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CONTABILIDADE DE CUSTOS
TÉCNICO EM CONTABILIDADE
2º MÓDULO
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CONCEITOS E DEFINIÇÕES
Com o desenvolvimento, e o emprego cada vez mais intensivo das máquinas no processo de
produção, os novos custos apareceram, tornando-se bem mais complexos os métodos para medi-los.
A complexidade desses métodos contábeis, capazes de solucionar cada vez com mais rapidez os
custos de fabricação, foi que deu origem à contabilidade de custos.
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Servir como instrumento para tomada de decisão
Após analisar vários autores, não existe um conceito universalmente aceito para a palavra
custo. Existe por sua vez, uma infinidade de discordâncias sobre o assunto. Porém, mesmo existindo
estas divergências, é necessário citar alguns conceitos para fins operacionais.
Para melhorar o seu entendimento, os custos foram aglutinados em seis grupos, a saber...
1 – Quanto ao seu objeto – Quando relacionados com o tipo de atividade do hospital ou centro de
custo, classificam-se em...
1. Aplicáveis – São custos que ocorrem durante a produção de bens ou serviços relacionados
com a atividade-fim do hospital ou serviço, etc. Exemplo: o custo com o oxigênio em uma
unidade de internação.
2. Inaplicáveis – São custos que não estão relacionados diretamente com a produção de um
bem ou serviço hospitalar pertencente à atividade-fim do hospital ou serviço. Exemplo:
o empréstimo de uma sala cirúrgica para outra unidade hospitalar da rede.
2 – Quanto ao grau de detalhamento – Esse grupo está relacionado com o volume de produção.
3 – Quanto ao relacionamento com o nível de atividade – Estes custos relacionam-se com o nível
de atividade produtiva, podendo ser classificados como...
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1. Custos fixos – São aqueles que, com a estrutura de produção constante, não variam com a
quantidade produzida. Exemplo: energia elétrica gasta com a iluminação em laboratório de
análises.
2. Custos variáveis – Seu montante, no período em estudo, varia diretamente proporcional à
quantidade produzida. Exemplo: filmes radiológicos e o número de exames realizados no
serviço de radiologia.
3. Custo misto escalonado – Sua variação é direta ao nível de atividade, porém não proporcional.
Exemplo: custo de supervisão – para cada dez pacientes internados, necessita-se de mais cinco
auxiliares de enfermagem e para cada cinco novos auxiliares, necessita-se de uma nova
enfermeira supervisora para a equipe.
4. Custo misto composto – Estes custos possuem parte fixa e parte variável. Uma varia
diretamente proporcional à quantidade produzida e a outra mantém-se constante a qualquer
nível de atividade. Exemplo: a parcela de energia elétrica utilizada na iluminação e nos
equipamentos do serviço do laboratório de patologia clínica.
4 – Quanto ao elemento – Nesse caso, o custo é classificado por espécie – pessoal e encargos
sociais, material de consumo e serviços de terceiros, etc. Isso facilita sua alocação ao sistema de
apuração de custos e um controle isolado de cada categoria de custo – análise de tendência e de
estrutura.
5 – Quanto à incidência – Esta classificação está relacionada com a incidência de cada espécie de
custo ao processo produtivo...
6 – Quanto ao momento do cálculo – Esta classificação está relacionada com a localização com os
custos no tempo. Classificam-se em...
1. Custos históricos – São custos já realizados. Seu cálculo serve para medir o desempenho
empresarial.
2. Custos futuros ou predeterminados – São os custos calculados pelo método FEPS objetivando
o planejamento empresarial.
Sistemas de custeio
O custo por absorção parte do princípio de que os custos e as despesas indiretas fixas são
adicionados aos estoques e ao custo dos produtos vendidos.
Por sua vez, os princípios que norteiam a metodologia do custo direto não consideram os
custos indiretos como custos de produção. Estes custos são lançados nas planilhas de produção como
custos inaplicáveis ao processo produtivo, qualquer que seja o volume da atividade hospitalar.
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Na verdade, as duas filosofias utilizam-se de princípios diferentes para fazer os custos
indiretos chegarem ao produto. Uma agrega-os ao custo de produção, enquanto a outra debita da
receita de vendas esses custos, obviamente apresentando resultados distintos nos balancetes de
receitas e despesas.
Esse sistema é característico de empresas que produzem sob encomendas, sejam essas
unitárias ou em lotes. Podemos citar como exemplos as empresas de construção civil, tipografias,
setor imobiliário, estaleiros e produtoras de filmes.
