Você está na página 1de 26

Assine o DeepL Pro para traduzir documentos maiores.

Visite www.DeepL.com/pro para mais informações.

Versão prévia não editada

Decisão -/CP.28 -/CMA.5

Operacionalização das novas disposições de financiamento,


incluindo um fundo, para responder a perdas e danos
danos referidos nos pontos 2-3 das decisões
2/CP.27 e 2/CMA.4
A Conferência das Partes e a Conferência das Partes na qualidade de reunião das
Partes no Acordo de Paris,
Recordando as decisões 2/CP.27 e 2/CMA.4,
Recordando igualmente as decisões 2/CP.27, n.º 2, e 2/CMA.4, n.º 2, através das
quais foram estabelecidas novas modalidades de financiamento para ajudar os países em
desenvolvimento particularmente vulneráveis aos efeitos adversos das alterações climáticas
a responderem às perdas e danos, nomeadamente com especial incidência na resposta a
essas perdas e danos, fornecendo e ajudando a mobilizar recursos novos e adicionais, e que
especificam que essas novas modalidades complementam e incluem fontes, fundos,
processos e iniciativas no âmbito e fora da Convenção e do Acordo de Paris,
Recordando ainda as decisões 2/CP.27, n.ºs 1 e 3, e 2/CMA.4, n.ºs 1 e 3, através das
quais, no contexto do estabelecimento de novas disposições de financiamento, foi criado
um fundo de resposta a perdas e danos cujo mandato inclui uma tónica na abordagem das
perdas e danos para ajudar os países em desenvolvimento que são particularmente
vulneráveis aos efeitos adversos das alterações climáticas a responder às perdas e danos
económicos e não económicos associados aos efeitos adversos das alterações climáticas,
incluindo fenómenos meteorológicos extremos e fenómenos de início lento,
Reconhecendo que as alterações climáticas são uma preocupação comum da
humanidade e que as Partes devem, ao tomarem medidas para fazer face às alterações
climáticas, respeitar, promover e ter em conta as respectivas obrigações em matéria de
direitos humanos, o direito a um ambiente limpo, saudável e sustentável, o direito à saúde,
os direitos dos povos indígenas, das comunidades locais, dos migrantes, das crianças, das
pessoas com deficiência e das pessoas em situações vulneráveis e o direito ao
desenvolvimento, bem como a igualdade de género, a capacitação das mulheres e a
equidade entre gerações1
Recordando o entendimento da Conferência das Partes e da Conferência das Partes
na sua qualidade de reunião das Partes no Acordo de Paris de que os mecanismos de
financiamento, incluindo um fundo, para responder a perdas e danos se baseiam na
cooperação e na facilitação e não envolvem responsabilidade ou indemnização2
Manifestando o seu apreço aos Governos do Egipto, da República Dominicana e dos
Emirados Árabes Unidos por terem acolhido, respetivamente, as reuniões 1st e 4th , a
reunião 3rd e a reunião 5th do Comité de Transição e aos Governos da Austrália, da
Alemanha, da Noruega e dos Estados Unidos da América por terem prestado apoio
financeiro aos trabalhos do Comité,
1. Congratulam-se com o relatório do Comité de Transição3 que contém recomendações
sobre a operacionalização dos mecanismos de financiamento para responder às perdas e
danos referidos no parágrafo 2 das decisões 2/CP.27 e 2/CMA.4, incluindo o fundo referido
no parágrafo 3 das mesmas decisões (a seguir designado por "Fundo"), e tomam nota com
apreço do trabalho do Comité de Transição no cumprimento do seu mandato4

1 Decisão 1/CMA.4, décimo primeiro parágrafo preambular.


2 FCCC/CP/2022/10, para. 7(b), e FCCC/PA/CMA/2022/10, para. 71.
3 FCCC/CP/2023/9–FCCC/PA/CMA/2023/9.
4 Decisões 2/CP.27, para. 4, e 2/CMA.4, para. 4.
Versão prévia não editada

2. Aprovar o instrumento de gestão do Fundo, tal como consta do Anexo I;


3. Decidir que o Fundo será gerido por um secretariado novo, específico e independente;
4. Decidir igualmente que o Fundo será gerido e supervisionado por um Conselho de Administração;
5. Decidem ainda designar o Fundo como uma entidade encarregada do funcionamento
do Mecanismo Financeiro da Convenção, também ao serviço do Acordo de Paris, que será
responsável perante a Conferência das Partes e a Conferência das Partes, na sua qualidade
de reunião das Partes no Acordo de Paris, e funcionará sob a sua orientação;
6. Decidir que os acordos com o Fundo, coerentes com o Instrumento de Governação
do Fundo e para assegurar que o Fundo é responsável e funciona sob a orientação da
Conferência das Partes e da Conferência das Partes na sua qualidade de reunião das Partes
no Acordo de Paris, devem ser aprovados pela Conferência das Partes na sua vigésima nona
sessão (novembro de 2024) e pela Conferência das Partes na sua qualidade de reunião das
Partes no Acordo de Paris na sua sexta sessão (novembro de 2024);
7. Solicitar ao Comité Permanente de Finanças que elabore os acordos referidos no n.º
6 supra, a celebrar entre a Conferência das Partes, a Conferência das Partes na sua
qualidade de reunião das Partes no Acordo de Paris e o Conselho de Administração do
Fundo, em conformidade com o Instrumento de Governação do Fundo, para análise e
aprovação pelo Conselho de Administração e subsequente análise e aprovação pela
Conferência das Partes na sua vigésima nona sessão (novembro de 2024) e pela
Conferência das Partes na sua qualidade de reunião das Partes no Acordo de Paris na sua
sexta sessão (novembro de 2024);
8. Convidar as Partes, através dos seus grupos e circunscrições regionais, a apresentar
ao secretariado da CQNUAC, o mais rapidamente possível, nomeações de representantes
para membros do Conselho de Administração do Fundo;
9. Decidir que o membro suplente para o lugar no Conselho de Administração do
Fundo referido na alínea g) do ponto 17 do Anexo I será rotativo entre os países em
desenvolvimento Partes nos grupos e circunscrições regionais enumerados nas alíneas b-f)
do ponto 17 do Anexo I;
10. Solicitar ao secretariado da CQNUAC que inicie os preparativos para a convocação
da primeira reunião do Conselho de Administração do Fundo, logo que todas as nomeações
de membros com direito de voto tenham sido apresentadas, mas o mais tardar até 31 de
janeiro de 2024, e que convoque as reuniões subsequentes até que o secretariado do Fundo
esteja operacional;
11. Exortar o Conselho de Administração do Fundo a selecionar prontamente o Diretor
Executivo do Fundo através de um processo baseado no mérito, aberto e transparente;
12. Exortar igualmente as Partes que são países desenvolvidos a continuarem a prestar
apoio e a encorajar outras Partes a prestarem ou continuarem a prestar apoio, numa base
voluntária, a actividades destinadas a fazer face a perdas e danos;5
13. Convidar contribuições financeiras, com as Partes que são países desenvolvidos a
continuarem a assumir a liderança no fornecimento de recursos financeiros para iniciar a
operacionalização do Fundo;
14. Acolher as ofertas de XXX para contribuir para o Fundo;
15. Decidir que o Conselho de Administração do Fundo será dotado de personalidade
jurídica e da capacidade jurídica necessária ao desempenho das suas funções e
competências, nomeadamente a capacidade jurídica para negociar, concluir e celebrar um
acordo de acolhimento com o Banco Mundial na qualidade de administrador provisório e
anfitrião do secretariado do Fundo;
16. Solicitar ao Conselho de Administração do Fundo que seleccione o país anfitrião do
Conselho de Administração através de um processo aberto, transparente e competitivo,
devendo o país anfitrião do Conselho de Administração conferir-lhe a personalidade
jurídica e a capacidade jurídica necessárias para o desempenho das suas funções;
17. Convidar o Banco Mundial, sob reserva do disposto nos pontos 20 a 24 infra, a
tornar o Fundo operacional como fundo intermediário financeiro acolhido pelo Banco
2
Versão prévia não editada

Mundial durante um período provisório de quatro anos,

5 Estenúmero não prejudica quaisquer acordos de financiamento futuros, quaisquer posições das Partes
em negociações actuais ou futuras, ou entendimentos e interpretações da Convenção e do Acordo de
Paris.

