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LEGISLATIVA
NO BRASIL
Efeitos da Emenda Constitucional
nº 109, art. 37, §16
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Thiago Hermont e Paula Gomes de Magalhães (Orgs.) www.editoradialetica.com
EQUIPE EDITORIAL
Editores Preparação de Texto
Profa. Dra. Milena de Cássia de Rocha Nathália Sôster
Prof. Dr. Rafael Alem Mello Ferreira
Prof. Dr. Tiago Aroeira Revisão
Prof. Dr. Vitor Amaral Medrado Responsabilidade do autor
Inclui bibliografia.
ISBN 978-65-252-8061-5
INTRODUÇÃO 9
A IMPLEMENTAÇÃO DA ANÁLISE DO
CUMPRIMENTO DAS LEIS NO BRASIL:
CONTEXTO, GOVERNANÇA, INSTRUMENTOS 11
Thiago Hermont
RACIONALIDADE E ARGUMENTAÇÃO
LEGISLATIVA EM UMA CULTURA DA
JUSTIFICAÇÃO DEMOCRÁTICA DAS LEIS 169
INTRODUÇÃO
A IMPLEMENTAÇÃO DA
ANÁLISE DO CUMPRIMENTO
DAS LEIS NO BRASIL: CONTEXTO,
GOVERNANÇA, INSTRUMENTOS
3 BUCCI, Maria Paula Dallari et alli. Direitos humanos e políticas públicas. São Pau-
lo, Pólis, 2001. 60p. (Cadernos Pólis, 2), Vide também a trajetória de investigação
consolidada sobre o tema: BUCCI, Maria Paula Dallari. Fundamentos para uma
teoria jurídica das políticas públicas. Saraiva Educação SA, 2021.
4 PINTO, Élida Graziane; XIMENES, Salomão Barros. Financiamento dos direitos
sociais na Constituição de 1988: do “pacto assimétrico” ao “estado de sítio fis-
cal”. Educação & Sociedade, v. 39, p. 980-1003, 2018. PINTO, Élida Graziane. Ero-
são orçamentário-financeira dos direitos sociais na Constituição de 1988. Ciência
& Saúde Coletiva, v. 24, p. 4473-4478, 2019; PINTO, Élida Graziane. Financiamen-
to dos direitos à saúde e à educação: uma perspectiva constitucional. In: Financia-
mento dos direitos à saúde e à educação: uma perspectiva constitucional. 2015.
p. 251-251.
5 STOCKMANN, Reinhard; MEYER, Wolfgang; SZENTMARJAY, Laszlo (Ed.). The
institutionalisation of evaluation in the Americas. Springer Nature, 2022.” Accor-
dingly, it is not surprising that the institutionalisation of evalua- tion in the Ameri-
cas shows very different forms and characteristics. This can be seen at first glance.
What the similarities and differences between them are, is to be examined in detail
below. This includes a systematic comparative analysis of the country case studies.
16 | FABIANA DE MENEZES SOARES
8 MOREIRA, Felipe Lellis. Impacto do uso de Dados Abertos sobre Assimetria de In-
fluência do Lobby no Congresso Nacional (Tese de Doutorado), Biblioteca Digital
da UFMG <http://hdl.handle.net/1843/39130> MACIEL, Caroline. Fundamentos
da Transparência Pública: Informação, Participação e Dados Abertos Rio de Janei-
ro: Lúmen Juris, 2022.
18 | FABIANA DE MENEZES SOARES
at_buerger/evaluation.Par.0005.File.tmp/Rapport%20du%20Groupe%20de%20con-
tact%20interdépartemental%20Evaluations%20de%20l’efficacité.pdf.
AVALIAÇÃO LEGISLATIVA NO BRASIL
EFEITOS DA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 109, ART. 37, §16 | 27
Legenda:
Impulsion/Mandat: Impulso Legislativo
Analyse du Mandat/ Esquisse de la gestion du projet: Análise do manda-
to ( para análise do projeto)/ Minuta da Gestão do Projeto
Analyse de la situation initiale: Análise da situação presente ( Diagnóstico)
Recherche des objectifs: Pesquisa dos objetivos
18 Guide pour l’élaboration de la législation fédérale. 3e édition, mise à jour Office fé-
déral de la justice 2007. <https://www.bj.admin.ch/bj/fr/home/staat/legistik/haup-
tinstrumente.html> Acessado em 01 de abril de 2023.
