Eletric I Dade

Aula 09 - Prof Juliano
de Pelegrin
PETROBRAS (Técnico - Ênfase 6 -
Manutenção Mecânica) Conhecimentos
Específicos - 2023 (Pós-Edital)
Autor:
Felipe Canella, Juliano de
Pelegrin, Mara Camisassa
13 de Março de 2023
Felipe Canella, Juliano de Pelegrin, Mara Camisassa
Aula 09 - Prof Juliano de Pelegrin
Sumário
Eletrotécnica ........................................................................................................................................................ 4
1 – Introdução e conceitos fundamentais ........................................................................................................ 4
1.1 – Carga e corrente ............................................................................................................................... 4
1.2 - Tensão ................................................................................................................................................ 5
1.3 – Potência ............................................................................................................................................. 6
2 – Componentes de um circuito ..................................................................................................................... 6
2.1 – Resistores ........................................................................................................................................... 7
2.2 – Fontes independentes de tensão e corrente ...................................................................................... 7
2.3 – Chaves ............................................................................................................................................... 8
2.4 – Capacitores ....................................................................................................................................... 9
3 – Métodos de Análise de circuitos elétricos ............................................................................................... 10
3.1 – Associação de resistores em série .................................................................................................... 13
3.2 – Associação de resistores em paralelo ............................................................................................. 15
3.3 – Associação de fontes de tensão e de corrente ................................................................................ 18
3.4 – Associação de capacitores em série e paralelo .............................................................................. 19
4 – Máquinas elétricas .................................................................................................................................. 21
4.1 - Transformador .................................................................................................................................. 22
4.2 – Geradores síncronos ........................................................................................................................ 30
4.3 – Motores elétricos de indução ........................................................................................................... 35
4.4 - Quadros de comando controle e proteção ...................................................................................... 53
Considerações Finais ......................................................................................................................................... 56
Questões Comentadas ...................................................................................................................................... 57
Lista de Questões .............................................................................................................................................. 91
1
PETROBRAS (Técnico - Ênfase 6 - Manutenção Mecânica) Conhecimentos Específicos - 2023 (Pós-Edital) 110
www.estrategiaconcursos.com.br
Gabarito ......................................................................................................................................................... 110
2
ELETROTÉCNICA
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Caro estrategista, na presenta aula vamos estudar a eletrotécnica. Apesar de serem disciplinas com
forte ligação com a elétrica elas são presentes em concursos de engenharia mecânica. Vamos iniciar com
uma abordagem a respeito de circuitos elétricos, na sequência abordaremos as máquinas elétricas.
O tema desta aula apresenta relevância moderada em número de questões em concursos, ou seja,
vamos dominá-los para arrebentar na prova! Para melhor aprendizagem vamos abordar os assuntos desta
aula de modo a proporcionar uma leitura de fácil compreensão e assimilação.
Os tópicos necessários e mais importantes serão aprofundados por meio de esquemas, figuras e
resumos. Tudo isto será feito para que você possa extrair o máximo de conteúdo para a hora de sua prova.
Como de costume, antes de começarmos nossa aula, reforço que ela é escrita baseada em fontes
consagradas da engenharia mecânica, portanto haverá figuras e citações retiradas de bibliografias. Isto é
realizado com o objetivo de tornar o material o mais didático e claro possível.
Sem mais, lembre-se de acessar e curtir minhas redes sociais. Lá você poderá encontrar dicas,
conteúdos e informações a respeito de seu concurso! Vamos lá?!
Instagram - @profjulianodp
Telegram – https://t.me/profjulianodp
YouTube – Prof. Juliano de Pelegrin
e-mail – profjulianodp@gmail.com
3
ELETROTÉCNICA
Caro(a) estrategista, vamos iniciar o estudo da eletrotécnica com uma introdução e a definição de
diversos conceitos fundamentais importantes para que possamos desenvolver os demais conteúdos
conforme estes são cobrados em prova. Bora lá?!
1 – Introdução e conceitos fundamentais
Caro estrategista, circuitos elétricos são utilizados atualmente para resolverem problemas presentes
na sociedade moderna e, claro, também estão presentes em concursos para a área de engenharia mecânica.
Um circuito elétrico consiste em um conjunto de componentes que estão interligados entre si. Eles
são utilizados na geração, transmissão e consumo da energia elétrica. Além disso, também são utilizados
para codificação, decodificação, armazenamento, recuperação, transmissão e processamento da
informação.
Um circuito elétrico consiste em um conjunto de componentes elétricos interligados

entre si com o objetivo de forma um percurso fechado onde uma corrente possa circular.
1.1 – Carga e corrente
A imagem abaixo representa um circuito elétrico simples composto por uma fonte de tensão V e um
resistor R. Cada componente (V e R) possui dois terminais interconectados entre si, esses terminais também
são conhecidos como nós.
Uma carga circula pelo nosso circuito elétrico do exemplo acima. Professor, o que é carga? A carga é
a quantidade de eletricidade responsável pelo acontecimento dos fenômenos elétricos e a correte
representada por (i), no circuito acima, é a taxa de variação da carga no tempo, representada por:
𝑑𝑞
𝑖=
𝑑𝑡
Em que q é a carga expressa em coulombs (C) e t é o tempo. A unidade de corrente elétrica, grandeza
de base do SI, é o ampére que é equivalente a 1 coulomb por segundo. Cabe destacar, que para indicarmos
uma corrente precisamos de um sentido (seta) e um valor que pode ser positivo ou negativo.
4
Quando a corrente em um dispositivo ou componente for constante dizemos que ela é uma corrente
contínua (cc), caso ela varie com o tempo ela pode assumir muitas formas como de uma rampa de inclinação,
uma senoide ou uma exponencial. Vejamos a imagem abaixo:
Uma corrente senoidal é denominada corrente alternada (ca)
1.2 - Tensão
Além da corrente, outra variável básica de um circuito elétrico é a tensão. Essas duas variáveis sãos
responsáveis pela descrição da passagem de cargas pelos componentes de um circuito e a energia necessária
para que essa passagem seja promovida. O valor de tensão envolve um valor e um sentido que pode ser
positivo ou negativo e, é dado pela sua polaridade (+,-) Vejamos a imagem abaixo com a notação utilizada
para descrever uma tensão entre dois terminais (a, b):
Neste caso a tensão Vba é o trabalho necessário para ser realizado o transporte de uma carga positiva
do terminal a para o terminal b. Desta maneira, a tensão Vab é igual ao trabalgo necessário para ser realizado
o transporte de uma carga positiva do terminal b para o terminal a. Outra maneira de se expressar a tensão
entre os terminais é a partir da afirmação de que a queda de tensão do terminal a para o terminal b é igual
a Vba. Por fim, temos que as duas tensões possuem valores absolutos igual sendo que V ab=-Vba.
A tensão entre os terminais de um componente é igual a energia necessária para

ser realizado o transporte de uma carga positiva do terminal negativo para o terminal
positivo em que a unidade de tensão é o volt [V]. Assim, a tensão entre os terminais de um
componente é dada por 𝑣 = 𝑑𝑤⁄𝑑𝑞, em que v é a tensão, w a energia ou trabalho e q é a
carga.
5
1.3 – Potência
Caro estrategista, a potência é a taxa em que a energia é absorvida ou fornecida. Por exemplo, a luz
produzida por uma lâmpada em sua casa pode ser expressa em termos de potência. A equação para potência
é 𝑝 = 𝑑𝑤⁄𝑑𝑡 em que p é a potência e watts, w é a energia em joules e t é o tempo em segundos.
Também podemos definir a potência associado a um componente pela seguinte equação:
𝑑𝑤 𝑑𝑞
𝑝= . = 𝑣. 𝑖
𝑑𝑞 𝑑𝑡
Note que a potência é fornecida pelo produto entre a tensão entre os terminais de um componente
e a corrente que por ele está passando sendo que a unidade de potência é o watt.
Para sabermos se um elemento de um circuito está fornecendo ou absorvendo energia de um

componente precisamos conhecer a polaridade de tensão sobre o elemento e o sentido da corrente que o
atravessa.
Caso uma corrente positiva esteja entrando pelo terminal positivo do componente, então uma força
motriz externa deve estar excitando a corrente, ou seja, fornecendo ou entregando energia ao elemento.
Neste caso o componente está absorvendo energia. Uma vez que a corrente está saindo pelo terminal
positivo (entra pelo negativo), diz-se que o elemento está entregando energia ao circuito externo. Vejamos
alguns exemplos:
No exemplo da esquerda o componente está entregando energia, pois a corrente entra pelo terminal
negativo. Já no componente a direita da imagem acima, temos que o elemento está absorvendo energia, ou
seja, a potência é absorvida pelo componente.
2 – Componentes de um circuito
Prezados, na engenharia são utilizados modelos para representar elementos de um circuito elétrico.
Normalmente este modelo de um componente elétrico consiste em uma equação relacionando a tensão e a
corrente no componente e são usadas para prever o funcionamento de um circuito que utiliza esses
componentes.
Os componentes de um circuito são divididos em ativo e passivos. Um componente passivo absorve

energia e um componente é denominado ativo se ele é capaz de fornecer energia para um circuito. Assim,
os componentes ativos são fontes de energia em potencial.
6
2.1 – Resistores
A resistência é propriedade física que um componente ou dispositivo apresenta que é contrária a

passagem de corrente elétrica. Ela é representada pela letra R. Materiais que são bons isolantes elétricos
possuem elevado valor de resistividade (𝜌), já os materiais que são bons condutores de corrente elétrica,
possuem baixa resistividade. O silício e o poliestireno são exemplos de materiais com alta resistividade, já o
cobre, é um exemplo de material com baixa resistividade.
Resistência é a capacidade que um componente apresenta para dissipar energia de

uma maneira irreversível.
O componente que possui uma resistência R é denominado resistor e pela lei de Ohm a equação que
relaciona a tensão e a corrente com a resistência é:
𝑣 = 𝑅. 𝑖
Onde v é a tensão em volts, R a resistência em ohm (Ω) e i a corrente em ampére. A representação

de um resistor, em um circuito elétrico, com a corrente e tensão indicadas é dada na imagem abaixo:
ia R ib
a b
+ � -
Uma maneira alternativa de se escrever a lei de Ohm é a partir da seguinte equação:

𝑖 = 𝐺. 𝑣 em que G é a condutância que possui como unidade siemens (S) e é equivalente a
1/R.
Vamos agora ao estudo das fontes independentes.
2.2 – Fontes independentes de tensão e corrente
Os dispositivos que possuem por objetivo o fornecimento de energia elétrica para um circuito são
chamados de fontes. A fonte mais simples é o componente ativo de dois terminais e elas podem ser de
tensão ou de corrente. Uma fonte é um gerador de tensão ou corrente capaz de conceder energia a um
circuito.
A tensão de uma fonte de corrente é especificada enquanto a corrente de uma fonte de corrente
dependerá de todo o restante do circuito.
7
�( � )
+
+
- � (�) � (�) �( � )
-
Fonte Fonte
de tensão de corrente
Note que tanto a fonte de tensão quanto a de corrente são descritas especificando as funções
𝑣(𝑡) 𝑒 𝑖(𝑡). Uma fonte de tensão independente concede uma tensão, que não possui dependência da
corrente que a atravessa ou de qualquer tensão ou corrente em qualquer outra parte de um circuito.
Uma fonte de corrente independente fornece uma corrente que não depende da tensão entre seus
terminais e nem da tensão ou corrente em qualquer outra parte do circuito. As fontes de tensão e corrente
independentes também são conhecidas como fontes ideais.
Existem também as fontes dependentes utilizadas na modelagem de dispositivos como transistores

e amplificadores, cuja corrente ou tensão são proporcionais a corrente ou tensão em um outro componente
do circuito. Em nosso caso, na engenharia mecânica, não há a necessidade de estudarmos estes
componentes devido a sua não incidência em provas.
2.3 – Chaves
As chaves são componentes que possuem dois estados: abertas ou fechadas. As chaves ideais
quando abertas se comportam como um circuito aberto e quando fechadas se comportam como um curto-
circuito. Além disso, uma chave ideal muda instantaneamente de estado. Vejamos a imagem abaixo de como
elas são representadas em um circuito.
t=0 t=0
Chave normalmente aberta Chave normalmente fechada
8
2.4 – Capacitores
Caro estrategista, os capacitores são elementos

armazenadores de energia na forma de um campo elétrico criado por
cargas elétricas de sinais opostos. Em sua composição simples
(imagem ao lado), um capacitor pode ser construído através de duas
placas paralelas condutoras separadas por uma distância “d”. A partir
do momento que uma tensão é aplicada às placas do capacitor, ocorre
o armazenamento de cargas elétricas positivas e negativas nas placas
e na região entre as placas é criado um campo elétrico.
Os capacitores são identificados pelo parâmetro denominado

capacitância que é diretamente proporcional a permissividade
elétrica e à área entre as placas e inversamente proporcional à
distância entre as placas. Vejamos:
∈. 𝐴
𝐶=
𝑑
Em que C é a capacitância, ∈ a permissividade elétrica, A à área das placas e d a distância entre as

placas. A unidade da capacitância é chamada de farad (F).
Permissividade elétrica é a relação entre o valor do campo elétrico e a tensão entre

as placas de um capacitor.
Capacitância é a medida da capacidade de um elemento armazenar energia em

formato de uma campo elétrico gerado por cargas elétricas positivas e negativas.
A relação entre a tensão 𝑣(𝑡) aplicada a um capacitor, a capacitância C e a carga armazenada 𝑞(𝑡) é
dada por:
𝑞(𝑡) = 𝐶. 𝑣(𝑡)
Quando a tensão de um capacitor varia com o tempo, a carga armazenada no capacitor também varia
com o dento. Como sabemos, a variação da carga no tempo é a corrente elétrica assim temos:
𝑑 𝑑
𝑖(𝑡) = 𝑞(𝑡) 𝑖(𝑡) = 𝐶 𝑣(𝑡)
𝑑𝑡 𝑑𝑡
A tensão produz um pulso de corrente de amplitude 𝐶/∆𝑡 no capacitor. Note que

quanto menor for o valor de ∆𝑡 maior será a corrente, ou seja, temos que para ∆𝑡 = 0 a
corrente tenderia ao infinito, sendo impossível. Conclui-se então que a tensão em um
capacitor não pode variar bruscamente.
Para finalizarmos, quando um capacitor é conectado a uma bateria, ocorre a circulação de corrente
e um acúmulo de carga nas placas do capacitor. Após algum tempo a tensão no capacitor será igual a tensão
9
da bateria e a corrente no capacitor será nula. Fazendo-se as corretas deduções a energia armazenada 𝑤𝑐 (𝑡),
em joules, em um capacitor é expressa por:
1
𝑤𝑐 (𝑡) = . 𝐶. 𝑣 2 (𝑡)
2
A imagem abaixo representa um circuito composto por uma fonte de tensão, uma chave, um resistor
e um capacitor.
Encerramos aqui o estudo dos componentes de circuitos. Cabe destacar que existem outros
elementos que podem constituir um circuito elétrico, como por exemplo os indutores. Contudo, para provas
de engenhara mecânica esses são os principais que devemos conhecer a princípio.
3 – Métodos de Análise de circuitos elétricos
Prezado estrategista, além da lei de Ohm que é fundamental para circuitos elétricos devemos
conhecer pelo menos outras duas leis adicionais que foram formuladas pelo físico alemão Gustav Robert
Kirchhoff. Elas são chamadas lei de Kirchhoff das correntes (LKC) e lei de Kirchhoff das tensões (LKT).
Normalmente na análise de circuitos via a LKC temos uma análise onde as variáveis desconhecidas
nas equações são tensões e na análise via LKT conduz-se uma análise em que as variáveis desconhecidas são
correntes. Vamos aos enunciados de cada uma das leis:
Lei de Kirchhoff para A soma algébrica das tensões ao longo de uma malha em
tensões (LKT) qualquer instante é igual a zero.
Lei de Kirchhoff para A zoma algébrica das correntes em um nó em qualquer

correntes (LKC) instante é igual a zero.
10
Professor, o que é uma malha? Uma malha é um caminho fechado dentro de um

circuito que não passa mais do que uma vez por um nó.
No que diz respeito a soma algébrica correntes em nó temos que levar em consideração o sentido
das correntes ao somá-las. Uma maneira de fazer isso é adotando sinal positivo para correntes que estão
saindo do nó e sinal negativo para correntes que estão apontando (chegando) ao nó. Vejamos a imagem
abaixo:
Primeiramente, note que o circuito da esquerda é o mesmo circuito representado a direita. O nó “a”
em vermelho possui quatro componentes ligados a ele que são os componentes 1, 2, 3 e 4. Sendo assim, de
acordo com a LKC a soma algébrica destas correntes será igual a zero, note que o sinal é indicado conforme
convenção citada anteriormente.
−𝑖2 + 𝑖2 + 𝑖3 − 𝑖4 = 0 => 𝑖2 + 𝑖3 = 𝑖1 + 𝑖4
Em relação ao nó “b” temos:
𝑖1 = 𝑖2 + 𝑖3 + 𝑖6
Vamos agora, analisarmos as malhas (em roxo) deste circuito a partir da LKT. Por convenção, vamos
sempre percorrer a malhar no sentido horário e para a soma algébrica adotaremos o sinal do terminal do
componente (positivo ou negativo). Note que três malhas são formadas.
𝑣4 − 𝑣5 − 𝑣6 − 𝑣3 = 0 (3)
11
𝑣2 + 𝑣3 = 0 (2)
−𝑣2 + 𝑣1 = 0 (1)
(FEPESE/DEINFRA SC - 2019) Calcule a tensão e a corrente em cada resistor no circuito desenhado abaixo.
Dados: R1=1,6Ω,R2=4Ω,R3=6Ω
a) R1 = 4,8 V/3 A • R2 = 7,2 V/1,8 A • R3 = 7,2 V/1,2 A
b) R1 = 4,8 V/3 A • R2 = 7,2 V/2 A • R3 = 7,2 V/3 A
c) R1 = 4,8 V/3 A • R2 = 13 V/1,8 A • R3 = 7,2 V/12 A
d) R1 = 5,8 V/3,1 A • R2 = 7 V/2,8 A • R3 = 7 V/1,2 A
e) R1 = 10 V/3 A • R2 = 7,2 V/1,8 A • R3 = 7,2 V/1,2 A
Comentário:
Vamos realizar a análise deste circuito conforme as leis das correntes e tensões de Kirchhoff.
Pela note que o circuito possui duas malhas, uma formada pela fonte de tensão de 12V, o resistor R1
e o resistor R2 e a outra malha é formada pelos componentes R2 e R3. Vejamos a imagem abaixo:
�
+
� �
�
+ + +
� �
− − −
Percorrendo as malhas no sentido horário e adotando a convenção de sinais obtemos, a partir da LKT:
−12 + 𝑣1 + 𝑣2 = 0 (1)
−𝑣2 + 𝑣3 = 0 (2)
12
Pela LKC, a partir da soma algébrica das correntes, avaliando o nó em vermelho onde as correntes
𝑖1 , 𝑖2 𝑒 𝑖3 se encontram, obtemos:
−𝑖1 + 𝑖2 + 𝑖3 = 0 (3)
Conforme estudado, a lei de Ohm nos indica que a tensão em um resistor é dada por 𝑉 = 𝑅. 𝑖, ou
seja, podemos reescrever as equações (1) e (2) substituindo as tensões nos componentes 1 e 2. Vejamos:
−12 + 𝑅1. 𝑖1 + 𝑅2. 𝑖2 = 0 => 1,6𝑖1 + 4𝑖2 = 12 (4)
−𝑅2. 𝑖2 + 𝑅3. 𝑖3 = 0 => 4𝑖2 = 6𝑖3 (5)
Note que após a substituição temos que as equações (3), (4) e (5) estão escritas em função das
correntes 𝑖1 , 𝑖2 𝑒 𝑖3 , temos três equações e três incógnitas. Resolvendo este sistema linear obtemos:
𝑖1 = 2,5𝑖3 = 3𝐴
𝑖2 = 1,5𝑖3 = 1,8 𝐴
𝑖3 = 𝑖1 − 𝑖2 = 1,2 𝐴
Encontradas as correntes do circuito, podemos encontrar as tensões nos resistores da seguinte
maneira:
𝑣1 = 𝑅1 . 𝑖1 = 4,8 𝑉
𝑣2 = 𝑅2 . 𝑖2 = 7,2 𝑉
𝑣3 = 𝑅3 . 𝑖3 = 7,2 𝑉
Portanto, a alternativa A está CORRETA e é o gabarito da questão.
Vamos agora estudar como é realizada a associação de resistores quando conectados em série ou em
paralelo.
3.1 – Associação de resistores em série
Prezado estrategista, vamos considerar um circuito composto por uma única malha com 3
resistências e uma fonte de tensão, conforme a imagem abaixo:
13
Essa associação é conhecida como associação em série, pois todos os componentes são percorridos
pela mesma corrente. Uma maneira prática para a verificação se dois componentes estão ligados em série
se dá através da observação se eles estão interligados a um nó ao qual nenhum outro componente esteja
ligado. Note que os resistores 𝑅1 e 𝑅2 estão conectados pelo nó “b” e não há nenhum outro componente do
circuito representado está ligado a este nó. Isso quer dizer que as correntes 𝑖1 e 𝑖2 são iguais.
Realizando o mesmo raciocínio para os resistores 2 e 3 chegamos à conclusão que eles estão
conectados em série e suas correntes também são iguais. Desta forma, temos que os três resistores estão
em série.
Aplicando a LKC aos nós dos circuitos obtemos que:
𝑖𝑥 = 𝑖1 ; 𝑖1 = 𝑖2 ; 𝑖2 = 𝑖3 ; 𝑖3 = 𝑖𝑥
Através da aplicação da LKT temos que:
𝑣1 + 𝑣2 + 𝑣3 − 𝑣 = 0
Em que cada termo da equação é a componente de tensão em cada um dos resistores. Aplicando a
lei de Ohm aos resistores a seguinte relação é obtida:
𝑅1 𝑖1 + 𝑅2 𝑖2 + 𝑅3 𝑖3 = 𝑣
Como a corrente é a mesma em todos os resistores, podemos obter a corrente por:
𝑣
𝑖1 =
𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅3
A tensão no resistor 2, por exemplo, é obtida por:
𝑣. 𝑅2
𝑣2 = 𝑖1 . 𝑅2 =
𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅3
Desta maneira podemos encontrar a tensão no enésimo componente de um circuito resistivos

