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9.610/98)
Ascensorista (p/plateia) - Que saudades eu sinto do meu tempo de criança. Da época em que a
fantasia reinava no meu mundo feito só de alegrias e brincadeiras. Cresci, amadureci e entristeci.
Sinto saudades do meu tempo de criança onde sorrir era tão fácil, quanto hoje é chorar. Minha
infância se foi, acabou eu a perdi... E agora minha juventude está indo. (adolescentes entram,
formam fila à espera do elevador, todos deprimidos). Tudo um dia se vai. Meu peito está tão
sufocado que eu nem sei mais quem eu sou! (vai p/o elevador)
Adolescentes Luis, Andi, Nicolle, Victória, Matheus e Roberta, depressivos entram no elevador com
o objetivo de ir para o último andar se suicidar.
Luis (pede licença, troca de lugar, todos num empurra, reclamam, Luis aperta o botão)
SOM: ELEVADOR SUBINDO
Ascensorista – Eu não quero dizer nada, mas todo mundo em algum momento da vida já pensou
em se matar.
Anderson - Então respira fundo que tu morre negão... Olha o fedor que tá isso aqui!
Ascensorista – Até parece que se matando os problemas acabam. Raul Seixas já dizia: É de
batalhas que se vive a vida!
Victória (grita) - Ah! Faltou luz!
Ascensorista – Se cada problema que vocês não conseguirem resolver, a solução for se matar,
então vão passar a semana toda no elevador.
Anderson – E eu rodei pela 3ª vez na mesma série! Se eu não me matá, o meu coroa é que me
mata!
Matheus - Por que não te conheci antes? Minha namorada também me traiu. (todo mundo conversa
alto)
Ascensorista (grita) – Chega criaturas! Parem de falar besteira! (aponta p/Nicolle e Matheus) Vocês
dois aí, tratem de ser amigos. (aponta p/Andi e Victória) Tu que rodou, pode estudar com ela que tá
sozinha.
Anderson (p/Victória) – Ô que TAVA sozinha, vamo estudá! (faz gesto com as mãos representando
transa)
Ascensorista (p/casal) – Eu serei a madrinha do bebê de vocês. Então agora a gente desce e
organiza um lindo chá de fraldas!
Luis (indignado de mau humor) - Escuta aqui, por que tu ta fazendo isso?
Ascensorista (pega de surpresa, fica sem jeito) – Bem... É que eu sempre subia aqui com a intenção
de me matar, enquanto eu subia, pensava, chorava. Aí, então, eu planejava e traçava alguma meta.
Chegando ao 13º, eu descia para dar início aos meus planos. Eu subi e desci tantas vezes, que
resolvi falar com o dono do edifício pra trabalhar aqui, como ascensorista.
Anderson – Vo manda meu currículo! Pq quem trabalha não precisa estudá, né!
Ascensorista – Assim, todo dia eu subo, faço planos, escrevo textos ma-ra-vi-lho-sos, e não vejo a
hora de descer para realizar os meus sonhos!
Anderson – É isso!!!
Luis – Sonhar!