 90) + (6.25 x 180) – (4.92 x 25) + 5 = 1921 kcal

FAO:
(15,3 x 90) + 679 = 2056 kcal
GASTO ENERGÉTICO TOTAL
• TMR = 50 - 70%

• GAF (gasto energético da atividade física) = 20 - 40%

• ETA (efeito térmico dos alimentos) = 10%


- Proteínas 30%
- Carboidratos 5%
- Gorduras 3%
CALCULANDO O GASTO COM ATIVIDADE
FÍSICA
• METs (equivalentes metabólicos) = tendência a superestimar o real
gasto energético das atividades diárias

• Nível de atividade física(NAF) = leva em consideração a rotina diária e


de exercícios do paciente
FATOR ATVIDADE
• Maioria dos pacientes vai ficar entre 1.4-1.7
• FA: 1.4 (pouco ativo) = rotina mais sedentária + exercício leve
• FA = 1.5 (pouco ativo) = rotina mais sedentária + exercício moderado
• FA = 1.6 (ativo) – rotina mais sedentária + exercício pesado
• FA = 1.7 (ativo) - rotina mais sedentária + exercício pesado + aeróbico
• FA = 1.7-1.8 (ativo) - rotina mais ativa + exercício pesado
• FA = 1.8-1.9 (ativo) – rotina mais ativa + exercício pesado + aeróbico
EXEMPLO PRÁTICO:
• Sexo masculino, 25 anos, 10% de gordura, 90 kg (81 kg MLG), 180 cm
Tinsley = (25.9 x 81) + 284 = 2381 kcals

• Rotina mais sedentária (nutricionista) + 60-90 minutos de treino pesado por dia

• GET: 2381 x 1.6 = 3809 kcals

Tinsley = (24.8 x 90) + 10 = 2242 kcals x 1.6 = 3587 kcals


FAO = (15,3 x 90) + 679 = 2056 kcals x 1.6 = 3289 kcals
Mifflin = (9.99 x 90) + (6.25 x 180) – (4.92 x 25) + 5 = 1906 kcals x 1.6 = 3049 kcals
Cunningham (1980) = (22 x 81) + 500 = 2282 kcals x 1.6 = 3651 kcals
IMPORTANTE
• Por mais que você use a equação mais indicada e que você escolha o FA
mais adequado, as equações ainda possuem margem de erro

• Como alguns pacientes já possuem uma dieta padronizada, você pode


utilizar a dieta atual do atleta para calcular a nova

• Exemplo: Paciente de 90 kgs com 10% de gordura chega no seu consultório


e relata que está consumindo 3500 kcals/dia há 1 mês e o peso/físico estão
estáveis

• Nessa situação você pode levar em consideração que o GET dele está
próximo de 3500 kcals, mesmo que as equações apontem valores
maiores/menores
DIETAS PARA PERDA DE GORDURA
• A premissa básica para perder gordura é estar em restrição calórica (VET<GET)

• O tamanho do déficit calórico vai variar de acordo com o paciente


(300-1500 kcals / 20-40% abaixo do GET)

• Quanto maior a restrição calórica, maior a perda de gordura e maior a chance do


paciente perder massa muscular

• Pacientes com gordura mais elevada têm menor chance de perder massa
muscular

• Pacientes que utilizam esteroides anabolizantes têm menor chance de perder


massa muscular
DETERMINANDO O DÉFICIT CALÓRICO

• Sobrepeso/obesidade: 500-1500 kcals de déficit

• Usuários de esteroides anabolizantes: 500-1500 kcals de déficit (500-1000)

• Pacientes eutróficos (falso magro): 300-600 kcals de déficit


LEMBRAR
• A perda de peso é caloria dependente, ou seja, quanto menor for o aporte
calórico da dieta, maior será a perda de gordura

• Restrições calóricas mais agressivas no início da dieta são associadas com


melhores resultados a longo prazo em pacientes com obesidade (dados
não são unânimes)