composto por n resistores ligados por uma fonte de tensão. Essa análise é o que indica o princípio da divisão
de tensão onde o circuito é denominado divisor de tensão. A equação que representa este princípio é
𝑅𝑛
𝑣𝑛 = [ ].𝑣
𝑅1 + 𝑅2 + ⋯ + 𝑅𝑛
Em que 𝑣𝑛 é a tensão no enésimo resistor e 𝑣 é a tensão da fonte de tensão.
Os resistores ligados em série podem ser substituídos por um resistor equivalente dado pela soma
das resistências conectadas conforme a equação abaixo:
𝑅𝑒𝑞 = 𝑅1 + 𝑅2 + ⋯ + 𝑅𝑛
14
Para o circuito utilizado como exemplo anterior temos que a resistência equivalente é igual a soma
das resistências dos três resistores. Desta maneira o circuito pode ser remontado com apenas dois
componentes que são a resistência equivalente e a fonte de tensão. Sendo que a resistência equivalente,
em substituição das outras resistências, não pode alterar a corrente na fonte de tensão. Vejamos a
representação do circuito com uma resistência equivalente.
Para finalizarmos, devemos saber que a substituição de resistores conectados em série por um
resistor equivalente não altera a corrente e a tensão em outros componentes do circuito. Além disso, a
potência absorvida pelos três resistores em série será igual a potência absorvida pelo resistor equivalente,
podendo ser comprovado pelas seguintes equações:
𝑣 = 𝑅. 𝑖 ; 𝑃 = 𝑣. 𝑖 => 𝑃 = 𝑅. 𝑖 2
𝑃 = 𝑖12 . 𝑅1 + 𝑖12 . 𝑅2 + 𝑖12 . 𝑅3
𝑃 = 𝑖12 (𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅2 ) = 𝑖12 . 𝑅𝑒𝑞
Encerramos aqui o estudo da associação de resistores em série e do circuito divisor de tensão.
3.2 – Associação de resistores em paralelo
Prezados, quando em um circuito possuímos dois ou mais componentes submetidos à mesma tensão
dizemos que estes estão em paralelo. Vejamos a imagem abaixo.
15
Para verificarmos se dois componentes estão ligados em paralelos devemos verificar se eles estão
conectados ao mesmo par de nós. Como podemos notar, todos os componentes do circuito acima estão
ligados entres os nós “a” e “b” portanto, estão em paralelo. Desta maneira, 𝑣1 = 𝑣2 = 𝑣3 = 𝑣.
Agora, vejamos o circuito divisor de corrente abaixo.
O circuito acima é composto por dois resistores e uma fonte de corrente. Note que ambos estão
ligados entre os nós “a” e “b” logo, 𝑣1 = 𝑣2 = 𝑣. Atribuindo a convenção de sinais para as correntes e
tensões no circuito e aplicando a LKC ao nó “a” conseguimos obter:
𝑖𝑣 = 𝑖1 + 𝑖2
Pela lei de Ohm:
𝑣 𝑣 𝑣 𝑣 1 1
𝑖1 = ; 𝑖2 = => 𝑖𝑣 = + = 𝑣( + )
𝑅1 𝑅2 𝑅1 𝑅2 𝑅1 𝑅2
Podemos assim, encontrar a resistência equivalente do circuito por
1 1 1 𝑅1 𝑅2
= + 𝑜𝑢 𝑅𝑒𝑞 =
𝑅𝑒𝑞 𝑅1 𝑅2 𝑅1 + 𝑅2
Fazendo a correta manipulação algébrica podemos encontrar a corrente 𝑖2 em função das duas
resistências por:
𝑅1 𝑖𝑣
𝑖2 =
𝑅1 + 𝑅2
Perceba que a corrente da fonte de corrente se divide proporcionalmente ao valor das resistências.
Para encerramos, vejamos a equação básica para um circuito divisor de corrente (paralelo) com N
resistências.
1 1 1 1
= + +⋯
𝑅𝑒𝑞 𝑅1 𝑅2 𝑅𝑛
16
(FEPESE/DEINFRE SC - 2019) Calcule o resistor equivalente para o circuito desenhado abaixo.
Dados: R1=1,6Ω,R2=4Ω,R3=6Ω
a) Req=0,95Ω
b) Req=2,5Ω
c) Req=3Ω
d) Req=4Ω
e) Req=8,4Ω
Comentário:
Caro estrategista, note que temos três resistores no circuito e, os resistores R2 e R3 estão em paralelo,
unidos pelo mesmo nó. Primeiramente, vamos obter a resistência equivalente entre R2 e R3.
1 1 1 𝑅2 . 𝑅3 4 .6
= + => 𝑅𝑒𝑞23 = = = 2,4Ω
𝑅𝑒𝑞23 𝑅2 𝑅3 𝑅2 + 𝑅3 4 + 6
Redesenhando o circuito obtemos:
Note que, nesta nova concepção, o circuito apresenta os resistores 𝑅1 e 𝑅𝑒𝑞23 em série. Desta
maneira podemos associá-los pela soma de suas resistências. Vejamos:
𝑅𝐸𝑄 = 𝑅1 + 𝑅𝑒𝑞23 = 1,6 + 2,4 = 4Ω
17
Portanto, a alternativa D está CORRETA e é o gabarito da questão.
3.3 – Associação de fontes de tensão e de corrente
Fontes de tensão conectadas em série são equivalentes a uma única fonte de tensão. Em relação a
fontes de correntes, quando conectadas em paralelo, podem ser substituídas por uma única fonte de
corrente equivalente. Vejamos o quadro abaixo.
FONTES EM SÉRIE
Circuito Circuito equivalente
Impossível
Prezado(a), fique atento(a) a polaridade das fontes de tensão, pois ela indicará se as tensões deverão
ser somadas ou subtraídas no circuito equivalente. Também, veja que é impossível a associação sem série
de fontes de corrente.
FONTES EM PARALELO
Circuito Circuito equivalente
18
Impossível
Na tabela acima é importante ficarmos atentos aos sentidos das correntes impostos pelas fontes de
corrente, indicando se devemos soma-las ou subtrai-las nos circuitos equivalentes. Além disso, não é
possível a associação de fontes de tensão em paralelo.
3.4 – Associação de capacitores em série e paralelo
Prezados estrategistas, assim como os resistores, os capacitores também podem ser associados em
série ou em paralelo. Vejamos a imagem abaixo:
19
No circuito acima os capacitores 1,2 e 3 estão conectados em paralelo e, a equação para se

determinar o capacitor equivalente para associações em paralelo é dada pela soma das capacitâncias de
todos os capacitores que compõe o circuito. Vejamos:
𝐶𝑒𝑞 = 𝐶1 + 𝐶2 + ⋯ + 𝐶𝑛
Para a associação de capacitores em série, o capacitor equivalente pode ser calculado pela seguinte
expressão:
1 1 1 1
= + + ⋯+
𝐶𝑒𝑞 𝐶1 𝐶2 𝐶𝑛
Cabe destacar, que a associação de capacitores em série e paralelo é o inverso da associação em de

resistores em série e em paralelo.
Resistores Capacitores
Associação em série: Associação em série:

1 1 1 1
• R eq = R1 + R 2 + ⋯ + R n • = C +C +...+C
Ceq 1 2 n
Associação em paralelo: Associação em paralelo:

1 1 1 1
• = + +...+ • Ceq = C1 + C2 + ⋯ + Cn
Req R1 R2 Rn
20
Dando continuidade ao nosso estudo, devemos saber que em circuitos em corrente contínua a tensão
nos capacitores é constante e a corrente nele é zero, ou seja, isso significa que um capacitor em um circuito
em regime estacionário, se comporta como um elemento aberto.
4 – Máquinas elétricas
Caro estrategista, vamos iniciar agora o estudo das máquinas elétricas.
Uma máquina elétrica é um dispositivo que pode realizar a conversão de energia mecânica em
energia elétrica como também a conversão de energia elétrica em energia mecânica. Se a máquina for
utilizada para converter energia mecânica em elétrica ela é denominada gerador. Caso o dispositivo seja
utilizado para converter energia elétrica em energia mecânica ela é chamada motor.
Devido ao fato de qualquer máquina elétrica ser capaz de realizar está conversão de energia elétrica
em energia mecânica e vice-versa temos que qualquer máquina pode ser utilizada como gerador ou motor.
Como praticamente todos os motores fazem conversão de energia de uma forma para outra via a ação de
um campo magnético e, em provas de concursos esses tipos de máquinas elétrica são cobradas, vamos
estudar as máquinas elétricas que utilizam o campo magnético para realizar esta conversão.
Além do gerador e do motor, vamos estudar também o transformador, pois este é uma máquina
elétrica que apresenta uma relação muito próxima com aqueles. Os transformadores possuem
funcionamento baseado no princípio do campo magnético para realizar mudanças no nível de tensão.
Trazendo para o nosso cotidiano, essas máquinas estão presentes em nossas vidas. Os motores
elétricos estão presentes em freezers, processadores de alimentos, ar condicionados, ventiladores, na
indústria. Os transformadores estão presentes nas ruas auxiliando no processo de transmissão de energia a
longas distâncias reduzindo perdas energéticas entre o ponto de geração da energia elétrica e de sua
utilização.
21
Possui relação muito próxima

Máquina elétrica Transformador
com motores e geradores
Dispositivo que pode realizar a

conversão de energia mecânica em
energia elétrica como também a
conversão de energia elétrica em
energia mecânica. Motor
Máquina elétrica
Gerador
Prezados, não vamos entrar no mérito do estudo de campos magnéticos e como acontece a sua
formação. Como estamos abordando um curso de engenharia mecânica focado em editais e questões de
concursos passados não há necessidade de tal aprofundamento teórico, pois a tendência de cobrança é de
forma direta a respeito das principais características das três máquinas elétricas citadas até aqui.
4.1 - Transformador
Como dito anteriormente, um transformador converte, através de um campo magnético, energia

elétrica em corrente alternada de uma determinada frequência e nível de tensão em energia elétrica com
mesma frequência, mas em outro nível de tensão.
Os transformadores basicamente são constituídos de duas ou mais bobinas de fio enroladas em volta
de um núcleo de material ferromagnético comum. Normalmente essas bobinas não são conectadas entre si
onde a única conexão existente entre as bobinas se dá pelo fluxo magnético comum que está presente
dentro do núcleo.
Um dos enrolamentos do transformados é conectado a uma fonte de energia elétrica de corrente

alternada e o segundo (e terceiro, se presente) enrolamento fornece energia em um outro nível de tensão
para às cargas. O enrolamento que está conectado a uma fonte de energia elétrica é conhecido como
enrolamento primário ou enrolamento de entrada, enquanto o enrolamento conectado às cargas é
denominado enrolamento secundário ou enrolamento de saída. Caso exista um terceiro enrolamento, ele
será chamado de enrolamento terciário.
A imagem abaixo representa o esquemático de um transformador elétrico do tipo núcleo envolvido.
22
Material Ferromagnético
Fonte de Campo magnético Carga

energia Secundário
Primário
N1 N2
A finalidade principal dos transformadores é a conversão de potência elétrica CA de

um nível de tensão em potência elétrica CA com mesma frequência e outro nível de tensão
que pode ser maior ou menor.
Além do transformador de núcleo envolvido, representado na imagem acima, também existe um

outro tipo conhecido como transformador de núcleo envolvente que consiste em um núcleo laminado com
três pernas em que os enrolamentos estão em torno da perna central.
4.1.1 – Transformador idealizado
Caros alunos(as), como o nome diz, um transformador ideal é uma máquina elétrica que não
apresenta perdas entre o enrolamento primário e o enrolamento secundário.
A equação que relaciona a as tensões de entrada e saída é dada por:
𝑉𝑝𝑟𝑖𝑚á𝑟𝑖𝑜 𝑁𝑝𝑟𝑖𝑚á𝑟𝑖𝑜
=
𝑉𝑠𝑒𝑐𝑢𝑛𝑑á𝑟𝑖𝑜 𝑁𝑠𝑒𝑐𝑢𝑛𝑑á𝑟𝑖𝑜
Em que em que 𝑉𝑝𝑟𝑖𝑚á𝑟𝑖𝑜 é a tensão aplicada ao enrolamento primário que possui um determinado
número de espiras de fio 𝑁𝑝𝑟𝑖𝑚á𝑟𝑖𝑜 e 𝑉𝑠𝑒𝑐𝑢𝑛𝑑á𝑟𝑖𝑜 é a tensão de saída no enrolamento secundário com
𝑁𝑠𝑒𝑐𝑢𝑛𝑑á𝑟𝑖𝑜 número de espiras de fio. Sendo assim
𝑁𝑝𝑟𝑖𝑚á𝑟𝑖𝑜
𝑎= = 𝒓𝒆𝒍𝒂çã𝒐 𝒅𝒆 𝒆𝒔𝒑𝒊𝒓𝒂𝒔 𝒐𝒖 𝒅𝒆 𝒕𝒓𝒂𝒏𝒔𝒇𝒐𝒓𝒎𝒂çã𝒐 𝑑𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎𝑑𝑜𝑟
𝑁𝑠𝑒𝑐𝑢𝑛𝑑á𝑟𝑖𝑜
Outra equação utilizada para análise do transformador ideal é a que relaciona as correntes de entrada
e saída no transformador, 𝑖𝑝 𝑒 𝑖𝑠 respectivamente. Vejamos:
𝑖𝑝 1
𝑁𝑝𝑟𝑖𝑚á𝑟𝑖𝑜 . 𝑖𝑝 = 𝑁𝑠𝑒𝑐𝑢𝑛𝑑á𝑟𝑖𝑜 . 𝑖𝑠 𝑜𝑢 =
𝑖𝑠 𝑎
23
Devemos também, para fins de prova, conhecer como se faz o cálculo da potência em um
transformador ideal. A potência ativa de entrada que é aquela fornecida ao transformador no circuito
primário é dada pela seguinte equação:
𝑃𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 = 𝑉𝑝 . 𝐼𝑝 . cos 𝜃𝑝
Onde 𝑉𝑝 é a tensão no enrolamento primário, 𝐼𝑝 a corrente no enrolamento primário e 𝜃𝑝 é o ângulo

entre a tensão primária e a corrente primária.
Também podemos calcular a potência ativa na saída oferecida pelo circuito secundário do
transformado para a carga pela seguinte equação:
𝑃𝑠𝑎í𝑑𝑎 = 𝑉𝑠 . 𝐼𝑠 . cos 𝜃𝑠
Como o ângulo 𝜃𝑠 é formado entre a tensão secundária e a corrente secundária e em um

transformador ideal os ângulos entre tensão e corrente não são afetados temos que 𝜃𝑝 = 𝜃𝑠 = 𝜃, ou seja,
os transformadores ideais possuem o mesmo fator de potência (cos 𝜃) em seus enrolamentos primários e
secundários. Normalmente, em questões de prova que não cita o fator de potência ou não pede para
calcularmos este, podemos considerá-lo como 1, em seu caso ideal, em que tensão e corrente encontram-
se em fase no circuito.
Em instalações elétricas industriais, busca-se sempre a obtenção de fatores

de potência próximo a 1 indicando melhor eficiência da instalação. Uma maneira
prática utilizada para se aumentar o fator de potência é a utilização de capacitores em
paralelo com as cargas indutivas.
Ao se fazer uma análise envolvendo as equações que envolvem a relação de espiras de um

transformador ideal conclui-se que a potência de saída de um transformador ideal é igual à potência de
entrada.
A mesma relação é válida para à potência reativa Q e à potência aparente S. Vejamos:
𝑄𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 = 𝑄𝑠𝑎í𝑑𝑎 = 𝑉𝑝 𝐼𝑝 𝑠𝑒𝑛 𝜃 = 𝑉𝑠 𝐼𝑠 𝑠𝑒𝑛 𝜃
𝑆𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 = 𝑆𝑠𝑎í𝑑𝑎 = 𝑉𝑝 𝐼𝑝 = 𝑉𝑠 𝐼𝑠
24
(FCC/EMAE-2018) Uma usina hipotética geradora de energia elétrica tem como característica a geração de
energia pelos processos hidrelétrico e termelétrico, mas não simultaneamente. Por causa da natureza da
geração hidrelétrica, a usina foi construída próxima de um rio.
A geração termelétrica só entra em operação em períodos de escassez de água na represa usada para
movimentar as turbinas dos geradores ou em períodos de manutenção dos equipamentos da hidrelétrica.
Os geradores termelétricos operam a partir do calor produzido pela queima de carvão mineral. Na sala de
geradores termelétricos, há um sistema de ventilação forçada que substitui equipamentos de ar
condicionado, por conta de um melhor aproveitamento da energia consumida no local, e cuja função é
manter a temperatura ambiente próxima de 23°C.
Um dos ambientes da usina está sendo criado para acomodar uma guilhotina elétrica a ser usada para
corte de placas de cobre de um sistema de ionização usado em partes da planta industrial para tratamento
da água, antes de retorná-la ao leito do rio.
O diagrama unifilar da iluminação da sala onde ficará a guilhotina está ilustrado na Figura I e a placa de
especificações do motor da guilhotina está ilustrada na Figura II.
O controle do sistema de ionização utiliza um transformador monofásico com primário de 220 V e três
secundários independentes, sendo o primeiro de 12 V, o segundo de 44 V e o terceiro de 32 V. Tendo o
primário 300 espiras, o número aproximado de espiras dos três secundários vale, respectivamente,
a) 30, 40, 50.
b) 36, 44, 60.
c) 30, 50, 40.
d) 36, 88, 64.
e) 16, 60, 44.
Comentário:
Prezados engenheiros(as), questão com um enunciado gigantesco sendo que o que nos interessa para
resolve-la é o que está escrito após a figura, certo?!
Conhecendo a tensão no primário, o número de espiras no primário e a tensão em cada uma das
bobinas secundárias fica muito fácil determinarmos a quantidade de espiras nas bobinas secundárias.
Vejamos:
𝑉𝑃 𝑁𝑃
=
𝑉𝑆 𝑁𝑆
25
Como o enunciado nos pede o número de espiras nos três secundários e temos que 𝑉𝑃 = 200 𝑉 e
𝑁𝑃 = 300 𝑒𝑠𝑝𝑖𝑟𝑎𝑠 basta apenas substituirmos as tensões em cada enrolamento secundário (12 V, 44 V e 32
V) na equação acima para resolvermos a questão.
220 300 220 300 220 300
= => 𝑁𝑆1 ≅ 16 = => 𝑁𝑆2 ≅ 60 = => 𝑁𝑆3 ≅ 44
12 𝑁𝑆1 44 𝑁𝑆2 32 𝑁𝑆3
Logo, a alternativa E está CORRETA e é o gabarito da questão.
Para encerramos, devemos saber que transformadores ideais não são concebíveis na realidade, pois
sempre haverá algum tipo de perda energética. Desta maneira a eficiência (𝜂) em transformadores reais é
dada pela seguinte expressão:
𝑃𝑠𝑎í𝑑𝑎
𝜂= × 100%
𝑃𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎
Uma outra forma de se calcular a eficiência se dá pela seguinte expressão:
𝑃𝑠𝑎í𝑑𝑎
𝜂= × 100%
𝑃𝑠𝑎í𝑑𝑎 + 𝑃𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠
Há três tipos de perdas em transformadores que são as perdas no cobre, perdas por
histerese e perdas por correntes parasitas
Finalizamos aqui o estudo dos transformadores monofásicos.
4.1.2 - Transformadores Trifásicos
Prezados alunos(as), para fins de prova de engenharia mecânica, não vamos nos aprofundar no tema
e adentrar no estudo de transformadores reais, mas cabe destacar que os sistemas de potência reais
produzem energia elétrica com tensões entre 4 e 30 kV.
Essa tensão é elevada por meio de transformadores elevadores para nível muito alto, como por
exemplo 500 kV, para então realizar a transmissão em uma longa distância. Chegando ao destino essa tensão
é reduzida via transformadores abaixadores que reduzem a tensão a níveis menores para realizar a
distribuição final. Isso faz com que as perdas de energia sejam reduzidas.
Atualmente, praticamente todos os principais sistemas de geração e distribuição de potência são

concebidos em sistema com corrente alternada trifásicos. Por isso, em algumas provas podem aparecer
questões abordando transformadores trifásicos.
Para utilização de transformadores em sistemas trifásicos podemos utilizar três transformadores

monofásicos e liga-los em um banco trifásico ou podemos utilizar um transformador trifásico que apresenta
26
três conjuntos de enrolamentos com apenas um núcleo comum. Vejamos a imagem abaixo em que temos
a representação de um transformador trifásico com um único núcleo de três “pernas”.
Os enrolamentos primários e secundários de um transformador trifásico podem ser ligados

independentemente nas conhecidas configurações estrela (Y) ou triângulo (∆). Desta maneira, podemos
concluir que um banco de transformadores pode ser concebido com um total de quatro configurações de
ligações que são: Estrela-Estrela (Y-Y); Estrela-Triângulo (Y-∆); Triângulo-Estrela (∆-Y); e Triângulo-Triângulo
(∆-∆). Vejamos a imagem abaixo:
I � �/ 3
3. � � �
V⁄ 3 � / 3. � � � /�
V �/ 3 3. � /�
��
Conexão Y-△ Conexão △-Y

