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MET160 – Solidificação e Fundição dos Metais

Fundição de Ferros Fundidos


Ferros Fundidos
Comuns: São ligas metálicas compostas principalmente de
ferro, carbono e silício, com teores de carbono geralmente
acima de 2%, em quantidade superior à que pode ser retida
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em solução sólida na austenita, de modo a resultar carbono


parcialmente livre, na forma de veios ou lamelas de grafita
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Ligados: São ferros fundidos contendo separadamente ou


conjuntamente:
a) Silício ou manganês em teores mais elevados que os do
ferros fundidos comuns
b) Um ou vários elementos de liga tais como: níquel, cromo,
cobre, molibdênio a fim de melhorar características físicas,
químicas e mecânicas 1
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Ferros Fundidos
Diagrama Estável Fe-Grafita e Diagrama Metaestável Fe-Fe3C
Liga eutética: ledeburita
 glóbulos de perlita
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sobre um fundo de
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cementita
Liga Hipoeutética:
perlita envolvida por
ledeburita
Liga Hipereutética:
cristais alongados de
cementita e um fundo de
ledeburita 2
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Ferros Fundidos
Liga eutética:
Liga Hipoeutética:
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Liga Hipereutética:

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Ferros Fundidos
Os elementos de liga deslocam as curvas do diagrama
Nos ferros fundidos comuns: ação do silício e do fósforo
Grau de saturação - Sc e Carbono equivalente – Ce
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%Ct %Si  %P
Sc  Ce  %Ct 
% Si  % P
4,30  3
3
a) Eutético quando Sc = 1 a) Eutético quando Ce = 4,3
b) Hipoeutético quando Sc < 1 b) Hipoeutético quando Ce < 4,3
c) Hipereutético quando Sc > 1 c) Hipereutético quando Ce > 4,3

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Ferros Fundidos
Diagrama Fe-Si-C
Silício: altera a composição do eutético, ou seja, a composição
do eutético diminui à medida que o teor de silício aumenta
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%Si  %P  Considerando apenas o silício


Ce  %Ct 
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Teremos:
Liga 1 com 3,6% C e 2,3% Si  Ce = 3,6 + 2,3/3  4,3
Liga 2 com 3,2% C e 3,5% Si  Ce = 3,2 + 3,5/3  4,3
As ligas 1 e 2 comportam-se como ligas eutéticas e apresentam,
teoricamente, à temperatura ambiente, uma estrutura ledeburítica
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Silício: evita a formação de cementita , aumenta a fluidez e


diminui a dureza, mas acima de 2,5% o ferro fundido perde
uma grande parte de sua resistência.
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Diagrama Fe-Si-C
Diferenças básicas:
1) Temperatura eutética 
região com as fases:
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austenita, líquido e
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cementita
2) Temperatura eutetóide:
zona crescente com o teor
de carbono; ferrita, austenita
e cementita
3) %Si ↑  ponto eutético
desloca-se para a esquerda
 %C menor 7
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Diagrama Fe-Si-C
Diferenças básicas:
4) As fases ferrita, austenita
e cementita, ou então,
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austenita, líquido e
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cementita podem coexistir


em equilíbrio para várias
composições, sobre uma
faixa de temperatura mais
ou menos larga
5) O diagrama é válido
quando a concentração de
silício permanece constante
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Ferros Fundidos

Classificação dos ferros fundidos:


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Ferro fundido cinzento


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Ferro fundido branco


Ferro fundido maleável
Ferro fundido nodular
Ferro fundido mesclado
Ferro fundido vermicular
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Ferro fundido cinzento: é aquele cuja fratura mostra uma
coloração escura, caracterizado por apresentar como elementos
de liga fundamentais o carbono e o silício e estrutura em que
uma parcela relativamente grande do carbono está no estado livre
(grafita lamelar) e outra parcela no estado combinado (Fe3C)
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Ferro fundido branco: é aquele cuja fratura mostra uma
coloração clara, caracterizado por apresentar ainda como
elementos de liga fundamentais o carbono e o silício, mas cuja
estrutura, devido às condições de fabricação e menor teor de
silício, apresenta o carbono quase inteiramente na forma
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combinada (Fe3C)
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Ferro fundido maleável: caracterizado por ser obtido a partir do
ferro fundido branco, mediante um tratamento térmico especial
(maleabilização), resultando numa transformação de praticamente
todo o ferro combinado em grafita na forma de nódulos
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Ferro fundido nodular: caracterizado por apresentar, devido a
um tratamento realizado ainda no estado líquido, o carbono livre
na forma de grafita esferoidal (em nódulos), o que confere ao
material características de boa ductilidade
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Ferro fundido mesclado: é aquele cuja fratura mostra uma
coloração mista entre branca e cinzenta, caracterizado igualmente
por uma mescla de proporções variáveis de ferro fundido branco
e ferro fundido cinzento
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Ferro fundido vermicular: apresenta a grafita na forma
compactada e interligada dentro das células eutéticas e de
dimensões mais grosseiras do que os veios de grafita do ferro
fundido cinzento; a microestrutura nesse caso pode ser
considerada de características intermediárias entre a do ferro
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fundido cinzento e do ferro fundido nodular. Essa forma de


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distribuição da grafita é obtida por meio de controle preciso do


processo de inoculação

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Ferro fundido vermicular:
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A matriz é ferrita, estando também presentes grafita


vermicular e alguns grãos perlíticos, com perlita muito fina 16
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Ferros Fundidos
Fatores que influenciam na estrutura do ferro fundido:
1) composição química
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2) velocidade de resfriamento
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Composição química:
Carbono: determina a quantidade de grafita que pode ser
formada
Silício: elemento grafitizante, favorece a decomposição da
cementita
Manganês: estabiliza a cementita (estabiliza a perlita) e age
como elemento dessulfurante 17
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Ferros Fundidos
Fatores que influenciam na estrutura do ferro fundido:
composição química e velocidade de resfriamento
Velocidade de resfriamento:
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Relação entre a velocidade de resfriamento e as espessuras da


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peça (dependendo do teor de carbono e silício)


Velocidade de resfriamento elevada  seções finas: tendência à
formação de ferro fundido branco (seção coquilhada)
Velocidade de resfriamento lenta  seções espessas: tendência à
grafitização. Estrutura resultante: perlita e grafita
Velocidade de resfriamento muito lenta e teor de silício elevado:
estrutura resultante : perlita, grafita e ferrita 18
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Ferros Fundidos
Influência da Velocidade de resfriamento e do teor de silício:
Cunha de coquilhamento
1) O aspecto da passagem do
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branco para o cinzento na


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fratura deve ser progressivo


2) Profundidade maior que a
desejada: teor de Si
insuficiente; teor de Mn
insuficiente, em relação ao
enxofre; excesso de
elementos antigrafitizantes
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Ferros Fundidos
Características:

Ferro Temperat Coeficient Peso Limite de Alongame


Fundido ura de e de específic resistênci n-
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fusão (ºC) contração o a à tração to (%)


linear (%) (kgf/dm3 (kgf/mm2)
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Cinzento 1150 1,0 7,3 10 – 40 0

Nodular 1200 1,2 7,2 35 – 70 2 – 15

Maleável 1300 2,0 7,7 35 - 70 2 - 18

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Ferros Fundidos
Constituintes estruturais dos ferros fundidos: Grafita, ferrita,
cementita, ledeburita, perlita, bainita, martensita
Outros constituintes: steadita (eutético fosforoso) e sulfeto de
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manganês
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Ferros Fundidos
Decomposição da austenita  perlita, bainita e martensita
Perlita: solução sólida de ferro alfa ou ferrita + carboneto de
ferro ou cementita
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Ferros Fundidos
Decomposição da austenita  perlita, bainita e martensita
Bainita:constituinte composto de ferrita e cementita, sendo a
cementita disposta paralelamente (bainita superior) ou
transversalmente (bainita inferior) à direção de crescimento da
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ferrita
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Bainita Superior 

Bainita Inferior 

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Ferros Fundidos
Decomposição da austenita  perlita, bainita e martensita
Bainita:
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Bainita superior Bainita inferior


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Ferros Fundidos
Decomposição da austenita  perlita, bainita e martensita
Martensita: constituinte formado a partir da austenita segundo
um mecanismo de cisalhamento paralelo ao plano da agulha de
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martensita que se forma deformando a rede cristalina