• Os principais problemas associados com uma maior restrição calórica são a


chance de perder massa muscular e uma baixa adesão a dieta
MITOS EM DIETAS PARA PERDA DE GORDURA
• Dietas abaixo da TMR reduzem muito o gasto energético, deixando o
metabolismo mais lento

• Dietas com restrições calóricas mais elevada aumentam o risco de


compulsão alimentar
QUEDA DO GASTO ENERGÉTICO EM DIETAS
COM RESTRIÇÃO CALÓRICA
• Ao contrário do que muitos pensam, a queda do gasto energético não
é a principal responsável pelo efeito platô no emagrecimento

• Nós temos sim uma redução do gasto energético com a perda de


peso, mas ela não é tão expressiva como a maioria imagina

• A cada 1 kg de peso perdido a estimativa é que o gasto energético


reduza entre 20-30 kcals
COLOCANDO EM PRÁTICA
• Paciente com obesidade: 100 kgs, 170 cm, 28 anos, homem
• Rotina mais sedentária (bancário), musculação 5x na semana (60 minutos)
+ cardio 5x na semana (30 minutos)
• TMR = (9.99 x P) + (6.25 x altura) – (4.92 x idade) + 5
• TMR = (9.99 x 100) + (6.25 x 170) – (4.92 x 28) + 5 = 1928 kcals
• GET: 1928 x 1.6 = 3084 kcals
• VET: 2000 kcals (1084 kcals de déficit)
• Se ele perder 10 kgs é esperada um queda no gasto energético entre 200-
300 kcals, ou seja, ele ainda vai estar em déficit calórico mesmo que você
não ajuste a dieta
PLATÔ NO EMAGRECIMENTO

• Se um indivíduo consegue manter uma boa adesão a dieta, é


esperado que o platô no emagrecimento por conta de queda no gasto
energético leve entre 2-3 anos em média

• Se o paciente para de perder peso antes desse tempo isso não é


oriundo de uma queda no gasto energético
O QUE CAUSA UM PLATÔ PRECOCE?

• Menor adesão a dieta!

• Com a perda de peso a fome do paciente aumenta (1 kgs – 100 kcals)

• Ao passar a comer mais o paciente vai gradativamente saindo do


deficit calórico, podendo inclusive ficar em superávit (reganho de
peso)
• Reganho de peso é na maioria das vezes
oriundo de um aumento no consumo
energético
• Exemplo: Paciente com obesidade com
GET em 3000
• Dieta de 2000 kcal – perda de peso
inicial grande
• Depois de um tempo ele começa a
comer mais – 2200 – 2400 – 2800- 3000
– 3500

• Esse platô por conta do aumento da


ingestão calórica ocorre muito mais
rapidamente (4-8 meses)
O QUE FAZER QUANDO MEU PACIENTE ENTRA
NO PLATÔ?
• Como o platô precoce é associado com um aumento na ingestão
calórica, e não com uma queda expressiva do gasto energético, o
ideal nessa situação é utilizar estratégias para aumentar a adesão do
paciente a dieta. Exemplos:

- Aumentar o aporte calórico da dieta (diminuindo o déficit ou até


mesmo fazendo uma dieta normocalórica
- Aumentar o aporte de proteína e de fibras
- Utilizar alimentos de menor densidade calórica
QUANTO DE PESO DEVO PERDER COM A DIETA?
• 7700 kcal de déficit = 1 kg de gordura
MODELO ESTÁTICO
• 7700 kcal = 1 kg gordura

• 500 kcal de déficit por dia = 3500 por semana = 14000 mês

• Perda média de 0.5 kg de gordura por semana - 2 kg por mês - 24 kg


em 1 ano – 48 kg em 2 anos...

• Não leva em consideração as adaptações fisiológicas


MODELO DINÂMICO

• Leva em consideração as adaptações fisiológicas

• Estudo de 2011, Kevin Hall et al.