� ��
� � /� �/ 3 � / 3. �
� � /�
� �/ 3
Conexão △-△ Conexão Y-Y
27
As ligações estrela e triângulo também são denominadas como ligações ípsilon e

delta, respectivamente.
Cabe destacar que em transformadores trifásicos, a relação de transformação é definida pela razão
entre a tensão de linha do primário a tensão de linha do secundário, desta maneira, dependendo da ligação,
a relação de transformação pode ser diferente da relação de espiras nas bobinas.
A tensão de fase é aquela medida entre a fase e o neutro e a tensão de linha é medida entre fases.
Em relação a corrente temos que a corrente de fase é aquela que percorre cada ramo monofásico de um
sistema trifásico e a corrente de linha é aquela que percorre cada condutor de linha. Vejamos a imagem
abaixo em que temos uma ligação estrela a esquerda e uma ligação triângulo a direita.
� �
�
�
� �
�
� �
��
�
Vamos ao estudo das relações para cada configuração de ligação.
4.1.2.1 – Ligação (Y-Y)
Em uma ligação estrela-estrela temos que a tensão de fase no primário (𝑉𝐹𝑃 ) de cada fase do
transformador é igual a tensão de linha no primário (𝑉𝐿𝑃 ) dividido por raiz de três, conforme a equação
abaixo:
𝑉𝐿𝑃
𝑉𝐹𝑃 =
√3
A tensão de fase no primário se relaciona com a tensão de fase no secundário pela relação de espiras
do transformador e a tensão de linha no secundário é obtida pela seguinte equação:
28
𝑉𝐿𝑆 = √3. 𝑉𝐹𝑆
Desta maneira obtemos:
𝑉𝐿𝑃 √3. 𝑉𝐹𝑃

= =𝑎 => 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑙𝑖𝑔𝑎çã𝑜 𝑌 − 𝑌
𝑉𝐿𝑆 √3. 𝑉𝐹𝑆
Na realidade os transformadores estrela-estrela são pouco utilizados por apresentarem desvantagens

quando comparados com outras ligações.
4.1.2.2 – Ligação estrela-triângulo
As equações que relacionam as tensões de linha e de fase no primário e no secundário na ligação

estrela-triângulo são:
𝑉𝐿𝑃 = √3. 𝑉𝐹𝑃
𝑉𝐿𝑆 = 𝑉𝐹𝑆
A relação total entre a tensão de linha no lado primário do banco e a tensão de linha do lado
secundário é dada por:
𝑉𝐿𝑃 √3. 𝑉𝐹𝑃

=
𝑉𝐿𝑆 𝑉𝐹𝑆
𝑉𝐿𝑃
= √3. 𝑎 => 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑙𝑖𝑔𝑎çã𝑜 𝑌 − ∆
𝑉𝐿𝑆
No que diz respeito as correntes de fase e de linha do primário e do secundário as seguintes relações
são adotadas para ligação Y-∆:
𝐼𝐹𝑆 = 𝐼𝐿𝑃 . 𝑎
𝐼𝐿𝑆 = √3. 𝑎. 𝐼𝐿𝑃
Vamos agora ao estudo da ligação triângulo-estrela.
4.1.2.3 – Ligação triângulo-estrela
Na ligação ∆-Y a tensão de linha no primário é idêntica a tensão de fase no primário e a tensão de
linha no secundário é igual a tensão de fase no secundário multiplicada por raiz de três. Vejamos:
𝑉𝐿𝑃 = 𝑉𝐹𝑃
𝑉𝐿𝑆 = √3. 𝑉𝐹𝑆
29
Desta maneira a razão entre as tensões de linha é dada por:
𝑉𝐿𝑃 𝑉𝐹𝑃 𝑉𝐿𝑃 𝑎

= => = 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑙𝑖𝑔𝑎çã𝑜 ∆ − 𝑌
𝑉𝐿𝑆 √3. 𝑉𝐹𝑆 𝑉𝐿𝑆 √3
No que se trata das correntes de linha e de fase nos enrolamentos primários e secundários para
ligação ∆-Y temos o seguinte:
𝐼𝐿𝑃 = √3. 𝐼𝐹𝑃
𝑎. 𝐼𝐿𝑃
𝐼𝐿𝑆 = 𝐼𝐹𝑆 =
√3
Para finalizarmos vamos ao estudo da ligação triângulo-triângulo, também conhecida por delta-delta.
4.1.2.4 – Ligação Triângulo-Triângulo
Prezado estrategista, na ligação ∆-∆ temos uma maior simplicidade onde as seguintes relações
devem ser obedecidas:
𝑉𝐿𝑃 = 𝑉𝐹𝑃 𝑒 𝑉𝐿𝑆 = 𝑉𝐹𝑆
Desta forma a relação entre as tensões de linha no primário e no secundário é:
𝑉𝐿𝑃 𝑉𝐹𝑃
= = 𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑙𝑖𝑔𝑎çã𝑜 ∆ − ∆
𝑉𝐿𝑆 𝑉𝐹𝑆
Em relação as correntes temos:
𝑎. 𝐼𝐿𝑃
𝐼𝐿𝑃 = √3. 𝐼𝐹𝑃 ; 𝐼𝐿𝑆 = 𝑎. 𝐼𝐿𝑃 ; 𝐼𝐹𝑆 =
√3
Esse tipo de configuração de transformador destaca-se por não apresentar deslocamento de fase e
problemas de cargas desiquilibradas ou harmônicas presentes nas outras configurações de ligação de
transformadores.
Prezados estrategistas, fechamos aqui o estudo de transformadores. Deixo como dica a memorização
das relações existentes para os transformadores monofásicos, pois estas são válidas para transformadores
trifásicos em grande parte e, assim a aprendizagem a respeito de transformadores trifásicos será mais
tranquila.
4.2 – Geradores síncronos
Caro aluno(a), as máquinas CA são motores que convertem energia elétrica CA em energia mecânica
e geradores que convertem energia mecânica em energia elétrica CA. Para nosso curso, não precisamos
conhecer todos os princípios de funcionamento das máquinas elétricas, mas sim alguns pontos chaves que
são explorados pelos examinadores.
30
Existem duas classes principais de máquinas CA que são as máquinas síncronas e as máquinas de
indução. As máquinas síncronas são motores e geradores cuja corrente de campo magnético é oriunda de
uma fonte de potência CC separada. As máquinas de indução são geradores e motores em que a corrente de
campo é fornecida por indução magnética em seus enrolamentos.
Fique tranquilo que não vamos entrar no estudo da formação do campo magnético,
isso deixaremos para nossos colegas engenheiros eletricistas! ☺
Os geradores síncronos são compostos basicamente por um rotor (parte girante) e um estator (parte
estacionária). O campo magnético é produzido no rotor que é acionado por uma máquina motriz primária,
como por exemplo uma turbina hidráulica, que produz um campo magnético girante dentro da máquina.
Esse campo induz um conjunto de tensões trifásicas nos enrolamentos de estator do gerador.
Em máquinas síncronas os enrolamentos de campo são aqueles presentes no rotor por isso, em
alguns casos também são conhecidos como enrolamentos de rotor. Já os enrolamentos de armadura são
aqueles presentes no estator que também podem ser denominados como enrolamentos de estator.
Além do estator e do rotor grande parte dos geradores síncronos possuem um sistema de excitação
composto por anéis coletores e escovas utilizados para fornecer uma corrente CC ao circuito de campo do
rotor. Devido ao fato destes anéis coletores e escovas gerarem um aumento de manutenção e perdas de
potência eles são utilizados em máquinas de menor porte.
Como meio alternativo a utilização de anéis coletores e escovas são utilizados excitatrizes sem
escovas para fornecer a corrente CC de campo para a máquina. Essa excitatriz sem escovas é composta por
um pequeno gerador CA com seu circuito de campo acoplado ao estator e seu circuito de armadura montado
no eixo do rotor. A corrente CA na saída da excitatriz é convertida em corrente contínua por um circuito
retificador montado no eixo do gerador.
Nos geradores autoexcitados de excitação série, o enrolamento de campo está em série

com o enrolamento da armadura.
Nos geradores autoexcitados de excitação shunt ou em derivação, o enrolamento de

campo está em paralelo com o enrolamento da armadura.
Nos geradores autoexcitados de excitação composta a ligação entre o enrolamento de

campo e o enrolamento da armadura acontece tanto em série como em paralelo.
31
Os geradores também possuem uma espécie de ventilador acoplado ao eixo de rotação para
resfriamento e a carcaça para proteção contra agentes externos além de outros componentes, conforme a
imagem abaixo.
Tampa da caixa de ligação

Caixa de ligação
Tampa da
excitatriz
Regulador de tensão
Placa de bornes
Roda de diodos
Tampa
Rotor principal
Flange Estator da
Bucha de excitatriz
acoplamento
Estator
Imã
Disco de Principal
permanente
acoplamento
Rolamento Carcaça
Rotor da
Ventilador
excitatriz
Fonte: www.weg.net
O nome síncrono, dos geradores síncronos, indica que a frequência elétrica gerada está sincronizada
com à velocidade de rotação do rotor do gerador. A equação para determinação da frequência elétrica do
estator em hertz é:
32
𝑛. 𝑃
𝑓𝑒𝑠𝑡𝑎𝑡𝑜𝑟 =
120
Em que n é a velocidade mecânica do campo magnético em rpm e P é o número de polos.
(FCC/EMAE-2018) Um moto gerador síncrono movido a diesel opera em regime (sem escorregamento), com
corrente em frequência 60 HZ no rotor e rotação 200/60 Hz . O número de polos do gerador é de
a) 72.
b) 18.
c) 200.
d) 36.
e) 9.
Comentário:
Para resolução desta questão basta aplicarmos a equação que relaciona frequência, rotação e
número de polos de um gerador síncrono, com suas corretas unidades, para encontrarmos o gabarito. De
acordo com o enunciado note que devemos convertes a rotação para rotações por minuto para então
aplicarmos a equação. Vejamos:
200 200 𝑟𝑎𝑑 𝑟𝑜𝑡 60𝑠
𝑛= [𝐻𝑧] => 𝜔 = 2𝜋. [ ].[ ].[ ] = 200 𝑟𝑝𝑚
6 60 𝑠 2𝜋 1𝑚𝑖𝑛
Então...
120. 𝑓 120.60 7200
𝑃= = = = 36 𝑝ó𝑙𝑜𝑠
𝑛 200 200
Vamos agora ao estudo da potência em geradores síncronos.
4.2.1 – Potência em geradores síncronos
Prezados estrategistas, como dito anteriormente os geradores síncronos convertem potência

mecânica, oriunda de turbinas hidráulicas, motores diesel, turbina a vapor ou dispositivos similares em
potência elétrica. Independentemente do tipo de máquina motriz ela deve apresentar como propriedade
básica velocidade constante para que não ocorra variação de frequência do sistema de potência resultante.
Devido as perdas, nem toda a potência mecânica que é cedida ao gerador é convertida em potência
elétrica na saída da máquina. A potência de entrada em um gerador síncrono é igual a potência no eixo do
gerador calculada por:
𝑃𝑒𝑛𝑡 = 𝜏. 𝜔
33
Em que a 𝜏 é o torque e 𝜔 é a velocidade de rotação no eixo. A potência elétrica de linha ativa do

gerador pode ser calculada em função das tensões e corrente de linha assim como o fator de potência.
Vejamos:
𝑃𝑆𝐿 = √3. 𝑉𝐿 . 𝐼𝐿 . cos 𝜃
A potência de fase na saída do gerador pode ser calculada por:
𝑃𝑆𝐹 = 3. 𝑉𝐹 . 𝐼𝐹 . cos 𝜃
Para finalizarmos, assim como nos transformadores o rendimento em geradores pode sera calculado
pela razão entre a potência de saída e a potência de entrada.
4.2.2 – Ligação em paralelo de geradores síncronos
Caro concurseiro(a), atualmente são raras as aplicações em que um gerador atue isolado alimentando
sua própria carga sem auxílio de outros geradores. Na maioria dos casos, mais de um gerador operam em
paralelo para suprir a potência demandada pelas cargas. Como maior exemplo podemos citar a rede elétrica
do Brasil, onde milhares de geradores estão ligados em paralelo para gerar a energia necessária para suprir
a carga do sistema.
Vejamos abaixo as vantagens da operação de geradores em paralelo.
Vários geradores aumentam a confiabilidade do

Diversos geradores apresentam uma capacidade
sistema. Caso um falhe, não ocorrerá perda total
de alimentação maior do que apenas um.
de potência para a carga.
Apenas um gerador operando abaixo de sua

Com a ligação de geradores em paralelo um ou plena carga apresenta uma menor eficiência,
mais deles podem ser removidos para desta forma é vantajoso várias máquinas
manutenções. menores em paralelo operando com apenas uma
fração delas em plena carga.
Para ser possível a ligação em paralelo de um gerador com um outro que já está em operação algumas
condições devem ser atendidas. Se a chave de ligação do segundo gerador for fechada em um momento
qualquer os dois geradores serão sujeitados a grave risco de danos e além disso a carga perderá potência.
34
Vejamos a imagem abaixo em que temos a sequência de fases possíveis para ligação de dois
geradores trifásicos em paralelo.
a
b
GERADOR 1 CARGA
c
a'
b'
c'
GERADOR 2
CHAVE
Os requisitos necessários para tal ligação em paralelo são:
• As tensões eficazes de linha dos dois geradores devem ser iguais;

• Os dois geradores devem ter a mesma sequência de fases;
• Os ângulos de fases das duas fases a devem ser iguais/ e
• A frequência do gerador que está entrando em paralelo deve ser igual ou ligeiramente superior à
frequência daquele que já está em operação.
O fato da necessidade de as tensões serem iguais se dá obviamente pelo fato de que se deseja manter
a tensão do sistema operando. Encerramos aqui o estudo sobre geradores.
4.3 – Motores elétricos de indução
Prezado estrategista, os motores elétricos de indução são assim denominados pelo fato de que a
tensão do rotor, a qual produz a corrente no rotor e o seu campo magnético, é induzida nos enrolamentos
do rotor em vez de ser fornecida via conexão física de fios. De uma maneira mais simples ainda, a principal
diferença de uma máquina elétrica de indução das demais é o fato de que o motor de indução não precisa
de uma corrente de campo CC para funcionar.
35
A composição entre o campo gerado pela corrente induzida no rotor e o campo

girante do estator resulta em uma força de origem magnética que gera um conjugado
(torque) no eixo do motor.
Diferente das máquinas síncronas uma máquina de indução não é recomendada para utilização como
gerador, apesar de isto ser possível. Vejamos a imagem abaixo em que temos um motor de indução trifásico
representado com seus principais componentes descritos e os enrolamentos em laranjado:
Terminais de aterramento
Caixa de ligação
Placa de Olhais
identificação
Tampas
Sistema de
ventilação
Tampa (ventoinha) Tampas
defletora Eixo
Carcaça
Terminais
de aterramento
Rolamentos Vedação
Fonte: www.weg.net
Existem dois tipos de rotores para os motores de indução que são o rotor gaiola de esquilo e o rotor
bobinado.
O rotor gaiola de esquilo não possui enrolamento e consistem em várias barras condutoras
encaixada dentro de ranhuras na superfície do rotor e em curto-circuito em ambos os lados por anéis. O
36
rotor bobinado por sua vez apresenta um conjunto de enrolamentos trifásicos similares aos enrolamentos
do estator. Normalmente nesta concepção de rotor os motores devem possuir escovas para acesso as
correntes no rotor.
Os rotores gaiola de esquilo possuem este nome porque se analisarmos os

condutores isoladamente eles lembram as rodas em que esquilos ou hamsters fazem
exercícios.
Estator
Rotor gaiola
Rotor gaiola de esquilo
de esquilo
Estator
Rotor bobinado
Na imagem acima tempos um motor trifásico com rotor gaiola de esquilo ao centro e a direita um
motor com rotor bobinado.
O princípio de funcionamento dos motores de indução trifásicos (mais cobrados em prova) é baseado
no campo girante em que o enrolamento trifásico é composto por três enrolamentos monofásicos espaçados
entre si em 120°. As correntes trifásicas de alimentação geram os próprios campos magnéticos nas três fases
que são deslocados em 120° entre si. O campo magnético gerado desenvolve um conjugado motor que faz
com que o rotor gire.
A equação para determinar a velocidade de rotação do campo magnético (𝑛𝑠𝑖𝑛𝑐 ) também chamada
de velocidade síncrona é dada por:
120. 𝑓𝑠
𝑛𝑠𝑖𝑛𝑐 =
𝑃
37
Em que 𝑓𝑠 é a frequência do sistema aplicada ao estator em hertz e P é o número de polos da máquina.