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Grafita: Classificação quanto a forma, distribuição e tamanho
Forma: de I a VII (ASTM A247)
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Grafita: Classificação quanto a forma, distribuição e tamanho
Distribuição: de A a E (ASTM A247)
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Grafita: Classificação quanto a forma, distribuição e tamanho
Tamanho para ferro fundido cinzento: de 1 a 8 (ASTM A247)
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Grafita: Classificação quanto a forma, distribuição e tamanho
Tamanho para ferro fundido nodular: de 3 a 8 (ASTM A247)
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Ferros Fundidos Brancos
Para produção:
Composição química bem ajustada:
Teores de C (3,57%), Si (0,56%) e Mn (0,43%)
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Velocidade de resfriamento
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Características do material:
Elevada dureza e resistência ao desgaste
Baixíssima usinabilidade
Principais elementos de liga:
Manganês, cromo, molibdênio, níquel
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Ferros Fundidos Brancos
Composições básicas para ferros fundidos brancos ligados
Composição Química Dureza Brinell HB
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C Si Mn Ni Cr e=6mm e=10mm e=20mm e=48mm


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3,59 0,56 0,43 - 1,95 563 507 490 452

3,60 0,55 0,48 1,50 - 565 555 478 423

3,60 0,53 0,60 1,97 0,65 578 565 495 441

3,32 0,80 0,62 3,05 0,60 602 573 507 448

3,55 0,58 0,47 2,22 0,90 611 587 518 454

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Ferros Fundidos Brancos
Composições básicas para ferros fundidos brancos
Carbono: quando o teor ultrapassa certo limite, pode aparecer
grafita se o teor de silício for elevado e o de cromo baixo, ou
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podem ser formados carbonetos hipereutéticos se o teor em silício


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for baixo e o de cromo elevado

Silício: um elevado teor favorece a formação de grafita,


indesejável neste caso, e dificulta a obtenção de martensita

Manganês: em elevado teor favorece a formação de carbonetos e


a presença de austenita residual na matriz. Tende a tornar os
carbonetos mais grosseiros o que reduz a resistência ao choque
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Ferros Fundidos Brancos
Elementos de liga:
Manganês: elevados teores favorecem a formação de carbonetos
e a presença de austenita residual
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Níquel: tem efeito grafitizante que é balanceado pelo cromo;


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permite a obtenção da martensita no estado bruto de fundição


Cromo: forma carbonetos complexos com o ferro de alta dureza
e muito estáveis; pode causar fragilidade
Molibdênio: favorece a obtenção da estrutura martensítica e
refina os carbonetos
Ferros fundidos Ni-hard: ferros fundidos brancos martensíticos
brutos de fundição 33
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Ferros Fundidos Brancos
Elementos de liga:
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Fundição de Ferros Fundidos


Tratamentos térmicos:
1) Ferros fundidos Ni-hard e ferros fundidos brancos ferríticos
Tratamento térmico de alívio de tensões
Revenimento para a transformação isotérmica da austenita
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residual em bainita (resistência ao choque)


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Transformação da austenita residual em martensita


2) Ferros fundidos brancos com carboneto de cromo
Têmpera martensítica seguida de revenimento
 temperatura de austenitização  teor de carbono na
austenita   martensita mais carburada (maior dureza),
 temperatura de austenitização   proporção de austenita
residual 35
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Ferros Fundidos Cinzentos


Classificação:
ABNT: FC + dois algarismos representativos do limite de
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resistência à tração: FC10, FC20, FC25, etc.


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ASTM: classes de 20, 25, 30, 35, 40, 50 e 60 (limite de


resistência à tração em lb/pol2)
DIN: GG + dois algarismos representativos do limite de
resistência à tração: GG10, GG20, GG25, etc.