3
Versão prévia não editada

a partir das sessões da Conferência das Partes e da Conferência das Partes na sua qualidade
de reunião das Partes no Acordo de Paris, nas quais o Conselho de Administração do Fundo
confirme que as condições referidas no n.º 20 infra podem ser satisfeitas, devendo o Fundo
ser gerido por um novo secretariado específico e independente, acolhido pelo Banco
Mundial;
18. Confirmam a sua expetativa de que, enquanto fundo intermediário financeiro, o
Fundo funcionará com a personalidade jurídica e a capacidade jurídica do Banco Mundial e
que os privilégios e imunidades concedidos ao Banco Mundial se aplicarão aos
funcionários, bens, activos, arquivos, rendimentos, operações e transacções do Fundo;
19. Convidar o Banco Mundial a tomar as medidas necessárias para operacionalizar
prontamente o Fundo como um fundo intermediário financeiro e a apresentar ao Conselho
de Administração do Fundo, o mais tardar oito meses após a conclusão da vigésima oitava
sessão da Conferência das Partes, a documentação relevante do fundo intermediário
financeiro, aprovada pelo Conselho de Administração do Banco Mundial, incluindo um
acordo de acolhimento entre o Conselho de Administração do Fundo e o Banco Mundial,
com base em consultas e orientações do Conselho de Administração do Fundo, tal como
referido no parágrafo 25 abaixo;
20. Decidir que, tal como se explica nos parágrafos 21-24 abaixo, a continuação da
operacionalização do Fundo durante o período intercalar estará condicionada ao facto de o
Banco Mundial acolher o Fundo como um fundo intermediário financeiro de uma forma
que
(a) É plenamente coerente com o Instrumento de Gestão do Fundo;
(b) Assegura a plena autonomia do Conselho de Administração do Fundo para
selecionar o Diretor Executivo do Fundo a um nível de antiguidade fixado pelo Conselho
de Administração, em conformidade com as políticas pertinentes do Banco Mundial em
matéria de recursos humanos;
(c) Permite que o Fundo estabeleça e aplique os seus próprios critérios de
elegibilidade, nomeadamente com base nas orientações da Conferência das Partes e da
Conferência das Partes na sua qualidade de reunião das Partes no Acordo de Paris;
(d) Assegura que o instrumento de gestão do Fundo substitui, se for caso disso,
as políticas do Banco Mundial nos casos em que estas diferem;
(e) Permite que todos os países em desenvolvimento tenham acesso direto aos
recursos do Fundo, nomeadamente através de entidades subnacionais, nacionais e regionais
e de pequenas subvenções às comunidades, em conformidade com as políticas e
procedimentos a estabelecer pelo Conselho de Administração do Fundo e com as
salvaguardas e normas fiduciárias aplicáveis;
(f) Permite o recurso a outras entidades de execução para além dos bancos
multilaterais de desenvolvimento, do Fundo Monetário Internacional e das agências das
Nações Unidas, em conformidade com as políticas e procedimentos a estabelecer pelo
Conselho de Administração do Fundo e com as salvaguardas e normas fiduciárias
aplicáveis;
(g) Assegura que as Partes na Convenção e no Acordo de Paris que não sejam
países membros do Banco Mundial possam aceder ao Fundo sem necessidade de decisões
ou derrogações do Conselho de Administração do Banco Mundial relativamente a pedidos
de financiamento individuais;
(h) Autoriza o Banco Mundial, na sua qualidade de fiduciário, a investir as
contribuições para o Fundo nos mercados de capitais, a fim de preservar o capital e o
rendimento geral do investimento, em conformidade com as considerações de devida
diligência;
(i) Assegura que o Fundo possa receber contribuições de uma grande variedade
de fontes, em conformidade com as considerações de diligência devida;
(j) Confirma que os activos do Fundo e o seu secretariado gozam dos privilégios
e imunidades necessários;
(k) Assegura uma metodologia de recuperação de custos que seja razoável e adequada;
4
Versão prévia não editada

21. Decide também, não obstante o convite referido no parágrafo 17 acima, que se o
Banco Mundial não confirmar que está disposto e capaz de cumprir as condições
estabelecidas no parágrafo 20 acima dentro de seis meses após a conclusão da vigésima
oitava sessão da Conferência das Partes, o Conselho lançará o processo de seleção do país
anfitrião do Fundo e da Conferência das Partes na sua vigésima nona sessão e na
Conferência

5
Versão prévia não editada

das Partes, na sua qualidade de reunião das Partes no Acordo de Paris, aprovará, na sua
sexta sessão, as alterações necessárias ao instrumento de gestão do Fundo;
22. Decidem ainda que, se o Conselho de Administração do Fundo determinar que a
documentação relevante do fundo intermediário financeiro referida no n.º 19 supra,
aprovada pelo Conselho de Administração do Banco Mundial, não garante que as condições
estabelecidas no n.º 20 supra possam ser cumpridas durante o período intercalar, a
Conferência das Partes e a Conferência das Partes na sua qualidade de reunião das Partes no
Acordo de Paris, com base numa recomendação do Conselho de Administração do Fundo
tomará as medidas necessárias para tornar o Fundo operacional como instituição autónoma
e independente, incluindo a aprovação das alterações necessárias ao Instrumento de Gestão
do Fundo e a prestação de orientações ao Conselho de Administração no que respeita ao
processo de seleção do país anfitrião do Fundo, ou a Conferência das Partes e a Conferência
das Partes na sua qualidade de reunião das Partes no Acordo de Paris podem tomar
qualquer outra medida considerada adequada;
23. Decidir que, se as condições estabelecidas no n.º 20 não tiverem sido cumpridas,
conforme determinado pelo Conselho de Administração do Fundo na sequência de uma
avaliação independente do desempenho do Banco Mundial enquanto anfitrião do
secretariado do Fundo, a Conferência das Partes e a Conferência das Partes na sua
qualidade de reunião das Partes no Acordo de Paris tomarão medidas, no final do período
transitório referido no n.º 17, para estabelecer o Fundo como uma instituição autónoma e
independente, incluindo no que diz respeito a quaisquer alterações necessárias ao
Instrumento de Gestão do Fundo e fornecendo orientações ao Conselho de Administração
no que diz respeito ao processo de seleção do país anfitrião do Fundo, ou tomar qualquer
outra medida considerada adequada;
24. Decidir igualmente que, se as condições estabelecidas no n.º 20 supra tiverem sido
cumpridas, conforme determinado pelo Conselho de Administração do Fundo na sequência
de uma avaliação independente do desempenho do Banco Mundial enquanto anfitrião do
secretariado do Fundo, a Conferência das Partes e a Conferência das Partes na sua
qualidade de reunião das Partes no Acordo de Paris tomarão medidas no final do período
intercalar referido no n.º 17 supra para convidar o Banco Mundial a continuar a gerir o
Fundo enquanto fundo intermediário financeiro, com ou sem condições, conforme
adequado;
25. Decidir ainda que, antes da criação do fundo intermediário financeiro, o Conselho
de Administração do Fundo fornecerá orientações ao Banco Mundial para que este adopte
as medidas necessárias para estabelecer o Fundo como um fundo intermediário financeiro;
26. Decidir criar um secretariado provisório do Fundo para prestar apoio, incluindo
apoio administrativo, ao Conselho de Administração do Fundo durante o período de
transição até à criação do secretariado independente referido no n.º 3 supra e solicitar aos
secretariados da CQNUAC e do Fundo Verde para o Clima e convidar o Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento a formar conjuntamente este secretariado;
27. Acolher e confirmar as recomendações do Comité de Transição relativas às
modalidades de financiamento constantes do Anexo II.