Vejamos a tabela abaixo que nos fornece as velocidades síncronas para frequências e polaridades usuais em
motores elétricos.
Rotação síncrona por minuto

Nº de pólos
Frequência de 60 Hz Frequência de 50 Hz
II 3600 3000
IV 1800 1500
VI 1200 1000
VIII 900 750
X 720 600
Os motores elétricos de corrente alternada, trifásicos, que apresentam rotação

rigorosamente constante, e aqueles cuja rotação depende da carga mecânica a que são
submetidos são conhecidos, respectivamente, como síncronos e assíncronos.
Como o comportamento de um motor é dependente da tensão e da corrente no rotor, na maioria

dos casos é mais lógico falar em velocidade relativa uma vez que a tensão nas barras do rotor de um motor
de indução é dependente da velocidade do rotor em relação aos campos magnéticos gerados.
Para se definir o movimento relativo do rotor e dos campos magnéticos os termos velocidade de
escorregamento e somente escorregamento são empregados. A velocidade de escorregamento (𝑛𝑒𝑠𝑐 ) é
calculada por:
𝑛𝑒𝑠𝑐 = 𝑛𝑠𝑖𝑛𝑐 − 𝑛𝑚
Onde 𝑛𝑚 é a velocidade mecânica do eixo do motor. Note então, que a diferença entre a velocidade
síncrona e a velocidade mecânica no rotor do eixo é a velocidade de escorregamento.
O escorregamento “s” é a velocidade relativa em porcentagem podendo ser calculado por:
𝑛𝑒𝑠𝑐 𝑛𝑠𝑖𝑛𝑐 − 𝑛𝑚
𝑠= × 100% => 𝑠 = × 100%
𝑛𝑠𝑖𝑛𝑐 𝑛𝑠𝑖𝑛𝑐
O escorregamento também pode ser definido pelas velocidades angulares em radianos por segundo.
Vejamos:
𝜔𝑠𝑖𝑛𝑐 − 𝜔𝑚
𝑠= × 100%
𝜔𝑠𝑖𝑛𝑐
38
Cabe destacar, prezado estrategista, que caso o rotor esteja girando com a
velocidade síncrona o escorregamento será igual a zero e caso esteja parado o
escorregamento será igual a um.
Uma forma alternativa de se expressar a velocidade mecânica do eixo do motor é dada por:
𝑛𝑚 = (1 − 𝑠)𝑛𝑠𝑖𝑛𝑐 => 𝜔𝑚 = (1 − 𝑠)𝜔𝑠𝑖𝑛𝑐
(FGV/COMPESA-2018) Um motor de indução de 12 polos e frequência de 60 Hz opera a uma velocidade

síncrona (medida) de 540 rpm.
O escorregamento desse motor vale
a) 5 %.
b) 10 %.
c) 20 %.
d) 40 %.
e) 50 %.
Comentário:
Prezado estrategista, note que a velocidade que o autor chamou de síncrona no enunciado é a
velocidade medida, ou seja, é a velocidade no eixo do motor (𝑛𝑚 ). Desta forma, devemos calcular a real
velocidade síncrona através do número de polos e frequência de operação do motor e em seguida calcular
o escorregamento. Vejamos:
120. 𝑓 120.60
𝑛𝑠𝑖𝑛𝑐 = = = 600 𝑟𝑝𝑚
𝑃 12
𝑛𝑠𝑖𝑛𝑐 − 𝑛𝑚 600 − 540
𝑠= × 100 => × 100 = 10%
𝑛𝑠𝑖𝑛𝑐 600
Portanto, a alternativa B está CORRETA e é o gabarito da questão.
Vamos agora ao estudo do conjugado e potência em motores elétricos.
4.3.1 – Conjugado e potência
Prezados alunos(as), como projetistas de sistemas motorizados sempre precisamos levar em

consideração a especificação de um motor elétrico correspondente aos disponíveis no mercado e, claro, em
provas de concurso esse é um assunto explorado. Para melhor compreensão sempre que falarmos em
conjugado pense em torque, pois esse é o significado dele.
39
A potência que entra em um motor elétrico de indução é aquela oriunda da rede elétrica. A potência
de saída é aquela na saída do eixo na forma de energia mecânica. Entre esse meio termo de conversão de
energia ocorrem perdas, assim como em todas as máquinas que estudamos, afinal não existe a máquina
perfeita! Vejamos o diagrama abaixo em que as perdas são elencadas:
A potência de entrada no motor de indução é calculada por:
𝑃𝑒𝑛𝑡𝑟 = √3. 𝑉𝑇 . 𝐼𝐿 . cos 𝜃
Em que V e I são a tensão e a corrente da rede trifásica e cos 𝜃 o fator de potência.
A perdas no cobre (𝑃𝑃𝐶𝐸 ) são aquelas presente nos enrolamentos, ou bobinas de cobre do estator.
As perdas no núcleo (𝑃𝑛ú𝑐𝑙𝑒𝑜 ) são as perdas por histerese e corrente parasita no estator. A potência de
entreferro (𝑃𝐸𝐹 ) é a potência restante após as perdas no núcleo e no cobre que é transferida ao rotor no
entreferro entre estator e rotor.
Após ser transferida para o rotor ocorre a perda de potência no cobre do rotor (𝑃𝑃𝐶𝑅 ) restando aqui
a potência elétrica que realmente será convertida em potência mecânica (𝑃𝑐𝑜𝑛𝑣 ). Ainda, ocorrerão perdas
por atrito e ventilação (𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑡𝑜 𝑒 𝑃𝑣𝑒𝑛𝑡 ) em que quanto maior for a velocidade de rotação do motor maiores
serão esses tipos de perdas. As perdas suplementares são demais perdas presentes chegando-se então à
potência de saída no eixo do motor que é calculada por:
𝑃𝑠𝑎í𝑑𝑎 = 𝜏𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝜔𝑚
Em que 𝜏𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 é o torque da carga e 𝜔𝑚 é a velocidade de rotação do eixo.
O conjugado induzido de uma máquina é o torque gerado pela conversão interna de potência elétrica
em mecânica. Devido as perdas esse conjugado é calculado por:
𝑃𝑐𝑜𝑛𝑣
𝜏𝑖𝑛𝑑 =
𝜔𝑚
Em alguns casos, ele também é chamado de conjugado desenvolvido e uma outra equação utilizada
para seu cálculo é:
40
(1 − 𝑠)𝑃𝐸𝐹
𝜏𝑖𝑛𝑑 =
(1 − 𝑠)𝜔𝑠𝑖𝑛𝑐
Note que conhecendo o escorregamento “s”, a potência de entreferro e a velocidade síncrona é

possível encontrar o torque induzido pelo motor.
Quanto maior a carga imposta ao rotor, maior terá de ser o conjugado necessário
para acioná-la.
4.3.2 – Potência Ativa, Aparente e reativa.
Prezados alunos(as), questões de provas que envolvem motores trifásicos de corrente alternada,
costumam exigir conhecimento sobre a potência ativa, aparente e reativa. Vamos começar pela potência
aparente.
A potência aparente (S) é dada pela multiplicação da tensão pela corrente em sistemas monofásicos
e pela multiplicação de raiz de três, tensão e corrente em sistemas trifásicos. Ela corresponde à potência que
iria existir casou não houvesse defasagem da corrente, em outras palavras, caso a carga fosse formada
somente por resistências (fator de potência igual a 1). Vejamos:
𝑆 = 𝑉. 𝐼 => 𝑆𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 𝑚𝑜𝑛𝑜𝑓á𝑠𝑖𝑐𝑜
𝑆 = √3. 𝑉. 𝐼 => 𝑆𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 𝑡𝑟𝑖𝑓á𝑠𝑖𝑐𝑜
A potência ativa (P) é a fração da potência aparente que realiza trabalho que realmente é
transformada em energia, calculada por:
𝑃 = √3. 𝑉. 𝐼. cos 𝜃 𝑜𝑢 𝑃 = 𝑆. cos 𝜃
A potência reativa (Q) é a parcela de potência aparente que “não” realiza trabalho, é aquela que fica
armazenada nos capacitores e indutores do circuito (elementos passivos).
𝑄 = √3. 𝑉. 𝐼. 𝑠𝑒𝑛 𝜃 𝑜𝑢 𝑄 = 𝑆. 𝑠𝑒𝑛 𝜃
Em que 𝜃 é o ângulo de defasagem da tensão em relação a corrente ou a razão entre potência ativa
e potência aparente. Para cos 𝜃 = 1 temos carga resistiva, para carga indutiva cos 𝜃 = 𝑎𝑡𝑟𝑎𝑠𝑎𝑑𝑜 e para
carga capacitiva cos 𝜃 = 𝑎𝑑𝑖𝑎𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜. Cabe destacar aqui, que os termos adiantado e atrasado são referentes
aos ângulos da corrente em relação a tensão.
Um motor não consome apenas potência ativa que é convertida em trabalho, mas
sim potência reativa, utilizada para magnetização, contudo, não produz trabalho.
41
4.3.3 – Partida de motores elétricos trifásicos
Prezados concurseiros(as), a partida de motores elétricos possui algumas peculiaridades que podem
vir a ser abordada em sua prova. Vamos abordar aqui os tipos de partidas um pouco de suas características
e algumas vantagens e desvantagens de cada uma.
Os principais tipos de partidas dos motores trifásicos são:
• Partida direta;
• Partida indireta:
o Partida com chave estrela-triângulo
o Partida com chave compensadora (autotransformador)
o Partida com chave série-paralelo
o Partida eletrônica (Soft-Starter)
4.3.3.1 – Partida Direta
A partida direta, como o nome diz, consiste em simplesmente ligar o motor elétrico via disjuntor ou
contatores a rede elétrica. Esse tipo de partida não é recomendado para motores com corrente de partida
elevada, pois geram picos de corrente na rede elétrica de alimentação, podendo causar elevada queda de
tensão na rede. Além disso, a partida direta necessita de superdimensionamento de cabos e contatores
elevando o custo para o sistema de proteção.
4.3.3.2 – Partida com chave estrela-triângulo
A partida indireta via chave estrela-triângulo é realizada quando o motor apresenta a possibilidade
de dupla tensão, como por exemplo, 220/380V, 380/660V ou 440/760V. Esse tipo de partida pode ser
utilizada quando a curva de conjugado do motor é suficientemente elevada para poder garantir a aceleração
da máquina com a corrente reduzida na casa de 25% a 33% na ligação triângulo.
A chave estrela-triângulo normalmente só pode ser utilizada quando as máquinas em vazio, ou seja,
sem carga e somente após atingir cerca de 90% da rotação nominal poderá ser aplicado carga.
Vantagens Desvantagens
Possui custo reduzido Só pode ser aplicada em motores que possuam seis
bornes ou terminais acessíveis.
Não apresenta limite quanto ao número de A tensão da rede deve coincidir com a tensão em
manobras triângulo do motor.
Componentes com tamanho reduzido. O momento da partida é reduzido para 1/3,
conforme a redução de corrente.
Reduz a corrente de partida para aproximadamente O motor deve atingir 90% de sua rotação nominal
1/3. para ser realizada a transição. Caso isso não
acontece o pico de corrente na comutação será
semelhante a uma partida direta.
42
Na imagem acima temos o esquemático de uma ligação estrela-triângulo para uma rede de 220 V.
Note que a tensão por fase durante a partida é 127 V. Os terminais dos motores são numerados conforme a
imagem abaixo:
Motor com 12 terminais
1 2 3
Motor com 6 terminais
1 2 3
4 5 6
7 8 9
4 5 6
10 11 12
Motores trifásico com 6 terminais podem trabalhar com 2 tensões como por exemplo 220/380 V. Já
os motores com 12 terminais podem ser ligados em 4 tensões como por exemplo 220/380/440/760V.
Vejamos a imagem abaixo em que temos os esquemas de ligações de motores de 6 e 12 terminais.
Motor com 6 terminais 220/380 V
43
Ligação em triângulo Ligação em estrela
220 V 380 V
1 2 3
6 1 1 2 3
1
= 3 4
= 6
4
5
2
4 5 6 4 5 6
5 2
3
Ligação com 12 terminais 220/380/440/760 V
Em alguns casos os terminais dos motores são identificados com as letras U, V e W mais números,
isso depende do fabricante, mas a sistemática para ligação permanece a mesma necessitando apenas da
correta assimilação.
Para inverter o sentido de rotação de motores trifásicos que, como o nome já diz,
apresentam três fases na alimentação e nenhum fio neutro, basta inverter dois fios fase.
44
4.3.3.3 – Partida com chave compensadora
Caro aluno(a), sempre que ler em questões a respeito de chave compensadora lembre do fato que
ela pode ser utilizada para partida de motores com carga. Esse tipo de partida reduz a corrente de partida,
evitando sobrecarga no circuito e além disso permite a manutenção de um conjugado suficiente para a
partida e aceleração.
A tensão na chave compensadora é reduzida via autotransformador para a faixa de 50, 65 e 80% da
tensão nominal. Vejamos o quadro com as vantagens e desvantagens da utilização da chave compensadora.
Na transição entre a tensão de rede e a tensão Possui limitação quanto a frequência de manobras.
nominal não ocorre desligamento do motor
proporcionando um segundo pico de corrente
reduzido.
Permite variações de tensões chegando até 90% da Apresenta custo elevado comparada com a chave
tensão da rede para partida satisfatória do motor estrela-triângulo.
com carga. Pelo caráter construtivo do autotransformador
apresenta volume muito maior.
4.3.3.4 – Partida eletrônica (Soft-Starter)
Neste tipo de partida, em corrente alternada, como o nome já diz, um arranjo eletrônico composto
por conjuntos de tiristores/diodos permite a partida do motor de maneira suave controlando a tensão e a
corrente durante a partida. Essa chave de partida também é conhecida como chave de partida a estado
sólido.
A soft-starter não possui partes móveis ou que gerem arco, desta maneira apresenta uma vida útil
mais longa.
4.3.3.5 – Inversores de frequência
Além dos dispositivos de partidas citados acima, existem também os inversores de frequência, que,
apesar de não ser sua função principal, podem ser utilizados para a partida de motores elétricos.
Quando um motor é alimentado com energia elétrica, na maioria dos casos ele parte da inércia até
sua velocidade máxima em poucos segundos. Essa partida brusca pode causar danos a engrenagens, correias,
entre outras peças. Além de ocorrer picos de correntes que podem afetar a vida útil do motor.
Os inversores de frequência permitem a utilização de rampa de aceleração, determinando o tempo

o qual o motor vai sair da inércia até atingir sua capacidade de rotação máxima de maneira suave, sem
“trancos”. Da mesma maneira existem as rampas de desaceleração nos inversores, para se evitar frenagens
bruscas.
A ideia de funcionamento básica do inversor é baseada na conversão de um sinal CA em CC e depois

novamente em CA pulsado e com largura modulada, ajustando sua tensão e frequência para controle da
velocidade e torque da máquina.
45
Os componentes básicos dos inversores de frequência são:
• CPU – Unidade central de processamento – Possui um microcontrolador ou um microprocessador

como base de processamento. Pode ser considerado o cérebro do inversor e é responsável pela lógica
de pulsos para os transistores.
• IHM – Interface homem máquina – é a parte de interação entre o usuário e a máquina. Permite a
parametrização de tensão, frequência, torque...
• Interface eletrônica – Disponibiliza comunicação com dispositivos externos. Um inversor pode possuir
módulos de rede de comunicação, entradas para sinais analógicos e digitais, saídas programáveis,
etc.
• Etapa de potência – Etapa constituída pelo retificador trifásico de potência que, por meio do
barramento CC, alimenta o módulo com seis transistores IGBT (Insulated Gate Bipolar Transistor).
Quanto aos tipos de inversores, existem dois. Os inversores escalar e os inversores vetoriais. A
diferença entre os dois tipos está basicamente na maneira em como o torque é controlado.
Os inversores escalar possui como base do controle do torque a relação entre tensão e frequência.
Os inversores vetoriais são mais complexos e mais caros. Neste tipo de inversor há um algoritmo incorporado
ao software de controle que interfere na razão entre a tensão e frequência com o objetivo de compensar
necessidade de torque que ocorrerão em baixas ou altas rotações.
Os inversores vetoriais são indicados para aplicações de torque elevado e baixa

rotação, controle de velocidade e torque regulável.
Os inversores escalares são indicados para aplicações com partidas suaves, operação
acima da velocidade nominal e operações com constantes reversões.
Vejamos abaixo vantagens e desvantagens da utilização de inversores de frequência.
46
Fator de potência alto, na casa de

Custo relativamente alto
0,96%.
Acionamento de torques de carga Podem gerar problemas quanto à

constante ou variável. qualidade de energia elétrica e
interferência eletromagnética.
Variação de velocidade do motor.
Partida e desligamento suave (em

rampa programável).
Proteção para o motor.
automação de processos.
instalação e operação simples.
Vamos agora ao estudo da placa de identificação de um motor elétrico, assim como o significado de
cada um de seus dados.
4.3.4 – Características de motores presente na placa de identificação
Caros concurseiros(as), todo motor elétrico possui uma placa de identificação que apresenta muitos
dados a seu respeito. Como não poderia ser deixado de lado, em alguns casos as bancas costumam abordar
em questões algumas destas características informada por fabricantes. Antes de detalharmos alguns destes
dados presentes em motores vamos analisar como é uma placa de identificação de um motor de fabricação
nacional.
47
Fonte – www.weg.net
19- Especificação do rolamento

1- Código do motor 10- Frequência
dianteiro e quantidade de graxa
20- Especificação do rolamento
2- Número de fases 11- Potência
traseiro e quantidade de graxa
21- Tipo de graxa utilizada nos
3- Tensão nominal de operação 12- Rotação nominal por minuto
rolamentos
13- Corrente nominal de
4- Regime de serviço 22- Esquema de ligação
operação
23- Tempo de relubrificação do
5- Rendimento 14- Fator de potência
motor (em horas)
6- Modelo de carcaça 15- Temperatura ambiente 24- Certificações
7- Grau de proteção 16- Fator de serviço 25- Data de fabricação
8- Classe de isolamento 17- Altitude 26- Número de série
9- Temperatura de classe de
18- Massa
isolamento
Além dos dados citados acima, um muito importante, que não está presente na placa da imagem, é
o fator Ip/In que nada mais é do que a razão entre a corrente de partida e a corrente nominal do motor. Esse
valor representa quantas vezes a corrente de partida é maior do que a corrente nominal.
Note que muitos desses dados já foram abordados em nossa aula e vou destacar mais alguns
importantes à caráter de prova.
48
Fator de serviço – é a reserva de potência que o motor possui. Também chamado de fator de
sobrecarga que o motor suporta em regime contínuo. Este valor normalmente é entre 1 e 1,25.
Classe de isolamento – é dada pela norma NBR-ABNT 17094:2016, que substitui a norma NBR-7094.
A tabela abaixo trás as classes térmicas, com os significados para cada letra, para os materiais e sistemas
isolantes conforme a norma.
Classe de temperatura Temperatura em graus Celsius

Y 90
A 105
E 120
B 130
F 155
H 180
N 200
R 220
Grau de proteção – esse dado indica a proteção do motor quanto a intempéries do ambiente como
poeira, umidade, penetração de água, etc.
A norma ABNT NBR-IEC 60034-5: 2009, que substitui ABNT NBR 9884:1987, define os graus de
proteção dos equipamentos elétricos através da abreviação IP (do inglês Ingress Protection) seguida por dois
algarismos. Esta Norma se aplica à classificação de graus de proteção providos por invólucros de máquinas
elétricas girantes. Ela define os requisitos para invólucros de proteção que são, em todos os aspectos,
adequados para aplicação pretendida e a qual, do ponto de vista de materiais e mão-de-obra, assegura que
as propriedades definidas nesta Norma são mantidas sob condições normais de utilização.
O primeiro algarismo, de 0 a 6, indica o grau de proteção contra a penetração de corpos estranhos

sólidos e contato acidental, enquanto o segundo algarismo, de 0 a 8, informa o grau de proteção contra a
penetração de água no interior da máquina.
O grau de proteção IP 66, presenta na placa da imagem acima, indica que o motor é totalmente
protegido contra poeira e jatos potentes de água. Vejamos as tabelas abaixo com todos os significados do 1º
e 2º algarismo.
1º algarismo
Algarismo Significado
0 Máquina não protegida
Máquina protegida contra objetos sólidos maiores
1
que 50 mm
2
que 12 mm
3
que 2,5 mm
4
que 1 mm
5 Máquina protegida contra poeira
49
6 Máquina totalmente protegida contra poeira
2º algarismo
Algarismo Significado
0 Máquina não protegida.
1 Máquina protegida contra gotejamento vertical.
Máquina protegida contra gotejamento de água,
2
com inclinação de até 15°.
3 Máquina protegida contra aspersão de água.
4 Máquina protegida contra projeções de água.
5 Máquina protegida contra jatos de água.
6 Máquina protegida contra jatos potentes de água.
Máquina protegida contra os efeitos da imersão
7
temporária.
Máquina protegida contra os efeitos da imersão
8
contínua.
Em alguns motores a letra W pode aparecer em conjunto com os algarismos indicando que que o
motor é protegido contra intempéries, como a ocorrência de chuva ou presença de maresia.
O regime de serviço ou de trabalho é o grau de regularidade da carga a que o motor é submetido.