28 | FABIANA DE MENEZES SOARES
Deontologia
A avaliação executada Precisão
corretamente sob o A avaliação obtem e
ponto de vista jurídico e forneceinformações
ético, com respeito e válidas e utilizáveis
devida atenção a
integridade das partes e
grupos afetados
•Acordo formal
•Procedimento
•Proteção aos direitos
individuais •Aceitabilidade política
•Interação marcada por •Relatório custo/benefício
humanidade
•Análise completa e idônea
•Publicacão dos resultados
•Identificacao dos conflitos de
interesse
21 Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso, Pará, Goiás, Espírito Santo, Bahia, Pernam-
buco, Rio grande do Sul, Amazonas.
32 | FABIANA DE MENEZES SOARES
22 <https://www.ethnicity-facts-figures.service.gov.uk/style-guide/principles>, <ht-
tps://www.canada.ca/en/privy-council/services/communications-community-o-
ffice/communications-101-boot-camp-canadian-public-servants/plain-langua-
ge-accessibility-inclusive-communications.html>. Acessado 01 de abril de 2023.
36 | FABIANA DE MENEZES SOARES
leis. A França teve como uma das suas ações na sua Política de Lingua-
gem Simples, o lançamento de um tipo de Glossário23
Em 16/12/2022 a Assembléia Geral da ONU aprovou a Resolu-
ção A/77/L. 37[1] pela linguagem/comunicação simples para a acessibili-
dade de pessoas com dificuldade de leitura. Já em 14/07 de 2023, no con-
texto da saúde pública, a FIOCRUZ lança cartilha sobre Comunicação
Acessível24 Em outubro de 2022 é publicada PORTARIA CONJUNTA
No 1391/PR/2022 que regulamentou o uso de linguagem simples e de
direito visual no âmbito do Poder Judiciário do Estado de Minas Gerais.
O Decreto Judiciário nº 738, 25 de outubro de 2022, da Justiça
do Estado da Bahia disciplinou o uso de Linguagem Simples. Por sua
vez, a prefeitura de São Paulo criou uma articulada política para a
Linguagem Simples25
Os casos relatados são ilustrativos do movimento virtuoso co-
nexo ao acesso a informação compreensível. Portanto, não há motivação
para ações estatais que se omitam em criar estratégias contra a obscuri-
dade, ambiguidade e também anacronismos.
Os objetivos da lei
ESTUDO DE CASOS
Estudo de Caso – 1
Relatório da Definição do Problema
LegisLab
Acadêmica):
• Natureza
Coordenador do projeto: Fabiana de Menezes Soares
Colaborações ou parcerias DCP/CEL/FAFICH
com departamentos de Colegiado de Graduação do Direito
outras unidades Colegiado de Graduação de Gestão Pública
acadêmicas: Colegiado de Graduação das Ciências do Estado
• Consequências
LegisLab
LegisLab
Estudo de Caso – 2
Relatório de Resumo do Caso
• Resumo do caso
Limite: 4 páginas
AVALIAÇÃO LEGISLATIVA NO BRASIL
EFEITOS DA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 109, ART. 37, §16 | 49
Estudo de Caso – 3
Relatório dos pontos discutidos
com o especialista mentor
Relatório de Atividades para o Programa de Apoio a Projetos Estruturantes
de Laboratórios para o Ensino de Graduação – PALEG 2018
LegisLab
• Resultado da reunião
Colaborações ou parcerias DCP/CEL/FAFICH
com departamentos de Colegiado de Graduação do Direito
outras unidades Colegiado de Graduação de Gestão Pública
acadêmicas: Colegiado de Graduação das Ciências do Estado
Limite: 10 páginas.
50 | FABIANA DE MENEZES SOARES
Estudo de Caso – 4
Relatório de Definição de Objetivos e Meios
Relatório de Atividades para o Programa de Apoio a Projetos Estruturantes
de Laboratórios para o Ensino de Graduação – PALEG 2018
LegisLab
Utilizar a metodologia proposta por Delley para: Título: LegisLab – Laboratório de Legislacão e Políticas Públicas
Proponente DIT- Faculdade de Direito
1) Levantar e hierarquizar os objetivos dos mais abstratos aos mais concretos (ver o gráfico de sistematização hierárquica
(Departamento/Unidade
Acadêmica):
seguinte). Podem ser propostos vários, que posteriormente passarão por um juízo de escolha (no último relatório).
