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Orientador:
Professor Doutor Filipe Luis Martins Casanova
Co-Orientador:
Mestre Pedro Miguel Moreira Oliveira e Silva
II
Agradecimentos
III
Professor André Seabra e Professor João Brito, por abrirem as portas de seus
projetos e me oportunizarem experiências fantásticas de aprendizado.
Aos colegas de turma, da FADEUP e de residência, em especial ao
Thiago Carvalho, Ezequiel Müller, Ruan Schistel, Taivan Müller, Augusto Pedretti,
Pedro Brito, José Maia, Gustavo Fortuna, Patrícia Moreira, Débora Lira, Vitor
Neves, Lorenzo Laporta, Eduardo Oliveira, Álvaro Martins, Julyan Ribeiro, por
engrandecerem as discussões e enriquecerem minha estadia no Porto. Aos
Professores e colegas que ficaram no Brasil e contribuíram de uma forma ou de
outra para a realização deste trabalho.
À Faculdade de Desporto e às pessoas que fazem dela um lugar
maravilhoso para conviver e continuamente crescer como ser humano.
IV
Índice
Índice de Figuras ................................................................................................................................... VII
Índice de Quadros ................................................................................................................................ VIII
Índice de Anexos .................................................................................................................................... IX
Resumo .................................................................................................................................................. XI
Abstract ................................................................................................................................................ XIII
Lista de Abreviaturas e Símbolos .......................................................................................................... XV
V
VI
Índice de Figuras
VII
Índice de Quadros
VIII
Índice de Anexos
Chung, D., Carvalho, T., Silva, P., & Casanova, F. (2014). Efeito do número de
jogadores e da posse de bola na largura e no comprimento das equipas
durante a prática de jogos reduzidos. Comunicação apresentada em Livro
de Atas da I Conferência Internacional de Ciências no Treino de Futebol.
31-33. Coimbra, Portugal. ..................................................LXXIII
IX
X
Resumo
XI
XII
Abstract
XIII
XIV
Lista de Abreviaturas e Símbolos
XV
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CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO
______________________________________________________
17
18
Introdução
19
número de jogadores, dimensão do campo, regras) ou as características
individuais (e.g., habilidades técnicas e/ou físicas) podem levar à emergência de
diferentes padrões comportamentais. Isto ocorre devido ao conteúdo
informacional desses constrangimentos que especificam possibilidades de ação
(affordances) percecionados pelos jogadores (Davids & Araújo, 2010). De
acordo com a perspetiva ecológica (Gibson, 1979), na qual se sustentam as
premissas básicas da abordagem ao ensino do jogo centrada nos
constrangimentos, os jogadores, considerados sistemas neurobiológicos (Duarte
et al., 2012b), percecionam diferentes affordances durante a sua interação com
o contexto em que estão inseridos. Diferentes constrangimentos podem desta
forma, modelar diferentes comportamentos nos jogadores uma vez que
proporcionarão diferentes possibilidades para a ação de jogo. A partir da
manipulação dos constrangimentos informacionais, os treinadores estimulam
uma contínua readaptação dos jogadores de acordo com objetivos específicos
através da perceção das affordances que emergem da sua interação com o
ambiente competitivo (Davids et al., 2013b).
Uma das maiores preocupações dos treinadores ao planificar os seus
programas de treino é o de assegurar que as condições (modificadas) de jogo,
através das quais pretendem potenciar as capacidades táticas e decisionais dos
seus jogadores, representem contextos do jogo formal e, subsequentemente,
promovam a adopção de comportamentos que lhe são característicos. Neste
sentido, os programas de treino baseados nos JRCs devem promover relações
representativas entre os jogadores com indicadores-chave de informação do
ambiente de performance (Travassos et al., 2012) e a emergência de
comportamentos de performance similares aos da competição (fidelidade de
ação), (Araújo et al., 2007; Stoffregen et al., 2003).
O conceito de representatividade, tal como postulado por Brunswick
(1995), refere que a informação presente numa determinada tarefa experimental
que suporta as ações e decisões dos atores (no nosso caso, jogadores) deve
representar o ambiente natural no qual atuam normalmente e se toma a decisão
(i.e., o jogo), (Araújo et al., 2006; Travassos et al., 2012).
20
Alguns investigadores têm estudado as dimensões da equipa em jogos
formais de Futebol, bem como em JRC, para prover informação e entendimento
dos aspetos táticos dos mesmos (Duarte et al., 2013; Folgado et al., 2014).
Porém, ainda se desconhece o grau de representatividade de alguns tipos de
JRCs face ao jogo formal.