Os resultados – lucro ou prejuízo – são rapidamente diagnosticados. Para isso, basta subtrair
do preço de venda os custos acumulados naquela ordem, não havendo necessidade de ser feita uma
apuração periódica dos resultados.
Os custos primários que incidem diretamente ao produto poderão ser obtidos logo que a ordem
esteja completamente concluída. Já os custos indiretos, só poderão ser incorporados ao produto
quando terminar o período contábil.
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se citar como exemplos, as empresas do ramo de eletrodomésticos, produtos químicos,
hospitais, etc.
Esse processo difere muito do anterior no que tange a acumulação de custos. No primeiro
sistema, os custos são acumulados previamente em ordens de produção, para, posteriormente, serem
aglutinados em seus departamentos produtivos. No sistema de custeio por processo, a metodologia é
inversa, pois primeiramente chega-se aos custos por processo ou departamento, para posteriormente
distribuí-los aos produtos que passam por esses processos. Com isto, o cerne desse sistema passa a
ser os centros de custo, e não mais o produto elaborado através de uma ordem de produção.
• custo de produção: [origina-se] na acumulação dos custos dos diversos processos produtivos,
através de cinco etapas sequenciais: fluxo físico – produtivo –, unidades equivalentes, fluxo
monetário, custo total dos procedimentos e custo médio unitário. o custo total de cada centro
de custo ou departamento, dividido [por] sua respectiva produção, dará o custo médio unitário;
• transferência de custos: cada unidade produzida, que passa de um processo anterior para um
seguinte ou para o estoque de unidades acabadas, leva consigo uma parcela do custo total dos
processos precedentes;
• frequência das apurações: essas podem ser mensais, bimestrais ou trimestrais, porém
recomenda-se [que sejam] o mais frequentes possíveis, pois proporcionam um perfil
atualizado da estrutura de custos, e permite uma tomada de decisão a nível gerencial mais
rápida e segura;
Custos históricos obtidos através de gastos médios ou que não levem em conta uma base
científica do método de produção, não podem ser classificados como custos estimados. O custo
padrão sintetiza, em seu valor, o custo para se produzir um bem ou serviço. A seguir, são colocadas
algumas definições que servirão para um melhor entendimento do assunto...
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• padrão: medida de quantidade, peso, valor e qualidade, estabelecida por uma autoridade;
• custo padrão: valor do material, mão-de-obra ou gastos gerais de fabricação cuidadosamente
apurados, necessários a elaboração de um produto ou serviço;
• método do custo padrão: no ramo contábil, compara os custos atuais com o custo padrão,
testando as justificativas possíveis para as variações ocorridas.
Essa área científica é muito polêmica, por não se tratar, em geral, de discussões e controvérsias
sobre critérios empíricos e não-científicos, tendo assim uma elevada margem de contestação. Os
problemas econômicos se assemelham mais a medicina, [em que] paralelamente ao empirismo
consciente e experiente, são utilizadas técnicas científicas.
ABC é um sistema de custos que visa quantificar as atividades realizadas por uma empresa,
utilizando vetores – direcionadores –, para alocar as despesas de uma forma mais realista aos produtos
e serviços. O princípio básico do ABC é que as atividades são as causas dos custos, e os produtos
incorrem nesses mesmos custos através das atividades que eles exigem. O ABC, na prática, leva a um
rastreamento de dados que, habitualmente, não são considerados nos sistemas de custeio tradicionais,
por extensão, ele ajuda a redimensionar a mentalidade gerencial das empresas [em que] é aplicado.
Esse método de custeio visa basicamente detectar os custos ocultos existentes para produzir bens e
serviços, porém auxilia no descobrimento de custos reais dos produtos e processos, na análise mais
precisa dos custos de administração e na aferição de propostas mais competitivas em relação aos
concorrentes.
1. método das percentagens: é o mais antigo que se conhece. Parte da premissa que atribui
percentagens de algumas despesas sobre outras. Exemplos: percentual de despesas gerais de
fabricação sobre mão-de-obra, percentual de despesas gerais de fabricação somente sobre
mão-de-obra direta.
2. método da hora/máquina: esse método parte do princípio de baixo para cima, não baseado em
elementos contábeis e escriturais a serem distribuídos entre os produtos fabricados. Calcula-
se o custo horário de cada operação produtiva em cada máquina e o tempo necessário para
cada produto fabricado. Somando-se todos os elementos básicos, à medida que os produtos
passam pelas diferentes fases de produção, chega-se ao custo total.