De acordo com a NBR 17094-1: 2013, os regimes de tipo e os símbolos alfanuméricos a eles atribuídos podem
ser resumidos na tabela abaixo.
Regime Tipo
S1 Regime contínuo
S2 Regime de tempo limitado
S3 Regime intermitente periódico
S4 Regime intermitente periódico com partidas
Regime intermitente periódico com frenagem
S5
elétrica
Regime de funcionamento contínuo periódico com
S6
carga intermitente
Regime de funcionamento contínuo periódico com
S7
frenagem elétrica
Regime de funcionamento contínuo com mudança
S8
periódica na relação carga/velocidade de rotação
Regime com variações não periódicas de carga e de
S9
velocidade
S10 Regime com cargas constantes distintas
50
(FEPESE/CELESC-2018) Os invólucros dos equipamentos elétricos, conforme as características do local em

que serão instalados e de sua acessibilidade, devem oferecer um determinado grau de proteção. A NBR
9884 define os graus de proteção dos equipamentos elétricos por meio das letras características IP,
seguidas por dois algarismos.
Analise as afirmativas abaixo a respeito dos graus de proteção de um motor elétrico:
1. O primeiro algarismo da classe de proteção indica o grau de proteção contra penetração de corpos
sólidos estranhos e contato acidental.
2. O segundo algarismo da classe de proteção indica o grau de proteção contra penetração de água no
interior do motor.
3. As classes de proteção IP44, IP54 e IP55 caracterizam motores elétricos fechados.
4. A letra W, colocada entre as letras IP e os algarismos indicativos do grau de proteção, indica que o motor
é protegido contra intempéries, como a ocorrência de chuva ou presença de maresia.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
a) É correta apenas a afirmativa 3.
b) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.
c) São corretas apenas as afirmativas 3 e 4.
d) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 4.
e) São corretas as afirmativas 1, 2, 3 e 4.
Comentário:
Prezado aluno(a), note que a questão nos trás conhecimento da norma antiga que foi substituída pela
ABNT NBR-IEC 60034-5: 2009, contudo nada impede nossa resolução da questão. Vamos avaliar cada um dos
itens.
O item I está correto uma vez que o primeiro algarismo da classe de proteção indica o grau de
proteção contra penetração de corpos sólidos estranhos e contato acidental.
O item II está correto, pois o segundo algarismo da classe de proteção indica o grau de proteção
contra penetração de água no interior da máquina elétrica.
O item III está correto. Vejamos o significado do primeiro e segundo algarismo 4 e 5.
Primeiro algarismo:
4 - Máquina protegida contra objetos sólidos maiores que 1 mm.
5 - Máquina protegida contra poeira
Segundo algarismo:
4 - Máquina protegida contra projeções de água.
5 – Máquina protegida contra jatos de água.
Note que ambos indicam um índice de proteção em que a máquina necessita possuir seu invólucro
fechado.
51
O item IV está correto. Em alguns motores a letra W pode aparecer em conjunto com os algarismos
indicando que que o motor é protegido contra intempéries, como a ocorrência de chuva ou presença de
maresia.
Portanto, a alternativa E está CORRETA e é o gabarito da questão.
Prezado estrategista, infelizmente quando se trata de normas devemos decorar, não há muito o que
fazer, por isso recomendo que de uma atenção especial para estas tabelas.
4.3.4 – Motores elétricos monofásicos
Prezado estrategista, os motores elétricos monofásicos são utilizados quando existe indisponibilidade
de rede elétrica trifásica. Eles levam este nome pelo fato de que eles trabalham com rede elétrica monofásica
normalmente com tensão de 127 V ou 220 V.
Esses motores apresentam apenas um conjunto de bobinas e geralmente sua alimentação é realizada
por duas fases de rede monofásica. Esse tipo de motor é muito utilizado em aplicações de doméstica,
comerciais e rurais, de baixa potência, normalmente até 12,5 CV, como, geladeiras, ventiladores, furadeiras,
etc. Além disso, os motores monofásicos apresentam maior custo de aquisição, maior custo de manutenção
e são mais pesados que motores trifásicos de mesma potência.
Para gerar o campo magnético girante os motores monofásicos necessitam de um enrolamento

auxiliar para gerar a defasagem angular. As bobinas auxiliares são alocadas com o objetivo de criar uma
segunda fase “fictícia” permitindo a criação do campo girante.
Além dos enrolamentos, geralmente os motores monofásicos necessitam de um conjunto de

aparatos para auxiliar a sua partida, na criação deste campo magnético. Esses aparatos consistem
principalmente em capacitores que podem trabalhar em regime permanente ou atuando apenas na partida.
Por fim, os motores monofásicos com enrolamento auxiliar, apresentam os enrolamentos no estator
deslocados em 90° um do outro, em que um deles é alimentado com defasagem de corrente.
Assim como os motores trifásicos os motores monofásicos possuem terminais na saída que devem
ser fechados em série (220 V) ou paralelo (127 V) para conexão na rede elétrica. Vejamos os esquemas abaixo
para motores com 4 cabos na saída, numerados de um a quatro. Com está quantidade de terminais na saída
o motor pode ser ligado em qualquer uma das duas tensões, mas não é possível inverter o seu sentido de
rotação.
Ligação em paralelo 127 V Ligação em série 220 V
52
Na imagem acima L1 e L2 são fases e N indica o neutro da rede elétrica.
Prezado estrategista, encerramos aqui o estudo sobre os motores elétricos. Me arrisco a dizer que
dentro de todos os conteúdos que envolvem a parte elétrica e aparecem em concursos de engenharia
mecânica, este é o tema mais incidente. Por isso, caso tenha ficado alguma dúvida retome a leitura e não
economize na resolução de questões.
4.4 - Quadros de comando controle e proteção
Caro(a) estrategista, quadros de comando são

utilizados para controlar um ou mais equipamentos.
Buscando segurança, um quadro de comando deve ser
customizado e projetado de acordo com as recomendações
técnicas. Vejamos ao lado uma imagem ilustrativa de um
quadro de comando.
Vamos conhecer agora, as funções normalmente

desempenhadas por um quadro de comando:
• Comando de iluminação;
• Comando para tomadas;
• Comando para motores elétricos;
• Projetos especiais e distribuição em geral;
• Instalações industriais, comerciais, etc.
De acordo com a NBR 5410 quadros de comando são definidos como conjuntos de
proteção, manobra e comando.
Além disso, a norma cita:
Os conjuntos montados em fábrica devem atender à ABNT NBR IEC 60439-1.
Enquadram-se também nessa categoria os conjuntos fornecidos na forma de kits que sejam
conforme ouderivados de protótipos conforme a ABNT NBR IEC 60439-1 e que tenham sido
submetidos com sucesso aos ensaios detipo pertinentes.
Conjuntos outros que não os especificados em 6.5.4.1 devem resultar em níveis

dedesempenho e segurança equivalentes aos definidos na ABNT NBR IEC 60439-1. Devem
ser respeitadas asseguintes distâncias mínimas:
a) entre partes vivas nuas de polaridades distintas: 10 mm;
b) entre partes vivas nuas e outras partes condutivas (massas, invólucros): 20 mm.
53
A distância especificada em b) deve ser aumentada para 100 mm quando os invólucros

possuírem aberturas cuja menor dimensão esteja entre 12 mm e 50 mm.
Os conjuntos devem ser especificados, montados e instalados atendendo-se às prescrições

desegurança desta Norma, notadamente aquelas indicadas em 5.1, 5.3 e 6.4.
O grau de proteção do conjunto deve ser compatível com as influências externas previstas.
Os dispositivos de proteção, manobra e comando devem ser instalados e ligados segundo

asinstruções fornecidas pelo fabricante, respeitadas as prescrições de 6.1.4, 6.1.5, 6.1.6 e
6.3.
Os condutores de alimentação dos componentes e instrumentos fixados nas portas ou

tampasdevem ser dispostos de tal forma que os movimentos das portas ou tampas não
possam causar danos aesses condutores.
Nos quadros de distribuição, deve ser previsto espaço de reserva para ampliações futuras,
com base no número de circuitos com que o quadro for efetivamente equipado, conforme
tabela 59.
Os conjuntos, em especial os quadros de distribuição, devem ser instalados em local

de fácilacesso e ser providos de identificação do lado externo, legível e não facilmente
removível.
Todos os componentes de um conjunto devem ser identificados, e de tal forma que

acorrespondência entre componente e respectivo circuito possa ser
prontamente reconhecida. Essa identificação deve ser legível, indelével, posicionada
de forma a evitar qualquer risco de confusão e,além disso, corresponder à notação
adotada no projeto (esquemas e demais documentos).
Visto isto, vamos listar os principais elementos e dispositivos em circuitos de comandos elétricos.
54
Botoeira ou botão de comando: utilizados para acionar determinado elemento ou circuito, ou seja,
liga/desliga. Possui uma mola de retorno para a posição de repouso após seu acionamento. São dispositivos
pilotos e nunca são aplicados no acionamento direto.
Relés: São elementos que permitem a combinação de lógicas no comando. Consistem em um interruptor
eletromecânico. São destinados a realizar modificações súbitas, mas predeterminadas em um ou mais
circuitos de saída.
Relé de tempo: O relé temporizador industrial ou relé de tempo é um equipamento capaz de realizar
manipulações de tempo, como retardo na energização e desernegização, geração de pulso e diversas outras
atividades que podem ser escolhidas para adequação de acordo com cada necessidade.
Contatores: Os contatores são muito utilizados em motores, visto que os seus contatos permitem a
comutação de correntes elevadas acionadas por simples botões e controles remotos. Os contatores são
compostos por um conjunto de contatos que é acionado por eletroímã. Eles podem ser contatos
Normalmente Aberto (NA), Normalmente Fechado (NF), ou contatos comutadores que comutam entre um
Aberto e um Fechado (NAF).
Fusíveis: Fusíveis são dispositivos de segurança que protegem os circuitos elétricos contra os danos que
podem ser causados por uma sobrecarga de corrente elétrica.
Disjuntores: A principal função do disjuntor é ser um componente para proteção e segurança, mas devida
sua composição mecânica ele pode proporcionar o seccionamento de circuitos e também pode ser utilizado
como elementos para se ligar e desligar circuitos e cargas. Os disjuntores cada vez mais vem se enquadrando
como substitutos dos fusíveis.
Relé térmico ou de sobrecarga: O Relé térmico é um dispositivo de proteção que é responsável por proteger
máquinas elétricas de possíveis anomalias. A mais comum é o sobreaquecimento em motores elétricos.
Encerramos aqui o estudo sobre quadros de comando controle e proteção. Cabe destacar, que este
é um assunto muito específico dentro da engenharia mecânica que pode vir a ser cobrado de acordo com
recomendações de outras normas técnicas, além da citada em prova. Como o leque é muito grande e a
incidência do tema em provas de engenharia mecânica passada é extremamente pequena, vimos os
principais conceitos e vamos adiante.
55
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Muito obrigado meu caro aluno ou minha cara aluna! Novamente agradeço sua paciência para me
acompanhar por toda esta aula1. Sei que a jornada é dura, mas saiba que cada vez que você chegar aqui, no
final da aula, você está um passo mais próximo do seu objetivo.
Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato conosco. Estou disponível no fórum no
Curso, por e-mail e, inclusive, pelo instagram. Aguardo você na próxima aula. Até lá!
Juliano de Pelegrin
1 Bibliografia base utilizada nesta aula:

Dorf, Richard C. Introdução aos circuito elétricos, LTC,
Stephen J. Chapman. Fundamentos de Máquinas Elétricas, 5ª Ed.
Guia de Especificação de Motores Elétricos WEG, 2015
56
QUESTÕES COMENTADAS
1. (CEBRASPE/FUB-2018) Julgue item que se segue, relativo a máquinas elétricas.
O motor de indução trifásico com rotor em curto-circuito (tipo gaiola de esquilo) é classificado como
uma máquina assíncrona.
Comentário:
O item está correto. O motor do tipo gaiola de esquilo é um motor de indução e via de regra os
motores de indução são assíncronos.
2. (CEBRASPE/TCE-PA-2016) Julgue o próximo item, a respeito de máquinas elétricas.
Entre as curvas características esboçadas a seguir, a curva III é a que mais se aproxima da velocidade
versus conjugado de um motor CC com excitação do tipo série.
Comentário:
Essa é uma questão de ganho de aprendizado. O item está correto. Esse tipo de motor tem sua curva
velocidade x conjugado bem característica pois o fato de ter os enrolamentos do indutor e da armadura
ligados em série garante à essa máquina, alto torque e rápida aceleração.
3. (CEBRASPE/PF-2014) Acerca de máquinas de corrente contínua, julgue o item a seguir.
Considere a figura abaixo, que ilustra a característica de regulação de tensão de geradores de corrente
contínua, no qual Ia é a corrente de armadura, Vt é a tensão terminal e In e Vn representam dados nominais.
Nessa situação, a curva I refere-se a um gerador em derivação, e a curva II é típica de gerador com excitação
independente.
57
Comentário:
O item está incorreto. Questão para aprofundar os conhecimentos. A curva I refere-se a um gerador
série enquanto a curva II é típica de gerador com excitação independente.
Podemos identificar a curva I como sendo referente a um gerador série pois essa máquina elétrica
tem suas bobinas de campo ligadas em série com sua armadura. Por isso, a corrente que passa tanto no
campo quanto na armadura é a mesma, consequentemente a tensão sofre grande variação.
Enrolamentos de campo de geradores autoexcitados são típicos de ligação em série ou em paralelo

Comentário:
O item está correto. Podemos classificar os geradores de corrente contínua em 4 tipos, são eles os
de excitação independente ou separada, excitação série, excitação shunt ou em derivação e os de excitação
composta. Desses 4 tipos, 3 deles são autoexcitados, são eles os de excitação série, excitação shunt ou em
derivação e os de excitação composta.
Nos geradores autoexcitados de excitação série, o enrolamento de campo está em série com o
enrolamento da armadura.
Nos geradores autoexcitados de excitação shunt ou em derivação, o enrolamento de campo está em

paralelo com o enrolamento da armadura.
Nos geradores autoexcitados de excitação composta a ligação entre o enrolamento de campo e o

enrolamento da armadura acontece tanto em série como em paralelo.
Portanto, todos os tipos de geradores autoexcitados apresentam ligação em série ou paralelo da

armadura com o campo.
5. (CEBRASPE/PF-2014) No que se refere à eletrotécnica, julgue o item a seguir.
58
Rede de aterramento, tipo de circuito elétrico que possui diversas funções voltadas, principalmente,
à produção de campo magnético, eletricidade e energia mecânica, é componente dos geradores de energia
elétrica, assim como dos motores elétricos, transformadores, indutores e diversos outros dispositivos.
Comentário:
O item está incorreto. Espiras são um tipo de circuito elétrico que possui diversas funções voltadas,
principalmente, à produção de campo magnético, eletricidade e energia mecânica, é componente dos
geradores de energia elétrica, assim como dos motores elétricos, transformadores, indutores e diversos
outros dispositivos.
6. (CEBRASPE/CEF-2014) A respeito de grupo motor-gerador e de circuitos de controle e cargas elétricas

associadas, julgue o item que se segue.
A partir das potências aparente e ativa do circuito de carga, é possível fazer a avaliação do fator de
potência associado à instalação que vai ser alimentada pelo grupo motor-gerador.
Comentário:
O item está correto. O fator de potência pode ser calculado pela razão entra a potência ativa e a
potência aparente. Lembrem-se do triângulo retângulo de potência.
𝑘𝑊
𝐹𝑃 = cos 𝜑 =
𝐾𝑉𝐴

No gerador trifásico, se as ligações de fechamento forem do tipo estrela, as tensões de linha terão
magnitudes maiores que as tensões de fase.
Comentário:
O item está correto. Da mesma forma que acontece nos motores trifásicos, a ligação de fechamento
do tipo estrela apresenta maiores tensões que as de fase enquanto a corrente é reduzida.
8. (CEBRSASPE/MS-2013) Considerando que um gerador CC em derivação (autoexcitado) apresente

resistência crítica de campo igual a 50 ohms quando sua armadura gira à velocidade nominal, julgue o
item a seguir.
Se a resistência total de campo for superior a 50 ohms, então, quando a armadura estiver girando à
velocidade nominal, será impossível ao gerador alcançar sua tensão terminal nominal.
Comentário:
O item está correto. Os geradores shunt ou em derivação apresentam 4 motivos que impedem a
autoexcitação, são eles, a ausência de magnetismo residual, circuito de campo aberto, circuito de
armadura aberto ou escorvas apresentando mal contato e a resistência de campo ser maior que a
resistência crítica. Com a interrupção do processo de autoexcitação o gerador não alcança sua tensão
terminal nominal.
59
9. (CEBRASPE/UNIPAMPA-2013) O esquema a seguir ilustra o princípio de funcionamento de um motor

de corrente alternada (AC) síncrono.
Considerando as características desse tipo de motor, julgue o item a seguir.
Os motores de corrente alternada síncronos são indicados quando uma velocidade angular constante
é essencial para o projeto onde ele será inserido.
Comentário:
O item está correto. Os motores elétricos de corrente alternada, trifásicos, que apresentam rotação
rigorosamente constante, e aqueles cuja rotação depende da carga mecânica a que são submetidos são
conhecidos, respectivamente, como síncronos e assíncronos.

Os motores de corrente alternada síncronos não podem ser utilizados como geradores (situação em
que é fornecido trabalho mecânico a seu eixo/rotor, fazendo-o girar rapidamente), uma vez que essa
característica de inversão de função é inerente aos motores de corrente alternada assíncronos.
Comentário:
60
O item está incorreto. Um gerador e um motor síncrono basicamente não apresentam diferenças
construtivas, o que torna possível a utilização de um motor como gerador, tranquilamente, sem perdas de
desempenho.
11. (CEBRASPE/SEGER ES-2011)
Considerando a expressão acima, que ilustra o balanço de energia em uma máquina elétrica, julgue
o item seguinte.
Caso o processo de conversão eletromecânica de energia se refira ao balanço de energia para um

gerador, a entrada de energia da fonte elétrica e a saída de energia mecânica são ambas positivas.
Comentário:
O item está incorreto. Em um gerador, a entrada de energia é mecânica e a saída é de energia elétrica.
Portanto, o que foi descrito no enunciado e o balanço de energia apresentado tratam de motores elétricos,
estes convertem a energia elétrica em mecânica + perdas.
12. (CEBRASPE/STF-2008)
Considerando a curva característica de um gerador mostrada no gráfico acima, é correto afirmar que
a resistência interna do gerador é igual a 8,0 ohms.
Comentário:
O item está correto. Observe que, se a corrente produzida pelo gerador for nula, nenhuma energia
será dissipada. Logo, a tensão produzida será totalmente a força eletromotriz, U=E.
Se o gerador foi ligado em curto-circuito, conectado aos terminais positivos e negativos por um fio
que não apresente resistência, logo a corrente será máxima. Dada a situação, toda a corrente produzida será
consumida pela resistência interna e, portanto, o gerador apresentará potencial nulo, U=0.
Através da primeira lei de Ohm, podemos calcular a resistência interna, veja abaixo.
61
𝑈
𝑅=
𝑖
𝐸 80
𝑟𝑖 = = = 8 𝑂ℎ𝑚𝑠
𝑖𝑐𝑐 10
Onde, E está relacionado à força eletromotriz, ri representa a resistência interna e icc está ligado à
corrente de curto-circuito.
a corrente de curto-circuito é 10 A.
Comentário:
O item está correto. A corrente de curto-circuito é a maior corrente possível a passar pelo gerador.
Essa corrente aparece quando os polos positivos e negativos são ligados por um fio de baixa resistência,
dessa forma o potencial se torna nulo. Para visualizar esse ponto no gráfico basta olhar onde a linha cruza o
eixo da corrente, nesse ponto o potencial é zero e a corrente é máxima.
14. (CEBRASPE/PC AC-2008) As máquinas elétricas utilizadas como gerador ou como motores são
encontradas nos mais diferentes tipos de aplicações. A respeito dessas máquinas, julgue o item que se
segue.
Em um gerador CC com excitação independente, o circuito de campo é alimentado por uma fonte de
tensão independente do gerador, por exemplo, uma bateria. Diferentemente, um gerador CC com excitação
em derivação (shunt) fornece a alimentação para o seu próprio circuito de campo por meio de adequada
conexão aos terminais da armadura.
Comentário:
O item está correto. Além do gerador shunt há ainda dois outros tipos de geradores autoexcitados,
são eles os de excitação série e os de excitação composta. Os geradores com excitação independente
permitem um controle mais fino da tensão de saída do gerador, mas para isso é preciso utilizar um sistema
de controle que excite o circuito de campo seguindo os comandos do operador.
62
15. (CEBRASPE/PF-2004) Quanto aos princípios de funcionamento de geradores e de motores elétricos,

julgue o item que se segue.
Em motores de corrente contínua, o enrolamento de armadura encontra-se no estator, enquanto o

enrolamento de campo fica no rotor.
Comentário:
O item está incorreto. Nesse tipo de motores, o enrolamento de armadura fica localizado no rotor
enquanto o enrolamento de campo fica no estator.
Comentário:
O item está correto. O motor do tipo gaiola de esquilo é um motor de indução e via de regra os
motores de indução são máquinas assíncronas.
17. (CEBRASPE/PCPE-2016) Um transformador monofásico ideal, alimentado por uma fonte de tensão em
corrente alternada, tem 280 espiras no lado primário. Para uma relação de tensão de 240/24 V, o
número de espiras do lado secundário desse transformador deve ser igual a
a) 280.
b) 280 × 0,707.
c) 28.
d) 2.800.
e) 1.900.
Comentário:
O transformador ideal é um dispositivo que não apresenta perdas e ele possui um enrolamento de
entrada e um enrolamento de saída também conhecidos como enrolamento primário e secundário,
respectivamente. A relação entre a tensão de entrada e de saída é dada pela seguinte equação:
𝑉𝑝 𝑁𝑝
= =𝑎
𝑉𝑠 𝑁𝑠
63
𝑉𝑝 e 𝑉𝑠 são as tensões no enrolamento primário e secundário, assim como 𝑁𝑝 e 𝑁𝑠 são o número de

