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ivros

ELECTRICIDADE APLICADA de campos pelo me todo da relaxação, à teoria básica


PARA ENGENHEIROS dos guias de onda, e as transformações afins (com
referência aos gráficos de Schwartz-Christofel).
L. BESSONOV A matéria exposta apresenta-se de modo acessível
e atraente. e é enriquecida com a resolução de mais
J.t1 Edição, 784 páginas. 490 fig ..
de duas centenas de problemas práticos.
Ed. Lopes da Silva. Porto 1976
Como norma geral. os conceitos matemáticos de
base são apresentados à medida que vão sendo neces-
sários ao longo do desenvolvimento da obra.
Esta obra dirige-se manifestamente ao domínio das Não e certamente este o modo pedagogicamente
disciplinas básicas de Electrotecnia, entre a teoria da mais adequado, entre nós, para se chegar à melhor
electricidade tradicional e as disciplinas de aplicação. compreensão das matérias.
É um domínio abrangido por toda uma série de Este e um compromisso báSICOque se reflecte em
autores consagrados (podemos considerar o professor múltiplos aspectos de pormenor na exposição dos
Bessonov, da Universidade de Moscovo. alinhado com vários capítulos.
eles) e caracteriza-se essencialmente por tratar dos Por outro lado. pode perguntar-se se alguns dos
fundamentos da electricidade com uma preocupação capítulos desenvolvidos pelo autor corresponde de
de aplicação imediata. e por desenvolver as bases dos facto a um programa de Electrotécnia Aplicada. Po-
dois grandes ramos principais da electrotécnica. as co- rém. a falta de uniformidade entre os programas das
municações e os sistemas de potência. várias escolas é tão notória, que este alargamento de
Nestas condições, e embora reconhecendo um notá- âmbito da obra que comentamos até pode ser consi-
vel esforço na actualização das matérias tratadas. derado uma virtude.
podemos constatar que a obra que comentamos se A obra. no seu conjunto, pode constituir um bom
desenvolve sobretudo na direcção das comunicações. elemento de estudo para os estudantes de Electrotécma
Tal é com efeito evidenciado sobretudo pela inser- das nossas escolas superiores.
ção como terceira parte da obra, da teoria do campo.
mas desenvolvida desde a electrostática até à teoria da
radiação electromagnética. passando pela da propa-
gação em meios dieléctricos, e em meios conductores.
Na primeira parte é dada a teoria do circuito em
HCOMPUTER POWER AND H~N REASON
corrente contínua e em corrente alternada (sinusoidal).
Aí são desenvolvidos adequadamente os capítulos dedi- (FROM JUDGMENT TO CALCULATION)),
cados a circuitos eléctricos lineares e não lineares.
a circuitos magnéticos, e a sistemas trifásicos por Joseph Weizenbaum, 300 Pag, Ed. W.
A segunda parte, podemos dizer que está dedicada H. Freeman and Company Ltd ..
à teoria dos regimes transitórios.
San Francisco, 1976
Aí são apresentadas as noções matemáticas de base
necessárias para o bom entendimento da matéria aqui
tratada (análise de Fourier e Laplace), os circuitos o que faz um livro ser extremamente oportuno?
não lineares em c.a. (transistores e tubos), os fenóme- Talvez o interesse da matena tratada, o modo
nos transitórios propriamente ditos, o problema da porque o autor a trata, o tempo em que ele aparece ..
síntese de redes, os circuitos de parâmetros distribuídos Toda a problemática que na filosofia da CIênCIa
(linhas), os filtros, o regime transitório de linhas. actualmente se levanta a propósito dos computadores.
São de notar nesta obra os apêndices aos vários e nesta obra de Weizenbaum (professor do J\..IIT)
capítulos, todos eles de grande importâncoia para a corajosamente enfrentada em zonas como a psicolo-
correcta compreensão das restantes materias Assim. gia, a ética ou a teoria do conhecimento.
no final da primeira parte encontramos um apêndice A linguagem utilizada é extremamente acessível
que resume a teoria dos grafos, a dualidade de redes. e sugestiva, a correcção e o rigor dos conceitos Inteira-
e a análise matricial de redes. mente respeitados.
No final da segunda parte notam-se apêndices dedi- Reconhece-se a grande envergadura profissional do
cados aos circuitos variáveis no tempo, ao integral de autor no domínio da programação (foi ele que compôs
Fourier, aos fenómenos transitórios em circuitos não o programa ELIZA. que permite a um ser humano con-
lineares. à estabilidade de circuitos não lineares, e ao versar com um computador), mas ao mesmo tempo
plano de fase. admira-se a corajosa atitude dum grande matemático.
E a fechar o livro, como final da terceira parte. diligenciando marcar os limites da maternatização
encontramos apêndices dedicados à análise e síntese possível, e defendendo o primado da Razão Humana 347

