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Poços e

Águas Subterrâneas
Módulo I - Prospecção e locação
Módulo II – Construção de poços
Módulo III – Operação e manutenção
Módulo IV – Tratamento de água
Módulo V - Legislação
Antonio Luiz Pinhatti
Hidrogeólogo - MSc
apinhatti@usp.br

Centro de Pesquisas de Águas


Subterrâneas
www.cepas.igc.usp.br 2019
A utilização da água subterrânea
a partir de poços
ÁGUA SUBTERRÂNEA: suprimento ou complemento ao
abastecimento de água?

❖ Quanto de água será necessária?


❖ Com que nível de qualidade?
❖ Quais os usos a que se destina?
❖ Quais as alternativas e as chances de suprir as
necessidades?
❖A que custo?
Módulo II
Construção de poços
Poços Tubulares Profundos
➢Tipos de poços
Poço Tubular (Profundo)
Poço Cacimba, escavado ou Amazonas
Poço de monitoramento
Poço Artesiano – termo associado ao fenômeno de
artesianismo, que refere-se à ascenção da água no interior do
poço acima do topo do aquífero. Quando atinge a superfície o
poço é denominado Poço Artesiano Jorrante
Poço Semi-artesiano – denominação usada entre pequenos
perfuradores de poços para designar poços não jorrantes, isto é,
que necessitam sempre de uma bomba para se extrair água.
Também utilizada para poços de pequeno porte - em
profundidade e diâmetros. Termo não usado no meio técnico.
➢Tipos de poços
•Definição ABAS/DAEE, 1987

Obra de captação de água subterrânea executada com


máquina específica, mediante perfuração vertical

•Definição do Decreto Estadual nº 32.955/91

Poço de diâmetro reduzido, perfurado com equipamento


especializado
➢Tipos de poços tubulares

superfície

20 m
30 m

150 m

300 m
POÇO NÃO-
Tipo de Poço POÇO REVESTIDO POÇO MISTO
REVESTIDO
➢Poços parcial ou totalmente penetrantes

Fonte: KRUSEMAN E DE RIDDER (1991)


Projeto do poço
Objetivos
▪ Maior vazão possível para o menor rebaixamento
(melhor capacidade específica)
▪ Melhor relação custo/benefício
▪ Manutenção da qualidade da água e proteção
sanitária da captação
▪ Maior vida útil da captação.

❖ De acordo com a norma NBR 12.212/2006 – Projeto de


poço para captação de água subterrânea
Projeto do poço
Fatores condicionantes
▪ Demanda a ser atendida
▪ Sequência litológica e respectivas espessuras
▪ Tipos de aquíferos
▪ Características hidrodinâmicas dos aquíferos
▪ Granulometria dos pacotes arenosos
▪ Espessura e características do manto de alteração
▪ Qualidade da água a ser bombeada
Construção de poços
Componentes do Poço

Tubo de boca /
selo sanitário

Fonte: LÓPEZ GETA et al. (2001)


TIPOS DE TERRENO

FRATURAS FRATURAS
TIPOS DE POÇOS

FRATURAS FRATURAS
TIPOS DE POÇOS
SEDIMENTAR

FRATURAS FRATURAS
TIPOS DE POÇOS
SEDIMENTAR MISTO

FRATURAS
TIPOS DE POÇOS
SEDIMENTAR MISTO CRISTALINO

FRATURAS FRATURAS
SEDIMENTAR

• Passos da
perfuração de
poços tubulares
em terrenos
sedimentares
Fases da Perfuração
Fases da Perfuração
0º ÁREA SELECIONADA
Fases da Perfuração
1º FURO-GUIA

30 m
Ø 8.1/2”
Fases da Perfuração
2º ABERTURA PARA APLICAÇÃO DO TUBO DE BOCA

Ø 20” 20 m

Ø 8.1/2” 30 m
Fases da Perfuração
3º APLICAÇÃO DO TUBO DE BOCA

Ø 14”

Tubo de Boca

Ø 20” 20 m

Ø 8.1/2” 30 m
Fases da Perfuração
4º CIMENTAÇÃO DO TUBO DE BOCA

Cimentação Tubo de Boca

20 m

Ø 8.1/2” 30 m
Fases da Perfuração
5º CONTINUAÇÃO DO FURO GUIA

Cimentação Tubo de Boca

20 m

200 m
Fases da Perfuração
5º+A: PERFILAGEM GEOFÍSICA (aconselhável, mas depende do poço)

Cimentação Tubo de Boca

20 m

Ø 8.1/2” 200 m
Fases da Perfuração
6º ALARGAMENTO PARA APLICAR O REVESTIMENTO

Cimentação Tubo de Boca

20 m

Ø 12.1/4”

200 m
Fases da Perfuração
7º APLICAÇÃO DO REVESTIMENTO
Ø 6”