espiras nos enrolamentos primário e secundário, respectivamente. A razão dos enrolamentos também é
conhecida como relação de espiras ou de transformação do transformados “a”.
Substituindo os valores do enunciado na equação acima obtemos:
240 280
= => 𝑁𝑠 = 28 𝑒𝑠𝑝𝑖𝑟𝑎𝑠
24 𝑁𝑠
Logo, a alternativa C está CORRETA e é o gabarito da questão.
18. (CEBRASPE/PCie PE-2016) A respeito das informações que estão contidas nas placas de identificação
padrão dos motores elétricos e que determinam as características nominais e de desempenho do
motor, assinale a opção correta, conforme norma regulamentadora.
a) Os valores 220/380/440 V para tensões nominais de alimentação de motor com 12 bornes de saída
indicam que o motor somente poderá ser ligado em rede de 220/380/440 V, em configuração triângulo
paralelo.
b) A informação Ip/In 8.8 indica que o fator de potência atinge maior rendimento quando o cos n tende a
0,87.
c) A simbologia ~ 3 faz alusão à corrente alternada em sistema trifásico.
d) A informação FS 1.00 indica a relação entre a potência máxima e a mínima do motor.
e) A simbologia IP 55 indica uma redução de 55% da corrente de partida (pico) quando se opera o motor com
a corrente nominal.
Comentário:
A alternativa A está incorreta, pois um motor que possui 12 bornes na saída permite que o motor
seja ligado nas configurações triângulo série e paralelo e estrela série e paralelo.
A alternativa B está incorreta uma vez que a informação Ip/In indica a razão entre a corrente de
partida e a corrente nominal do motor. Esse valor representa quantas vezes a corrente de partida é maior
do que a corrente nominal.
A alternativa C está CORRETA e é o gabarito da questão. A simbologia ~ 3 faz alusão à corrente

alternada em sistema trifásico em que ~ significa corrente senoidal alternada e o algarismo 3 o número de
fases do motor.
A alternativa D está incorreta. O dado FS indica o fator de serviço do motor que é a reserva de
potência que o motor possui. Também chamado de fator de sobrecarga que o motor suporta em regime
contínuo. Este valor normalmente é entre 1 e 1,25.
64
A alternativa E está incorreta. A simbologia IP 55 indica o grau de proteção do motor quanto a

intempéries do ambiente como poeira, umidade, penetração de água, etc. O primeiro algarismo 5 significa
que a máquina é protegida contra poeira e o segundo algarismo 5 indica que a máquina é protegida contra
jatos de água, portanto possui invólucro fechado.
19. (CEBRASPE/PCie PE-2016) Em comparação com os motores monofásicos de mesma potência e

velocidade, os motores trifásicos
a) apresentam rendimento menor e fator de potência mais reduzido, o que resulta em maior consumo.
b) são mais volumosos e têm maior peso.
c) têm preço maior.
d) são encontrados em faixa de potência mais restrita — tipicamente de 1/2 cv a 50 cv.
e) têm menor custo de manutenção por dispensar dispositivo de partida.
Comentário:
A alternativa A está incorreta. Geralmente os motores trifásicos apresentam um rendimento maior

e um fator de potência maior do que motores monofásicos de mesma potência.
A alternativa B está incorreta, pois os motores monofásicos possuem maior peso e volume do que
motores trifásicos de mesma potência.
A alternativa C está incorreta uma vez que os motores monofásicos apresentam maior custo tanto
para aquisição quanto pra manutenção.
A alternativa D está incorreta. Os motores monofásicos são encontrados, restritos, em faixas de

potência reduzidas, normalmente chegando à potência máxima de 12,5 CV.
A alternativa E está CORRETA e é o gabarito da questão. Os motores trifásicos apresentam menor

custo de manutenção, do que os motores monofásicos, por possuírem caráter construtivo mais simplificado
e dispensarem dispositivo de partida.
20. (CEBRASPE/TJ CE-2014)
65
Considerando a figura acima, que apresenta placa de identificação que contém as informações que
determinam as características nominais e de desempenho dos motores, assinale a opção correta, conforme
o disposto na NBR 7094.
a) A simbologia FS 1.00 indica o valor de fator de potência do motor, ou seja, a relação entre a potência ativa
(kW) e a potência aparente (kVA).
b) A simbologia IP 55 designa o acréscimo de 55% à corrente nominal, decorrente da corrente de partida

(pico).
c) Os valores 220/380/440 V correspondem às corrente nominais, em amperes, relativas às frequências da

rede de alimentação.
d) A simbologia Ip/In 8.8 designa que a corrente de partida equivale a 8,8 vezes a corrente nominal, que
corresponde à relação entre a corrente de partida (Ip) e a corrente nominal (In).
e) A simbologia ~ 3 refere-se a um motor trifásico de corrente contínua.
Comentário:
A norma NBR 7094 foi substituída pela norma NBR-ABNT 17094:2016, contudo, podemos analisar a
questão de maneira a se determinar o gabarito sem grandes problemas.
A alternativa A está incorreta. A simbologia FS 1.00 indica o fator de serviço da máquina que é a
reserva de potência que o motor possui. Também chamado de fator de sobrecarga que o motor suporta em
regime contínuo. Este valor normalmente é entre 1 e 1,25.
66
A alternativa B está incorreta uma vez que a simbologia IP 55 indica o grau de proteção do motor.
esse dado indica a proteção do motor quanto a intempéries do ambiente como poeira, umidade, penetração
de água, etc. Conforme o significado de cada algarismo disposto na norma.
A alternativa C está incorreta, pois os valores 220/380/440 V indicam as tensões em que o motor
pode operar conforme cada esquema de fechamento dos seus terminais.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. O dado Ip/In indica quantas vezes a corrente
de partida será maior do que a corrente nominal do motor.
A alternativa E está incorreta. A simbologia ~3 significa que o motor é trifásico de corrente alternada.
21. (FEPESE/DEINFRA SC – 2019) Qual a máxima tensão que pode ser aplicada a um resistor que tem as
seguintes especificações: 330Ω/2W
a) 3V
b) 20,2V
c) 25,69V
d) 33V
e) 165V
Comentário:
Como sabemos pela lei de Ohm a tensão em um resistor é dada por:
𝑣 = 𝑅. 𝑖
Além disso, a potência absorvida por um componente resistivo pode ser calculada por:
𝑃 = 𝑅. 𝑖 2
Substituindo os valores fornecidos no enunciado encontramos a corrente no elemento. Vejamos:
2
2 = 330. 𝑖 2 => 𝑖 = √ ≅ 0,078
330
Com a corrente podemos encontrar a tensão máxima no componente...
𝑣 = 330 . 0,078 ≅ 25,7
Portanto, a alternativa C está CORRETA e é o gabarito da questão.
67
22. (FUNDATEC/ALERS – 2018) Analise o circuito elétrico abaixo e assinale a alternativa que apresenta o
valor correto da potência P, dada pelo produto da corrente A pela tensão U.
a) 1,5 W.
b) 2,3 W.
c) 3,2 W.
d) 4,4 W.
e) 5,1 W.
Comentário:
Conforme dito no enunciado, precisamos encontrar a tensão em U e a corrente A para podermos

determinar a potência pelo seu produto.
Quando estamos abordando um circuito em corrente contínua, em regime estacionário, os

capacitores se comportam como um circuito aberto. Desta maneira, pela LKT combinada com a lei de Ohm,
podemos determinar a tensão em U e a corrente em A através da análise das duas malhas presentes no
circuito. Vejamos:
68
−12 + 𝑣1 + 𝑣2 = 0 (1)
−𝑣2 − 𝑣1 + 𝑣3 = 0 (2)
Como a mesma corrente circula nos resistores 1 e 2, pela lei Ohm, obtemos:
−12 + 𝑅1 𝑖1 + 𝑅2 𝑖1 = 0 => 30𝑖1 = 12 => 𝑖1 = 0,4 𝐴
𝑣1 = 0,4 . 10 = 4 𝑉 ; 𝑣2 = 0,4 . 20 = 8 𝑉
Conhecendo as tensões nos resistores 1 e 2 podemos encontrar a tensão no resistor 3 através da

equação (2).
𝑣3 = 𝑣1 + 𝑣2 = 12 𝑉
A corrente A é obtida por:
𝑣3 = 𝑅3 𝑖𝐴 => 𝑖𝐴 = 0,4 𝐴
A tensão U pode ser obtida pela tensão da fonte menos a queda de tensão do resistor R1 sendo assim,
U = 12 - 4 = 8 V. Por fim, fazendo o produto entre a corrente A e a tensão U obtemos:
𝑃 = 0,4 . 8 = 3,2 𝑊
23. (IDECAN / IFPB – 2019) As máquinas elétricas rotativas podem funcionar como gerador e como motor.
A respeito de máquinas elétricas responda:
a) Máquinas síncronas de polos salientes são amplamente utilizados nas termoelétricas devido a suas altas
velocidades de rotação.
b) Os motores elétricos mais utilizados na indústria são do tipo motores de indução trifásico com rotor curto-
circuitado.
c) As máquinas síncronas de polos lisos são comuns nas hidroelétricas devido sua baixa velocidade de rotação
e grande diâmetro.
d) Na geração de energia elétrica através de turbinas eólicas, diversas máquinas foram utilizadas, entretanto
a máquina com menor destaque nessa aplicação foi a máquina de indução de rotor bobinado por não
conseguir operar adequadamente na frequência da rede elétrica.
e) Máquinas síncronas de imã permanente precisam de uma fonte externa em corrente contínua para gerar
o campo magnético necessário para o seu funcionamento.
Comentário:
69
A alternativa A está incorreta. A utilização de polos salientes é indicada para em muitos motores
síncronos e geradores multipolares hidrelétricos que atuam em baixa velocidade. Para geradores
termoelétricos, os polos lisos são mais utilizados devido à alta velocidade.
A alternativa B está CORRETA e é o gabarito da questão. Motores de indução trifásico com rotor
curto-circuitado é o tipo mais utilizado na indústria ao redor do mundo.
A alternativa C está incorreta. As hidrelétricas fazem uso de máquinas síncronas de polos salientes.
A alternativa D está incorreta. Para geradores eólicos de pequeno porte é altamente indicado o uso
de geradores de indução, devido as suas dimensões reduzidas e boa eficiência.
A alternativa E está incorreta. Máquinas que possuem imã permanente dispõe de fluxo de campo
sem necessidade de fonte CC.
24. (CESPE/PCPE-2016) Um transformador monofásico ideal, alimentado por uma fonte de tensão em
a) 280.
b) 280 × 0,707.
c) 28.
d) 2.800.
e) 1.900.
Comentário:
O transformador ideal é um dispositivo que não apresenta perdas e ele possui um enrolamento de
entrada e um enrolamento de saída também conhecidos como enrolamento primário e secundário,
respectivamente. A relação entre a tensão de entrada e de saída é dada pela seguinte equação:
𝑉𝑝 𝑁𝑝
= =𝑎
𝑉𝑠 𝑁𝑠
𝑉𝑝 e 𝑉𝑠 são as tensões no enrolamento primário e secundário, assim como 𝑁𝑝 e 𝑁𝑠 são o número de

espiras nos enrolamentos primário e secundário, respectivamente. A razão dos enrolamentos também é
conhecida como relação de espiras ou de transformação do transformados “a”.
Substituindo os valores do enunciado na equação acima obtemos:
240 280
= => 𝑁𝑠 = 28 𝑒𝑠𝑝𝑖𝑟𝑎𝑠
24 𝑁𝑠
70
25. (FCC/EMAE SP-2018) Uma carga, que está acoplada na saída secundária de um transformador
monofásico com relação 5:1, drena 7,2 kVA. Sabendo que tal transformador está alimentado com 440
V em seu enrolamento primário e possui 0,90 de eficiência, nessas condições, o valor da corrente no
primário será, em A, de, aproximadamente,
a) 0,018.
b) 0,016.
c) 18,2.
d) 16,4.
e) 14,7.
Comentário:
Essa é uma questão simples em que basta conhecermos a equação para determinação da eficiência
do capacitor e a equação de potência para encontrarmos o gabarito. A eficiência do capacitor é calculada
pela razão entre a potência na saída e a potência na entrada. Desta forma, como cita o enunciado, a potência
na saída do transformador é a potência drenada pela carga e a eficiência é 0,9. Vamos então, determinar a
potência de entrada, vejamos:
𝑃𝑠𝑎í𝑑𝑎 7200
𝜂= => 𝑃𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 = = 8 𝑘𝑉𝐴
𝑃𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 0,9
A potência é dada pelo produto entre a tensão e a corrente, assim, a potência na entrada será igual
a tensão na entrada multiplicada pela corrente na entrada. Vejamos:
8000
𝑃𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 = 𝑉𝑃 . 𝐼𝑃 => 𝐼𝑃 = ≅ 18,2 𝐴
440
26. (FCC/SABESP-2018) Um transformador trifásico tipo estrela-triângulo alimenta uma carga resistiva de
10 kVA. Mediu-se a tensão de linha em seu secundário e obteve-se o valor de 𝟏𝟑𝟖⁄ V. Considerando
√𝟑
que o transformador possua características ideais e que foi projetado para abaixar tensão (do primário
para o secundário) na relação de 100 vezes, é correto afirmar que:
a) a tensão de linha no primário é de 13,8 kV.
b) a tensão de fase no secundário é de 138/3 V.
c) a tensão de fase no primário é de 13,8 kV.
d) a corrente de fase no secundário é de 10k/138 A.
71
e) a corrente de linha no secundário é igual à corrente de linha no primário.
Comentário:
A alternativa A está CORRETA e é o gabarito da questão. A tensão de linha no primário para um

transformador trifásico com ligação Y-∆ é dada por:
138
𝑉𝐿𝑃 = √3. 𝑎. 𝑉𝐿𝑆 = √3. 100. = 13,8 𝑘𝑉
√3
A alternativa B está incorreta. A tensão de fase no secundário de um transformador trifásico Y-∆ é

igual a tensão de linha no secundário e, neste caso, igual a 138⁄ V.
√3
A alternativa C está incorreta. A tensão de fase no primário é relacionada com a tensão de linha no
primário por
𝑉𝐿𝑃 13,8
𝑉𝐿𝑃 = √3. 𝑉𝐹𝑃 => 𝑉𝐹𝑃 = = 𝑘𝑉
√3 √3
A alternativa D está incorreta uma vez que a corrente de fase no secundário é a razão entre a potência
saída (10 kVA) dividida pela tensão de fase no secundário que é igual a 138⁄ V.
√3
A alternativa E está incorreta, pois a corrente de linha no secundário é relacionada com à corrente
de linha no primário por:
𝐼𝐿𝑆 = √3. 𝑎. 𝐼𝐿𝑃
27. (FGV/ALERJ-2017) Um motor elétrico de 12 polos opera em uma rede com frequência de 60Hz.
Sabendo-se que o escorregamento do motor vale 5%, a velocidade nominal de operação é de:
a) 570rpm;
b) 600rpm;
c) 630rpm;
d) 684rpm;
e) 720rpm.
Comentário:
Primeiramente devemos encontrar a velocidade de rotação do campo magnético que é dada pela
seguinte equação:
72
120. 𝑓
𝑃
Como a frequência do sistema aplicada ao motor é de 60 Hz e este possui 10 polos obtemos:
120.60
𝑛𝑠𝑖𝑛𝑐 = = 600 𝑟𝑝𝑚
12
Feito isso, a equação que relaciona a velocidade nominal de operação de um motor de indução com
o escorregamento (s) e a velocidade de rotação do campo magnético é:
𝑛𝑛𝑜𝑚 = (1 − 𝑠)𝑛𝑠𝑖𝑛𝑐
𝑛𝑛𝑜𝑚 = (1 − 0,05)600 = 570 𝑟𝑝𝑚
Portanto, a alternativa A está CORRETA e é o gabarito da questão.
28. (NC UFPR/ITAIPU-2019) Considere um transformador elétrico monofásico, teoricamente sem perdas,
com enrolamento primário formado por 440 espiras ligadas à tensão primária de 440 Volts e com
corrente primária de 10 A. O enrolamento secundário é formado por 220 espiras. Com base nos dados
apresentados, identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas:
( ) A potência elétrica no primário do transformador é 4,4 kVA.
( ) A tensão elétrica no secundário do transformador é 220 V.
( ) A corrente elétrica no secundário do transformador é 5 A.
( ) A potência elétrica no secundário desse transformador é 1,1 kVA.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
a) V – V – V – V.
b) F – F – V – V.
c) V – F – V – F.
d) V – V – F – F.
e) F – V – F – F.
Comentário:
Vamos analisar cada uma das afirmativas.
A primeira afirmativa é verdadeira, pois 𝑃𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 = 𝑉𝑃 . 𝐼𝑃 = 440.10 = 4,4 𝑘𝑉𝐴.
73
A segunda afirmativa também é verdadeira uma vez que a tensão elétrica no secundário do
transformador é obtida por:
𝑉𝑃 𝑁𝑃 440 440
= => = => 𝑉𝑆 = 220 𝑉
𝑉𝑆 𝑁𝑆 𝑉𝑆 220
A terceira afirmativa é falsa. A corrente elétrica no secundário do transformador, neste caso será o
dobro da corrente elétrica no primário, ou seja, 20 A conforme a seguinte equação 𝑁𝑃 . 𝐼𝑃 = 𝑁𝑆 . 𝐼𝑆 .
A quarta afirmativa é falsa, pois a potência elétrica no secundário do transformador será igual ao
produto da tensão na saída com a corrente na saída, ou ainda, por estarmos tratando de um transformador
ideal, sem perdas, será igual a potência da entrada. Vejamos:
𝑃𝑠𝑎í𝑑𝑎 = 𝑉𝑆 . 𝐼𝑆 = 220.20 = 4,4 𝑘𝑉𝐴 = 𝑃𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 = 𝑉𝑃 . 𝐼𝑃 = 440.10 = 4,4 𝑘𝑉𝐴
29. (CESGRANRIO/TRANSPETRO-2016) Para se realizar o paralelismo entre alternadores, deve-se, antes,

sincronizar o gerador que vai auxiliar na geração, com o que já está alimentando o circuito.
Dessa forma, a sincronização entre os geradores é obtida quando eles tiverem a(s) mesma(s)
a) frequência, somente
b) tensão de geração, somente
c) frequência e relação de fase, somente
d) relação de fase e tensão de geração, somente
e) frequência, relação de fase e tensão de geração
Comentário:
Prezado estrategista, como estudado diversas são as vantagens quando se ligam diversos geradores
em paralelo, contudo, para tal ligação alguns requisitos são necessários e é isso que a questão está pedindo.
Conforme você deve ter lido, e avaliando as alternativas três são os requisitos necessários para tal ligação
em paralelo: frequência, relação de fase e tensão de geração.
30. (FADESP/BANPARÁ-2018) Para um motor trifásico de 220 volts que exige 25 amperes por fase, com
potência fornecida pela rede de 7612 W. O fator de potência é (Considerar 3–√ igual a 1,73)
a) 2,39.
b) 3,87.
74
c) 0,41.
d) 0,50.
e) 0,80.
Comentário:
Prezado estrategista, o fator de potência é definido pela fração da potência aparente S que está
realmente fornecendo potência ativa a uma carga, em que 𝐹𝑃 = cos 𝜃.
A potência de entrada em um motor de indução é expressa na forma de tensões e correntes trifásicas.