Coordenador do projeto: Fabiana de Menezes Soares
Colaborações ou parcerias DCP/CEL/FAFICH
2) Fazer a tabela de efeitos últimos (o objetivos, seus efeitos esperados, os indicadores que podem mediroutras
os efeitos) a partir
com departamentos de Colegiado de Graduação do Direito
unidades Colegiado de Graduação de Gestão Pública
dos objetivos mais concretos encontrados na hierarquização anterior (conforme tabela a seguir) acadêmicas: Colegiado de Graduação das Ciências do Estado
3) Que tipos de instrumentos podem ser usados para realizar esses objetivos? Elenque as possibilidades. Depois,
2. Cumprimento classifique-os
dos objetivos do projeto
entre os mencionados por Delley: (1) instrumentos de tipo prescritivo ou coercitivo, 2) instrumentos de incentivo, 3)
Houve cumprimento Parcial (X )
instrumentos de coordenação; 4) fornecimento de bens e serviços públicos pelo Estado; 5) procedimentos de regulação
entre grupos ou de participação (como conselhos, etc); 6) instrumentos de parceria, ou tipifique-o caso Em não encontre um
relação aos seguintes objetivos específicos, houve cumprimento?
adequado. Faça um juízo sobre vantagens e desvantagens de cada instrumento considerando tudo o que você identificou
no problema até o momento. Exemplo: há viabilidade jurídica considerando a cadeia normativa? É uma solução Modelo Relatório de Atividades - PALEG 2018
duradoura ou temporária? Ataca qual parte/natureza do problema? Como atuarão os interessados? Entre outros que o
grupo identificar. (ver a tabela de instrumentos e sua adequação)
Limite: 4 páginas.
AVALIAÇÃO LEGISLATIVA NO BRASIL
EFEITOS DA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 109, ART. 37, §16 | 51
GRÁFICO DE SISTEMATIZAÇÃO
HIERÁRQUICA DOS OBJETIVOS
LegisLab
EFEITOS E INDICADORES
Modelo Relatório de Atividades - PALEG 2018
LegisLab
Estudo de Caso - 5
Relatório Final do Caso
Escolha dos Instrumentos Relatório de Atividades para o Programa de Apoio a Projetos Estruturantes
de Laboratórios para o Ensino de Graduação – PALEG 2018
LegisLab
Relatório Final
entrevista, que deve vir como anexo) Título: LegisLab – Laboratório de Legislacão e Políticas Públicas
Proponente DIT- Faculdade de Direito
(Departamento/Unidade
• Quem? (responsáveis)
• Como? (detalhamento) Limite:
• Quando? (entrada em vigor, duração, etc) 30 páginas.
• Onde? (locais)
• Por quê? (justificativa)
• Forma de avaliação (indicadores a serem acompanhados)
53
Thiago Hermont1
1. INTRODUÇÃO
2. ESFERA FEDERAL
4 A Legística, ciência da legislação, tem como um dos seus preceitos materiais a inser-
ção de etapas avaliativas (prospectivas e retrospectivas) em prol da melhor elabora-
ção legislativa (SOARES, 2007).
AVALIAÇÃO LEGISLATIVA NO BRASIL
EFEITOS DA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 109, ART. 37, §16 | 59
3. ESFERA ESTADUAL
5 Ressaltamos que o Guia é recomendado não só para uso avaliativo estadual, mas
também municipal e pelo Terceiro Setor. (ESPÍRITO SANTO, 2022).
AVALIAÇÃO LEGISLATIVA NO BRASIL
EFEITOS DA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 109, ART. 37, §16 | 63
4. ESFERA MUNICIPAL
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
A AVALIAÇÃO DE IMPACTO
REGULATÓRIO COMO INSTRUMENTO
PARA GARANTIA DO DIREITO À
PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS:
UM ESTUDO DE CASO DA REDE
NACIONAL DE DADOS EM SAÚDE
1. INTRODUÇÃO
5 O início da vigência da LGPD foi marcado por um forte lobby para sua prorrogação
(VIEIRA; LOPES, 2021). Se, inicialmente, a lei estava prevista para entrar em vigor
em 18 meses, com a Medida Provisória n. 869/18, o prazo foi prorrogado para 24
meses. Já as sanções só começaram a valer em agosto de 2021.
AVALIAÇÃO LEGISLATIVA NO BRASIL
EFEITOS DA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 109, ART. 37, §16 | 75
informar ao cidadão como eles estão sendo tratados e sem que isso se
reverta efetivamente em benefícios para a coletividade.
Essa problemática existe mesmo havendo mecanismos metodo-
lógicos que podem auxiliar o processo decisório intrínseco à elaboração
normativa, como a avaliação de impacto legislativo e regulatório, que
fomentam a criação de normas de maior qualidade, já que trazem dire-
cionamentos para que elas sejam melhor justificadas e estejam em con-
sonância com os direitos e garantias previstas no ordenamento jurídico.