Cimentação Tubo de Boca

20 m

Filtro

Tubos de Revestimento

199 m

200 m
Fases da Perfuração
8º APLICAÇÃO DO PRÉ-FILTRO

Cimentação Tubo de Boca

20 m

Filtro

Tubos de Revestimento

Pré-Filtro

200 m
Fases da Perfuração
9º APLICAÇÃO DOS TUBOS DE RECARGA E CIMENTAÇÃO DO ANULAR
Tubo de Recarga

Cimentação Tubo de Boca

20 m

Filtro

Tubos de Revestimento

Pré-Filtro

200 m
Fases da Perfuração
10º PERFIL DE UM POÇO PERFURADO
Tubo de Recarga

Cimentação Tubo de Boca

20 m

Filtro

Tubos de Revestimento

Pré-Filtro

200 m
Fases da Perfuração
10º PERFIL DE UM POÇO PERFURADO
Poço Tubular em Sedimento
Tubo de Recarga

Cimentação Tubo de Boca

20 m

Filtro

Tubos de Revestimento

Pré-Filtro

200 m
Poço em Cristalino
CRISTALINO
Perfuração do furo inicial

15 m
Ø 6”
Poço em Cristalino
CRISTALINO
Alargamento do furo inicial

20 m
Ø 121/4” Ou até atingir a rocha sã
Poço em Cristalino
CRISTALINO
Colocação do tubo de boca

Ø 121/4”
20 m
Poço em Cristalino
CRISTALINO
Cimentação do espaço anelar

Ø 121/4”
15 m

Ø 6”
Poço em Cristalino
CRISTALINO CRISTALINO
Aprofundamento do furo

Ø 121/4”
15 m

FRATURAS

Até a profundidade necessária


(150-300m)
Ø 6”
Poço em Cristalino
CRISTALINO
Laje de proteção (1m2)

Ø 121/4”
15 m

FRATURAS
Filtro
estampado
ou Nold
Filtro espiralado
PERFIL CONSTRUTIVO DO POÇO
Laje de proteção sanitária

Perfuração Ø22"
Solo e sedimentos argilo-
Tubo de boca Ø16" arenosos
Cimentação 18m - Ø22"

Tubo de aço preto,


SCH 20, Ø8"

Pré-filtro Pérola, Arenitos finos


1,5 a 3,0 mm a médios, siltitos,
siltitos-arenosos,
argilitos
Filtro espiralado, aço
galvanizado, STD,
Ø8", ab.0,75mm

Perfuração Ø14¾"

Perfuração Ø 12¼" 150m - Ø14¾"

Arenitos finos compactos,


folhelhos, diamictitos,
Perfuração Ø 6" siltitos, diabásio

300m - Ø6"
Tipos de poços segundo o
MÉTODO DE PERFURAÇÃO
Perfuração à Percussão (quase inexistente)
Perfuração Rotativa (circulação direta e circulação
inversa de lama)
Perfuração rotopneumática
MÉTODO À PERCUSSÃO

Geologia: Rochas duras, sedimentos consolidados e sedimentos


suaves (eventual/e)
Profundidade : centenas de metros
Diâmetro: 4”-14” (100-300mm)
Velocidade de Perfuração : Lenta
Capacitação Pessoal: Média-Alta
Equipamento: pouco a moderadamente complexo
Custo do equipamento: médio
Sondas à percussão são pouco usadas hoje para perfuração – devido
ao seu forte guincho são usadas para manutenção de poços.
MÉTODO ROTATIVO com circulação direta de lama
Geologia: Rochas duras e sedimentos diversos
Profundidade: milhares de metros
Diâmetro: Até 26” (<660 mm)
Velocidade de Perfuração: Rápido
Capacitação Pessoal: muito alta
Equipamento: Altamente complexo
Custo do Equipamento: Muito alto
Perfuração de poço tubular em sedimento pelo método
ROTATIVO DIRETO DE CIRCULAÇÃO
MÉTODO ROTATIVO DE CIRCULAÇÃO DIRETA DE LAMA

Broca Tricônica de dentes de aço - diâmetro 12¼”

Estabilizador
Broca Tricônica near bit
de Tungstênio
diâmetro 12¼”

Broca
Amostragem em perfuração de poço tubular no
Aquífero Tubarão – Porto Feliz, SP
Amostragem em perfuração de poço tubular no
Aquífero Tubarão – Porto Feliz, SP
Perfilagem Geofísica - Perfil Composto
Avanço da
perfuração
MÉTODO ROTATIVO DE CIRCULAÇÃO DIRETA DE LAMA

Comandos de
Hastes ou Tubos Perfuração
de Perfuração Drill Collar Tubos de
Drill Pipes Revestimento
MÉTODO ROTATIVO DE CIRCULAÇÃO DIRETA DE LAMA