Alguns estudos recentes têm discutido os efeitos da área de jogo
individual (AJI) nos comportamentos táticos através da manipulação do número
de jogadores e da dimensão do campo (Folgado et al., 2014; Frencken et al.,
2013). Porém, são desconhecidos quaisquer estudos que tenham analisado os
efeitos da AJI através da manipulação do número de jogadores no mesmo
espaço de jogo. Adicionalmente, desconhecem-se os efeitos da manipulação
destes constrangimentos na representatividade dos JRCs. Assim, entendemos
que para se considerar um JRC representativo do jogo formal, os princípios
específicos do ataque e da defesa em Futebol (espaço e concentração,
respetivamente) devem permanecer inalterados.
Os princípios específicos do jogo de Futebol preconizam que a equipa
atacante deve expandir-se efetivamente no campo para encontrar e explorar
espaços livres (princípio do espaço). Em contrapartida, a equipa em fase
defensiva deve fechar espaços para prevenir que o oponente progrida no campo
com a bola (princípio da concentração), (Costa et al., 2009). Esta é uma
caraterística premente em jogos oficiais de Futebol tal como o comprovam vários
estudos. Por exemplo, ao analisar os jogos oficiais do Campeonato Brasileiro,
Moura e colaboradores (2012) perceberam que as equipas, ao perder a posse
de bola, diminuíram a sua área efetiva de jogo, aumentando-a novamente ao
recuperá-la. Também, verificaram que nas ocasiões de remate à baliza, as
equipas apresentaram uma maior área efetiva de jogo do que quando perdiam a
bola. Quando sofreram um remate à baliza a sua área efetiva de jogo era maior
do que quando conseguia recuperar a bola.
Em relação a estes princípios, a análise da dimensão da equipa em
largura e em comprimento pode ser explorada como indicadores importantes
para uma melhor compreensão da aplicação dos mesmos (Duarte et al., 2012b).
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Tendo em conta as considerações previamente descritas, entendemos
ser necessário procurar mais informações acerca do efeito da manipulação do
número de jogadores sobre a aplicação destes princípios de jogo e da
representatividade destes JRCs face ao jogo formal. A partir deste entendimento
estaremos em posição de discutir sobre a representatividade e proficiência dos
JRCs no treino/ensino destes princípios básicos do jogo de Futebol.
1.2.3- Hipóteses
22
1.3- Estrutura da Dissertação
23
24
CAPÍTULO II – REVISÃO DE LITERATURA
______________________________________________________
25
26
Revisão de Literatura
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de sua variabilidade, incerteza e dinâmica. Assim, pode-se assegurar o
desenvolvimento integral dos jogadores, desde que haja congruência entre os
formatos de JRCs planeados com os objetivos inerentes à forma de jogar
pretendida e adaptados às capacidades individuais e coletivas presentes na
equipa (Clemente et al., 2012; Hill-Haas et al., 2011).
Dado o vasto conhecimento existente acerca da imensa variabilidade
biológica dos atletas, bem como das inúmeras possibilidades de manipulação
dos JRCs, cabe ao treinador tomar conhecimento das prováveis influências que
a manipulação dos constrangimentos pode acarretar na emergência dos
comportamentos nos seus jogadores. Neste sentido, o constante planeamento,
avaliação e adequação da tarefa de treino, inerentes ao processo de construção
do jogo da equipa, configura-se como uma competência de capital importância
para o desenvolvimento das funções do treinador (Clemente, 2012).
Apesar de ser notória a utilização, por parte dos treinadores, dos JRCs
visando o desenvolvimento integral dos jogadores e das equipas (Hill-Haas et al.,
2011), nos últimos anos, a investigação no âmbito dos JRCs tem reportado
apenas resultados sobre aspetos fisiológicos e técnicos (Aguiar et al., 2012).
Enquanto isso, existe uma lacuna muito grande no acervo científico que
possibilite práticas de treino fundamentadas em diretrizes baseadas em
evidências empíricas (Hill-Haas et al., 2011). No sentido de contornar esse
aspeto, investigadores nas ciências do desporto têm-se baseado em conceitos
da biologia e da física, combinados com uma perspetiva da psicologia ecológica,
para compreender os comportamentos adaptativos inerentes à sinergia entre os
atletas e o ambiente em contexto desportivo (Araújo et al., 2006).
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coordenativos na sua forma complexa natural tem aumentado
consideravelmente (Davids et al., 2006).
Ao considerar as equipas como sistemas neurobiológicos e sociais
complexos, Duarte e colaboradores (2012b) remetem-nos a pensar sobre
algumas características levadas em consideração na abordagem ecológica que
estão presentes nesses sistemas, e consequentemente, nas equipas. Uma das
mais relevantes para o presente trabalho é a de que os sistemas complexos não
possuem um comando central, ou seja, eles são auto-organizados. Essas
dinâmicas auto-organizadas de interação social modelam os comportamentos
coletivos das equipas.
