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ELET RÔN ICA I

Roteiro Laboratorial N◦ 05

APLICAÇÕES DO TRANSISTOR
BIPOLAR DE JUNÇÃO: CHAVE
ELETRÔNICA
FONSECA, F. C. Diogo1 , ARAUJO, F. P. Jonas1 , SILVA, L. R. Lucas1 , BARRA, G. Thiago1 ,
MONTERO, J. E. Ciro2
1
Monitores da disciplina de Eletrônica I - DAEE, Fundação Universidade Federal de Rondônia, Porto Velho, Rondônia, Brasil (e-mails:
diogo.coucello@gmail.com, jonasfrancisco.15@gmail.com, lucasluizplay@gmail.com, ca.barras59@gmail.com)
2
Professor do Curso de Engenharia Elétrica - DAEE, Fundação Universidade Federal de Rondônia, Sala 314 - 4H, Porto Velho, Rondônia, Brasil (e-mail:
ciro.egoavil@unir.br)

Objetivos
• Levantar as curvas de trabalho de um transistor operando com diferentes correntes de base;
• Calcular os resistores de polarização do transistor para que o mesmo funcione como chave (saturação
e corte) seguindo as especificações de projeto;
• Verificar o funcionamento do circuito do transistor usando um simulador;
• Comparar os valores calculados e os valores de simulação com os valores dos circuito indicados no
roteiro.

I. INTRODUÇÃO
m transistor operando na região de saturação e de corte
U funciona como uma chave como pode ser visto na
Figura 1, ou seja, como um elemento de controle on-off,
conduzindo corrente ou não [3].

c e
e
c
b
b

Figura 1: Analogia Transistor - Chave [3].

O circuito de polarização utilizado nesta aplicação é o de


corrente de base com duas fontes de alimentação, sendo que
a fonte de polarização da base é, na realidade, o sinal de
entrada que controla o transistor, cortando-o (chave aberta)
ou saturando-o (chave fechada) [3].
Na Figura 2 verifica-se o a região de corte e saturação
Figura 2: Curva característica do transistor na região de corte
transistor. Para que ele opere na região de corte Q1 , é e saturação [3].
necessário que a tensão de entrada V seja menor que
VBE de condução. Nesta situação, não circula corrente Para que o transistor opere na região de saturação Q2 , é
pelo coletor (ICORTE = 0) e a tensão de saída é máxima necessário que a tensão de entrada V seja maior que VBE
(VS = VCE = VCC ) esse gráfico pode ser visualizado na de condução. Nesta situação, a corrente de coletor é máxima
Figura 2 [3]. (ICSAT ), dentro de um limite imposto pela polarização, e a
tensão de saída é mínima [3].
Para dimensionar RC e RB , utiliza-se a análise das
malhas de entrada e de saída no circuito da Figura 3 .

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Eletrônica I - Roteiro Laboratorial N◦ 05

• Malha de Entrada: o normalmente fechado. Quando a bobina é energizada, o


comum fecha o circuito normalmente aberto. Dessa forma,
VRB = V − VBE (1) você consegue jogar de um circuito para outro que esteja
ligado nos pinos dos seu relé como pode ser visto na Figura
• Malha de Saída: 4 [3].

VRC = VCC − VCE (2)


Assim têm-se:
V − VBE
RB = (3)
IB
VCC − VCE
RC = (4)
IC
Como o corte do transistor depende apenas da tensão de
entrada V, o cálculo dos resistores de polarização é feito
baseando-se apenas nos parâmetros de saturação, conforme
exemplifica a Figura 3 [3].

Vcc
Rc

BC548A
RB Vs
Figura 4: Configuração dos pinos do relé [3].
V
II. MATERIAIS
• Simuladores: PSIM, LTspice, outros;
• 01 Transistor BC548B;
Figura 3: Circuito do transistor como chave [3].
• 01 Resistor 560 Ω;
• 02 Resistores: RB e RC (ser calculado);
Um transistor comum, quando saturado, apresenta um • 01 Resistor 680 Ω;
VCEsat de aproximadamente 0,3 V e um determinado valor • 01 Resistor 2.2 kΩ;
mínimo de β (entre 10 e 50), para garantir a saturação. A • 01 P rotoboard;
corrente de coletor de saturação ICsat depende da resistência • 01 Relé;
acoplada ao coletor ou da corrente imposta pelo projeto [3]. • 01 Diodo 1N4148;
Assim, as equações ficam: • 01 LED.

VCC − VCEsat III. EXPERIMENTO


RC = (5)
ICsat A. PROJETANDO UM CIRCUITO CHAVEADO COM
TRANSISTOR
V − VBE
RB = (6) Monte o circuito da Figura 5 calculando os valores de
IBsat RB e RC com base nas fórmulas já apresentadas. O sinal
de entrada é uma onda quadrada com tensão de 2 Vpp e
A. FUNCIONAMENTO DO RELÉ
frequência de 10 kHz.
O relé, de modo geral, é um componente eletromecânico
capaz de comutar uma chave. Ou seja, ele é basicamente um
interruptor. Sua aparência pode não ser a mesma em todos
os casos, mas sua essência é igual.
O relé em si possui dois pinos que estão conectados à
uma bobina e três pinos “de saída”, chamados: comum,
normalmente aberto e normalmente fechado. Quando a
bobina não está energizada o comum fecha circuito com
2 Roteiro 05, 2022
Eletrônica I - Roteiro Laboratorial N◦ 05

Observe o que ocorre com o LED e comente no relatório.