• Body Weight Planner


• Uma forma resumida de estipular a perda de peso no modelo dinâmico é
através da conta abaixo:

• Perda de peso total = Déficit/24 = 480/24 = 20 kg

• 480 kcal de déficit por dia = 20 kg de perda total

• 50% da perda se dá no primeiro ano (10 kg em 1 ano)

• Até 95% da perda em 3 anos (19 kg)


1000/24 x 0.10 = 4.1 kgs
1000/24 x 0.25 = 10.4 kgs
MODELO DINÂMICO
• Homem sedentário
• 100 kg
• Déficit de 480 kcal por dia (480/24 = 20
kgs – existem variações entre as
pessoas)
• Platô em 75 kg – 25 kg
• 12.5 kg no primeiro ano

• MODELO ESTÁTICO
• 480 x 365 = 175.200 Kcal
• 175.200/7700 = 22 kg no primeiro ano
– 44 kg no segundo ano …
E NO CASO DE ATLETAS, QUANTO TEMPO DEVE
DURAR O PRÉ-CONTEST?
• Costuma variar entre 8-20 semanas (12-16 semanas)
• Se o atleta for natural fazer uma preparação mais longa e com menor
restrição (16-24 semanas)
• Quanto pior for o condicionamento do atleta, maior deve ser o período de
pré-contest
• Um pré-contest mais curto (8 semanas) muitas vezes é associado com uma
restrição calórica mais agressiva, podendo levar a uma perda mais
significativa de volume/densidade
• A perda de peso semanal média deve ficar na casa de 0.5-1% do peso
corporal total para preservar ao máximo volume muscular (essa perda
tende a ser maior no início e menor no final)
PRECISO AUMENTAR A RESTRIÇÃO DA DIETA COM
O PASSAR DO TEMPO?
• Atleta de 100 kgs, 12% de gordura, iniciando pré-contest faltando 12 semanas para a competição,
90 minutos de musculação 6x na semana, 30 minutos de cardio 3-4 x na semana, sem uso de
termogênicos
• GET: 4000 kcals
• VET: 3000 kcals (-1000 kcals)

• É comum que mais próximo da competição (6-10 semanas) os atletas comecem a intensificar os
aeróbicos e passem a usar termogênicos farmacológicos mais potentes (clembuterol, hormônios
tireoidianos)

• Essas estratégias podem aumentar o gasto energético do atleta de maneira significativa,


aumentando o déficit calórico

• Apesar da queda de peso promover uma redução do gasto energético, isso não é algo tão
significativo como muitos pensam (1 kg – 20-30 kcals)
PRECISO AUMENTAR A RESTRIÇÃO DA DIETA COM
O PASSAR DO TEMPO?
• Atleta de 100 kgs, 12% de gordura, iniciando pré-contest faltando 12 semanas para a
competição, 90 minutos de musculação 6x na semana, 30 minutos de cardio 3-4 x na
semana, sem uso de termogênicos
• GET: 4000 kcals
• VET: 3000 kcals (-1000 kcals)

• Atleta atualmente com 95 kgs, faltando 6 semanas para a competição, 90 minutos de


musculação 6x na semana, 90 minutos de cardio 6x na semana, em uso de
clembuterol, T4 e T3
• Perdeu 5 kgs (-125 kcals no gasto energético)
• Aumentou cardio, iniciou termogênicos potentes (+300-700 kcals no gasto energético)

• Mesmo que você mantenha a dieta igual, a tendência é que o déficit aumente por
conta do uso de outras estratégias para aumentar o gasto energético
PRECISO AUMENTAR A RESTRIÇÃO DA DIETA COM
O PASSAR DO TEMPO?
• Se mesmo com o aumento do gasto energético através do aumento do cardio e
do uso de termogênicos farmacológicos o físico ainda não estiver respondendo
da maneira que você esperava, a depender da dieta atual, você pode aumentar
a restrição calórica para atingir déficits próximos de 1500-2000 kcals