No âmbito dos desportos coletivos, os jogadores têm sido identificados
como sub-componentes de sistemas complexos auto-organizados, co-
adaptativos, cujos contínuos comportamentos são regulados pela informação do
posicionamento relativo e do timing dos movimentos dos colegas e dos
adversários, de acordo com os constrangimentos da tarefa (e.g., localização das
balizas), (Davids et al., 2013b).
Os constrangimentos influenciam os comportamentos adotados pelo
sistema devido a sua capacidade para restringir ou possibilitar determinados
comportamentos que o sistema pode utilizar na busca pelos objetivos
pretendidos. De certa forma, parece que os sistemas complexos são capazes de
explorar os constrangimentos à sua volta para que permitam a emergência de
padrões funcionais de comportamento em contextos específicos (Davids et al.,
2006). A emergência de comportamentos adaptativos, suportados por
tendências de auto-organização das equipas, ocorrem através da interação entre
o organismo, o ambiente e a tarefa (Davids et al., 2007). Nesse processo, a
interação entre as intenções, perceções e ações sustentam as soluções para os
problemas do jogo (Davids et al., 2013a).
A perceção das oportunidades de ação na relação entre o indivíduo e o
ambiente traduz-se no termo affordance (Gibson, 1979). No desporto as
affordances assumem um papel essencial visto que se caracteriza como um fator
regulador dos movimentos individuais e de coordenação coletiva da equipa. A
abordagem ecológica assume que o ambiente contém informações ricas que
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especificam propriedades relevantes para ação (Fajen et al., 2009). As
affordances são, portanto, propriedades do sistema animal-ambiente (Stoffregen,
2003).
Importa salientar que cada indivíduo, por ter características próprias,
perceciona affordances diferentes num mesmo contexto ambiental (Silva et al.,
2013). Uma vez que o indivíduo e o ambiente à sua volta se encontram em
constante movimento, durante uma partida de Futebol os jogadores devem ser
capazes de percecionar affordances numa janela de tempo restrita (Fajen et al.,
2009). Por exemplo, a oportunidade para executar um remate à baliza depende:
(i) do ângulo do defensor em relação ao atacante e a baliza; (ii) da distância
relativa dos jogadores à baliza; (iii) da distância entre eles; e (iv) da velocidade
relativa entre o atacante e o defensor (Vilar et al., 2014b), e esta decisão de
rematar, existe, muitas vezes, apenas durante 1 ou 2 segundos.
Além disso, os jogadores devem coordenar os movimentos coletivamente
através do estabelecimento de sinergias interpessoais (Silva et al., 2013). Por
exemplo, para a realização de um passe entre dois colegas de equipa, eles
devem coordenar os seus movimentos para oferecer esta oportunidade de ação
durante um determinado espaço de tempo. Para que essa coordenação ocorra
é necessário que cada um se readapte continuamente aos movimentos do outro.
A capacidade que os jogadores têm para promover essa compensação em
relação aos outros é uma característica fundamental do estabelecimento de
sinergias entre eles (Riley et al., 2011).
Para esse mesmo exemplo, podemos identificar outra característica
fundamental das sinergias interpessoais. As oportunidades de ação que cada
jogador possui individualmente tornam-se restritas com o estabelecimento de
sinergias entre eles (Riley et al., 2011). Ou seja, os graus de liberdade de
movimentos que o portador da bola possui são limitados às ações que o
possibilite atingir determinado objetivo (e.g. passar a bola para o colega melhor
posicionado). Portanto, a partir desse ponto de vista, a ação de passe não é
considerada uma ação individual, mas sim, uma ação emergente resultante da
sinergia estabelecida na relação entre os dois jogadores, os constrangimentos e
o ambiente em que se encontram (Davids et al., 2006).
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Nesse contexto, os jogadores continuam a captar informações relevantes
no ambiente (e.g. posicionamento dos colegas, dos adversários, da bola, etc.) e
portanto as affordances continuam a regular as suas ações, sendo a
coordenação das equipas fruto da perceção de affordances compartilhadas, i.e.,
os jogadores proporcionam, uns aos outros, possibilidades de ação que os
mantêm conectados, enquanto equipa. Assim, as equipas devem ser treinadas
para permanecerem sintonizadas em perceber as informações do ambiente e
usá-las através de ações coordenadas para atingir os objetivos comuns à equipa
(Silva et al., 2013).