A equação para se determinar a potência de entrada é:
𝑃𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 = √3. 𝑉𝑡 . 𝐼𝐿 . cos 𝜃
Isolando o fator de potência da equação acima e substituindo os valores do enunciado obtemos:
𝑃𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 7612
cos 𝜃 = = = 0,8
√3. 𝑉𝑡 . 𝐼𝐿 (√3. 220.25)
31. (PR4 UFRJ/UFRJ-2018) A velocidade de rotação do motor elétrico é definida pelo número de polos
magnéticos e pela frequência da fonte de corrente alternada.
Para um motor com uma rotação de 1200 rpm e uma frequência de 60 Hz, o número de polos é:
a) 2
b) 4
c) 6
d) 8
e) 12
Comentário:
Prezado estrategista, conforme estudamos na aula a equação para determinar a velocidade de

rotação do campo magnético, também chamada de velocidade síncrona é dada por:
120. 𝑓𝑠
𝑃
75
Basta apenas isolarmos o temo P para encontrarmos o número de polos do motor. Vejamos:
120. 𝑓𝑠 120.60
𝑃= => 𝑃 = = 6 𝑝𝑜𝑙𝑜𝑠.
𝑛𝑠𝑖𝑛𝑐 1200
32. (VUNESP/UFABC-2019) Tanto os motores elétricos como os geradores de energia elétrica são
equipamentos eletromagnéticos. Por isso, é de extrema importância o entendimento dos
comportamentos desses equipamentos relativos ao Fator de Potência (cos ϕ). Os motores estão entre
os maiores consumidores de energia elétrica. Nesse contexto, considerando- se o motor elétrico
trifásico de uma máquina, é correto afirmar que, se a máquina exigir do eixo do motor uma potência
de 14 kW, com o fator de potência igual a 0,7, a concessionária de energia elétrica terá que fornecer
a) 9,8 kVA e o aumento do fator de potência reduziria este valor.
b) 9,8 kW e o aumento do fator de potência reduziria este valor.
c) 9,8 kW e o aumento do fator de potência aumentaria este valor.
d) 20 kW e o aumento do fator de potência reduziria este valor.
e) 20 kVA e o aumento do fator de potência reduziria este valor.
Comentário:
Prezados, a potência ativa (P) é a parcela de potência que realiza trabalho, ou seja, aquela parcela
que realmente é transformada em energia. De acordo com o enunciado, se a máquina exigir do eixo do
motor 14 kW então temos que a potência ativa precisa ser igual a 14 kW. A potência ativa é a parcela da
potência aparente (S) (aquela oriunda da rede de alimentação) que realmente é convertido em trabalho.
Dividindo a potência ativa pelo fator de potência encontramos a potência que a concessionária de
energia elétrica terá que fornecer e, sua unidade é o volt-ampére ou kilo-volt-ampére. Vejamos:
𝑃 14
𝑆= = = 20 𝑘𝑉𝐴
cos 𝜃 0,7
Note que quanto o maior o fato de potência menor será a potência aparente. Portanto, a alternativa
E está CORRETA e é o gabarito da questão.
33. (CS UFG/SANEAGO-2018) Um motor elétrico trifásico tem 12 fios de ligação como mostra a figura, e
sua placa de identificação indica as seguintes tensões de alimentação: 220v, 380v, 440v e 760v.
76
Para que este motor funcione em rede trifásica de 380v, deverão ser executadas as ligações:
a) L1-1-7, L2-2-8, L3-3-9 e 4-10-5-11-6-12.
b) L1-1-2, L2-4-6, L3-8-10 e 4-3-5-7-9-11.
c) L1-1, L2-2, L3-3, 4-7, 5-8 e 6-9.
d) L1-1-7-6-12, L2-4-10-2-8 e L3-5-11-3-9.
Comentário:
Para a resolução desta questão devemos conhecer o fechamento sem 380 V dos terminais para um
motor trifásico com 4 tensões possíveis. Note que as alternativas trazem L1, L2 e L3 como sendo as linhas de
alimentação do motor onde a tensão de linha é igual a 380 V. Conforme estudamos em aula a ligação estrela
em paralelo deve ser realizada com os 12 terminais do motor. Vejamos a imagem abaixo:
77
Note que os terminais 4, 5, 6, 10, 11 e 12 são fechados entre si e não são conectados a linha e os
terminais os terminais 1 e 7 são fechados e conectados a uma linha assim como 2 e 8 e 3 e 9. Portanto, a
alternativa A está CORRETA e é o gabarito da questão.
34. (FUNDATEC/ALERS-2018) Em determinada indústria, funcionava um forno e um motor, ambos

elétricos, de forma que a potência aparente total era de 139 kVA. Os diretores dessa indústria
decidiram substituir o motor por um modelo mais novo e eficiente, mas com a mesma potência ativa
do motor anterior, de valor 70 kW, de forma que o consumo de potência aparente passou a ser 117
kVA.
Sabendo que o forno consome 35 kW de potência puramente resistiva, assinale a alternativa mais próxima
do valor da soma do fator de potência do motor antigo e do novo motor instalado.
a) 0,5.
b) 0,8.
c) 1,0.
d) 1,1.
e) 1,5.
Comentário:
Essa é uma ótima questão, pois o examinador além de exigir o conceito de potência ativa e aparente
total pede o cálculo do fator de potência para os dois casos e sua soma. Além disso, ao informar a parcela de
consumo de potência puramente resistiva do forno, você deve se atentar que para uma potência puramente
resistiva o fator de potência é igual a um, portanto devemos subtrair esses 35 kVA, da potência aparente
total para determinar o fator de potência apenas do motor. Vejamos:
𝑆𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑆𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟 + 𝑆𝑓𝑜𝑟𝑛𝑜
𝑃 = 𝑆. cos 𝜃
35 = 𝑆𝑓𝑜𝑟𝑛𝑜 . 1 => 𝑆𝑓𝑜𝑟𝑛𝑜 = 35 𝑘𝑉𝐴
Motor antigo:
𝑆𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟 = 139 − 35 = 104
70
cos 𝜃 = ≅ 0,67
104
Motor novo:
𝑆𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟 = 117 − 35 = 82 𝑘𝑉𝐴
78
70
cos 𝜃 = = 0,85
82
A soma dos fatores de potência do motor antigo e do novo motor instalado será igual a
0,67+0,85=1,52, aproximadamente. Logo, a alternativa E está CORRETA e é o gabarito da questão.
35. (Instituto AOCP/TRT 1ª Região-2018) Em relação a motores elétricos, assinale a alternativa correta.
a) Um motor elétrico de 4 polos, em uma instalação de frequência padrão de 60 Hz, possui velocidade
síncrona de 3600 rpm.
b) Um motor elétrico de 6 polos, em uma instalação de frequência padrão de 60 Hz, possui velocidade
c) Um “soft starter” é utilizado para a variação da velocidade de motores.
d) Os inversores de frequência possibilitam a variação da velocidade de motores de baixa potência, até 50

CV.
e) Potência ativa é a parcela da potência aparente que realiza trabalho, ou seja, que é transformada em
energia.
Comentário:
A alternativa A está incorreta. Um motor elétrico de 4 polos, em uma instalação de frequência padrão de 60
Hz, possui velocidade síncrona de 1800 rpm.
120. 𝑓𝑠
𝑃
A alternativa B está incorreta. Um motor elétrico de 6 polos, em uma instalação de frequência padrão de 60
Hz, possui velocidade síncrona de 1200 rpm.
A alternativa C está incorreta. Um “soft-starter” é uma chave de partida eletrônica para motores elétricos
muito utilizada para evitar possíveis danos durante a partida da máquina elétrica.
A alternativa D está incorreta. Os inversores de frequência permitem a variação de velocidade de diversos

tamanhos de motores não se limitando aos de baixa potência. Além disso, existem inversores escalares mais
simples e vetoriais utilizados em aplicações que exigem grande nível de precisão.
A alternativa E está CORRETA e é o gabarito da questão. A potência ativa (P) é a fração da potência aparente
que é transformada em energia, em outras palavras, que realiza trabalho realmente.
36. (CESGRANRIO/PETROBRAS-2018) Em relação ao funcionamento e à estrutura dos motores de indução

trifásica, considere as afirmativas a seguir:
I - O escorregamento estará presente quando a velocidade do campo girante for igual à velocidade do rotor.
79
II - Quanto maior a carga imposta no rotor, menor terá de ser o conjugado necessário para acioná-la.
III - Os enrolamentos de cada fase estão espaçados entre si em 120º.
IV - A composição entre o campo gerado pela corrente induzida no rotor e o campo girante do estator resulta
em uma força de origem magnética que gera um conjugado no eixo do motor.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas
b) I e III, apenas
c) III e IV, apenas
d) I, II e III, apenas
e) I, II, III e IV
Comentário:
Vamos analisar cada um dos itens.
O item I está incorreto, pois o escorregamento NÃO estará presente quando a velocidade do campo
girante for igual à velocidade do rotor, ou seja, 𝑛𝑠𝑖𝑛𝑐 = 𝑛𝑚 .
O item II está incorreto. Quanto maior for a carga imposta no rotor, maior terá que ser o torque
(conjugado) necessário para acioná-la.
O item III está correto. O princípio de funcionamento dos motores de indução trifásicos (mais
cobrados em prova) é baseado no campo girante em que o enrolamento trifásico é composto por três
enrolamentos monofásicos espaçados entre si em 120°. As correntes trifásicas de alimentação geram os
próprios campos magnéticos nas três fases que são deslocados em 120° entre si.
O item IV está correto. O campo magnético gerado pela corrente induzida no rotor e o campo girante
do estator desenvolve um conjugado motor que faz com que o rotor gire.
37. (FCC/EMAE-2018) Uma usina hipotética geradora de energia elétrica tem como característica a geração
de energia pelos processos hidrelétrico e termelétrico, mas não simultaneamente. Por causa da
natureza da geração hidrelétrica, a usina foi construída próxima de um rio.
80
O código IP 44, fornecido na placa de especificações do motor da guilhotina, refere-se
a) ao índice de proteção.
b) à corrente de partida.
c) ao fator de potência.
d) à carga contínua permissível.
e) à tensão de isolação em kV.
Comentário:
A norma ABNT NBR-IEC 60034-5: 2009 define os graus de proteção dos equipamentos elétricos
através da abreviação IP (do inglês Ingress Protection) seguida por dois algarismos. O código IP representa,
na placa de identificação de motores elétricos, o índice de proteção da máquina contra intempéries do
ambiente como poeira, umidade, penetração de água, etc.
Neste caso o primeiro algarismo 4 indica que a máquina é protegida contra objetos sólidos maiores
que 1 mm e o segundo algarismo 4 indica que a máquina é protegida contra projeções de água. Portanto, a
alternativa A está CORRETA e é o gabarito da questão.
81
38. (CESGRANRIO/LIQUIGÁS-2018) Considere um motor trifásico de indução, de seis polos, instalado em

uma rede elétrica de frequência igual a 60 Hz, alimentado com tensão igual a 380 V, e cujo
escorregamento, em porcentagem, é de 3%.
A rotação, em rpm, desse motor em vazio, é
a) 582
b) 1.164
c) 1.200
d) 1.746
e) 3.492
Comentário:
Para resolução desta questão, primeiramente, devemos encontrar a velocidade síncrona de rotação
dada pela seguinte equação:
120. 𝑓
𝑃
Substituindo os valores do enunciado obtemos:
120.60
𝑛𝑠𝑖𝑛𝑐 = = 1200 𝑟𝑝𝑚
6
Conhecendo a velocidade síncrona e o escorregamento, podemos calcular a velocidade de rotação

do rotor pela equação abaixo:
𝑛𝑚 = (1 − 𝑠)𝑛𝑠𝑖𝑛𝑐
Substituindo o valor encontrado e o escorregamento dado no enunciado na equação acima obtemos:
𝑛𝑚 = (1 − 0,03)1200 = 1164 𝑟𝑝𝑚
Portanto a alternativa B está CORRETA e é o gabarito da questão.
39. (CESGRANRIO/LIQUIGÁS-2018) Um motor de indução trifásico de 10 HP com 4 pares de polos é

acionado por um inversor de frequência. Devido a um mau funcionamento desse inversor, o motor
ficou operando com velocidade síncrona de 840 rpm.
Nessas condições, a frequência desse motor, em hertz, é de
a) 54
82
b) 56
c) 58
d) 60
e) 62
Comentário:
A sacada nesta questão, além do conhecimento da equação, é saber que 4 pares de polos é igual a 8
polos. Desta maneira, podemos determinar a frequência desse motor, variada pelo inversor de frequência,
pela equação abaixo:
120. 𝑓 𝑛𝑠𝑖𝑛𝑐 . 𝑃
𝑛𝑠𝑖𝑛𝑐 = => 𝑓 =
𝑃 120
Substituindo os valores do enunciado obtemos:
840.8
𝑓= = 56 𝐻𝑧
120
Logo, a alternativa B está CORRETA e é o gabarito da questão.
40. (CESPE/PCie PE-2016) A respeito das informações que estão contidas nas placas de identificação
paralelo.
0,87.
a corrente nominal.
Comentário:
A alternativa A está incorreta, pois um motor que possui 12 bornes na saída permite que o motor
seja ligado nas configurações triângulo série e paralelo e estrela série e paralelo.
83
A alternativa B está incorreta uma vez que a informação Ip/In indica a razão entre a corrente de
partida e a corrente nominal do motor. Esse valor representa quantas vezes a corrente de partida é maior
do que a corrente nominal.
A alternativa C está CORRETA e é o gabarito da questão. A simbologia ~ 3 faz alusão à corrente

alternada em sistema trifásico em que ~ significa corrente senoidal alternada e o algarismo 3 o número de
fases do motor.
A alternativa D está incorreta. O dado FS indica o fator de serviço do motor que é a reserva de
potência que o motor possui. Também chamado de fator de sobrecarga que o motor suporta em regime
contínuo. Este valor normalmente é entre 1 e 1,25.
A alternativa E está incorreta. A simbologia IP 55 indica o grau de proteção do motor quanto a

intempéries do ambiente como poeira, umidade, penetração de água, etc. O primeiro algarismo 5 significa
que a máquina é protegida contra poeira e o segundo algarismo 5 indica que a máquina é protegida contra
jatos de água, portanto possui invólucro fechado.
41. (CEPS UFPA/UNIFESSPA-2018) Os motores monofásicos podem ser de dois, quatro ou seis terminais.
No caso de dois terminais, não há possibilidade de inversão do seu sentido de rotação, pois tem
somente (L1) fase e (N) neutro. No caso de haver quatro terminais, o enrolamento é dividido em duas
partes iguais. É possível ligar este motor a duas tensões (110/220), mas não é possível inverter o
sentido de rotação, como se observar nas figuras 01 e 02 abaixo.
Para um motor de quatro terminais, conforme Figuras 01 e 02, analise as afirmativas seguintes.
I- Na Figura 01, o enrolamento está conectado em série para ligação em 110 V.
II- Na Figura 01, o enrolamento de maior impedância está conectado para ligação em 220 V.
III- Na Figura 02, os enrolamentos estão conectados em paralelo para ligação em 110 V.
IV- Na Figura 02, o enrolamento de menor impedância está conectado para ligação em 220 V.
Estão corretas
84
a) I e II, somente.
b) II e III, somente.
c) I, II e IV, somente.
d) I, III e IV, somente.
e) II, III e IV, somente.
Comentário:
Vamos avaliar cada um dos itens:
O item I está incorreto. Na figura 1 o motor está conectado em série para ligação em 220 V.
O item II está correto, pois os enrolamentos estão conectados para ligação em 220 V.
O item III está correto uma vez que a conexão em paralelo, na figura 02, indicam a ligação para 127
V.
O item IV está incorreto. Na figura 02 os enrolamentos estão conectados para ligação em 127 V.
Portanto, a alternativa B está CORRETA e é o gabarito da questão.
42. (CESPE/PCie PE-2016) Em comparação com os motores monofásicos de mesma potência e velocidade,
os motores trifásicos
Comentário:
A alternativa A está incorreta. Geralmente os motores trifásicos apresentam um rendimento maior

e um fator de potência maior do que motores monofásicos de mesma potência.
A alternativa B está incorreta, pois os motores monofásicos possuem maior peso e volume do que
motores trifásicos de mesma potência.
A alternativa C está incorreta uma vez que os motores monofásicos apresentam maior custo tanto
para aquisição quanto pra manutenção.
85
A alternativa D está incorreta. Os motores monofásicos são encontrados, restritos, em faixas de

potência reduzidas, normalmente chegando à potência máxima de 12,5 CV.
A alternativa E está CORRETA e é o gabarito da questão. Os motores trifásicos apresentam menor

custo de manutenção, do que os motores monofásicos, por possuírem caráter construtivo mais simplificado
e dispensarem dispositivo de partida.
43. (SUGEP/UFRPE-2016) Responda à questão conforme os dados abaixo.
A plaqueta do motor elétrico abaixo, de um ventilador centrífugo de um fan & coil, mostra algumas
características de seu uso.
A ligação elétrica desse motor do ventilador deve ser feita em uma rede elétrica:
a) bifásica
b) bifásica com retorno por terra.
c) monofásica.
d) monofásica com retorno por terra.
e) trifásica.
Comentário:
Na imagem abaixo temos demarcada a região da placa de identificação que nos trás as características
da rede elétrica de alimentação para o motor de ventilador da questão.
86
O símbolo ~ indica que o motor deve ser ligado a uma rede com corrente alternada e o algarismo três
indica que a rede deve ser trifásica. Portanto, a alternativa E está CORRETA e é o gabarito da questão.
Segundo a norma NBR-7094, quanto à classe de isolamento, a temperatura máxima suportada

continuamente pelo isolamento é:
a) 30°C
b) 80°C
c) 180°C
87
d) 220°C
e) 440°C
Comentário:
Vejamos na imagem abaixo onde a classe de isolamento é representada na placa de identificação de

um motor elétrico.
A tabela abaixo nos mostra a temperatura máxima suportada de acordo com o símbolo (letra) da
classe, que neste caso é H. Vejamos:
Classe de temperatura Temperatura em graus Celsius

Y 90
A 105
E 120
B 130
F 155
H 180
N 200
R 220
45. (FGV/TJ BA-2015) Observe o equipamento apresentado na figura abaixo e analise as afirmativas a
seguir.
88
I - A figura mostra um motor elétrico de indução.
II - Os componentes de número (3), (7) e (12) fazem parte do rotor.
III - O estator é composto basicamente pela carcaça (1), núcleo de chapas (2) e enrolamento trifásico (8).
IV - As tampas (4), o ventilador (5) e a placa de bornes (10) compõem o sistema de arrefecimento.
Está correto somente o que se afirma em:
a) I, II e III;
b) I, II e IV;
c) I, III e IV;
d) II, III e IV;
e) III e IV.
Comentário:
Vamos avaliar cada um dos itens.
O item I está correto. A imagem apresenta uma máquina elétrica de indução, neste caso um motor.
89
O item II está correto. O componente (3) representa o rotor propriamente dito, o componente (7) é
o eixo do motor e o componente 12 indica os anéis de curto-circuito do rotor gaiola de esquilo. Todos esses
pertencem ao rotor.
O item III está correto uma vez que o estator é composto pela carcaça (1), pelo núcleo de chapas (2)
em que as bobinas ou enrolamentos trifásicos (8) são alocadas.
O item IV está incorreto, pois a placa de bornes não faz parte do sistema de arrefecimento do motor.
Logo, a alternativa A está CORRETA e é o gabarito da questão.
46. (CESPE/TJ CE-2014)

(pico).

90
Comentário:
A norma NBR 7094 foi substituída pela norma NBR-ABNT 17094:2016, contudo, podemos analisar a
questão de maneira a se determinar o gabarito sem grandes problemas.
A alternativa A está incorreta. A simbologia FS 1.00 indica o fator de serviço da máquina que é a
reserva de potência que o motor possui. Também chamado de fator de sobrecarga que o motor suporta em
regime contínuo. Este valor normalmente é entre 1 e 1,25.
A alternativa B está incorreta uma vez que a simbologia IP 55 indica o grau de proteção do motor.
esse dado indica a proteção do motor quanto a intempéries do ambiente como poeira, umidade, penetração
de água, etc. Conforme o significado de cada algarismo disposto na norma.
A alternativa C está incorreta, pois os valores 220/380/440 V indicam as tensões em que o motor
pode operar conforme cada esquema de fechamento dos seus terminais.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. O dado Ip/In indica quantas vezes a corrente
de partida será maior do que a corrente nominal do motor.
A alternativa E está incorreta. A simbologia ~3 significa que o motor é trifásico de corrente alternada.
LISTA DE QUESTÕES
2. (CEBRASPE/TCE-PA-2016) Julgue o próximo item, a respeito de máquinas elétricas.
Entre as curvas características esboçadas a seguir, a curva III é a que mais se aproxima da velocidade
versus conjugado de um motor CC com excitação do tipo série.
91
Considere a figura abaixo, que ilustra a característica de regulação de tensão de geradores de corrente
contínua, no qual Ia é a corrente de armadura, Vt é a tensão terminal e In e Vn representam dados nominais.
Nessa situação, a curva I refere-se a um gerador em derivação, e a curva II é típica de gerador com excitação
independente.
Enrolamentos de campo de geradores autoexcitados são típicos de ligação em série ou em paralelo

5. (CEBRASPE/PF-2014) No que se refere à eletrotécnica, julgue o item a seguir.