Principalmente à luz da recente inclusão do §16 no art. 37 da Constitui-
ção da República Federativa do Brasil de 1988 (CRFB/88), que tornou
obrigatória a avaliação de políticas públicas, a observância desses padrões
de avaliação legislativa e regulatória se torna imprescindível para a me-
lhor execução de políticas públicas para proteção de dados pessoais.
Nessa perspectiva, o presente artigo busca analisar como a ava-
liação de impacto regulatório pode contribuir para a garantia do direito
à proteção de dados pessoais, especialmente no que tange ao tratamento
de dados realizado pelo Estado. Para tanto, será realizado o estudo de
caso da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), com o exame do ar-
cabouço normativo que rege a RNDS, especialmente a Portaria nº 1.434,
de 28 de maio de 2020, que alterou a Portaria de Consolidação nº 1/GM/
MS, de 28 de setembro de 2017, para instituir a Rede Nacional de Dados
em Saúde. Almeja-se, assim, avaliar concretamente os déficits observa-
dos na elaboração normativa infralegal que dispõe sobre tratamento de
dados pessoais no âmbito da saúde, bem como apontar caminhos para a
melhoria da qualidade normativa com base na metodologia da avaliação
de impacto regulatório.
2. A AVALIAÇÃO DE IMPACTO
REGULATÓRIO COMO INSTRUMENTO PARA
O DESENVOLVIMENTO DE POLÍTICAS PÚBLICAS
11 Art. 23. O tratamento de dados pessoais pelas pessoas jurídicas de direito público re-
feridas no parágrafo único do art. 1º da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei
de Acesso à Informação), deverá ser realizado para o atendimento de sua finalidade
pública, na persecução do interesse público, com o objetivo de executar as competên-
cias legais ou cumprir as atribuições legais do serviço público, desde que: I - sejam
informadas as hipóteses em que, no exercício de suas competências, realizam o trata-
mento de dados pessoais, fornecendo informações claras e atualizadas sobre a previ-
são legal, a finalidade, os procedimentos e as práticas utilizadas para a execução dessas
atividades, em veículos de fácil acesso, preferencialmente em seus sítios eletrônico.
82 | ANA BEATRIZ REZENDE ROSA | FABIANA MIRANDA PRESTES
12 Sobre o tema, Flôres e Silva (2020, p. 23) pontuam “pensar em mecanismos e alter-
nativas, a fim de conferir poder ao titular dos dados, mostra-se adequado, pertinen-
te e urgente, principalmente porque se sabe que os agentes públicos e governantes,
historicamente, mantiveram bancos de dados com informações pessoais coletadas
e utilizadas, muitas vezes, à revelia dos titulares”.
86 | ANA BEATRIZ REZENDE ROSA | FABIANA MIRANDA PRESTES
Por fim, destaca-se que, apesar das críticas tecidas, este trabalho
não advogada pela impossibilidade de utilização de dados pessoais em
políticas públicas. De fato, o seu uso pode contribuir para o aumento da
eficácia da atuação estatal, mas, para que isso não ocorra em descom-
passo com o direito à proteção de dados pessoais, é necessário que haja
maior estudo e participação social na edição de normas infralegais tão
impactantes. É preciso ainda que o Poder Público faça uma análise de
avaliação de riscos sobre a utilização dos dados pessoais, considerando
os efeitos danosos do seu vazamento ou uso indevido, ainda mais quando
se trata de dados pessoais sensíveis, como são os dados sobre saúde, que
podem ser utilizados de forma discriminatória (ABREU, 2016).
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 31.ed. rev. atual e ampl.
Rio de Janeiro: Forense, 2018. FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso de Di-
reito Constitucional. 12. ed. rev., atual, e ampl.. Salvador: Ed. JusPodivm, 2020.
VIEIRA, Lucas Bezerra; LOPES, Ana Carolina de Morais. O fim da vacatio legis
das sanções administrativas da LGPD. Migalhas, 02 ago. 2021. Disponível em:
<https://www.migalhas.com.br/depeso/349393/o-fim-da-vacatio-legis-das-san-
coes-administrativas-da-lgpd>. Acesso em: 23 out. 2022.