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Ferros Fundidos Cinzentos
Principais Características:
Fácil fusão e moldagem
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Boa resistência mecânica


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Excelente usinabilidade
Boa resistência ao desgaste
Boa capacidade de amortecimento *
Composição Básica: C – 2,2% a 4,2% P - <1,5%
Si – 0,5% a 3,0% S - <0,2%
Mn - <1,3%
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Fundição de Ferros Fundidos

Ferros Fundidos Cinzentos


Características de fundição
Baixa temperatura de fusão
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Boa fluidez
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Contração após a solidificação: metade da dos aços


Expansão na solidificação devido à precipitação da grafita 
compensa a contração

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Ferros Fundidos Cinzentos
Inoculação
O Si adicionado antes do vazamento, sob a forma de ferro-silício
(inoculante), tem efeito mais potente sobre a aptidão à formação
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da estrutura cinzenta do que o silício acrescentado no forno


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O efeito da inoculação diminui progressivamente com o tempo –


fading
Objetivos da inoculação
Adição de inoculante permite evitar a formação do ferro branco
ou mesclado, aumentando a aptidão à formação da grafita tipo A
Obter uma estrutura homogênea apesar das condições de
resfriamento variáveis em função das espessuras 39
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Ferros Fundidos Cinzentos
Inoculação
O teor de silício contido no inoculante deve interferir no cálculo
do silício final
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Prática da inoculação
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Na panela: observar a granulometria do inoculante, a


quantidade de metal na panela, tempo de inoculação (60% a
80% do tempo de enchimento da panela)
No jato de enchimento do molde: complemento da inoculação
na panela; tem pouca influência sobre a composição química,
mas é suficiente para modificar a estrutura
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Ferros Fundidos Cinzentos


Prática da inoculação
Inoculação no molde (chamada pós-inoculação)
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- Os pedaços de inoculante são colocados no canal de descida


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- o inoculante aglomerado é colocado numa cavidade do canal


de descida
- o inoculante é colocado diante de um macho-filtro
- o inoculante é polvilhado nas paredes da cavidade do molde
(pontos adequados)

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Ferros Fundidos Cinzentos
Elementos de liga: baixos teores
Cromo: aumenta a resistência à tração; acima de 0,3% deve ser
usado juntamente com outro elemento grafitizante
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Cobre: elemento grafitizante; aumenta a resistência à tração;


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usado na faixa de 0,5% a 2,0%


Níquel: elemento grafitizante; aumenta a resistência à ruptura
transversal; usado na faixa de 0,5% a 1,5% para contrabalançar
o efeito estabilizador de elementos como cromo, molibdênio e
vanádio
Combinações: Cr-Ni, Cr-Ni-Mo, Cr-Cu, Cr-Cu-Mo, Cu-Mo e
Ni-Mo
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Fundição de Ferros Fundidos


Ferros Fundidos Cinzentos
Elementos de liga: altos teores
Cromo: aumenta a resistência à corrosão; para teores de 20% a
35%: resistência ao ácido nítrico (oxidantes), soluções salinas;
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estabiliza os carbonetos, impedindo o “crescimento” 


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resistência à oxidação a altas temperaturas e ao choque térmico

Silício: em teores de 14,5% ou mais confere elevada resistência


à ação do ácido sulfúrico e de ácidos orgânicos

Níquel: ferros fundidos austeníticos (Ni-Resist) de elevada


resistência à corrosão
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Ferros Fundidos Cinzentos
Tratamentos Térmicos
Alívio de tensões: mais usado
Recozimento: usado para melhorar a usinabilidade
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Normalização: usado para melhorar as propriedades mecânicas


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ou recuperar as propriedades do estado bruto de fundição


Têmpera e revenimento: usado para aumentar a resistência
mecânica, a dureza e a resistência ao desgaste (pouco usado –
problemas de empenamento e trincas)
Tratamentos isotérmicos: austêmpera (bainita) e martêmpera
(martensita sem tensões elevadas)
Endurecimento superficial: por chama, indução ou laser
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Endurecimento superficial:
por laser
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Endurecimento superficial:
por laser
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Veio de grafita
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Ferros Fundidos Maleáveis
Ferro fundido branco submetido ao processo de maleabilização
Maleabilização: tratamento térmico ao qual se submetem os
ferros fundidos brancos, com carbono na forma de cementita
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primária e perlita, promovendo a transformação de parte ou da


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totalidade do carbono combinado em grafita ou, até mesmo,


eliminando parte do carbono

Maleabilização por descarbonetação: ferro fundido maleável


de núcleo branco ou do tipo europeu (ferrita)

Maleabilização por grafitização: ferro fundido maleável de


núcleo preto (grafita em nódulos sobre um fundo de ferrita) 47
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Fundição de Ferros Fundidos


