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PROPOSTA DE REDAÇÃO – MODELO UFU

ORIENTAÇÃO GERAL

Leia com atenção todas as instruções.

A) Você encontrará duas situações para fazer sua redação. Leia as situações propostas até o
fim e escolha a proposta com a qual você tenha maior afinidade.
B) Após a escolha de um dos gêneros, assinale a opção no alto da Folha de Resposta e, ao
redigir seu texto, obedeça às normas do gênero.
C) Se for o caso, dê um título para sua redação. Esse título deverá deixar claro o aspecto da
situação escolhida que você pretende abordar.
D) Se a estrutura do gênero selecionado exigir assinatura, escreva no lugar da assinatura:
JOSÉ ou JOSEFA. Em hipótese alguma, escreva seu nome, pseudônimo, apelido, etc. na
folha de prova.
E) Utilize trechos dos textos motivadores, parafraseando-os.
F) Não copie trechos dos textos motivadores ao fazer sua redação.
SITUAÇÃO A

Texto 1

O governo de São Paulo definiu a regulamentação dos medicamentos à base de CBD (canabidiol)
que serão fornecidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Em janeiro, o governador Tarcísio de Freitas
(Republicanos) sancionou a lei que prevê que a distribuição de produtos à base da substância, que é
derivada da Cannabis, pela rede estadual de saúde.
Neste primeiro momento, vão poder receber os medicamentos à base de CBD pessoas portadoras da
Síndrome de Dravet, da Síndrome de Lennox-Gastaut e de esclerose tuberosa. As três síndromes
contempladas são raras e caracterizadas por crises epiléticas generalizadas. Para definir quais seriam as
doenças que receberiam os medicamentos, o governo estadual criou uma comissão formada por
representantes de associações médicas, de faculdades de medicina, da Anvisa (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária) e da Secretaria estadual de Saúde, além de indicados pelo Judiciário e pelo Legislativo
paulista.
À Folha, dois integrantes do grupo de trabalho, que pediram para não serem identificados, disseram
que houve resistência para aprovação do canabidiol para o tratamento de epilepsia refratária e autismo.
Segundo os integrantes, representantes de associações médicas afirmaram que faltam evidências
científicas para a inclusão das duas doenças neste momento.
Em nota, a Secretária estadual de Saúde afirmou que o objetivo da lei é permitir que os portadores de
condições clínicas para as quais há evidências de resultados positivos com o uso de CBD sejam
beneficiados com estes recursos o mais rápido possível.
A comissão deve continuar se reunindo semanalmente para estudar novos pareceres técnicos e
debater a inclusão de mais medicamentos à base de CBD. A previsão é que sejam analisadas em um futuro
próximo a inclusão de tratamentos para convulsões refratárias, dor refratária e para condições associadas
ao autismo, entre outras doenças.[...]

Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2023/06/sp-libera-uso-de-canabidiol-para-tratamento-de-sindromes-


raras.shtml

Texto 2

[...] Os relatos mais antigos do uso terapêutico da planta da Cannabis Sativa datam de 2700 a.C.,
quando era usada na China para tratamento de algumas dores e enfermidades. Mas por que a Cannabis
serve como remédio para o ser humano há tanto tempo? A resposta está no nosso corpo. O ser humano
possui em seu organismo um sistema chamado endocanabinóide, um sistema de neurotransmissores e
receptores que são responsáveis por regular diversas funções e atividades do corpo.
A descoberta deste sistema é relativamente recente, do final da década de 1980, e ainda muitos
estudos estão sendo feitos sobre o assunto. Entretanto ela surge para explicar porque a Cannabis funciona
como medicamento desde a antiguidade. ―Os fitocanabinóides [encontrados na planta] são análogos aos
endocanabinóides, que nós produzimos. Muitas vezes, não produzimos a quantidade adequada e esse
sistema endocanabinóide fica desregulado, desequilibrado, o que pode acarretar em uma série de
doenças‖, explica a Dra. Carolina.
―O sistema endocanabinóide é responsável por regular a homeostase, que nada mais é que o
equilíbrio de funções básicas do organismo, como sono, apetite, humor, sistema reprodutivo e modulação
da dor. Então a gente pode usar essa medicação para uma gama muito grande de doenças‖, completa a
dermatologista. Como o sistema endocanabinóide está presente em quase todo o corpo, muitas
enfermidades e sintomas são atenuados com a reposição de canabinóides feita a partir de medicamentos à
base de Cannabis.[...]