A LEGISPRUDÊNCIA APLICADA:
DEVERES DO LEGISLADOR E
FERRAMENTAS PARA A AVALIAÇÃO
DE POLÍTICAS PÚBLICAS
1. INTRODUÇÃO
vivida e uma realidade desejada, com base em certos valores que podem
estar expressos ou não no processo desse julgamento. Ocorre que quem
realiza esse julgamento é o legislador (ou quem exerce a soberania em
nome do Estado) e não os próprios indivíduos que estão envolvidos na
situação considerada problemática.
A teoria da Legisprudência não estabelece uma hierarquia de
valores e nem pretende ser uma teoria de justiça substantiva. Trata-se
de uma teoria normativa cujo enfoque é a qualificação do exercício da
soberania estatal, recolocando a liberdade como fundamento da legiti-
midade do Estado. A mera preferência do legislador por uma situação
ideal “A” em detrimento da situação dada “B” não é o suficiente para tor-
nar justificável a intervenção do Estado nas liberdades individuais, se a
situação dada “B” não se trata de uma falência da interação social. A luz
da liberdade como principium, as diferentes formas de interação social
são igualmente legítimas, de maneira que qualquer interferência estatal
normativa só poderia ser justificável no caso de falha da interação social.
Por conseguinte, o dever do legislador de formulação do pro-
blema requer uma justificação que demonstre detidamente e com plena
transparência porque a situação desejada pelo legislador é preferível à
situação vivenciada pelos indivíduos que serão afetados. Esta justificação
tem por conteúdo demonstrar de que maneira as liberdades dos indiví-
duos serão melhor preservadas pela opção legislativa em detrimento da
opção de interação social dos próprios indivíduos.
Mas o processo de justificação do legislador não se esgota ape-
nas na sua consistência discursiva interna, mas deve ser exposto ao
contraditório. A justificação a ser apresentada pelo legislador precisará
levar em conta ou ao menos ser contrastada com as justificações dos
próprios indivíduos, o que se relaciona diretamente com o dever an-
terior de verificação de fatos relevantes. Sem tal sopesamento entre as
justificações da preferência do legislador e a dos afetados, o processo
de formulação do problema não pode ser considerado válido à luz da
liberdade como principium.
114 | CRISTIANE SILVA KAITEL | ESTHER KÜLKAMP EYNG PRETE
mente uma política pública poderá ser isenta de gerar efeitos negativos)
estas devem ser levadas em consideração na discussão da pertinência da
intervenção legislativa em tela, não devem ser excluídas da consideração do
debate parlamentar em prol dos creditados benefícios da norma em gênese.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
MODELAGEM DE PROCESSO:
INSTRUMENTO PARA EXECUÇÃO
DE POLÍTICAS PÚBLICAS
1. INTRODUÇÃO
• Acesso à legislação;
• Estruturas eficazes (RELATÓRIO MANDELKERN, 2000).
• Conflitos de interesses;
• Necessidade de mascarar as divergências para aprovação
eleitoral;
• Parlamento incapaz de figurar de maneira precisa na situa-
ção desejada por falta de conhecimento sobre a matéria ob-
jeto da legislação (o que ocorre pela falta de conhecimento
das implicações fáticas da norma, o que poderia ser sanado
por meio da oitiva da maior diversidade possível de grupos
atingidos pela norma).
130 | PAULA GOMES DE MAGALHÃES
Vale dizer ainda que a ideia de processo pode e deve ser direta-
mente vinculada ao conceito de governança e, por sua vez, de política pú-
blica na medida em que a existência de processos claros contribuem para
a desburocratização das práticas de gestão, o que é capaz de proporcionar
mais eficiência e eficácia na elaboração e aplicação das políticas públicas.
Além disso, a existência de um processo bem definido atua como
uma sustentação/base para o bom andamento da governança, sendo que a
estratégia e a gestão de riscos exercem o papel de pilares. Lembramos ainda
que uma boa governança é a chave para uma política pública de qualidade.
Vista a importância de um processo para a governança e, por con-
sequente, para as instituições públicas, passa-se ao conceito de modelagem.
Também tida como mapeamento, a modelagem de processos pode
ser entendida como a forma de representar os processos praticados por
uma instituição de modo preciso e o mais completo possível. Essa repre-
sentação, por sua vez, possui o papel de contribuir para a análise, identifica-
ção e proposição de melhorias no processo visando seu desenvolvimento.
Vale dizer que é um método de representação muito utilizado no
meio corporativo e pelas áreas de conhecimento da administração, ciên-
cia da informação e engenharia de produção. A seguir segue quadro con-
tendo as definições de modelagem para importantes referências na área:
136 | PAULA GOMES DE MAGALHÃES
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BOHNE, Eberhard. The Politics of the Ex Ante Evaluation of Legislation. In: The
Impact of Legislation: A Critical Analysis of Ex Ante Evaluation. Org. Jona-
than Verschuuren. Boston: Martinus Nijhoff Publishers, p. 63-79, 2009.
