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Allan Kardec foi o pseudônimo adotado por Hippolyte Léon Denizard Rivail, um

educador, escritor e filósofo francês nascido em 1804. Ele é mais conhecido por seu
papel na codificação e promoção da doutrina espírita.
Kardec não foi o fundador do espiritismo, mas desempenhou um papel crucial em
sistematizar seus princípios. Ele estudou e compilou uma série de comunicações e
experiências que alegadamente ocorreram através de médiuns em vários locais, e
essas obras formaram a base dos princípios espíritas.
Allan Kardec, nasceu em Lyon (França) em 03 de Outubro de 1.804 e faleceu em 31 de
Março de 1869, em Paris (França). Rivail começou seus estudos no Colégio de
Orgemont em Paris, mas posteriormente, na década de 1830, mudou-se para a Suíça,
onde teve a oportunidade de estudar no Instituto Pestalozzi em Yverdon-les-Bains.
Nesse instituto, ele teve contato com os métodos educacionais inovadores de
Pestalozzi, que enfatizavam a experiência prática, a observação e o desenvolvimento
integral da criança.
Essa experiência na Suíça teve um impacto significativo na formação de Rivail e
influenciou suas ideias sobre educação. Anos mais tarde, quando se envolveu com o
espiritismo, essa formação eclética e sua abordagem científica e educacional foram
elementos importantes na maneira como ele organizou e sistematizou os princípios da
doutrina espírita.
A introdução de Kardec ao espiritismo ocorreu por meio de fenômenos de mesas
girantes e comunicações mediúnicas que estavam ganhando popularidade na França
na década de 1850.
Antes de se envolver com o espiritismo e adotar o pseudônimo Allan Kardec, Hippolyte
Léon Denizard Rivail, o verdadeiro nome de Kardec, teve uma carreira educacional e
publicou diversas obras na área de educação e pedagogia. Suas principais obras
anteriores aos livros espíritas incluem:
"Curso Prático e Teórico de Aritmética" (1824): Um livro didático sobre aritmética,
demonstrando o interesse inicial de Rivail na educação.
"Plano Proposto para Melhoramento da Instrução Pública" (1828): Um trabalho em que
Rivail apresentou propostas para a reforma da educação pública na França.
"Catálogo de Livros Elementares de Leitura" (1833): Uma compilação de livros para
aprimorar a leitura, destinada a alunos e professores.
"O Professor no Lar" (1835): Uma obra sobre a educação doméstica, abordando
métodos para pais educarem seus filhos em casa.
"Plano de Trabalho para a Instrução Pública" (1839): Uma continuação de seus esforços
para reformar o sistema educacional na França.
Essas obras refletem o compromisso inicial com a educação de mestres e alunos.
Kardec desempenhou um papel fundamental na codificação e organização dos
princípios espíritas. Ele compilou e sistematizou as comunicações dos espíritos em uma
série de obras, incluindo "O Livro dos Espíritos", que foi publicado em 1857.
Além de "O Livro dos Espíritos", Kardec escreveu outras obras essenciais para o
espiritismo, como "O Livro dos Médiuns", "O Evangelho Segundo o Espiritismo", "O Céu
e o Inferno" e "A Gênese".
Uma característica marcante do trabalho de Kardec foi sua abordagem científica para
entender e explicar os fenômenos espíritas. Ele buscava evidências, organizava
perguntas sistemáticas e analisava as respostas recebidas por meio de médiuns.
Kardec enfatizou a importância da ética e da moral. Ele viu a doutrina espírita como um
guia para a conduta moral, promovendo o amor ao próximo, a caridade e o
desenvolvimento espiritual, suas obras ainda são o principal objeto de estudo da
doutrina espírita, consideradas como um Pentateuco para os praticantes de Doutrina.