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3. método das equivalências: esse método possui origem francesa, e está fundamentado na
quantificação da produção diversificada, porém similar, em uma única unidade
homogenizadora e equivalente que expresse toda a produção como sendo um único produto.
Os cálculos levam ao coeficiente de equivalência, obtendo uma produção total equivalente.
4. método da unidade padrão de esforço – UEP’s: esse método identifica a empresa como
concebida, com o objetivo básico de transformar matéria-prima em produto final. Para tanto,
as unidades produtivas realizam um esforço de produção nessa transformação. Esse esforço,
por sua vez, está associado a uma série de outros esforços parciais, que são, esforço das
máquinas e equipamentos, esforço material, esforço humano e esforço utilidade.
Princípio da competência
O princípio da competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam
reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento.
O princípio da competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de
despesas correlatas.
Princípio da prudência
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FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA
Um dos grandes problemas que as micros e pequenas empresas enfrentam hoje é a correta
determinação do preço das suas mercadorias. Atualmente, o mercado brasileiro é composto por
empresas de grande, médio e pequenos portes, como também as microempresas e os informais
(ambulantes), que têm em comum a participação em um mesmo segmento de mercado. As estruturas
operacionais destas empresas é que determinarão o real preço de venda de seus produtos,
independentemente do mercado. A que tem menor estrutura operacional, mais enxuta, certamente
conseguirá colocar uma mercadoria a um preço mais competitivo, talvez, bem abaixo do preço de
mercado. Isso é semelhante à concorrência entre um ambulante e um magazine. Por que o ambulante
consegue precificar abaixo do preço do magazine sendo a mesma mercadoria? Porque o ambulante
não tem estrutura operacional e o magazine possui uma estrutura de gastos que tem custos tributários,
financeiros, comissões, salários, telefone, aluguel, energia elétrica, dentre tantos outros. Este tipo de
concorrência está presente entre as várias empresas que compõem um mesmo segmento de mercado.
Este conjunto de gastos pesa na hora da precificação e certamente deverá ser cuidadosamente inserido
no preço de venda.
Além de preço de venda, os micro e pequenos empresários precisam estar atentos às
estratégias que são utilizadas pelas empresas para conquistar o mercado, dentre as quais destacam-se
as seguintes abaixo:
• Desnatação.
A desnatação envolve a fixação de um preço relativamente alto na vida de um produto. Ex:
Micro, Kit gás, etc. O preço é sistematicamente reduzido à medida que o tempo passa.
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• Preço de Penetração.
Colocação de um produto novo no mercado com um preço baixo com a intenção de ganhar
mercado. Mais tarde, o preço tende a aumentar. Ex: FIAT 147.
• Preço Predatório.
São preços estabelecidos, teoricamente, por tradição. Podem até dificultar a entrada de
concorrentes devido à margem de lucro estar atrelada ao mercado. Ex: Preço do cafezinho (
Pé-duro ), Preço do Jornal, etc.
• Preço Inflacionário.
Com a inflação, a empresa aumenta o preço dos produtos e depois passa a usar falsos
descontos para atrair os compradores. Ex: Mercado atual.
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FÓRMULAS
A representação na fórmula destes símbolos, (% + ... +), significa que será composta pelo
somatório de impostos sobre venda, despesas financeiras, comissões sobre vendas, despesas
administrativas, despesas com vendas, outras despesas e a margem de lucro desejada. Todos estes
itens serão comparados ao faturamento e convertidos em percentuais. Todos os componentes do mark
up são determinados através de relações percentuais médias sobre preços de vendas e, a seguir,
aplicados sobre o custo dos produtos.
Calculado o preço de venda da mercadoria através da fórmula do mark up, o micro e pequeno
empresário terão certeza de que dentro do seu preço de venda estarão incluídos todos os gastos de sua
empresa como também a margem de lucro desejada.