Ao realizar um movimento (e.g. movimento de rutura ou um apoio entre
linhas) o jogador proporciona nova fonte de informação para o portador da bola
perceber oportunidades de ação específicas para cada situação. As pessoas são
capazes de percecionar affordances para ação de outras pessoas e affordances
de ações de outras pessoas (Silva et al., 2013). Tomemos como exemplo a
desmarcação de rutura. O jogador que faz o movimento perceciona a
possibilidade para o portador da bola realizar o passe (i.e. affordance para a
ação de outra pessoa), enquanto que o portador da bola ao perceber o
movimento do colega identifica a sua intenção para receber um passe longo (i.e.
affordance de outra pessoa). Através da perceção e utilização desses tipos de
affordances, os jogadores criam um canal de comunicação para a coordenação
das suas ações baseado no compartilhamento de affordances (Silva et al., 2013).
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importância no âmbito do treino desportivo, já que o mesmo preconiza que as
fontes de informação que regulam as ações dos atletas no treino devem ser
representativas das fontes de informação que regulam as suas ações nos
ambientes de competição (Araújo et al., 2006). Ou seja, com o objetivo de manter
a representatividade no contexto de treino, o treinador deve assegurar-se de que
a manipulação dos constrangimentos da tarefa permite que os comportamentos
funcionais relacionados ao desporto específico continuem emergindo, em
conformidade, com os objetivos e habilidades dos jogadores (Davids et al.,
2013a). Caso contrário, é provável que os comportamentos emergentes no treino
não tenham a funcionalidade necessária no ambiente competitivo (Vilar et al,
2012a), como por exemplo em práticas de drible através de cones, já que nesse
caso as fontes de informação percecionadas no ambiente não condizem com as
encontradas no jogo.
Em conformidade com este argumento, institui-se o conceito de fidelidade
de ação (Stoffregen et al., 2003), que ocorre quando a performance em ambiente
de simulação (neste caso, os JRCs) é transferida como comportamento do
sistema simulado (neste caso, o jogo formal). Neste sentido, considera-se que a
fidelidade de ação é uma caraterística comportamental emergente de contextos
representativos. Por exemplo, o treino de manutenção da posse de bola com
JRCs estimula o jogador a identificar na relação entre o posicionamento dos
companheiros e dos adversários soluções comportamentais para ajustar o seu
posicionamento afim de oferecer linhas de passe ao portador da bola, tanto neste
JRC em particular, como em situações similares que porventura ocorram numa
partida formal. Apesar de muitas vezes os JRCs serem uma versão simplificada
do jogo formal, a aprendizagem dos comportamentos pode ser transferida para
o jogo, desde que os objetivos da tarefa estejam de acordo com a capacidade
de ação dos jogadores e a relação entre os jogadores e o ambiente contenha
informações similares (Stoffregen et al., 2003). A transferência de
comportamentos é importantíssima para validar o processo de treino e para
verificar se isso ocorre é necessário avaliar a performance dos jogadores e
equipas através de métodos que possam comparar as ações comportamentais
realizadas em contexto de treino e jogo, para então qualificar os exercícios
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utilizados em treino como contendo fidelidade de ação em relação ao jogo formal
(Davids et al., 2013a; Stoffregen et al., 2003).
Um estudo recente (Travassos et al., 2012) comparou a performance do
passe através da velocidade e precisão entre quatro condições de treino
diferentes e num jogo competitivo de futsal. As condições de treino foram
manipuladas de acordo com o número de possibilidades de ação. Na condição
em que havia maior número de possibilidades de ação, a performance dos
passes foi similar à do jogo competitivo. Ou seja, foi mais representativa e
manteve maior fidelidade de ação em relação à partida oficial, o que indica uma
maior capacidade de transferência dos comportamentos do treino para o jogo
nessa condição em relação as outras com menor número de possibilidades de
ação.
Assim sendo, os treinadores têm como função, manipular com
propriedade os constrangimentos chave da tarefa, incluindo informação, espaço
e equipamento, fomentando a aprendizagem dos seus atletas (Chow et al., 2011).
O objetivo é criar um ambiente que possibilite não só a aprendizagem de
comportamentos mas que, também, esses mesmos comportamentos possam
ser transferidos do treino para a competição (Travassos et al., 2012). A
simulação do jogo formal através dos JRCs pode e deve ser capaz de estimular
a perceção dos jogadores às informações relevantes presentes na versão oficial
do jogo, focando a representatividade da relação entre eles e o ambiente (Davids
et al., 2013a; Pinder et al., 2011). Essa representatividade deve ainda possibilitar
a fidelidade de ação nos exercícios, visando a transferência de comportamentos
para o ambiente competitivo (Travassos et al., 2012; Vilar et al, 2012a).