LEAL, V.N. Problemas de Direito Público. 1960. Rio de Janeiro: Editora Forense.
1. INTRODUÇÃO
1 Mestre em Direito pela UFMG. Bacharela em Direito pela UFMG, com forma-
ção transversal em Direitos Humanos. Pós-graduanda em Direito Digital pelo
ITS em parceria com a UERJ. Pesquisadora do Observatório para a Qualidade
da Lei. E-mail: pietartar@gmail.com.
2 Pós-graduanda em Poder Legislativo e Políticas Públicas. Especialista em Di-
reito Digital e Compliance. Bacharela em Direito pela Escola Superior Dom
Helder Câmara. Consultora Legislativa da ALMG. Pesquisadora do Observa-
tório para a Qualidade da Lei. E-mail: thabatafc@gmail.com.
142 | PIETRA VAZ DIÓGENES DA SILVA | THÁBATA FILIZOLA COSTA
2. ESCLARECIMENTOS CONCEITUAIS
gotta go3, que pode ser lido como um manifesto pela linguagem simples
nos textos do Estado (embora o termo ainda não tivesse sido cunhado). A
fórmula para a escrita simples apresentada pelo autor difundiu-se e aper-
feiçoou-se, sendo considerada um critério de legibilidade na tradução de
documentos técnicos (BYRNE, 2006).
Schriver (2017) e Blasie (2022) identificam marcos relevantes para
o movimento da linguagem simples que antecedem a década de 1970, tais
como: 1) o Federal Reports Act (1942), norma estadunidense criada com
o objetivo de evitar duplicidades, reduzir custos e minimizar a complexi-
dade do processo de fornecimento de informações, pelas indústrias e pelo
mercado, às agências federais; 2) a publicação Plain World, a guide to the
use of English (1948), criada pelo servidor público Ernest Gowers a pedido
do ministro britânico de Finanças, com o objetivo de garantir a precisão e
a inteligibilidade dos textos governamentais; e 3) o livro The Language of
Law (1963), escrito por David Mellinkoff, professor titular da faculdade de
Direito da Universidade da Califórnia, considerado “[...] a fundação inte-
lectual da linguagem simples no direito”4 (BLASIE, 2022, p. 465).
Felsenfeld (1981), por sua vez, considera como marco inicial do
movimento o documento em linguagem simples criado pelo Citibank de
Nova York em substituição à promissória:
5 Tradução livre. No original: “One can date the beginning of the plain English move-
ment with some accuracy. On January 1, 1975, Citibank of New York introduced a
plain English consumer promissory note. A team of businessmen, lawyers and lan-
guage consultants had stripped the prior version, a dense and essentially unreadable
document, of many substantive provisions and cleansed the remaining verbiage. Citi-
bank knew it was on to something. The form was introduced at a major press confe-
rence which received television coverage. The note did indeed hit a responsive chord.
It received national, and even international, attention. It was particularly welcomed by
consumer activists who saw it as a major breakthrough in terms of consumer commu-
nication. Senator William Proxmire, Chairman of the Senate Banking Committee,
read the note on the floor of the Senate into the Congressional Record”.
AVALIAÇÃO LEGISLATIVA NO BRASIL
EFEITOS DA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 109, ART. 37, §16 | 145
2.3. Legística
ao que se pensa ter –, para que seus efeitos sejam os mais positivos possí-
veis (DELLEY, 2004).
A Legística formal, por sua vez, está voltada para a linguagem e
para a comunicação normativa, tendo objetivos semelhantes aos da lin-
guagem simples. Por meio de preceitos linguísticos e técnicas de redação,
ambas pretendem alcançar um direito acessível, coerente com o restan-
te do ordenamento e inteligível. Afinal, somente a norma compreensível
será de fato compreendida e, consequentemente, seguida e aplicada. As
diretrizes da Legística formal abarcam, por exemplo, que o texto da lei
seja conciso e preciso, que evite estrangeirismos, que seja escrito na voz
ativa e na forma afirmativa (COLAÇO; ARAÚJO, 2020).