• Levar sempre em consideração que quanto maior for o déficit calórico e menor
for o percentual de gordura maior será a chance do atleta perder volume
muscular e subir flat, por isso é crucial um bom planejamento antes de iniciar o
pré-contest (avaliar físico, tempo até competição)

• Em algumas situações pode ser interessante oscilar carboidrato/calorias, seja


para aumentar ou para diminuir a ingestão calórica média
PRECISO AUMENTAR A RESTRIÇÃO DA DIETA COM
O PASSAR DO TEMPO?
• Uma estratégia feita por alguns profissionais é começar a dieta de pré-contest
com um déficit maior e quando vai chegando mais perto da competição eles
diminuem o déficit (geralmente através do aumento de carboidrato)

• Uma restrição maior no começo do pré-contest tem um menor risco de


comprometer o volume muscular, já que no início do pré-contest a gordura está
mais alta

• Uma restrição maior no final do pré-contest tem um maior risco de


comprometer o volume muscular, já que no final do pré-contest a gordura está
mais baixa
DIVISÃO DE MACRONUTRIENTES
CARBOIDRATOS EM DIETAS PARA PERDA DE
GORDURA
• Não há padronização na literatura

• Na pratica valores de 2-6 gramas por kg (30-50% do VET)

• Uma restrição muito severa de carboidratos em dietas com restrição


calórica pode aumentar o catabolismo proteico e prejudicar o
desempenho nos treinos
PONTOS IMPORANTES
• Quanto menor for o consumo de carboidrato menor será o desempenho
do paciente no treino, menor será sua densidade muscular e maior será a
chance de perder massa muscular

• Em pacientes visando estética que já possuem um baixo percentual de


gordura, deve se priorizar manter uma alta ingestão proteica, uma baixa
ingestão de gordura e manter o carboidrato o mais alto possível dentro da
restrição calórica estipulada

• Em pacientes com sobrepeso/obesidade dietas low carb (25-40% do VET)


podem ter maior aplicabilidade
PROTEÍNAS EM DIETAS PARA PERDA DE
GODURA
• Manutenção da massa muscular

• Aumento de saciedade (GLP-1, PYY)

• Via lipogênica é menos favorecida

• Podem ser utilizados valores maiores do que em dietas hipercalórica

• Quanto menor for o percentual de gordura do paciente, maior pode ser a


ingestão proteica
PROTEÍNAS EM DIETAS PARA PERDA DE
GODURA
• 1.4 – 3.5 gramas por kg (30-50% do VET)

• Pacientes com sobrepeso/obesidade: 1.4 -2 g/kg

• Pacientes eutróficos (falso magro): 2-3 g/kg

• Atletas/semelhantes: 2.5-3.5 g/kg


GORDURAS EM DIETAS PARA PERDA DE
GODURA
• Também não há padronização na literatura

• Em atletas/semelhantes a ingestão de gordura em dietas com restrição


calórica deve ser a menor possível (dentro de um limiar aceitável) para
poder priorizar um maior consumo de carboidratos

• 15 a 30% do VET / 0.5 – 1 g/kg

• Poli e monoinsaturadas

• Em pacientes com sobrepeso/obesidade dietas low carb (25-40% VET de


gordura) podem ter maior aplicabilidade
COLOCANDO EM PRÁTICA
• Atleta de 98 kgs, 180 cm, 30 anos, 12% de gordura, iniciando pré-contest

• Musculação 6 vezes na semana (90 minutos de treino)

• Aeróbico 6 vezes na semana (45 minutos/dia)

• Rotina mais parada

• Consumindo atualmente 3800 kcals (manutenção) com peso e físico estáveis


COLOCANDO EM PRÁTICA
• Atleta de 98 kgs, 180 cm, 30 anos, 12% de gordura, iniciando pré-contest

• TMR: Tinsley = (25.9 x 86,24) + 284 = 2517,6 kcals

• GET: FA = 1.7 = 2517,6 x 1.7 = 4279 kcal

• GET: FA = 1.6 = 2517,6 x 1.6 = 4028 kcal

• Consumindo atualmente 3800 kcals (manutenção) com peso e físico


estáveis
COLOCANDO EM PRÁTICA
• VET: 3000 kcals (-800 kcals)