Kardec tinha uma visão particular do conceito de religião, influenciada pelas ideias do
espiritismo que ele ajudou a codificar. Ao abordar a religião, Kardec enfatizava a busca
pela compreensão racional e moral da existência, Kardec entendia que a Doutrina que
ele codificou serviria como base para o melhoramento de cada espirito
Kardec via a religião como uma busca racional pela compreensão das leis divinas e
morais que regem o universo. Ele acreditava que a religião deveria ser compatível com
a razão e a ciência, buscando um entendimento lógico dos princípios espirituais.
Para Kardec, a essência da religião estava na promoção da ética e da moralidade. Ele
enfatizava a importância de viver de acordo com os princípios morais ensinados pelo
espiritismo, como a caridade, o amor ao próximo e a busca constante pelo
aprimoramento moral.
O espiritismo, como codificado por Kardec, buscava ser uma filosofia universal, aberta
a pessoas de todas as crenças e culturas. Ele encorajava a tolerância religiosa e a
aceitação de diferentes perspectivas espirituais.
Kardec questionava dogmas rígidos e crenças infundadas, preferindo uma abordagem
baseada na razão e na observação dos fenômenos espirituais. Ele encorajava o
pensamento crítico e a busca por evidências, não é raro encontrarmos em suas obras
a afirmação que entre a Doutrina e a ciência devemos escolher a ciência.
Uma característica única do espiritismo de Kardec é a crença na comunicação direta
entre os vivos e os espíritos. Ele via a mediunidade como um meio de obter
conhecimento e orientação espiritual.
É importante notar que a visão de Kardec sobre religião foi moldada pelos princípios
específicos do espiritismo, e sua abordagem diferia daquelas de outras tradições
religiosas mais convencionais. Sua ênfase na razão, ética e comunicação direta com o
mundo espiritual foi central para o desenvolvimento e a compreensão do espiritismo.
Allan Kardec entendia o espiritismo como uma doutrina, não estritamente como uma
religião nos termos convencionais. Ele preferia utilizar o termo "doutrina espírita" para
descrever as ideias e princípios que ele ajudou a codificar. No entanto, é importante
destacar que o espiritismo tem características tanto de uma doutrina quanto de uma
prática religiosa, e muitas pessoas ao redor do mundo o consideram uma forma de
religião.
A visão de Kardec sobre o espiritismo como doutrina envolvia a ideia de que ela era uma
base de conhecimento, uma filosofia que buscava explicar a natureza da existência, a
relação entre o mundo espiritual e o material, bem como as leis morais que regem a
vida. Ele enfatizava a importância da razão, da observação e da análise crítica na
compreensão dos fenômenos espirituais.
Por outro lado, ao longo do tempo, o espiritismo evoluiu para incluir práticas religiosas,
como reuniões e práticas evangélicas, que refletem elementos tradicionais de algumas
religiões. Algumas correntes do espiritismo, especialmente aquelas influenciadas por
tradições culturais específicas, se tornaram mais identificadas como religiões
espiritistas.
Em resumo, embora nosso codificador tenha concebido o espiritismo como uma
doutrina, a complexidade do movimento espiritista ao longo do tempo levou a uma
variedade de interpretações e práticas, algumas das quais se assemelham mais a uma
religião em termos de crenças.
Kardec desempenhou um papel crucial na codificação e organização dos princípios
espíritas, mas ele não era um médium, no sentido de ser um intermediário entre o mundo
espiritual e o mundo material. Sua abordagem ao espiritismo era mais voltada para a
análise racional, científica e filosófica dos fenômenos espirituais do que para a prática
mediúnica em si. Ele se destacou por sua ênfase na observação sistemática, na
formulação de perguntas lógicas e na busca por uma compreensão fundamentada dos
princípios espirituais.
Durante a codificação da doutrina espírita, Kardec interagiu com médiuns e conduziu
diversas sessões de comunicação com os espíritos. Ele formulava perguntas aos
espíritos por meio de médiuns e compilava as respostas, que se tornaram a base de
suas obras, como "O Livro dos Espíritos", publicado em 1857.
É importante destacar que, embora Kardec tenha participado ativamente de sessões
mediúnicas e tenha sido um pesquisador dedicado aos fenômenos espíritas, seu papel
primário estava na análise crítica e sistematização dos ensinamentos que ele
considerava relevantes e coerentes. Ele enfatizava a importância da razão e do método
científico na abordagem do espiritismo.

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