No ordenamento jurídico brasileiro, importantes diretrizes de
Legística formal foram introduzidas com a Lei Complementar (LC) nº
95, de 26 de fevereiro de 1998, que dispôs sobre a elaboração, a redação,
a alteração e a consolidação das leis, como regulamentação determinada
pelo art. 59, parágrafo único, da Constituição Federal (CF). Essa norma
institui, por exemplo, que o texto da lei busque expressar ideias repetidas
por meio das mesmas palavras, evitando o uso de sinônimos por razões
estilísticas – dessa maneira, confere-se maior clareza ao texto. Embora
a LC 95/1998 não tenha conquistado a eficiência esperada (SOARES,
2007), é um marco normativo relevante para a Legística formal.
Um exemplo de lei brasileira mais recente que estimula a apli-
cação prática da Legística formal é a Lei nº 12.527, de 18 de novembro
de 2011, conhecida como Lei de Acesso à Informação (LAI). A LAI es-
tabelece que a informação prestada pelo Estado deve ser adequada para
a compreensão de todos os cidadãos e atores sociais. Verifica-se isso,
por exemplo, a partir de cuidados com o vocabulário, com a estrutura
sintática, com a organização do texto e com sua apresentação visual
(AZEVEDO, 2013, p. 26).
Sendo o principal objetivo da Legística aumentar a qualidade e a
efetividade das leis, uma ferramenta que merece destaque é a avaliação le-
gislativa, ou avaliação de impacto legislativo. Por meio dessa prática, bus-
ca-se antecipar os efeitos que se pretende produzir com a edição de uma
norma, incluindo deliberações acerca de sua necessidade e exequibilida-
152 | PIETRA VAZ DIÓGENES DA SILVA | THÁBATA FILIZOLA COSTA
o que seria esse ideal; quais objetivos são mais importantes e, por isso,
devem ser priorizados; qual o panorama atual; como verificar se os resul-
tados esperados foram, de fato, alcançados; que alterações na realidade
social a política promoveu, considerando as modificações previstas ou
não, positivas ou negativas.
4. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ADLER, Mark. The Plain Language Movement. In: TIERSMA, Peter M.; SO-
LAN, Lawrence M. (Eds.). The Oxford Handbook of Language and Law. Ox-
ford University Press, 2022. p. 67-83.
BLASIE, Michael A. The rise of plain language laws. 2022. University of Mia-
mi Law Review, vol. 76, n. 3, 2022. Disponível em: https://repository.law.miami.
edu/umlr/vol76/iss2/4. Acesso em: 22 out. 2022.
101 e 109 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias; [...]. Diário Ofi-
cial da União, 16 mar. 2021, p. 4. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc109.htm. Acesso em: 22 out. 2022.
CLAUSS, Hannah Bradford. The history of the plain language movement and
legal language and an analysis of US Nuclear Treaty Language. Chancellor’s
AVALIAÇÃO LEGISLATIVA NO BRASIL
EFEITOS DA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 109, ART. 37, §16 | 163
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Acesso em: 9 maio 2022.
RACIONALIDADE E ARGUMENTAÇÃO
LEGISLATIVA EM UMA
CULTURA DA JUSTIFICAÇÃO
DEMOCRÁTICA DAS LEIS
INTRODUÇÃO
LEGISPRUDÊNCIA: A TEORIA DA
LEGISLAÇÃO RACIONAL DE WINTGENS
essa operação não é tão simples porque, ao se incluir uma dimensão tem-
poral na aplicação do direito, toda vez que um novo problema surge, faz-
-se necessário justificar porque há identidade com demandas anteriores e
apontar onde residem as similaridades. Logo a seguir, o grau dois de coe-
rência está ligado a uma questão sistemática, em que normas devem ser
compatíveis na fase operacional, na medida em que devem respeitar os
efeitos de outras normas. Por fim, o último grau, três, impõe a igualdade
na aplicação da norma, como requisito de não discriminação. Dessa for-
ma, estão apresentadas aqui linhas gerais do trabalho de Wintgens nessa
área, que passam a fundamentar a legisprudência enquanto uma teoria
racional da legislação, em que a justificação do impulso para legislar é
questão essencial. No tópico a seguir, a Teoria da Legislação avança um
pouco mais, no sentido de desenvolver uma taxonomia para alocar a ra-
cionalidade do legislador dentro de uma lógica própria da argumentação.
lados por meio da lei. Os destinatários, por outro lado, são aqueles órgãos
administrativos ou particulares aos quais se dirigem as disposições nor-
mativas, mas não excluem os indivíduos ou grupos não necessariamente
comprometidos com o cumprimento delas. Neste sentido, investiga-se
o sistema jurídico enquanto meio para obtenção de determinados fins a
partir de um prisma científico e social. Isto é, identificar, dentro das mais
variadas possibilidades, a finalidade da norma da mais variadas ordens,
como econômica, social etc. Dessa forma, nesse quarto nível, a lei seria
irracional quando não produzir os fins desejados ou provocar efeitos não
inicialmente previstos. Para essa verificação, também deve se socorrer do
conhecimento de outras ciências sociais.