Tanques de lama Canaletas de lama

Conjunto Moto-bomba Bomba Centrífuga de Lama


MÉTODO ROTATIVO DE CIRCULAÇÃO DIRETA DE LAMA

Balança de lama
TUBO DE BOCA – Descida do tubo de boca

Içamento do tubo

Tubos preparados para


soldagem

Soldagem
TUBO DE BOCA – Cimentação do espaço anular

Tubo centralizado

Cimentação
com tubos
auxiliares
Cimentação por bombeamento

Preparação da pasta de cimento:


1 sc cimento (50 kg) / 25 L água =
42 L de pasta de cimento (14 lb/gl)
PRÉ-FILTRO e ISOLANTE IMPERMEÁVEL

PRÉ-FILTRO - Granulometria 3 a 6 mm

BENTONITA
- Compactolit
REVESTIMENTO DE PVC – DIÂMETRO 4”

FILTRO PVC –
Diâmetro 4”

União por rosca –


Ponta e Bolsa
REVESTIMENTO DE PVC – DIÂMETRO 4”
MÉTODO ROTOPNEUMÁTICO (martelo pneumático)

Geologia: Rochas duras ou sedimentos coesos


Profundidade: centenas de metros
Diâmetro: Até 12” (<305 mm)
Velocidade de Perfuração : Muito Rápido
Capacitação Pessoal: Alta
Equipamento: Altamente Complexo
Custo do Equipamento: Muito alto
MARTELO
PNEUMÁTICO
Perfuração de poço tubular em rocha pelo método
ROTOPNEUMÁTICO (MARTELO)
MÉTODO ROTOPNEUMÁTICO

Bit de Perfuração e Martelo Pneumático - diâmetro 8”


TESTE DE BOMBEAMENTO / TESTE DE VAZÃO

CONJUNTO DE BOMBEAMENTO

▪ Bomba Submersa
▪ Tubulação Edutora (tubos de aço galvanizado
rosqueáveis – vários diâmetros)
▪ Tubulação para medição de nível (tubos de PVC
rosqueáveis – ؾ”)
▪ Cabo elétrico (bitola do cabo é função da potência e
da voltagem da bomba)
▪ Painel de comando elétrico
TESTE DE BOMBEAMENTO / TESTE DE VAZÃO
TESTE DE BOMBEAMENTO / TESTE DE VAZÃO
Teste de Vazão Máxima

• bombeamento contínuo 24 horas de duração

• vazão constante (regulada em um registro), podendo ser


decrescente ao longo do período > quando se parte o teste
com o registro aberto a vazão decresce numa relação direta
com o rebaixamento do nível dinâmico até ficar constante ou
tendendo a estabilizar quando o nível atinge sua profundidade
máxima

• Leituras de ND (rebaixamento) e vazão


TESTE DE BOMBEAMENTO / TESTE DE VAZÃO

Teste de Recuperação

• inicia-se no exato instante em que se encerra o teste de vazão


máxima > quando a bomba é desligada

• medição da recuperação do nível d´água

• período de duração suficiente para recuperar 75% do


rebaixamento atingido > pode levar poucas horas até 24 horas
TESTE DE BOMBEAMENTO / TESTE DE VAZÃO

Teste de Vazão Escalonada

• 4 etapas de no mínimo uma hora de duração

• vazão constante em cada etapa

• proporção das vazões em relação à vazão máxima:

Mais usada > 40% - 60% - 80% - 100%

• término de uma etapa coincide com o início da próxima

• Permite determinar a vazão de operação ideal para o poço


EQUIPAMENTO DE BOMBEAMENTO
tipo: Bomba Submersível marca: EBARA potência (cv): 12,5
diam.(pol.): 8 modêlo: BHS 813-1 prof.crivo (m): 33,00
Prof. N.E.(m): 7,01 referência de medidas: 0,00
Início Término
data: 29/08/2016 hora: 08:20 data: 31/08/2016 hora: 16:00
s/Q Q/s s/Q calc
Q (m3/h) N.D.(m) s med (m) duração (h) s calc (m)
(m/m3/h) (m3/h/m) (m/m3/h)
99,80 12,28 5,27 0,0528 18,9374 24:00 4,32 0,0433
55,00 8,98 1,97 0,0358 27,9188 1:00 2,96 0,0538
70,00 9,30 2,29 0,0327 30,5677 1:00 2,11 0,0301
85,00 9,90 2,89 0,0340 29,4118 1:00 3,00 0,0353
100,00 11,09 4,08 0,0408 24,5098 1:00 4,51 0,0451
Vazão Q (m³/h)
Rebaixamento s (m)

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120


0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00

Gráfico s x Q Ponto Crítico = 90 m³/h


VAZÃO SUSTENTÁVEL
❖ Inferior ao ponto crítico
❖ Suficiente para atender a demanda com o
menor rebaixamento possível
❖ Em regime de trabalho nunca superior à 20
horas/dia, se possível permitindo que o nível
recupere o máximo durante o período de parada
❖ Que não provoque interferência em poços
vizinhos
❖ Que não leve à superexplotação do aquífero

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