33
deve ser realizado na presença de defesas e condicionados por regras
fundamentais do jogo para que as ações sejam similares às que acontecem na
versão completa do jogo (Chow, 2013). Estas ações comportamentais
promovem a utilização dos JRCs em programas de treino visando a melhoria da
performance nos desportos coletivos. Para além de facilitar a aprendizagem dos
jogadores em explorar tendências auto-organizacionais para solucionar os
problemas inerentes ao jogo, também promovem a aquisição da sua capacidade
em acoplar ações e decisões no ambiente dinâmico e incerto dos ambientes
competitivos (Davids et al., 2013b).
Um crescente grupo de investigadores tem-se debruçado sobre esse tipo
de abordagem para analisar e compreender como se pode melhorar o processo
de tomada de decisões no Futebol (Duarte et al., 2012a; Headrick et al., 2012;
Sampaio & Maçãs, 2012; Vilar, et al., 2014c), assim como no Futsal (Fonseca et
al., 2012; Travassos et al., 2011; Vilar et al., 2014b; Vilar et al., 2014a),
Basquetebol (Bourbousson et al., 2010a, 2010b) e Rugby (Passos et al., 2008).
Elencamos, de seguida, alguns resultados obtidos por alguns desses estudos.
No Rugby, Passos e colaboradores (2008) avaliaram as relações da
distância e da velocidade relativa entre o jogador atacante e o seu defensor
direto, durante situações de 1 v 1. Tendo verificado que quando a distância
interpessoal atingia um valor abaixo de 4 m e a velocidade relativa aumentava,
ou mantinha-se acima de 1 m . s-¹, o atacante realizava o drible com sucesso.
Já, na mesma faixa de distância, caso a velocidade relativa baixasse até valores
menores ao exemplo acima referido, o defensor efetuava o tackle, com sucesso.
No Basquetebol, Bourbousson e colaboradores (2010b) analisaram as
dinâmicas de coordenação espácio-temporais através da análise da fase relativa
nos movimentos do centro geométrico entre duas equipas em confronto
competitivo. Os resultados mostraram que as equipas apresentaram-se estáveis
na coordenação entre si, tanto nos movimentos longitudinais quanto nos
movimentos laterais, pese embora os movimentos longitudinais tivessem sido
mais estáveis.
A modalidade de Futsal também tem sido alvo frequente desta abordagem
psicológica num alargado grupo de investigadores. Travassos e colaboradores
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(2011) analisaram a fase relativa entre os jogadores e a bola durante a situação
de um JRC de 5 v 4+GR. Os resultados obtidos evidenciaram que os jogadores
em situação defensiva apresentaram uma maior relação com os movimentos da
bola e dos outros defesas, enquanto que os jogadores em situação de ataque
demonstraram uma maior variabilidade tanto em relação aos movimentos da
bola como aos movimentos dos colegas. Por conseguinte, Fonseca e
colaboradores (2012) analisaram as regiões dominantes através de diagramas
de Voronoi (representação das regiões dominantes através de polígonos cuja
área variava ao longo do tempo com os movimentos dos jogadores). A partir
desta análise espacial os autores reportaram que as regiões dominantes mais
largas foram associadas aos jogadores em posse de bola comparativamente aos
jogadores em fase defensiva. Também, Vilar e colaboradores (2014b) estudaram
como os jogadores coordenam suas ações para criar ou impedir oportunidades
de golos, por meio das suas trajetórias (i) no momento da receção do jogador
que passa a bola ao jogador que irá rematar, (ii) no momento da assistência para
o remate, (iii) na receção do jogador que irá rematar e (iv) no momento do remate.
Os autores concluíram que nas ocasiões de golo, o ângulo do defesa em relação
à baliza e ao atacante tende a diminuir, o atacante foi apto a atingir a mesma
distância que o defensor em relação à baliza e que o atacante estava próximo
ao defensor enquanto se movia pelo menos na mesma velocidade que o
defensor.
Num jogo da Premier League (Campeonato Inglês), Duarte e
colaboradores (2013) identificaram algumas considerações interessantes sobre
os padrões comportamentais no estilo de jogo das equipas e suas variações no
decorrer da partida através de variáveis como a área efetiva de jogo, o centro
geométrico, a largura e o comprimento. Também, verificaram, com base na
análise da entropia aproximada, que o comportamento destas variáveis se
tornava mais previsível com o aproximar do final da partida.