6
Versão prévia não editada

Anexo I

Instrumento de gestão do Fundo


1. O Fundo é operacionalizado em conformidade com as disposições seguintes.

I. Objectivos e finalidade
2. O objetivo do Fundo é ajudar os países em desenvolvimento que são particularmente
vulneráveis aos efeitos adversos das alterações climáticas a responder às perdas e danos
económicos e não económicos associados aos efeitos adversos das alterações climáticas,
incluindo fenómenos meteorológicos extremos e fenómenos de início lento.
3. Dada a necessidade urgente e imediata de recursos financeiros novos, adicionais,
previsíveis e adequados para ajudar os países em desenvolvimento particularmente
vulneráveis aos efeitos adversos das alterações climáticas a responder às perdas e danos
económicos e não económicos associados aos efeitos adversos das alterações climáticas,
incluindo fenómenos meteorológicos extremos e fenómenos de início lento, especialmente
no contexto de acções em curso e ex post (incluindo reabilitação, recuperação e
reconstrução), o Fundo pretende ser um novo canal de financiamento multilateral para
ajudar esses países a responder às perdas e danos associados aos efeitos adversos das
alterações climáticas. O Fundo procurará igualmente ajudar esses países a mobilizarem
financiamento externo para reforçar os seus esforços de resposta aos prejuízos e danos,
apoiando simultaneamente a realização dos objectivos internacionais de desenvolvimento
sustentável e a erradicação da pobreza.
4. O Fundo deve funcionar de forma a promover a coerência e a complementaridade
com os mecanismos de financiamento novos e existentes para dar resposta às perdas e
danos associados aos efeitos adversos das alterações climáticas em todas as arquitecturas
internacionais financeiras, climáticas, humanitárias, de redução do risco de catástrofes e de
desenvolvimento. Em conformidade com as disposições previstas no capítulo VI, o Fundo
desenvolverá novos mecanismos de coordenação e cooperação para ajudar a reforçar a
complementaridade e a coerência e facilitará as ligações entre si e as várias fontes de
financiamento, incluindo os fundos verticais pertinentes, se for caso disso, a fim de,
nomeadamente, promover o acesso ao financiamento disponível, evitar duplicações e
reduzir a fragmentação.
5. O Fundo actuará de forma transparente e responsável, pautando-se pela eficiência e
eficácia e pela boa gestão financeira. O Fundo seguirá uma abordagem de apropriação
nacional dos programas e projectos e procurará promover e reforçar os sistemas de resposta
nacionais através, nomeadamente, da participação efectiva das instituições e partes
interessadas relevantes, incluindo os intervenientes não estatais. O Fundo deve ser escalável
e flexível; praticar a aprendizagem contínua, orientada por processos de acompanhamento e
avaliação; esforçar-se por maximizar o impacto do seu financiamento na resposta às perdas
e danos associados aos efeitos adversos das alterações climáticas, promovendo
simultaneamente os co-benefícios ambientais, sociais, económicos e de desenvolvimento; e
adotar uma abordagem culturalmente sensível e sensível às questões de género.

II. Âmbito de aplicação


6. O Fundo financiará a resposta a uma série de desafios associados aos efeitos
adversos das alterações climáticas, como as emergências relacionadas com o clima, a
subida do nível do mar, as deslocações, as deslocalizações, as migrações, a insuficiência de
informações e dados sobre o clima e a necessidade de reconstrução e recuperação
resistentes às alterações climáticas.
7. O Fundo centrar-se-á nas lacunas prioritárias do atual conjunto de instituições,
incluindo instituições mundiais, regionais e nacionais, que financiam actividades
relacionadas com a resposta a perdas e danos. Para o efeito, o Fundo prestará um apoio
7
Versão prévia não editada

complementar e adicional e melhorará a rapidez e a adequação do acesso ao financiamento


para responder às perdas e aos danos causados por países em desenvolvimento
particularmente vulneráveis.

8
Versão prévia não editada

8. O Fundo prestará apoio para responder às perdas e danos económicos e não


económicos associados aos efeitos adversos das alterações climáticas. Este apoio pode
incluir o financiamento complementar das acções humanitárias empreendidas
imediatamente após um fenómeno meteorológico extremo; o financiamento da recuperação,
reconstrução ou reabilitação a médio ou longo prazo; e o financiamento de acções
destinadas a fazer face a fenómenos de início lento.
9. O apoio prestado pelo Fundo pode incluir o desenvolvimento de planos de resposta
nacionais, a resolução da insuficiência de informações e dados sobre o clima e a promoção
da mobilidade humana equitativa, segura e digna sob a forma de deslocação, relocalização e
migração em casos de perdas e danos temporários e permanentes.

III. Governação e disposições institucionais

A. Estatuto jurídico

10. O Fundo terá personalidade jurídica internacional e capacidade jurídica adequada ao


exercício das suas funções, ao cumprimento dos seus objectivos e à proteção dos seus
interesses, nomeadamente capacidade para celebrar contratos, adquirir e alienar bens
móveis e imóveis e intentar acções judiciais em defesa dos seus interesses. O Fundo gozará
dos privilégios e imunidades necessários ao cumprimento independente do seu objetivo. Os
funcionários do secretariado do Fundo gozarão igualmente dos privilégios e imunidades
necessários ao exercício independente das suas funções oficiais.

B. Relação com a Conferência das Partes e a Conferência das Partes na


sua qualidade de reunião das Partes no Acordo de Paris

11. O Fundo será designado como uma entidade encarregada do funcionamento do


Mecanismo Financeiro da Convenção, que serve igualmente o Acordo de Paris, e será
responsável perante a Conferência das Partes (COP) e a Conferência das Partes na sua
qualidade de reunião das Partes no Acordo de Paris (CMA), funcionando sob a sua
orientação.
12. As disposições destinadas a garantir que o Fundo seja responsável e funcione sob a
orientação da COP e da CMA, em conformidade com o presente Instrumento de
Governação, serão concluídas entre a COP, a CMA e o Conselho de Administração do
Fundo para análise e aprovação na COP 29 (novembro de 2024) e na CMA 6 (novembro de
2024).
13. O Conselho de Administração irá:
(a) Receber orientações do COP e do CMA sobre as suas políticas, prioridades
do programa e critérios de elegibilidade;
(b) Tomar as medidas adequadas em resposta às orientações recebidas do COP e
da CMA;
(c) Apresentar relatórios anuais ao COP e ao CMA para apreciação.
14. O Conselho de Administração pode rever a periodicidade das orientações do COP e
do CMA e fazer uma recomendação sobre o assunto para consideração do COP e do CMA.

