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ESTUDO DE RESISTIVIDADE DO SOLO POR

SONDAGEM GEOELÉTRICA VERTICAL - SEV


(MÉTODO WENNER)
PE-214-001_REV00

ACISTEL COMÉRCIO MANUTENÇÃO E INSTALAÇÕES LTDA-ME


Rua Constante Ceccarelli, 27 – Vila IAPI – Campinas – SP
www.acistel.com.br
Código Rev.
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26/01/2022 1 de 10
A.R.T.
LAUDO TÉCNICO 28027230220118438

Emitente EMITENTE
Projetista
ENGENHARIA ELETRICA ALBINO ROCHA
Resp. Técnico
Unidade : Cliente: ROBSON HENRIQUE
BILAC - SP VISION ENGENHARIA E CONSULTORIA S.A. Cliente
4 Verificação
Objeto
Coord. Técnico
SONDAGEM GEOELÉTRICA VERTICAL – RESISTIVIDADE DO SOLO
Documentos de Referência

1023-ELM-0000-0011 PLANTA

Documentos Resultantes

Observações
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ROBSON HENRIQUE
Cliente
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1. OBJETIVO
1.1. O presente documento visa registrar os parâmetros necessários para dar subsídios para elaboração
do projeto e dimensionamento de uma malha de aterramento para uma subestação de energia elétrica,
em uma área situada no município de Bilac – SP, conforme coordenadas mencionadas no item 3.
2. METODOLOGIA

2.1. Para a elaboração dos cálculos apresentados neste documento, seguimos as recomendações das
normas:
NBR 5419/2015 – Proteção de Estruturas Contra Descargas Atmosféricas;
NBR 7117/2012 – Medição da resistividade e determinação da estratificação do solo;
NBR 7117-1 – Medição da resistividade e modelagem geoelétrica;
NBR 5410/2008 – Instalações elétricas de Baixa Tensão;
NR-10 – Segurança em Instalações Elétricas e,
KINDERMANN, Geraldo; CAMPAGNOLO, Jorge Mário. Aterramento Elétrico. 3ª Ed. Porto Alegre:
Sagra – DC Luzzatto, 1995.

2.2. Segundo a Norma ABNT NBR 7117-1, a expressão “medição da resistividade do solo” é equivocada,
pois este parâmetro não é diretamente medido, nem mesmo em laboratório. O Procedimento para a
medição deste parâmetro é a chamada “sondagem geoelétrica”, que vem a ser um tipo de sondagem
geofísica. Neste caso Sondagens Elétricas Verticais – SEV.

2.3. Para as modelagens de resistividade foi utilizado o Método de Wenner, e as leituras foram obtidas
através do equipamento abaixo:

INSTRUMENTO: TERRÔMETRO DIGITAL

MODELO: MTD-20KWE

MARCA: MEGABRÁS

CERT. CALIBRAÇÃO EM ANEXO

3. LOCAL DE EXECUÇÃO DOS LEVANTAMENTOS

3.1. S.E. 69 KV Bilac – SP


Área compreendida entre 4 pontos: M1, M2, M3 e M4 cujas coordenadas informadas na planta 1023-
ELM-0000-0011 são:

M1 (X – 552.823,262 / Y – 7.633.204,297);
M2 (X – 552.759,433 / Y – 7.633.143,396);
M3 (X – 552.711,526 / Y – 7.633.059,025);
M4 (X – 552.777,588 / Y – 7.633.122,637).
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3.2. Determinação dos Eixos de medição


Para esta área foram destacados 6 eixos de medição SEV (A, B, C, D, E e F) seguindo o número de
linhas e direções apresentados na planta 1023-ELM-0000-0011 a qual foi elaborada pelo cliente
seguindo os arranjos sugeridos na norma ABNT-NBR 7117-1.

Os eixos de medições A, B e C são paralelos ao eixo entre formado entre as coordenadas M4 e M1. O
eixo A tem afastamento de 15m do eixo das coordenadas. O eixo B tem afastamento de 20m do eixo
A. O eixo C tem 20m de afastamento do eixo B.

Os eixos de medições C, D e F são paralelos ao eixo entre formado entre as coordenadas M3 e M4. O
eixo D tem afastamento de 15m do eixo das coordenadas. O eixo E tem afastamento de 25m do eixo
D. O eixo F tem 25m de afastamento do eixo B.