Nos JRCs utilizados na modalidade de Futebol, Sampaio e Maçãs (2012)
avaliaram um programa de treze semanas de treino em Futebol através da
análise de entropia aproximada na distância dos jogadores ao centro geométrico
da equipa em JRCs de 5 v 5. Os autores verificaram que a entropia aproximada
35
foi reduzida após o programa de treino, ou seja, houve um aumento na
regularidade das equipas à medida que aumentava a sua perícia no Futebol.
Headrick e colaboradores (2012) procuraram determinar se as interações
espácio-temporais entre jogadores numa situação de 1 v 1 seriam influenciadas
pela sua proximidade à da área de penálti. Partindo de três posições diferentes
(próximo da área de penálti ofensiva, no meio do campo e próximo da área de
penálti defensiva) o atacante objetivava ultrapassar o defensor em direção à
baliza adversária. Assim, as evidências apontam para que a distância do
defensor à bola foi superior na primeira situação em relação à terceira.
Durante os JRCs na situação de 3 v 3, Duarte e colaboradores (2012a)
estudaram os centros geométricos e a área efetiva de jogo, bem como o
comportamento dessas variáveis em três momentos-chave (receção do jogador
que realiza a assistência, execução da assistência e quando a bola ultrapassa a
linha defensiva). Os centros geométricos demonstraram um forte deslocamento
simétrico, enquanto a área efetiva de jogo não apresentou um padrão de
coordenação significativo. No decorrer do tempo e nos momentos-chave, a
diferença entre a área efetiva de jogo da equipa atacante aumentou em relação
à da equipa defensora.
No JRC de GR+4 v 4+GR, Frencken e colaboradores (2011) não
encontraram qualquer tipo de relação entre as áreas efetivas de jogo das equipas,
mas verificaram correlações positivas entre os movimentos dos centros
geométricos das equipas (posicionamento médio dos jogadores), com um
acoplamento mais forte nos movimentos longitudinais. Outro aspeto interessante
foi o facto de em mais de metade das ocasiões de golo, o centro geométrico da
equipa atacante ultrapassou o centro geométrico da equipa defensora,
acontecimento que não se repetiu em mais nenhum outro momento de jogo.
Todos estes estudos enfatizam e demonstram as propriedades dinâmicas
das equipas enquanto sistemas e as suas tendências de auto-organização, quer
em contexto de treino, quer em contexto de competição. Com base nestas
evidências, várias ilações têm sido retiradas relativamente ao processo de treino
e de jogo em desportos coletivos, nomeadamente, no que diz respeito à forma
como as equipas se coordenam, organizando comportamentos individuais de
36
jogadores para suportar a emergência de um padrão coletivo muito mais
complexo (ver Silva et al., 2013).
37
longitudinal) influenciou as distâncias entre os centros geométricos das equipas
na mesma direção, além de ter produzido um efeito cruzado com a direção
oposta. Isto é, ao diminuir o comprimento (direção longitudinal) do campo, a
distância dos centros geométricos das equipas diminuiu na direção longitudinal
e aumentou na direção lateral.
Ao manipular as dimensões do campo em três formatos de JRCs, Vilar e
colaboradores (2014c) analisaram a sua influência nas oportunidades para
ações de drible, passe e remate. Os resultados demonstraram que no JRC de
menor dimensão houve mais oportunidades para os dribles, aliás esta foi a única
ação influenciada pela manipulação da dimensão do campo, talvez devido à
aproximação dos jogadores, o que poderá aumentar a possibilidade para o
defesa intercetar o passe.
Costa e colaboradores (2011) analisaram o efeito da dimensão do campo
num JRC de GR+3 v 3+GR, na quantidade e no desempenho das ações táticas
relacionadas com o jogo de Futebol. Nesse estudo, o campo menor favoreceu a
quantidade e o desempenho das ações táticas defensivas, como as ações de
concentração e da unidade defensiva.
Diante do exposto, percebemos que os investigadores têm reportado
avanços sobre o ponto de vista das fontes relevantes de informação para a
emergência dos comportamentos coletivos dos jogadores. É de facto notável as
conclusões que podemos identificar através das variáveis coletivas 1
1Variáveis que se utilizam nas posições dos jogadores para descrever de maneira significativa
um padrão de comportamento coletivo (Duarte et al., 2012).
38
simplificada de simular integralmente as exigências do jogo formal, os JRCs
caracterizam-se como económicos, já que contrariamente às metodologias
tradicionais do treino englobam num único exercício os diversos aspetos
inerentes ao jogo formal. No que diz respeito aos aspetos físicos, fisiológicos e
técnicos do jogo, são contemplados de maneira similar à exigência do jogo
formal, embora hajam algumas dúvidas em relação às limitações do seu uso em
treino, essencialmente para a melhoria da performance dos aspetos
condicionantes, visto ser difícil atingir intensidades necessárias (Hill-Haas et al.,
2011). Já em relação aos aspetos táticos do jogo, embora sejam necessárias
mais evidências científicas, parece que quando bem elaborados e mantendo as
regras fundamentais do jogo, os JRCs possuem representatividade e fidelidade
de ação, tornando-se úteis para a transferência dos comportamentos para a
versão completa do jogo (Davids et al., 2013b). Porém, pouco se sabe sobre a
representatividade e a fidelidade de ação destes comportamentos em relação ao
jogo formal. Nesta lacuna encontramos a necessidade de investigar o efeito da
manipulação de diversos constrangimentos na emergência dos comportamentos
individuais e coletivos.
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CAPÍTULO III – MATERIAL E MÉTODOS
______________________________________________________
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42
Material e Métodos
3.1- Amostra
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intervenção, sob a forma de instrução ou de orientação, por parte do treinador
junto dos jogadores sobre qualquer aspeto organizacional.
Todos os JRCs foram gravados em vídeo e os jogadores transportaram
um dispositivo GPS (Global Positioning System - Qstarz BT-Q1000eX) que
gravaram as suas coordenadas posicionais em 2D, numa taxa de frequência
amostral de 10Hz. As coordenadas do campo foram calibradas utilizando quatro
dispositivos GPS colocados em cada um dos cantos do campo, por um período
de dois minutos. As posições absolutas de cada canto foram utilizadas para
calcular o eixo cartesiano de coordenadas do campo, sendo o ponto (0,0) no
centro do mesmo. As coordenadas longitudinais e latitudinais (esféricas) foram
convertidas para coordenadas euclidianas (planas), de acordo com a fórmula de
Haversine (Sinnott, 1984).
44
Figura 1. Representação gráfica das variáveis coletivas largura (y) e
comprimento (x) de uma equipa no formato de JRC 4 v 4.
45
46
CAPÍTULO IV – RESULTADOS
______________________________________________________
47
48
Resultados
4.1- Largura
Figura 2. Largura (M ± Dp) das equipas de acordo com a fase de jogo (ofensiva e defensiva) e
o número de jogadores (3 v 3, 4 v 4 e 5 v 5).
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Quadro 1. Efeitos da fase de jogo (ofensiva ou defensiva) e do número de jogadores (3 v 3, 4 v 4 e 5 v 5) e interação entre fase de jogo (FJ)*número
de jogadores (NJ), nas variáveis de largura e de comprimento
50
4.2- Comprimento
Figura 3. Comprimento (M ± Dp) das equipas de acordo com a fase de jogo (ofensiva e defensiva)
e o número de jogadores (3 v 3, 4 v 4 e 5 v 5).
51
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CAPÍTULO V – DISCUSSÃO
______________________________________________________
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54
Discussão
55
condições de JRCs em que envolve um maior número de jogadores. A partir
deste dado relevante infere-se que o aumentando do número de jogadores,
mantendo constante a dimensão do campo, condiciona as equipas a expandirem
as suas amplitudes espaciais, na tentativa de explorar mais espaços (tanto no
ataque como na defesa). Aliás, este facto é corroborado pelo estudo realizado
por Costa e colaboradores (2011). Curiosamente, no estudo de Frencken e
colaboradores (2013), a menor AJI obtida pela manipulação da dimensão do
campo resultou em menores áreas efetivas de jogo das equipas, enquanto se
mantinha constante o número de jogadores. Ou seja, variar a AJI pela
manipulação do número de jogadores ou pela dimensão do campo leva padrões
comportamentais diferentes. Esta evidência toma-se como um importante aspeto
a ser considerado pelos treinadores no planeamento das tarefas dos JRCs, dado
a variação da AJI através da manipulação de diferentes constrangimentos (e.g.,
dimensão do campo ou número de jogadores), proporcionando diferentes
informações contextuais e, consequentemente, a perceção de novas
affordances. Essas alterações na interação dos jogadores com as informações
presentes no ambiente proporcionam novos comportamentos co-adaptativos na
coordenação da equipa (Silva et al., 2013).
No que se refere à análise do comprimento entre os diversos formatos de
JRCs estudados no presente trabalho, os resultados obtidos demonstraram que
não se verificaram diferenças estatisticamente significativas entre os JRCs de 4
v 4 e de 5 v 5. Isto significa que o aumento de um jogador da situação de JRC 3
v 3 para a de JRC 4 v 4 levou a que as equipas aproveitassem mais espaço no
campo de jogo, tanto em largura como em comprimento, para realizarem as
ações com mais eficácia e eficiência. Enquanto que este aumento, de apenas
um jogador, na situação de JRC de 4 v 4 e de 5 v 5, estimulou as equipas a
expandirem-se significativamente na direção das laterais do campo.