• Proteína: 3 g/kg = 294 gramas = 1176 kcals = 39.2% VET

• Gordura: 0.5 g/kg = 49 gramas = 441 kcals = 14.7% VET

• Carboidrato: 3.5/kg = 345 gramas = 1383 kcals = 46.1% VET

• 14 semanas de pré-contest
COLOCANDO EM PRÁTICA
• Paciente com obesidade: 100 kgs, 170 cm, 28 anos, homem
• Rotina mais sedentária (bancário), musculação 5x na semana (60 minutos)
+ cardio 5x na semana (30 minutos)

• TMR = (9.99 x P) + (6.25 x altura) – (4.92 x idade) + 5

• TMR = (9.99 x 100) + (6.25 x 170) – (4.92 x 28) + 5 = 1928 kcals

• GET: 1928 x 1.6 = 3084 kcals

• VET: 2000 kcals (1084 kcals de déficit)


COLOCANDO EM PRÁTICA
• Paciente com obesidade: 100 kgs, 170 cm, 28 anos, homem
• VET: 2000 kcals (1084 kcals de déficit)

• Proteína: 1.6 g/kg = 160 gramas = 640 kcals = 32% VET

• Carboidrato: 2 g/kg = 200 gramas = 800 kcals = 40% VET

• Gordura: 560 kcals = 62 gramas = 0.62 g/kg = 28% VET

• Perda de peso esperada (modelo dinâmico simplificado) = 1084/24 = 45 kgs


no total = 22.5 kg no primeiro ano (modelo estático = 51 kgs em 1 ano)
COLOCANDO EM PRÁTICA
• Colocando no Body Weight
Planner paciente de 100 kgs
com objetivo de atingir 77.5
kgs em 1 ano
CICLO DE CARBOIDRATOS/CALORIAS EM
DIETAS PARA PERDA DE GORDURA
• Em uma dieta com restrição calórica o ciclo de carboidratos pode ter
algumas vantagens pensando nas seguintes questões:
• Aumentar a adesão a dieta (controlar a fome)
• Manter uma boa densidade muscular/prevenir perda de massa
muscular (evitar manter carboidrato muito baixo por longos períodos)
• Manter um bom desempenho no treino (evitar manter carboidrato
muito baixo por longos períodos)
• Auxiliar no metabolismo ? (hormônios tireoidianos, leptina, aumento
do gasto nas atividades diarias)
CICLO DURANTE A SEMANA
• Alternar de acordo com os dias de treino
• Musculaturas maiores/pontos fracos = carbo mais alto
• Musculaturas menores/pontos fortes/dias sem treino = carbo mais
baixo
• Vantagem: Poder dar maior enfoque no treino

CICLO ENTRE AS SEMANAS


• Vantagem: Facilitar adesão a dieta
• Ver maiores mudanças
CICLO DE CARBOIDRATOS/CALORIAS
EM DIETAS PARA PERDA DE GORDURA
• Você pode usar a estratégia de ciclo de carboidratos/calorias no pré-
contest tanto para aumentar o déficit calórico como para amenizar o déficit

• Em pacientes que já estão adiantados com relação aos resultados (gordura


bem baixa) e que você nota que estão começando a perder mais densidade
muscular, você pode usar o ciclo para amenizar o déficit

• Em pacientes que estão atrasados com relação aos resultados (gordura


mais alta) você pode usar o ciclo para aumentar o déficit
AUMENTANDO O DÉFICIT
CARBO MÉDIO CARBO BAIXO

345 gramas (3.5 g/cho/kg) 172 gramas (1.75 g/cho/kg)

294 gramas (3 g/prot/kg) 294 gramas (3 g/prot/kg)

49 gramas (0.5 g/fat/kg) 49 gramas (0.5 g/fat/kg)

3000 kcal (-800) 2305 kcal (-1495)