Por fim, o quinto nível, o da racionalidade ética, preconiza um
olhar sobre a legitimação do legislador para editar aquela norma, bem
como a obrigação ética do destinatário de cumprir ou não a lei. Como os
valores éticos podem variar de uma sociedade para outra, é preciso bus-
car referências que concretizem ideais de liberdade, igualdade e justiça, a
partir de postulados organizados em teorias éticas que justifiquem os fins
almejados pela lei. Assim, seria irracional uma lei cuja justificação ética é
defeituosa, isto é, seja porque impõe comportamentos imorais, ou por bus-
car fins ilegítimos. Atienza destaca a difícil missão, ao contrário dos outros
níveis de racionalidade, de se desenvolver uma técnica para a verificação
desse elemento, muitas vezes por partir de um instrumento baseado no
discurso moral que, segundo ele, pode se desnaturalizar quando o objetivo
é analisar finalidades. O modelo de Atienza está sintetizado a seguir.
Racionalidade legislativa e elementos do processo legislativo
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de implementação,
usadas para controlar disponível, critérios e técnicas reticulares, análise
dogmática legal, pesquisa
a racionalidade regras de argumentação de custo-benefício, técnicas
de com formadores de
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R1 – Racionalidade linguística
R2 Racionalidade
R2 Racionalidade Sistemática
R4 Sistemática
R3 Racionalidade pragmática
Níveis de racionalidade Racionalidade teleológica R3 Racionalidade
R4
envolvidos R5 pragmática
Racionalidade teleológica
Racionalidade axiológica R4
R5
Racionalidade teleológica
Racionalidade axiológica
Fonte: Atienza (2019, tradução nossa, adaptado)
RODRIGO ÉLCIO MARCELOS MASCARENHAS
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EFEITOS DA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 109, ART. 37, §16 | 187
1 Linguística
Sistemática (jurídico-formal)
- Aspectos interno e externo
2
- Base legal
- Procedimento do processo legislativo
Efetividade Social – Pragmática
- Observância
3
- Cumprimento / Aplicação / Implementação
- Capacidade de uso e/ou mobilização
Instrumental – Teleológica
- Adequação entre meios e fins
4
- Impactos sociais e não econômicos
- Eficiência – impactos econômicos e custos
5 Axiológica – Ética
Fonte: Oliver-Lalana (2013), adaptado
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
4 Mendes (2012) cita, dentre outros, os seguintes julgados nos quais o STF revisou os
fatos ou prognose legislativos ADI-MC 885, ADI 3.034, RE 438.639, ADPF 54.
5 ADI 855 MC, rel. min. Sepúlveda Pertence, Tribunal Pleno, julgado em 01/07/1993.
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EFEITOS DA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 109, ART. 37, §16 | 203
6 “[…] there are a number of other provisions in the International Covenant on Eco-
nomic, Social and Cultural Rights, including articles 3, 7 (a) (i), 8, 10 (3), 13 (2) (a),
(3) and (4) and 15 (3) which would seem to be capable of immediate application by
judicial and other organs in many national legal systems. Any suggestion that the
provisions indicated are inherently non self executing would seem to be difficult to
sustain.” (HRC, 1985)
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EFEITOS DA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 109, ART. 37, §16 | 209
a) cumulatividade tributária;
b) obsolescência da tributação do consumo;
c) excessiva complexidade das normas em vigor; e
d) má distribuição da carga tributária.
4.1. Cumulatividade
7 O Canadá e a Nova Zelândia são exemplos bem sucedidos, pois concedem créditos para
famílias de baixa renda que implicam a devolução do tributo pago por essas famílias.
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EFEITOS DA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 109, ART. 37, §16 | 215
REFERÊNCIAS
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INTRODUÇÃO
Mas talvez o mais grave dessa situação é que o Município que não
possui dados planeja às cegas, e essa vulnerabilização pode ter
consequências funestas não só à satisfação dos interesses locais,
mas para gestores mal assessorados ou mesmo inescrupulosos
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
PONTE, Carlos Fidelis; LIMA, Nísia Trindade; KROPF, Simone Petraglia. O sa-
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