1023-ELM-0000-0011 – ARRANJO DO EQUIPAMENTO EXTERNO – PLANTA

4. PERÍODO DOS LEVANTAMENTOS TÉCNICOS

4.1. Dia 24 de janeiro de 2022, Temperatura local 31ºC.


4.1.1. Eixos A, B e C no período da tarde entre 11:30 e 15:00.

4.2. Dia 25 de janeiro de 2022.Temperatura local 26ºC.


4.2.1. Eixos D, E e F no período da manhã entre 9:00 e 12:00.
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5. SONDAGENS REALIZADAS

5.1. Sondagens
Para as medições foram utilizados como eletrodos, hastes de aço cobreado tipo Copperweld alta
camada com diâmetro 5/8” e comprimento aproximado de 0,6m.

As linhas de medição foram prospectadas a partir de uma distância entre eletrodos de 1m em


intervalos a e prosseguiu em potência de 2, a saber: 1, 2, 4, 8, 16 e 32m.

Todas as características locais das áreas estudadas bem como o resultados das sondagens foram
anotados em planilha, e suas informações apresentadas nas interpretações da área estudada.

5.2. As medições foram realizadas seguindo o arranjo dos quatro pontos igualmente espaçados ou arranjo
de Wenner.

Neste arranjo os eletrodos são igualmente espaçados, como mostrado na figura abaixo.

C1 e C2 são os eletrodos de corrente. A tensão é medida entre os pontos ρ1 e ρ 2 do arranjo.

Tabela de medições em campo R


Espaçamentos "a"
Eixos
1 2 4 8 16 32
A 31,7 29,4 17,9 9,8 4,2 1,4
B 16,1 25,7 18,9 9,1 4,6 1,7
C 33,1 30,7 19,8 8,8 4,8 4,3
D 15,5 11,5 6,8 7,5 8,8 x
E 20,4 29,2 19,1 10,6 5,5 x
F 68,7 50,4 28,6 13,1 5,1 x

RMédia 30,9 29,5 18,5 9,8 5,5 2,5


Os valores sublinhados possuem desvios em relação a média aritmética superiores ao valor admissível (50% , portanto não
foram considerados na média.

Sendo a a distância entre os eletrodos adjacentes e b a profundidade de cravação destes, a


resistividade em função de a e b é dada por:

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Quando b ≤ a/10, a equação se torna a equação:

ρ(a) = 2π.a.(V/I). (2)


Para afastamentos de 1m entre hastes foi utilizada a equação (1), e para os demais afastamentos foi
utilizada a equação (2), pois em todos os casos a profundidade b das hastes cravadas no solo foi de
20cm.

Essa equação é aproximadamente a resistividade média do solo na profundidade a.

Aplicando as equações 1 e 2 conforme indicado no item 2 temos os valores de resistividades


representado na tabela a seguir:

Tabela de resistividade calculada Ωm


Espaçamentos "a"
Eixos
1m 2m 4m 8m 16m 32m
ρA 199,18 369,45 449,88 492,60 422,23 281,49
ρB 101,16 322,96 475,01 457,42 462,44 341,81
ρC 207,97 385,79 497,63 442,34 482,55 864,57
ρD 97,39 144,51 170,90 376,99 884,67 x
ρE 128,18 366,94 480,04 532,81 552,92 x
ρF 431,65 633,35 718,80 658,48 512,71 x

Um conjunto de leituras tomadas com vários espaçamentos entre eletrodos resulta em um conjunto
de resistividades que, quando plotadas de acordo com o espaçamento, indica a variação da
resistividade em função da profundidade.

Resisitvidades calculadas por eixo


1000,00
900,00
800,00
700,00 A
600,00 B
Ωm

500,00
C
400,00
300,00 D
200,00 E
100,00
F
0,00
1m 2m 4m 8m 16m 32m
Afastamento (a)
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5.3. Analise dos resultados


Para regularização dos desníveis do terreno foi realizada a terraplanagem onde parte do terreno teve
terra removida e parte do terreno teve terra depositada, isso faz com que a área apresente variações
na composição, compactação e consequentemente na resistividade do solo.

Os eixos A, B, C e E apresentam praticamente as mesmas características e variações relacionadas a


movimentação de terra.
O eixo D tem praticamente toda a sua extensão sobre terra depositada e compactada mecanicamente.
O eixo F tem praticamente toda a sua extensão sobre terra removida mecanicamente.

5.4. Curva de resistividade média


No quadro abaixo está representada a curva obtida através dos valores médios das resistividades de
cada eixo.

ρA
600,00
475,64 493,44 486,57 495,95
500,00
Resistividade Ωm

400,00 361,28

300,00

200,00 146,78 ρMédia

100,00

0,00
1m 2m 4m 8m 16m 32m
Afastamento (a) em metros

5.5. Determinação da estratificação do solo.


Para a determinação da estratificação do solo, foi utilizada como referência a norma ABNT NBR
7117/2012.