• Enquanto achar que o paciente ainda está mantendo uma boa


densidade muscular e adesão a dieta você pode ir aumentando os
dias/semanas de carbo baixo para aumentar o déficit e com isso
aumentar a perda de gordura
DIMINUINDO O DÉFICIT
CARBO BAIXO CARBO MÉDIO

98 gramas (1 g/cho/kg) 294 gramas (3 g/cho/kg)

294 gramas (3 g/prot/kg) 245 gramas (2.5 g/prot/kg)

49 gramas (0.5 g/fat/kg) 49 gramas (0.5 g/fat/kg)

2205 kcal (-1595) 2597 kcal (-1203)

• Esse tipo de estratégia é válida em pacientes que já estão adiantados com relação
aos resultados (gordura bem baixa) e que você nota que estão começando a
perder mais densidade muscular, você pode usar o ciclo para amenizar o déficit
• Quando a dieta vinha muito restrita em calorias e carboidratos, o aumento de
carboidrato e calorias pode, possivelmente, ter um impacto positivo no gasto
energético
• Não é incomum nos depararmos com atletas que ao aumentarem o carbo têm
uma queda de peso e melhora do condicionamento (leptina, hormônios
tireoidianos, gasto nas atividades diarias, sensibilidade a insulina muito alta, alta
taxa de oxidação de carboidrato)
PONTOS IMPORTANTES EM DIETAS PARA PERDA DE
GORDURA
• É esperado ter um maior perda de peso inicial (glicogênio, retenção)

• A fome tende a aumentar com a perda de peso (+100 kcals – 1 kg)

• A queda de metabolismo ocorre, mas não é tão significativa quanto a maioria pensa (-20-30
kcals – 1 kg)

• A perda de massa magra (água) sempre vai ocorrer em dietas com restrição calórica

• Lembrar que massa magra é diferente de massa muscular

• A chance de perder massa muscular é maior quando a gordura está muito baixa e a dieta está
com uma restrição agressiva de calorias (>1000-1500 kcals) e carboidratos (<1-2 g/kg)
SUPLEMENTOS
PARA PERDA DE GORDURA
CAFEÍNA
• Metilxantina (teobromina, teofilina, cafeína)

• Efeito termogênico

• Efeito estimulante

• Melhora de desempenho
• ANTAGONISTA NÃO
SELETIVA DOS RECEPTORES
DE ADENOSINA (A1 e A2A)

• Redução do cansaço/letargia

• Aumento da tolerância a dor


AUMENTO DOS NÍVEIS DE
CATECOLAMINAS
• 3 a 6 mg por kg
• 60 minutos antes do treino
• Na musculação existem estudos com doses menores (1-2 mg/kg)
E COM RELAÇÃO AO SEU EFEITO
TERMOGÊNICO?
5 mg/kg
2.5 x 2
4 dias
Uso de cafeína não
aumentou o get ou o
nível de atividade
física voluntário dos
participantes

Sem efeitos
positivos!
• 21 participantes (<100 mg/dia de cafeína)

• Grupo cafeína (5 mg por kg – 2 x 2.5 mg) ou Placebo

• Duração de 4 dias

• Avaliar GET e Nível de atividade física


Uso de cafeína não aumentou o get ou o
nível de atividade física voluntário dos
participantes

Sem efeitos positivos!


• 15 participantes consumidores de doses baixas de cafeína

• 3 mg/kg

• 1 hora antes do exercício

• 1 hora de ciclismo
• Aumento do gasto energético em
quem utilizou a cafeína (+47 kcals)

• Sem alteração na oxidação de


gordura
• 12 participantes consumidores de doses baixas de cafeína

• 3 mg/kg

• 1 hora antes do exercício

• 1 hora de ciclismo
• Sem alteração no gasto
energético
• Aumento na oxidação de
gorduras (+5,3 g)
• Redução na oxidação de
carboidratos (-20,8 g)
CHÁ VERDE
• Camellia sinensis