Também, este tipo de comportamento tende a expressar a co-adaptação
no processo de coordenação intra-equipa com o propósito de explorar os
corredores laterais do campo, em consequência do constrangimento imposto
pelo posicionamento das mini-balizas aproximadas aos cantos. Esta evidência é
reforçada pelo facto de os resultados obtidos demonstrarem valores absolutos
56
de largura superiores do que nos valores absolutos de comprimento, em todos
os JRCs. Portanto, parece-nos que esta poderá ser outra característica dos
padrões comportamentais emergentes sob a influência dos constrangimentos,
acarretados pelo posicionamento das duas mini-balizas na linha de baliza.
Durante uma partida oficial da Premier League (divisão de elite do Campeonato
Inglês), Duarte e colaboradores (2013) encontraram valores de largura mais
elevados em relação aos de comprimento durante grande parte do jogo, para
ambas equipas. Assim, os comportamentos observáveis na amostra utilizada do
presente estudo parecem ser semelhantes aos dos comportamentos do estudo
anteriormente referido em contexto real, assumindo-se assim, também, como
uma característica fundamental para caracterizar a presença da
representatividade (Davids et al., 2013b) e da fidelidade de ação (Stoffregen et
al., 2003) do JRC.
Portanto, e a partir dos resultados observados no presente trabalho pode-
se reafirmar que os jogadores (i) detinham a capacidade para se co-adaptarem
em função dos constrangimentos da tarefa representados por diferentes
estruturas de jogo – 3 v 3, 4 v 4 e 5 v 5, assegurando os princípios específicos
de jogo ofensivos e defensivos, “espaço” e “concentração”, respetivamente.
Desta forma, os JRCs parecem constituir tarefas de treino bastante úteis para
desenvolver comportamentos táticos coletivos representativos (Davids et al.,
2013b) e com fidelidade de ação (Stoffregen et al., 2003) em relação ao jogo
formal.
57
58
CAPÍTULO VI – CONCLUSÃO
______________________________________________________
59
60
Conclusão
61
aprendizagem dos princípios de jogo. Programas de treino/ensino do jogo devem
contemplar a variação desta variável (i.e., n.º de jogadores) nos seus exercícios;
(iv) Dado que durante a realização dos JRCs cada jogador possui uma
participação mais ativa no jogo, comparativamente com formas de jogo que
apresentam um maior número de jogadores e de espaços, podemos considerar
que a superior densidade dos comportamentos aqui descritos (espaço e
concentração) promove um envolvimento superior do praticante na constante
aplicação dos mesmos. Neste sentido, os JRCs parecem ser a melhor
ferramenta que o treinador/professor tem à sua disposição para ensinar/treinar
os princípios específicos aqui analisados.
Por último, e não menos importante, parece-nos que a investigação
científica das ciências do desporto deve continuar a analisar, e se possível
aumentar o número de estudos, sobre os comportamentos táticos emergentes
durante os JRCs. Isto porque parece-nos que subsistem algumas fronteiras
dúbias na utilização de outros tipos de constrangimentos sobre os
comportamentos co-adaptativos dos jogadores na ação dos JRCs, de acordo
com as situações do jogo formal, como por exemplo, a partir da qual a relação
entre o número de jogadores e a dimensão do campo compromete a manutenção
dos princípios específicos. Visto que este estudo não permite inferir os resultados
para a generalidade dos praticantes, estudos futuros devem investigar o efeito
de outros tipos de praticantes em idades e níveis de perícia variados, além de
outros números de jogadores em diferentes espaços. Também, seria importante
verificar o efeito da manipulação de outros constrangimentos como a dimensão
do campo, as relações de superioridade e inferioridade numérica, objetivos da
tarefa, etc., para, paulatinamente, se adquirir uma melhor compreensão acerca
dos comportamentos que são promovidos com diferentes formas de jogo e JRCs.
62
CAPÍTULO VII – BIBLIOGRAFIA
______________________________________________________
63
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70
CAPÍTULO VIII – ANEXOS
______________________________________________________
71
LXXII
Anexo I. Estudo suplementar – resumo em conferência
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jogadores e da posse de bola na largura e no comprimento das equipas durante
a prática de jogos reduzidos. Comunicação apresentada em Livro de Atas da I
Conferência Internacional de Ciências no Treino de Futebol. 31-33. Coimbra,
Portugal.
LXXIII
LXXIV
LXXV
LXXVI
LXXVII