Nesta etapa foi utilizado o Método Simplificado, pois, na curva de resistividade média os valores
encontrados quando plotados em gráficos representam solo estratificado em duas camadas, conforme
item 6.3 da norma ABNT 7117/2012.
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Este método é apropriado para solo de duas camadas. A curva ρ=f(a) tem a forma semelhante a
indicada na figura abaixo:

Passo 1: Com base na curva plotada no gráfico figura a seguir foi determinado o valor da resistividade
da camada superior prolongando a curva ρ.a até interceptar o eixo das ordenadas.
ρ1= 100Ωm

Passo 2: Com base na curva plotada na figura a seguir foi determinado o valor da resistividade da
camada inferior traçando a assíntota à curva ρ.a até interceptar o eixo das ordenadas.
ρ2= 500Ωm

ρA
600,00
475,64 493,44 486,57 495,95
500,00
Resistividade Ωm

400,00 361,28

300,00

200,00 146,78 ρMédia

100,00

0,00
1m 2m 4m 8m 16m 32m
Afastamento (a) em metros
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𝜌2
Passo 3: Calcular o valor⁄𝜌1. Com esse valor determinar o valor de M0 na tabela A.1 do Anexo A
da norma ABNT 7117/2012.
𝜌2
⁄𝜌1 = 500⁄100 = 5,0

Passo 4: Calcular ρm = M0 . ρ1;


M0 . ρ1 = 1,294 . 100
ρm = 129,4 Ωm

Passo 4: Na curva ρ.a localizar ρm para obter o valor da camada superior do solo, h;

Passo 5: Com o valor obtido para ρm e o auxílio da curva de valores medidos, obtém-se no eixo
horizontal a(m) o valor de h.

ρA
600,00
475,64 493,44 486,57 495,95
500,00
Resistividade Ωm

400,00 361,28

300,00

200,00 146,78 ρMédia


129,40
100,00

0,00
1m 2m 4m 8m 16m 32m
0,9m Afastamento (a) em metros
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Estratificação do Solo

0,9m
ρ1 = 100

ρm = 129,4Ω 𝑚

ρ2 = 500

ρ1 = Resistividade da 1ª camada
ρ2 = Resistividade da 2ª camada
ρm = Resistividade média
h  Espessura da 1ª camada

6. CONSIDERAÇÕES

6.1. A Resistividade do solo depende de diversos fatores tais como:


 Tipo de solo;
 Mistura de diversos tipos de solo;
 Camadas estratificadas com profundidades e materiais diferentes;
 Teor de umidade;
 Temperatura;
 Compactação e pressão;
 Composição química dos sais dissolvidos na água retida;
 Concentração de sais dissolvidos na água retida.
Diferentes combinações resulta, em solo com características diferentes.
Solos aparentemente iguais podem possuir resistividades diferentes.

6.2. Influência da umidade:


A resistividade do solo sofre alterações com a umidade devido a condução de cargas elétricas no
mesmo ser predominantemente iônica.
Dependendo da umidade, a dissolução dos sais formam um meio eletrolítico favorável á passagem
de corrente iônica.

6.3. Influência da temperatura:


Para um solo arenoso, mantendo-se todas as demais características e variando-se a temperatura,
a sua resistividade sofre variação pois, com o decréscimo da temperatura e a consequente
concentração de água, é produzida uma dispersão nas ligações iônicas entre os grânulos de terra
no solo resultando em maior valor de resistividade.
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7. CONCLUSÃO

7.1. Em todos os pontos estudados (Eixos) as resistividades calculadas (Ω.m), apresentam valores
abaixo de 500Ωm. Neste caso o solo tipo é considerado um solo de baixa resistência, que do ponto
de vista de um aterramento elétrico seria um solo ideal, pois não há necessidade de correção e
mesmo em épocas de maior estiagem os valores continuariam baixos. Vale ressaltar que as
medições das resistências do solo foram realizadas aproximadamente uma semana após o último
dia de chuva de uma sequência de aproximadamente 5 dias de chuva moderada, contudo, valores
de resistividade de solo inferiores 50Ωm são considerados solos altamente corrosivos.

7.2. O solo típico estudado é formado por sedimentos variados que sua composição não pode ser
especificada sem que sejam feitos estudos laboratoriais com diversas amostras de solo coletadas
em diversos pontos, contudo, para efeito comparativo podem ser observadas algumas tabelas onde
são apresentadas algumas faixas de resistividade para alguns tipos de solo.

____________________________________________________________________
ACISTEL CONSTRUÇÃO COMÉRCIO MANUTENÇÃO E INSTALAÇÃO LTDA.
Robson Henrique da Silva

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