• Rico em polifenóis

• Catequinas

• Epigalocatequina-3-galato
MECANISMO DE AÇÃO
• Aumento médio de 4.7%
no gasto energético
• Doses variadas
• Alto grau de
heterogeneidade
• Aumento médio de
12.2 g na oxidação de
gorduras por dia

• Alto grau de
heterogeneidade
• Doses variadas (500 mg EGCG)

• Duração de 12 semanas

• Maior perda de peso no grupo chá verde

• 1.5 kg a mais (500 g/mês)

• Viés dietético

• Alto grau de heterogeneidade


IOIMBINA
• Extraída da Yohimbe (Pausinystalia yohimbe) e da Rauwolfia Serpentina

• Árvore originária da África do Sul – Utilizada a casca para obter ioimbina

• Princípio ativo é ioimbina


• 1 comprimido = 5 mg ioimbina

• 3-5% de ioimbina

• Hydroxycut = 2.25 mg ioimbina


IOIMBINA
• Antagonista dos receptores alfa-2-adrenérgicos

• Aumento da liberação de noradrenalina

• Maior ativação de receptores beta adrenérgicos


• 21 mulheres com obesidade (100 kg)

• 4 semanas de dieta com 400 kcal

• 15 mg de ioimbina durante 7 dias (semana 2,3 ou 4)


• Grupo iombina perdeu mais peso
que o grupo placebo (0.66 kg a mais
na semana de uso)
• Sem efeitos colaterais
• 2.64 kg mês ?
• 14 homens saudáveis

• Estudo feito após uma noite de jejum

• Ingestão de ioimbina (0.2 mg/kg) em jejum OU 1 hora após uma


refeição contendo 400 kcal e 60 gramas de CHO
• Aumento de AGL
EFEITO MAIOR EM MULHERES?
“Esses achados demonstram que o
estrogênio atenua a resposta lipolítica
por meio da regulação positiva do
número de receptores alfa2A-
adrenérgicos antilipolíticos apenas no
tecido subcutâneo (sc) e não em
depósitos de gordura visceral. Assim,
nossos achados oferecem uma
explicação de como o estrogênio
mantém a distribuição típica da gordura
sc feminina porque o estrogênio parece
inibir a lipólise apenas nos depósitos sc
e, portanto, muda a assimilação da
gordura dos depósitos intra-abdominais
para os depósitos sc.”
PERDA DE GORDURA
LOCALIZADA?
COMPROVAÇÃO
• “É concebível que a maior expressão
CIENTÍFICA PARA PERDA dos adrenoreceptores alfa-2 nos
DE PESO? adipócitos ginóides das mulheres possa
torná-los mais responsivos à terapia
com ioimbina”

• Possível sinergismo entre ioimbina e


cafeína
CUIDAR! EFEITOS COLATERAIS!
• Aumento do nível de ansiedade
• Aumento de FC e PA
• Enjoo e ânsia de vomito
CAPSAICINA E CAPSIATE
• Capsaicina = pimenta vermelha (red pepper)

• Capsiate = pimenta doce (sweet pepper)

• Ativação de TRPV1

• Aumento de catecolaminas

• Aumento do GET, aumento da oxidação de gorduras,


redução de apetite
• Aumento do GET e da oxidação de gorduras (em doses altas)

• Redução de apetite

• Capsiate 6-9 mg (3 mg efeito menor)

• Capsaicina 30 mg – 130 mg

• Sem efeito clínico relevante


TERMOGÊNICOS NATURAIS
• Aumento médio 50-150 kcal GET

• Efeito sinérgico?
• Chá verde, tirosina, cafeína e capsaicina

• Aumento de 40 kcal no GE 24 horas


• Aumento de 59 kcal comparado ao
placebo nas 6 horas de análise
• 439 kcal x 380 kcal
TERMOGÊNICOS NATURAIS
• Aumento médio 50-150 kcal GET

• Muitos não têm efeito sinérgico


OBRIGADO!!!
ATÉ A PRÓXIMA!!

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