Ferros Fundidos Maleáveis
Maleabilização: o material adquire maleabilidade, ou seja,
ductilidade  material mais tenaz (alongamento pode passar de
10%)
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A – descarbonetação intensa e
grafitização pela decomposição
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da cementita em peças espessas;


B – continua a grafitização e, em
peças espessas, a cementita que
se origina da austenita também se
decompõe
Representação do ciclo de
C – grafitização da cementita da
maleabilização por grafitização
(maleável de núcleo preto) perlita
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Fundição de Ferros Fundidos


Ferro Fundido Maleável Perlítico:
O primeiro estágio do ciclo de maleabilização corresponde ao
do ciclo para produzir maleável de núcleo preto, a partir desse
estágio, são introduzidas modificações que levam ao maleável
perlítico  melhores propriedades mecânicas
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Fundição de Ferros Fundidos


Ferros Fundidos Maleáveis - Características de fundição
Maleável de núcleo branco:
Material base: Ferro fundido branco com 3,2% a 3,5% C
Fluidez relativamente boa
Menor tendência a rechupe e trincas
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Temperatura de vazamento:  1370ºC


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Maleável de núcleo preto


Material base: Ferro fundido branco com 2,2% a 2,5% C
Fluidez menor que a do maleável de núcleo branco
Maior tendência a rechupe e trincas
Temperatura de vazamento: maior que 1370ºC
Maior intervalo de solidificação
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Fundição de Ferros Fundidos


Ferros Fundidos Maleáveis
Propriedades:
Alongamento: pode ultrapassar 10%
Usinabilidade: é a melhor entre as ligas ferrosas de mesma
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resistência mecânica
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Resistência à corrosão: é considerada muito boa em diversas


aplicações
Resistência ao desgaste: depende da dureza  maleáveis
perlíticos de maior dureza apresentam melhor comportamento
em desgaste
Aplicações: Correntes, conexões hidráulicas, conexões para
linhas de transmissão elétrica, caixas de direção, bielas, etc.
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Fundição de Ferros Fundidos


Ferros Fundidos Nodulares
Características:
Caracteriza-se pela ductilidade, tenacidade e resistência
mecânica (limite de escoamento é mais elevado que nos
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ferros fundidos cinzento e maleável e mesmo nos aços


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carbono comuns)

Classificação:
ABNT: FE + dois algarismos representativos do limite de
resistência à tração + dois algarismos representativos do
alongamento: FE3817, FE4212
DIN: GGG + dois algarismos representativos do limite de
resistência à tração: GGG45, GGG50, GGG70, etc.
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Ferros Fundidos Nodulares
Propriedades:
- Alta ductilidade (o alongamento pode chegar a 20%)
- Razoável resistência ao choque
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- Boa resistência à fadiga (virabrequins)


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- Usinabilidade muito boa, comparável à do ferro fundido


cinzento
- As propriedades podem ser melhoradas por meio de
tratamentos térmicos ou adição de elementos de liga
Elementos de liga:
Cobre, cromo, níquel, molibdênio: usados para melhorar as
propriedades do ferro fundido nodular 53
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Fundição de Ferros Fundidos

Ferros Fundidos Nodulares


Características de fundição
Controle rigoroso dos elementos: Ti, Pb, Bi, Sb, Al, Sn, As, S
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Boa fluidez
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Contração linear:
Matriz perlítica – 1,25%;
Matriz ferrítica – não há contração

Comportamento na solidificação mais semelhante ao aço

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Fundição de Ferros Fundidos

Ferros Fundidos Nodulares


Nodulização:
Nodulizante mais usado: Fe-Si-Mg
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O teor residual de magnésio desejado é de 0,03% a 0,05%


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Abaixo de 0,03% tem-se uma nodulização incompleta e


acima de 0,05% tem-se a formação de carbonetos (cementita).