Rc Agora mude a chave para a posição “OFF” e novamente
observe o que ocorre com o LED e comente.

Vcc = 12 V C. PROJETO DE UM CIRCUITO DE ACIONAMENTO DE


BC548B
RB LÂMPADA.
Através dos conhecimentos adquiridos nas práticas an-
V = 2 Vpp
teriores, monte um circuito de mudança de cor do LED
f = 10 kHz utilizando o transistor e o relé como chave assim como o
circuito da Figura 7. Para isso, é necessário que o transistor
atue junto com um relé para acionar o LED. Verifique qual
Figura 5: Circuito chaveado com transistor [3]. a tensão para a comutação do relé e implemente caso seja
necessário para um melhor desempenho.
Os parâmetros do transistor BC548B encontram-se na
Tabela 1 para a utilização nos cálculos. Adapte os valores 15 V
dos resistores para valores comerciais.

Parâmetro Valor Comercial 1 kΩ


VBEsat 0,7 V
VCEsat 0,25 V
βsat 450
560 Ω 560 Ω
ICmax 10 mA
VCEmax 5V BC548B
LED-RGB
ICsat 2 mA 5V Rb

Tabela 1: Parâmetros do transistor BC548B [5].

Mensure a tensão de entrada e frequência determinadas na Figura 7: Circuito chaveado por transistor e relé [3].
prática, mensurar a tensão de coletor-emissor no transistor.
Comente sobre o que acontece com o LED em em cada
Altere a frequência do sinal de entrada para 100 kHz, 1
uma das situações.
MHz, 2 MHz e através do osciloscópio observe e explique
o que ocorre com a tensão no resistor RC em cada caso.
Referências
[1] SEDRA, Adel S.; SMITH, Kenneth C. “Microeletrônica”, 5ª edição. São
B. TESTANDO UM CIRCUITO CHAVEADO COM Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
TRANSISTOR [2] MARQUES, Angelo Eduardo B.; CHOUERI JÚNIOR, Salomão; CRUZ,
Eduardo Cesar Alves. Dispositivos semicondutores: diodos e transisto-
Monte o circuito da Figura 6, calculando os valores de res, 11ª edição. São Paulo: Érica, 2007.
RB e RC com base nas fórmulas já apresentadas (utilize [3] BOYLESTAD, Robert L.; NASHELSKY, Louis. Dispositivos eletrônicos
β = 300). Ressalta-se que o circuito agora possui um e teoria de circuitos. Prentice-Hall do Brasil, 1984.
[4] GUIMARÂES, Fábio. Relé – O que é e como funciona. Disponível em:
LED na malha de saída, o que acarreta na alteração de sua <http://mundoprojetado.com.br/> acesso em 27 de out. de 2022.
fórmula. O LED possui VD = 1,5 V e ID = 25 mA. Adapte [5] Autoria própria.
os valores dos resistores para valores comerciais.

Rc Vcc = 5 V MONTERO, J. E. CIRO Possui graduação em


Engenharia Eletrônica - Universidad Nacional
Mayor de San Marcos - UNMSM, Lima, Peru
LED
(1992), mestrado em Engenharia Elétrica pela
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC,
Florianópolis, SC (1998) e doutorado pela Uni-
versidade Federal de Santa Maria - UFSM, RS
BC548A
Rb (2018). Atualmente é professor Adjunto do curso
de Engenharia Elétrica da Universidade Federal
de Rondônia. Tem experiência na área de Enge-
nharia Biomédica, com ênfase Processamento digital de sinais. Atuando
principalmente nos seguintes temas: Sistemas Embarcados; Eficiência
Energética; Geração de Energia Fotovoltáica; Monitoração e Controle de
Figura 6: Circuito chaveado por transistor com LED de teste Processos Industriais e; Modelagem de Sistemas de Elétricos de Potência.
[3].

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MAIA, F. A. LUIS Nascido em 2001 na cidade de


Humaitá, Amazonas, Brasil. Estudante do curso
de bacharelado em Engenharia Elétrica na Uni-
versidade Federal de Rondônia.

FONSECA, F. C. DIOGO Acadêmico de Enge-


nharia Elétrica da Fundação Universidade Federal
de Rondônia e participando do projeto de exten-
são “Conhecendo sua conta de luz” e de pesquisa
“Teoria Qualitativa das Equações Diferenciais Or-
dinárias - TQEDO”.

ARAUJO, F. P. JONAS Aluno vinculado a Uni-


versidade Federal de Rondônia – UNIR, sob
matrícula 20192006252, no curso de ENGENHA-
RIA ELÉTRICA – PORTO VELHO – BACHA-
RELADO – presencial – RO, natural de PORTO
VELHO – RO, DATA de NASCIMENTO (1997).
Formação, técnico em Segurança do Trabalho,
SERVIÇO NACIONAL DE APREDIZAGEM
INDÚSTRIAL – SENAI, Data de (2014 – 2015),
Serviço voluntario em atuação na Engenharia
Junior da Universidade Federal de Rondônia, A5.

SILVA, L. R. LUCAS Nascido em 2001 na cidade


de Porto Velho, Rondônia, Brasil. Acadêmico
vinculado a Fundação Universidade Federal de
Rondônia - UNIR com a matrícula 20192006047,
no curso de Engenharia Elétrica - DAEE, campus
Porto Velho.

BARRA, G. THIAGO Acadêmico vinculado a


Funadação Universidade Federal de Rondônia,
cursando ENGENHARIA ELÉTRICA - DAEE,
com matrícula 20192006172, campus Porto Ve-
lho, nascido em 2000.

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