C. Direção

1. Composição
15. O Fundo será gerido e supervisionado por um Conselho de Administração, que é o
seu órgão de decisão. O Conselho de Administração será responsável pela definição da
orientação estratégica do Fundo e pela sua governação e modalidades operacionais,
políticas, quadros e programa de trabalho, incluindo as decisões de financiamento
pertinentes.

9
Versão prévia não editada

16. O Conselho de Administração terá uma representação equitativa e equilibrada de


todas as Partes no âmbito de um sistema de governação transparente.
17. O Conselho de Administração será composto por 26 membros, com a seguinte composição:
(a) 12 membros de países desenvolvidos;
(b) 3 membros dos Estados da Ásia-Pacífico;
(c) 3 membros de Estados africanos;
(d) 3 membros dos Estados da América Latina e das Caraíbas;
(e) 2 membros de pequenos Estados insulares em desenvolvimento;
(f) 2 membros dos países menos desenvolvidos;
(g) 1 membro de um país em desenvolvimento não incluído nos grupos e
circunscrições regionais referidos nas alíneas b-f) do n.º 17.
18. Cada membro do Conselho de Administração terá um membro suplente, tendo os
membros suplentes o direito de participar nas reuniões do Conselho de Administração
apenas através do membro principal, sem direito a voto, a menos que estejam a
desempenhar as funções de membro. Em caso de ausência de um membro durante a
totalidade ou parte de uma reunião do Conselho de Administração, o seu suplente
desempenhará as funções de membro.
19. Os grupos e circunscrições regionais relevantes nomearão representantes com as
competências técnicas, financeiras, em matéria de perdas e danos e políticas adequadas,
tendo devidamente em conta o equilíbrio entre os sexos, para servirem como membros do
Conselho de Administração, incluindo membros suplentes.
20. O Conselho de Administração reforçará a participação das partes interessadas,
convidando observadores activos, incluindo jovens, mulheres, povos indígenas e
organizações não governamentais ambientais, a participar nas suas reuniões e nos
procedimentos conexos.

2. Papéis e funções
21. O Conselho de Administração servirá os objectivos e a finalidade do Fundo e
orientará as operações do Fundo de modo a que estas evoluam com a escala e a maturidade
do Fundo. O Conselho de Administração exercerá uma liderança estratégica e uma
flexibilidade que permita ao Fundo evoluir ao longo do tempo.
22. O Conselho de Administração irá:
(a) Supervisionar o funcionamento de todas as componentes relevantes do Fundo;
(b) Desenvolver e aprovar as modalidades operacionais, as modalidades de
acesso, os instrumentos financeiros e as estruturas de financiamento;
(c) Aprovar o financiamento em conformidade com os critérios, as modalidades,
as políticas e os programas do Fundo;
(d) Aprovar uma política de concessão de subvenções, de recursos em condições
favoráveis e de outros instrumentos, modalidades e facilidades financeiras, tendo em conta
o acesso a outros recursos financeiros e a sustentabilidade da dívida;
(e) Aprovar políticas e quadros operacionais específicos, nomeadamente para o
ciclo do programa e do projeto;
(f) Desenvolver um mecanismo que ajude a garantir que as actividades
financiadas pelo Fundo sejam executadas com base em salvaguardas ambientais e sociais
de elevada integridade e em princípios e normas fiduciários;
(g) Desenvolver, aprovar e rever periodicamente o quadro de avaliação dos
resultados do Fundo;
(h) Criar subcomités, painéis e organismos de peritos, se necessário, e definir o
seu mandato;
(i) Desenvolver um quadro de responsabilidade para a aprovação de
10
Versão prévia não editada

financiamentos, que pode ser delegado pelo Conselho de Administração no Diretor


Executivo do Fundo, sob reserva das políticas pertinentes da instituição de acolhimento;

11
Versão prévia não editada

(j) Desenvolver um sistema de afetação de recursos, tal como descrito no ponto 60;
(k) Estabelecer subestruturas temáticas adicionais para abordar actividades
específicas, conforme adequado;
(l) Desenvolver indicadores e factores de desencadeamento relevantes para
clarificar o acesso às diferentes fontes de apoio concedidas através do Fundo;
(m) Estabelecer, se for caso disso, procedimentos para o acompanhamento e a
avaliação do desempenho e a responsabilização financeira das actividades financiadas pelo
Fundo, bem como para as auditorias externas eventualmente necessárias;
(n) Rever e aprovar o orçamento administrativo e o programa de trabalho do
Fundo e organizar análises e auditorias de desempenho;
(o) Supervisionar o funcionamento de todos os órgãos relevantes do Fundo no
que diz respeito às actividades do Fundo, incluindo o administrador, o secretariado, os
subcomités e os painéis de peritos, consultivos e de avaliação;
(p) Preparar uma estratégia e um plano a longo prazo de angariação de fundos e
de mobilização de recursos para que o Fundo mobilize recursos financeiros a partir das
fontes referidas no parágrafo 54 abaixo;
(q) Selecionar o diretor executivo do Fundo;
(r) Assegurar o desembolso rápido dos fundos pela instituição de acolhimento,
em conformidade com as políticas e os procedimentos do Fundo;
(s) Apresentar recomendações à COP e à CMA, incluindo informações sobre os
meios para reforçar a consistência, a coordenação e a coerência com outras fontes, fundos,
iniciativas e processos no âmbito e fora da Convenção e do Acordo de Paris;
(t) Exercer outras funções, se necessário, para cumprir os objectivos do Fundo.

D. Regulamento interno do Conselho de Administração

1. Co-presidentes
23. O Conselho de Administração elegerá dois co-presidentes de entre os seus membros,
um de um país desenvolvido e outro de um país em desenvolvimento, que terão um
mandato de um ano. Os co-presidentes podem ser reeleitos. Se um membro do Conselho de
Administração for eleito Co-Presidente, esse membro pode solicitar ao seu membro
suplente que expresse o ponto de vista do respetivo grupo regional ou círculo eleitoral nas
deliberações do Conselho de Administração. No entanto, o membro do Conselho de
Administração mantém o direito de voto.

2. Duração da filiação
24. Os membros efectivos e suplentes do Conselho de Administração têm um mandato
de três anos e são elegíveis para mandatos adicionais, conforme determinado pelo seu
grupo regional ou circunscrição, num máximo de dois mandatos consecutivos.

3. Quórum
25. A maioria de três quartos dos membros do Conselho de Administração deve estar
presente numa reunião para constituir quórum.

4. Tomada de decisões
26. As decisões do Conselho de Administração serão tomadas por consenso. Se todos os
esforços para chegar a um consenso tiverem sido esgotados e não se chegar a um consenso, as
decisões serão tomadas por uma maioria de quatro quintos dos membros presentes e
votantes. O Conselho de Administração desenvolverá procedimentos para determinar se
foram esgotados todos os esforços para chegar a um consenso. O Conselho de
Administração adoptará procedimentos para a tomada de decisões entre reuniões.

12
Versão prévia não editada

5. Observadores
27. O Fundo tomará medidas para permitir a participação efectiva de observadores nas
suas reuniões, incluindo o desenvolvimento e a aplicação de um processo de acreditação de
observadores.