Disponível em: http://www.jornaldocampus.usp.br/index.php/2022/11/cannabis-medicinal-no-brasil-estamos-indo-ao-contrario-do-que-


todos-paises-vem-fazendo/

Supondo-se que você tenha convívio familiar com uma pessoa que sofre com epilepsia em níveis
mais severos e que poderia ser beneficiada com o tratamento a base de Canabidiol, redija uma
carta de solicitação à Agência Nacional de Saúde, solicitando o tratamento gratuito, uma vez que
o medicamento ainda não é disponível em seu estado.
SITUAÇÃO B

Texto 1

Para Davi Kopenawa, xamã e líder político do povo yanomami, a aprovação do marco temporal —
uma "cobra grande"— abrirá as terras indígenas para garimpeiros e invasores que hoje agem escondidos.
Líder da mobilização que levou à demarcação da Terra Indígena Yanomami, em 1992, Kopenawa se
diz desesperançoso diante da falta de proteção da terra. "Já esperei, assim, 20 anos... Nunca se conseguiu.
O estrago só está crescendo."Segundo ele, as operações do governo federal para expulsar garimpeiros
precisam de apoio do Exército, especialmente nas fronteiras. "Mas os militares não estão ajudando, porque
eles estão a favor do garimpeiro trabalhar escondido", avalia.
Kopenawa passou por São Paulo no último final de semana para o lançamento do documentário
"Escute: a Terra Foi Rasgada", na 12ª Mostra Ecofalante, e também para autografar seu novo livro, "Espírito
da Floresta" (Companhia das Letras). A obra repete a parceria com o etnólogo Bruce Albert, com quem
escreveu "A Queda do Céu", em 2010. Com grande impacto sobre o pensamento ecológico, o livro conta
como os xamãs "seguram o céu", impedindo a catástrofe ambiental. [...] Nesta entrevista à Folha, concedida
em um hotel em São Paulo, Davi diz que os livros são avisos contra as ameaças à terra, as quais ele se
recusa a nomear de "mudança climática". "Para mim, a mudança é vingança da terra".
[...] Qual sua avaliação sobre o esvaziamento das funções do recém-criado MPI (Ministério dos
Povos Indígenas)? Penso que a força da natureza mandou um sonho para o presidente Lula quando ele
estava na cadeia. Ninguém pediu para Lula [a criação do MPI], ele que pensou em nós. Pensou assim: vou
obedecer ao sonho da natureza e deixar o povo indígena cuidar da sua saúde, do seu território, porque nós,
povo da cidade, só estamos conseguindo estragar tudo. E nós aceitamos. Vamos experimentar. Não
estávamos preparados. Eu não queria ser ministro, porque não tenho estudo completo —se tivesse,
gostaria de assumir como ministro da Saúde. Mas a doutora Joenia [Wapichana, presidente da Funai] ficou
quatro anos como deputada, ela conhece todos os caminhos da política. Então vamos aprender a fazer
funcionar nossos ministros: da Saúde, da Justiça, da Funai, junto com Lula. Os desastres climáticos estão
aumentando e os cientistas do clima apontam uma janela pequena de ação para evitar uma catástrofe.
Ainda temos tempo? Não. Eu não estou esperando. Esperança é hoje e amanhã. Não estou vendo
melhorar. Já esperei, assim, 20 anos... Nunca se conseguiu. O estrago só está crescendo. [...]

Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2023/06/marco-temporal-significa-continuar-a-roubar-a-terra-diz-davi-


kopenawa.shtml

Texto 2

O projeto que trata do marco temporal para a demarcação de terras indígenas (PL 490/2007) foi aprovado
na Câmara dos Deputados na terça-feira (30) e já chegou ao Senado — onde vai tramitar como PL
2.903/2023. O texto é polêmico por restringir a demarcação de terras indígenas àquelas já tradicionalmente
ocupadas por esses povos em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal.
Segundo o projeto, de iniciativa do ex-deputado Homero Pereira, para serem consideradas terras ocupadas
tradicionalmente, deverá ser comprovado objetivamente que, na data de promulgação da Constituição,
essas terras eram ao mesmo tempo habitadas em caráter permanente, usadas para atividades produtivas e
necessárias à preservação dos recursos ambientais e à reprodução física e cultural . A matéria tem
despertado debates entre os senadores. Os críticos apontam que, da forma como foi aprovado na Câmara,
o projeto pode comprometer processos de demarcação que já estão em andamento, além de colocar em
risco outras áreas demarcadas depois de 1988 — que poderiam ser questionadas na Justiça. Por outro
lado, os defensores da proposta dizem que o marco temporal moderniza o processo de demarcação,
permitindo mais investimentos na produção agropecuária e dando segurança jurídica à questão. O
presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, já informou que a matéria vai seguir a tramitação regimental
dentro da Casa, sem o caráter de urgência – como ocorreu na Câmara. Na última terça-feira (30), Pacheco
recebeu a visita da ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, para tratar do marco temporal. Segundo
o presidente, a ministra pediu atenção com o projeto e questionou a constitucionalidade da proposta.
Pacheco disse procurar ―uma grande concertação, que busque equilibrar todos os interesses‖. Ele reafirmou
seu respeito e prometeu ―buscar o melhor tratamento para esse projeto‖. [...]

Fonte: Agência Senado

Com base nos textos apresentados, o Marco Temporal é uma decisão política acertada para o
futuro de todos os povos? Posicione-se sobre essa indagação, redigindo um texto de opinião
com a apresentação de argumentos que validem sua perspectiva.

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