Quantidade de liga nodulizante a ser adicionada é calculada em


função da temperatura e da percentagem de enxofre no banho

Nodulização: na panela de vazamento ou no molde (“in mold”)

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MET160 – Solidificação e Fundição dos Metais

Fundição de Ferros Fundidos


Ferros Fundidos Nodulares
Quantidade de liga nodulizante a ser adicionada:
FeSi-Mg, com teores variáveis entre 1,5% e 3,0% de Mg
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O teor de enxofre do banho deve situar-se:


Maria Aparecida Pinto

0,015 %Sresidual 0,025

Reação de dessulfuração, a partir da reação com Mg: Mg + S


 MgS  Por cada 0,01% de S, consome-se 0,0075% de Mg

0,76  (% S  0,01)  Mg final  t 10 3  T  2


QFe Si Mg ,kg  Pbanho,kg   
 nodulização 
% Mg Fe Si Mg  1450 
100
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Fundição de Ferros Fundidos

0,76  (% S  0,01)  Mg final  t 10 3  T  2


QFe Si Mg ,kg  Pbanho,kg   
 nodulização 
% Mg Fe Si Mg  1450 
100
DEMET – Escola de Minas - UFOP

QFe-Si-Mg = quantidade da liga de Mg (kg)


Pbanho = quantidade do metal líquido a ser tratado (kg)
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%S = teor de enxofre do ferro fundido base


Mgfinal = teor residual em Mg no ferro fundido tratado
(geralmente entre 0,03% e 0,05%)
t = tempo entre o tratamento com o Mg e o vazamento da última
peça (minutos)
T = temperatura do metal líquido no momento do tratamento (ºC)
µnodulização = rendimento do Mg no tratamento (%)
%MgFe-Si-Mg = porcentagem de Mg na liga utilizada no tratamento
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Fundição de Ferros Fundidos

Nodulização na Panela:
Tempo de ação do nodulizante de
aproximadamente 10 minutos
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(fading)
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Obs.: A inoculação, normalmente


feita após a operação de
nodulização, é muito importante
no processo de nucleação da
grafita

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Fundição de Ferros Fundidos


Nodulização no molde ou “In mold”
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Fundição de Ferros Fundidos


Ferros Fundidos Nodulares
Vantagens do processo “In mold”:
1) Eliminação total das emanações gasosas e da parte pirotécnica
associada aos processos convencionais de nodulização
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2) Redução significativa na quantidade de liga nodulizante


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utilizada (economia)
3) Redução considerável da tendência à formação de carbonetos,
particularmente nas seções finas, reduzindo ou eliminando a
necessidade de tratamento térmico
4) Propriedades mecânicas melhoradas e mais consistentes devido
aos efeitos inoculante e nodulizante mais prolongados
5) Níveis de magnésio residual mais facilmente controláveis
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MET160 – Solidificação e Fundição dos Metais

Fundição de Ferros Fundidos


Vantagens do processo “In mold”:
6) Eliminação da necessidade de uma inoculação adicional, no
caso de paredes finas
7) Maior homogeneidade na microestrutura de peças produzidas
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em série
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Desvantagens do processo “In mold”


1 - Teor de enxofre deve ser inferior a 0,010% para que a
operação de nodulização seja satisfatória
2 - Exige métodos rigorosos de controle da qualidade das peças
(ultrassom)
3 - Exige controle rigoroso das características do nodulizante
(granulometria)
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MET160 – Solidificação e Fundição dos Metais

Fundição de Ferros Fundidos


Ferros Fundidos Nodulares
Tratamentos térmicos:
Alívio de tensões: aliviar tensões residuais em peças de grandes
dimensões. Não há efeito sobre as propriedades
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Recozimento: para obtenção de matriz ferrítica


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Normalização: Austenitização  resfriamento no forno (785ºC)


 resfriamento ao ar; para peças com dureza muito elevada faz-
se um revenimento para atingir a dureza desejada e aliviar
tensões
Têmpera e revenimento: Austenitização  resfriamento em
óleo  revenimento para ajustar a dureza; Estrutura resultante:
martensita revenida (maior dureza e resistência mecânica e ao
desgaste) 62
MET160 – Solidificação e Fundição dos Metais

Fundição de Ferros Fundidos


Ferros Fundidos Nodulares
Austêmpera: Austenitização (tempo e temperatura suficiente
para difusão de carbono para a ferrita)  tratamento isotérmico
para obtenção da bainita  resfriamento ao ar tranquilo
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Têmpera superficial: por chama, por indução ou por laser


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Fundição de Ferros Fundidos


Veio de Grafita
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