6. Contributos e participação das partes interessadas


28. O Fundo estabelecerá fóruns consultivos para envolver e comunicar com as partes
interessadas. Os fóruns estarão abertos a uma vasta gama de partes interessadas, incluindo
representantes de organizações da sociedade civil, organizações não governamentais
ambientais e de desenvolvimento, sindicatos, povos indígenas, jovens, mulheres, migrantes
induzidos pelo clima, indústrias e sectores afectados pelas alterações climáticas,
organizações comunitárias, agências bilaterais e multilaterais de cooperação para o
desenvolvimento, agências técnicas e de investigação, sector privado e governos. A
participação em tais fóruns deve refletir um equilíbrio entre as regiões geográficas das
Nações Unidas.
29. O Fundo desenvolverá mecanismos para promover o contributo e a participação das
partes interessadas, incluindo os agentes do sector privado, as organizações da sociedade
civil e os grupos mais vulneráveis aos efeitos adversos das alterações climáticas,
nomeadamente as mulheres, os jovens e os povos indígenas, na conceção, desenvolvimento
e execução das actividades financiadas pelo Fundo.

7. Aconselhamento técnico e especializado


30. O Conselho de Administração pode criar painéis de peritos e técnicos para apoiar os
seus trabalhos e contribuir para as actividades do Fundo. Estes painéis podem incluir
representantes de organismos constituídos relevantes estabelecidos ao abrigo da Convenção
e do Acordo de Paris.

8. Regulamento interno adicional


31. O Conselho de Administração elaborará um regulamento interno adicional.

E. Secretariado

1. Estabelecimento
32. O Fundo será servido por um secretariado novo, específico e independente, que
responderá perante o Conselho de Administração. O secretariado disporá de capacidades de
gestão eficazes para executar as operações quotidianas do Fundo. O secretariado será gerido
por pessoal profissional com experiência relevante, incluindo experiência numa série de
questões relacionadas com a resposta a perdas e danos e experiência em instituições
financeiras. A seleção do pessoal será gerida pelo Diretor Executivo do Fundo e será feita
com base no mérito, num processo aberto e transparente, tendo em conta o equilíbrio
geográfico e de género e a diversidade cultural e linguística.
33. O secretariado será dirigido pelo Diretor Executivo do Fundo, que será selecionado
pelo Conselho de Administração. O Conselho de Administração aprovará a descrição das
funções e as qualificações exigidas para o Diretor Executivo. O Diretor Executivo será
selecionado através de um processo baseado no mérito, aberto e transparente e deverá
possuir a experiência e as competências necessárias para o cargo.
34. O secretariado incluirá gabinetes regionais para todas as regiões geográficas
relevantes das Nações Unidas, cujo pessoal estabelecerá e manterá relações com os
intervenientes relevantes nas respectivas regiões, a fim de facilitar a tomada de decisões, as
avaliações e o planeamento informados a nível regional, à medida que o secretariado
desempenha as suas funções. Os gabinetes regionais podem apoiar e facilitar o acesso ao
Fundo, se necessário. O secretariado deve também procurar permitir um envolvimento
multilingue, se necessário.

2. Funções
35. O secretariado será responsável pelo funcionamento quotidiano do Fundo e terá as seguintes
13
Versão prévia não editada

funções
(a) Planear e executar todas as tarefas operacionais e administrativas relevantes;

14
Versão prévia não editada

(b) Apresentar ao Conselho de Administração informações sobre as actividades do Fundo;


(c) Desenvolver e aplicar procedimentos de coordenação das actividades do
Fundo com as de outros mecanismos de financiamento pertinentes;
(d) Elaborar relatórios de desempenho sobre a execução das actividades
financiadas pelo Fundo;
(e) Elaborar o programa de trabalho e o orçamento administrativo do
secretariado, bem como o orçamento administrativo do administrador, e submeter estes
documentos à apreciação e aprovação do Conselho de Administração;
(f) Operacionalizar o ciclo do programa e do projeto;
(g) Preparar acordos financeiros relacionados com o instrumento de
financiamento específico a celebrar com uma entidade de execução;
(h) Controlar os riscos financeiros da carteira do Fundo;
(i) Trabalhar com o administrador para apoiar o Conselho de Administração e
permitir-lhe cumprir as suas responsabilidades;
(j) Coordenar o acompanhamento e a avaliação dos programas, projectos e
actividades financiados pelo Fundo;
(k) Estabelecer e aplicar práticas eficazes de gestão do conhecimento;
(l) Estabelecer modalidades que permitam aos beneficiários recorrer a entidades
de execução, incluindo entidades internacionais, regionais, nacionais e locais, conforme
adequado, com base na equivalência funcional com as salvaguardas e normas do Banco
Mundial;
(m) Ajudar os países a colaborar com o Fundo através dos seus processos e
procedimentos;
(n) Coordenar com a rede de Santiago a prevenção, a minimização e o tratamento
de perdas e danos associados aos efeitos adversos das alterações climáticas, a fim de apoiar
os países que pretendem aceder ao Fundo através de assistência técnica através da rede;
(o) Adotar uma abordagem informada a nível regional para responder às
necessidades operacionais, capacidades e prioridades específicas do contexto dos países
beneficiários;
(p) Desempenhar quaisquer outras funções atribuídas pelo Conselho de Administração.

F. Administrador

36. O administrador administrará os activos do Fundo apenas para efeitos de, e em


conformidade com, as decisões relevantes do Conselho de Administração. O administrador
manterá os activos do Fundo separados e à parte dos activos do administrador, mas pode
misturá-los para fins administrativos e de investimento com outros activos mantidos pelo
administrador. O administrador estabelecerá e manterá registos e contas separados a fim de
identificar os activos do Fundo.
37. As funções e responsabilidades do administrador incluem a receção das
contribuições, a aplicação dos termos dos acordos de contribuição, a detenção e o
investimento dos fundos, a transferência de fundos para as entidades responsáveis pela
execução e/ou outros beneficiários relevantes, a contabilidade, a elaboração de relatórios e a
gestão financeira e fiduciária, bem como a garantia do cumprimento dos procedimentos e
controlos internos estabelecidos. O administrador manterá registos financeiros adequados e
elaborará demonstrações financeiras e outros relatórios exigidos pelo Conselho de
Administração, em conformidade com as normas fiduciárias internacionalmente aceites.
38. O administrador será responsável perante o Conselho de Administração pelo
desempenho das suas responsabilidades enquanto administrador do Fundo.
39. O administrador deve assegurar que o Fundo possa receber contribuições financeiras
de fundações filantrópicas e de outras fontes não públicas e alternativas, incluindo fontes de
financiamento novas e inovadoras.
15
Versão prévia não editada

40. O administrador providenciará para que o secretariado ou outro mecanismo


adequado efectue as devidas diligências para permitir a receção de contribuições não
soberanas.

IV. Modalidades operacionais


41. O Fundo disporá de um processo de aprovação racionalizado e rápido, com critérios
e procedimentos simplificados, mantendo simultaneamente normas fiduciárias,
salvaguardas ambientais e sociais, normas de transparência financeira e mecanismos de
responsabilização elevados. O Fundo evitará obstáculos burocráticos desproporcionados ao
acesso aos recursos.

V. Elegibilidade, propriedade do país e acesso

A. Elegibilidade

42. Os países em desenvolvimento que são particularmente vulneráveis aos efeitos


adversos das alterações climáticas são elegíveis para receber recursos do Fundo.