ICMS 17,00 %
Simples EPP 5,40 %
Comissão 4,00 %
Propaganda 2,50 %
Frete despesa 1,65 %
Perdas Estimadas 1,50 %
Financeiras 5,00 %
Margem Desejada 5,00 %
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CONCEITO DO PREÇO DE VENDA
R$ %
E LUCRO 30%
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PRÁTICA
Compare o preço de venda para obter lucro de 20%, 30%, 40% ou 50% para os seguintes custos e
despesas:
R$ %
E LUCRO
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PONTO DE EQUILÍBRIO
O ponto de equilíbrio equivale ao lucro variável. É a diferença entre o preço de venda unitário
do produto e os custos e despesas variáveis por unidade do produto. Isto significa que, em cada
unidade vendida, a empresa terá um determinado valor de lucro. Multiplicado pelo total das vendas,
teremos a contribuição marginal total do produto para o lucro da empresa. Em outras palavras, Ponto
de Equilíbrio significa o faturamento mínimo que a empresa tem que atingir para que não tenha
prejuízo, mas que também não estará conquistando lucro neste ponto.
É muito comum encontrarmos empresários que afirmam saber o que significa Ponto de
Equilíbrio. Alguns realmente sabem, outros pensam que sabem e têm aqueles que literalmente não
fazem a menor ideia do que venha ser Ponto de Equilíbrio. Se soubessem o quão importante é o
conhecimento deste indicador para a sobrevivência de um empreendimento, jamais se permitiriam
desconhecê-lo. Muitas micro e pequenas empresas não conseguem completar um ano de vida, em
alguns casos pelo completo desconhecimento do ramo de atividade a que se propuseram, e , na
maioria dos casos, por completo descontrole administrativo. O descontrole administrativo é tão grave
que as vezes o executivo se ilude pensando que está obtendo lucros em suas operações, mas na
verdade, acabam quebrando sem saber o motivo. Por incrível que pareça, acreditam que se as receitas
forem iguais às despesas fixas (aluguel do imóvel, salário do pessoal, condomínio, combustível,
material de expediente, pró-labore, etc) estarão pelo menos "tocando o negócio e empatando", como
se diz na gíria, não obtendo, nem lucro, nem prejuízo. A falência é uma questão de tempo.
Ponto de Equilíbrio é um dos indicadores contábeis que informa ao executivo o volume
necessário de vendas, no período considerado, para cobrir todas as despesas, fixas e variáveis,
incluindo-se o custo da mercadoria vendida ou do serviço prestado. Este indicador tem por objetivo
determinar o nível de produção em termos de quantidade e ou de valor que se traduz pelo equilíbrio
entre a totalidade dos custos e Retângulo de cantos arredondados: DIRETORIA das receitas. Para um
nível abaixo deste ponto, a empresa estará na zona de prejuízo e acima dele, na zona da lucratividade.
É o mínimo que se deve alcançar com receitas para que não amargue com prejuízo.
Ponto de Equilíbrio
Conforme se pode observar a figura acima, o Ponto de Equilíbrio é o ponto onde a linha da
Receita cruza com a linha do custo total. Para se calcular o Ponto de Equilíbrio, necessário se faz é o
conhecimento do conceito de Margem de Contribuição. Representa o lucro variável. É a diferença
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entre o preço de venda unitário do produto e os custos e despesas variáveis por unidade de produto.
Significa que em cada unidade vendida a empresa lucrará determinado valor. Multiplicado pelo total
vendido, teremos a contribuição marginal total do produto para a empresa. Margem de Contribuição,
nada mais é do que os resultados positivos, obtidos através da Receita, menos os Custos Variáveis.
Este resultado, que é a Margem de Contribuição, deverá ser igual aos Custos Fixos para que se chegue
ao Ponto de Equilíbrio.
É o mínimo que deveremos vender num determinado período de tempo para que nossas operações
não deem prejuízo. Obviamente que também não estaremos conseguindo lucro. No caso da empresa
acima, o Ponto de Equilíbrio seria:
Custo Fixo
PE = --------------------------- então,
% Margem Contribuição
R$ 28.000,00
PE = --------------------------- => PE = R$ 80.000,00
35 %
Então, R$ 80.000,00 é o mínimo, aproximadamente, que esta empresa tem que vender para
conseguir bancar a sua estrutura, ou seja, para não amargar com prejuízo.
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Ponto de Equilíbrio Econômico
É quando dentro dos Custos Fixos, existem variações patrimoniais que não significam
desembolsos para a empresa, mas que, de acordo com os Princípios Contábeis, estas variações devem
figurar no resultado do exercício, sendo confrontados com as receitas, porque contribuíram para a
constituição da mesma. Exemplo clássico é a depreciação. Usando o mesmo exemplo anterior, sem o
lucro desejado, vamos imaginar que dentro dos custos fixos exista um valor de R$ 2.000,00 referente
à depreciação. Eliminando-se a depreciação, o Ponto de Equilíbrio cai.
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