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sobre as máquinas, IlJ(:' nãr r a am de im] les arte- cópio do tipo d< utilizados na "rv. a trajectória dum
fact x ao eu " n i o . objecto lançado dum helicóptero. A partir das equa-
.l a Introdu fio. c autor dá-no lima \ isão geral da çõc básicas da física e do re pcctivo programa para
matéria trarada de x métod s adoptados, ma o c mpurador, lança-se na análi e de problemas mai
leit r fica logo preso à problemática de envolv ida atra- gera is do tudo de modelo • esta beJecendo com rigor
vés da curi as rea õe d penadas p la pane t rans- lirnit ..s do método. .. a propó ito da crença de
crita do diál go bas ado "'01 Eliza em homenagem alguns na po ihilidade de con truir um computador
à heroína de Pigmaleão). que seja rnodel do cérebro humano. cita algumas
.l o primeir capítulo dedicado a s ln rrument . afirmaçõe de John v n cu mano que já em 1958
tema qu podiam x r I d diJícei de u citar a negava. confirmando-a com um bom sen o que e
ad ão (c mo por e crnplo a importância de «tempo») va i aoen t uand: ao longo da obra.
ão apr ntad p lo autor d 111 mo modo atraente capítulo em [u trata da relações com a
que já lhe nhecemos, ~ua ideia de e plica r a p icologia, é curio a a comparação que faz entre o que
importância do relógio 81I'a v da rganização da f zart ou Pi fi o ntcnderiarn por «compreender»
vida monacal e da comunidad adjaoent na Idade mú ica ou pintura, e que o matemático Marvin
1édia e e traordinariarnente uge tiva. 1in ky, pecialista de Inteligência Artificial entende
Os capítulo 2 e 3 podem r uprirnid numa com m mo termo, lvaguarda do valore e té-
leitura de técnico (donde vem poder d mputa- ti o é 11 te capítulo clarl irna.
dore e como funcionam o computadore já que ira- TO capítulo dedicado à Inteligência Artificial, a
tam de e por a linguagem da máquina. ba eada na der do \ a) res human é necessariamente ba tante
álgebras binária , referindo a~ pr pried d c nhecidas rnai ubtil e rnai árdua. a Weizenbaum não hesita
da porta lÃO. E e OU. e dando eguidamenie a em afirmar qu há coisa que o homen fazem e
base corrente da programação. que a máquina não podem fazer, impl mente por-
1um quarto capítulo descrex e duma maneira abo- que ã .tratada como ere humano por outro
rosamente anedotica o que um programador «Iuri o» ere humano D. ) a oect éti e m mo meta-
." . fi icos, upam o últirn capítulo ontra o irnperia-
tem a ver com a ciencia. I

De facto a febre de utilização d computad r . li m da Razão J n trumental .


pode levar a um atrofiamento da acti \ idad em I~ difícil. numa rezenha critica, e prirnir com ju -
domínios \ erdadeiramente inov adores. que e um reza. a e ten ã . a profundidade. o colorido da men-
perigo real para os programadores profi ionais, ma gern que Weiz nbaum envia ao homen do eu
tambem para todo aqueles que pela utiliza ão Ire tempo atrave d te livro
quente da ua máquina ele calcular p rtátil qua e ão 1a d uma o isa tamo ertos: inv tigador
esquecendo a regra da opera õe fundamentai. científico e técnico env oh id em tarefa técnica
Um capítulo dedicado a Teoria e 10delo não de ponta, dev iam ler e meditar te liv r . Ele vem
poderia , .faltar num liv ro actual dedicado ao cálculo de nc ntro a muita mt rroga Õ que fazemo ou
automático. deveriam fazer relativamente fi finalidade da no ri

Para concretizar as ideia e po la • a pr nta o activ idade prof. I nal.


exemplo dum computador que repre enta num cine - E ern dúvida lgurna, ajuda a dar-lhe re po ta .

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