B. Apropriação pelo país e modalidades de acesso

43. O Fundo procurará promover e reforçar as respostas nacionais para fazer face às
perdas e danos através da prossecução de abordagens lideradas pelos países, nomeadamente
através da participação efectiva das instituições e partes interessadas relevantes, em especial
as mulheres, as comunidades vulneráveis e as populações indígenas.
44. O Fundo terá em conta as prioridades e as circunstâncias nacionais. O Fundo
procurará utilizar, sempre que adequado e disponível, os sistemas e mecanismos financeiros
nacionais e regionais existentes.
45. O Fundo promoverá, em todas as suas operações, o envolvimento direto a nível
nacional e, se for caso disso, a nível subnacional e local, a fim de facilitar a eficácia e a
obtenção de resultados concretos.
46. O Fundo envolverá as Partes que são países em desenvolvimento particularmente
vulneráveis aos efeitos adversos das alterações climáticas em todas as fases do ciclo de
programas e projectos do Fundo, no que diz respeito aos respectivos projectos.
47. O Fundo pode prestar apoio a actividades relevantes para a preparação e o reforço
dos processos e sistemas de apoio nacionais. Pode tratar-se, nomeadamente, de apoio ao
desenvolvimento de actividades, projectos e programas propostos, tais como o planeamento
de actividades destinadas a fazer face a perdas e danos, a estimativa das necessidades
financeiras para a execução de actividades relativas a perdas e danos e a criação de sistemas
nacionais de financiamento de perdas e danos.
48. Os países em desenvolvimento podem designar uma autoridade nacional ou um
ponto focal nacional para ser responsável pela gestão e execução globais das actividades,
projectos e programas apoiados pelo Fundo. A autoridade ou o ponto focal será consultado
sobre todos os pedidos de financiamento através de quaisquer modalidades de acesso,
incluindo as referidas no ponto 49.
49. O Conselho de Administração desenvolverá várias modalidades para facilitar o
acesso aos recursos do Fundo. Estas modalidades podem incluir:
(a) Acesso direto através de apoio orçamental direto através dos governos
nacionais, ou em parceria com entidades cujas salvaguardas e normas tenham sido
consideradas funcionalmente equivalentes às dos bancos multilaterais de desenvolvimento;
(b) Acesso direto através de entidades subnacionais, nacionais e regionais ou em
parceria com entidades acreditadas junto de outros fundos, como o Fundo de Adaptação, o
Fundo Mundial para o Ambiente e o Fundo Verde para o Clima;
(c) Acesso internacional através de entidades multilaterais ou bilaterais;
16
Versão prévia não editada

(d) Acesso a pequenas subvenções que apoiem as comunidades, os povos


indígenas e os grupos vulneráveis e os seus meios de subsistência, nomeadamente no que
respeita à recuperação após acontecimentos relacionados com o clima;
(e) Modalidades de desembolso rápido, se for caso disso.
50. O Fundo desenvolverá procedimentos e critérios simplificados para uma análise
rápida, a fim de determinar a equivalência funcional com as normas internacionalmente
reconhecidas das salvaguardas e normas das entidades financiadoras nacionais e/ou
regionais para gerir os programas e projectos financiados no país, se for caso disso.

VI. Complementaridade e coerência


51. O Fundo desempenhará um papel fundamental na coordenação de uma resposta
global coerente às perdas e danos entre o Fundo e os mecanismos de financiamento. O
Fundo promoverá esforços que reforcem a complementaridade e a coerência, tais como o
intercâmbio de informações e de boas práticas e a consulta dos mecanismos actuais e
novos.
52. O Fundo desenvolverá métodos para reforçar a complementaridade entre as suas
actividades e as actividades de outros mecanismos e instituições de financiamento
bilaterais, regionais e mundiais relevantes, a fim de utilizar melhor toda a gama de
capacidades financeiras e técnicas.
53. O Fundo promoverá igualmente a coerência da programação a nível nacional. O
Fundo formará parcerias com outras modalidades de financiamento para colmatar as
lacunas prioritárias das suas actividades, com o objetivo de reforçar essas actividades e de
mobilizar os recursos das modalidades de financiamento e, se for caso disso, de fornecer
fontes de financiamento adicionais e complementares.

VII. Entradas financeiras


54. O Fundo pode receber contribuições de uma grande variedade de fontes de
financiamento, incluindo subvenções e empréstimos em condições favoráveis de fontes
públicas, privadas e inovadoras, conforme adequado1.
55. O Fundo será objeto de um reaprovisionamento periódico de quatro em quatro anos
e manterá a flexibilidade de receber contribuições financeiras numa base contínua.
56. O Conselho de Administração preparará uma estratégia e um plano a longo prazo de
angariação de fundos e de mobilização de recursos para o Fundo, a fim de orientar a
mobilização de recursos financeiros novos, adicionais, previsíveis e adequados de todas as
fontes de financiamento.

VIII. Instrumentos financeiros


57. O Fundo concederá financiamento sob a forma de subvenções e empréstimos em
condições muito favoráveis, com base na política do Conselho de Administração para a
concessão de subvenções, recursos em condições favoráveis e outros instrumentos,
modalidades e facilidades financeiras. Na concessão de financiamentos, o Fundo utilizará,
nomeadamente, factores de desencadeamento, indicadores relevantes de impacto climático,
considerações e critérios de sustentabilidade da dívida desenvolvidos pelo Conselho de
Administração e terá em conta as orientações da COP e da CMA.
58. O Fundo pode recorrer a uma série de instrumentos financeiros adicionais que
tenham em conta a sustentabilidade da dívida (subvenções, empréstimos em condições
muito favoráveis, garantias, apoio orçamental direto e financiamento baseado nas políticas,
capital próprio, mecanismos de seguro, mecanismos de partilha de riscos, financiamento
pré-acordado, programas baseados no desempenho e outros produtos financeiros, se for
caso disso) para aumentar e complementar os recursos nacionais destinados a fazer face às
perdas e danos.

17
Versão prévia não editada

1 Este número não prejudica quaisquer acordos de financiamento futuros, quaisquer posições das Partes
em negociações actuais ou futuras, ou entendimentos e interpretações da Convenção e do Acordo de
Paris.

18
Versão prévia não editada

59. O Fundo deve poder facilitar a combinação de financiamentos provenientes de


diferentes instrumentos financeiros, a fim de otimizar a utilização dos fundos públicos,
nomeadamente para garantir resultados eficazes para as populações vulneráveis e os
ecossistemas de que dependem.

IX. Atribuição de financiamento


60. O Conselho de Administração desenvolverá e operará um sistema de afetação de
recursos. Este sistema terá em conta, nomeadamente
(a) As prioridades e necessidades dos países em desenvolvimento que são
particularmente vulneráveis aos efeitos adversos das alterações climáticas, tendo
simultaneamente em consideração as necessidades das comunidades vulneráveis ao clima;
(b) Considerações sobre a escala dos impactes de determinados fenómenos
climáticos em relação às circunstâncias nacionais, incluindo, mas não exclusivamente, as
capacidades de resposta dos países afectados;
(c) A necessidade de evitar uma concentração excessiva do apoio prestado pelo
Fundo num determinado país, grupo de países ou região;
(d) Os melhores dados e informações disponíveis de entidades como o Painel
Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas e/ou os conhecimentos pertinentes dos
povos indígenas e das comunidades vulneráveis sobre a exposição e a sensibilidade aos
efeitos adversos das alterações climáticas e sobre perdas e danos, reconhecendo que esses
dados, informações e conhecimentos podem ser limitados para países e regiões específicos;
(e) Estimativas dos custos de recuperação e reconstrução baseadas em dados e
informações de entidades relevantes, em especial entidades nacionais e/ou regionais,
reconhecendo que esses dados ou informações podem ser limitados para países e regiões
específicos;
(f) Uma percentagem mínima de afetação para os países menos desenvolvidos e
os pequenos Estados insulares em desenvolvimento.
61. O sistema de atribuição será dinâmico e será revisto pelo Conselho de Administração.

X. Controlo
62. Os programas, projectos e outras actividades financiados pelo Fundo serão objeto de
um acompanhamento regular em termos de impacto, eficiência e eficácia. É incentivado o
recurso a um acompanhamento participativo que envolva as partes interessadas.
63. Será desenvolvido, analisado e aprovado pelo Conselho de Administração um
quadro de avaliação dos resultados, com directrizes e indicadores de desempenho
adequados. O desempenho dos programas, projectos e outras actividades em relação a estes
indicadores será revisto periodicamente, a fim de apoiar a melhoria contínua do impacto, da
eficácia e do desempenho operacional do Fundo.

XI. Avaliação
64. Serão realizadas avaliações periódicas independentes do desempenho do Fundo, a
fim de permitir uma apreciação objetiva dos resultados do Fundo, nomeadamente das
actividades por ele financiadas, bem como da sua eficácia e eficiência. O objetivo destas
avaliações independentes é informar o Conselho de Administração sobre a tomada de decisões,
identificar e divulgar os ensinamentos obtidos e apoiar a responsabilização do Fundo.
65. Os resultados das avaliações periódicas serão publicados pelo secretariado. Serão
também fornecidos como parte do relatório anual do Conselho de Administração à COP e à
CMA.
66. O Fundo será objeto de revisões periódicas conduzidas pelo COP e pela CMA. Estas
revisões periódicas basear-se-ão, nomeadamente, nos resultados da avaliação independente
e nos relatórios anuais do Conselho de Administração ao COP e à CMA.
19
Versão prévia não editada

XII. Normas fiduciárias


67. O Fundo assegurará a aplicação de princípios e normas fiduciárias de elevada
integridade às suas actividades e, para o efeito, o secretariado envidará esforços no sentido
de garantir que cada entidade de execução aplique esses princípios e normas fiduciárias na
execução das actividades financiadas pelo Fundo. O secretariado apoiará o reforço das
capacidades das entidades de execução de acesso direto, sempre que necessário, para lhes
permitir atingir a equivalência funcional com os princípios e normas fiduciários do Banco
Mundial, com base nas modalidades que serão desenvolvidas pelo Conselho de
Administração.

XIII. Salvaguardas ambientais e sociais


68. O Fundo assegurará a aplicação das melhores práticas em matéria de salvaguardas
ambientais e sociais às suas actividades e, para o efeito, o secretariado trabalhará no sentido
de garantir que cada entidade de execução aplique as melhores práticas em matéria de
salvaguardas ambientais e sociais na execução das actividades financiadas pelo Fundo. O
secretariado apoiará o reforço das capacidades das entidades de execução de acesso direto,
sempre que necessário, a fim de lhes permitir atingir a equivalência funcional com as
salvaguardas ambientais e sociais do Banco Mundial, com base nas modalidades que serão
desenvolvidas pelo Conselho de Administração.

XIV. Responsabilização e mecanismos independentes


69. As actividades financiadas pelo Fundo estarão sujeitas à unidade independente de
integridade da entidade de execução ou a um equivalente funcional, que trabalhará com o
secretariado para investigar alegações de fraude e corrupção em coordenação com as
autoridades homólogas relevantes e informará o Conselho de Administração sobre essas
investigações.
70. As operações do Fundo, incluindo no que respeita às actividades por ele financiadas,
estarão sujeitas à política de acesso à informação da instituição de acolhimento. As
actividades financiadas pelo Fundo estarão igualmente sujeitas à política de acesso à
informação de cada entidade de execução.
71. As actividades financiadas pelo Fundo utilizarão o mecanismo independente de
resolução de queixas da entidade executora para tratar as queixas relacionadas com as
actividades financiadas pelo Fundo, que tomará as medidas adequadas com base em
quaisquer acordos, conclusões e/ou recomendações e informará o Conselho de
Administração sobre essas medidas.

XV. Alterações ao Instrumento de Direção


72. O Conselho de Administração pode recomendar alterações ao presente Instrumento
de Direção para apreciação pelo COP e pelo CMA.

XVI. Extinção do Fundo


73. O Conselho de Administração pode recomendar a extinção do Fundo para
apreciação do COP e do CMA.

20
Versão prévia não editada

Anexo II

Modalidades de financiamento

I. Objetivo e âmbito de aplicação


1. O objetivo das novas disposições de financiamento, que complementam e incluem
fontes, fundos, processos e iniciativas no âmbito e fora da Convenção e do Acordo de Paris,
é ajudar os países em desenvolvimento que são particularmente vulneráveis aos efeitos
adversos das alterações climáticas a responder às perdas e danos, nomeadamente com
destaque para a resolução de perdas e danos, fornecendo e ajudando a mobilizar recursos
novos e adicionais, incluindo para fazer face a fenómenos meteorológicos extremos e
fenómenos de início lento, especialmente no contexto de acções em curso e ex post1.
2. As novas modalidades de financiamento incluem o aumento ou o reforço das actuais
e o lançamento de novas modalidades de financiamento para responder às perdas e danos.
3. As novas modalidades de financiamento centrar-se-ão na disponibilização e
assistência à mobilização de recursos novos e adicionais, complementando
simultaneamente fontes, fundos, processos e iniciativas no âmbito e fora da Convenção e
do Acordo de Paris.

II. Coordenação e complementaridade


4. As modalidades de financiamento aumentarão a coerência e a coordenação da
arquitetura do financiamento das perdas e danos. Contribuirão para evitar a duplicação de
esforços, maximizar e alavancar as vantagens comparativas, partilhar as melhores práticas e
promover sinergias entre as comunidades de prática relacionadas com as perdas e danos,
continuando simultaneamente a ajudar a mobilizar recursos financeiros novos, adicionais e
previsíveis.
5. As modalidades de financiamento devem assegurar a coordenação a nível nacional e
regional, garantindo simultaneamente a coerência a nível operacional e nas abordagens
programáticas.
6. As disposições de financiamento devem funcionar de forma coerente e
complementar com o fundo criado pelo ponto 3 das decisões 2/CP.27 e 2/CMA.4 (a seguir
designado "o Fundo"), o que será possível através da melhor utilização dos mecanismos
existentes, como o Mecanismo Internacional de Varsóvia para Perdas e Danos associados
aos Impactos das Alterações Climáticas (WIM) e a rede de Santiago para evitar, minimizar
e tratar as perdas e danos associados aos efeitos adversos das alterações climáticas.
7. A rede de Santiago e os seus membros devem contribuir para a coerência acima
referida, alinhando a assistência técnica catalisada no âmbito da rede com os esforços de
reforço das capacidades e de apoio às abordagens programáticas do Fundo e às modalidades
de financiamento, se for caso disso.

A. Relação entre as novas modalidades de financiamento e o Fundo

8. O Fundo actuará como plataforma para facilitar a coordenação e a


complementaridade no âmbito dos acordos de financiamento, estabelecendo e
operacionalizando o diálogo de alto nível descrito no capítulo II.B infra.
9. O Conselho de Administração do Fundo é encorajado a criar uma abordagem para o
desenvolvimento de parcerias com outras entidades que fazem parte dos acordos de
financiamento.
10. Solicita-se ao Conselho de Administração que desenvolva procedimentos
normalizados baseados, nomeadamente, no trabalho do WIM para identificar fontes,
fundos, processos e iniciativas no âmbito e fora da Convenção e do Acordo de Paris que
21
Versão prévia não editada

estão a ajudar os países em desenvolvimento a responder a

1 Decisões 2/CP.27, parágrafo 2, e 2/CMA.4, parágrafo 2.

22
Versão prévia não editada

perdas e danos causados por acontecimentos súbitos ou de início lento, incluindo perdas e
danos económicos ou não económicos (ou seja, modalidades de financiamento), a fim de
apoiar o reforço da coordenação e da complementaridade.

B. Diálogo de alto nível

11. Será organizado um diálogo anual de alto nível sobre coordenação e


complementaridade (o diálogo) com representantes das principais entidades que fazem
parte das modalidades de financiamento:
(a) Facilitar um intercâmbio estruturado e atempado de conhecimentos e
informações relevantes, nomeadamente entre as entidades que fazem parte dos acordos de
financiamento e o Fundo;
(b) Reforçar a capacidade e as sinergias para melhorar a integração de medidas
de resposta a perdas e danos em fontes, fundos, processos e iniciativas no âmbito da
Convenção e do Acordo de Paris e fora dele, tirando partido da experiência de outros,
procedendo ao intercâmbio de boas políticas e práticas e tirando partido dos sistemas de
investigação e de dados;
(c) Promover o intercâmbio de experiências nacionais e comunitárias na adoção
de medidas de resposta a perdas e danos;
(d) Identificar as lacunas prioritárias e as novas oportunidades de cooperação,
coordenação e complementaridade;
(e) Elaborar recomendações sobre o aumento ou o reforço dos mecanismos de
financiamento existentes, bem como sobre o lançamento de novos mecanismos de
financiamento para responder às perdas e danos.
12. O Conselho de Administração do Fundo prestará informações sobre o diálogo
através do seu relatório anual à COP e à CMA, e incluirá no relatório informações sobre as
acções destinadas a aplicar as recomendações decorrentes do diálogo, bem como
recomendações sobre novas modalidades de financiamento.
13. O diálogo será co-presidido pelo Fundo e pelo Secretário-Geral das Nações Unidas,
que podem designar conjuntamente um representante de alto nível com poderes para
convocar as entidades que fazem parte dos mecanismos de financiamento envolvidos na
resposta a perdas e danos.
14. O diálogo será composto por um máximo de 30 representantes de alto nível das
entidades que se dedicam a responder às perdas e danos que fazem parte das novas
disposições de financiamento, convidados pelos co-convocadores do diálogo, incluindo
representantes de, entre outros:
(a) O Fundo;
(b) O Banco Mundial e os bancos regionais de desenvolvimento;
(c) O Fundo Monetário Internacional;
(d) Agências relevantes das Nações Unidas e outras organizações
intergovernamentais, bem como organizações regionais, internacionais, bilaterais e
multilaterais relevantes;
(e) Fundos multilaterais relevantes para o clima, como o Fundo de Adaptação, os
Fundos de Investimento Climático, o Fundo Mundial para o Ambiente e o Fundo Verde
para o Clima;
(f) A Organização Internacional para as Migrações;
(g) O Comité Executivo do WIM e a rede de Santiago;
(h) A sociedade civil, os povos indígenas e o sector filantrópico, bem como
peritos individuais em perdas e danos escolhidos com base nas suas competências e na sua
representação de diferentes regiões e perspectivas.
15. O diálogo deverá fornecer recomendações relacionadas com o reforço da aplicação
dos objectivos das novas modalidades de financiamento, em conformidade com as decisões
23
Versão prévia não editada

pertinentes do COP e do CMA.

24
Versão prévia não editada

16. O diálogo terá em conta quaisquer comentários ou orientações da COP e da CMA e


dará seguimento às recomendações resultantes de diálogos anteriores.

III. Acções recomendadas no que respeita às


modalidades de financiamento
17. As Partes e as instituições relevantes devem considerar, se for caso disso, o
desenvolvimento e a aplicação de mecanismos de financiamento adicionais para melhorar
as fontes, os fundos, os processos e as iniciativas no âmbito da Convenção e do Acordo de
Paris e fora dele, a fim de colmatar as lacunas em termos de rapidez de desembolso,
elegibilidade, adequação e acesso ao financiamento, especialmente o financiamento pré-
contratado, para responder a vários desafios, como as emergências relacionadas com o
clima, os fenómenos de início lento, as deslocações, as deslocalizações, a migração, a
insuficiência de informações e dados sobre o clima e a necessidade de reconstrução e
recuperação resilientes às alterações climáticas.
18. Deve ser disponibilizada uma grande variedade de fontes, incluindo fontes
inovadoras, para apoiar e complementar as disposições novas e existentes, incluindo fontes,
fundos, processos e iniciativas no âmbito e fora da Convenção e do Acordo de Paris, e
devem ser disponibilizadas de forma a garantir que as disposições de financiamento novas e
existentes visem pessoas e comunidades em situações vulneráveis ao clima (incluindo
mulheres, crianças, jovens, povos indígenas e migrantes e refugiados induzidos pelo clima
nos países em desenvolvimento que são particularmente vulneráveis aos impactes adversos
das alterações climáticas).
19. A rede de Santiago e os seus membros devem contribuir para a coerência, alinhando
a assistência técnica catalisada no âmbito da rede com os esforços de reforço das
capacidades e de apoio às abordagens programáticas do Fundo e das modalidades de
financiamento.
20. As entidades que fazem parte dos mecanismos de financiamento devem explorar
formas de coordenar melhor todos os canais de financiamento, incluindo os canais
bilaterais, regionais e multilaterais, com o objetivo de melhorar as sinergias e a coerência
entre os mecanismos existentes e os novos mecanismos de resposta às perdas e danos.
21. Iniciativas como o Alerta Rápido para Todos, os Sistemas de Alerta Rápido e de
Risco Climático, o Mecanismo de Financiamento de Observações Sistemáticas e o Escudo
Global contra os Riscos Climáticos são bem-vindas, e os intervenientes relevantes são
encorajados a aumentar o seu apoio a actividades que melhorem a resposta a perdas e
danos.
22. As agências das Nações Unidas, os bancos multilaterais de desenvolvimento e as
agências bilaterais são convidadas a incluir, se for caso disso, nos seus relatórios anuais
informações sobre os seus esforços para ajudar os países em desenvolvimento
particularmente vulneráveis aos efeitos adversos das alterações climáticas a responder às
perdas e danos, a partir de 2024.
23. Os bancos multilaterais de desenvolvimento e as organizações relevantes, como o
Banco Mundial e a Organização Internacional do Trabalho, são chamados a aumentar o
apoio a mecanismos de proteção social adaptáveis.
24. Os intervenientes e contribuintes relevantes são instados a reforçar as abordagens de
antecipação através de mecanismos como o Fundo Central de Resposta de Emergência, o
Fundo de Emergência de Resposta a Catástrofes, a Rede Start e os fundos comuns
nacionais.
25. Deve ser explorado o desenvolvimento de fontes, fundos, iniciativas e processos
regionais para melhorar as abordagens centradas em desafios regionais únicos na resposta a
perdas e danos. A este respeito, congratula-se com a criação do Mecanismo de Resiliência
do Pacífico.
26. As instituições e os fundos multilaterais de financiamento da luta contra as
alterações climáticas são incentivados a promover a inclusão dos migrantes e refugiados
induzidos pelas alterações climáticas nas suas actividades financiadas, em conformidade
25
Versão prévia não editada

com os investimentos existentes, os quadros de resultados e as janelas e estruturas de


financiamento.

26

Você também pode gostar