Rede de aterramento, tipo de circuito elétrico que possui diversas funções voltadas, principalmente,
à produção de campo magnético, eletricidade e energia mecânica, é componente dos geradores de energia
elétrica, assim como dos motores elétricos, transformadores, indutores e diversos outros dispositivos.

A partir das potências aparente e ativa do circuito de carga, é possível fazer a avaliação do fator de
potência associado à instalação que vai ser alimentada pelo grupo motor-gerador.

No gerador trifásico, se as ligações de fechamento forem do tipo estrela, as tensões de linha terão
magnitudes maiores que as tensões de fase.
8. (CEBRSASPE/MS-2013) Considerando que um gerador CC em derivação (autoexcitado) apresente

resistência crítica de campo igual a 50 ohms quando sua armadura gira à velocidade nominal, julgue o
item a seguir.
Se a resistência total de campo for superior a 50 ohms, então, quando a armadura estiver girando à
velocidade nominal, será impossível ao gerador alcançar sua tensão terminal nominal.
92

Os motores de corrente alternada síncronos são indicados quando uma velocidade angular constante
é essencial para o projeto onde ele será inserido.

Os motores de corrente alternada síncronos não podem ser utilizados como geradores (situação em
que é fornecido trabalho mecânico a seu eixo/rotor, fazendo-o girar rapidamente), uma vez que essa
característica de inversão de função é inerente aos motores de corrente alternada assíncronos.
11. (CEBRASPE/SEGER ES-2011)
93
Considerando a expressão acima, que ilustra o balanço de energia em uma máquina elétrica, julgue
o item seguinte.
Caso o processo de conversão eletromecânica de energia se refira ao balanço de energia para um

gerador, a entrada de energia da fonte elétrica e a saída de energia mecânica são ambas positivas.
a resistência interna do gerador é igual a 8,0 ohms.
a corrente de curto-circuito é 10 A.
14. (CEBRASPE/PC AC-2008) As máquinas elétricas utilizadas como gerador ou como motores são
encontradas nos mais diferentes tipos de aplicações. A respeito dessas máquinas, julgue o item que se
segue.
Em um gerador CC com excitação independente, o circuito de campo é alimentado por uma fonte de
tensão independente do gerador, por exemplo, uma bateria. Diferentemente, um gerador CC com excitação
em derivação (shunt) fornece a alimentação para o seu próprio circuito de campo por meio de adequada
conexão aos terminais da armadura.
15. (CEBRASPE/PF-2004) Quanto aos princípios de funcionamento de geradores e de motores elétricos,

julgue o item que se segue.
Em motores de corrente contínua, o enrolamento de armadura encontra-se no estator, enquanto o

enrolamento de campo fica no rotor.
94
17. (CEBRASPE/PCPE-2016) Um transformador monofásico ideal, alimentado por uma fonte de tensão em
a) 280.
b) 280 × 0,707.
c) 28.
d) 2.800.
e) 1.900.
18. (CEBRASPE/PCie PE-2016) A respeito das informações que estão contidas nas placas de identificação
paralelo.
0,87.
a corrente nominal.
19. (CEBRASPE/PCie PE-2016) Em comparação com os motores monofásicos de mesma potência e

velocidade, os motores trifásicos
95
20. (CEBRASPE/TJ CE-2014)

(pico).

21. (FEPESE/DEINFRA SC – 2019) Qual a máxima tensão que pode ser aplicada a um resistor que tem as
seguintes especificações: 330Ω/2W
a) 3V
96
b) 20,2V
c) 25,69V
d) 33V
e) 165V
22. (FUNDATEC/ALERS – 2018) Analise o circuito elétrico abaixo e assinale a alternativa que apresenta o
valor correto da potência P, dada pelo produto da corrente A pela tensão U.
a) 1,5 W.
b) 2,3 W.
c) 3,2 W.
d) 4,4 W.
e) 5,1 W.
23. (IDECAN / IFPB – 2019) As máquinas elétricas rotativas podem funcionar como gerador e como motor.
A respeito de máquinas elétricas responda:
a) Máquinas síncronas de polos salientes são amplamente utilizados nas termoelétricas devido a suas altas
velocidades de rotação.
b) Os motores elétricos mais utilizados na indústria são do tipo motores de indução trifásico com rotor curto-
circuitado.
c) As máquinas síncronas de polos lisos são comuns nas hidroelétricas devido sua baixa velocidade de rotação
e grande diâmetro.
d) Na geração de energia elétrica através de turbinas eólicas, diversas máquinas foram utilizadas, entretanto
a máquina com menor destaque nessa aplicação foi a máquina de indução de rotor bobinado por não
conseguir operar adequadamente na frequência da rede elétrica.
97
e) Máquinas síncronas de imã permanente precisam de uma fonte externa em corrente contínua para gerar
o campo magnético necessário para o seu funcionamento.
24. (CESPE/PCPE-2016) Um transformador monofásico ideal, alimentado por uma fonte de tensão em
a) 280.
b) 280 × 0,707.
c) 28.
d) 2.800.
e) 1.900.
25. (FCC/EMAE SP-2018) Uma carga, que está acoplada na saída secundária de um transformador
monofásico com relação 5:1, drena 7,2 kVA. Sabendo que tal transformador está alimentado com 440
V em seu enrolamento primário e possui 0,90 de eficiência, nessas condições, o valor da corrente no
primário será, em A, de, aproximadamente,
a) 0,018.
b) 0,016.
c) 18,2.
d) 16,4.
e) 14,7.
26. (FCC/SABESP-2018) Um transformador trifásico tipo estrela-triângulo alimenta uma carga resistiva de
10 kVA. Mediu-se a tensão de linha em seu secundário e obteve-se o valor de 𝟏𝟑𝟖⁄ V. Considerando
√𝟑
que o transformador possua características ideais e que foi projetado para abaixar tensão (do primário
para o secundário) na relação de 100 vezes, é correto afirmar que:
a) a tensão de linha no primário é de 13,8 kV.
b) a tensão de fase no secundário é de 138/3 V.
c) a tensão de fase no primário é de 13,8 kV.
d) a corrente de fase no secundário é de 10k/138 A.
98
e) a corrente de linha no secundário é igual à corrente de linha no primário.
27. (FGV/ALERJ-2017) Um motor elétrico de 12 polos opera em uma rede com frequência de 60Hz.
Sabendo-se que o escorregamento do motor vale 5%, a velocidade nominal de operação é de:
a) 570rpm;
b) 600rpm;
c) 630rpm;
d) 684rpm;
e) 720rpm.
28. (NC UFPR/ITAIPU-2019) Considere um transformador elétrico monofásico, teoricamente sem perdas,
com enrolamento primário formado por 440 espiras ligadas à tensão primária de 440 Volts e com
corrente primária de 10 A. O enrolamento secundário é formado por 220 espiras. Com base nos dados
apresentados, identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas:
( ) A potência elétrica no primário do transformador é 4,4 kVA.
( ) A tensão elétrica no secundário do transformador é 220 V.
( ) A corrente elétrica no secundário do transformador é 5 A.
( ) A potência elétrica no secundário desse transformador é 1,1 kVA.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
a) V – V – V – V.
b) F – F – V – V.
c) V – F – V – F.
d) V – V – F – F.
e) F – V – F – F.
29. (CESGRANRIO/TRANSPETRO-2016) Para se realizar o paralelismo entre alternadores, deve-se, antes,

sincronizar o gerador que vai auxiliar na geração, com o que já está alimentando o circuito.
Dessa forma, a sincronização entre os geradores é obtida quando eles tiverem a(s) mesma(s)
a) frequência, somente
99
b) tensão de geração, somente
c) frequência e relação de fase, somente
d) relação de fase e tensão de geração, somente
e) frequência, relação de fase e tensão de geração
30. (FADESP/BANPARÁ-2018) Para um motor trifásico de 220 volts que exige 25 amperes por fase, com
potência fornecida pela rede de 7612 W. O fator de potência é (Considerar 3–√ igual a 1,73)
a) 2,39.
b) 3,87.
c) 0,41.
d) 0,50.
e) 0,80.
31. (PR4 UFRJ/UFRJ-2018) A velocidade de rotação do motor elétrico é definida pelo número de polos
magnéticos e pela frequência da fonte de corrente alternada.
Para um motor com uma rotação de 1200 rpm e uma frequência de 60 Hz, o número de polos é:
a) 2
b) 4
c) 6
d) 8
e) 12
32. (VUNESP/UFABC-2019) Tanto os motores elétricos como os geradores de energia elétrica são
equipamentos eletromagnéticos. Por isso, é de extrema importância o entendimento dos
comportamentos desses equipamentos relativos ao Fator de Potência (cos ϕ). Os motores estão entre
os maiores consumidores de energia elétrica. Nesse contexto, considerando- se o motor elétrico
trifásico de uma máquina, é correto afirmar que, se a máquina exigir do eixo do motor uma potência
de 14 kW, com o fator de potência igual a 0,7, a concessionária de energia elétrica terá que fornecer
a) 9,8 kVA e o aumento do fator de potência reduziria este valor.
b) 9,8 kW e o aumento do fator de potência reduziria este valor.
100
c) 9,8 kW e o aumento do fator de potência aumentaria este valor.
d) 20 kW e o aumento do fator de potência reduziria este valor.
e) 20 kVA e o aumento do fator de potência reduziria este valor.
33. (CS UFG/SANEAGO-2018) Um motor elétrico trifásico tem 12 fios de ligação como mostra a figura, e
sua placa de identificação indica as seguintes tensões de alimentação: 220v, 380v, 440v e 760v.
Para que este motor funcione em rede trifásica de 380v, deverão ser executadas as ligações:
a) L1-1-7, L2-2-8, L3-3-9 e 4-10-5-11-6-12.
b) L1-1-2, L2-4-6, L3-8-10 e 4-3-5-7-9-11.
c) L1-1, L2-2, L3-3, 4-7, 5-8 e 6-9.
d) L1-1-7-6-12, L2-4-10-2-8 e L3-5-11-3-9.
34. (FUNDATEC/ALERS-2018) Em determinada indústria, funcionava um forno e um motor, ambos

elétricos, de forma que a potência aparente total era de 139 kVA. Os diretores dessa indústria
decidiram substituir o motor por um modelo mais novo e eficiente, mas com a mesma potência ativa
do motor anterior, de valor 70 kW, de forma que o consumo de potência aparente passou a ser 117
kVA.
Sabendo que o forno consome 35 kW de potência puramente resistiva, assinale a alternativa mais próxima
do valor da soma do fator de potência do motor antigo e do novo motor instalado.
a) 0,5.
101
b) 0,8.
c) 1,0.
d) 1,1.
e) 1,5.
35. (Instituto AOCP/TRT 1ª Região-2018) Em relação a motores elétricos, assinale a alternativa correta.
a) Um motor elétrico de 4 polos, em uma instalação de frequência padrão de 60 Hz, possui velocidade
b) Um motor elétrico de 6 polos, em uma instalação de frequência padrão de 60 Hz, possui velocidade
c) Um “soft starter” é utilizado para a variação da velocidade de motores.
d) Os inversores de frequência possibilitam a variação da velocidade de motores de baixa potência, até 50

CV.
e) Potência ativa é a parcela da potência aparente que realiza trabalho, ou seja, que é transformada em
energia.
36. (CESGRANRIO/PETROBRAS-2018) Em relação ao funcionamento e à estrutura dos motores de indução

trifásica, considere as afirmativas a seguir:
I - O escorregamento estará presente quando a velocidade do campo girante for igual à velocidade do rotor.
II - Quanto maior a carga imposta no rotor, menor terá de ser o conjugado necessário para acioná-la.
III - Os enrolamentos de cada fase estão espaçados entre si em 120º.
IV - A composição entre o campo gerado pela corrente induzida no rotor e o campo girante do estator resulta
em uma força de origem magnética que gera um conjugado no eixo do motor.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas
b) I e III, apenas
c) III e IV, apenas
d) I, II e III, apenas
e) I, II, III e IV
102
37. (FCC/EMAE-2018) Uma usina hipotética geradora de energia elétrica tem como característica a geração
de energia pelos processos hidrelétrico e termelétrico, mas não simultaneamente. Por causa da
natureza da geração hidrelétrica, a usina foi construída próxima de um rio.
O código IP 44, fornecido na placa de especificações do motor da guilhotina, refere-se
a) ao índice de proteção.
b) à corrente de partida.
c) ao fator de potência.
d) à carga contínua permissível.
e) à tensão de isolação em kV.
38. (CESGRANRIO/LIQUIGÁS-2018) Considere um motor trifásico de indução, de seis polos, instalado em

uma rede elétrica de frequência igual a 60 Hz, alimentado com tensão igual a 380 V, e cujo
escorregamento, em porcentagem, é de 3%.
103
A rotação, em rpm, desse motor em vazio, é
a) 582
b) 1.164
c) 1.200
d) 1.746
e) 3.492
39. (CESGRANRIO/LIQUIGÁS-2018) Um motor de indução trifásico de 10 HP com 4 pares de polos é

acionado por um inversor de frequência. Devido a um mau funcionamento desse inversor, o motor
ficou operando com velocidade síncrona de 840 rpm.
Nessas condições, a frequência desse motor, em hertz, é de
a) 54
b) 56
c) 58
d) 60
e) 62
40. (CESPE/PCie PE-2016) A respeito das informações que estão contidas nas placas de identificação
paralelo.
0,87.
a corrente nominal.
104
41. (CEPS UFPA/UNIFESSPA-2018) Os motores monofásicos podem ser de dois, quatro ou seis terminais.
No caso de dois terminais, não há possibilidade de inversão do seu sentido de rotação, pois tem
somente (L1) fase e (N) neutro. No caso de haver quatro terminais, o enrolamento é dividido em duas
partes iguais. É possível ligar este motor a duas tensões (110/220), mas não é possível inverter o
sentido de rotação, como se observar nas figuras 01 e 02 abaixo.
Para um motor de quatro terminais, conforme Figuras 01 e 02, analise as afirmativas seguintes.
I- Na Figura 01, o enrolamento está conectado em série para ligação em 110 V.
II- Na Figura 01, o enrolamento de maior impedância está conectado para ligação em 220 V.
III- Na Figura 02, os enrolamentos estão conectados em paralelo para ligação em 110 V.
IV- Na Figura 02, o enrolamento de menor impedância está conectado para ligação em 220 V.
Estão corretas
a) I e II, somente.
b) II e III, somente.
c) I, II e IV, somente.
d) I, III e IV, somente.
e) II, III e IV, somente.
42. (CESPE/PCie PE-2016) Em comparação com os motores monofásicos de mesma potência e velocidade,
os motores trifásicos
105
A ligação elétrica desse motor do ventilador deve ser feita em uma rede elétrica:
a) bifásica
b) bifásica com retorno por terra.
c) monofásica.
d) monofásica com retorno por terra.
e) trifásica.
106
Segundo a norma NBR-7094, quanto à classe de isolamento, a temperatura máxima suportada

continuamente pelo isolamento é:
a) 30°C
b) 80°C
c) 180°C
d) 220°C
e) 440°C
45. (FGV/TJ BA-2015) Observe o equipamento apresentado na figura abaixo e analise as afirmativas a
seguir.
107
I - A figura mostra um motor elétrico de indução.
II - Os componentes de número (3), (7) e (12) fazem parte do rotor.
III - O estator é composto basicamente pela carcaça (1), núcleo de chapas (2) e enrolamento trifásico (8).
IV - As tampas (4), o ventilador (5) e a placa de bornes (10) compõem o sistema de arrefecimento.
Está correto somente o que se afirma em:
a) I, II e III;
b) I, II e IV;
c) I, III e IV;
d) II, III e IV;
e) III e IV.
46. (CESPE/TJ CE-2014)
108

(pico).

109
GABARITO
1. CORRETO 25. C
2. CORRETO 26. A
3. ERRADO 27. A
4. CORRETO 28. D
5. ERRADO 29. E
6. CORRETO 30. E
7. CORRETO 31. C
8. CORRETO 32. E
9. CORRETO 33. A
10. ERRADO 34. E
11. ERRADO 35. E
12. CORRETO 36. C
13. CORRETO 37. A
14. CORRETO 38. B
15. ERRADO 39. B
16. CORRETO 40. C
17. C 41. B
18. C 42. E
19. E 43. E
20. D 44. C
21. C 45. A
22. C 46. D
23. B
24. C
110

Eletric I Dade

Enviado por

Dados do documento

Título original

Direitos autorais

Formatos disponíveis

Compartilhar este documento

Compartilhar ou incorporar documento

Opções de compartilhamento

Você considera este documento útil?

Este conteúdo é inapropriado?

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

Eletric I Dade

Enviado por

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

Aula 09 - Prof Juliano

1 – Introdução e conceitos fundamentais ........................................................................................................ 4

1.1 – Carga e corrente ............................................................................................................................... 4

1.2 - Tensão ................................................................................................................................................ 5

1.3 – Potência ............................................................................................................................................. 6

2 – Componentes de um circuito ..................................................................................................................... 6

2.1 – Resistores ........................................................................................................................................... 7

2.2 – Fontes independentes de tensão e corrente ...................................................................................... 7

2.3 – Chaves ............................................................................................................................................... 8

2.4 – Capacitores ....................................................................................................................................... 9

3 – Métodos de Análise de circuitos elétricos ............................................................................................... 10

3.1 – Associação de resistores em série .................................................................................................... 13

3.2 – Associação de resistores em paralelo ............................................................................................. 15

3.3 – Associação de fontes de tensão e de corrente ................................................................................ 18

3.4 – Associação de capacitores em série e paralelo .............................................................................. 19

4 – Máquinas elétricas .................................................................................................................................. 21

4.1 - Transformador .................................................................................................................................. 22

4.2 – Geradores síncronos ........................................................................................................................ 30

4.3 – Motores elétricos de indução ........................................................................................................... 35

4.4 - Quadros de comando controle e proteção ...................................................................................... 53

Considerações Finais ......................................................................................................................................... 56

Questões Comentadas ...................................................................................................................................... 57

Lista de Questões .............................................................................................................................................. 91

Gabarito ......................................................................................................................................................... 110

YouTube – Prof. Juliano de Pelegrin

1 – Introdução e conceitos fundamentais

Um circuito elétrico consiste em um conjunto de componentes elétricos interligados

1.1 – Carga e corrente

Uma corrente senoidal é denominada corrente alternada (ca)

A tensão entre os terminais de um componente é igual a energia necessária para

Também podemos definir a potência associado a um componente pela seguinte equação:

Para sabermos se um elemento de um circuito está fornecendo ou absorvendo energia de um

Os componentes de um circuito são divididos em ativo e passivos. Um componente passivo absorve

A resistência é propriedade física que um componente ou dispositivo apresenta que é contrária a

Resistência é a capacidade que um componente apresenta para dissipar energia de

Onde v é a tensão em volts, R a resistência em ohm (Ω) e i a corrente em ampére. A representação

Uma maneira alternativa de se escrever a lei de Ohm é a partir da seguinte equação:

Vamos agora ao estudo das fontes independentes.

2.2 – Fontes independentes de tensão e corrente

Existem também as fontes dependentes utilizadas na modelagem de dispositivos como transistores

Caro estrategista, os capacitores são elementos

Os capacitores são identificados pelo parâmetro denominado

Em que C é a capacitância, ∈ a permissividade elétrica, A à área das placas e d a distância entre as

Permissividade elétrica é a relação entre o valor do campo elétrico e a tensão entre

Capacitância é a medida da capacidade de um elemento armazenar energia em

A tensão produz um pulso de corrente de amplitude 𝐶/∆𝑡 no capacitor. Note que

3 – Métodos de Análise de circuitos elétricos

Lei de Kirchhoff para A zoma algébrica das correntes em um nó em qualquer

Professor, o que é uma malha? Uma malha é um caminho fechado dentro de um

Em relação ao nó “b” temos:

3.1 – Associação de resistores em série

Aplicando a LKC aos nós dos circuitos obtemos que:

Através da aplicação da LKT temos que:

Como a corrente é a mesma em todos os resistores, podemos obter a corrente por:

A tensão no resistor 2, por exemplo, é obtida por:

Desta maneira podemos encontrar a tensão no enésimo componente de um circuito resistivos

Em que 𝑣𝑛 é a tensão no enésimo resistor e 𝑣 é a tensão da fonte de tensão.

𝑃 = 𝑖12 . 𝑅1 + 𝑖12 . 𝑅2 + 𝑖12 . 𝑅3

𝑃 = 𝑖12 (𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅2 ) = 𝑖12 . 𝑅𝑒𝑞

Encerramos aqui o estudo da associação de resistores em série e do circuito divisor de tensão.

3.2 – Associação de resistores em paralelo

Agora, vejamos o circuito divisor de corrente abaixo.

Pela lei de Ohm: